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L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 1 Introdução Química Conceito: É a parte da ciência que estuda as transformações, propriedades e composição das substâncias. Ramos da química Química geral: estuda as leis e conceitos básicos que regem os fenômenos químicos. Química orgânica: estuda os compostos do carbono. Química inorgânica: estuda os compostos inorgânicos ou minerais. Química analítica: estuda os processos de análise, podendo ser qualitativa ou quantitativa. Físico-Química: estuda a relação dos fenômenos químicos com os físicos. Bioquímica: estuda os fenômenos químicos que ocorrem nos organismos vivos. Química aplicada (engenharia química): estuda a aplicação dos conhecimentos químicos na indústria. Histórico Os primeiros registros que se tem da química datam de 5000 anos A.C. Tanto os egípcios, quanto chineses e fenícios já conheciam o ouro, a prata, o cobre, o estanho, o chumbo, o mercúrio, o ferro, o carvão e o enxofre. Duas ligas metálicas na época eram obtidas: - Bronze: 90% de cobre e 10% estanho L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 2 - Aço: mistura de ferro com 1% de carvão (0,8% de carbono). Os egípcios preparavam lã, vidro, couro, cerveja, corantes, sabões e outros produtos. A química para os gregos era como uma filosofia. A VISÃO DE MUNDO DOS GREGOS Essas duas concepções avançadas de naturalismo e racionalismo impeliram o desenvolvimento de uma série de teorias cada vez mais sofisticadas para explicar o mundo natural. Forçados a reconciliar as exigências conflitantes da observação sensorial com o novo rigor lógico, Empédocles, Anaxágoras e, por fim, os atomistas tentaram explicar a aparente mutação e multiplicidade do mundo através de uma reinterpretação e modificação do monismo absoluto de Parmênides - a realidade sendo una, imóvel e imutável- em termos de sistemas mais pluralistas. Cada um desses sistemas adotava o conceito de Parmênides, segundo o qual o real não poderia em última análise vir a ser ou desaparecer, mas interpretava o aparente nascimento e destruição dos objetos naturais como consequência de múltiplos elementos fundamentais imutáveis que - somente estes - seriam verdadeiramente reais e se combinavam e descombinavam diversificadamente para formar os objetos do mundo. Esses elementos, em si, não existem nem desaparecem, apenas suas combinações em constante mutação estão sujeitas a essa mudança. Empédocles postulava quatro elementos primários essenciais: a terra, a água, o ar, e o fogo - que eram eternos, uniam-se e separavam-se pelas forças primárias do Amor e da Discórdia. Anaxágoras propunha que o Universo se constituísse de um número infinito de minúsculas sementes qualitativamente diferentes. Em vez de explicar o movimento da matéria em termos de forças cegas quase míticas (como o Amor e a Discórdia), preconizava a ideia da Mente primordial transcendental (Nous), que colocava o Universo em movimento e dava-lhe forma e ordem. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 3 No entanto, o mais abrangente sistema em meio a essas novidades foi o do atomismo. Tentando completar a busca dos jônicos por uma substância elementar constituinte do mundo material e ao mesmo tempo derrotando o argumento de Parmênides contra a mudança e a multiplicidade, Leucipo e seu sucessor Demócrito construíram uma explanação complexa de todos os fenômenos em termos puramente materialistas: o mundo compunha-se exclusivamente de átomos materiais existentes por si só, sem causa aparente e inquebrantáveis - uma substância unitária imutável, como exigia Parmênides, embora de número infinito. Essas minúsculas partículas invisíveis e indivisíveis moviam-se permanentemente num vazio sem limites e, por meio de suas colisões inteiramente casuais e combinações diversificadas, produziam os fenômenos do mundo visível. Os átomos eram qualitativamente idênticos, apenas diferiam em forma e tamanho - ou seja: em termos quantitativos e, portanto, mensuráveis. Demócrito ainda respondeu à objeção de Parmênides, afirmando que o que "não é" poderia sim, existir, no sentido de ser um vazio - um espaço desocupado, mas real, que proporcionava lugar para que os átomos se movimentassem e se combinassem. Os átomos eram movimentados mecanicamente, não por alguma inteligência como o Nous, mas pelo acaso cego da necessidade natural (ananke). Todo o conhecimento humano simplesmente provinha do impacto dos átomos materiais sobre os sentidos. Entretanto, grande parte das sensações humanas, como quente e frio ou amargo e doce, não derivavam das qualidades inerentes dos átomos, mas da "convenção" dos seres humanos. As qualidades eram percepções humanas subjetivas, pois os átomos apenas possuíam diferenças quantitativas. O real era a matéria no espaço, os átomos movimentando-se ao acaso no vazio. Quando um homem morria, sua alma perecia; mas a matéria se conservava e não perecia. Apenas mudavam as combinações dos átomos - os mesmos átomos continuavam colidindo e formando corpos diferentes em diversos estágios de expansão e diminuição, de conglomeração e rompimento, assim criando e dissolvendo no tempo um número infinito de mundos por todo o vazio. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 4 No atomismo, o resíduo mitológico da substância auto-animada - sustentado pelos primeiros filósofos - estava agora inteiramente eliminado: só o vazio provocava os movimentos casuais dos átomos, que eram totalmente materiais e desprovidos de ordem ou objetivo divino. Para alguns, esta explicação era considerada o mais lúcido esforço racional para evitar as distorções da subjetividade e dos desejos humanos, apreendendo assim os mecanismos singelos do Universo. Para outros, no entanto, muito fora deixado sem solução - a questão das formas e sua duração, a questão do objetivo do mundo, a necessidade de uma resposta mais satisfatória para o problema de uma primeira causa do movimento. Parecia estar ocorrendo avanços significativos na compreensão do mundo, ainda que muito do que era dado como certo na cultura primitiva anterior à Filosofia agora se tornasse problemático. - Anaxágoras – (500 a 428): 460 A.C. surge o conceito da mente universal (Nous). - Parmênides – 470 A.C. postula a tese da oposição lógica entre as aparências e a imutável realidade unitária. - Empédocles – 490 a 430 – o universo é composto pela combinação em diferentes proporções de quatro “raízes” (depois se tornou elementos): água, ar, terra e fogo, imóveis e imutáveis. - Leucipo – século V A.C. – criador do atomismo antigo - Demócrito – 460 a 370 A.C. – seguidor de Leucipo na criação do atomismo. Trecho extraído do A EPOPÉIA DO PENSAMENTO OCIDENTAL. Tarnas, Richard, editora Bertrand Brasil. Rio de Janeiro. Sexta edição. 2003. p.36,37 Estrutura Átomo: do grego – sem divisão. Constituinte universal da matéria (concepção grega), porém, foi inglês John Dalton em 1808 que introduziua ideia científica do átomo. Baseou-se nas leis ponderais das reações químicas, que já haviam sido observadas. Resumidamente: L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 5 a) Todo átomo é uma minúscula partícula material indestrutível (massa e dimensões inalteráveis). b) Átomos do mesmo elemento químico são idênticos entre si. c) Os diversos átomos podem combinar-se entre si, resultando em diferentes espécies de matéria. Exemplo: Cloro (Cl) – gás cloro (Cl2) ou Sódio (Na) + Cloro – Sal de cozinha (NaCl). Na visão de Dalton a matéria era um aglomerado de átomos (bolinhas indivisíveis) colados uns aos outros (doce de sagu) que se combinavam na proporção de 1:1, denominando-se de moléculas. Os trabalhos de Gay-Lussac e Avogadro demonstraram que os átomos se combinam em diferentes proporções. A indivisibilidade do átomo foi questionada por Ernest Rutherford que conseguiu demonstrar a existência de partículas α e β e raios γ nos fenômenos radiativos. Proposições: a) O átomo deve ser constituído de uma parte central (núcleo) e deve ter carga positiva, pois repele as partículas α, que possuem carga positiva. b) Pela análise do n° de partículas que sofrem desvios em relação as que atravessam normalmente “o tamanho do núcleo deve ser extremamente pequeno em relação ao átomo”. Os cálculos indicam: raio do núcleo = 1/10.000 (10-4) a 1/100.000(10-5) do raio do átomo. c) Se o átomo possuísse só carga negativa, ficaria muito positivo, por isso Rutherford admitiu que houvesse elétrons para equilibrar as cargas. Porém para que houvesse equilíbrio dinâmico “os elétrons devem girar ao redor do núcleo, em órbitas circulares”. Questão para reflexão: L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 6 Segundo Maxwell no magnetismo qualquer carga elétrica acelerada emite energia em forma de onda eletromagnética. Logo, o elétron deveria perder energia, porque Ec = 1/2 m.V2, portanto velocidade reduziria. Para manter a velocidade teria que reduzir o raio da trajetória devido a Vtang.= ¶D x n. Qual a consequência para a estrutura? Os postulados de Bohr (físico dinamarquês Niels Bohr) são baseados na mecânica quântica: a) “Os elétrons giram em redor do núcleo em órbitas circulares bem definidas e, espontaneamente, ao fazê-lo, eles não irradiam energia. ” b) “Quando um elétron passa e uma órbita para outra, ele emite ou absorve, determinada energia dada pela expressão: ΔE = h.f onde: h – constante de Planck = 6,6.10-3 erg.seg f – frequência da radiação absorvida ou emitida A energia “absorvida ou emitida por um elétron” é sempre de um fóton. Camadas eletrônicas ou níveis eletrônicos São regiões de maior ou menor distância ao núcleo do átomo e se relacionam com o nível ou estado energético do elétron, sendo que cada camada pode ter um máximo de elétrons. Distribuição eletrônica Os átomos até hoje conhecidos tem 7 camadas de estabilidade que são: K, L, M, N, O, P e Q. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 7 Regra de distribuição: 1) As camadas são preenchidas na ordem K, L, M,..., sucessivamente. Nessa ordem coloque o número máximo de elétrons que aceita cada camada até completar o total de elétrons do átomo. 2) Verifique o número de elétrons na camada mais externa. - Cancelar esse número e deixe apenas 8 ou 18 elétrons, isto é, aquela que imediatamente inferior ao cancelado. - A diferença entre o número cancelado e 8 ou 18 (imediatamente inferior), deve ser escrito na camada seguinte. 3) Se a nova camada com mais de 8 elétrons, deve-se repetir a operação a partir do item 2. Exemplo: Configuração eletrônica do átomo de cálcio: Z= 20 K = 2, L = 8 e M = 10, então M = 8 e N = 2 (≠ 10-8) Camada Nº elétrons (máx.) K 2 L 8 M 18 N 32 O 32 P 18 Q 8 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 8 A regra não é válida para os elementos de transição que se constituem nos elementos com uma das camadas (última ou antepenúltima) que possuem subnível incompleto. Exemplo: A – 2-8-18-18-7 (não de transição) B – 2-8-18-14-1 (transição) A Evolução da Teoria de Rutherford-Bohr Para os elementos como o H, deutério e Hélio ionizado a teoria funcionava bem, porém para elementos mais complexos com muitos elétrons surgiam dificuldades em explicar os espectros resultantes. Surgiu a hipótese de que os elétrons com o mesmo número quântico principal n podem ter diferentes energias. Sommerfeld sugeriu que poderia haver órbitas elípticas com diferentes excentricidades para o mesmo número quântico principal n. Exemplo: Camada “M” - n=3 três tipos de elipses Foi introduzido o conceito de 2º. número quântico, chamado de azimutal l. O intervalo que l pode assumir vai de 0 a (n-1), logo para N= 4, temos: 4-1=3, então os valores possíveis para l são: 0, 1, 2 e 3. Resultando em 4 elipses, sendo que quanto maior o valor de l mais arredondada a elipse (circunferência), maior a energia do elétron. Os elétrons descrevem órbitas com diferentes momentos angulares. 3º. Número quântico – Número quântico magnético (ml) Pode-se considerar a trajetória de um elétron com corrente elétrica, portanto ocorre um campo magnético perpendicular ao plano da trajetória (elipse ou circunferência). L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 9 Quando se coloca um átomo numa região de intenso campo magnético, o vetor criado pelo elétron sofre uma orientação, tornando-se paralelo ao campo magnético e, ao efetuar “saltos” de elétrons dentro de um campo magnético surgem novos tipos de emissões, chamado de “efeito Zeeman” Os diferentes vetores têm diferentes orientações, logo acumulam diferentes níveis de energia nesses elétrons que depende da intensidade do campo magnético. O campo magnético criado pela trajetória do elétron chama-se de momento magnético. A cada momento pode-se associar um vetor com orientação espacial e recebe o um terceiro número, que se denomina de número quântico magnético com valores inteiros no intervalo de –l....,0,..., + l. Exemplo: l= 3 tem-se: ml: -3,-2,-1,0,+1,+2 e +3. 4º. Número quântico – Número quântico de Spin (ms) O elétron é considerado uma carga esférica que gira em torno do eixo axial, ou seja, é considerado um eletroímã. Logo, vai se orientar dentro do campo magnético criado pelo movimento de translação ao redor do núcleo, podendo ser paralelo ou antiparalelo. Os valores assumidos podem ser -1/2 ou +1/2. RESUMO a) Número quântico principal --- n = 1,2,3.... b) Número quântico secundário (azimutal) --- l = 0,1,2,3..., (n-1) c) Número quântico magnético --- ml = -l,..., -1,0, +1,..., +l d) Número quântico de Spin --- ms = -1/2 ou +1/2Princípio de Exclusão de Pauli Num átomo nunca existem dois elétrons com seus quatro números quânticos iguais. Exemplo: para a camada L: n = 2 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 10 n l ml ms 2 0 0 - 1/2 2 0 0 + 1/2 2 1 -1 - 1/2 2 1 -1 + 1/2 2 1 0 - 1/2 2 1 0 + 1/2 2 1 +1 - 1/2 2 1 +1 + 1/2 Na camada L, portanto se admite no máximo 8 elétrons. Princípio das Incertezas Jamais poderemos determinar simultaneamente a posição de uma partícula e a sua velocidade num dado instante. Isto é, quanto mais exata for a determinação da posição de uma partícula, num dado instante, maior incerteza teremos na sua velocidade e vice-versa. Logo para um elétron em movimento ao redor do núcleo pode-se calcular a energia, porém há indeterminação na velocidade e posição desse elétron num dado instante. Não é possível estabelecer trajetória como postulou Bohr para um elétron com energia e momento angular determinados. O que existe é uma região de máxima probabilidade de encontrar um elétron. Na camada K há somente um tipo de orbital, que é chamado de “1s” e tem forma esférica. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 11 Na camada L, número quântico principal 2 há duas formas de orbitais: “s” e “p”. O orbital “2s’ é uma coroa esférica que envolve “1s”. Os orbitais “2p” são três: “2px”, “2py” e “2pz” orientados de acordo com o sistema de eixos tri-ortogonais. Cada orbital “p” tem a forma de alteres. O conjunto dos subníveis de mesmo número quântico principal estabelece a camada ou nível eletrônico. Exemplo: Camada L: L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 12 “2s”-------------“2s” “2p”-------------- “2px”, “2py” e “2pz” Na camada M temos os seguintes subníveis: “3s”, “2p” e “2d”. O subnível “3s” constitui-se do orbital “3s”, o qual é uma coroa esférica que envolve “2s”. O subnível “3p” é formado pelos orbitais “3px”, “3py” e “3pz também dispostos num sistema de eixos tri-ortogonais. O subnível “3d” é formado por cinco orbitais “3dxy”, “3dyz”, “3dxz, “3dx2-y2 e “3dz2 também dispostos num sistema de eixos tri-ortogonais. Os orbitais “d” tem uma forma mais diversificada: quatro deles tem forma de 4 lóbulos de sinais alternados (dois planos nodais, em diferentes orientações espaciais), e o último é um duplo lóbulo rodeado por um anel (um duplo cone nodal). L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 13 A camada M tem número quântico principal n=3, sendo os subníveis possíveis: n-3, logo l = 0,1 e 2. Cada subnível recebeu a seguinte denominação: l Subnível 0 s (sharp) 1 p (principal) 2 d (difuse) 3 f (fundamental) 4 g (teórico) 5 h (teórico) Num subnível, enquanto todos os orbitais não receberem o 1º. elétron, nenhum deles receberá o 2º. elétron. Características do átomo 1. Número atômico (Z) A carga positiva do núcleo, chamada de carga nuclear, contém praticamente toda a massa do átomo, logo depende apenas dos prótons, porque os nêutrons não possuem carga elétrica. Exemplo: Átomo Número de prótons Carga nuclear H 1 +1 O 8 +8 U 92 +92 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 14 De acordo com (IUPAC) o número atômico é colocado acima do átomo que representa. Ex. : 2. Número de massa (A) É a soma do número de prótons (P) mais os números de nêutrons (N). A = Z + N Ex.: Na Z = 11 e P = 12 Logo: A = 23 3. Isótopo São aqueles átomos que possuem mesmo número atômico e diferente número de massa. Exemplo: 1) Oxigênio A = 16 e Z = 8; Oxigênio A = 17 e Z = 8 Oxigênio A = 18 e Z = 8 2) Carbono A = 12 e Z = 6; Carbono A = 13 e Z = 6 e Carbono A = 14 e Z = 6 4. Isóbaros São átomos de números atômicos diferentes, porém com o mesmo número de massa. 1) Cálcio: A = 40 e Z = 20 é isóbaro de Argônio: A = 40 e Z = 18 2) Carbono A = 14 e Z = 6 isóbaro de Nitrogênio: A = 14 e Z = 7 5. Isótonos São átomos de números atômicos diferentes, com diferentes números de massa e com mesmo número de nêutrons. Boro: A = 11 e Z = 5 é isótono de Carbono: A = 12 e N = 6 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 15 Ligações Químicas Imagine-se dois imãs aproximando-se. Se os polos forem contrários surgirá uma força de atração entre ambos, unindo-os e formando uma união estável. Dois átomos aproximando-se surgem forças de atração, porque a eletrosfera de um atrai o núcleo do outro. Se aproximar-se demais haverá repulsão. Logo, há uma região de equilíbrio entre atração e repulsão. Se o equilíbrio for ESTÁVEL chama-se de: LIGAÇÃO QUÍMICA Um átomo ao ligar-se quimicamente para atingir uma configuração estável deverá ganhar ou perder elétrons. Regra do OCTETO: O átomo adquire estabilidade quando possui 8 elétrons na camada periférica. Também estabilizará o átomo que possuir 2 elétrons na camada K. Exceções: Existem compostos nos quais os átomos estabilizam com 4, 6, 12, 18 e assim por diante. Conceito de valência: É a capacidade de combinação dos elementos. Exemplo: HF – monovalência H2O – bivalência AlCl3 – trivalência Os elétrons que ocupam o último nível energético de um átomo são os responsáveis pelas ligações químicas. São chamados de elétrons de valência. São representados por pontos ou cruzes junto ao símbolo do átomo e denomina-se símbolo eletrônico. Representação (Estrutura de Lewis): L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 16 Classificação dos elementos 1. Gases nobres ou raros: Possuem valência zero (último nível eletrônico completo). Não se combinam, são inertes. Alguns reagem como o Xe com o F, por exemplo. 2. Cátions: São os que possuem valência positiva (metais). 3. Ânions: São os que possuem valência negativa (não-metais). Dependendo das forças, dividem-se em: 1) Ligação eletrovalente ou iônica É aquela onde os compostos são iônicos. Reação entre cátions e ânions. As forças que mantém o equilíbrio são eletrostáticas. De maneira geral: a) Perdem elétrons (cátions): os átomos com menos de 4 elétrons na última camada. Exemplo: Metais Na – Z= 11 Configuração: 1s22s22p63s1 perdendo 1eo 1s22s22p6 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA– Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 17 Átomo (Na) íon sódio (Na+) b) Ganham elétrons (ânions): os átomos com mais de 4 elétrons na última camada. Exemplo: Não-metais Cl – Z= 17 Configuração: 1s22s22p63s23p5 ganhando 1eo 1s22s22p63s23p6 Átomo de cloro (Cl) íon cloreto (Cl-) Os cátions são elementos de pequeno potencial de ionização (metais) e os ânions tem grande eletronegatividade (ametais ou não-metais). Os cátions estão na tabela nos grupos 1A e 2A, metais alcalinos e alcalinos terrosos, respectivamente, enquanto os ânions estão nos grupos 6A e 7A (ametais), calcogênios e halogênios, respectivamente. 2) Ligação covalente ou molecular É aquela que resulta do emparelhamento dos elétrons entre dois átomos. Quando dois átomos eletronegativos reagem entre si, ambos tendem a receber elétrons e não a ceder, logo compartilham para atingir uma configuração estável. Exemplo: ligação entre dois átomos ametálicos ou átomos de hidrogênio. 1H 1s1 H+ H+ + H+ H H 1s2 Formas de ligações covalentes: a) Simples: quando há o emparelhamento de apenas um par de elétrons na ligação. Exemplo: Molécula de hidrogênio. b) Dupla: quando dois pares de elétrons são emparelhados. Exemplo: Molécula de oxigênio. c) Tripla: quando três pares de elétrons são emparelhados. Exemplo: moléculas de nitrogênio. ↓ ↑ L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 18 Representação (Estrutura de Kekulé): 1 traço ( ) – ligação simples 2 traços (=) – ligação dupla 3 traços (≡) – ligação tripla Tipos de ligações covalentes Eletronegatividade: De acordo com Pauling é a tendência de um átomo de atrair elétrons em sua direção, quando combinado, formando um composto. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 19 a) Apolar Quando dois átomos A e B, unidos por uma ligação covalente, A tendo a mesma eletronegatividade de B, o par eletrônico ficará a mesma distância de A e B, isto é, ligação covalente pura. b) Polar Quando dois átomos A e B, unidos por uma ligação covalente, A sendo mais eletronegativo do que B, o par eletrônico ficará mais próximo de A, isto é, ficará maior a densidade eletrônica em torno e A. c) Coordenativas ou coordenovalentes ou dativas Quando o par de elétrons vem de apenas um dos átomos, sendo que o outro não contribui com nenhum elétron. Exemplos: L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 20 Caráter de uma ligação Quando a diferença de eletronegatividade entre o s átomos ligados é zero, é chamada de covalente apolar e, quando a diferença for maior do que 1,7, é iônica. Polaridade das moléculas Momento dipolar: É o produto da carga, em módulo, pela distância que separa essas cargas. µ = Q.d Logo quanto maior o valor de µ, mais polar a ligação. Se µ = 0 ---- molécula apolar Se µ ≠ 0 ---- molécula polar Exemplo: molécula de água e dióxido de carbono. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 21 Caráter de uma ligação Quando a diferença de eletronegatividade entre os átomos ligados é zero, é chamada de covalente apolar e, quando a diferença for maior do que 1,7, é iônica. Grupo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Período 1 H 2,2 He 2 Li 1,0 Be 1,5 B 2,0 C 2,5 N 3,0 O 3,5 F 4,0 Ne 3 Na 0,9 Mg 1,2 Al 1,5 Si 1,8 P 2,1 S 2,5 Cl 3,0 Ar 4 K 0,8 Ca 1,0 Sc 1,3 Ti 1,5 V 1,6 Cr 1,6 Mn 1,5 Fe 1,8 Co 1,9 Ni 1,8 Cu 1,9 Zn 1,6 Ga 1,6 Ge 1,8 As 2,0 Se 2,4 Br 3,0 Kr 5 Rb 0,8 Sr 1,0 Y 1,2 Zr 1,4 Nb 1,6 Mo 1,8 Tc 1,9 Ru 2,2 Rh 2,2 Pd 2,2 Ag 1,9 Cd 1,7 In 1,7 Sn 1,8 Sb 1,9 Te 2,1 I 2,5 Xe 6 Cs 0,7 Ba 0,9 * Hf 1,3 Ta 1,5 W 1,7 Re 1,9 Os 2,2 Ir 2,2 Pt 2,2 Au 2,4 Hg 1,9 Tl 1,8 Pb 1,9 Bi 1,9 Po 2,0 At 2,2 Rn 7 Fr 0,7 Ra 0,9 ** Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Uub Uut Fl Uup Lv Uus Uuo L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 22 Sendo 1 D (Debye) = 3,34 x 10-30 C.m 3) Ligação metálica As substâncias metálicas podem ser consideradas como constituídas por um conjunto de átomos idênticos unidos por uma ligação especial chamada ligação metálica. Exemplo: 1) Na 1s22s22p63s1 Nao o Na 2) Fe 1s22s22p63s2 3p64s2 3d6 Fe: :Fe A teoria que explica a ligação metálica deve cumprir dois quesitos: L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 23 - Ligação entre um grande número de átomos idênticos num metal puro; - Ligação entre átomos de metais diferentes (ligas metálicas); Logo não pode ser baseada em ligações direcionais. Muitas propriedades metálicas se mantêm mesmo no estado líquido (Hg) ou em solução num solvente adequado (Na em amônia líquida). - A teoria também deve explicar a grande mobilidade dos elétrons; Teoria dos elétrons livres Drude (1900) imaginou um metal como sendo um retículo cristalino. Explicação qualitativa. Porém, falhava quantitativamente. Problemas do modelo O modelo oferecia uma boa explicação para a condutividade de corrente elétrica em metais e a condutividade térmica, mas falhava ao não explicar as diferenças entre as capacidades caloríficas dos metais em comparação com a dos materiais isolantes. Num isolante elétrico, esperava-se que a capacidade calorífica fosse zero, porque não existem elétrons livres. Contudo, os metais e os isolantes elétricos possuem aproximadamente a mesma capacidade calorífica à temperatura ambiente. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez24 Teoria da ligação de valência Considera um metal simples como Li, estrutura CCC com 8 vizinhos próximos e mais 6 no nível seguinte a uma distância um pouco maior. Diversos arranjos são possíveis: Li Li–Li Li Li–Li Li–Li Li Li–Li Li Li–Li Li–Li Teoria dos orbitais moleculares ou das bandas Configuração do átomo de lítio: 1s 2s 2p ↑↓ ↑ Metais Semicondutores Isolantes L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 25 A molécula Li2 existe sob a forma de vapor – ligação OAs 2s. Pré-requisito para propriedades metálicas – OAs vazios. C excitado, N, O, F e Ne – não tem OAs vazios na camada de valência e todos são não metais. Os OAs vazios podem formar ligações adicionais de duas maneiras: 1) Formação de ligação coordenadas: recebem pares isolados de elétrons de outros átomos ou ligantes. 2) Aglomerado (cluster): cada átomo compartilha seus elétrons com diversos vizinhos e participando também dos elétrons destes. Condutores, isolantes e semicondutores: Condutores elétricos (metais): A banda de valência está ou apenas parcialmente preenchida ou existe uma sobreposição das bandas de valência e de condução. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 26 Isolantes elétricos (não-metais): A banda de valência está completa e não ocorre perturbação envolvendo níveis dentro da própria banda. Há uma diferença de energia entre a banda de valência e a banda vazia mais próxima (gap). Os elétrons não podem ser promovidos para o nível vazio. Semicondutores elétricos: Os semicondutores intrínsecos são basicamente isolantes, porém devido ao intervalo de energia entre as bandas adjacentes ser muito pequeno a energia térmica ou elétrica promove um pequeno número de elétrons da banda de valência para a banda de condução vazia. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 27 Diferenças de energia no diamante, Si e Ge Elemento Diferenças de energia (kj.mol-1) C 502 Si* 100 Ge* 67 * Semicondutores. 4) Ligação intermolecular São as ligações que ocorrem entre moléculas. A probabilidade de haver ligação é maior nos estados líquido e sólido, porque no gasoso estão muito isoladas. As forças intermoleculares afetam diretamente o ponto de fusão e ebulição das substâncias. Provocam Forças intermoleculares a) Forças de Van der Waals São forças de fraca intensidade que podem ser divididas em: Ligações Intermoleculares fortes PF elevado PE Quanto + polar a ligação + fácil a liquefação da substância L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 28 - Dipolo-dipolo: Ocorre entre moléculas polares. A atração se dá pela atração polos contrários, isto é, o polo positivo de uma molécula atrai o polo negativo de outra. PEHBr =-73◦C - Dipolo induzido-dipolo induzido: Ocorre entre moléculas apolares. Como os elétrons estão em movimento na eletrosfera, sofrem deformações momentâneas, formando dipolos instantâneos (intervalo de tempo muito curto). Quando duas moléculas apolares estão muito próximas pode ocorrer uma fixação desses dipolos instantâneos, assim se forma o dipolo induzido. b) Pontes de hidrogênio São forças intensas (maiores que as de Van der Waals) encontradas nas ligações entre moléculas polares. Exemplos: HF, H2O L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 29 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 30 Resumo das Propriedades das Substâncias Funções inorgânicas São grupos ou famílias de substâncias simples com propriedades semelhantes. São divididas em: 1. Ácidos 2. Hidróxidos (bases) 3. Óxidos 4. Sais 5. Hidretos L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 31 Ácidos No presente momento consideraremos o seguinte conceito de ácido, que é bastante restrito, contudo para os propósitos é adequado. Então, ácido é toda substância cuja fórmula se inicia com o elemento hidrogênio. Podemos dividir os ácidos em: a) Hidrácidos: não oxigenados. Notação geral: Hx E b) Oxiácidos: oxigenados. Notação geral: Anidrido + Água = oxácido HxEzOy Exemplo: CO2 + H2O H?C?O? Regra: a) No reagente há dois átomos de hidrogênio, logo deverá haver no oxácido 2 átomos de H no produto. b) Três átomos de O, idem no produto. c) Um átomo de C: idem no produto. Então temos: H2CO3 Ácidos e bases 1. Teoria de Arrhenius (conceito aquoso) a) Ácido é qualquer substância química que pode formar íons H+ em solução aquosa. Exemplo: HCl + H2O H3O+ + Cl- Igualmente o CO2 é um ácido, porque reage com a água: CO2 + H2O H2CO3 H2CO3 H3O+ + HCO3- L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 32 Em geral, os óxidos de não-metais reagem com a água, resultando em soluções ácidas. Tais óxidos são chamados de anidridos ácidos. b) Base é qualquer substância química que pode formar íons OH- em solução aquosa. Exemplo: H2O NaOH(s) Na+ + OH- NH3 + H2O NH4+ + OH- Analogamente aos ácidos, os óxidos (metálicos) também sofrem reação com água para formar hidróxidos (bases). São os anidridos básicos. Na2O + H2O 2 NaOH(aq) PROPRIEDADES – ÁCIDOS E BASES PROPRIEDADES EM COMUM DE ÁCIDOS E BASES: - Alteram as cores de pigmentos vegetais de modo específico; - Ácido muda a cor do papel tornassol azul para vermelho; - Limão adicionadoao chá muda sua cor; - Ácido neutraliza o efeito da base; - Base muda a cor do papel tornassol vermelho para azul; - Base muda a cor da fenolftaleína para rosa; - Base neutraliza o efeito do ácido; L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 33 Intervalo de viragem 8,0 a 9,5 PROPRIEDADES – ÁCIDOS: • Sabor azedo; • Reagem com base, sofrendo neutralização e formando sal e água; • Reagem com metais para produzir gás H2; • Dissolvem metais; • Reagem com carbonatos para produzir CO2; • São eletrólitos, ou seja, em solução aquosa conduzem corrente elétrica; PROPRIEDADES – BASES: • Sabor amargo; • Cáustico, podem corroer ou destruir o tecido vivo; • Sensação de escorregadio ou ensaboado; • Reagem com ácidos, sofrendo neutralização, e formando sal e água; HCl + NaOH NaCl + H2O • São eletrólitos, ou seja, em solução aquosa conduzem corrente elétrica; ÁCIDO – CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA Quanto à presença de oxigênio são classificados como: a) Oxi-ácidos - os que contém oxigênio; b) Hidrácidos – os que não contém oxigênio; Nomenclatura: a) Oxi-ácidos: L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 34 Ânion Ácido Eto Ídrico Ato Ico Ito Oso a.1) Nox fixo - terminação em ICO Ácido + nome do elemento + ICO Ex.: H2CO3 → ácido carbônico H3BO3 → ácido bórico a.2) Nox variável - ICO (nox maior); OSO (nox menor) Ácido + nome do elemento + ICO (nox maior) ou OSO (nox menor). HNO3 → ácido nítrico H2SO4→ ácido sulfúrico HNO2 → ácido nitroso H2SO3 → ácido sulfuroso Formam-se três ou quatro oxiácidos Ácido per.......................ICO Ácido.............................ICO Ácido.............................OSO Ácido hipo.....................OSO H+1ClO4-2 → ácido perclórico. HClO3 → ácido clórico. HClO2 → ácido cloroso HClO → ácido hipocloroso b) Hidrácidos ácido elemento + ÍDRICO HF → ácido fluorídrico L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 35 HBr → ácido bromídrico Metais que formam ácidos: HMnO4 – ácido permangânico H2CrO4 – ácido crômico H2MnO4 - ácido mangânico H2Cr2O7 – ácido dicrômico ÁCIDO – IONIZAÇÃO: Monoácidos: um hidrogênio ionizável Ex: H3PO2, HClO4 , HNO3 Diácidos: dois hidrogênios ionizáveis Ex: H2CO3, H3PO4, H2SO4 Triácidos, tetraácidos, igualmente Hidrácidos – todos os hidrogênios são ionizáveis Oxi-ácidos – somente os hidrogênios ligados ao oxigênio são ionizáveis ÁCIDO - FORÇA Grau de ionização de um ácido: Onde: α = grau de ionização ηi = n° de moléculas ionizadas ηd = n° de moléculas dissolvidas Os ácidos podem ser classificados de acordo com α. Ácidos fortes α > 50% HClO4 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 36 HCl HNO3 H2SO4 Ácidos moderados 5% < α < 50% H3PO4 HF Ácidos fracos α < 5% H2CO3 H3BO3 HCN Para os oxi-ácidos: faz-se a diferença entre o número de átomos de oxigênio e o número de átomos de Hidrogênio. Se a diferença for igual a: 2 ou 3 – forte 1 – moderado 0 – fraco Exemplos: HClO4 : 4 – 1 = 3 (forte) H3PO4 : 4 – 3 = 1 (moderado) H2SO4 : 4 – 2 = 2 (forte) H3BO3 : 3 – 3 = 0 (fraco) Exceção: H2CO3 – ácido fraco (α: 0,18%) L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 37 Hidróxidos (bases) Classificação e Nomenclatura Bases de metais de carga fixa: Elementos metálicos Carga em ligação iônica Alcalino +1 Alcalinos terrosos +2 Prata +1 Zinco +2 Alumínio +3 hidróxido de ___________ (Sistema Stock) nome do metal Bases de metais de carga variável: Todos os demais metais: Ex: Cu, Hg, Au, Fe, Ni, Cr, Co, Sn, Pb, Mn A utilização dos sufixos está caindo em desuso, contudo ainda encontramos nos textos de química. No sistema de Stock (recentemente adotado) o estado de oxidação do elemento é indicado pelo algarismo romano escrito após o nome do elemento. Assim, tem-se: Cobre I e Cobre II e para os cromos com valência +2 e +3, Cromo II e Cromo III. hidróxido de _______+ carga do cátion (algarismos Romanos) nome do metal Outro modo: carga menor: hidróxido ……+ oso hidróxido ……+ ico Base de Arrhenius: NH3 (composto molecular): NH3(g) + H2O(l) → NH4+(aq) + OH-(aq) Classificação quanto ao número de hidroxilas: Monobases, dibases, tribases, etc.. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 38 Bases – Força Similarmente aos ácidos, a maioria das bases é fraca. A força de uma base depende de sua tendência de aceitar um próton pelo íon OH. Por exemplo, o odor de peixe morto é devido a aminas, que são bases fracas por decomposição anaeróbia de compostos nitrogenados. Bases Fortes: bases de metais alcalinos e alcalino-terrosos [exceto Mg(OH)2] Bases Fracas: as demais [incluindo Mg(OH)2 e amônia] Sais São o produto da reação entre um radical ácido e um metal ou cátion amônio. Notação geral: Mex Ry MeyRx São compostos iônicos resultantes da neutralização entre ácidos e bases com eliminação de água. O cátion vem da base O ânion vem do ácido Ex: HCl + NaOH → NaCl + H2O Reação de Neutralização: H+ + OH- → HOH HNO3 + NaOH → NaNO3 + H2O H2SO4 + Ca(OH)2 → CaSO4 + H2O L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 39 Sais – Nomenclatura _____________________ de_____________ _______________ nome do ânion nome do metal se metal de carga variável, acrescentar a carga (Romanos) Sais Hidratados: Água de cristalização ou água de hidratação é a água que se encontra dentro do retículo cristalino. Cada hidrato constitui um composto diferente, com estrutura cristalina própria. Exemplos: CaSO4. 2 H2O – sulfato de cálcio di-hidratado (gesso) CuSO4. 5 H2O – sulfato de cobre II penta-hidratado Na2SO4. 10 H2O – sulfato de sódio deca-hidratado Muitos hidratos perdem água ao serem aquecidos CaCl2.6H2O, por exemplo, sofre desidratação progressiva, formando compostos com 4, 2, 1 ou nenhuma molécula de H2O (CaCl2 anidro). Compostos anidros tem aplicação como agentes desidratantes, pois eles tendem a recuperar a água perdida. Hidrogeno-sais - Neutralização parcial do ácido: NaH2PO4 – di-hidrogeno-fosfato de sódio ou fosfato diácido de sódio Na2HPO4 – hidrogeno-fosfato de sódio ou fosfato ácido de sódio Hidróxi-sais - Neutralização parcial da base: Al(OH)2Cl – di-hidróxi-cloreto de alumínio ou cloreto dibásico de Al Al(OH)Cl2 – (mono)hidróxi-cloreto de alumínio ou cloreto (mono)básico de Al L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 40 Óxidos São aquelas substâncias formadas por dois tipos de elementos, sendo um deles o oxigênio. Notação geral: E+O-2 = E2Ox Exemplo: 1) Lítio + Oxigênio = Li2O 2) Magnésio + Oxigênio= MgO 3) Alumínio + Oxigênio = Al2O3 4) Ferro+2 + Oxigênio = FeO 5) Ferro+3 + Oxigênio = Fe2O Nestes compostos o oxigênio é o mais eletronegativo. Óxidos Moleculares – Não-metal +oxigênio (lig. covalente) Nomenclatura mono mono di+ óxido de di+ elemento tri tri CO → monóxido de carbono CO2 → dióxido de carbono NO2 → dióxido de nitrogênio N2O → monóxido de dinitrogênio N2O3 → trióxido de dinitrogênio Óxidos Iônicos - Metal + oxigênio (lig. iônica) Exceções: Mn2O7, MnO3 e CrO (covalentes) L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 41 Nomenclatura Óxido de (elemento) + carga do cátion (algarismos Romanos) – se tiver carga variável: - Carga menor – óxido de (elemento) + oso - Carga maior - óxido de (elemento) + ico Na2O → óxido de sódio CaO → óxido de cálcio Al2O3 → óxido de alumínio K2O → óxido de potássio MgO → óxido de magnésio Au2O3 → óxido de ouro-III ou áurico Cu2O → óxido de cobre-I ou cuproso Fe2O3 → óxido de ferro-III ou férrico PbO → óxido de chumbo-IV ou plúmbico Óxidos Ácidos ou Anidridos Óxidos que podem ser obtidos a partir da desidratação de um ácido. H2SO4 – H2O → SO3 (anidrido sulfúrico ou trióxido de enxofre) Nomenclatura: anidrido __________________________ nome do ácido que origina o óxido Óxidos ácidos reagem com a água formando ácido. Ex.: SO3 + H2O → H2SO4 Óxidos ácidos reagem com bases formando sal e água. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 42 Ex: SO3 + 2 NaOH → Na2SO4 + H2O Óxidos básicos Óxidos que podem ser obtidos a partir da desidratação de uma base. Ex: NaOH - H2O → Na2O Óxidos básicos reagem com a água formando base. Ex: Na2O + H2O → NaOH Óxidos básicos reagem com ácidos formando sal e água. Ex: Na2O + 2 HCl → 2 NaCl + H2O Óxidos neutros ou indiferentes Não reagem com água, ácidos ou bases. CO, NO e N2O Óxidos anfóteros Reagem com ácidos ou bases formando sal e água. Não reagem com água. Exemplos: ZnO, Al2O3, SnO, SnO2, PbO e PbO2. ZnO + 2HCl → ZnCl2 + H2O ZnO + 2NaOH → Na2ZnO2 + H2O Zincato de sódio Peróxidos (NOx-1): H2O2, Na2O2 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 43 Superóxidos (NOX -1/2): KO2, RbO2, CsO2 Na2O4 ou NaO2 → superóxido de sódio CaO4 → superóxido de cálcio Os superóxidos são de fácil formação, basta aquecê-los em atmosfera de O2. K(s) + O2(g) → KO2(s) Os superóxidos são sólidos cristalinos alaranjados extremamente oxidantes. Oxidam a própria água. 2 KO2(s) + H2O → O2(g) + HO2- + OH- + 2 K+ Hidretos São compostos constituídos por dois elementos, sendo um deles o hidrogênio. Notação geral: EHx Exemplo: NaH, MgH2 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 44 Equação química: É a representação gráfica e abreviada de uma reação química. Sendo formada por dois membros: - 1º. Membro – constitui-se de substâncias chamadas reagentes, gerando: - 2º. Membro – substâncias denominadas produtos. A equação química expressa o fenômeno tanto qualitativo, quanto quantitativo, isto é, indica tanto as substâncias que reagiram, os produtos resultantes, quanto a quantidade envolvida na reação. Exemplo: N2 + 3H2 2NH3 AgNO3 (aq) + HCl(aq) HNO3 (aq) + AgCl CaCO3 (s) Δ CaO + CO2 Lei da conservação da massa: a matéria não pode ser perdida em nenhuma reação química. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 45 Regras gerais: 1) Equilibre os átomos dos metais 2) Equilibre os átomos dos ametais 3) Equilibre os átomos de hidrogênio 4) Equilibre os átomos de oxigênio Principais tipos de reações químicas 1) Reação de Síntese São também chamadas de reações de combinação ou adição, onde duas ou mais substâncias combinam-se para formar (sintetizar) uma nova substância. 1.1) Síntese parcial – quando os reagentes são substâncias simples. Exemplo: Ca + [O] CaO 1.2) Síntese total – quando os reagentes têm pelo menos uma substância composta. Exemplo: 2CO + O2 2CO2 2) Reação de análise ou decomposição São aquelas em que uma única substância é decomposta em duas ou mais substâncias diferentes. Podem ser: 2.1) Pirólise – decomposição pelo calor. Exemplo: 2HgO 2 Hg + O2 Δ 2.2) Eletrólise – decomposiçãopela corrente elétrica. Exemplo: 2 NaCl(fundido) 2Na + Cl2 2.3) Fotólise – decomposição pela luz Exemplo: H2O2 H2O + O2 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 46 3) Reações de simples troca São conhecidas também como de deslocamento ou se substituição simples, onde uma única substância simples reage com uma substância composta, gerando outra substância simples e outra composta. Exemplo: HCl + Zn ZnCl + H2 4) Reação de dupla troca Ocorrem entre substâncias compostas. Exemplo: HCl + NaOH NaCl + H2O Estequiometria Do grego: stoicheion = elemento e metrein = medir A massa atômica é dada em u.m.a. Exemplo: Átomo Massa atômica (u.m.a.) Números de massa 1,01 1 2,01 2 12,0 12 15,9 16 Átomo-grama: a massa atômica de um elemento químico expressa em gramas é denominada de átomo-grama. Exemplo: a massa atômica do C = 12 u.m.a., logo um átomo-grama de C é 12 gramas de Carbono L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 47 Número de Avogadro: Em um átomo-grama de qualquer átomo há 6,02.1023 átomos. Exemplos: 1 atg de Al = 27 g contém 6,02.1023 átomos. 1 atg de O = 16 g contém 6,02.1023 átomos. Massa molecular É a relação que há entre a massa da molécula considerada e a massa de 1/12 do carbono 12 adotado como padrão Calcula-se a massa molecular de uma substância, somando-se as massas atômicas dos átomos dos elementos que constituem a molécula dessa substância. Exemplo: H2 = 2 O2 = 32 H2O = 18 A molécula-grama e fórmula-grama é a própria massa ou fórmula expressa em gramas. A molécula-grama é abreviada por mol, sendo sua massa 6,02.1023 moléculas. Assim, um mol de O2 = 32 g tem 6,02.1023 moléculas de oxigênio ou um mol de H2O = 18 g tem 6,02.1023 moléculas de água. Fórmula mínima ou empírica É a proporção mínima entre os átomos que formam a substância. Indica os elementos da substância, a proporção, porém não confirma a quantidade exata de átomos que formam a molécula da substância. Exemplo: glicose (1C:2H:1O) Fórmula mínima: CH2O Qual a composição verdadeira (fórmula molecular)? CH2O ou C2H4O2 ou C3H6O3 ou C4H8O4 ou CxH2xOx Fórmulas mínimas a partir de análises: Análise por combustão L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 48 As fórmulas mínimas são determinadas pela análise por combustão: C6H12O6 Fórmula molecular e fórmula e mínima de algumas substâncias: Para certos compostos, quando uma molécula não pode ser reduzida para n° inteiros menores, a fórmula molecular é igual a fórmula mínima. Substâncias (ligações covalentes) são representadas por fórmulas moleculares se for conhecido o n° de átomos de cada um dos elementos. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 49 Substâncias não moleculares são representadas pelas fórmulas mínimas. Exemplo: compostos iônicos. Informações quantitativas a partir de equações balanceadas A equação balanceada fornece o número de moléculas que reagem para formar produtos. Interpretação: a proporção da quantidade de matéria de reagente necessária para se chegar à proporção da quantidade de matéria do produto. Essas proporções são denominadas proporções estequiométricas. NB: As proporções estequiométricas são proporções ideais. As proporções ideais de reagentes e produtos no laboratório devem ser medidas em gramas e convertidas para mols. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 50 Substâncias gasosas 1) O gás não possui forma própria (assume a forma do recipiente que o contém). 2) O volume ocupado por certa quantidade gás é igual ao volume do recipiente que o contém (volume gasoso). 3) As moléculas estão em constante movimento desordenado, chocando-se contra as paredes do recipiente. Propriedades de um gás: massa, volume, temperatura e pressão. a) Massa de um gás: n = m/PM b) Volume: 1 L = 1.000 mL ou 1.000cm3 c) Temperatura: 0 ºC = 273 K Relação: K = ºC + 273 d) Pressão: 1 atm = 760 mm Hg = 76 cm Hg Lei de Boyle (Lei isotérmica) Uma dada massa fixa de um gás, a temperatura constante, ocupa um volume inversamente proporcional à pressão exercida sobre ela. Logo, em temperatura e massa constante temos: P1 V1 = P2 V2 Lei de Charles (Lei isobárica) Uma determinada massa fixa de um gás, a pressão constante, ocupa um volume diretamente proporcional a temperatura absoluta. Logo, em pressão e massa constante temos: V1/T1 = V2/T2 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 51 Lei geral dos gases Combinando-se a lei de Boyle com a lei de Charles fica: P1V1/T1 = P2V2/T2 Transformação isovolumétrica Lei de Gay-Lussac: mantendo-se a massa e o volume constante a pressão é diretamente proporcional a sua temperatura absoluta. É definida por: P1/T1 = P2/T2 Equação de estado (Clapeyron) As grandezas de um gás, isto é, massa, volume, pressão, temperatura estão relacionadas entre si de acordo com seguinte equação matemática: PV = m/PM x RT Sendo: P – pressão em atm V – volume em L m – massa em g MM – massa molecular em g/mol R – constante dos gases = 0,082 atm.L/mol.K T – em K Pode-se determinar diretamente a densidade de um gás a partir da equação de Clapeyron: d = m/V então: d = PM.P/RT L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 52 Cálculo estequiométrico As condições de pressão de 1 atm = 76 cm de Hg e temperatura de 0 ºC = 273 K são chamadas de Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP). Volume molar: é o volume ocupado pela massa de 1 mol de uma substância. O volume de um mol de qualquer substância nas CNTP é de 22,4 L. Reagente limitante É o reagente que é completamente consumido numa reação química, pois é o que determina a quantidade de produto formada. Os demais reagentes são os reagentes em excesso. Exemplo: 10 moles H2 e 7 moles O2 2H2(g) + O2(g) 2H2O(l) 2 móis H2 1 mol O210 x = 5 Cálculo de rendimento Produção teórica: é a produção determinada a partir do consumo total do reagente limitante. Produção real: é a quantidade obtida na reação, sendo sempre menor do que a teórica (nunca será superior). CR, % = PR x 100 Pt Exemplo: Considere a seguinte reação: 2Na3PO4(aq) + 3Ba(NO3)2(aq) Ba3(PO4)2(s) + 6NaNO3(aq) L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 53 Se uma solução de 3,50g Na3PO4 seja misturada a outra com 6,40g de Ba(NO3)2. Calcule: a) Quanto se forma de Ba3(PO4)2? b) Qual o reagente limitante? c) Qual o rendimento? d) Solução Se duas ou mais substâncias estão misturadas, a mistura pode ser classificada de acordo com o número de fases: a) Homogênea – única fase (monofásica); b) Heterogênea – mais de uma fase (polifásica). Fase: cada parte homogênea de um sistema heterogêneo. São visualmente contínuos e tem as mesmas propriedades em diferentes partes da mistura. São misturas homogêneas de duas ou mais substâncias puras que possuem propriedades uniformes. Exemplo: NaCl dissolvido em água – resultado sistema monofásico (solução). A mistura de sal e açúcar, por menor que sejam o tamanho das partículas não será uma solução, pois apresenta duas fases, será apenas uma mistura física. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 54 Tipos de Soluções Tipo Exemplo Gasosa Gás dissolvido em gás Qualquer mistura gasosa Líquida Gás dissolvido em líquido Qualquer gás dissolvido em água Líquido dissolvido em líquido Etanol dissolvido em água Sólido dissolvido em líquido Sal dissolvido em líquido Sólida Gás dissolvido em sólido H2 dissolvido em platina Líquido dissolvido em sólido Hg dissolvido em ouro Sólido dissolvido em sólido Qualquer liga metálica monofásica (C em Fe) Componente de uma mistura: Solvente: em geral é o que está em maior quantidade e o mesmo estado de agregação da solução. Tem a capacidade de desagregar os demais componentes. Soluto: componente que se encontra dissolvido no solvente. Comumente há mais de um soluto em uma solução. Ex.: 1) Água e sal – solvente e soluto, respectivamente. 2) Latão – Cu (solvente – maior quantidade) e Zn (soluto). L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 55 O processo de dissolução No processo da preparação de soluções com fases condensadas, as forças intermoleculares se tornam reordenadas. Considere o NaCl dissolvido em água: - As ligações de H da água tem que ser quebradas; - O NaCl se dissocia em Na+ e Cl-; - Formam-se forças íon-dipolo: Na+ … δ-OH2 e Cl- … δ+H2O; - Diz-se que os íons são solvatados pela água; - Se a água é o solvente, diz-se que os íons são hidratados. Solubilidade Coeficiente de solubilidade (solubilidade): É a capacidade de uma substância de se dissolver em outra, formando um sistema estável. Sua medida (grau) descreve a quantidade máxima de soluto que se dissolve em um determinado volume de solvente a certa pressão e temperatura. Líquidos Miscíveis: têm geralmente estruturas moleculares semelhantes. Ex.: água (H2O) + metanol (CH3OH) Líquidos Imiscíveis: baixa solubilização. Eles se dispõem em camadas (fases) de acordo com sua densidade. Ex.: água e azeite. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 56 Efeito da temperatura na solubilidade Em geral o aumento da temperatura aumenta solubilidade dos sólidos, mas para os gases dissolvidos em líquidos na medida em que aumenta a temperatura da solução diminui a solubilidade. Tal comportamento é o inverso no que diz respeito ao aumento da pressão. C.S. KNO3 → 246 g/100 mL H2O, 1000C, 1 atm C.S. KNO3 → 13g/100 mL H2O, 00C, 1 atm Unidade: [g soluto/100 mL solvente] ou [g soluto/100 g solvente]. A solubilidade do NaCl é de 36 g/100 g de água a 20°C Sacarose C12H22O11: 204 g / 100 g água a 20° C - massa do soluto muito maior Compostos ligeiramente solúveis: Ca(OH)2: 0,17 g / 100g água a 20° C Compostos escassamente solúveis ou insolúveis: AgCl : 0,0001 g / 100 g água a 20° C L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 57 Solubilidade dos compostos iônicos em água Regra Geral Exceções importantes Nitratos Solúveis Nenhuma Cloretos, brometos ou iodetos Solúveis Compostos de Ag+, Hg22+, Pb2+ Sulfatos Solúveis Compostos de Sr2+, Ba2+, Hg22+ e Pb2+ Sulfetos Insolúveis Compostos de NH4+ e cátions dos grupos I e II Carbonatos ou fosfatos Insolúveis Compostos de NH4+ e cátions do grupo I Fluoretos Insolúveis Compostos de Ag+, NH4+ e cátions do grupo I Hidróxidos Insolúveis Compostos de NH4+ , cátions do grupo I e Ca2+, Sr2+ e Ba2+ L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 58 Solubilidade em função da temperatura para o KNO3 Temperatura (oC) Solubilidade (g/100 g de água) 0 13,3 10 20,9 20 31,6 30 45,8 40 63,9 50 85,5 60 110,0 70 138,0 80 169,0 90 202,0 100 246,0 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 59 Solubilidade em função da temperatura L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 60 L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 61 Classificação das soluções quanto à natureza das partículas dispersas Solução molecular: As partículas dispersas do soluto são moléculas. A solução molecular é também chamada de solução não-eletrolítica e não conduzem a corrente elétrica. Exemplo: água e açúcar. L UniversidadeLuterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 62 Solução iônica: As partículas dispersas do soluto são íons ou íons e moléculas (dependendo do sal ou do ácido). É também chamada de solução eletrolítica e conduz corrente elétrica. Os íons são os responsáveis pela condução da corrente elétrica numa solução. Exemplos: água e sal (cloreto de sódio). Exemplo: Uma solução saturada de nitrato de potássio (KNO3) constituída, além do sal, por 100 g de água, está a temperatura de 60 ºC. Essa solução é resfriada a 25 ºC, ocorrendo precipitação de parte do sal dissolvido. Dado o gráfico, calcule: L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 63 1) Massa do sal que precipitou? As solubilidades: - a 60 ºC = 70 g de KNO3 - a 25 ºC = 40 g de KNO3 Reduzindo a temperatura de 60 ºC para 25 ºC, precipitarão: 70 g – 40 g = 30 g. 2) Massa do sal que permaneceu em solução? Permaneceu em solução o valor do coeficiente de solubilidade na temperatura de 25 ºC, ou seja, uma massa de 40 g. Solubilidade Efeitos da pressão A solubilidade de um gás em um líquido é uma função da pressão do gás. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 64 Quanto maior a pressão, mais próximas as moléculas de gás estarão do solvente e maior a chance da molécula de gás atingir a superfície e entrar na solução. Logo, quanto maior for a pressão, maior a solubilidade. Se Sg é a solubilidade de um gás, k é uma constante e Pg é a pressão parcial de um gás, então, a Lei de Henry fornece: As bebidas carbonadas são engarrafadas com uma pressão parcial de CO2 > 1 atm. Abrindo-se a garrafa, a pressão parcial de CO2 diminui e também sua solubilidade. Logo, bolhas de CO2 escapam da solução. gg kPS = L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 65 SATURAÇÃO Saturada: máxima quantidade de soluto capaz de ser dissolvido pelo solvente. Insaturada: contém quantidade de soluto inferior a máxima. Supersaturada: contém uma quantidade de soluto superior a máxima. Diluída: pouco soluto e muito solvente. Concentrada: muito soluto e pouco solvente. Solução de acetato de sódio: a) adição de um cristal de CH3COONa. b) e c) O excesso de CH3COONa cristaliza-se na solução. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 66 UNIDADES DE CONCENTRAÇÃO São as diversas formas de expressar a concentração de uma solução. Simbologia empregada: m1 = massa do soluto m2 = massa do solvente m = massa da solução n1 = no de moles de soluto n2 = no de moles do solvente n = no moles da solução V1 = volume de soluto V2 = volume de solvente V = volume da solução Concentração molar (Molaridade): É a quantidade de soluto, em mol, dissolvidos num volume de solução em litros. M = n1 / V = mols/L Concentração molal (Molalidade): É o número de mols do soluto pela massa do solvente. m = n1/ m2 Concentração normal (Normalidade): É o número de equivalentes do soluto pelo volume da solução. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 67 N = neq / V DILUIÇÃO Preparo de uma diluição: - Solução estoque ou solução mãe; - Alíquota - Fração da quantidade total de uma solução; - Solução diluída; M1.V1 = M2.V2 M1: concentração molar da solução concentrada V1: volume da solução concentrada M2: concentração molar da solução diluída V2: volume da solução diluída EXEMPLO: Considerando a diluição do HCl, que está sob forma de uma solução aquosa 12 M. Calcule o volume desta solução original necessário para preparar 2,00 L de HCl 0,50 M. M1 = 12 M V1 =? M2 = 0,5 M V2 = 2 L M1.V1 = M2.V2 V1 = 83 mL Termodinâmica hérme = calor dy’namis = energia É o estudo das transformações dos materiais e é formada por um conjunto de leis. O objetivo é a determinação da “situação” – estritamente, do estado – na qual mais nenhuma modificação macroscópica seja percebida, ao que se chama de estado de equilíbrio termodinâmico. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 68 Estado de equilíbrio: é a situação limite para a qual um sistema tende a convergir de forma espontânea, a partir de uma determinada situação inicial. Sistemas termodinâmicos Sistema: é uma quantidade de matéria de massa e identidades fixas do universo, que é objeto do estudo (interesse). O meio externo é chamado de vizinhança, que é separado pelas fronteiras, que podem ser móveis ou fixas. Característica: Deve ser macroscópico (muitas partículas). Classificação: Sistema aberto: é aquele que troca matéria e energia com a vizinhança. Sistema fechado: é aquele que não troca matéria com a vizinhança, mas pode trocar energia. Sistema isolado: é aquele que não troca matéria nem energia com a vizinhança. Parede: é o que separa o sistema da vizinhança. Pode ser material ou não. Fronteiras adiabáticas – impermeáveis ao calor. Fronteiras diatérmicas – permeáveis ao calor. Funções de estado ou variáveis de estado Definem o estado do sistema, não dependem da história da amostra, como por exemplo: massa, volume, temperatura e pressão. Dividem-se em: 1) Intensivas – Não se alteram com o “tamanho” do sistema. 2) Extensivas – aumentam (ou diminuem) o seu valor, acompanhando o aumento (ou diminuição) do “tamanho” do sistema. L Universidade Luterana do Brasil ULBRA – Campus Canoas Disciplina: Química Tecnológica Professor: Wanderlei O. Gonsalez 69 Ciclo É quando, o sistema após passar por vários estados, retorna ao estado inicial. Num ciclo, os valores finais menos os iniciais de qualquer das variáveis de estado são necessariamente iguais a zero. No caso contrário, ela é do tipo variável de processo. Exemplo: Calor e trabalho são tipicamente variáveis de processo, porque dependem do “caminho” (dado pelos diversos estados) seguido entre os estados inicial e final. Processo: é qualquer troca nas propriedades de um sistema. Reversível: é quando o “caminho” pode ser substituído por uma sucessão de estados de equilíbrio, pode-se retornar, isto é, ocorre a
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