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Avaliação Nutricional de Adolescentes NTR 5604 - Avaliação Nutricional (2014) Profa. Elisabeth Wazlawik Material adaptado de aulas das professoras Patrícia Maria de Oliveira Machado e Yara Maria Franco Moreno Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências da Saúde Departamento de Nutrição Avaliação Nutricional em Adolescentes Adolescência: 10 a 19 anos (OMS, 1995) - Mudanças biológicas, culturais, psicológicas, sociais, definição da própria identidade. Redefinição da Imagem Corporal (infantil adulto) - Estirão de crescimento Avaliação Nutricional em Adolescentes ≠s partes do corpo crescem em proporções distintas. Membros superiores (braços) e inferiores (pernas) e a cabeça crescem mais rapidamente que o resto do corpo, atingindo seu tamanho final mais cedo. Até a idade de 11 anos, meninos e meninas têm aproximadamente a mesma força muscular. O crescimento muscular dos rapazes é maior, o que explica a maior força física média dos homens na idade adulta. Adolescentes – mudanças hormonais Meninos - hormônio folículo-estimulante (FSH) → ao desenvolvimento das células que produzem os espermatozóides - hormônio luteinizante (LH) → produção do hormônio masculino, a testosterona (características sexuais) Meninas - FSH → produção dos óvulos - LH → menstruação Ovários: Estrogênio: crescimento dos seios, pelos pubianos, acúmulo de gordura Progesterona: regula o ciclo menstrual e a gravidez Puberdade Apesar das individuais no crescimento e no desenvolvimento sexual, o processo de amadurecimento sexual uma sequência, comum tanto aos rapazes como às moças. Mulheres Em geral, ocorre mais precocemente 2 anos mais cedo do que nos homens Avaliação Nutricional em Adolescentes Antropometria Composição corporal Maturação sexual Mudanças físicas Estatura: Meninos: 9-10 cm/ano Meninas: 8 cm/ano Ganho de 15-25% da estatura adulta Estirão pubertário: Velocidade máxima de crescimento Juzwiak e Zimberg, 2009 Mudanças físicas Peso: Meninos: 8kg/ano Meninas: 6-8 kg/ano 50% do peso adulto Meninos: 1,5 x mais massa magra do que as meninas no final da adolescência (testosterona) 20 anos mulheres 2 x mais tecido adiposo do que os homens (estrogênio/progesterona) Juzwiak e Zimberg, 2009 Aquisição/ mudança de hábitos alimentares inadequados Relacionamento grupal fora de casa Preocupação com a aparência Influência da mídia Pouco conhecimento/reconhecimento do valor nutricional dos alimentos Horários escolares e de trabalho Omissão de refeições, consumo de lanches, “fast-foods” e dietas da moda. Alterações biopsicossocias: Atividades esportivas em excesso Uso prolongado de medicamentos Uso de drogas e álcool Gravidez precoce Anorexia Bulimia Obesidade Sintomas de anorexia nervosa Insatisfação com a imagem corporal Alterações nutricionais: Florianópolis Alves, 2008 Maturidade sexual Fatores genéticos Estado nutricional prévio Incremento das necessidades nutricionais, com aumento da necessidade energética e de nutrientes (ex.:ferro). Alterações nutricionais Inadequação nutricional: inibir hormônios gonadais retardando o inicio da puberdade prejudicando o ganho estatural. Obesidade aceleração da maturação óssea e da puberdade crescimento linear cessa precocemente. Avaliação Antropométrica - Peso - Altura - Circunferências do braço - Dobras Cutâneas (DCT e DCSE) - Circunferência abdominal CMB AMBc ATB AGB CMB = CB – (DCT . ) AMBc = (CMB)²/(4 . ) – correção do osso* * (homens = 10; mulheres = 6,5) AGB = ATB - AMB Frisancho, 1990 Peso Meninas com pouca massa corporal na adolescência = risco de redução da massa óssea na idade adulta Para manter a menstruação = 18 a 20% de gordura Baixo peso em adolescentes sem o estirão = comprometimento do crescimento demanda de necessidades nutricionais Sobrepeso na adolescência = fator de risco para doenças crônicas na idade adulta Estatura Apresenta interferência da desnutrição, infecções e doenças crônicas Crescimento compensatório é possível (removido o fator causador) A baixa estatura está associada à redução de massa magra, deficiência na força muscular e na capacidade de trabalho. IMC Indicador adequado para a avaliação do estado nutricional de adolescentes Reflete mudanças corporais Boa correlação com a adiposidade em adolescentes Correlação com o risco de doenças crônicas, no adulto. Organização Mundial da Saúde indica a sua utilização desde 1990. Avaliação do crescimento de adolescentes Peso percentual de gordura corporal Altura velocidade de crescimento Maturidade sexual desenvolvimento puberal A/I: útil para desnutrição crônica P/I e P/A: menos utilizados Índices Antropométricos propostos pelo Ministério da Saúde (WHO, 2007) VIGILÂNCIA NUTRICIONAL BRASIL, 2008 Valores Críticos Índices Antropométricos IMC / Idade Estatura / Idade < p0,1 < z-3 Magreza acentuada Muito baixa estatura para idade ≥ p0,1 e < p3 ≥ z-3 e < z-2 Magreza Baixa estatura para idade ≥ p3 e < p15 ≥ z-2 e < z-1 Eutrofia Estatura adequada para idade ≥ p15 e ≤ p85 ≥ z-1 e ≤ z+1 > p85 e ≤ p97 > z+1 e ≤ z+2 Sobrepeso > p97 e ≤ p99,9 > z+2 e ≤ z+3 Obesidade > p99,9 > z+3 Obesidade grave VIGILÂNCIA NUTRICIONAL UTILIZADOS OS GRÁFICOS DE CRIANÇAS MAIORES DE 5 ANOS. http://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php?conteudo=curvas_cresc_oms VIGILÂNCIA NUTRICIONAL • Um adolescente classificado com IMC para Idade abaixo de p0,1 ou z-3 é muito magro. Em populações saudáveis, encontra-se 1 adolescente nesta situação para cada 1.000. • Contudo, alguns casos correspondem a transtornos alimentares. Em caso de suspeita dessa situação, o adolescente deve ser encaminhado para um serviço especializado. VIGILÂNCIA NUTRICIONAL • Um adolescente classificado com Altura para Idade acima de p99,9 ou z+3 é muito alto, mas raramente corresponde a um problema. • Alguns casos correspondem a desordens endócrinas e tumores. Em caso de suspeita dessas situações, o adolescente deve ser encaminhado para um atendimento especializado. (WHO, 2007) (WHO, 2007) (WHO, 2007) (WHO, 2007) Pontos de Corte para a Avaliação Antropométrica Populações saudáveis: 1 em 1000 adolescentes. Atenção: distúrbio alimentar! WHO, 2007 Dobras Cutâneas ● tríceps e subescapular: ● boa correlação com o % de gordura total Frisancho, 1990 Frisancho, 1990 Percentis da soma das dobras cutâneas tricipital e subescapular (mm) de crianças e adolescentes, segundo idade e sexo. DOBRAS CUTÂNEAS * Composição de gordura corporal segundo NCHS (1976-80), realiza o somatório da prega triciptal e subescapular. Identifica na tabela qual percentil corresponde o somatório por idade e sexo. Excesso de gordura corporal PCSE e PCT ≥ p90 DOBRAS CUTÂNEAS * Composiçãode gordura corporal segundo Lohman (1987) realiza aplicação da PCSE e PCT em fórmula. % gord = 1,35 (TR+SE) – 0,012 (TR+SE)² - C, Onde C é uma constante relacionada a idade, sexo e raça DOBRAS CUTÂNEAS *Slaughter et al., 1988. Equações para determinação do % de gordura corporal utilizando a soma das dobras cutâneas (tríceps e subescapular) em ambos os sexos, de 8 a 18 anos DOBRAS CUTÂNEAS Constantes por idade e raça DOBRAS CUTÂNEAS Slaughter et al (1988): quando a soma PCSE e PCT for >35mm aplicar as fórmulas: DOBRAS CUTÂNEAS Slaughter et al (1988) DOBRAS CUTÂNEAS Dwyer (1996) estabelece como parâmetros de % de gordura corporal até: 20% para rapazes 30% para as moças Indica que acima dos valores propostos existem fatores de risco para diversos problemas de saúde (especialmente doenças cônicas não transmissíveis - DCNT) Consequências de nutrição inadequada Baixa estatura e atraso na maturação sexual Adolescente com IMC baixo para idade: - mau prognóstico p/ gravidez - repetências na escola - faltas no trabalho / escola Sobrepeso/Obesidade Associação com maior morbidade e mortalidade na idade adulta Maturação Sexual idade cronológica assume importância secundária; adolescentes de mesma idade e sexo podem se encontrar em estágios distintos de maturação sexual; maturação sexual: correlaciona com crescimetno linear, alterações de peso, composição corporal e alterações hormonais. Avaliação da maturidade sexual: identificação do desenvolvimento das características sexuais secundárias Critérios de Tanner critérios (estádios) enumerados de 1 a 5 consideram as mamas, pelos pubianos, genitália masculina realizada por médico com experiência em adolescentes ou através da auto avaliação (auto aplicável) Maturação Sexual - Critérios de Tanner Avaliação Nutricional em Adolescentes Estadiamento Puberal - Meninos Estadiamento Puberal - Meninas Avaliação Nutricional em Adolescentes Maturação Sexual Estádio 1 – P1M1 / P1G1: características infantis; meninas < 9 - 10 anos e meninos < 11 - 12 anos; começam as mudanças nos caracteres sexuais secundários; antes da puberdade: aumento da adiposidade como forma de reservar energia para o estirão. Estádio 2 – P2M2 / P2G2: meninas: início do estirão; meninos: início da puberdade e não o estirão. Maturação Sexual Estágio 3 – P3M3 / P3G3: meninas: fim do estirão; menarca: entre os estágios 3 e 4; meninos: período do estirão. Estádio 4 – P4M4 / P4G4 meninas: - estabilização hormonal: maior eficiência na conversão de energia em gordura Atenção: prevenção da obesidade meninos: - fim do estirão - final do estádio: ganho de tecido adiposo e muscular Maturação Sexual Estádio 5 – P5M5 / P5G5 Indica a finalização do processo de maturação sexual Considera-se com atraso puberal: meninas: sem desenvolvimento das características sexuais secundárias após os 13 anos ou sem a menarca após os 15 anos meninos: sem o desenvolvimento aos 14 anos ou sem alcançar o G3 até os 15 anos → Avaliar o padrão de desenvolvimento familiar e o histórico alimentar- nutricional Referências Bibliográficas BRASIL. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN na assistência à saúde. Ministério da Saúde. Brasília, 2008. DWYER, T.; BLIZZARD, C.L. Defining obesity in clhildren by biological end point rather than population distribuition. International Journal of Obesity. v. 20, p 472-80, 1996. FARIAS, E.S.; SALVADOR, M.R.D. Antropometria, Composição Corporal e Atividade física de escolares. Rev. Bras. Cine. Des. Hum. n. 7, v. 1, p21-29. 2005. JUSWIAK, C.R.; ZIMBERG, I.Z. Avaliação de Adolescentes. In: TIRAPEGUI, J.; RIBEIRO, S.M.L. Avaliação Nutricional – Teoria e Prática. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2009. KRAEMER, J. W.; FLECK, S. J. Strenght Training for Young Athletes. United States: Human Kinetics, 1993, p. 13. LOHMAN, TG; ROCHE, AFE; MARTORELL, R. Anthropometric standardization reference manual assessment. Champagnat (II): Human Kinectics Books; 1987. PEREIRA, D.L.; et al. Composição Corporal de Escolares de 11-13 anos de idade, da cidade de Irati – PR. Rev. Cinergis, 2010. SLAUGHTER, M.H; et al. Skinfold equations for estimation of body fatness in children and youth. Hum Biol 1988; 5: 709-723 VITOLO, M.R. Da Gestação ao Envelhecimento. Ed. Rubio. Rio de Janeiro, 2008.
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