Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SISTEMAS POLÍTICOS E REGIMES POLÍTICOS: CAPITALISMO E SOCIALISMO Capitalismo e socialismo são dois conhecidos sistemas político-econômicos que são opostos. O socialismo consiste em uma teoria, doutrina ou prática social que propõe a apropriação pública dos meios de produção e a supressão das diferenças entre as classes sociais. Este sistema sugere uma reforma gradual da sociedade capitalista, distinguindo-se do comunismo, que era mais radical e defendia o fim do sistema capitalista e queda da burguesia através de uma revolução armada. O socialismo científico, também conhecido como marxismo, tinha como um dos seus objetivos a compreensão das origens do capitalismo, e anunciava o fim desse sistema. A luta proletária encorajada pelo socialismo científico foi revestida do mesmo caráter internacional do capitalismo e necessitava de uma organização partidária, centralizadora e coesa. No final do século XIX, todos os partidos socialistas tinham como objetivo a luta por uma sociedade sem classes e acreditavam na substituição do capitalismo pelo socialismo. No entanto, surgiram duas tendências entre os partidos: uma revolucionária, que defendia o princípio da luta de classes e a ação revolucionária, sem aceitar a colaboração com governos burgueses; e a reformista, que aceitava integrar coligações governamentais (social-democracia). De acordo com a teoria marxista-leninista, a construção do socialismo corresponde ao período transitório que vem depois da queda do capitalismo e que precede o estabelecimento do comunismo. Por outro lado, o capitalismo tem como objetivo o aumento de rendimentos e obtenção de lucro. Muitas críticas foram feitas em relação a este sistema, pois a concentração e distribuição dos rendimentos capitalistas dependem muito das condições particulares de cada sociedade. No seu início, o capitalismo foi responsável por graves deformações e conflitos sociais, já que a indústria, pouco desenvolvida, não foi capaz de incorporar organicamente os assalariados, assim como também não foi capaz de minorar a sua insegurança econômica. Só mais tarde, quando houve um incremento na produção de bens, é que se verificou uma elevação significativa no nível de vida dos trabalhadores. A dinâmica resultante da luta pelo aumento de salários e pela participação de todos os agentes de produção no processo do próprio capitalismo é a principal característica econômica do século XX e originou várias posições. Entre elas está o comunismo radical (com a nacionalização de todos os meios de produção) e a concentração social pelo acordo para a distribuição dos rendimentos entre gestores, capitalistas, operários e serviços. No fim do século XVIII, vários pensadores denunciaram as deficiências do sistema capitalista, criticando as injustiças sociais inerentes. As críticas surgiram juntamente com soluções alternativas por parte desses reformadores sociais que se denominavam socialistas utópicos. Foi proposta uma ordem laboral e social mais justa, onde os homens poderiam desenvolver a sua inata tendência à solidariedade e à vida associativa. Diferenças Estes dois sistemas apresentam muitas diferenças, porque são contrários. Enquanto no capitalismo o governo intervém pouco na economia, no socialismo há uma grande intervenção do governo. O capitalismo favorece quem tem dinheiro, e liberdade para criação de empresas por parte dos indivíduos, mas cria classes sociais muito distintas e consequentes desigualdades sociais. O socialismo tem como visão o bem comum de todos os indivíduos da sociedade, sendo que o governo providencia o que é necessário para os cidadãos. Uma desvantagem desse sistema é que é difícil estabelecer negócios quando tudo é controlado e limitado pelo governo. Outra limitação do socialismo é que a sua implementação é muito complicada, e em vários países socialistas de hoje, as pessoas são exploradas pelos seus governos. Socialismo é uma doutrina política e econômica que surgiu no final do século XVIII e se caracteriza pela ideia de transformação da sociedade através da distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, diminuindo a distância entre ricos e pobres. Noël Babeuf foi o primeiro pensador que apresentou propostas socialistas sem fundamentação teológica e utópica como alternativa política. Karl Marx, um dos principais filósofos do movimento, afirmava que o socialismo seria alcançado a partir de uma reforma social, com luta de classes e revolução do proletariado, pois no sistema socialista não deveria haver classes sociais nem propriedade privada. Todos os bens e propriedades particulares seriam de todas as pessoas e haveria repartição do trabalho comum e dos objetos de consumo, eliminando as diferenças econômicas entre os indivíduos. O sistema socialista é oposto ao capitalismo, cujo sistema se baseia na propriedade privada dos meios de produção e no mercado liberal, concentrando a riqueza em poucos. A origem do socialismo tem raízes intelectuais e surgiu como resposta aos movimentos políticos da classe trabalhadora e às críticas aos efeitos da Revolução Industrial (capitalismo industrial). Na teoria marxista, o socialismo representava a fase intermediária entre o fim do capitalismo e a implantação do comunismo. O socialismo sugeria uma reforma gradual da sociedade capitalista, demarcando-se do comunismo, que era mais radical e defendia o fim do sistema capitalista e queda da burguesia através de uma revolução armada. Socialismo Utópico O socialismo utópico foi uma corrente de pensamento criada por Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier. De acordo com os socialistas utópicos, o sistema socialista se instalaria de forma branda e gradativa. O nome socialismo utópico surgiu graças à obra "Utopia" de Thomas More, sendo que a utopia é referente a algo que não existe ou não pode ser alcançado. Os primeiros socialistas, que foram os utópicos, tinham em mente a construção de uma sociedade ideal, através de meios pacíficos e da boa vontade da burguesia. Karl Marx se distanciou do conceito de socialismo utópico, visto que de acordo com essa corrente a fórmula para alcançar a igualdade na sociedade não era discutida. O oposto do socialismo utópico é o socialismo científico, que criticava o utópico porque este não tinha em conta as raízes do capitalismo. Karl Marx classificava os métodos dos utópicos de "burgueses", porque eles se baseavam na transformação súbita na consciência dos indivíduos das classes dominantes, acreditando que só assim se alcançaria o objetivo do socialismo. Socialismo científico O socialismo científico, criado por Karl Marx e Friedrich Engels, era um sistema ou teoria que tinha como base a análise crítica e científica do capitalismo. O socialismo científico, também conhecido como marxismo, se opunha ao socialismo utópico, porque não tinha a intenção de criar uma sociedade ideal. Tinha sim o propósito de entender o capitalismo e suas origens, o acumular prévio de capital, a consolidação da produção capitalista e as contradições existentes no capitalismo. Os marxistas anunciaram que o capitalismo eventualmente seria ultrapassado e chegaria ao fim. O socialismo marxista tinha como fundamento teórico a luta de classes, a revolução proletária, o materialismo dialético e histórico, a teoria da evolução socialista e a doutrina da mais-valia. Ao contrário do socialismo utópico e sua pacificidade, o socialismo científico previa melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores através de uma revolução proletária e da luta armada. De acordo com o marxismo, uma sociedade baseada no capitalismo era dividida em duas classes sociais: os exploradores (donos dos meios de produção, das fábricas, das terras), pertencentes à burguesia, ou seja, os burgueses; e os explorados (aqueles que não tinham posses e tinha que se sujeitar aos outros). Esse duelo entre as classes, é aquilo que transforma e propele a história. Socialismo real Socialismo real é uma expressão que designa os países socialistas quepreconizam a titularidade pública dos meios de produção. No século XX, as ideias socialistas foram adotadas por alguns países, como: União Soviética (atual Rússia), China, Cuba e Alemanha Oriental. Porém, em alguns casos, revelou-se um sistema comunista constituído por regimes autoritários e extremamente violentos. Esse socialismo é também conhecido como socialismo real - um socialismo colocado em prática, que causou uma deturpação semântica do "socialismo", levando assim a esses regimes que demonstraram desrespeito pela vida humana. Comunismo e socialismo Muitas vezes as expressões comunismo e socialismo são usadas como sinônimos, o que não é correto. No entanto, os dois conceitos representam ideologias com algumas semelhanças, pois representam uma forma de protesto ou uma alternativa ao capitalismo. Muitos autores a favor do comunismo descrevem o socialismo como uma etapa para se chegar ao comunismo, que organizaria a sociedade de forma diferente, eliminando as classes sociais e extinguindo o Estado opressor. A forma de atuação do comunismo e do socialismo também é diferente. Enquanto o socialismo prevê uma mudança gradual da sociedade e um afastamento do capitalismo, o comunismo pretendia uma diferenciação mais brusca e muitas vezes usando o conflito armado como método de atuação. Comunismo primitivo De acordo com alguns autores, o comunismo primitivo consiste na forma de vida que se verificava desde a Pré-História. Quando foram formadas as primeiras tribos, as propriedades eram partilhadas por todos os elementos, assim como os meios de produção e de distribuição. As atividades para obtenção de comida eram feitas em comum. Desta forma, o comunismo primitivo foi essencial para o desenvolvimento da sociedade humana, criando laços na comunidade e facilitando a sobrevivência, que era essencial graças às condições adversas existentes. Além disso, o comunitarismo cristão da Igreja Primitiva (revelado na Bíblia no livro de Atos dos Apóstolos) é por vezes visto como uma forma de comunismo, por apresentar alguns dos mesmos princípios, como o desinteresse pelos bens materiais e um amor generalizado pelo próximo. Comunismo no Brasil O Partido Comunista do Brasil, fundado no Rio de Janeiro em Março de 1922, foi de grande importância para o Brasil, pois dele surgiram vários partidos que potenciaram a política brasileira. No seu princípio e mais ou menos até 1935, o Partido Comunista teve que lutar contra o anarquismo pela liderança sindical. Durante muito tempo o Partido Comunista foi proibido de funcionar e por isso teve que funcionar de forma clandestina. Por esse motivo, o Bloco Operário Camponês foi criado, com o objetivo de participar nas eleições. 1- O MUNDO DIVIDIDO: PAÍSES CAPITALISTAS E SOCIALISTAS Capitalismo é um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos. Decisões sobre oferta demandam, preço, distribuição e investimentos não são feitos pelo governo e os lucros são distribuídos para os proprietários que investem em empresas e os salários são pagos aos trabalhadores pelas empresas. O capitalismo é dominante no mundo ocidental desde o final do feudalismo. O capitalismo é o sistema sócio-econômico baseado no reconhecimento dos direitos individuais, em que toda propriedade é privada e o governo existe para banir a iniciação de violência humana. Em uma sociedade capitalista, o governo tem três órgãos: a polícia, o exército e as cortes de lei. Na lógica do capitalismo está o aumento de rendimentos. Estes tanto podem ser concentrados como distribuídos, sem que isso nada tenha a ver com a essência do sistema. Concentração e distribuição dos rendimentos capitalistas dependem muito mais das condições particulares de cada sociedade. O capitalismo só pode funcionar quando há meios tecnológicos e sociais para garantir o consumo e acumular capitais. Quando assim sucede, tem conservado e até aumenta a capacidade econômica de produzir riqueza. Dentro do capitalismo existem diversos tipos, como o capitalismo financeiro (também conhecido como capitalismo monopolista), que corresponde a um tipo de economia capitalista em que o grande comércio e a grande indústria são controlados pelo poderio econômico dos bancos comerciais e outras instituições financeiras. 1.1 – FASES DO CAPITALISMO O Capitalismo Comercial Essa etapa do capitalismo estendeu-se desde fins do século XV até o século XVIII. Foi marcada pela expansão marítima das potências da Europa Ocidental na época (Portugal e Espanha). O grande acúmulo de capitais se dava na esfera da circulação, ou seja, por meio do comércio, daí o termo capitalismo comercial para designar o período. A economia funcionava segundo a doutrina mercantilista, que, em sentido amplo, pregava a intervenção governamental na economia, a fim de promover a prosperidade nacional e aumentar o poder do Estado. Nesse sentido, defendia a necessidade de riquezas no interior dos Estados, e a riqueza e o poder de um país eram medidos pela quantidade de metais preciosos (ouro e prata) que possuíam. Esse princípio ficou conhecido como metalismo. Outro meio de acumular riquezas era manter uma balança comercial sempre favorável, daí o esforço para exportar mais do que importar, garantindo saldos comerciais positivos. O mercantilismo foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo, pois permitiu, como resultado de um comércio altamente lucrativo, das explorações das colônias e da pirataria, grande acúmulo de capitais nas mãos da burguesia europeia. Karl Marx designou essa fase como a da acumulação primitiva do capital. O Capitalismo Industrial O capitalismo industrial foi marcado por grandes transformações econômicas, sociais, políticas e culturais. As maiores mudanças resultam do que se convencionou chamar Revolução Industrial (estamos nos referindo aqui à Primeira Revolução Industrial, ocorrida no Reino Unido na segunda metade do século XVIII). Um de seus aspectos mais importantes foi a enorme potencialização da capacidade de transformação da natureza, por meio da utilização cada vez mais disseminada de máquinas movidas a vapor, tornando acessível aos consumidores uma quantidade cada vez maior de produtos, o que multiplicava os lucros dos produtores. O comércio não era mais a essência do sistema. O lucro – objetivo dessa nova fase do capitalismo – advinha fundamentalmente da produção de mercadorias. A toda jornada de trabalho corresponde uma remuneração, que permitirá a subsistência do trabalhador. No entanto, o trabalhador produz um valor maior do que aquele que recebe na forma de salário, e essa fatia de trabalho não-pago é apropriada pelos donos das fábricas, das fazendas, das minas, etc. Dessa forma, todo produto ou serviço vendido traz embutido esse valor não transferido ao trabalhador, permitindo o acúmulo de lucro pelos capitalistas. Se no mercantilismo (fase comercial), o Estado absolutista era favorável aos interesses da burguesia comercial, no tocante a atuação da nova burguesia industrial, ou capitalista, era um empecilho. Ele não deveria intervir na economia, que funcionaria segundo a lógica do mercado, guiada pela livre concorrência. Consolidava-se, assim, uma nova doutrina econômica: o liberalismo. Dentro das fábricas, mudanças importantes estavam acontecendo: a produtividade e a capacidade de produção aumentavam velozmente; aprofundava-se a divisão de trabalho e crescia a produção em série. Nessa época, segunda metade do século XIX, estava ocorrendo o que se convencionou chamar de Segunda Revolução Industrial. Uma das características mais importantes desse período foi a introdução de novas tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo. Com o brutal aumento da produção, pois a industrialização expandia-se para outros países, acirrou-se cada vez mais a concorrência. Era cada vez maior a necessidade de garantirem novos mercados consumidores, novas fontes de matérias-primas e novas áreas para investimentoslucrativos. Foi dentro desse quadro que ocorreu a expansão imperialista na Ásia e na África. A partilha imperialista das potências industriais consolidou a divisão internacional do trabalho, pela qual as colônias se especializavam em fornecer matérias-primas baratas para os países que então se industrializavam. Tal divisão, delineada no capitalismo comercial, consolidou-se na fase do capitalismo industrial. Assim, estruturou-se nas colônias uma economia complementar e subordinada à das potências imperialistas. A Alemanha, por ter se unificado tardiamente (1871), perdeu a fase mais importante da corrida imperialista e sentiu- se lesada, especialmente frente ao Reino Unido e à França. Além disso, como a sua indústria crescia em ritmo mais rápido que a dos demais países, também se ressentia mais da falta de mercados consumidores. O choque de interesses internos e externos entre as potências imperialistas européias acabou levando o mundo à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O Capitalismo Financeiro Uma das consequências mais importantes do crescimento acelerado da economia capitalista foi o brutal processo de concentração e centralização de capitais. Várias empresas surgiram e cresceram rapidamente: indústrias, bancos, corretoras de valores, casas comerciais, etc. A acirrada concorrência favoreceu as grandes empresas, levando a fusões e incorporações que resultaram, a partir de fins do século XIX, na monopolização ou oligopolização de muitos setores da economia. O liberalismo restringe-se cada vez mais ao plano da ideologia, pois o mercado passa a ser oligopolizado, dominado por grandes corporações, substituindo a livre concorrência e o livre mercado. O Estado, por sua vez, passa a intervir na economia, seja como agente produtor ou empresário. Essa atuação do Estado na economia intensificou-se após a crise de 1929, que viria a sepultar definitivamente o liberalismo clássico. A crise de 1929 deveu-se ao excesso de produção industrial e agrícola, pois os baixos salários pagos na época impediam a expansão do mercado de consumo interno; à recuperação da indústria europeia, que passou a importar menos dos Estados Unidos; e à exagerada especulação com ações na bolsa de valores. Colocando em prática em 1933, pelo então presidente Franklin Roosevelt, o New Deal (“novo acordo”) foi um clássico exemplo de intervenção do Estado na economia. Baseado em um audacioso plano de obras públicas, com o objetivo principal de acabar com o desemprego, o New Deal foi fundamental para a recuperação da economia norte-americana. Essa política de intervenção estatal numa economia oligopolizada, que acaba favorecendo o grande capital, ficou conhecida como Keynesianismo, por ter sido o economista inglês John Maynard Keynes seu principal teórico e defensor. 1.2 - CARACTERISTICAS DO CAPITALISMO Propriedade Privada dos meios de produção – Os meios de produção (bancos, supermercados, lojas,...) pertencem predominantemente a uma pessoa ou a um grupo de pessoas. Economia de Mercado – São as empresas que decidem como e quanto produzir e estabelecem o preço e as condições de circulação das mercadorias. Lei da Oferta e da Procura – Os preços das mercadorias variam de acordo com a procura por parte do consumidor e a quantidade do produto em oferta, isto é, colocada à venda. Trabalho Assalariado – O trabalhador recebe um salário por seu trabalho, havendo concentração de renda, principalmente nos países mais pobres. Neoliberalismo – Doutrina econômica que, especialmente nas duas últimas décadas, retomou vários preceitos do liberalismo clássico. Um dos pontos principais do neoliberalismo é a idéia do Estado mínimo, isto é, o governo deveria ter sua atuação restrita ao campo social (destinando o mínimo de recursos à saúde, educação e previdência, por exemplo), além de não interferir no processo econômico, que seria regulado exclusivamente pelas leis de mercado. 1.3 – ORGANIZAÇÃO DAS EMPRESAS NO SISTEMA CAPITALISTA Monopólio – Situação em que há uma única empresa fornecedora de determinado produto, que controla sua oferta e seu preço. Oligopólio – Grupo constituído por um pequeno número de empresas que controlam os preços de um produto. Cartel – Associação ou combinação entre empresas, geralmente de um mesmo segmento, para garantir o controle da produção e dos preços. Truste – fusões e incorporações entre empresas que realizam uma mesma atividade com o intuito de garantir o domínio do mercado. Holding – Uma empresa que detém o controle de diversas outras empresas, que atuam em diferentes ramos de atividades. As holding são grandes corporações que podem produzir desde canetas a aparelhos eletrônicos, carros e aviões. 1.4 – SISTEMA SOCIALISTA Estatização – As terras e os meios de produção devem pertencer ao Estado, que também passa a controlar e a definir o salário dos trabalhadores. Economia Planificada – As atividades econômicas devem seguir uma planificação idealizada e executada pelo Estado, que decide o que e como produzir. Pleno emprego – Para executar suas várias funções e diminuir as desigualdades sociais, o Estado cria um imenso quadro de funcionários, garantindo emprego a todos. Relação Social – O objetivo é eliminar as diferenças sociais, gerando uma melhor distribuição da renda. Comparativo entre os modelos capitalista e socialista; - Capitalismo: liberdade econômica (livre concorrência) com pouca intervenção do governo na economia. - Socialismo: falta de liberdade econômica com grande intervenção do governo na economia. - Capitalismo: salários dos trabalhadores definidos pelo mercado. - Socialismo: salários controlados e definidos pelo governo. - Capitalismo: preços dos produtos são definidos pela lei da oferta e procura. - Socialismo: preços controlados pelo governo. - Capitalismo: investimentos nos setores da economia feitos pelo Estado e também pela iniciativa privada. - Socialismo: investimentos feitos apenas pelo Estado. - Capitalismo: existência de desigualdades sociais, principalmente nos países em desenvolvimento. - Socialismo: baixa desigualdade social. - Capitalismo: existência de classes sociais, definidas, principalmente, pela condição econômica das pessoas. - Socialismo: inexistência de classes sociais. - Capitalismo: meios de produção (fábricas, fazendas) e bancos nas mãos de particulares (propriedade privada). - Socialismo: fábricas, fazendas, bancos controlados pelo governo. - Capitalismo: valorização e existência do lucro nos negócios, que ficam para o(s) proprietário(s). - Socialismo: a renda derivada da produção é socializada entre os trabalhadores. - Capitalismo: existência de pobreza e miséria em grande parte dos países. - Socialismo: o governo garante o necessário (educação, saúde, alimentação) para a sobrevivência das famílias. Baixíssimo índice de pobreza. - Capitalismo: sistemas de educação e saúde público e privado. - Socialismo: sistema de educação e saúde público. 1.5 – GUERRA FRIA Ordem Bipolar – Por serem superpotências econômicas e militares, EUA e URSS influenciavam outras nações, que a eles se aliaram na formação dos dois grandes blocos que polarizaram a economia e a sociedade do pós - segunda guerra. Essa situação perdurou até a década de 1990. Muro de Berlim – Em 1949, como consequência da bipolarização, os países da Europa alinharam-se em dois blocos: a Europa Ocidental capitalista, sob a influência dos EUA, e a Europa Oriental socialista, sob a influência da URSS e em 1961 foi construído o muro de Berlim. A partir de 1990, praticamente todos os países do bloco socialista passaram a adotar o capitalismo. Atualmente, praticamente somente China, Cuba e Coréia do Norte continuam socialistas, embora incluam em sua economia algumas características do capitalismo. Com o fim da União Soviética em 1991 e a consequente dissolução do socialismo, os Estados Unidos viram-se transformados em “vencedores” da Guerra Fria,assumindo o papel de grande potência mundial. Porém, apesar do grande poderio norte-americano, Japão e Alemanha (reunificada) também apareciam como pólos da economia mundial, formando uma nova era multipolar, em detrimento da bipolaridade outrora existente. Desta forma, temos o mundo sob a influência de três grandes pólos, os EUA, o Japão e a Europa, representada pela União Européia, tendo Alemanha, França e Reino Unido como sustentáculos econômicos. O FIM DA GUERRA FRIA Muito se discute sobre uma possível data que marque o fim da Guerra Fria, o fato é que uma série de acontecimentos desencadearam a dissolução do conflito Leste x Oeste. A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas. Os Estados Unidos assumiram o papel de única superpotência, os conflitos étnicos e nacionais ressurgiram com força total, e o poder não é mais de quem tem armas mais poderosas, mas de quem tem a economia mais forte. Veremos a seguir alguns fatores responsáveis pelo fim da bipolaridade mundial. A crise da URSS A economia soviética teve um considerável sucesso no período em que o mundo guiava-se pelos padrões tecnológicos estabelecidos pela II Revolução Industrial (industrias de siderurgia, química, petrolífera, aeronáutica, naval, etc). Isto colocou a URSS em igualdade com as economias capitalistas e em alguns momentos à frente, como o lançamento do primeiro satélite Sputnik I, em 1957, e o primeiro homem em órbita ao redor da Terra, Iúri Gagárin, em 1961. Guiados pelo padrão tecnológico da II Revolução Industrial, a URSS priorizou indústrias de bens de produção e de capital, com grande prioridade para a indústria bélica. Isto porém virou um problema na medida em que as indústrias de bens de produção não possuíam os devidos investimentos, gerando um grande descompasso econômico, com produções excessivas de ferro e aço de um lado, e a carência de eletrodomésticos e automóveis de outro. O quadro crítico acentua-se a partir da década de 1970, com a chamada Terceira Revolução Industrial, que demanda altos investimentos em pesquisa e tecnologia favorecendo o crescimento de setores como a informática e a robótica (estes exigem uma economia mais dinâmica, baseada numa economia de mercado). A URSS começa a se defasar econômica e tecnologicamente em meados de 1970, sendo reconhecida apenas por seu poderio militar, seu arsenal nuclear e sua capacidade de destruição em massa. Graças a seu baixo dinamismo econômico, sua produtividade industrial não acompanhava nem de longe os avanços dos países capitalistas desenvolvidos mais competitivos. Seu parque industrial, sucateado, era incapaz de produzir bens de consumo em quantidade e qualidade suficientes para abastecer a própria população. As filas intermináveis eram parte do cotidiano dos soviéticos e o descontentamento se generalizava. A situação agravasse nos anos 80, com o governo norte- americano de Ronald Reagan, que aumentou os orçamentos com defesa. Como a União Soviética não tinha mais condições de continuar com a corrida armamentista, os acordos de paz entre as duas superpotências tornaram-se necessários. Foi com essa missão que Gorbachev chegou, em 1985, à liderança da URSS. A era Gorbachev (1985-1991) e o fim da União Soviética Sua plataforma política defendia a necessidade de reformar a União Soviética, para que ela se adequasse à realidade mundial. Em seu governo, uma nova geração de políticos se firmou, e impulsionou a dinâmica de reformas na URSS e a aproximação diplomática com o mundo ocidental. Dentre as reformas propostas por Gorbachev, temos a Perestroika e a Glasnost: - Perestroika (reestruturação): série de medidas de reforma econômicas. Para Gorbatchov, não seria necessário erradicar o sistema socialista, mas uma reformulação deste seria inevitável. Para tanto, ele passou a diminuir o orçamento militar da União Soviética, o que implicou em diminuição de armamentos. Além disso, era preciso acabar com a ditadura, desmontando o aparelho repressor erigido na era Stálin. - Glasnost (transparência) : visava a "liberdade de expressão" à imprensa soviética e a transparência do governo para a população, permitindo o pluripartidarismo e retirando a forte censura que o governo comunista impunha. Esta abertura política desencadeou uma série de movimentos separatistas na URSS, levando à sua completa fragmentação política. Gorbachev sofreu um golpe de Estado, liderado pelos comunistas conservadores, porém, o golpe fracassou e Mikhail foi reconduzido ao poder com o apoio de Boris Yeltsin. No entanto, o poder central se enfraqueceu, visto que as repúblicas – uma a uma – proclamavam sua independência política. A cartada final ocorreu em dezembro de 1991, quando a própria Rússia, sustentáculo da União Soviética, proclamou a sua independência. Com o fim da União Soviética um novo acordo foi firmado (acordo de Minsk), originando a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), composto pelas antigas repúblicas soviéticas, exceto Estônia, Letônia e Lituânia. Boris Yeltsin foi eleito o novo presidente, renunciando em dezembro de 1999. Em seu lugar, Vladimir Putin foi eleito em março de 2000.
Compartilhar