Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ementa e Acórdão 25/03/2014 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 SANTA CATARINA RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :CIA HERING ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BLUMENAU ADV.(A/S) :PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE BLUMENAU EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE LIXO. CONTRATAÇÃO DE EMPRESA PRIVADA PARA O RECOLHIMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS. OBRIGATORIEDADE DO PAGAMENTO DA TAXA DE COLETA DE LIXO MANTIDA. ACÓRDÃO FUNDAMENTADO NA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL E NO CONJUNTO PROBATÓRIO. SÚMULAS NS. 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Segunda Turma, sob a Presidência da Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. Brasília, 25 de março de 2014. Ministra CÁRMEN LÚCIA - Relatora Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559675. Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 Relatório 25/03/2014 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 SANTA CATARINA RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :CIA HERING ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BLUMENAU ADV.(A/S) :PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE BLUMENAU R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora): 1. Em 10 de fevereiro de 2014, neguei seguimento ao recurso extraordinário interposto pela Cia. Hering contra julgado do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que decidiu não estar a Agravante desobrigada do pagamento da taxa de coleta de lixo por ter contratado empresa particular para o recolhimento do lixo industrial. A decisão agravada teve a seguinte fundamentação: “3. Razão jurídica não assiste à Recorrente. Em seu voto, o Desembargador Relator ponderou: “Insurge-se quanto à forma de cálculo da referida taxa, no que tange o critério de utilização da área do imóvel para cobrança do tributo e o custo efetivo do serviço prestado e/ou colocado à disposição do contribuinte. Entretanto, ainda que a atividade realizada em alguns dos imóveis da apelante seja essencialmente industrial, certamente nestas unidades fabris não são produzidos apenas resíduos industriais, mas também orgânicos e aqueles equiparados a domésticos decorrentes de higiene e limpeza, e ainda queles produzidos nos refeitórios, sanitários e escritórios. Assim, o simples fato de a apelante não fazer uso dos serviços de coleta de lixo colocados a sua disposição, preferindo fazê-lo via contratação com a empresa particular encarregada de remover os Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559676. Supremo Tribunal Federal 25/03/2014 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 SANTA CATARINA RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) :CIA HERING ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE BLUMENAU ADV.(A/S) :PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE BLUMENAU R E L A T Ó R I O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora): 1. Em 10 de fevereiro de 2014, neguei seguimento ao recurso extraordinário interposto pela Cia. Hering contra julgado do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que decidiu não estar a Agravante desobrigada do pagamento da taxa de coleta de lixo por ter contratado empresa particular para o recolhimento do lixo industrial. A decisão agravada teve a seguinte fundamentação: “3. Razão jurídica não assiste à Recorrente. Em seu voto, o Desembargador Relator ponderou: “Insurge-se quanto à forma de cálculo da referida taxa, no que tange o critério de utilização da área do imóvel para cobrança do tributo e o custo efetivo do serviço prestado e/ou colocado à disposição do contribuinte. Entretanto, ainda que a atividade realizada em alguns dos imóveis da apelante seja essencialmente industrial, certamente nestas unidades fabris não são produzidos apenas resíduos industriais, mas também orgânicos e aqueles equiparados a domésticos decorrentes de higiene e limpeza, e ainda queles produzidos nos refeitórios, sanitários e escritórios. Assim, o simples fato de a apelante não fazer uso dos serviços de coleta de lixo colocados a sua disposição, preferindo fazê-lo via contratação com a empresa particular encarregada de remover os Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559676. Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 Relatório RE 785189 AGR / SC resíduos industriais, não modifica a realidade da obrigação legal de pagar a contribuição para os erviço que lhe é colocado à disposição”. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina assentou a validade da cobrança da taxa de coleta de lixo nos termos previsto na legislação municipal, porque, mesmo produzindo lixo industrial, ao desenvolver suas atividades, a Recorrida também produz lixo objeto do serviço remunerado por aquela taxa. A apreciação do pleito recursal demandaria a análise prévia de fatos e provas e da legislação local aplicada à espécie (Lei municipal n. 2.047/74). Assim, a alegada contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que inviabiliza o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmula n. 282 e 280 deste Supremo Tribunal: “EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Município de Natal. Taxa de coleta de lixo domiciliar. Legitimidade. Reexame de fatos e provas e de legislação infraconstitucional local. Base de cálculo. Metragem do imóvel. Constitucionalidade. Improcedência. Precedentes. 1. Pacífica é a jurisprudência desta Corte no sentido de ser legítima a cobrança de taxa de coleta de lixo domiciliar, haja vista ser esse serviço de caráter divisível e específico. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame de fatos e provas dos autos e de legislação infraconstitucional local. Incidência das Súmulas nºs 279 e 280 do STF. 3. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido da constitucionalidade da utilização da área do imóvel como base de cálculo da taxa de coleta de lixo domiciliar. 4. Agravo regimental não provido”. (RE 596.945-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJ 29.3.2012). “EMENTA: TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE LIXO DO MUNICÍPIO DE MANAUS. LIMPEZA PÚBLICA. CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF. I - O acórdão recorrido dirimiu a questão em exame com apoio no conjunto fático-probatório dos autos cujo revolvimento não é possível em recurso extraordinário, a teor da Súmula 279 do STF. II - Agravo regimental improvido” (RE 553.315-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJ 19.6.2009).Nada há a prover quanto às alegações do Recorrente. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559676. Supremo Tribunal Federal RE 785189 AGR / SC resíduos industriais, não modifica a realidade da obrigação legal de pagar a contribuição para os erviço que lhe é colocado à disposição”. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina assentou a validade da cobrança da taxa de coleta de lixo nos termos previsto na legislação municipal, porque, mesmo produzindo lixo industrial, ao desenvolver suas atividades, a Recorrida também produz lixo objeto do serviço remunerado por aquela taxa. A apreciação do pleito recursal demandaria a análise prévia de fatos e provas e da legislação local aplicada à espécie (Lei municipal n. 2.047/74). Assim, a alegada contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que inviabiliza o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmula n. 282 e 280 deste Supremo Tribunal: “EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Município de Natal. Taxa de coleta de lixo domiciliar. Legitimidade. Reexame de fatos e provas e de legislação infraconstitucional local. Base de cálculo. Metragem do imóvel. Constitucionalidade. Improcedência. Precedentes. 1. Pacífica é a jurisprudência desta Corte no sentido de ser legítima a cobrança de taxa de coleta de lixo domiciliar, haja vista ser esse serviço de caráter divisível e específico. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame de fatos e provas dos autos e de legislação infraconstitucional local. Incidência das Súmulas nºs 279 e 280 do STF. 3. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido da constitucionalidade da utilização da área do imóvel como base de cálculo da taxa de coleta de lixo domiciliar. 4. Agravo regimental não provido”. (RE 596.945-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJ 29.3.2012). “EMENTA: TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE LIXO DO MUNICÍPIO DE MANAUS. LIMPEZA PÚBLICA. CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF. I - O acórdão recorrido dirimiu a questão em exame com apoio no conjunto fático-probatório dos autos cujo revolvimento não é possível em recurso extraordinário, a teor da Súmula 279 do STF. II - Agravo regimental improvido” (RE 553.315-AgR, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJ 19.6.2009). Nada há a prover quanto às alegações do Recorrente. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559676. Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 Relatório RE 785189 AGR / SC 4. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (caput do art. 557 do Código de Processo Civil e § 1º do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”. 2. Publicada essa decisão no DJe de 17.2.2014, interpôs a Cia. Hering em 21.2.2014, tempestivamente, agravo regimental. 3. A Agravante alega que “o Município de Blumenau disponibiliza e efetiva apenas o serviço de coleta de lixo domiciliar e limita-se a realizá-lo na forma estabelecida pelo seu Código de Posturas (Lei nº 2.047/74) (…) Conforme já demonstrado em Recurso Extraordinário, leva-se em conta a fração de área edificada dos imóveis, sua localização, utilização, frequência dos serviços, e somente incidirá sobre lixo domiciliar, o que sem sombra de dúvidas não é produzido pelo estabelecimento industrial da Recorrente”. Afirma que “o critério material da taxa em discussão é a utilização efetiva e a potencialidade de uso, ou seja, a disposição do serviço. Para que ocorra a potencialidade de uso, necessário que se analise cada caso específico, para que se extraia a possibilidade ou não da conformação inerente à exigibilidade do tributo”. E argumenta: “a destinação do imóvel é elemento vital para o enfoque ora pretendido (…) tornando-se evidente que uma empresa industrial produz lixo de natureza diferenciada de uma habitação, é obrigada por lei a dar destino específico, já que reconhecidamente o Município não se obriga a recolher lixo não doméstico. Essa é a situação da Recorrente, responsabilizando-se pela coleta, remoção e destinação final ao lixo produzido em seus imóveis, com empresas especializadas que atuam devidamente autorizadas pelo Poder Público Municipal. Por isso, inexiste a incidência do serviço posto à disposição do pretendido contribuinte já quem, primeiramente, não produz lixo domiciliar e sim lixo industrial (princípio da legalidade estrita). Em segundo, a própria empresa comprovadamente dá destino final a todo lixo que produz”. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559676. Supremo Tribunal Federal RE 785189 AGR / SC 4. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (caput do art. 557 do Código de Processo Civil e § 1º do art. 21 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)”. 2. Publicada essa decisão no DJe de 17.2.2014, interpôs a Cia. Hering em 21.2.2014, tempestivamente, agravo regimental. 3. A Agravante alega que “o Município de Blumenau disponibiliza e efetiva apenas o serviço de coleta de lixo domiciliar e limita-se a realizá-lo na forma estabelecida pelo seu Código de Posturas (Lei nº 2.047/74) (…) Conforme já demonstrado em Recurso Extraordinário, leva-se em conta a fração de área edificada dos imóveis, sua localização, utilização, frequência dos serviços, e somente incidirá sobre lixo domiciliar, o que sem sombra de dúvidas não é produzido pelo estabelecimento industrial da Recorrente”. Afirma que “o critério material da taxa em discussão é a utilização efetiva e a potencialidade de uso, ou seja, a disposição do serviço. Para que ocorra a potencialidade de uso, necessário que se analise cada caso específico, para que se extraia a possibilidade ou não da conformação inerente à exigibilidade do tributo”. E argumenta: “a destinação do imóvel é elemento vital para o enfoque ora pretendido (…) tornando-se evidente que uma empresa industrial produz lixo de natureza diferenciada de uma habitação, é obrigada por lei a dar destino específico, já que reconhecidamente o Município não se obriga a recolher lixo não doméstico. Essa é a situação da Recorrente, responsabilizando-se pela coleta, remoção e destinação final ao lixo produzido em seus imóveis, com empresas especializadas que atuam devidamente autorizadas pelo Poder Público Municipal. Por isso, inexiste a incidência do serviço posto à disposição do pretendido contribuinte já quem, primeiramente, não produz lixo domiciliar e sim lixo industrial (princípio da legalidade estrita). Em segundo, a própria empresa comprovadamente dá destino final a todo lixo que produz”. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira- ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559676. Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 Relatório RE 785189 AGR / SC Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do presente recurso. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559676. Supremo Tribunal Federal RE 785189 AGR / SC Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do presente recurso. É o relatório. 4 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559676. Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA 25/03/2014 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 SANTA CATARINA V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à Agravante. 2. O Desembargador Relator do recurso no Tribunal de origem asseverou em seu voto: “ainda que a atividade realizada em alguns dos imóveis da apelante seja essencialmente industrial, certamente nestas unidades fabris não são produzidos apenas resíduos industriais, mas também orgânicos e aqueles equiparados a domésticos decorrentes de higiene e limpeza, e ainda queles produzidos nos refeitórios, sanitários e escritórios. Assim, o simples fato de a apelante não fazer uso dos serviços de coleta de lixo colocados a sua disposição, preferindo fazê-lo via contratação com a empresa particular encarregada de remover os resíduos industriais, não modifica a realidade da obrigação legal de pagar a contribuição para os erviço que lhe é colocado à disposição”. Como afirmado na decisão agravada, concluir de forma diversa quanto à natureza dos resíduos produzidos pela Agravante demandaria a prévia análise da legislação municipal e o reexame de provas, procedimentos que não podem ser adotados em recurso extraordinário. Nesse caso, eventual ofensa constitucional, se tivesse ocorrido, seria indireta. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE LIXO. COBRANÇA CONCOMITANTE AO DEVER DE CONTRATAR EMPRESA PRIVADA PARA REMOVER LIXO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559677. Supremo Tribunal Federal 25/03/2014 SEGUNDA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 SANTA CATARINA V O T O A SENHORA MINISTRA CÁRMEN LÚCIA - (Relatora): 1. Razão jurídica não assiste à Agravante. 2. O Desembargador Relator do recurso no Tribunal de origem asseverou em seu voto: “ainda que a atividade realizada em alguns dos imóveis da apelante seja essencialmente industrial, certamente nestas unidades fabris não são produzidos apenas resíduos industriais, mas também orgânicos e aqueles equiparados a domésticos decorrentes de higiene e limpeza, e ainda queles produzidos nos refeitórios, sanitários e escritórios. Assim, o simples fato de a apelante não fazer uso dos serviços de coleta de lixo colocados a sua disposição, preferindo fazê-lo via contratação com a empresa particular encarregada de remover os resíduos industriais, não modifica a realidade da obrigação legal de pagar a contribuição para os erviço que lhe é colocado à disposição”. Como afirmado na decisão agravada, concluir de forma diversa quanto à natureza dos resíduos produzidos pela Agravante demandaria a prévia análise da legislação municipal e o reexame de provas, procedimentos que não podem ser adotados em recurso extraordinário. Nesse caso, eventual ofensa constitucional, se tivesse ocorrido, seria indireta. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE LIXO. COBRANÇA CONCOMITANTE AO DEVER DE CONTRATAR EMPRESA PRIVADA PARA REMOVER LIXO Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559677. Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RE 785189 AGR / SC QUE SUPERASSE CERTA QUANTIDADE. MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. ACÓRDÃO QUE CONCLUI NÃO HAVER MOTIVAÇÃO PARA A CUMULAÇÃO DE OBRIGAÇÕES. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA OU REFLEXA. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. O Tribunal de origem entendeu incabível o dever de contratação de empresa privada para coleta de lixo cuja quantidade superasse marca previamente definida, cumulado com a cobrança simultânea de taxa destinada a custear serviço público de coleta de lixo e resíduos. Para tanto, o acórdão recorrido baseou-se na legislação local. No caso em exame, eventual violação constitucional, se existente, seria indireta ou reflexa. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (AI 531.823-AgR, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 1º.10.2010). “Agravo regimental no recurso extraordinário. Município de Natal. Taxa de coleta de lixo domiciliar. Legitimidade. Reexame de fatos e provas e de legislação infraconstitucional local. Base de cálculo. Metragem do imóvel. Constitucionalidade. Improcedência. Precedentes. 1. Pacífica é a jurisprudência desta Corte no sentido de ser legítima a cobrança de taxa de coleta de lixo domiciliar, haja vista ser esse serviço de caráter divisível e específico. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame de fatos e provas dos autos e de legislação infraconstitucional local. Incidência das Súmulas nºs 279 e 280 do STF. 3. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido da constitucionalidade da utilização da área do imóvel como base de cálculo da taxa de coleta de lixo domiciliar. 4. Agravo regimental não provido” (RE 596.945-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 29.3.2012). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. Controvérsia decidida à luz de normas infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil. 2. Reexame de fatos e provas. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559677. Supremo Tribunal Federal RE 785189 AGR / SC QUE SUPERASSE CERTA QUANTIDADE. MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. ACÓRDÃO QUE CONCLUI NÃO HAVER MOTIVAÇÃO PARA A CUMULAÇÃO DE OBRIGAÇÕES. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA OU REFLEXA. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. O Tribunal de origem entendeu incabível o dever decontratação de empresa privada para coleta de lixo cuja quantidade superasse marca previamente definida, cumulado com a cobrança simultânea de taxa destinada a custear serviço público de coleta de lixo e resíduos. Para tanto, o acórdão recorrido baseou-se na legislação local. No caso em exame, eventual violação constitucional, se existente, seria indireta ou reflexa. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (AI 531.823-AgR, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 1º.10.2010). “Agravo regimental no recurso extraordinário. Município de Natal. Taxa de coleta de lixo domiciliar. Legitimidade. Reexame de fatos e provas e de legislação infraconstitucional local. Base de cálculo. Metragem do imóvel. Constitucionalidade. Improcedência. Precedentes. 1. Pacífica é a jurisprudência desta Corte no sentido de ser legítima a cobrança de taxa de coleta de lixo domiciliar, haja vista ser esse serviço de caráter divisível e específico. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame de fatos e provas dos autos e de legislação infraconstitucional local. Incidência das Súmulas nºs 279 e 280 do STF. 3. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido da constitucionalidade da utilização da área do imóvel como base de cálculo da taxa de coleta de lixo domiciliar. 4. Agravo regimental não provido” (RE 596.945-AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 29.3.2012). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. Controvérsia decidida à luz de normas infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil. 2. Reexame de fatos e provas. 2 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559677. Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA RE 785189 AGR / SC Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmula n. 279 do STF. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 388.899-AgR, Relator o Ministro Eros Grau, Segunda Turma, DJe 17.8.2007). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE LIXO DE PRÉDIOS PÚBLICOS. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL N. 16/1998. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE 638.300-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 2.3.2012). 3. Os argumentos da Agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 4. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559677. Supremo Tribunal Federal RE 785189 AGR / SC Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmula n. 279 do STF. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 388.899-AgR, Relator o Ministro Eros Grau, Segunda Turma, DJe 17.8.2007). “AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA DE LIXO DE PRÉDIOS PÚBLICOS. LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL N. 16/1998. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE 638.300-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 2.3.2012). 3. Os argumentos da Agravante, insuficientes para modificar a decisão agravada, demonstram apenas inconformismo e resistência em pôr termo a processos que se arrastam em detrimento da eficiente prestação jurisdicional. 4. Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. 3 Supremo Tribunal Federal Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 5559677. Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 Extrato de Ata - 25/03/2014 SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 PROCED. : SANTA CATARINA RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : CIA HERING ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BLUMENAU ADV.(A/S) : PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE BLUMENAU Decisão: A Turma, por votação unânime, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. 2ª Turma, 25.03.2014. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Teori Zavascki. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Ravena Siqueira Secretária Substituta Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 5534419 Supremo Tribunal Federal SEGUNDA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 785.189 PROCED. : SANTA CATARINA RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA AGTE.(S) : CIA HERING ADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLI E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BLUMENAU ADV.(A/S) : PROCURADOR GERAL DO MUNICÍPIO DE BLUMENAU Decisão: A Turma, por votação unânime, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto da Relatora. 2ª Turma, 25.03.2014. Presidência da Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presentes à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Teori Zavascki. Subprocurador-Geral da República, Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco. Ravena Siqueira Secretária Substituta Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 5534419 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9 Ementa e Acórdão Relatório Voto - MIN. CÁRMEN LÚCIA Extrato de Ata - 25/03/2014
Compartilhar