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Ementa e Acórdão
25/03/2014 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 SANTA CATARINA
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) :CIA HERING 
ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BLUMENAU 
ADV.(A/S) :PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE 
BLUMENAU 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE LIXO. 
CONTRATAÇÃO DE EMPRESA PRIVADA PARA O RECOLHIMENTO 
DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS. OBRIGATORIEDADE DO PAGAMENTO 
DA TAXA DE COLETA DE LIXO MANTIDA. ACÓRDÃO 
FUNDAMENTADO NA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL E NO CONJUNTO 
PROBATÓRIO. SÚMULAS NS. 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA 
PROVIMENTO.
A C Ó R D Ã O 
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência da 
Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e das 
notas taquigráficas, por unanimidade, em negar provimento ao agravo 
regimental, nos termos do voto da Relatora. 
Brasília, 25 de março de 2014. 
Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559675.
Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9
Relatório
25/03/2014 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 SANTA CATARINA
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) :CIA HERING 
ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BLUMENAU 
ADV.(A/S) :PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE 
BLUMENAU 
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora): 
1. Em 10 de fevereiro de 2014, neguei seguimento ao recurso 
extraordinário interposto pela Cia. Hering contra julgado do Tribunal de 
Justiça de Santa Catarina, que decidiu não estar a Agravante desobrigada 
do pagamento da taxa de coleta de lixo por ter contratado empresa 
particular para o recolhimento do lixo industrial. A decisão agravada teve 
a seguinte fundamentação:
“3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.
Em seu voto, o Desembargador Relator ponderou:
“Insurge-se quanto à forma de cálculo da referida taxa, no que 
tange o critério de utilização da área do imóvel para cobrança do 
tributo e o custo efetivo do serviço prestado e/ou colocado à disposição 
do contribuinte.
Entretanto, ainda que a atividade realizada em alguns dos 
imóveis da apelante seja essencialmente industrial, certamente nestas 
unidades fabris não são produzidos apenas resíduos industriais, mas 
também orgânicos e aqueles equiparados a domésticos decorrentes de 
higiene e limpeza, e ainda queles produzidos nos refeitórios, sanitários 
e escritórios. Assim, o simples fato de a apelante não fazer uso dos 
serviços de coleta de lixo colocados a sua disposição, preferindo fazê-lo 
via contratação com a empresa particular encarregada de remover os 
Supremo Tribunal Federal
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25/03/2014 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 SANTA CATARINA
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) :CIA HERING 
ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BLUMENAU 
ADV.(A/S) :PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE 
BLUMENAU 
R E L A T Ó R I O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora): 
1. Em 10 de fevereiro de 2014, neguei seguimento ao recurso 
extraordinário interposto pela Cia. Hering contra julgado do Tribunal de 
Justiça de Santa Catarina, que decidiu não estar a Agravante desobrigada 
do pagamento da taxa de coleta de lixo por ter contratado empresa 
particular para o recolhimento do lixo industrial. A decisão agravada teve 
a seguinte fundamentação:
“3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.
Em seu voto, o Desembargador Relator ponderou:
“Insurge-se quanto à forma de cálculo da referida taxa, no que 
tange o critério de utilização da área do imóvel para cobrança do 
tributo e o custo efetivo do serviço prestado e/ou colocado à disposição 
do contribuinte.
Entretanto, ainda que a atividade realizada em alguns dos 
imóveis da apelante seja essencialmente industrial, certamente nestas 
unidades fabris não são produzidos apenas resíduos industriais, mas 
também orgânicos e aqueles equiparados a domésticos decorrentes de 
higiene e limpeza, e ainda queles produzidos nos refeitórios, sanitários 
e escritórios. Assim, o simples fato de a apelante não fazer uso dos 
serviços de coleta de lixo colocados a sua disposição, preferindo fazê-lo 
via contratação com a empresa particular encarregada de remover os 
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Relatório
RE 785189 AGR / SC 
resíduos industriais, não modifica a realidade da obrigação legal de 
pagar a contribuição para os erviço que lhe é colocado à disposição”. 
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina assentou a validade da 
cobrança da taxa de coleta de lixo nos termos previsto na legislação 
municipal, porque, mesmo produzindo lixo industrial, ao desenvolver 
suas atividades, a Recorrida também produz lixo objeto do serviço 
remunerado por aquela taxa.
A apreciação do pleito recursal demandaria a análise prévia de 
fatos e provas e da legislação local aplicada à espécie (Lei municipal n. 
2.047/74). Assim, a alegada contrariedade à Constituição da 
República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que inviabiliza o 
processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as 
Súmula n. 282 e 280 deste Supremo Tribunal:
“EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. 
Município de Natal. Taxa de coleta de lixo domiciliar. Legitimidade. 
Reexame de fatos e provas e de legislação infraconstitucional local. 
Base de cálculo. Metragem do imóvel. Constitucionalidade. 
Improcedência. Precedentes. 1. Pacífica é a jurisprudência desta Corte 
no sentido de ser legítima a cobrança de taxa de coleta de lixo 
domiciliar, haja vista ser esse serviço de caráter divisível e específico. 
2. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame de fatos e 
provas dos autos e de legislação infraconstitucional local. Incidência 
das Súmulas nºs 279 e 280 do STF. 3. O Supremo Tribunal Federal 
firmou entendimento no sentido da constitucionalidade da utilização 
da área do imóvel como base de cálculo da taxa de coleta de lixo 
domiciliar. 4. Agravo regimental não provido”. (RE 596.945-AgR, 
Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJ 29.3.2012).
“EMENTA: TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE LIXO 
DO MUNICÍPIO DE MANAUS. LIMPEZA PÚBLICA. 
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF. I - 
O acórdão recorrido dirimiu a questão em exame com apoio no 
conjunto fático-probatório dos autos cujo revolvimento não é possível 
em recurso extraordinário, a teor da Súmula 279 do STF. II - Agravo 
regimental improvido” (RE 553.315-AgR, Relator o Ministro Ricardo 
Lewandowski, Primeira Turma, DJ 19.6.2009).Nada há a prover quanto às alegações do Recorrente. 
2 
Supremo Tribunal Federal
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RE 785189 AGR / SC 
resíduos industriais, não modifica a realidade da obrigação legal de 
pagar a contribuição para os erviço que lhe é colocado à disposição”. 
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina assentou a validade da 
cobrança da taxa de coleta de lixo nos termos previsto na legislação 
municipal, porque, mesmo produzindo lixo industrial, ao desenvolver 
suas atividades, a Recorrida também produz lixo objeto do serviço 
remunerado por aquela taxa.
A apreciação do pleito recursal demandaria a análise prévia de 
fatos e provas e da legislação local aplicada à espécie (Lei municipal n. 
2.047/74). Assim, a alegada contrariedade à Constituição da 
República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que inviabiliza o 
processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as 
Súmula n. 282 e 280 deste Supremo Tribunal:
“EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. 
Município de Natal. Taxa de coleta de lixo domiciliar. Legitimidade. 
Reexame de fatos e provas e de legislação infraconstitucional local. 
Base de cálculo. Metragem do imóvel. Constitucionalidade. 
Improcedência. Precedentes. 1. Pacífica é a jurisprudência desta Corte 
no sentido de ser legítima a cobrança de taxa de coleta de lixo 
domiciliar, haja vista ser esse serviço de caráter divisível e específico. 
2. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame de fatos e 
provas dos autos e de legislação infraconstitucional local. Incidência 
das Súmulas nºs 279 e 280 do STF. 3. O Supremo Tribunal Federal 
firmou entendimento no sentido da constitucionalidade da utilização 
da área do imóvel como base de cálculo da taxa de coleta de lixo 
domiciliar. 4. Agravo regimental não provido”. (RE 596.945-AgR, 
Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJ 29.3.2012).
“EMENTA: TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE LIXO 
DO MUNICÍPIO DE MANAUS. LIMPEZA PÚBLICA. 
CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF. I - 
O acórdão recorrido dirimiu a questão em exame com apoio no 
conjunto fático-probatório dos autos cujo revolvimento não é possível 
em recurso extraordinário, a teor da Súmula 279 do STF. II - Agravo 
regimental improvido” (RE 553.315-AgR, Relator o Ministro Ricardo 
Lewandowski, Primeira Turma, DJ 19.6.2009). 
Nada há a prover quanto às alegações do Recorrente. 
2 
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Relatório
RE 785189 AGR / SC 
4. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário 
(caput do art. 557 do Código de Processo Civil e § 1º do art. 21 do 
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”.
2. Publicada essa decisão no DJe de 17.2.2014, interpôs a Cia. Hering 
em 21.2.2014, tempestivamente, agravo regimental.
3. A Agravante alega que “o Município de Blumenau disponibiliza e 
efetiva apenas o serviço de coleta de lixo domiciliar e limita-se a realizá-lo na 
forma estabelecida pelo seu Código de Posturas (Lei nº 2.047/74) (…) Conforme 
já demonstrado em Recurso Extraordinário, leva-se em conta a fração de área 
edificada dos imóveis, sua localização, utilização, frequência dos serviços, e 
somente incidirá sobre lixo domiciliar, o que sem sombra de dúvidas não é 
produzido pelo estabelecimento industrial da Recorrente”.
Afirma que “o critério material da taxa em discussão é a utilização efetiva 
e a potencialidade de uso, ou seja, a disposição do serviço. Para que ocorra a 
potencialidade de uso, necessário que se analise cada caso específico, para que se 
extraia a possibilidade ou não da conformação inerente à exigibilidade do 
tributo”. E argumenta: 
“a destinação do imóvel é elemento vital para o enfoque ora 
pretendido (…) tornando-se evidente que uma empresa industrial 
produz lixo de natureza diferenciada de uma habitação, é obrigada por 
lei a dar destino específico, já que reconhecidamente o Município não 
se obriga a recolher lixo não doméstico. Essa é a situação da 
Recorrente, responsabilizando-se pela coleta, remoção e destinação 
final ao lixo produzido em seus imóveis, com empresas especializadas 
que atuam devidamente autorizadas pelo Poder Público Municipal. 
Por isso, inexiste a incidência do serviço posto à disposição do 
pretendido contribuinte já quem, primeiramente, não produz lixo 
domiciliar e sim lixo industrial (princípio da legalidade estrita). Em 
segundo, a própria empresa comprovadamente dá destino final a todo 
lixo que produz”.
3 
Supremo Tribunal Federal
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RE 785189 AGR / SC 
4. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário 
(caput do art. 557 do Código de Processo Civil e § 1º do art. 21 do 
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”.
2. Publicada essa decisão no DJe de 17.2.2014, interpôs a Cia. Hering 
em 21.2.2014, tempestivamente, agravo regimental.
3. A Agravante alega que “o Município de Blumenau disponibiliza e 
efetiva apenas o serviço de coleta de lixo domiciliar e limita-se a realizá-lo na 
forma estabelecida pelo seu Código de Posturas (Lei nº 2.047/74) (…) Conforme 
já demonstrado em Recurso Extraordinário, leva-se em conta a fração de área 
edificada dos imóveis, sua localização, utilização, frequência dos serviços, e 
somente incidirá sobre lixo domiciliar, o que sem sombra de dúvidas não é 
produzido pelo estabelecimento industrial da Recorrente”.
Afirma que “o critério material da taxa em discussão é a utilização efetiva 
e a potencialidade de uso, ou seja, a disposição do serviço. Para que ocorra a 
potencialidade de uso, necessário que se analise cada caso específico, para que se 
extraia a possibilidade ou não da conformação inerente à exigibilidade do 
tributo”. E argumenta: 
“a destinação do imóvel é elemento vital para o enfoque ora 
pretendido (…) tornando-se evidente que uma empresa industrial 
produz lixo de natureza diferenciada de uma habitação, é obrigada por 
lei a dar destino específico, já que reconhecidamente o Município não 
se obriga a recolher lixo não doméstico. Essa é a situação da 
Recorrente, responsabilizando-se pela coleta, remoção e destinação 
final ao lixo produzido em seus imóveis, com empresas especializadas 
que atuam devidamente autorizadas pelo Poder Público Municipal. 
Por isso, inexiste a incidência do serviço posto à disposição do 
pretendido contribuinte já quem, primeiramente, não produz lixo 
domiciliar e sim lixo industrial (princípio da legalidade estrita). Em 
segundo, a própria empresa comprovadamente dá destino final a todo 
lixo que produz”.
3 
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Relatório
RE 785189 AGR / SC 
Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do 
presente recurso.
É o relatório.
4 
Supremo Tribunal Federal
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RE 785189 AGR / SC 
Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do 
presente recurso.
É o relatório.
4 
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
25/03/2014 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 SANTA CATARINA
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora): 
1. Razão jurídica não assiste à Agravante.
2. O Desembargador Relator do recurso no Tribunal de origem 
asseverou em seu voto:
“ainda que a atividade realizada em alguns dos imóveis da 
apelante seja essencialmente industrial, certamente nestas unidades 
fabris não são produzidos apenas resíduos industriais, mas também 
orgânicos e aqueles equiparados a domésticos decorrentes de higiene e 
limpeza, e ainda queles produzidos nos refeitórios, sanitários e 
escritórios. Assim, o simples fato de a apelante não fazer uso dos 
serviços de coleta de lixo colocados a sua disposição, preferindo fazê-lo 
via contratação com a empresa particular encarregada de remover os 
resíduos industriais, não modifica a realidade da obrigação legal de 
pagar a contribuição para os erviço que lhe é colocado à disposição”. 
Como afirmado na decisão agravada, concluir de forma diversa 
quanto à natureza dos resíduos produzidos pela Agravante demandaria a 
prévia análise da legislação municipal e o reexame de provas, 
procedimentos que não podem ser adotados em recurso extraordinário. 
Nesse caso, eventual ofensa constitucional, se tivesse ocorrido, seria 
indireta. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 280 do Supremo 
Tribunal Federal. Nesse sentido:
“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA 
DE LIXO. COBRANÇA CONCOMITANTE AO DEVER DE 
CONTRATAR EMPRESA PRIVADA PARA REMOVER LIXO 
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
25/03/2014 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 SANTA CATARINA
V O T O
A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora): 
1. Razão jurídica não assiste à Agravante.
2. O Desembargador Relator do recurso no Tribunal de origem 
asseverou em seu voto:
“ainda que a atividade realizada em alguns dos imóveis da 
apelante seja essencialmente industrial, certamente nestas unidades 
fabris não são produzidos apenas resíduos industriais, mas também 
orgânicos e aqueles equiparados a domésticos decorrentes de higiene e 
limpeza, e ainda queles produzidos nos refeitórios, sanitários e 
escritórios. Assim, o simples fato de a apelante não fazer uso dos 
serviços de coleta de lixo colocados a sua disposição, preferindo fazê-lo 
via contratação com a empresa particular encarregada de remover os 
resíduos industriais, não modifica a realidade da obrigação legal de 
pagar a contribuição para os erviço que lhe é colocado à disposição”. 
Como afirmado na decisão agravada, concluir de forma diversa 
quanto à natureza dos resíduos produzidos pela Agravante demandaria a 
prévia análise da legislação municipal e o reexame de provas, 
procedimentos que não podem ser adotados em recurso extraordinário. 
Nesse caso, eventual ofensa constitucional, se tivesse ocorrido, seria 
indireta. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 280 do Supremo 
Tribunal Federal. Nesse sentido:
“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA 
DE LIXO. COBRANÇA CONCOMITANTE AO DEVER DE 
CONTRATAR EMPRESA PRIVADA PARA REMOVER LIXO 
Supremo Tribunal Federal
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9
Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 785189 AGR / SC 
QUE SUPERASSE CERTA QUANTIDADE. MUNICÍPIO DO 
RIO DE JANEIRO. ACÓRDÃO QUE CONCLUI NÃO HAVER 
MOTIVAÇÃO PARA A CUMULAÇÃO DE OBRIGAÇÕES. 
OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA OU REFLEXA. 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. O Tribunal de 
origem entendeu incabível o dever de contratação de empresa privada 
para coleta de lixo cuja quantidade superasse marca previamente 
definida, cumulado com a cobrança simultânea de taxa destinada a 
custear serviço público de coleta de lixo e resíduos. Para tanto, o 
acórdão recorrido baseou-se na legislação local. No caso em exame, 
eventual violação constitucional, se existente, seria indireta ou reflexa. 
Agravo regimental ao qual se nega provimento” (AI 531.823-AgR, 
Relator o Ministro Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 
1º.10.2010).
“Agravo regimental no recurso extraordinário. Município de 
Natal. Taxa de coleta de lixo domiciliar. Legitimidade. Reexame de 
fatos e provas e de legislação infraconstitucional local. Base de cálculo. 
Metragem do imóvel. Constitucionalidade. Improcedência. 
Precedentes. 1. Pacífica é a jurisprudência desta Corte no sentido de 
ser legítima a cobrança de taxa de coleta de lixo domiciliar, haja vista 
ser esse serviço de caráter divisível e específico. 2. Inadmissível, em 
recurso extraordinário, o reexame de fatos e provas dos autos e de 
legislação infraconstitucional local. Incidência das Súmulas nºs 279 e 
280 do STF. 3. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no 
sentido da constitucionalidade da utilização da área do imóvel como 
base de cálculo da taxa de coleta de lixo domiciliar. 4. Agravo 
regimental não provido” (RE 596.945-AgR, Relator o Ministro Dias 
Toffoli, Primeira Turma, DJe 29.3.2012).
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. 
OFENSA INDIRETA. REEXAME DE PROVAS. 
IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. 
Controvérsia decidida à luz de normas infraconstitucionais. Ofensa 
indireta à Constituição do Brasil. 2. Reexame de fatos e provas. 
2 
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Supremo Tribunal Federal
RE 785189 AGR / SC 
QUE SUPERASSE CERTA QUANTIDADE. MUNICÍPIO DO 
RIO DE JANEIRO. ACÓRDÃO QUE CONCLUI NÃO HAVER 
MOTIVAÇÃO PARA A CUMULAÇÃO DE OBRIGAÇÕES. 
OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA OU REFLEXA. 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. O Tribunal de 
origem entendeu incabível o dever decontratação de empresa privada 
para coleta de lixo cuja quantidade superasse marca previamente 
definida, cumulado com a cobrança simultânea de taxa destinada a 
custear serviço público de coleta de lixo e resíduos. Para tanto, o 
acórdão recorrido baseou-se na legislação local. No caso em exame, 
eventual violação constitucional, se existente, seria indireta ou reflexa. 
Agravo regimental ao qual se nega provimento” (AI 531.823-AgR, 
Relator o Ministro Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 
1º.10.2010).
“Agravo regimental no recurso extraordinário. Município de 
Natal. Taxa de coleta de lixo domiciliar. Legitimidade. Reexame de 
fatos e provas e de legislação infraconstitucional local. Base de cálculo. 
Metragem do imóvel. Constitucionalidade. Improcedência. 
Precedentes. 1. Pacífica é a jurisprudência desta Corte no sentido de 
ser legítima a cobrança de taxa de coleta de lixo domiciliar, haja vista 
ser esse serviço de caráter divisível e específico. 2. Inadmissível, em 
recurso extraordinário, o reexame de fatos e provas dos autos e de 
legislação infraconstitucional local. Incidência das Súmulas nºs 279 e 
280 do STF. 3. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no 
sentido da constitucionalidade da utilização da área do imóvel como 
base de cálculo da taxa de coleta de lixo domiciliar. 4. Agravo 
regimental não provido” (RE 596.945-AgR, Relator o Ministro Dias 
Toffoli, Primeira Turma, DJe 29.3.2012).
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. 
OFENSA INDIRETA. REEXAME DE PROVAS. 
IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. 
Controvérsia decidida à luz de normas infraconstitucionais. Ofensa 
indireta à Constituição do Brasil. 2. Reexame de fatos e provas. 
2 
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Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
RE 785189 AGR / SC 
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmula n. 279 do STF. 
Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 388.899-AgR, 
Relator o Ministro Eros Grau, Segunda Turma, DJe 17.8.2007).
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE 
LIXO DE PRÉDIOS PÚBLICOS. LEI COMPLEMENTAR 
MUNICIPAL N. 16/1998. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA 
LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL 
INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 280 DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO 
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE 
638.300-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 2.3.2012).
3. Os argumentos da Agravante, insuficientes para modificar a 
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em 
pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente 
prestação jurisdicional.
4. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
3 
Supremo Tribunal Federal
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Supremo Tribunal Federal
RE 785189 AGR / SC 
Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmula n. 279 do STF. 
Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 388.899-AgR, 
Relator o Ministro Eros Grau, Segunda Turma, DJe 17.8.2007).
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE 
LIXO DE PRÉDIOS PÚBLICOS. LEI COMPLEMENTAR 
MUNICIPAL N. 16/1998. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA 
LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL 
INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 280 DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO 
REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE 
638.300-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 2.3.2012).
3. Os argumentos da Agravante, insuficientes para modificar a 
decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em 
pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente 
prestação jurisdicional.
4. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental.
3 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9
Extrato de Ata - 25/03/2014
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189
PROCED. : SANTA CATARINA
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : CIA HERING
ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BLUMENAU
ADV.(A/S) : PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE BLUMENAU
Decisão: A Turma, por votação unânime, negou provimento ao 
agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. 2ª Turma, 
25.03.2014.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à 
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, 
Ricardo Lewandowski e Teori Zavascki.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet 
Branco.
Ravena Siqueira
Secretária Substituta
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SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189
PROCED. : SANTA CATARINA
RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA
AGTE.(S) : CIA HERING
ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BLUMENAU
ADV.(A/S) : PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE BLUMENAU
Decisão: A Turma, por votação unânime, negou provimento ao 
agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. 2ª Turma, 
25.03.2014.
Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à 
sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, 
Ricardo Lewandowski e Teori Zavascki.
Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet 
Branco.
Ravena Siqueira
Secretária Substituta
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9
	Ementa e Acórdão
	Relatório
	Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA
	Extrato de Ata - 25/03/2014

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