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Processo Civil

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PROCESSO CIVIL III
Aula 1: A ordem dos processos nos Tribunais
Art. 926, CPC – Deve ser adotado pelos tribunais locais, federais e superiores. O NCPC quer que os tribunais diante de temas recorrentes tenha uma só decisão (uníssona), dando mais segurança jurídica. 
Vinculação do plano vertical gera a otimização do processo, contribuindo para as demandas de massa.
Os provimentos vinculantes (súmulas, teses jurídicas, enunciados, precedentes, IRDR, ...) vem para as decisões sejam realizadas com coerência e integridade e o principal, contribuem para a contenção das demandas de massa. Esses provimentos ajudam a contribuir com a isonomia, pois as partes terão a mesma decisão. Contribui com a previsibilidade, que é antever o resultado. Contribui para dar mais efetividade e celeridade na prestação jurisdicional, garantindo acesso à justiça, conforme art. 535, CF.
O advogado ao peticionar deve ter muita atenção às técnicas de provimentos vinculantes, pois se não se atentar, pode destruir a isonomia da parte.
Civil law e Common law são sistemas jurídicos. O Brasil adotou o sistema Civil law, recebendo influência romano- germânico, mas também recebe influencia da Common law, pois esses sistemas de comunicam. Por isso, o sistema adotado no Brasil é híbrido, sendo tradicionalmente Civil law e sofrendo influência da Common law.
Resumo ditado:
O Brasil adotou com o novo CPC o sistema de provimentos judiciais vinculantes previsto nos artigos 987, 932, IV e V, 332 e par. 4 do art. 496, CPC. A adoção dos provimentos vinculantes visam garantir a segurança jurídica, isonomia, previsibilidade, efetividade, celeridade e consequentemente, acesso à justiça, resultando na contenção de demandas de massa.
Não foi reproduzido automaticamente no Brasil o sistema de precedentes americano. Utilizou-se amplamente no efeito vinculante no plano vertical, conforme dispõe a regra do art. 927, CPC.
É possível afirmar que o Brasil em seu sistema jurídico tradicionalmente reconhecido como Civil law, por conta da influência romano germânica, vem recebendo o intervenções influenciadas pelo sistema da Common law. Isto faz com que o sistema brasileiro se torne um sistema híbrido, fenômeno decorrente da judicial.
Quais são os provimentos judiciais vinculantes? Art. 927( sublinhar). Fazer remissão para o artigo. 932, IV e V, 332 e par. 4 do art. 496, CPC.
Art. 332 – sentença antecipada ou improcedência liminar do pedido. Se repete no par. 4 do art. 496. Não cabe reexame necessário.
Obs. Ler as súmulas vinculantes. Se as súmulas vinculantes não forem obedecidas cabe reclamação constitucional.
Art. 929: Ao oferecer um recurso no tribunal, ele receberá um número chamado autuação. Será distribuído na câmara que irá redistribuir para qual desembargador ficará responsável pelo processo, será o relator. O desembargador relator pode decidir monocraticamente dando provimento ou negando provimento. Se assim não fizer, o desembargador relator encaminha o processo para o desembargador presidente para encaminhar para a sessão. Na sessão o voto 3x0 será unânime e 2x1 será por maioria.
Aulas 2 e 3: Teoria geral dos recursos
Recurso é a extensão do direito de ação. O direito de ação é um direito subjetivo, pois está na esfera de disponibilidade, que significa que a parte recorre se quiser, exerce o direito de ação ou não.
Natureza jurídica é a posição que o instituto ocupa no ordenamento jurídico. A natureza jurídica do recurso é ônus processual, pois a parte não está obrigada a recorrer, porém sofrerá com o efeito da coisa julgada.
As finalidades do recurso são reformar, invalidar ( sentença nula – sem fundamentação), esclarecer ( se a sentença for obscura ou contraditória), integrar ( se a decisão for omissa).
O art. 994 elenca as espécies de recurso onde o rol é exemplificativo, pois o art. 41 da lei 9099/95 que elenca outra espécie de recurso, o recurso inominado.
A competência é exclusiva da União para legislar sobre norma processual – art. 22, I, CF.
A competência é concorrente entre União e Estados para legislar sobre normas de apoio ao processo – art. 24, XI, CF. Essas normas de apoio ao processo são normas de organização judiciária.
Princípios
Princípio do duplo grau de jurisdição: É o princípio que estabelece que as decisões judiciais podem ser revistas por uma instância superior para a correção do chamado error in procedendo ou do error in judicando. É passível de reexame/reanálise por uma instância superior.
Error in procedendo: Quando o juiz erra a decisão em relação ao processo.
Error in judicando: Quando o juiz aprecia mal o que foi dito nos autos, por exemplo, nos autos a testemunha diz que não viu e o juiz julga dizendo que a testemunha viu.
Princípio da taxatidade: É o princípio que estabelece que só é considerado recurso o que a lei indicar. Existem os chamados sucedâneos recursais que tem objetivo dos recursos, porém não possui tal natureza jurídica, como por exemplo, o pedido de reconsideração no Juizado especial, cujo objetivo é reformar a decisão do juíz.
Princípio da singularidade: Para cada situação jurídica existe um recurso.
Princípio da fungilibilidade: Ocorre quando o juiz aceita um recurso pelo outro, desde que haja dúvida objetiva e o recurso “equivocado” tenha sido interposto no prazo do recurso correto.
Princípio da proibição da reformatio in pejus (proibição da reforma para pior): Ocorrendo sucumbência recíproca, se apenas uma das partes recorre não pode ter sua situação piorada. O recurso adesivo tem cabimento na hipótese de sucumbência recíproca em que uma das partes até então conformada com a decisão judicial prolatada, diante do recurso interposto pela parte contrária, opta por também impugnada.
Juízo de admissibilidade
Vem das palavras conheço ou não conheço o recurso, o recurso é provido ou improvido. 
Em uma primeira fase, o juízo de admissibilidade é reconhecido/reconhecido ao preencher alguns requisitos. 
Na segunda fase será discutido o juízo de mérito e constitui matéria de ordem pública, pois é obrigatória a observação de todos os itens para se verificar o juízo de admissibilidade. 
Que órgão é competente observar os requisitos de admissibilidade? Depende de cada recurso, por exemplo, diante da apelação será o Tribunal.
Requisitos para serem observados no juízo de admissibilidade:
A) Cabimento: Ofereceu a parte o recurso correto? 
B) Legitimidade recursal : partes, MP, 3º interessado (não é parte, mas tem interesse jurídico na causa, pode ser atingido com a causa) 
*art.996, CPC c/c art. 138, § 3º, CPC que diz que o amicus curiae pode recorrer. Amicus curiae é uma modalidade de intervenção de terceiro, portanto é um terceiro interessado que pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas
C) Interesse processual: A parte que tem interesse no recurso é sempre a parte que perdeu a pretensão.
D) Tempestividade: Diz respeito a prazo.
Preclusão é um instituto do direito processual que se traduz na perda da possibilidade de praticar um ato processual. Pode ser temporal, consumativa ou lógica.
Prescrição é a perda da pretensão. Trata-se de instituto de direito material.
Decadência é a perda do direito. Também instituto de direito material.
O recurso deve ser interposto dentro do prazo taxado na lei (5 dias para embargos de declaração e agravo interno e 15 dias para os demais recursos). Vale lembrar que em caso de litisconsortes com procuradores diferentes, só se dobra o prazo se o processo for físico e mais de um litisconsorte for sucumbente (Súmula 641, STF). Ademais, a aferição da tempestividade do recurso interposto pelos Correios não é mais da data da chegada ao Tribunal (jurisprudência clássica), e sim da data da postagem do recurso (CPC/15), ou seja: pode postar até o último dia do prazo.
E) Regularidade formal: consiste na necessidade de o recorrente atender a todos os requisitos especificados na lei para aquele determinado tipo de recurso.
F) Inexistência de fato impeditivo/ extintivodo poder de recorrer: Quanto a este requisito, parcela da doutrina nega sua existência, pois um fato extintivo, impeditivo, ou modificativo do direito de recorrer, atingiria, na verdade, o interesse recursal, pois existindo tal falto, não existe o interesse recursal.
G) Preparo: Alguns recursos devem ser recolhidos taxas judiciais para a sua interposição, como no caso da apelação. Assim, para estes, temos como regra o recolhimento da taxa e comprovação imediata (no recurso).
 Observados todos os requisitos, o recurso será admitido/reconhecido e iremos para um segundo momento, 0 que é o juízo de mérito.
Efeitos dos recursos
Efeito devolutivo: Uma corrente minoritária entende que os embargos de declaração possuem efeito devolutivo.
Efeito suspensivo: Ao interpor a apelação,por exemplo, o prazo será suspenso, conforme art. 1012, CPC. Suspende os efeitos da decisão até o julgamento definitovo do mérito.
Efeito substitutivo: a decisão sobre o mérito do recurso, substitui integralmente a decisão recorrida. Ex: Decisão de instância superior substitui a decisão de instância inferior.
Resumo:
Art.994 CPC – (rol exemplificativo) - Recursos cabíveis. * Os sucedâneos recursais. 
Art.996 CPC – legitimidade recursal 
Art. 997, parágrafo 1° – Recurso adesivo : ocorre quando houver sucumbência recíproca, é possível ao recorrido que se conformara com a decisão, assim que intimado a apresentar as contra-razões ao recurso da parte contrária, interpor recurso adesivo. 
Art. 998: Desistência do recurso não precisa de anuência
Art.999: Para renunciar ao recurso independe da aceitação da outra parte.
Art.1001- Do despacho não cabe recurso. Despacho com cunho decisório NÂO é despacho, e sim, decisão interlocutória, que cabe recurso – agravo de instrumento
Requisitos : que o principal seja conhecido, preencha os requisitos de admissibilidade. 
Art. 1007 – O preparo
Art. 1008- Efeito substitutivo dos recursos
	Aula 4: Recursos em espécie
Apelação (arts. 1009 ao 1014, CPC) – É o recurso cabível na sentença.
Art. 1009, §1°: Antes, diante de uma decisão interlocutória era cabível agravo de instrumento ou agravo retido. Nos casos do agravo retido a decisão precluía. Hoje, se a decisão não couber o agravo de instrumento do art. 1015, o advogado espera a sentença, que se não for favorável, fará a menção da decisão interlocutória que não preclui. O novo CPC simplificou o procedimento, pois não é mais necessário interpor o agravo retido.
Prazo: 15 dias – art. 1003, § 5º
O prazo em dobro dado a Defensoria não ofende a isonomia, pois o STF reconheceu como inconstitucionalidade progressiva, onde o voto veio no sentido de que a Defensoria Pública não dá o atendimento adequado para os assistidos, pois a demanda só cresce. Portanto, nada impede que essa situação se resolva, tendo a quantidade de defensores adequada para que a Defensoria possua o mesmo prazo, não sendo em dobro.
O CPC adotou a uniformização dos prazos processuais, onde para a interposição de todos os recursos o prazo será de 15 dias, exceto para embargos de declaração, onde o prazo é de 5 dias, conforme art. 1003, §5º.
Forma: escrita
Efeitos: Em regra possui duplo efeito:
Efeito devolutivo, pois entrego para a instância superior para que a decisão seja reapreciada. Esse efeito é comum a todos os recursos.
Efeito suspensivo, pois suspende a eficácia da decisão do juiz de 1° grau até que o tribunal julgue tal decisão.
O art. 1012, § 1º informa a exceção quanto ao efeito, pois diante dos incisos, o efeito será somente devolutivo e não terá o efeito suspensivo.
TEORIA DA CAUSA MADURA: Trata-se de previsão indicada no art. 3º doa art. 1013. Diante de uma sentença terminativa, se o processo estiver maduro para julgamento, o tribunal pode apreciar desde logo o pedido sem que isso cause supressão de instância.
Existem 2 espécies de procedimento: comum e especial (que se subdivide em jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária)
Sempre, ao analisar o caso concreto, devemos analisar se há algum procedimento especial e depois, se será utilizado o procedimento comum.
O procedimento comum funciona da seguinte forma: Inicial/citação/audiência (não é obrigatória, pois depende da vontade das partes)/respostas do réu/providências preliminares/provas/AIJ/sentença
Sentença
Requisitos da sentença:
Relatório: É dispensável no JEC.
Fundamentação: Sentença sem fundamentação é nula.
Dispositivo: É o resultado. Sentença sem dispositivo é inexistente.
Espécies de sentença:
Terminativa – sem resolução de mérito – art. 485, CPC
Definitiva – com resolução de mérito - art. 487, CPC
Quem exerce o juízo de admissibilidade recursal? O próprio Tribunal, conforme art. 1010, §3º (TJ ou TRF). O juiz de 1º grau recebe a apelação, intima a outra parte para contrarrazões e remete os autos para o Tribunal.
A apelação e o juízo de retratação- arts.331 e 332, § 4º, CPC
Indeferida a petição inicial, o autor pode apelar, facultado ao juiz no prazo de 5 dias, retratar-se.
Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo ncom a citação do réu, e , se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias.
Aulas 5 e 6: Continuação dos recursos em espécie
 
Agravo de instrumento
Hoje em dia, temos 3 modalidades de agravo de instrumento (art. 1015, CPC), agravo interno (art. 1021, CPC) e o agravo em RE e RESP (art. 1042, CPC). No código de 1973 tinha o agravo retido que foi extinto, porque agora as decisões interlocutórias poderão ser reexaminadas mediante agravo de instrumento em sede de apelação.
O agravo de instrumento é cabível contra decisões interlocutórias que versarem sobre tutelas provisórias (de urgência antecipada ou de urgência cautelar), mérito do processo (pedido), rejeição da alegação de convenção de arbitragem, rejeição do pedido de gratuidade de justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação, exibição ou posse de documento ou coisa, rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio, admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros, redistribuição do ônus da prova e outros casos referidos em lei.
O prazo é de 15 dias, conforme art. 1003, §5º, CPC.
O juízo de admissibilidade será feito pelo Tribunal que também irá julgar o agravo – art.1016, CPC.
Art. 1018, §1º: A parte irá agravar diretamente para o tribunal, mas irá comunicar ao juiz que está agravando. Se o juiz mantiver a decisão o tribunal deverá avaliar o mérito do recurso. Se o juiz se retratar mudando a decisão, o recurso estará prejudicado.
Art. 1019: Recebido o agravo de instrumento no tribunal, se o desembargador relator não decidir monocraticamente, decidirão 3 desembargadores o agravo.
Agravo interno
Base legal – art.1021, CPC
É um recurso cabível da decisão monocrática proferida pelo desembargador relator. Aplica-se as regras e especificidades do regimento interno de cada Tribunal (TJ ou TRF).
Resumo:
O novo CPC promoveu a extinção do agravo retido. Agora, diante de uma decisão interlocutória é preciso observar se a hipótese comporta agravo de instrumento. Sendo positiva a resposta deverá ser interposto no prazo de 15 dias, de acordo com o art. 1015, CPC. Não sendo cabível a parte deverá esperar até a sentença. Caso a sentença seja desfavorável, a parte deverá apelar e alegar as decisões interlocutórias em preliminar de apelação, nos termos do art. 1009, §1º.
O agravo de instrumento não recebe automaticamente efeito suspensivo, podendo ser atribuído este efeito nos termos do inciso I do art. 1019, CPC.
Embargos de declaração
Base legal – Arts. 1022 ao 1026, CPC
Natureza jurídica: recurso, conforme art. 994, IV, CPC
Cabimento: Contra qualquer decisão judicial que contenha obscuridade, contradição, omissão ou erro material.
A omissão ocorre quando o juiz prolata uma decisão citra petita (esquece o pedido). Lembrando que a decisão extra petita é uma decisão dada fora do pedido (EX:Peço na minha demanda dano moral e o juiz prolata a sentença dando dano moral e estético) e ultra petita, a decisão prolatada além do pedido (Ex. Peço na demanda o valor de R$ 10.000 em danos morais e o juiz prolata concedendo R$ 15.000).
Decisão obscura é uma decisão mal escrita, de difícil entendimento.
A contradição é uma decisão com expectativa favorável e o resultado é improcedente/indeferido.
O erro material na decisão pode ser conceituado como um equívoco ou inexatidão, como por exemplo, cálculo errado, troca de nome da parte na hora da digitação.
Quando interpostos os embargos de declaração prazos ficam interrompidos, portanto, os prazos para a interposição de demais recursos serão contados desde o início, contados do zero, conforme art.1026, CPC. 
Em regra, os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo, salvo nas hipóteses indicadas no art. 1026, § 1º, CPC.
O embargo de declaração possui efeito devolutivo, porém, com a especificidade de que o próprio prolator da decisão fará o reexame. (exceções para morte, aposentadoria, férias,...mas em regra é o próprio prolator que julgará os embargos).
Quem exerce o juízo de admissibilidade e quem julga é o próprio prolator da decisão.
Art. 1026, §2º elenca os embargos protelatórios, onde o juiz ou o tribunal em decisão fundamentada condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 2% sobre o valor atualizado da causa.
§3º: Na reiteração dos embargos de declaração manifestamente protelatórios a multa será elevada a até 10% sobre o valor atualizado da causa e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final. 
Súmula 98, STJ diz que os embargos de declaração com notório propósito de prequestionamento não tem caráter protelatório.
Aula 7: Recurso ordinário, recurso especial e recurso extraordinário 
Recurso ordinário – Arts. 1027, I e II, CPC
Será utilizado sempre que for denegada uma ordem a um remédio constitucional (MS, HD, HC, Mandado de injunção), desde que essas decisões sejam proferidas em última instância e não cabe recursos (STF ou STJ) ou de competência originária.
Nas hipótese de cabimento do art. 102, II, CF é cabível ao STF julgar em recurso ordinário.
Nas hipóteses de cabimento do art. 105, II, CF é cabível ao STJ julgar em recurso ordinário.
O recurso ordinário é um recurso constitucional, igual ao RE e ao RESP, porém é de interposição livre e autônoma. Isso quer dizer que não estou obrigada a informar onde está a violação da norma constitucional, porém, tudo dentro do contexto da demanda. O prazo para a interposição é de 15 dias e sua forma é escrita.
Para a maioria da doutrina não cabe recurso adesivo.
Quem exerce o juízo de admissibilidade? Art.1028, §2º e 3º
Deve ser interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu presidente ou vice-presidente determinar a intimação do recorrido para, em 15 dias, apresentar as contrarrazões. Findo o prazo, os autos serão remetidos ao respectivo tribunal superior (STJ ou STF), independentemente do juízo de admissibilidade.
Para se interpor o recurso ordinário para o STJ, por exemplo, devemos nos atendar a CF, ao CPC e também ao regimento interno do STJ.
Admite-se a aplicação da Teoria da causa madura em sede de recurso ordinário? 
Lembrando que a Teoria da causa madura é aquela está no art. 1013, CPC no julgamento de uma apelação permite que o tribunal ao afastar a causa que ensejou a extinção do processo sem resolução de mérito imediatamente avance para o mérito da questão julgando-a imediatamente.
Sim, é admitida, pois a teoria da causa madura objetiva a celeridade, efetividade e à economia processual. O STJ já atendeu a aplicação dessa teoria inclusive no agravo de instrumento. A doutrina vai além, entendendo possível sua aplicação a todos os recursos.
Recurso especial (RESP)
Hipóteses de cabimento elencadas no art. 105, III, CF
É um recurso destinado ao STJ. É também um recurso constitucional. Esse recurso serve para proteger a legislação de matéria federal. Uma das funções do STJ é ser guardião da lei federal. Verifica se os acórdãos proferidos pelos tribunais apresentam alguma ofensa a norma federal.
O RE e RESP não são recursos de fundamentação livre, e sim, de fundamentação vinculada, porque a lei me obriga a informar taxativamente qual o artigo da lei federal (RESP) ou da CF (RE) foi violado.
Recurso extraordinário (RE)
Hipóteses de cabimento elencadas no art. 102, III, CF
É um recurso destinado ao STF. É cabível sempre que o acórdão do tribunal violar o texto constitucional, pois o STF é guardião da CF. 
Requisitos de admissibilidade:
Prequestionamento: Quando interponho uma demanda preciso indicar que a demanda que estou questionando tem uma previsão na CF.
Repercussão geral (art. 1035, §1º): Tem como objetivo filtrar a quantidade de RE de chegar ao STF. Repercussão geral diz respeito a matérias que atingem parcelas significativas da sociedade no âmbito econômico, político, etc., por exemplo, a matéria previdenciária é uma matéria que todos tem interesse, como também a matéria tributária, por exemplo. É cabível para causas constitucionalmente relevantes.
Conforme o caput do art. 1035, CPC, o STF em decisão irrecorrível não reconhecerá o RE que não tiver repercussão geral,portanto, o STF decidirá o que é repercussão geral.
É cabível a interposição de RE para examinar eventual ofensa ao princípio da legalidade diante da necessidade de verificar dispositivos infraconstitucionais?
Muitas vezes há interposição de RE para violação da lei federal. Nesse caso o ministro encaminhará o RE ao STJ,pois o STJ é o guardião da norma federal. Quando há interposição de RESP sobre violação de norma constitucional, o ministro do STJ irá encaminhar o RESP para o STF. Preciso indicar qual o dispositivo da constituição foi violado.
Cabe RE em face de violação em princípio constitucional?
Posso alegar por meio de RE que um princípio constitucional foi ofendido? Para a maioria da doutrina pode, desde que não haja ofenda ao dispositivo infraconstitucional, pois se a violação for ao dispositivo infraconstitucional federal, deverá ser encaminhado ao STJ e não ao STF.
Resumo:
O RESP é destinado ao STJ sempre que houver violação a norma federal, não possuindo, em regra, efeito suspensivo, admitindo-se interposição conjunta com STF de RE se houver ofensa a norma constitucional.
O RE é dirigido ao STF nas hipóteses do art. 102, III, CF e possui 2 requisitos específicos de admissibilidade: Prequestionamento (é a indicação precisa da norma constitucional violada) e a Repercussão geral, prevista no art. 1035, CPC.
Prequestionamento
É a indicação precisa da norma constitucional violada. Se não prequestionar a tempo, a súmula 98, STJ permite a interposição de embargos de declaração para prequestionar matéria.
Repercussão geral
Só pode chegar ao STF casos relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou político, conforme art. 1035, CPC.
Art. 1030: Ao interpor um RE ou RESP será interposto no tribunal onde foi proferido o acórdão. A outra parte será intimada para contrarrazoar e o tribunal fará o primeiro juízo de admissibilidade e encaminhará ao STJ ou STJ. EX: Acórdão proferido no TJ do RJ que viola lei federal. Vou interpor um RESP para o TJ do RJ que fará o primeiro juízo de admissibilidade que encaminhará o RESP ao STJ.
Art. 1031: Violação a norma federal e constitucional – Poderá ocorrer a interposição conjunta.
Art. 1032: Se o relator no STJ entender que o RESP versa sobre questão constitucional, encaminhará ao STF.
Art. 1033: Se o STF entender que o RE versa sobre lei federal, encaminhará ao STJ.
Não recebem efeito suspensivo, exceto no art.1029, § 5°, CPC.
O tribunal local (TJ ou TRF) exerce o primeiro crivo juízo de admissibilidade e chegando a Brasília o RE ou RESPterá um novo crivo do juízo de admissibilidade.
Quando o STF decide um RE terá efeito erga omnes, por conta da repercussão geral.
Art. 1034: Admitido o recurso será julgado.
Art. 1035: Decisão proferida pelo STF é irrecorrível.
Art. 1035, §1º diz o que é a repercussão geral.
Aula 8: Julgamento de recursos repetitivos nos Tribunais Superiores
O objetivo do julgamento de recursos repetitivos é ganhar celeridade, efetividade e economia processual, trazendo para as questões idênticas a mesma decisão, oferecendo assim, segurança jurídica.
Previsão no arts. 1036 ao 1041, CPC
Ex. do procedimento de recursos repetitivos: Tenho 1000 processos que versam sobre a mesma questão. Preciso interpor um RE e o fiz no Tribunal local (deverá ser interposto no TJ local ou no TRF se for caso de competência da justiça federal), no TJ do RJ, então tenho 1000 Res interpostos no TJRJ. O Tribunal vai eleger apenas 2 recursos representativos da controvérsia (geralmente quem escolhe é o 3º Vice presidente do Tribunal), chamados recursos paradigmáticos, ou seja, aqueles que vão servir de paradigma, vão representar todos os recursos. Apenas esses recursos vão para o STF e os outros 998 recursos ficarão suspensos aguardando o acórdão que será proferido pelo STF. Quando o STF chegar à decisão, a mesma será aplicada a todos os 1000 processos. Portanto, a decisão do STF ou STJ é um provimento judicial vinculante, vinculando todas as instâncias inferiores.
Quando sair a decisão, a mesma será vinculada a todos os processos suspensos e os juízes aplicarão aos demais processos com causa idêntica a mesma decisão do Supremo. Isso dá celeridade a contenção de demanda de massa.
Distinção
Suponhamos que existe um processo que foi suspenso (conforme o exemplo acima, está entre os 998 processos suspensos que aguardam a decisão do Supremo). Também chamado de “distinguish” é fazer a distinção, mostrar a julgador que o caso concreto que envolve o recurso é diferente dos demais e não merece o mesmo tratamento e precisa deixar de ser suspenso e esse recurso precisa seguir o curso normal, conforme art. 1036, §9º, CPC. Quem precisa ficar atento a isso é o advogado da parte.
Resumo:
Procedimento: Diante da multiplicidade de RE ou RESP oferecidos junto ao TJ local ou TRF, caberá a escolha pelo tribunal de 2 recursos representativos da controvérsia. Somente estes serão encaminhados ao STF ou STJ, enquanto os demais ficarão suspensos. O prazo para julgamento é de 1 ano e, se não ocorrer no prazo, não ocorre preclusão.
Recurso paradigma: São os 2 recursos escolhidos, também chamados de recursos representativos da controvérsia. Não existem parâmetros objetivos impostos pela lei sobre como deve ser esta escolha, fato que gera uma crítica por parte da doutrina.
A decisão do STF/STJ é um precedente judicial vinculante: O acórdão do STF/STJ em julgamento de recursos repetitivos é um provimento judicial vinculante, conforme art. 927, III, CPC, e portanto, vincula as instâncias inferiores.
Distinção: Trata-se de um técnica de controle dos precedentes judiciais indicada no art. 1037,§9º, onde o advogado vai demostrar a distinção, pedir que o processo seja livrado da suspensão e com isso, siga seu curso normal.
Agravo em RE e RESP
Temos 3 modalidades de agravo permitidos no sistema processual brasileiro:
Agravo de instrumento: art. 1015, CPC
Agravo interno: art. 1021, CPC
Agravo em RE e RESP: art. 1042, CPC
OBS: O agravo retido foi extinto com o novo CPC.
Cabimento: O agravo em RE e RESP é cabível da decisão da presidência ou vice-presidência do TJ local ou TRF que inadmitiu o RE ou RESP interposto pela parte sob alegação que não preenche os requisitos específicos de admissibilidade.
Ex: Ofereci um RE à 3ª Vice presidência do STJ que não recebe o RE. Sendo assim, vou oferecer o agravo em RE para que o STF examine se o Tribunal estava certo ou não para receber meu recurso. Se meu recurso estiver correto, preenchendo os requisitos de admissibilidade, será encaminhado para que o Supremo aprecie. Na verdade, essa modalidade recursal será usada quando o TJ local ou TRF não admitir o RE ou RESP. O prazo será de 15 dias.
Embargos de divergência
Base legal: arts. 1043 e 1044, CPC
Cabimento: O art. 926, CPC prevê que o tribunal deve manter a jurisprudência íntegra e coerente. Sendo assim, há uma movimentação natural dos próprios tribunais para que criem enunciados, súmulas, etc. e, portanto, vinculam as instâncias inferiores. 
Este recurso objetiva estirpar divergências de entendimento entre turmas que compõem os respectivos tribunais superiores.
Esse recurso não é visto com frequência, pois os próprios tribunais cuidam para que as decisões sejam uníssonas.
OBS: Os embargos infringentes foram extintos com o novo CPC.
Sistemática recursal nos Juizados Especiais
Recursos cabíveis nos Juizados:
Recurso inominado: É o recurso cabível das sentenças nos Juizados, conforme art. 41 da Lei 9099/95. Não cabe, portanto, o recurso de apelação.
As decisões interlocutórias são irrecorríveis, pois não há previsão a respeito do agravo de instrumento. Na prática do Juizado, diante de uma decisão interlocutória a parte faz um pedido de reconsideração (sucedâneo recursal) ou até mesmo um mandado de segurança (ação autônoma) se houver ofensa a direito líquido e certo. O prazo do recurso inominado é de 10 dias.
Embargos de declaração: São aplicados nas mesmas hipóteses previstas no art. 1022, CPC e também interrompem o prazo para a propositura de outros recursos.
Recurso extraordinário: Cabível para o STF das decisões proferidas pelas turmas recursais, desde que haja violação a norma constitucional e atendimento aos requisitos específicos de admissibilidade (prequestionamento e repercussão geral). Será interposto perante a 3ª vice presidência.
Juizados Especiais
Estaduais: Lei 9099/95
Federais: Lei 10259/01
Fazendários: Lei 12253/09
Aula 9: Incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR)
Base legal: art.976, CPC
O IRDR tem sua origem no direito alemão.
Imaginemos que em 1º grau tenhamos múltiplos processos tratando da mesma situação jurídica, se qualquer um dos legitimados elencados no art. 977, CPC (partes, MP, juiz ou relator ou defensoria) poderão instaurar o IRDR. Será então encaminhado ao tribunal (TJ ou TRF) que irá julgar o incidente IRDR (será apreciado pelo órgão indicado no regimento interno de cada tribunal – art. 978, CPC), formando a tese jurídica em IRDR. Essa tese será aplicada a todos os processos que estavam suspensos aguardando a tese firmada em IRDR. Isso demonstra ganho de tempo, isonomia, pois todos terão a mesma decisão e irá realizar a contenção das demandas de massa. Essa tese é um provimento judicial vinculante, isto é, qualquer processo dali para a frente que tratar da mesma situação jurídica terá a mesma decisão. Tal tese jurídica firmada em IRDR deve ter ampla publicidade, para que todos tenham conhecimento para que ao oferecer a demanda, a parte ou advogado da parte tenha a previsibilidade, já sabendo de antemão qual o julgamento do Tribunal sobre tal questão. Será julgado no prazo de 1 ano – art. 980, CPC e se não for julgado no prazo não haverá preclusão, pois a mesma não se aplica ao poder judiciário.
Aula 10: A força dos precedentes judiciais
Os precedentes judiciais e a teoria do stare decisis – “A teoria do stare decisis possui duas características básicas: a força obrigatória atribuída aos precedentes, e a idéia de hierarquia funcional que rege a aplicabilidade dos precedentes”
Partes integrantes
Ratio decidendi - é a tese jurídica ou a interpretação da norma consagrada na decisão. 
“São os fundamentos jurídicos que embasam a decisão, ou seja, a tese jurídica aplicada na resolução do caso. Consiste, em outras palavras, no raciocínio jurídico desenvolvido para se chegar a uma determinada conclusão” Mariana Pereira Ximenes
Obter dicta – fundamentos não discutidos.O Superior Tribunal de Justiça, ao realizar juízo de admissibilidade de recurso especial, já aludiu à distinção entre obiter dictum e ratio decidendi. Veja-se acórdão de relatoria da Ministra Denise Arruda: “Processual civil – Agravo regimental no agravo de instrumento – Recurso especial – Administrativo – Energia elétrica – Interrupção do serviço. 1. O Tribunal local, embora reconhecendo que é indevida a manutenção do serviço em comento quando inadimplente o usuário, com base nas peculiaridades do caso concreto, entendeu que o ‘direito à saúde merece maior destaque em relação às demais situações’, fazendo referência expressa ao art. 196 da CF/88. A eliminação de tal premissa importa necessariamente a conclusão de que seria viável a interrupção do serviço. 2. Desse modo, a premissa referida não constitui mero obiter dictum, como argumenta a agravante, mas ratio decidendi, que deveria necessariamente ser impugnada pela via adequada (recurso extraordinário). Tal descuido obsta o exame do recurso especial (Súmula 126/STJ). 3. Agravo regimental desprovido” (STJ, 1.ª T., AgRg no Ag 739535, rel. Min. Denise Arruda, DJ 07.11.2006). 
 
Resumo:
O Brasil é tradicionalmente reconhecido como um país que adota o sistema jurídico da Civil law. Como um dos efeitos da globalização judicial há uma forte influência da Common law no ordenamento jurídico brasileiro, fazendo com que estejamos diante de um sistema híbrido.
O Brasil não reproduziu a Teoria dos precedentes judiciais norte-americana, mas criou um sistema de provimentos judiciais vinculantes de cunho obrigatório e força vinculante no plano vertical.
A doutrina trata como precedentes os provimentos judiciais vinculantes indicados nos arts. 332; 492, §4º; 927 e 932, IV e V, CPC.
O dito precedente está sujeito a formas, técnicas ou mecanismos de controle, que são:
Distinguish (distinção): Ocorre quando se pretende afastar a aplicação do precedente ao afirmar que o caso concreto não possui as mesmas razões de decidir, ou seja, tem peculiaridades que justificam um olhar específico.
Overruling (superação): Ocorre quando estamos diante de um precedente superado que não mais se coaduna com os anseios da sociedade moderna. Por exemplo, um precedente bem antigo poderá ser superado, de acordo com os atuais problemas da sociedade moderna. O precedente precisa ser atualizado.
Anticipatory overruling (superação realizada): O ideal é que o precedente precisa ser modificado e atualizado antes mesmo da existência de um caso concreto, de forma antecipada.
Quando não há obediência aos provimentos judiciais vinculantes é possível utilizar a reclamação, nos termos do art. 988, CPC.

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