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O ensino de Química por meio de atividades experimentais - A realidade do ensino nas escolas

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O ENSINO DE QUÍMICA POR MEIO DE ATIVIDADES 
EXPERIMENTAIS: A REALIDADE DO ENSINO NAS ESCOLAS 
 
Lígia Bueno, Kátia de Cássia Moreia, Marília Soares, Denise J. Dantas, Andréia C. S. 
Wiezzel, Marcos F. S. Teixeira 
 
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” 
Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente 
 
 
RESUMO: A presente pesquisa tem por finalidade discutir a importância da utilização, 
de atividades práticas em Química, na sala de aula, perpassando algumas 
concepções que os professores possuem a respeito do tema. Esta pesquisa foi 
realizada por meio de levantamento e análise bibliográfica específica. Foi possível 
conhecer autores da área da educação que discutem o processo de ensino, 
aprendizagem e a inserção de atividades práticas neste contexto, sendo a realidade 
das escolas parte deste estudo. Tal pesquisa pretende, auxiliar professores de 
Química no trabalho em sala de aula e contribuir para a melhoria do entendimento e 
aprendizagem dos conteúdos propostos pela área. 
 
Palavras- Chaves: ensino de química, atividades experimentais, realidade das 
escolas 
 
 
Introdução 
 
A Química é a ciência que estuda a matéria, as transformações químicas por ela 
sofridas e as variações de energia que acompanham estas transformações. Ela 
representa uma parte importante em todas as ciências naturais, básicas e aplicadas. O 
crescimento e metabolismo das plantas, a formação de rochas, o papel 
desempenhado pelo ozônio na atmosfera superior, a degradação dos poluentes 
ambientais, as propriedades do solo lunar, a ação medicinal de drogas: nada disto 
pode ser compreendido sem o conhecimento e as perspectivas fornecidas pela 
Química e como qualquer ciência (Física, Biologia etc) progride através da chamada 
atividade científica ou pesquisa científica ou método cientifico de trabalho que, em 
linhas gerais, se desenvolve da seguinte maneira: 
 
a) Observações de fatos ou fenômenos ocorridos na Natureza, nos laboratórios, 
nas indústrias etc. 
b) Realização de experiências: é muito importante que a experiência possa ser 
repetida muitas vezes, por qualquer pessoa habilitada, dando sempre o mesmo 
resultado. 
 
A Química, porém, não é uma coisa complicada, executada somente por 
químicos especializados e laboratórios com aparelhagem cara e sofisticada. Pelo 
contrario, ela está sempre presente no nosso dia-a-dia. 
Na Química, podemos distinguir duas atividades: a prática e a teoria. A atividade 
prática ocorre no manuseio e transformação de substâncias nos laboratórios e nas 
indústrias, quando então se trabalha em nível macroscópico, isto é, em coisas visíveis. 
A atividade teórica se verifica quando se procura explicar a matéria, em nível 
microscópico. 
 
 
1 - A atividade experimental no ensino de química 
 
Não havendo uma articulação entre os dois tipos de atividades, isto é, a teoria e 
a prática, os conteúdos não serão muito relevantes à formação do indivíduo ou 
contribuirão muito pouco ao desenvolvimento cognitivo deste. Porém, ao que parece, o 
ensino de Química não tem oferecido condições para que o aluno a compreenda 
enquanto conceitos e nem quanto a sua aplicação no dia-a-dia. 
As pesquisas sobre o ensino de Química no ensino médio são ainda incipientes. 
O limiar da pesquisa nacional pode ser localizado no ano de 1940, com a criação do 
Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC), intensificando-se, porém, 
após a criação dos dois primeiros programas de pós-graduação em ensino de ciências, 
na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
(UFRGS), no início dos anos 1970. A partir de então, por mais de duas décadas, 
desenvolveram-se incontáveis pesquisas na área, retratadas em mais de duas 
centenas de dissertações ou teses acadêmicas e em várias centenas de artigos 
científicos [1]. 
Em que pese essa significativa massa de pesquisas sobre o ensino de ciências, 
pouquíssimos estudos foram efetuados no sentido de analisar, de modo mais global, 
suas contribuições para a Educação Nacional, seus problemas, limitações, lacunas, à 
semelhança dos citados estudos sobre a pesquisa educacional em seu conjunto. Até a 
década de 1980, encontramos apenas três trabalhos que desenvolveram uma análise 
de um determinado conjunto de pesquisas educacionais na área de ciências, todos 
relativos ao ensino de Física. Entretanto, esses três trabalhos são circunscritos a 
conceitos particulares, no âmbito de uma determinada instituição acadêmica ou de 
uma linha de pesquisa específica. 
Ao longo das últimas décadas a pesquisa sobre o ensino de ciências (Biologia, 
Física e Química no ensino médio e fundamental) tem dado enfoque a diversos 
elementos relacionados com o mesmo, sendo alguns mais específicos como o papel 
das atividades práticas, o livro didático e as diferentes formas de abordagem dos 
conteúdos. Há ainda outros que poderíamos classificar como sendo de caráter mais 
geral, ou seja, versam sobre os fundamentos da educação científica, seus objetivos, 
seus condicionantes sócio-culturais políticos e econômicos. 
 Mesmo com essa gama variada de enfoques Nardi (1998) acredita que, de 
forma ampla, tais pesquisas apresentam um traço comum: a busca de uma 
compreensão mais clara e profunda de vários elementos que caracterizam o ensino 
das ciências, pretendendo assim gerar adequações ou modificações nas práticas 
pedagógicas do professor em sala de aula [2]. 
 As perspectivas constitutivas do processo de aprendizagem se caracterizam de 
forma bem ampla por três aspectos: 
 
a) cada pessoa constrói individualmente seus próprios significados para as 
experiências que vivência; 
b) por ser individual, essa construção é diferente para cada pessoa guardando, 
contudo, certa comunalidade; 
c) muitas dessas construções envolvem a ligação das novas idéias e experiências 
com outras, que a pessoa já sabe e acredita. 
 
Independentemente das perspectivas construtivas do processo de 
aprendizagem tem sido proposto que as atividades de ensino empregadas nas aulas 
de diferentes disciplinas escolares sejam planejadas de modo a aproveitar, 
complementar, desenvolver e transformar as idéias, teorias e conhecimentos que os 
alunos trazem consigo. 
É importante também que os professores estejam atentos a enorme distância 
que tende a se estabelecer entre o mundo da ciência e o mundo do cotidiano, 
distância essa que o academismo exagerado da escola pode tornar ainda maior. 
Convenções, enunciados, conceitos, teorias, modelos e leis podem a primeira vista ser 
tão incompreensíveis quanto palavras e frases de uma língua estrangeira. O professor 
precisa considerar este problema e encontrar pontos de contato entre o conteúdo a ser 
ministrado e os conhecimentos atuais do aluno. Tais pontos de contato se localizam 
geralmente em temáticas do cotidiano e da atualidade. 
Em todos os cursos de capacitação ou atualização para professores da rede 
pública, a ausência de atividades experimentais, as chamadas aulas práticas, é 
freqüentemente apontada pelos professores como uma das principais deficiências no 
ensino das disciplinas científicas no ensino fundamental e médio, por diversas e bem 
conhecidas razões. Se por um lado isso indica que há alguma percepção da 
importância da experimentação na ciência, por outro lado, Nardi [2] observa também 
que os principais argumentos utilizados pelos professores para justificar a necessidade 
das atividades experimentais se apóiam majoritariamente em uma concepção de 
ciência ultrapassada e há muito tempo criticada pelos filósofos da ciência: 
 
Podemos citar, por exemplo, a falta de laboratórios e equipamentos no 
colégio, número excessivo de aulas, o que impede uma preparação 
adequada de aulas práticas; desvalorização das aulas práticas, conduzida 
pela idéia errônea de que aulas práticasnão contribuem para a preparação 
para o vestibular; ausência do professor laboratorista; formação insuficiente 
do professor. Na química onde poucos são os professores formados nessa 
disciplina, parece-nos que o último desses fatores tem grande importância, 
pois muitas vezes existem equipamentos no colégio, mas os professores não 
sabem utilizá-lo [2]. 
 
 
Pode-se observar com professores, que perguntas sobre a função e a 
importância da experimentação na ciência, levam a três tipos básicos de resposta: as 
de cunho epistemológico, que assumem que a experimentação serve para comprovar 
a teoria, revelando a visão tradicional de ciências; as de cunho cognitivo, que supõem 
que as atividades experimentais podem facilitar a compreensão do conteúdo; e as de 
cunho moto-vocacional, que acreditam que as aulas práticas ajudam a despertar a 
curiosidade ou o interesse pelo estudo. 
Na presente pesquisa, o interesse maior consiste na discussão da importância 
dos experimentos. A ciência é uma troca irredutível entre o experimento e a teoria, e 
assim, a separação total entre o experimento e a teoria não é desejável e nem 
possível. 
A função do experimento é fazer com que a teoria se adapte à realidade, 
poderíamos pensar que, como atividade educacional isso poderia ser feito em vários 
níveis, dependendo do conteúdo, da metodologia adotada ou dos objetivos que se 
quer com a atividade. 
 
2 - Considerações sobre a função do experimento no ensino de química 
 
Para a realização de um curso prático, diversos fatores precisam ser 
considerados: as instalações da escola, o material e os reagentes requeridos e, 
principalmente, as escolhas das experiências. Estas precisam ser perfeitamente 
visíveis, para que possam ser observadas pelos alunos; precisam não apresentar 
perigo de explosão, de incêndio ou de intoxicação, para a segurança dos jovens; 
precisam ser atrativas para despertar o interesse dos mais indiferentes; precisam ter 
explicação teórica simples, para que possam ser induzidas pelos próprios alunos. 
Esta ultima condição é de grande importância, para unir a teoria à pratica. As 
observações feitas devem ser associadas aos conhecimentos anteriores e explicadas 
racionalmente. Consegue-se essa importante etapa da aprendizagem fazendo-se, logo 
após a experiência um questionário sobre o trabalho executado. Com perguntas bem 
dirigidas, leva-se o aluno a raciocinar sobre o que observou e tirar suas próprias 
conclusões [3]. 
Após pesquisas na área, percebeu-se a falta de um manual simples que 
pudesse servir de guia dos trabalhos dos alunos e esta foi a motivação para a criação 
do projeto em questão, já que envolve a criação de alternativas à prática experimental 
nas aulas de Química por meio da elaboração de materiais de fácil reprodução, a 
maioria deles feitos a partir de matéria prima de baixo custo, como incentivo aos 
professores em sua prática docente e no intuito de auxiliar o processo de ensino-
aprendizagem, despertando nos alunos interesse em adquirir conhecimento. Pois, 
quando se trata de fazer experiências de Química, mesmo em nível elementar, ou há 
dificuldades sérias na seleção das experiências, ou se corre o risco de dar um 
tratamento absolutamente inadequado ao trabalho de abstração de forma tal que não 
tenha aproveitamento futuro [4]. 
A experimentação permite que os alunos manipulem objetos e idéias e 
negociem significados entre si e com o professor durante a aula. É importante que as 
aulas práticas sejam conduzidas de forma agradável para que não se torne uma 
competição entre os grupos e, sim, uma troca de idéias e conceitos ao serem 
discutidos os resultados. 
 
 
Conclusão 
 
A partir de estudos correlatos, pôde-se perceber que a dificuldade dos alunos 
em compreender conteúdos das ciências exatas, principalmente Química, pode ser 
superada/minimizada através da utilização de aulas experimentais, que o auxilia na 
compreensão dos temas abordados e em suas aplicações no cotidiano, já que 
proporcionam uma relação entre a teoria e a prática. Quanto ao professor, ao 
desenvolver atividades práticas em sala de aula, estará colaborando para que o aluno 
consiga observar a relevância do conteúdo estudado e possa atribuir sentido a este, o 
que o incentiva a uma aprendizagem significativa e, portanto, duradoura. 
Apesar disso, nota-se que o processo de ensino/aprendizagem de química nas 
salas de aula ainda não estão muito compatíveis com as necessidades dos alunos e 
com os preceitos que levam a uma significativa aprendizagem. 
Diante disso, faz-se necessários estudos com ênfase maior na questão 
metodológica e viabilização de atividades experimentais em sala de aula. Este será o 
próximo passo desta pesquisa pretende, com seus resultados, auxiliar professores de 
Química no trabalho em sala de aula e contribuir para a melhoria do ensino e 
aprendizagem dos conteúdos da área. 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
[1] NARDI, Roberto Pesquisa em ensino de Física São Paulo: Escrituras, 1998. 
[2] NARDI, Roberto. Questões atuais no ensino de ciências. São Paulo: Escrituras, 
1998. 
 
[3] AMARAL, Luciano do; Trabalhos práticos de química. São Paulo. Livraria Nobel, 
1966; Volume 2. 
 
[4] DOMINGUEZ, Sérvulo Folgueras; As experiências em química. São Paulo, Edart, 
1975. 
 
 
Bibliografia 
 
 
AFFONSO, Armando Experiências de Química São Paulo: Didática Irradiante S.A., 
1970, 1. 
Brasil. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares 
Nacionais: ensino médio/ Ministério da Educação, Secretária de Educação Média e 
Tecnológica. – Brasília: MEC; SEMTEC, 2002. 
 
CACHAPUZ, Antônio F. – A Universidade e a Valorização do Ensino e a Formação de 
seus Docentes. In: MACIEE, Lizete S. B. Reflexões sobre a formação de 
professores – Campinas, SP; Papirus, 2002 – (Coleção Magistério: Formação e 
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FELTRE, Ricardo Química Geral São Paulo: Moderna, 1995, 1. 
 
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Mariana de Andrade Fundamentos de 
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MALDANER, Otávio Aloísio A Formação Inicial e Continuada de professores de 
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MOREIRA, M. A.; MASINI, E. F. S. Aprendizagem significativa: a teoria de David 
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NARDI, Roberto Questões Atuais no Ensino de Ciências São Paulo: Escrituras, 
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NÓVOA, António – Formação de professores e profissão docente. In: Nóvoa, A. – 
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