Buscar

MODO DE PRODUÇÃO SOCIALISTA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

MODO DE PRODUÇÃO SOCIALISTA 
No século XIX, em razão da concentração de capitais nas mãos de alguns poucos e do 
empobrecimento da imensa maioria da sociedade gerados pelo capitalismo, intelectuais e lideranças 
operárias começaram a formular ideologias e contestaram a propriedade privada dos meios de 
produção. A mais importante delas foi o socialismo. Este, inicialmente, manifestou-se 
como"socialismo utópico", ou seja, propostas visando a edificação de uma sociedade mais justa. O 
"ponto fraco" do "socialismo utópico" era o fato de consistir em projetos sonhadores e românticos, 
além de desprovidos de uma análise crítica e científica da realidade capitalista. Saint-Simon (1760-
1825) desprezava os comerciantes e banqueiros, tidos como setores sociais improdutivos, pregando 
uma comunidade baseada em cientistas, operários, economistas e empresários industriais. Outro 
pensador "socialista utópico" foi Charles Fourier (1772-1837) que propunha a criação de 
associações cooperativistas - os "falanstérios" - nas quais o trabalho seria voluntário e gerador de 
prazer pessoal. Por seu turno, o empresário Robert Owen (1771-1858) buscou elevar as condições 
materiais e culturais dos operários de suas fábricas. Obviamente, os ingênuos ideais do "socialismo 
utópico" não punham em risco as estruturas do capitalismo.
Em meados do século XIX, Karl Marx (1818-1883) e Friederich Engels (1820-1895) elaborariam os 
fundamentos teóricos do "socialismo científico". A colossal obra de Marx apresenta cinco aspectos 
básicos:
em primeiro lugar, a formulação de uma "ciência da História" já que esta é determinada por 
uma lógica imanente. Noutros termos, o processo histórico apresenta uma racionalidade 
inerente. Marx dá a esta visão científica da História a denominação de "materialismo 
histórico". No seu entender, os planos políticos e ideológicos das sociedades são 
determinados pelas condições econômicas. Tal conceito é explicitado pela frase - "a base 
material determina a consciência social";
o "marxismo" consiste, também, num método de análise da realidade social - o "materialismo 
dialético" - que busca definir a história e as estruturas sociais como frutos de "contradições 
internas". Para o pensador alemão, todo e qualquer sistema socioeconômico "traria em si os 
germens de sua própria destruição". O capitalismo, por exemplo, implicava a existência de 
duas classes sociais antagônicas, a burguesia e o proletariado. Desse conflito resultaria o 
socialismo. Assim, para Marx, o "motor" da História seria a "luta de classes";
Marx foi, também, o criador de uma "ciência política", pois teorizou as relações entre o Poder e 
as classes sociais;
uma "economia política" que procura apreender e explicar o modo de produção capitalista. 
No entender de Marx e Engels, o capitalismo seria vítima de uma contradição fundamental - a 
propriedade é privada e a produção coletiva. Isto traria como consequências, em primeiro 
lugar, a exploração do trabalho, raiz do lucro, e também a concentração da renda nas mãos 
dos capitalistas e a crescente depauperação da classe operária. Esta "evolução 
catastrófica"do capitalismo provocaria a eliminação das classes médias e a agudização da 
luta de classes, cujo clímax seria a Revolução socialista a ser levada a efeito pelo 
proletariado;
por fim, o "marxismo"é, também, uma teoria que busca orientar a transformação revolucionária 
da sociedade. Daí a tese defendida por Marx, "os pensadores antigos se limitaram a 
pensar a História, agora é tempo de transformá-la".
 
Karl Marx
PRIMEIRA TENTATIVA DE SOCIALISMO: O MODELO SOVIÉTICO
Em 1917, com os abalos sofridos pela monarquia czarista em razão das derrotas do exército russo na 
Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os comunistas (adeptos do socialismo em moldes marxistas), 
até então agrupados na "facção bolchevique" do Partido Social Democrata Russo liderada por 
Vladimir Illich Ulianov ("Lênin"), lideraram uma revolução proletária que edificaria o primeiro Estado 
socialista do mundo: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Os primeiros anos da Rússia 
revolucionária foram extremamente difíceis. Até 1921, uma guerra civil - entre "vermelhos" 
(comunistas) e "brancos" (inimigos do socialismo) apoiados por mercenários estrangeiros - varreu o 
imenso território russo. Ao longo desse período, implantou-se o "socialismo de guerra" pelo qual 
foram estatizados os campos agricultáveis, as indústrias, os bancos e as empresas prestadoras de 
serviços. Este primeiro "modelo" econômico foi um total fracasso. Em primeiro lugar pelo fato de que 
os camponeses, cuja mentalidade era profundamente conservadora, eram avessos à propriedade 
agrícola coletiva e preferiam queimar seus produtos a entregá-los ao Estado. Além disso, as fazendas 
nacionalizadas não tinham sementes, fertilizantes e implementos agrícolas; as fábricas estavam 
desprovidas de máquinas e as lojas carentes de estoques. Como bem disse Lênin, "querendo 
socializar a riqueza, socializei a miséria".
Ainda em 1921, o Partido Comunista, "dando um passo atrás para dois a frente", formulou a NEP 
("Nova Política Econômica"), pela qual seria permitida a propriedade privada da terra, das pequenas 
manufaturas e dos serviços, permanecendo sob o controle do Estado o sistema financeiro e as 
grandes indústrias. A NEP é bem explicitada pelo seu slogan: "camponeses, enriquecei-vos". A nova 
filosofia econômica foi um êxito. Contudo, em 1929, quando da consolidação do "stalinismo" (a 
chefia do Partido Comunista e da URSS por Joseph Stalin), a NEP foi substituída por um "modelo" 
totalitário de socialismo, caracterizado:
pela propriedade estatal dos meios de produção. O Estado tornou-se o proprietário de toda 
a produção econômica e da circulação de bens. Fábricas, terras agricultáveis, recursos 
energéticos, meios de transportes e as fontes de matérias-primas são apropriados e 
controlados pelo Governo, que gerencia como e o que produzir;
pelo planejamento econômico centralizado. Praticamente desaparece a economia de 
mercado, pois o Estado, por meio de "Planos Quinquenais", planejar, de antemão, os 
investimentos financeiros destinados à produção, os custos, a organização do trabalho e a 
circulação dos bens;
pela tentativa de uma racional e justa distribuição dos produtos, dos serviços e das 
rendas. O Estado busca fornecer e assegurar moradia, pleno emprego, assistência médico-
odontológica, educação, lazer e aposentadoria, em condições igualitárias para a toda 
sociedade;
por um Estado totalitário. O Estado soviético, em nome do igualitarismo social, passa a ter 
um monopólio do poder político, eliminando outras agremiações partidárias e entidades livres 
da sociedade civil, dirigindo também, as atividades culturais. Na URSS, surge uma "estética 
oficial" (o "Realismo Socialista") e as pesquisas científicas eram policiadas pelas autoridades 
governamentais. Impunha-se, dessa maneira, a "ditadura do proletariado", primeira etapa do 
"socialismo", cujo clímax deveria ser o advento do "comunismo", quando o Estado 
desapareceria e nasceria o "homem novo", cujos valores culturais estariam imunes aos "vícios 
burgueses" gerados pela propriedade privada.
	MODO DE PRODUÇÃO SOCIALISTA

Continue navegando