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Casa do Patrimônio em Pirenópolis

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Centro Universitario Planalto Do Distrito Federal
Aluna: 
Ra: 
Professor: 
Disiplina: 
Casa do Patrimônio em Pirenópolis
BRASÍLIA, 2019
Casa do Patrimônio em Pirenópolis
Escritório Técnico do Iphan, Rua 24 de Outubro, 1 Pirenópolis/GO
Escritório Técnico do Iphan Rua 24 de Outubro, um Pirenópolis/GO 
Localização: Centro Histórico.
Tombamento: Federal, Proc. 1181-T-85, Inscrição 530, Livro Histórico, 10/01/1990. Características construtivas: Construída em métodos tradicionais da arquitetura vernacular de Goiás, pilares de madeira na estrutura e adobe nas vedações. Piso de tábuas corridas sobre barrotes. Passou por processo de restauro para abrigar nos dias atuais o Escritório Técnico do Iphan. 
Histórico: O primeiro proprietário conhecido foi o capitão Pedro Lourenço Dias, provavelmente seu construtor. Faleceu em 1894, deixando em seu inventário “uma morada de casas de cinco lanços coberta de telhas com quintal, sita à Rua do Bomfim desta cidade, avaliada por 4.000.000”. Pertenceu sucessivamente a: Benedita Ferreira Dias, José Lourenço Dias, Joaquim de Carvalho, Waldemir Adjucto Pinheiro, Albacio Flueri e depois a Geraldo Moreira de Melo. Este a transfere a Luiz Tomaz de Aquino Filho que, finalmente, em 1988, a vendeu ao Iphan. Além de abrigar o Escritório Técnico do Iphan, oferece à população local espaço para exposições e biblioteca voltada para educação patrimonial.
História de Pirenópolis
Pyrenópolis (ortografia usada antigamente), posteriormente Pirenópolis, significa "a Cidade dos Pireneus". Seu nome provém da serra que circunda a cidade que é a Serra dos Pireneus. Segundo a tradição local, a serra recebeu este nome por haver nas regiões imigrantes espanhóis, provavelmente catalãs. Por saudosismo ou por encontrar alguma semelhança com os Pirenéus da Europa, cadeias de montanhas situadas entre a Espanha e a França deram então a esta serra o nome de Pirenéus, mas mais tarde, devido à pronúncia da língua portuguesa no Brasil, surgiu a grafia sem acento.
Pirenópolis foi tombada como conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1989, o município conta com um Centro Histórico ornado com casarões e igrejas do século XVIII, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário (1728-1732), a Igreja de Nossa Senhora do Carmo (1750-1754) e a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (1750-1754), além de construções de relevante beleza arquitetônica.
Ficha Técnica
Nome: Conjunto Arquitetônico, Urbanístico, Paisagístico e Histórico de Pirenópolis
Município: Pirenópolis
Estado: Goiás
Superintendência Regional do Iphan: 14ª
Área do perímetro tombamento: 17 ha
Nº Processo: 1181-T-85
Características do Tombamento Federal
Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.
Data: 10 de janeiro de 1990
Inscrição: 105
Livro do Tombo: Histórico Vl. 2,
Inscrição: 530,
Pirenópolis é um município histórico, sendo um dos primeiros do estado de Goiás. Foi fundado com o nome de Minas de Nossa Senhora do Rosário Meia Ponte pelo minerador português Manoel Rodrigues Tomar (alguns historiadores denominaram-no como Manoel Rodrigues Tomás). As minas da região foram descobertas pelo bandeirante Amaro Leite, porém foram entregues aos portugueses por Urbano do Couto Menezes, companheiro de Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera Filho, na primeira metade do século XVIII. Segundo a tradição local, o arraial foi fundado em 7 de outubro de 1727, porém não há documentos comprobatórios e muitos historiadores e cronistas antigos afirmam ser a fundação em 1731.
Foi importante centro urbano dos séculos XVIII e XIX, com mineração de ouro, comércio e agricultura, em especial a produção de algodão para exportação no século XIX. Ainda no século XIX, com o nome de cidade de Meia Ponte, destacou-se como o berço da música goiana, graça ao surgimento de grandes maestros, bem como berço da imprensa em Goiás, já que ali nasceu o primeiro jornal do Centro Oeste, denominado Matutina Meiapontense. Uma vez que citamos aqui o primeiro jornal do Centro Oeste, o poeta Leo Lynce diz, nos seguintes versos decassílabos: Que mundo de emoções experimento,/ ao recordar-te gleba hospitaleira/ - berço da imprensa de Goiás -, primeira/ luz acesa no nosso pensamento. Em 1890, a cidade teve seu nome mudado para Pirenópolis, o município dos Pireneus, nome dado à serra que a circunda. Ficou isolada durante grande parte do século XX e redescoberta da década de 1970, com a construção da nova capital do país, Brasília. Hoje, é famosa pelo turismo e pela produção do quartzito, a Pedra de Pirenópolis.
Técnica construtiva
Adobe
O adobe é um material vernacular usado na construção civil. É considerado um dos antecedentes históricos do tijolo de barro e seu processo construtivo é uma forma rudimentar de alvenaria. Adobes são tijolos de terra crua, água e palha e algumas vezes outras fibras naturais, moldados em fôrmas por processo artesanal ou semi-industrial.
A construção feita com este tijolo torna-se muito resistente, e o interior das casas muito fresco, suportando muito bem as altas temperaturas. Em regiões de clima quente e seco é comum o calor intenso durante o dia e sensíveis quedas de temperatura à noite, a inércia térmica garantida pelo adobe minimiza esta variação térmica no interior da construção.
As construções de adobe devem ser executadas sobre fundações de pedra comum, xisto normalmente, cerca de 60 cm acima do solo, para evitar o contato com a umidade ascendente (infiltração), que degradaria o adobe. Da mesma forma é importante a construção de coberturas com beirais a fim de proteger as paredes das águas de chuva.
As paredes devem ser revestidas para maior durabilidade.
É recomendada a construção de adobe no período de seca, pois o tijolo não deve ser exposto à chuva durante o processo de cura, uma vez que a argila dissolve-se facilmente. No entanto, depois da construção coberta, ele resiste sem problema algum, com grande durabilidade.
Vantagens do uso do adobe:
Baixo custo
Conforto térmico
Uso de material regional
Pode ser preparado no próprio local da construção
Rapidez na preparação dos tijolos
Sustentável
A preparação do adobe é feita em solo argiloso. Faz-se um buraco perto do local da obra onde há solo apropriado, colocando-se água. Depois, amassa-se com os pés até sentir que tem boa liga. O barro é posto em fôrmas de madeira com as dimensões de 40 cm de comprimento, 20 cm de largura e 15 cm de altura. A fôrma é molhada antes de se colocar a argila. Depois, realiza-se um processo de secura por 10 dias, virando-o a cada dois dias.
Para testar a resistência colocam-se dois tijolos afastados em cerca de 30 cm e um terceiro em cima de ambos. Se não houver rachaduras, significa que o tijolo possui boa qualidade.
O uso de tecnologia tem facilitado à produção do adobe, em vários países são fabricadas máquinas que produzem esses elementos em escala industrial, e com boa qualidade.
O adobe foi inserido no Brasil pelos portugueses a partir de influências mouras e romanas no período colonial. O ideal consistia em usar as grossas paredes como alternativa de defesa para o intenso calor. A dificuldade de se conseguir outros materiais construtivos e grande quantidade de matéria prima disponível consolidou sua utilização. Para a produção do adobe era utilizada primordialmente mão de obra escrava e a técnica atravessou gerações decorrendo até os dias atuais. O uso do Adobe começou a cair em desuso com a negação dos valores coloniais no início do regime republicano, o que se intensificou após a Revolução Industrial.[
O adobe possuiria menos resistência que a taipa de pilão quando esta é bem executada. Nas construções em alvenaria no período colonial brasileiro, ele seria reservado para partes secundárias, contudo, igrejas inteiras puderam ser construídas em adobe como, por exemplo, a Matriz de Santa Rita Durão, Minas Gerais, Capela de São Miguel Arcanjo em São Paulo e a Igreja de São Sebastião, atualmente, DistritoFederal. A durabilidade do componente é comprovada pela persistência desses exemplares e suas boas condições físicas após o decorrer dos séculos. 
A partir do período colonial, esta técnica foi amplamente difundida e aprimorada pelo país principalmente nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo.
O uso de adobe na Região Nordeste do Brasil é altamente difundido devido às suas características físicas e bioclimáticas, bem como sua importância econômica e sociocultural para os municípios, além da grande disponibilidade de matéria prima de qualidade na região, o que a torna ainda mais utilizada. O norte do Ceará, em especial, possui grandes áreas de solo argiloso (argissolo) de excelente qualidade para a produção de blocos de adobe; essa junção de fatores sociais, físicos e morfológicos faz com que essa técnica seja amplamente utilizada para erguer novas edificações, principalmente moradias unifamiliares, já que o adobe é autoportante e dispensa o uso de estruturas secundárias na sustentação das vedações. O município de Viçosa do Ceará se destaca dentre as cidades onde o uso de blocos de adobe é constante, a cidade é quase que completamente erigida em adobe, e vai desde construções históricas, como a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção (Viçosa do Ceará), às residências. Lá o adobe é predominante utilizado sozinho ou em paralelo a outros materiais, como o tijolo cozido, ou argamassa de cimento e cal. O uso deste material em Viçosa é tão intenso e difundido, que a produção de blocos de adobe deixou de ser algo realizado apenas in loco para a utilização na própria obra, e passou a ser comercializado pelos moradores, gerando um mercado e até mesmo uma demanda pelo produto.
Um dos mais antigos materiais de construção utilizados no mundo é o tijolo de adobe. Sua composição traz terra crua, água, palha e fibras naturais (como esterco de gado), que são moldados artesanalmente em fôrmas e cozidos ao sol.
Seu uso se concentrou especialmente nas regiões quentes e secas. Com a evolução das técnicas de arquitetura, este método de construção foi caindo em desuso, sendo geralmente substituído pelos tijolos de cimento.
Hoje algumas cidades históricas brasileiras ainda possuem casarões feitos de adobe, como, por exemplo, Ouro Preto, em Minas Gerais, e Pirenópolis, em Goiás.
Do ponto de vista ecológico, este tipo de tijolo se mostra benéfico, pois é um material econômico e que regula a temperatura interna da construção. Mas seu uso requer algumas ressalvas, uma vez que é indicado para locais onde haja pouca umidade.
Conheça mais sobre o tijolo de adobe e suas vantagens e desvantagens:
Vantagens:
A principal vantagem consiste em ser um material ecológico e sustentável, já que o barro é um elemento reutilizável, e quando não cozido, pode ser triturado e umedecido para voltar ao estado original. Sua produção não necessita de grande quantidade de energia e ainda é um excelente isolante térmico, mantendo a temperatura dos ambientes sempre balanceados. Além disso, construções de adobe podem absorver até 30 vezes mais umidade do que uma de tijolo cozido.
Desvantagens:
O principal problema é que as construções com tijolos de adobe precisam ser protegidas da umidade, e não são todos os locais onde se pode implementá-lo, já que ele se desintegra facilmente em contato direto com a chuva. Seu uso também não é próprio para edifícios com mais de um pavimento. Além disso, o barro não é um elemento padronizado, podendo variar a quantidade e o tipo de areia, argila e outros agregados de cada lugar onde a terra é extraída. Outra desvantagem é que ao secar, o barro se contrai e podem aparecer fissuras. Para diminuir este processo é necessário, enquanto o tijolo seca, mantê-lo sempre umedecido para que não seque rápido demais
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