Buscar

Prévia do material em texto

1. Sociedades Contratuais e Sociedades Estatutárias 
As sociedades contratuais ou sociedades por quotas (sociedade simples comum, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade limitada) sejam elas simples ou empresárias, são constituídas por contrato social. O contrato constata os sócios como contratantes que assumem, entre si, obrigações e faculdades recíprocas. 
O tipo de ato constitutivo terá repercussões no regime dissolutório aplicável a sociedade. As sociedades contratuais dissolvem‑se de acordo com o que prevê, sobre a matéria, o Código Civil.
As sociedades estatutárias, institucionais ou sociedades por ações, diferem-se das sociedades contratuais principalmente pelo seu ato constitutivo: o estatuto. Importa muito pouco o estabelecimento entre os sócios de um ajuste negocial pois são criadas como instituições, ofertando a terceiros a possibilidade de adesão. Os sócios, portanto, não são contratantes entre si, mas aderem a uma proposição que lhes antecede, disposta em um estatuto. Diferentemente das outras, a sociedade por ações pode ter seus títulos negociados sem necessidade de consentimento dos demais sócios, facultando-se o livre ingresso na sociedade. Outra característica própria das sociedades por ações é que elas são sempre empresárias, independentemente de seu objeto social.
2. Sociedades de Capitais e Sociedades de Pessoas
As sociedades dividem‑se no tocante às condições da alienação da participação societária em Sociedades de pessoas e Sociedades de capital.
Sociedades de pessoas (sociedades intuitu personae) - em que os sócios têm direito de vetar o ingresso de estranho no quadro associativo. Têm um papel predominante a identidade e a atuação pessoal dos sócios.
Sociedades de capital (sociedades intuitu pecuniae) - em relação às quais vige o princípio da livre circulabilidade da participação societária. Dá-se maior atenção ao capital investido na empresa do que à pessoa do sócio.
É fato que não existe uma sociedade só de pessoas ou só de capitais, pois a sociedade é a união de pessoas e capitais. O que diferencia a sociedades de pessoas da de capital é o direito dos sócios de aceitar ou não que um terceiro não sócio passe a fazer parte da sociedade.
Diante disso, as quotas da sociedade de pessoas não podem ser penhoradas, pois o arrematante da quota ingressaria no quadro de sócios.
Outra consequência específica da sociedade “de pessoas” é a dissolução parcial por morte de sócio, quando um dos sobreviventes não concorda com o ingresso de sucessor do sócio falecido no quadro social. Quando a sociedade é “de capital”, os sócios sobreviventes não podem opor‑se a tal ingresso e a sociedade não se dissolve. ULHOA,p.150
As sociedades institucionais são sempre “de capital”, enquanto as contratuais podem ser “de pessoas” ou “de capital”.
3. Sociedades não personificadas 
As sociedades não personificadas (arts. 986 a 996 do CC) são sociedades que não possuem os devidos registros de constituição da sociedade, portanto, não possuem personalidade jurídica. São espécies de sociedades não personificadas a sociedade em conta de participação e a sociedade comum, também chamada de irregular ou de fato.
3.1 Sociedades em comum ou de fato 
Designada no Código Civil como “sociedade em comum”(art. 986 a 990), também dita sociedade de fato ou sociedade irregular, é aquela que não possui ato constitutivo, e caso o tenha não foi feito os devidos registros desse, na Junta Comercial ou no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. É a sociedade que se caracteriza pela exploração de negócios sem o prévio registro exigido pela lei. Desde o momento que as partes ajustaram entre si que irão constituir uma pessoa jurídica para explorar uma atividade negocial, já há um contrato de sociedade, entretanto, não registrada. Quando, enfim, redigem e assinam o contrato social, levam-no ao devido lugar de registro, extingue-se a sociedade em comum e, consequentemente, cria-se a sociedade, ou seja, a pessoa jurídica.
Os ativos e passivos adquiridos pela sociedade formam um patrimônio jurídico especial, não pertencem à sociedade, pois não existe pessoa jurídica, nesse caso, os membros da sociedade em comum são titulares em conjunto dos bens e das dívidas, como é referenciado no Código Civil art. 988: Art. 988: “Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. ” Os sócios que se apresentaram como representantes da sociedade terão responsabilidade direta e os demais, subsidiária, mas todos os sócios são igualmente devedores das obrigações constituídas no âmbito da sociedade em comum, podendo ser obrigações solidárias (o credor, provando a sociedade por qualquer meio, pode exigir que qualquer sócio (um, alguns ou todos) pague a dívida, sem que o escolhido possa pretender que aquele que contratou pela sociedade seja executado em primeiro lugar) e ilimitadas (o patrimônio pessoal de cada um dos sócios responde pelas dívidas sociais).
A falta de registro da sociedade repercute negativamente nas obrigações tributárias acessórias, nas obrigações perante a Seguridade Social e nas relações com o Poder Público. Outra grande desvantagem, para os sócios da sociedade irregular é a não aceitação para o pedido de falência e de recuperação judicial e ineficácia probatória dos livros comerciais.
3.1.1Prova da Existência da Sociedade em Comum
Conforme citado no art. 987, do Código Civil: “Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo. ” Ou seja, pode, o terceiro, provar a qualquer modo a existência da sociedade de fato. Negrão no livro Manual de direito comercial e de empresa, do exemplo de nove atos indicativos dessa existência, são eles:
1) negociação promíscua e comum;
2) aquisição, alheação, permutação ou pagamento comum;
3) se um dos associados se confessa sócio, e os outros o não contradizem por uma forma pública;
4) se duas ou mais pessoas propõem um administrador ou gerente comum;
5) a dissolução da associação como sociedade;
6) o emprego do pronome “nós” ou “nosso” nas cartas de correspondência, livros, faturas, contas e mais papéis comerciais;
7) o fato de receber ou responder cartas endereçadas ao nome ou firma social;
8) o uso de marca comum nas fazendas ou volumes;
9) o uso de nome com a adição “e companhia”.
Já os sócios, nas relações entre eles e também dos sócios com terceiros, a prova da existência somente pode ser feita por escrito.
3.2 Sociedade em Conta de Participação 
As sociedades em conta de participação é a contratação entre duas ou mais pessoas na qual obrigam-se a contribuir, em bens e/ou serviços, além de atuar conjuntamente para a realização de certo objeto, definindo a forma de distribuição dos resultados sociais. Tal sociedade tem por finalidade estabelecer negócios com terceiros, mas sem apresentar-se como sociedade.
Uma sociedade em conta de participação constitui-se independentemente de qualquer formalidade, por escrito ou não, mas, é mais seguro fazê-lo por escrito, expressando cláusulas que podem solucionar eventuais conflitos. Entretanto, esse contrato terá efeito exclusivamente entre os sócios.
É da natureza jurídica desse tipo societário não ter personalidade jurídica, mesmo se for registrada, portanto, não possuem nome comercial. A gerencia pode ser exercida por qualquer sócio ostensivo. O patrimônio da sociedade é considerado patrimônio especial, os bens e os créditos da sociedade, bem como suas dívidas, constituirão um conjunto em separado, objeto de uma conta de participação, formada considerando a participação de cada sócio nos negócios sociais: suas contribuições e sua parte nos resultados econômicos.
De qualquer sorte, se as cláusulas contratuais e os artigos 991 a 996 forem omissos em relação a algum aspecto, aplicam-se subsidiariamente as regras que cuidam da sociedade simples (art. 997 a 1.038), desde que compatíveis.
3.2.1Espécies de Sóciose as Responsabilidades
Na sociedade em conta de participação existem dois tipos de sócios, os sócios ostensivos e os ocultos.
O sócio ostensivo negocia com terceiros, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade. Desta forma, respondem de forma solidária e ilimitada pelas obrigações que assumirem para o desenvolvimento do empreendimento comum.
Os sócios ocultos não se relacionam com o terceiro/ contratante, participam da realização da prestação contratada e partilham os respectivos resultados. Não respondem senão perante os ostensivos e na forma do que houver sido pactuado, ou seja, limitada ou ilimitadamente, de acordo com o previsto no contrato firmado entre eles. Os sócios participantes têm direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais podendo até usar da ação de prestação de contas para tanto, no entanto, não mantêm qualquer relação jurídica com os credores por obrigações decorrentes do empreendimento comum.
Em caso de falência do sócio ostensivo a sociedade será dissolvida e a conta liquidada, o crédito do participante é quirografário, ou seja, são créditos sem qualquer garantia real. Já em caso de falência de sócios ocultos o contrato de sociedade em conta de participação ficará sujeito às normas que regulam os efeitos do concurso de credores, o que não implica a dissolução da sociedade, mas sua resolução em relação ao insolvente, sendo apurados seus haveres; se há saldo positivo, será ele entregue para a massa; se há saldo negativo, será ele habilitado, pelo sócio ostensivo, junto à massa.
A dissolução da sociedade em conta de participação e a liquidação do patrimônio especial, para definir a parte que cabe a cada contratante, faz-se extrajudicialmente. A partir das contas prestadas, se definirão os créditos ou débitos de cada contratante, permitindo acertar as prestações e, assim, resolver o ajuste, extinguindo-o.
4. Sociedade por ações ou estatutárias – Tipos de ações existentes 
Toda sociedade por ações é uma sociedade empresaria conforme referenciado no CC atr.982, parágrafo único “Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. ” (Grifo nosso). 
Se constituem mediante adesão a um estatuto social, sendo chamadas também de sociedades institucionais, nas quais se incluem as: sociedades anônimas, sociedades em comandita por ações e cooperativas.
Características Gerais:
Sociedade de capital
Capital dividido por ações
Responsabilidade pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. (ART. 1º Lei de Sociedades Anônimas - LSA)
Sociedade empresária (Art. 982, § único do C.C ou Art. 2º, §1º LSA)
Sociedades anônimas, sociedades em comandita por ações e cooperativas.
5. Capital social (quotas)
Capital é aquele valor (dinheiro ou não) que é disponibilizado para gerar uma riqueza. Capital social, então, é aquilo que pode gerar riqueza através das relações sociais. Assim, o capital social de uma empresa é o dinheiro ou bens que se investem e se mantém investidos para que a sociedade exista e funcione como empresa, permitindo gerar riqueza. 
O capital social deverá ser registrado no contrato social, o valor total desse capital será divido em partes, chamadas quotas, também deveram ser mencionadas no contrato a quantidade de quotas e o valor correspondente a cada uma, podendo ser, ou não, de mesmo valor. É possível alterar o valor do capital social, o valor das quotas ou a titularidade dessas, não esquecendo que deve-se fazer uma alteração contratual e levá-la a registro.
As quotas que cada sócio possui, os respectivos valores e a forma de integralização desse capital por parte dos sócios para a constituição da empresa deveram estar explícitos no contrato. Deve está especificado no contrato social quantas cotas cada sócio subscreveu (certo número de quotas no capital de uma sociedade que o sócio assumiu) e como elas vão ser integralizadas (transferir dinheiro, bens ou créditos para a sociedade, no valor correspondente às quotas subscritas).
5.1 Integralização de capital
A integralização de capital é uma obrigação do sócio que subscreveu quotas da sociedade. O sócio não é obrigado a subscrever nenhuma quota, porém, se o faz é obrigado a realizar, ou seja, a entregar à sociedade a prestação a que se obrigou, no respectivo tempo e modo. É o contrato que especificará o modo pelo qual cada sócio deve integralizar suas quotas. Ao assinar o contrato, o sócio estará obrigado àquela prestação e só poderá integralizar por outro meio se houver aprovação da alteração contratual.
O capital social pode ser integralizado por:
Pagamento em dinheiro; 
Cessão de crédito, inclusive endosso de títulos de crédito; 
Transferência de bens imóveis ou móveis, incluindo direitos pessoais com expressividade econômica (titularidade de marca ou patente); e 
Serviços que devam ser prestados pelo sócio (contribuição em serviços), hipótese admitida apenas para alguns tipos societários (sociedade simples em sentido estrito, sociedade em nome coletivo e sociedade em comandita simples).
É chama de sócio remisso aquele que não cumpriu com os prazos para a integração do capital que por ele foi subscrito. A sociedade poderá executar o contrato social contra o sócio devedor, poderá, ainda, notificá-lo de sua mora, dando-lhe prazo de 30 dias para saldá-la, sem o que responderá pelo dano que a sociedade sofreu pelo inadimplemento. Os demais sócios, por outro lado, poderão preferir à indenização a exclusão do sócio remisso, ou mesmo a redução de sua quota ou quotas ao montante já realizado.
6.Responsabilidades
6.1 Responsabilidade (ou obrigação) solidária
Há responsabilidade, ou obrigação, solidária quando em uma obrigação tiver mais de uma pessoa responsável pelo seu cumprimento.
Em caso de responsabilidade é solidária, poderá o credor exigir o cumprimento da responsabilidade de ambos os devedores ou de apenas um deles, cabendo àquele que cumprir a obrigação o direito de regresso contra o devedor solidário.
6.2 Responsabilidade (ou obrigação) subsidiária 
Na responsabilidade subsidiaria há apenas uma pessoa responsável pelo cumprimento da obrigação a ela atribuída, em caso de não realização da obrigação devida, outro sujeito responderá, também subsidiariamente, esse sujeito pode ser por exemplo um fiador.
6.3 Responsabilidade social (limitada, ilimitada e mista)
Responsabilidade limitada – todos os sócios respondem limitadamente pelas obrigações da sociedade, a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor de suas quotas, ou ao valor do capital social.
Responsabilidade limita: Sociedade Limitada, Sociedade Anônima, Sócios comanditários na Sociedade em Comandita Simples e Sócios acionistas sem cargo de direção nas Sociedades em Comandita por Ações
Responsabilidade ilimitada – todos os sócios, sem exceção, respondem ilimitadamente pelas obrigações contraídas pela sociedade, os sócios respondem com seus bens pessoais até a absoluta satisfação dos credores. 
Responsabilidade ilimitada: Sociedade Simples Comum, Sociedade em Nome Coletivo, Sócios comanditados na Sociedade em Comandita Simples e Sócios acionistas com cargo de direção nas Sociedades em Comandita por Ações.
Responsabilidade mista – há duas espécies de sócios, uns que respondem ilimitadamente e outros que ou não têm qualquer responsabilidade de ordem pecuniária ou respondem limitadamente pelas obrigações sociais. 
Responsabilidade mista: sociedades em comandita simples e sociedades em comandita por ações
7. Sociedade Personificada 
As sociedades personificadas são aquelas que possuem personalidade jurídica, essa característica lhe é atribuída após os devidos registro da sociedade. 
Ao adquirir personalidade jurídica a sociedade passa a possuir direitos e obrigações, pode contratar com outras empresas e pessoas físicas, pode demandar em juízo (legitimidade para promover ações na justiça) e tem patrimônio próprio, ou seja, os bens da sociedade não se confundem com os bens de seus sócios.
Como norma,aplica-se às pessoas jurídicas a proteção dos direitos da personalidade (art. 52 do Código Civil). Alguns desses direitos vêm estabelecidos em outras leis, como, por exemplo, o direito ao nome, expressamente previsto na atual Constituição Federal.
Outros direitos das sociedades personificadas são o direito ao sigilo de suas atividades e o direito à propriedade em geral, inclusive à intelectual e industrial, capacitando-a a adquirir direitos e assumir obrigações, em ampla atividade negocial.
A concessão de personalidade jurídica, tendo em vista seus resultados, pode conduzir, a determinados abusos por parte do titular da empresa e dos sócios das sociedades, atingindo direitos de credores e de terceiros. Nesse caso, vem-se admitindo a desconsideração da personalidade jurídica.
7.1 Sociedades Empresariais 
Sociedade empresária é o contrato celebrado entre pessoas físicas ou jurídicas, ou somente entre pessoas físicas, por meio do qual estas se obrigam reciprocamente a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços. 
A atividade da sociedade empresária é caracterizada por três elementos formadores: a economicidade (consistente na criação de riquezas); a organização (representada por uma estrutura visível, de fatores objetivos e subjetivos de produção); e a profissionalidade (ou habitualidade de seu exercício).
As sociedades empresarias registram-se na Junta Comercial, conforme previsto o art. 1.150 do Código Civil: 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.
O ato constitutivo lista seus elementos identificadores (nome, sede etc.), delimita seu objeto social (a atividade negocial que desenvolverá) e as regras de seu funcionamento, incluindo as normas aplicáveis à sua administração. Esse documento será registrado na Junta Comercial, quando se trata de sociedade empresária e serão averbadas todas as alterações jurídicas a que seja submetido o ato constitutivo.
8. Sociedades Contratuais
Grande parte das sociedades se constitui mediante contrato escrito, com cláusulas estabelecidas pelos sócios; são as chamadas sociedades contratuais, e nessa categoria se inserem as sociedades: simples, em nome coletivo, em comandita simples e as limitadas.
8.1 Sociedade Simples
É Sociedade Simples aquela que possui objeto social distinto da atividade própria de empresário, que, por sua vez, consiste no exercício de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. O objeto da sociedade simples poderá incluir a prestação de serviços intelectuais, artísticos, científicos ou literários. É o trabalho prestado pelo médico, advogado, dentista, pesquisador, escritor etc. Poderá, entretanto, o exercício dessas mesmas profissões constituir elemento de empresa, e, nesse caso, tornar-se uma sociedade com caráter empresarial.
Com exceção das sociedades cooperativas (sociedade simples) e das sociedades por ações (sociedade empresaria), deverá ser interpretado nos casos se há ou não a presença dos três identificadores, determinando se suas atividades são ou não empresárias.
A sociedade simples pode ser classificada como sociedade pessoal, tendo em vista a rigidez imposta pela regra legal no tocante à alteração do contrato social. Há necessidade de aceitação unânime dos sócios nos debates que modifique as cláusulas referentes aos elementos essenciais do contrato (nome, nacionalidade, objeto social, sede). Em suma, a Sociedade Simples é uma espécie distinta quanto ao objeto, destinada exclusivamente às atividades não empresariais
A sociedade simples surge a partir da inscrição do respectivo contrato no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede. Se for instituído estabelecimento secundário (filial, sucursal ou agência), deverá haver averbação no Registro Público das Pessoas Jurídicas; se constituída na circunscrição de outro Registro Público, para além daquela averbação, se fará necessária inscrevê-la no Cartório daquela região, fazendo-se acompanhar da prova da inscrição originária.
Os sócios estabelecem as obrigações recíprocas e para com a sociedade criada a partir da assinatura do contrato se não determinada uma data, as mesmas responsabilidades se extinguem com a liquidação da sociedade. O sócio deve cumprir efetivamente com o capital que foi por ele subscrito, caso não o integralize no tempo e quantidade certa poderá esse ser excluído da sociedade. Também, deverá ainda aquele que prestar serviço à sociedade ter dedicação exclusiva, conforme exigências da lei. O sócio fica sujeito à participação nos lucros e nas perdas, na proporção de sua quota. Sendo assim, se sua contribuição corresponde a quinze por cento do capital, será essa sua participação nos lucros e nas perdas. A todos os sócios cabe o direito de participar das deliberações sobre as atividades da sociedade. As decisões na condução dos negócios sociais serão sempre tomadas por maioria de votos (metade mais um), segundo o valor das quotas de cada sócio, salvo se o contrato exigir deliberação por número superior ou unanimidade. Os sócios têm o direito de fiscalizar o andamento dos negócios sociais, podendo examinar os livros e documentos sociais, o estado da caixa e da carteira da sociedade, ou seja, a situação dos créditos e dos débitos sociais a qualquer tempo, ou em data que o contrato estipular.
A sociedade a sociedade simples não está sujeita à falência, mas à insolvência civil, regulada pelos Códigos Civil e de Processo Civil, porém nada impede que se dissolva, judicial ou extrajudicialmente, em virtude de consenso entre os sócios ou por inúmeras razões legais, passando à liquidação, com a venda de seus bens e satisfação de suas dívidas. Dessa maneira, pagos os credores, o sócio receberá na mesma proporção das suas cotas.
A nomeação do administrador da sociedade deve ser indicada no contrato social levado a registro no órgão competente, e, se não o for, no silêncio a respeito de quem a exerce, a administração competirá separadamente à cada um dos sócios. O administrador da sociedade simples, é sempre uma pessoa natural (art. 997, VI), sendo proibido seu exercício às pessoas jurídicas. A lei não proíbe expressamente que a administração da sociedade simples seja designada a não sócios, como o faz para outras sociedades de cunho pessoal, definidas no Código Civil. Os principais deveres impostos ao administrador são: diligência (exige-se probidade no exercício da administração social); lealdade (deve ser leal aos interesses e finalidades da sociedade, prestando fielmente os serviços necessários para que ela atinja os fins comuns para o qual foi constituída); e informação e prestação de contas (que nasce do direito do sócio de fiscalizar os atos de gerência).
Como pessoa jurídica, a sociedade é primariamente responsável pelas obrigações assumidas perante terceiros. No entanto, se os bens sociais não cobrirem as dívidas sociais, os sócios respondem pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, também é possível que o contrato estabeleça responsabilidade solidária entre os sócios. 
A sociedade simples pode usar denominação (art. 997, II) ou firma social. O fato de no inciso II do art. 997 do Código Civil dizer: “II – denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; ” não impede o uso de firma social.
8.2 Sociedade em Nome Coletivo
As sociedades em nome coletivo, em comandita simples e em conta de participação, possuem três características comum: 
A existência em cada uma delas de pelo menos um sócio com responsabilidade ilimitada, de forma subsidiária ao patrimônio social da sociedade comercial, e solidária entre os sócios dessa mesma categoria;
A rigidez na decisão de ingresso e retiradade sócios, não sendo possível qualquer alteração societária nesse sentido, salvo com o consentimento expresso de todos os demais sócios; 
A adoção de firma social para a formação do nome comercial, com a utilização do nome completo ou abreviado de um, alguns ou todos os sócios de responsabilidade ilimitada.
As sociedades em nome coletivo podem ser simples ou empresarias, é uma sociedade de pessoas e seus sócios não podem ser pessoas jurídicas, apenas pessoas físicas.
A composição do nome, firma social, é formada a partir do nome de um, alguns ou todos os sócios, abreviados ou por completos, em casos que use apenas um ou alguns nomes dos sócios deve-se acrescer ao final Cia abreviado ou por extenso (Companhia), se todos os nomes forem usados na composição da firma social é proibido por lei o uso de qualquer acréscimo, previsto no art. 34 da Lei n. 8.934/94. 
Exemplo: MM e CIA ou MM & Companhia; Martins, Moreira e Silva.
A responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Ilimitada porque ultrapassa os limites do patrimônio social quando este é insuficiente. Solidária em razão de responderem todos os sócios pelo que faltar para total satisfação dos credores sociais. No caso de não satisfação da dívida, o credor pode pedir a execução dos bens de um dos sócios ou de todos. Se apenas um dos sócios adimplir a obrigação, esse tem o direito de regresso: receber dos outros sócios a parte que caberia a cada um deles na quitação do respectivo saldo com o credor. Em resumo a obrigação dos sócios é: subsidiária em relação à sociedade e solidária entre os sócios.
A administração da sociedade sempre cabe à pessoa física que, necessariamente ostentando a qualidade de sócio, é designada no contrato social. Caso não seja designado um sócio especifico a cargo da administração da sociedade, fica sob responsabilidade de todos os sócios devido ao uso da firma social (administração coletiva) que poderá ser conjunta, simultânea ou sucessiva. No silêncio do contrato, a administração societária será simultânea, ou seja, competirá a cada um dos sócios, separadamente.
8.3 Sociedade em Comandita Simples 
 
A sociedade em comandita simples é um tipo societário raro nos dias atuais, esse tipo de sociedade visa diferenciar os sócios investidores (comanditários) dos sócios administradores (comanditados). Aplicam-se à sociedade em comandita simples as mesmas regras da sociedade em nome coletivo e da sociedade simples, no que forem compatíveis.
Os sócios investidores são os comanditários, deles provêm os fundos para a atividade negociais e não tem responsabilidade subsidiária pelas obrigações sociais e sim responsabilidade limitada proporcional ao valor de sua quota. Um grande incentivo dado aos comanditários (investidores) é não lhes atribuir responsabilidade pelas obrigações da sociedade, desde que tenham integralizado as quotas a ele correspondente. Não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às mesmas responsabilidades de sócio comanditado. Contudo, não estão impedidos de participar das deliberações da sociedade e fiscalizar as operações sociais. Também se permite que o comanditário seja constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais, o que não implicará a extensão da responsabilidade subsidiária a seu patrimônio pessoal. Os comanditários têm, como os comanditados, direito de participar da distribuição dos lucros proporcionalmente às suas quotas.
Já os sócios administradores são chamados de sócios comanditados, esses devem ser somente pessoas físicas para compor a administração da sociedade e tem responsabilidade subsidiária pelas obrigações sociais (responsabilidade ilimitada). Se a sociedade não adimplir suas obrigações, os sócios comanditados responderam com os seus bens pessoais para extinção da obrigação correspondente. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo e da sociedade simples, inclusive as limitações para transferência de quotas. Se falta sócio comanditado, os comanditários, para não incorrer em responsabilidade subsidiária, nomearão administrador provisório para praticar os atos de administração, mesmo sem assumir a condição de sócio.
Como mencionado anteriormente, o administrador da sociedade em comandita simples pode ser um ou mais sócios comanditados. Em caso de omissão no contrato social a responsabilidade da sociedade compete separadamente a cada um dos sócios. 
Assim como na sociedade em nome coletivo, o nome empresarial (firma social) é formado a partir do nome de um, alguns ou todos os sócios comanditados. Deve-se usar a expressão “e companhia”, por extenso ou abreviadamente.
Morrendo sócio comanditado, dá-se a dissolução parcial da sociedade, a menos que o contrato social expressamente estipule o ingresso dos sucessores. Se falecer comanditário, a sociedade, em princípio, não se dissolve. De acordo com a espécie de sócio falecido varia a natureza personalística ou capitalista da sociedade, no tocante às consequências da morte de sócio: entre os comanditados, ela é “de pessoas”, salvo se o contrato dispuser em contrário, e, entre os comanditários, é “de capital”, a menos que disposto em sentido diferente no contrato.
8.4 Sociedade Limita
A sociedade limitada é o tipo societário de maior presença na economia da Nação, tal fato se deve principalmente as duas características: limitação da responsabilidade dos sócios e a contratualidade. Em razão da limitação da responsabilidade os empreendedores e investidores podem limitar as perdas, em caso de insucesso da empresa. A responsabilidade de cada sócio pelas obrigações da sociedade é restrita ao valor não integralizado de suas quotas. Uma vez integralizado todo o capital da sociedade, os credores sociais não poderão executar seus créditos no patrimônio particular dos sócios. Por ser constituída por contrato social, as relações entre os sócios podem pautar-se nas disposições de vontade destes e a margem para negociações entre os sócios é maior.
Em princípio, nas omissões do capítulo do Código Civil referente às limitadas (art. 1.052 a 1.087), aplicam-se as regras das sociedades simples e, supletivamente, pelas regras das sociedades anônimas. Por exemplo, na regra de desempate nas deliberações sociais. Em razão da natureza contratual das limitadas, a constituição e dissolução de sociedades deste tipo seguem sempre as regras do Código Civil.
O registro da sociedade limitada será feito no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, se sociedade simples, ou na Junta Comercial, se sociedade empresária. O nome comercial (poderá ser razão social ou denominação) deverá vir acrescido, obrigatoriamente, da palavra limitada, por extenso ou abreviada (Ltda.).
8.4.1 Capital Social – Aumento e Redução
O capital da sociedade limitada será dividido em quotas, de valor igual ou em valores desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. Deverá o capital, na sociedade limitada, ser integralizado em dinheiro ou bens, não se admitindo contribuição que consista em prestação de serviços. Pode ocorrer alterações no capital social, ele pode ser reduzido, se superar as necessidades da empresa, ou aumentado, se faltar ou para que seja feita uma expansão da atividade. Se não há regras específicas em lei especial, para o aumento de capital basta alteração do contrato social, aprovada por sócios que representem 75% do capital social e registrada, desde que já estejam integralizadas todas as quotas da sociedade. Pode-se aumentar o capital com a incorporação de lucros. A sociedade registra superávit contábil e os sócios decidem que, em lugar de distribui-lo, o superávit será incorporado ao capital social. O aumento de capital pode fazer-se tanto pelo aumento da quantidade de quotas, conservando-se o seu valor original, quanto pelo aumento do valor das quotas, conservando-se a sua quantidade original. Nada impede que se adote solução mista: aumentona quantidade e no valor das quotas. Há também a possibilidade de redução do capital social. A decisão de reduzir o capital pode advir em virtude de inadimplência de sócio remisso ou sua exclusão; em virtude de perdas irreparáveis; em razão de ser excessivo e, em razão de retirada de sócio. Em todos os casos, a redução faz-se por meio de alteração contratual.
8.4.2 Administração da Sociedade Limitada 
Pessoas jurídicas podem ser sócios das sociedades limitas, porém, somente pessoas físicas podem ser administradores dessas, já que se fazem necessários não só atos físicos, mas ao mesmo tempo compreensão da realidade e expressão da vontade, que se fará em nome da sociedade, a quem o administrador representará. É administrada por uma ou mais pessoas naturais, que serão designadas no contrato social ou em ato separado, seguindo as regras do contrato. Se a nomeação se faz por ato em separado, a investidura na administração se fará por meio de termo de posse no livro de atas da administração. A sociedade limitada poderá eleger, como administrador, um dos sócios ou pessoa que não seja sócia, desde que o contrato social expressamente o permita. 
Pode-se atribuir a administração a todos os sócios, conjunta, simultânea ou sucessivamente. A eleição do administrador que seja sócio faz-se por mais da metade do capital social (maioria absoluta); já a designação de administrador não sócio enquanto o capital não estiver integralizado exige a unanimidade dos sócios, e após a integralização, no mínimo, dois terços. O administrador não poderá ser pessoa impedida de empresariar. Poderá delegar funções específicas de gerência a preposto ou prepostos. Se o administrador foi eleito para exercer a função por tempo determinado, os poderes para o exercício do cargo cessam quando completado o prazo. Não havendo tempo definido, o exercício do cargo de administrador cessa pela destituição, que pode ser motivada ou imotivada. É lícito ao administrador, sócio ou não, renunciar à administração.
8.4.3 Conselho Fiscal
O conselho fiscal é novidade previstas pelo novo Código Civil, será composto por, no mínimo, três membros efetivos e respectivos suplentes, que podem ser sócios ou não. Sendo impedidos os membros da administração da própria sociedade ou de outra, por ela controlada, empregados de ambas ou dos respectivos administradores, bem assim os cônjuges ou parentes até terceiro grau destes. Ricardo Negrão diz que a constituição do concelho é facultativa e destaca os seguintes deveres: 
examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da sociedade e o estado da caixa e da carteira, devendo os administradores ou liquidantes prestar-lhe as informações solicitadas; b) lavrar no livro de atas e pareceres o resultado dos exames mencionados; c) exarar parecer anual sobre os negócios e operações sociais, tomando por base o balanço patrimonial e o de resultado econômico; d) denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrir, sugerindo providências úteis à sociedade; e) convocar a assembleia dos sócios se a diretoria retardar por mais de trinta dias sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes; f) praticar esses mesmos atos durante a liquidação da sociedade.
8.4.4 Deliberações sociais 
Os sócios decidem sobre a sociedade limita em reuniões ou assembleias, depende do previsto no contrato social. Se o número de sócios for superior a dez, será obrigatório deliberar por meio de assembleia. A diferença entre a reunião e a assembleia está na formalidade desta última. Cabe ao administrador ou administradores convocar a reunião ou assembleia. 
8.4.5 Dissolução 
A dissolução da sociedade ocorre em decorrência dos mais variados motivos, podendo advir da vontade dos seus membros ou por imposição das circunstâncias de mercado ou determinação legal ou judicial. A dissolução pode ser por: vontade dos sócios; término do prazo de sociedade por prazo determinado; em decorrência de falência; falta de pluralidade de sócios (unipessoalidade); inexequibilidade do fim social ou exaustão do fim social; extinção da autorização de funcionamento.
9 Sociedade Estatutárias 
9.1 Sociedade Anônima
O capital da sociedade anônima é dividido em ações, cada possuidor dessa ação é denominado sócio acionista. A responsabilidade patrimonial dos acionistas limita-se ao valor das quotas subscritas; uma vez integralizado o capital social correspondente às suas ações, o sócio não responderá (subsidiária ou solidariamente) pelas obrigações da sociedade. Esse tipo de sociedade é constituída por estatuto, trata-se de uma sociedade absolutamente constituída em função do capital e independente do seu objeto social, definido por lei, ela sempre será uma sociedade empresaria, sendo assim registrada na Junta Comercial. A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões companhia, no início, ou sociedade anônima, expressas por extenso ou abreviadamente (Cia. e S.A., respectivamente). Para a denominação será escolhido um termo ou expressão de fantasia, podendo ser, inclusive, o nome do fundador, de acionista ou de pessoa que por qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, desde que com sua aceitação, face à necessidade de preservação do direito personalíssimo ao próprio nome.
Gladston Mamede define três pontos mínimos necessário para a constituição de uma sociedade anônima, são eles:
(1) a subscrição, pelo menos por duas pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto; (2) o pagamento em dinheiro, como entrada, de no mínimo 10% (se mais não exigir lei especial) do preço de emissão das ações subscritas e (3) o depósito, no Banco do Brasil S.A. ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro, a ser efetuado pelo fundador, no prazo de cinco dias contados do recebimento das quantias, em nome do subscritor e a favor da sociedade em organização, que só poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica.
As ações da sociedade anônima podem ser negocias mediante oferta pública, isto é, no mercado de valores imobiliários, nos balcões das corretoras de valores ou nas bolsas de valores, que são feiras permanentes, organizadas pelas corretoras, para a negociação de valores mobiliários, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Fala-se em companhia aberta quando os títulos de uma sociedade anônima estão admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários, em oposição à companhia fechada, que não pode negociar seus títulos na bolsa e nos balcões de corretoras. A sociedade anônima aberta é inscrita na Comissão de Valores Mobiliários ( CVM); seus títulos (ações e outros) têm circulação ampla, podendo ser oferecidos ao público em geral, sendo negociados na Bolsa de Valores. A sociedade anônima fechada não tem autorização da Comissão de Valores Mobiliários, seus títulos têm circulação restrita, não podendo ser objeto de oferta pública, não sendo negociados por corretoras, nem na Bolsa de Valores.
O capital social pode ser integralizado em dinheiro ou em bens. O capital social da companhia pode ser modificado, devendo-se respeitar o que está disposto não apenas em lei, mas, igualmente, no estatuto da sociedade. O capital pode ser aumentado por deliberação da assembleia geral ou do conselho de administração, observado o que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite autorizado no estatuto; por conversão, em ações, de debêntures ou partes beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações; por deliberação da assembleia geral extraordinária convocada para decidir sobre a reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a mesma esgotada. Pode haver redução do capital se houver perda, até o montante dos prejuízos acumulados, ou se julgar que o capital social está excessivo.
Ao final do exercício social a sociedade anônima deve levantar algumasdemonstrações contábeis com o objetivo de possibilitar o conhecimento, pelos acionistas e por terceiros, de sua situação patrimonial, econômica e financeira, bem como dos resultados positivos ou negativos alcançados pela empresa. Ao fim do exercício social, a diretoria deve providenciar o levantamento das demonstrações financeiras. Quando a companhia é fechada, são quatro instrumentos contábeis a serem fornecidos: balanço patrimonial; lucros ou prejuízos acumulados; resultado do exercício; fluxos de caixa. É vedado a sociedade o uso de regime de caixa, sendo essa obrigada ao uso do regime de competência. A sociedade deve ser apresentar Balanço Patrimonial; Lucros ou Prejuízos Acumulados; Demonstração do Resultado do Exercício; Demonstração Fluxos de Caixa e para as companhias abertas é obrigatório também a Demonstração de Valor Adicionado
A dissolução da companhia pode se dar de pleno direito, por decisão judicial ou por decisão de autoridade administrativa competente. São causas determinantes da primeira modalidade de dissolução o término do prazo de duração, os casos previstos em estatuto, a deliberação da assembleia geral por acionistas detentores de, no mínimo, metade das ações com voto, por unipessoalidade incidente, e, finalmente, pela extinção da autorização para funcionar. São causas da dissolução judicial a anulação da constituição da companhia, proposta por qualquer acionista, a irrealizabilidade do objeto social, provada em ação proposta por acionista que represente 5% ou mais do capital social, e, finalmente, a falência.
9.2 Sociedade em Comandita por Ações
É uma mistura da comandita simples e sociedade anônima. Seu capital é dividido em ações, os sócios comanditários podem exercer a gerência, com o ônus de responderem como se comanditados fossem.
Sócios diretores ou gerentes, respondem pelas obrigações sociais de forma solidária e ilimitadamente, de forma subsidiária ao patrimônio social, e sócios acionistas, respondem tão somente pela integralização das ações subscritas ou adquiridas.
Pode ser exercida por qualquer acionista, que, nessa qualidade, responderá ilimitada e solidariamente pelas obrigações da sociedade, de forma subsidiária aos bens sociais. A responsabilidade perdura até dois anos após a destituição ou exoneração, pelas obrigações contraídas durante sua gestão.
A sociedade em comandita por ações poderá comerciar sob firma ou razão social, da qual só farão parte os nomes dos sócios-diretores ou gerentes. Optando-se pela estrutura de firma social, deverá haver alteração no nome empresarial a cada alteração da administração ou gerência, a denominação ou a firma deve ser seguida das palavras comandita por ações, por extenso ou abreviadamente.
10. As Sociedades de Economia Mista 
A sociedade de economia mista é uma sociedade anônima com capital público e particular, sendo a maior parte desse capital de origem pública. A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem as mesmas responsabilidades do acionista controlador.
Segundo definição de Ricardo Negrão, sociedade mista é:
[...] sociedade anônima de direito privado, mas sujeita aos princípios da Administração Pública e controlada pelo Poder Público, criada por lei para atender aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, tendo por objeto atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou prestação de serviços.
As sociedades de economia mista terão, obrigatoriamente, conselho de administração e, em funcionamento permanente, o conselho fiscal.
As principais características são: criação e extinção por lei; ter como objeto atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou prestação de serviços; ser necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definido em lei; sujeitar-se ao controle governamental; sujeitar-se às normas de direito público nas licitações, contratações de serviços e compras, mas reger-se também pelas regras da sociedade por ações.
11.As Cooperativas 
As cooperativas são sociedades simples independente do seu objeto social, conforme determinações legais. É uma sociedade constituída por estatuto.
Podem ser classificada quanto ao objeto por: agrícola, de consumo, de credito, educacional, especial, habitacional, de infraestrutura, mineral, de produção, de saúde, de trabalho e de turismo e lazer, pode haver cooperativas mistas, que apresentam mais de um objeto nas suas atividades. 
As sociedades cooperativas ainda podem ser classificadas em sociedades limitadas, nas quais a responsabilidade dos sócios pelos compromissos da sociedade alcança apenas o valor do capital social subscrito e ainda não integralizado, e sociedades sem limite de responsabilidade, nas quais a responsabilidade do sócio pelos compromissos da sociedade é pessoal, solidária e não tem limite, embora submetida ao benefício de ordem, ou seja, somente se poderá invocar a responsabilidade do sócio para com terceiros, como membro da sociedade, depois de judicialmente exigida da cooperativa.
São características essenciais do cooperativismo:
Liberdade de adesão (sociedades cooperativas têm número ilimitado de cooperados);
Variabilidade ou dispensa do capital social (o elemento essencial é a cooperação);
Limitação do número de quotas-partes do capital para cada cooperado (não se admite que o fundo social da cooperativa esteja concentrado na mão de um único, ou de poucos cooperados);
Cessão limitada de quota (é juridicamente impossível ceder as quotas-partes do capital a terceiros, estranhos à sociedade)
Princípio da administração democrática (a cada cooperado corresponde um voto nas assembleias da cooperativa-singularidade);
Resultados em função das operações;
Indivisibilidade dos fundos;
Neutralidade política, religiosa, racial e social;
Assistência a cooperados e empregados; e 
Limitação da área de admissão.
A sociedade cooperativa constitui-se por deliberação da assembleia geral dos fundadores, constante da respectiva ata, ou por instrumento público. O número mínimo de cooperados é aquele necessário para compor a administração da sociedade, conforme estatuto, mas nunca inferior a 20. Para seu funcionamento, a sociedade cooperativa deverá ter um livro de matrícula, no qual os associados serão inscritos por ordem cronológica de admissão.
A sociedade cooperativa é administrada por uma diretoria ou um conselho de administração, conforme disponha seu estatuto, ambos compostos exclusivamente de cooperados eleitos pela assembleia geral, sendo que o associado que aceitar e estabelecer relação empregatícia com a cooperativa perde o direito de votar e ser votado. O estatuto fixará o mandato dos administradores, nunca superior a quatro anos.
As cooperativas podem se dissolver segundo Mamede:
(I) deliberação da assembleia geral, desde que um mínimo de 20 cooperados, nas cooperativas singulares, ou três, nas cooperativas centrais ou federações de cooperativas, não se disponham a assegurar a sua continuidade; (2) pelo decurso do prazo de duração; (3) pela consecução dos objetivos predeterminados; (4) devido à alteração de sua forma jurídica; (5) pela redução do número mínimo de cooperados ou do capital social mínimo se, até a assembleia geral subsequente, realizada em prazo não inferior a seis meses, eles não forem restabelecidos; ( 6) pelo cancelamento da autorização para funcionar, embora circunscrito àquelas que, pelo tipo de atividade, a exijam; (7) pela paralisação de suas atividades por mais de 120 dias.
A dissolução segue o processo de liquidação até a extinção da sociedade.
Referências 
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: Direito de empresa. 28º ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial I Gladston Mamede.- 8. ed.São Paulo: Atlas, 2013.
Negrão, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa, volume 1 / Ricardo Negrão. 9. ed. – São Paulo: Saraiva, 2012.