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GISLENE - Ciclo do Contato

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Anhanguera Educacional
taguatinga - df
PSICOLOGIA
CICLO DO CONTATO
Taguatinga - DF
2019
sumário
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO .............................................................................................4
3 CONCLUSÃO ........................................................................................................11
REFERÊNCIAS .........................................................................................................12
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INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo abordar o processo de mudança correlacionando-o com o processo de contato e de criatividade de forma a ampliar percepções e recursos e expandir possibilidades de trabalho e desenvolvimento quando o foco se refere à mudança. As pessoas reagem de diferentes maneiras diante das mudanças. Ter medo do novo (neofobia), das mudanças, do desconhecido é funcional até certo ponto, enquanto não atrapalha a vida da pessoa, porém, prender-se a idéias fixas, resistir a novas propostas ou permanecer comodamente estacionado, geralmente acaba incidindo na perda de oportunidades de desenvolvimento. 
CICLO DO CONTATO
O ciclo de contato também pode ser chamado de ciclo de auto regulação, ciclo de experiência, ciclo de satisfação das necessidades, ciclo de Gestalt, já que diferentes autores denominam e descrevem de forma distinta o processo de contato eu-mundo. Na verdade, podemos considerar o ciclo de contato como a maneira que o organismo tem de estabelecer trocas com o ambiente, visando a satisfação de alguma necessidade emergente, ou melhor, dizendo o fechamento de uma figura. Diante disso foram identificadas algumas etapas no ciclo que se inicia com uma sensação e termina com o retraimento. Lembrando que embora existam diferentes leituras e etapas de acordo com o autor escolhido, aqui utilizaremos o modelo proposto por Zinker. 
Compreende-se que o caminho que a energia presente na necessidade rumo à sua realização passa necessariamente por uma consciência de si, uma consciência do mundo, alcançando, então, a satisfação. No entanto, sabemos que as necessidades não são tão ‘obedientes’ ou lineares assim. Muitas vezes temos várias figuras abertas e precisamos escolher aquelas que podem ser fechadas; em quais iremos colocar energia prioritariamente e quais podemos ajustar às possibilidades ou impossibilidades do meio. O acúmulo de figuras abertas, isto é de situações inacabadas, o que ocorre devido às disfunções no contato (contato eu-eu e eu-mundo), nos impede de contatar genuinamente com o momento presente. Parte de nossa energia fica ‘fixada’ em determinadas figuras que clamam por fechamento, para que possam se juntar ao fundo. Mas, em virtude de exigências externas que internalizamos, adiamos ou suprimimos determinadas realizações de necessidades, em outros casos mal conseguimos perceber nossas necessidades; estamos tão longe de nós mesmos que sequer sabemos o que queremos! 
De qualquer maneira, o ciclo de auto-regulação nos mostra que uma relação saudável com o mundo inicia-se com um ‘dar-se conta’ de uma necessidade do organismo, a partir de uma sensação ou sentimento. A partir da consciência (aware) da necessidade (ou figura) emergente, precisamos mobilizar energia visando à satisfação ou contato satisfatório daquela figura. Após este momento vamos para a ação para enfim obtermos satisfação e retornarmos ao estado de retração, onde a energia se recolhe até o aparecimento de outras figuras. Uma figura aberta desequilibra o organismo e este tende buscar a ‘re-equilibração’.  
Precisamos estar muito aware para que possamos escolher dentre tantas figuras aquelas que merecem prioridade em determinada ocasião. Ilustremos com um exemplo: 
Uma cliente relata um estado de desconcentração, após uma discussão com a mãe. Ao pedir para que entre em contato com que está sentindo ele descreve sensações corporais compatíveis com o sentimento de raiva. Solicitando que fique em contato com a raiva ela chega à mágoa por não ser compreendida ou ser criticada sempre pela mãe, embora nunca tenha exposto isto para ela. Ao avaliar a necessidade no momento, ela expõe que precisa colocar a raiva para fora e fazemos um exercício neste sentido.  Após este momento, a figura emergente é de compartilhar com a mãe como se sente em relação aos seus comentários. Passa a mobilizar energia neste sentido, buscando o momento para conversar com a mãe. Após a ação (partilhar seus sentimentos com a mãe), a mãe surpreende-se com sua atitude, o que com certeza, confere uma nova configuração a esta relação. A cliente sente que sua concentração retorna ao ‘normal’ (retraimento). 
Não temos garantias das consequências de uma nova atitude, mas o compromisso neste momento é seguir o fluxo do nosso organismo, com consciência do quê, do como e do para quê estamos fazendo. Ao estarmos aware deste processo, com certeza será mais fácil lidar com as surpresas do meio. 
É importante que assumamos aquilo que somos. Ao nos aceitar como somos, será mais fácil que o mundo nos respeite e estaremos mais perto de uma relação harmoniosa com ele. Muitas vezes, porém, a nossa existência parece estar subjugada à aceitação do outro. Tentamos ser para o outro e, neste momento, podem surgir o que chamamos de disfunções de contato. Estas disfunções estão relacionadas a determinadas interrupções no ciclo de auto-regulação, conforme veremos a seguir. Qualquer interrupção no ciclo de contato pode envolver psicopatologias, ou mesmo, mecanismos de defesa. A Gestalt-terapia interessa-se por desfazer estas interrupções no ciclo awareness-excitação-contato, embora nesta abordagem entendemos que os “sintomas” não são itens discretos,
e sim estreitamentos de âmbito de determinado conjunto de funções. 
Todo contato é ajustamento criativo do organismo e ambiente. Um organismo vive em seu ambiente por meio da manutenção de sua diferença e da
assimilação do ambiente à sua diferença. O que é selecionado e assimilado é
sempre o novo. Por isso, todo contato é criativo e dinâmico. 
Segundo Zinker (2007), a psicologia ‘anormal’ é o
estudo da interrupção, inibição ou outros acidentes no decorrer do
ajustamento. 
• Interrupção entre a retração e a sensação
Podemos dizer que a interrupção neste ponto do ciclo inclui pessoas que não parecem responder aos dados sensoriais que o corpo envia. Podendo não ouvir pessoas nem reagir a elas, incluindo os estados semicomatosos, transes hipnóticos ou um estado de dissociação. Romper esta interrupção é um processo demorado,
mas o terapeuta deve se inserir na parte da experiência do indivíduo que
continua viva e animada, ensinando-o a se ancorar no ambiente. A Gestalt-terapia integra as declarações verbais com a expressão muscular e a atividade. Ela penetra
nos domínios da terapia comportamental, da análise reichiana e da
bioenergética. Ou seja, ela convida a colocar em ato aquilo que está só
parcialmente formulado com base num entendimento histórico e em insights
conceituais. 
• Interrupção entre sensação e awareness. 
Pessoas com interrupções nesta etapa registram
algumas sensações, mas não entende o que querem dizer. Os sinais do corpo
são estranhos e até assustadores. E possível entrar em contato com os
sentimentos através de sensações musculares. Numa situação de estresse a hiperventilação e a taquicardia, por exemplo, podem ser interpretadas como um infarto; o cliente não faz conexão entre o que sinto e a consciência sobre o que sinto, logicamente respeitando as circunstâncias do campo onde estão envolvidas estas sensações. Podemos ter uma awareness empobrecida, em função de alto grau de repressão na expressão de seus sentimentos, levando a interpretações errôneas do sentir, ou levando-nos a não entrar em contato com o que está, de fato, pordetrás daquela sensação. Como terapeutas, nossa tarefa está em focalizar estas sensações, fazendo com que o cliente contate-se consigo mesmo e possa integrar sensações organísmicas como o restante do corpo e do self. 
• Interrupção entre awareness e mobilização de energia
Esta interrupção é comum em intelectuais e obsessivos-compulsivos.
Eles podem ser cientes do que precisam fazer, mas não são capazes de
desenvolver ímpeto suficiente para isso. É muito comum ser uma pessoa que
retroflete, quer dizer que em vez de se conectar com o mundo, se sabota e
não expressa seus sentimentos de forma saudável. Suas recompensas são: a
independência e a autoconfiança, a privacidade e o desenvolvimento de suas
capacidades e talentos. 
Segundo Zinker (2007: 119), na maioria das vezes a energia fica bloqueada por medo da excitação ou das emoções mais intensas que incluem sexualidade, e raiva, assim como expressões de virtudes, valor pessoal, assertividade, ternura e amor. Algumas pessoas não permitem a expressão destes sentimentos pela fantasia catastrófica de destruição do mundo; se deixarem-se levar pela sexualidade podem se tornar perversos e maníacos; se demonstrarem amor e ternura, invadirão a outra pessoa. O bloqueio fisiológico associado ao medo da excitação afeta a respiração. 
O autor faz uma relação com este tipo de comportamento e os deprimidos:
Penso em toda a multidão de deprimidos que se queixam de fadiga, inquietação e desânimo. Muitas vezes, a pessoa deprimida retroflete suas manifestações, pois teme expressar aos que ama sua insatisfação ou raiva. Em vez disso deixam que penetrem em seu ser críticas que os outros fazem e, então padece das insatisfações, reclamações e ódio deles. No lugar de se conectar com o mundo da energia, sabota a própria ‘seiva existencial’. (Zinker, 2007: 120) 
• Interrupção entre mobilização de energia e ação
Neste caso, a pessoa não consegue usar a energia a serviço da atividade que lhe proporcionaria aquilo que quer, ou seja, é incapaz de agir com base nos impulsos, muitas vezes por medo do fracasso, do ridículo, da decepção ou da desaprovação. 
O terapeuta deverá criar experimentos nos quais essas ações podem ser exploradas na relativa segurança do consultório. A tarefa do terapeuta está em levar o cliente, dentro de suas possibilidades e mesmo que de forma mínima, expressar a energia que vivencia em seu interior. É bom lembrar que a pessoa tem bons motivos para se conter e esta expressão deve ocorrer num nível confortável para o cliente. 
• Interrupção entre ação e contato
Esta interrupção acontece com pessoas que são consideradas
“histéricas”. Tem sentimentos difusos, fala muito e realiza diversas
atividades, sem conseguir assimilar suas experiências. Não é capaz de agir
pontualmente, deixando sua energia espalhar por todo o seu corpo, é
distraída. Muitas vezes experienciando esvaziamento e superficialidade com
sua vida interior. Costuma tentar compensar sua sensação de vazio abusando
de sexo, comida ou drogas. 
Para Zinker (2007: 126), o histérico precisa
(...)de ajuda para se tornar totalmente consciente de pequenas partes do comportamento e suas consequências. O objetivo do terapeuta consiste em ajudar esse cliente a localizar sua energia interior, prestar atenção nela e impedir que seja lançada prematuramente no ambiente. Pode-se pedir a essa cliente que caminhe pela sala e se permita experienciar plenamente este ato, sem se apressar nem se distrair. 
• Interrupções entre contato e retração, retração e sensação e perturbações do ritmo, de uma forma geral, a pessoa aprende a prestar
atenção em suas próprias necessidades, em como tentar satisfazê-las e
depois, retrair-se e descansar. Há um ritmo entre contato e retração. Estar
constantemente mobilizado também é uma espécie de doença. É preciso deixar que todo o processo siga em frente quando a experiência alcança o auge ou o clímax, difícil para estes tipos de pessoas que se negam a sensação de fadiga e se agarram além do ponto ideal de retorno. Ele também tem
dificuldade em dosar a intensidade do contato e não sabe o quanto dar ou
receber – tende a não ouvir as mensagens dos outros. 
É muito importante trabalhar este tipo de interrupção, uma vez que um dos objetivos da terapia é tornar clara a variedade de ritmos que existem na vida. Ela nos expõe à riqueza do silêncio e à necessidade do descanso.
Conclusão
Os autores pesquisados são unânimes ao salientar a importância de que o problema, a questão ou necessidade da pessoa seja identificada com clareza e objetividade. Percebe-se que, muitas vezes, as pessoas dão voltas e voltas e não conseguem discriminar o que desejam ou o que as incomoda, dessa maneira, investir tempo para explorar e delimitar o problema - seja ele trivial, simples, complexo, concreto ou abstrato - é determinante para o bom andamento do processo.
Conforme ressaltado anteriormente, são muitos os aspectos que dificultam a mudança, pois inicialmente a única informação que se tem é que o padrão antigo não funciona e que será necessário repensar, procurar novas formas de lidar com a situação, ter humildade para testar soluções ou para buscar ajuda e acima de tudo ter coragem para experimentar. Dessa maneira, t oda mudança, por menor que seja, provoca algum nível de incerteza, resistência e medo, pois exige novas adaptações, o que dificilmente acontece da noite para o dia considerando que modificar padrões de comportamento não é fácil.
Embora as pessoas busquem o equilíbrio, os sistemas vivos não são lineares e a instabilidade - considerada a princípio, como desconfortável - leva a novas formas de comportamento e conseqüentemente a novas ordens e estruturas, diferentes das anteriores e, na maioria das vezes, mais ricas e complexas.
" Awareness é uma forma de experienciar. É o processo de estar em contato vigilante com o evento de maior importância no campo indivíduo/meio, com total suporte sensoriomotor, emocional, cognitivo e energético." (Yontef, 1998, p. 09).
referências
Ginger, Serge, GINGER, Anne. Gestalt: uma terapia do contato. São Paulo: Summus, 1995.
Moraes, Gladis Costa de & D’Acri, Rego Macedo. Contato: funções, fases e ciclo de contato. In: Frazão, Lilian Meyer e Fukumitsu, Karina Okajima. Coleção Gestalt-terapia: conceitos fundamentais. 2º volume. São Paulo: Summus, 2014.
Perls, F.; Hefferline, R.; Goodman, P. (1951). Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1997.
Ribeiro, Jorge Ponciano. O ciclo do contato: temas básicos na abordagem gestáltica. 2ª Ed. São Paulo: Summus, 1997.
http://leopais.com.br/as-fases-do-contato/
http://portaldeperiodicos.unibrasil.com.br/index.php/anaisevinci/article/download/3139/3046

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