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Prof. Luiz Carlos Sá
Comunicação Contemporânea
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 Aula 5 - Articulação textual: coesão , coerência e regência.
Coerência: a construção do sentido.
Coesão textual: coesão referencial e sequencial. A coesão e os pronomes demonstrativos.
CAPÍTULO 3 - COESÃO E COERÊNCIA
Objetivos Gerais: 
Identificar fatores de textualidade em enunciados de gêneros variados e sua contribuição para o sentido dos textos
Organizar ideias em textos orais e escritos de forma coerente , considerando os fatores de textualidade.
Compreender a coesão como uma das marcas da textualidade
Reconhecer os tipos de coesão: referencial e sequencial
Empregar elementos de coesão referencial e sequencial;
Reconhecer os dois tipos de referencia: anáfora e catáfora 
Reconhecer o pronome demonstrativo como recurso de coesão e coerência textuais;
Empregar os pronomes tempo, ao espaço e ao discurso.
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
LEITE, Maria Tereza de Moura; PALADINO, Valquiria da Cunha. Português Instrumental. Rio de Janeiro: UNESA, 2014.
Conteúdo referente a aula 5: capítulo 3 – páginas 135 a 177.
Conteúdo referente a aula 6: capítulo 3 – páginas 135 a 177.
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Coerência- alguns elementos são indispensáveis para a construção de um bom texto. Entre esses elementos, está a coerência textual, fator que garante a inteligibilidade das ideias apresentadas em uma redação. Quando falta coerência, a construção de sentidos fica seriamente comprometida. Coerência é um dos fundamentos da textualidade. Ela se refere às ligações de sentido construído no texto, que podem estar relacionadas a diferentes fatores: lógico linguísticos, textuais ou culturais.
A coerência, para Koch & Travaglia (2014, p. 38), não é apenas uma característica do texto, mas depende, fundamentalmente, da interação entre o texto, aquele que o produz e aquele que busca compreendê-lo. Logo, pode-se sistematizar que o sentido é estabelecido não só pelo texto, mas pelo leitor.
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
O leitor, com base em conhecimentos que possui, busca interpretar o texto, produzir sentido, em uma verdadeira atitude de cooperação. Cabe-lhe, então, a tarefa de estabelecer elos coesivos que não foram explicitados entre as ideias do texto e, quanto mais informações tiver, mais terá a possibilidade de fazê-lo.
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
Coerência sintática: refere-se à adequação entre os elementos que compõem a frase, como a ordem como eles são dispostos, seleção lexical, coesão e regras de concordância e de regência. Sua principal função é eliminar estruturas ambíguas, assim como o uso inadequado dos conectivos, elementos indispensáveis para a coesão textual. Está relacionada a escolha e ao posicionamento de pronomes, verbos, etc., na frase.
Ex.: Regras conheça gramaticais as não que ainda assim escreve ninguém todas. 
 - Ficou confuso? 
Ninguém escreve assim, ainda que não conheça todas as regras gramaticais.
 
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
Coerência semântica: é estabelecida entre os significados dos elementos do texto. Quando as frases em sequência aparecem desprovidas de sentido, dizemos que se trata de ideias contraditórias. A Semântica é a parte da Gramática que estuda o significado das palavras, por isso, para cada situação existe a palavra certa a ser utilizada. A coerência semântica garante o desenvolvimento lógico das ideias, isto é, sua função é colaborar para a construção de argumentos harmônicos e livres de contradição.
Ex.: 
Gosto de vermelho, mas não gosto muito de vermelho. 
Ficou sem sentido? É porque faltou a coerência semântica.
O dia está envelhecendo! 
Envelhecer é utilizado para coisas animadas, e não abstratas. Exemplo é incoerente no sentido de semântica. 
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Coerência semântica.
“Após ocorrido o acidente do trem... ouvem-se vozes exaltadas para onde acorreram muitos fotógrafos e telegrafistas para registrarem o fato.”
Problema, de ordem sintática: trata-se do emprego de “para onde”, que teria vozes exaltadas como referente, o que não é possível, porque esse referente não contém ideia de lugar, implícita no pronome relativo onde. Cabe ainda uma observação quanto ao tempo verbal de ouvem-se e acorreram, presente e pretérito perfeito, respectivamente. Seria mais adequado os dois verbos estarem no mesmo tempo. 
Ouviram-se(Pret. Perf.)/acorrem-se Presente) 
pouco domínio do sentido dos vocábulos e das restrições combinatórias podem também gerar frases com problemas de compreensão,
Ex.: 
O jardim que circula a casa estava maltratado. (circunda)
Entramos em um círculo de mudanças. (ciclo)
O rei quis obter as luxúrias que sua posição oferecia. (mordomias, luxos)
Note que sendo este o dominador comum das mudanças. (denominador)
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
Coerência temática: todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e relevantes para o tema, com exceção das inserções explicativas. Os trechos irrelevantes devem ser evitados, impedindo assim o comprometimento da coerência temática. Com exceção das inserções explicativas, como citações e paráfrases, todos os enunciados de um texto precisam ser coerentes e relevantes para o tema. Para que se consiga a coerência temática, frases que em nada contribuem para a sequência lógica dos argumentos devem ser evitadas.
Ex.: 
Se o tema é “Liberdade de expressão”, você não vai escrever sobre “Repressão de direitos”, não é mesmo?
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
Coerência pragmática: o que é Pragmática? É a parte da Linguística que analisa a forma como utilizamos a linguagem com nossos interlocutores e também a influência do contexto comunicacional. Veja só, quando você faz uma pergunta, de acordo com a coerência pragmática, seu interlocutor lhe devolverá uma resposta. Ela acontece quando as condições do contexto são favoráveis aos atos de fala dos interlocutores. Por exemplo, quando fazemos uma pergunta para um interlocutor, a coerência pragmática exige que ele elabore uma resposta, dando sequência então aos atos de fala e à comunicação. Se essas condições são ignoradas, o resultado é a incoerência pragmática.
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
Coerência pragmática: 
A: - Você pode me dizer onde fica a Rua Alice?
B: - O ônibus está muito atrasado hoje.
Piadas podem ser elaboradas a partir de incoerências:
“No balcão da companhia aérea, o viajante perguntou à atendente:”
A - A senhorita pode me dizer quanto tempo dura o vôo do Rio a Lisboa?
B - Um momentinho.
A - Muito obrigado.
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
Coerência pragmática: 
Há ainda incoerências geradas a partir da desobediência a articulações de conteúdo. Veja a frase “Meu irmão é filho único” pode pensar que quem a pronunciou desconhece o sentido dos vocábulos usados, pois a sequência contém uma contradição. O sentido de irmão inclui o fato de que esse indivíduo tem, pelo menos, uma irmã ou irmão.
Veja outro exemplo: frase pronunciada em um programa de televisão: "Me inclui fora dessa." Parece que o emissor não conhece o sentido do verbo incluir, que certamente não pode ocorrer combinado com fora. Ou, usa expressamente o advérbio fora para explicar sua intenção de não ser incluído em algum projeto.
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Aula 5- Coerência: a construçãodo sentido
Tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
Coerência estilística: exige que, ao longo de um texto, um único tipo de linguagem seja mantido. Se a linguagem formal for contemplada, ela deverá ser preservada até o final da composição, o mesmo serve para a linguagem coloquial. A incoerência estilística não afeta o entendimento de um texto, no entanto, o ideal é manter um padrão de linguagem único, sobretudo que esteja adequado à situação linguística. Note que a mistura de registros — como o uso concomitante da linguagem coloquial e linguagem formal — deve ser evitada, principalmente nos textos não literários.
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
Coerência estilística: É desejável que quem escreve ou lê se mantenha num estilo relativamente uniforme. Entretanto, a alternância de registros pode ser, por outro lado, um recurso estilístico. Exemplo, com texto de Manuel Bandeira.
Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você 
e te jurar uma paixão do tamanho de um bonde 
Se ele chorar 
Se ele ajoelhar 
Se ele se rasgar todo 
Não acredita não Teresa 
É lágrima de cinema 
É tapeação 
Mentira 
CAI FORA
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
Coerência estilística.
O eu-lírico age como se estivesse ponderando, aconselhando alguém, ou mesmo advertindo sobre uma provável “cantada”. Mistura de tratamento (tu/você), amalgamação de registros, já que o poeta utiliza várias expressões da língua oral, como “do tamanho de um bonde”, “se ele se rasgar todo”, “cai fora”, ao mesmo tempo em que emprega o futuro do subjuntivo, tempo mais comum num registro mais cuidado. O autor procede como se estivesse falando, aconselhando alguém, advertindo sobre uma possível” cantada”.
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Tipos de coerência textual, imprescindíveis para a coerência global de um texto:
Coerência genérica: é a escolha adequada do gênero textual de acordo com o conteúdo anunciado. A ruptura com esse padrão só é admitida nos textos que adotam a linguagem literária, nos quais é comum encontrar determinado gênero apresentando características próprias de outros gêneros, fenômeno que chamamos de hibridismo linguístico.
Em um anúncio de classificados, a prática social exige que ele tenha como objetivo ofertar algum serviço, bem como vender ou comprar algum produto, e que sua linguagem seja concisa e objetiva, pois essas são as características essenciais do gênero. 
A partir da escolha do gênero, você sabe como estruturar seu texto, assim como faz escolhas vocabulares pertinentes. Se a intenção é contar uma história, certamente você optará pelos gêneros conto ou crônica, pois esses atenderão adequadamente a proposta.
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Atividades
Use a palavra onde, de acordo com o padrão escrito:
 
"A criança começa a frequentar a escola com 6 ou 7 anos. É uma idade maravilhosa, onde o garoto ainda está descobrindo a vida e necessita de uma orientação".  
Os turistas foram ao Cristo Redentor, ________ puderam observar a bela paisagem da cidade.
________ você vai depois do expediente?
Nas metrópoles brasileiras, ________ o trânsito é congestionado, um simples trajeto pode demorar horas.
Ele conquistou um lugar na empresa ________ ninguém mais chegou.
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Atividades
Use a palavra onde, de acordo com o padrão escrito:
 "A criança começa a frequentar a escola com 6 ou 7 anos. É uma idade maravilhosa, em que o garoto ainda está descobrindo a vida e necessita de uma orientação".
Verifique que, neste exemplo, a palavra "onde" foi empregada indevidamente, já que ela está referindo-se à "idade maravilhosa". Isso, porque "idade maravilhosa" não constitui um lugar, nem semanticamente, nem sintaticamente. Neste caso, para corrigir, substitua a palavra "onde" por " em que". Assim:
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Atividades
Use a palavra onde, de acordo com o padrão escrito:
Os turistas foram ao Cristo Redentor, onde puderam observar a bela paisagem da cidade.
Aonde você vai depois do expediente?
Nas metrópoles brasileiras, onde o trânsito é congestionado, um simples trajeto pode demorar horas.
Ele conquistou um lugar na empresa aonde ninguém mais chegou.
O advérbio onde deve ser empregado quando a intenção é mostrar o lugar em que algo ou alguém está, sempre indicando ideia de lugar. 
O advérbio aonde deve ser utilizado para indicar o lugar em que algo ou alguém está, observando se o verbo com o qual ele se relaciona exige o emprego da preposição a.
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Atividades
 Vivemos uma época onde os adolescentes não querem mais namorar no sofá da sala.
As diferenças entre o casal começaram a surgir, foi onde as discussões começaram.
Ele não gostava do emprego onde era preciso ficar sentado por mais de seis horas seguidas.
Ele sempre conta piadas onde as loiras são as principais personagens.
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Atividades
Use a palavra onde, de acordo com o padrão escrito:
 Vivemos uma época Em que  os adolescentes não querem mais namorar no sofá da sala.
As diferenças entre o casal começaram a surgir, foi assim que  as discussões começaram.
Ele não gostava do emprego no qual era preciso ficar sentado por mais de seis horas seguidas.
Ele sempre conta piadas nas quais as loiras são as principais personagens.
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Coesão textual: Koch (2023, p. 18) descreve coesão como o fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos linguísticos, presentes na superfície textual, se encontram interligados entre si, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentidos. Esses elementos linguísticos assinalam determinadas relações de sentido entre os enunciados ou parte de enunciados, como:
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Coesão textual: 
Diz respeito à conexão entre as partes de um texto.
Pode ser do tipo referencial ou sequencial.
Coesão referencial (quando um elemento do texto faz referência a outro).
Coesão sequencial (quando um elemento é responsável pela progressão das ideias do texto).
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Coerência sem coesão textual
A coesão é apenas um dos fatores de coerência, que contribui para a constituição do texto enquanto tal, mas não sendo nem necessária, nem suficiente para converter uma sequência linguística em texto. Há sequências sem coesão, mas com coerência; e sequências com coesão, mas sem coerência. Leia o fragmento descritivo a seguir (ABAURRE, 2007, p. 58).
“[...] Uma folha no chão no outono, vermelha, dourada e marrom, delicada. [...] Poeira em um peitoril de janela. Uma pilha de pimentões [...], amarelos, verdes, vermelhos. [...] O buraco de uma agulha. [...] Uma mãe em sua cama, chorando, cheiro de manjericão no ar. [...] Uma torre para preces, alta e octogonal, sacada aberta, solene, rodeada de brasões. Vapor subindo de um lago no início da manhã. Uma gaveta aberta. Dois amigos em um café, o lustre iluminando o rosto de um dos amigos, o outro na penumbra. Um gato olhando um inseto na janela. Uma jovem em um banco, lendo uma carta, lágrimas de contentamento em seus olhos verdes. [...] O branco de um veleiro, com o vento de popa, velas se agitando como asas de um gigantesco pássaro branco. [...] (LIGHTMAN, Alan. Sonhos de Einstein. “15 de maio de 1905”. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 72-76). 
Substantivos: em vermelho Adjetivos: em azul.
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Coerência sem coesão textual
O fragmento, em estudo, se organiza por justaposição — sem a presença de conectores —, isto é, sem a presença da coesão textual; mas, mesmo assim, pode ser considerado texto, pois constitui uma unidade de sentido.
Nota-se que os substantivosconstituem a base do texto e o autor recorre a adjetivos para singularizar as imagens criadas, que vão sendo descritas e apresentadas simultaneamente ao leitor, provocando uma sensação de presente em que todas as coisas existem ao mesmo tempo, em uma linha coerente de raciocínio.
Portanto, pode sim haver coerência, mesmo sem coesão, mas este tipo de construção de texto é muito usado na Literatura e em textos publicitários, diferentemente das produções de textos jurídicos, expositivos, didáticos, jornalísticos, técnicos, científicos, entre outros, que pela necessidade de clareza exigem a utilização explícita dos elementos de coesão.
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Coerência sem coesão textual
Circuito Fechado
 (Ricardo Ramos)
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis.
Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. [...]
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Aula 5- Coerência: a construção do sentido
Coerência sem coesão textual
Circuito Fechado
 (Ricardo Ramos)
[...]Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
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Aula 6 - coesão referencial e sequencial. 
Coesão textual: estamos falando a respeito dos mecanismos linguísticos que permitem uma sequência lógico-semântica entre as partes de um texto, sejam elas palavras, frases, parágrafos, etc. Entre os elementos que garantem a coesão de um texto, temos:
As referências e as reiterações - este tipo de coesão acontece quando um termo faz referência a outro dentro do texto, quando reitera algo que já foi dito antes ou quando uma palavra é substituída por outra que possui com ela alguma relação semântica. Alguns destes termos só podem ser compreendidos mediante estas relações com outros termos do texto, como é o caso da anáfora e da catáfora.
As substituições lexicais (elementos que fazem a coesão lexical): este tipo de coesão acontece quando um termo é substituído por outro dentro do texto, estabelecendo com ele uma relação de sinonímia, antonímia, hiponímia ou hiperonímia, ou mesmo quando há a repetição da mesma unidade lexical (mesma palavra).
Os conectores (elementos que fazem a coesão interfrásica): Estes elementos coesivos estabelecem as relações de dependência e ligação entre os termos, ou seja, são conjunções, preposições e advérbios conectivos.
A correlação dos verbos (coesão temporal e aspectual): consiste na correta utilização dos tempos verbais, ordenando assim os acontecimentos de uma forma lógica e linear, que irá permitir a compreensão da sequência dos mesmos.
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Coesão referencial, também chamada de lexical, é a que se estabelece entre dois ou mais componentes da superfície textual que remetem (ou permitem recuperar) um mesmo referente já citado, que pode, em geral, ser acrescido de outros traços que vão se agregando a ele textualmente. 
A coesão referencial é obtida por meio de dois mecanismos básicos:
Aula 6 - coesão referencial e sequencial
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Aula 6 - coesão referencial e sequencial
Coesão referencial - é quando um termo ou expressão substitui, refere-se a um outro pertencente ao universo textual. Esse tipo de coesão ocorre quando os elementos coesivos ou conectivos retomam ou anunciam palavras, frases e sequências que exprimem fatos ou conceitos. Ela é um dos tipos mais utilizados em um texto. 
Graças a ela, evitamos repetições de termos, desleixo que pode tornar desagradável a leitura de um texto:
Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Os alunos do terceiro ano foram acompanhados pelos professores da escola.
Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Eles foram acompanhados pelos professores da escola.
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Coesão sequencial - ocorre por meio dos componentes do texto que estabelecem relações semânticas entre orações, períodos ou parágrafos à medida que o texto progride. Ela se refere ao desenvolvimento textual propriamente dito por procedimentos de manutenção e progressão temática. Na prática, é aquela que se estabelece por meio de conectivos, cuja função é, basicamente, ligar as frases e estabelecer uma relação de sentido entre elas.
Há, acima, uma sequência textual. As frases transcritas a seguir estão articuladas por meio de conectivos que estabelecem diferentes relações de sentido:
“Vou ao mercado e já volto.” (ADIÇÃO)
“Não abra a porta para ninguém mesmo que a pessoa insista.” (CONCESSÃO) 
“E se for a felicidade?” (CONDIÇÃO)
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Coesão sequencial: 
Consequência (ou conclusão): por isso, logo, portanto, pois, de modo que, assim, então, por conseguinte, em vista disso. 
Ela é muito competente, por isso conseguiu a vaga. 
Causa: porque, pois, visto que, já que, dado que, como, uma vez que, porquanto, por, por causa de, em vista de, em virtude de, devido a, por motivo de, por razões de. 
Ela conseguiu a vaga, já que é muito competente. 
Oposição: entretanto, mas, porém, no entanto, todavia, contudo. 
Paulo tinha tudo para ganhar a corrida, no entanto, no dia da prova, sofreu um acidente de carro. 
Aula 6 - coesão referencial e sequencial
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Coesão sequencial: 
Condição: se, caso, desde que, contanto que. 
Você pode ir brincar na rua, desde que faça todo o dever. 
Finalidade: para que, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito de. 
Com o intuito de conseguir a vaga na faculdade, Sílvia estudava oito horas todos os dias. 
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Aula 6 - coesão referencial e sequencial
Coesão sequencial – 
NOTA- cuidado com conectivos que podem apresentar diferentes sentidos de acordo com o contexto em que estejam inseridos. 
Exemplo:
Como combinamos, não haverá aula amanhã. (CONFORMIDADE)
Os manifestantes correram como loucos após os primeiros disparos. (COMPARAÇÃO)
Como houve muitas reclamações, o professor anulou a prova. (CAUSA)
Veja que, apesar de o conectivo ser o mesmo nas três sentenças, “como”, as relações de sentido estabelecidas são completamente diferentes. Nunca deixem de levar o contexto em consideração!
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Coesão recorrencial - caracteriza-se pela repetição de algum tipo de elemento anterior. Essa repetição nãofunciona como na coesão referencial, quando fazemos alusão a um mesmo referente, mas sim como uma “lembrança” de um mesmo padrão. Ela pode aparecer de várias formas:
Por recorrência de termos:
Marta falava, falava, falava...
A recorrência nesse caso dá uma ideia de continuidade. Não é uma repetição vocabular vista como desnecessária, mas sim enfática.
Por recursos fonológicos, ou sons, caso da rima:
Ela estava calada, quieta, quietinha...
Veja que a repetição “quieta”, “quietinha” intensifica a ideia.
Por uso de uma paráfrase, que se refere à recorrência de conteúdos semânticos.
Podemos enquadrá-la nesse mecanismo coesivo, uma vez que liga ideias presentes em textos diferentes e mantém (repete) o sentido do original.
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Coesão recorrencial - caracteriza-se pela repetição de algum tipo de elemento anterior. Essa repetição não funciona como na coesão referencial, quando fazemos alusão a um mesmo referente, mas sim como uma “lembrança” de um mesmo padrão. Ela pode aparecer de várias formas:
Por paralelismo, que se baseia na recorrência da mesma estrutura sintática:
Lápis na mão, papel na mesa e ideias na mente sempre geram algum fruto.
Veja como há nas expressões “Lápis na mão”, “papel na mesa” e “ideias na mente” uma relação de equivalência. (a estrutura é semelhante)
Aula 6 - coesão referencial e sequencial
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Aula 6 - coesão referencial e sequencial
Coesão lexical - permite evitar a repetição de palavras e, também, unir partes de um texto. Pode ser alcançada a partir de : 
sinônimos: palavras semelhantes que podem ser usadas em diferentes contextos, mas sem alterar o que o texto pretende transmitir. 
O presidente do Palmeiras, Silvano Eustáquio, afirmou que o time tem todas as condições para ganhar o campeonato. Segundo o dirigente, com Miudinho na zaga, o gol palmeirense será impenetrável. Na opinião do cartola, a torcida só terá motivos de alegria. 
hiperônimos: vocábulo de sentido mais genérico em relação a outro. 
Lucinha estava na poltrona do cinema, esperando o filme começar, quando, de repente, no assento ao lado, uma idosa desmaiou. 
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Coesão lexical - permite evitar a repetição de palavras e, também, unir partes de um texto. Pode ser alcançada utilizando-se: 
perífrases: construção mais complexa para caracterizar uma expressão mais simples. 
A vigilância policial nos estádios de futebol é sempre necessária, pois as torcidas às vezes agem com violência. Na verdade, não é mais possível a realização de qualquer campeonato sem a presença de elementos treinados para garantir não só a ordem, mas também proteger a segurança dos cidadãos que desejam acompanhar o jogo em tranquilidade.
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Coesão e Referência - uso dos pronomes demonstrativos
 
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Coesão e Referência - uso dos pronomes demonstrativos
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso.
No espaço:
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro está perto da pessoa que fala.
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que fala.
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.
 
luiz carlos de sá campos
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Coesão e Referência - uso dos pronomes demonstrativos
NOTA: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de fala), são particularmente importantes o este e o esse. Este localiza os seres em relação ao emissor. Esse, em relação ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade.
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade destinatária).
Reafirmamos a disposição desta universidade em participar no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que envia a mensagem).
 
luiz carlos de sá campos
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Coesão e Referência - uso dos pronomes demonstrativos
No tempo:
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este refere-se ao ano presente.
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse refere-se a um passado próximo.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se referindo a um passado distante.
Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou invariáveis, observe:
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
 
 
luiz carlos de sá campos
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Coesão e Referência - uso dos pronomes demonstrativos
 Aparecem como pronomes demonstrativos:
o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o que e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que te indiquei.)
 
luiz carlos de sá campos
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Coesão e Referência - uso dos pronomes demonstrativos
 Coesão Catafórica.
O meu problema é este: não consigo me concentrar nos estudos.
Ao passo que isso, esse e essa são usados para fazer coesão com termos anteriores. Isto, este e esta (COM T) são unicamente usados para antecipar declarações (Anafórica). No exemplo acima o pronome este está se referindo a algo que ainda vai ser dito. Portanto, cuidado! Nem sempre a coesão é feita com elementos anteriores. Isto, este e esta estão aí para nos provar que se pode fazer referência a elementos que ainda serão ditos. 
 
luiz carlos de sá campos
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 Mecanismos de coesão referencial
Anáfora – ocorre quando um termo já dito (referente) é recuperado por meio de um item coesivo depois. 
Em tudo o que a natureza opera, ela nada o faz bruscamente”
Aquele que recebe um benefício não deve jamais esquecê-lo; aquele que o concede não deve jamais lembrá-lo.
 
Catáfora – ocorre quando o termo pressuposto (referente) aparece após o termo coesivo. 
Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada, e a oportunidade perdida.” (Provérbio Chinês)
Ela está no horizonte (...) Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos, e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe jamais a alcançarei. Então para que serve a utopia? Para isso mesmo; para nos fazer caminhar...” (Anônimo)
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Coesão e Referência - uso dos pronomes demonstrativos
 Coesão textual, rememorando, é o nexo existente entre os constituintes textuais, acontece quando não se quer ou não se pode repetir um termo em um curto espaço dentro do texto. O que fazer? Retoma-o por meio de diversos mecanismos. Os pronomes demonstrativos são um desses mecanismos e possuem papel fundamental na coesão textual. A ocorrência se dá de duas formas:
 Coesão Anafórica.
O jogador abandonou cedo o clube. Isso deixou a diretoria irritada.
Usa-se esse, essa e isso para retomar termos ou ideias anteriormente ditos. Ou seja, o isso do exemplo está claramente novamente trazendo à tona o fato de o jogador ter abandonado o clube cedo, abandono que irritou a diretoria, abandono que foi expresso anteriormente.
 
 
luiz carlos de sá campos
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Mecanismos de coesão referencial
Elipse – se dá quando algum elemento do texto é retirado, evitando a repetição.
“É preciso viver, [é preciso] não apenas existir.” (Plutarco) 
 
Reiteração – é decorrente da repetição do mesmo item lexical e de outros procedimentos já mencionados acima como o emprego de sinônimos, hiperônimos etc.
 "Questionar não é duvidar, questionar é querer saber mais!"
"Coragem é resistir ao medo. Coragem não é a ausência do medo."
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Mecanismos de coesão sequencial
Justaposição – serve para estabelecer a sequência no texto, indicando: o tema ou mudança de assunto, a sequência temporal, a ordenação espacial, a ordem dos assuntosdo texto.
Fazendo um balanço do que se discutia até o momento, constata-se que os modelos apresentados são excessivamente redutores...
Primeiro fazemos nossos hábitos, depois nossos hábitos nos fazem.
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Mecanismos de coesão sequencial
Conexão
 “Se você rouba ideias de um autor, é plágio. Se você rouba de muitos autores, é pesquisa” (Wilson Mizner)
Toda a equipe jogou entrosada. Portanto, o atacante teve como mostrar seu bom futebol e marcar muitos gols.

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