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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CENTRO MULTIDICIPLINAR DE ANGICOS CURSO: BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ONDAS E TERMODINÂMICA NOME DOS ALUNOS: ALEX MULLER ARAÚJO DUMONT ANDRÉ LUCAS BARBALHO DE OLIVEIRA BRUNO DE LIMA MEDEIROS WILLIAM IRAI SOARES DA SILVA PRÁTICA 06 LEI DE BOYLE-MARIOTTE PROFESSOR: MARCELO NOBRE DOS SANTOS BESERRA 25 de Agosto de 2018 1 1. INTRODUÇÃO Em meados do século XVII o cientista islandês Robert Boyle desenvolveu uma relação quantitativa para o comportamento dos gases, onde simultaneamente o cientista francês Edme Mariotte chegou ao mesmo resultado. Sendo assim foi criada a lei de Boyle- Mariotte. Esta lei está relacionada com o volume e a pressão de um gás, onde através de observações feitas por esses dois cientistas, constataram que essa relação se repetia para todos os gases. Portanto a lei diz que “Sob temperatura constante (condições isotermas), o produto da pressão e do volume de uma massa gasosa é constante, sendo, portanto, inversamente proporcionais. Qualquer aumento de pressão produz uma diminuição de volume e qualquer aumento de volume produz uma diminuição de pressão.” A lei de Boyle-Mariotte está presente no dia a dia com diversas aplicações, sendo que a mais importante está relacionada com o pistão, o qual que é um sistema simples que fica localizado do motor do carro, constituído por um recipiente com uma parede móvel. Quando se aperta essa parede a pressão aumenta e o volume que está dentro do recipiente diminui, caso contrário, se diminui essa pressão, há uma expansão do volume. Com isso, pode-se dizer que a Lei de Boyle-Mariotte foi o pontapé inicial para todo o estudo do comportamento dos gases. A partir dela, foram desenvolvidas outras relações até se chegar à equação de gases ideais. O objetivo deste trabalho foi verificar a relação entre volume e pressão de um gás, quando a temperatura do gás é mantida constante. Através da realização do experimento em laboratório com um manômetro, foi possível afirmar e constatar a lei de Boyle-Mariotte. 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Em um sistema composto de uma quantidade fixa de um gás em uma dada temperatura (constante), é observado que a pressão do sistema é inversamente proporcional ao volume ocupado pelo gás. Esta lei foi descoberta por Robert Boyle em 1662 e também verificada por Edme Mariotte, 17 anos depois. Ela pode ser enunciada como: “O produto entre a pressão e o volume de uma massa fixa de um gás é constante, para uma determinada temperatura”. Matematicamente descrito pela Equação 01, onde 𝑘 é uma constante. 𝑃𝑉 = 𝑘 Equação (01) Assim, assumindo que em uma determinada temperatura, uma massa fixa de um gás ocupa um volume 𝑉1 a uma pressão 𝑃1, se a pressão variar para um novo valor 𝑃2 sem variação de temperatura, então seu volume mudará para um novo valor 𝑉2. Através da Equação 01 podemos mostrar que: [1] 𝑃1𝑉1 = 𝑃2𝑉2 Equação (02) Além disso ela é representada graficamente. Quando a pressão do gás é mantida constante, o volume é diretamente proporcional a temperatura. (Este comportamento e historicamente descrito como a lei de Charles.) Quando o volume do gás é mantido a temperatura constante, a pressão é inversamente proporcional a temperatura. (Este comportamento é historicamente descrito como a lei de Gay-Lussac.) Essas observações podem ser resumidas pela seguinte equação de estado, conhecida como lei dos gases ideais: [2] PV= nRT Equação (03) 3 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL MATERIAIS UTILIZADOS • Tripé com haste e nivelador • Painel posicionador • Tubos e conexão • Parafuso micrométrico • Tubo de vidro com escala • Manômetro com fundo de escala 2kgf/cm² Procedimento : Inicialmente foi aberto a válvula do equipamento para assim elevar o embolo, após isso, a mesma foi fechada. Isso foi feito no intuito de que o ar contido no interior do cilindro de vidro ficasse sob a pressão atmosférica, que é de 1atm ou 101325Pa. O volume inicial do gás é aquele contido no interior do cilindro de vidro ao dar início ao experimento. Por meio de um parafuso, esse gás contido no cilindro foi sendo comprimido a cada volta dada no manípulo, e essa compressão teve um decremento de 0,45ml de volume desse gás. A cada volta dada o volume diminuía e a pressão desse gás aumentava e tudo isso foi registrado para assim, preencher a tabela 01. Após três voltas no manípulo foi determinado o ΔV= -1,35 ml. Posteriormente, ao observar o manômetro foi medido a variação de pressão manométrica ΔP= 11,768.4. 4 Em seguida, por meio das informações obtidas anteriormente (P0, ΔV e ΔPman) foi determinado o volume inicial V0 da amostra do gás contido no cilindro através da equação abaixo: V0 = -∆V (𝐏𝟎 + ∆𝐏𝐦𝐚𝐧) ∆𝐏𝐦𝐚𝐧 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao realizar os passos obteve-se os resultados referentes aos parâmetros definidos na tabela 01 abaixo. Tabela 01 Medidas V (m3) Pman(Pa) P0 (Pa) P (Pa) PV (Pa.m3) 1/V (m-3) 0 1,29x10-5 0 101325 101325 1,31 77,519 1 1,15x 10-5 0,12 101325,12 1,16 86,580 2 1,02 x 10-5 0,20 101325,2 1,03 98,039 3 8,85 x 10-6 0,30 101325,3 0,89 112,994 4 7,5 x 10-6 0,38 101325,38 0,76 133,333 5 6,15 x 10-6 0,50 101325,5 0,62 162,601 V0 = -∆V (𝐏𝟎 + ∆𝐏𝐦𝐚𝐧) ∆𝐏𝐦𝐚𝐧 V0 = 1,35x10-6 (𝟏𝟎𝟏𝟑𝟐𝟓+ 𝟏𝟏,𝟕𝟔𝟖.𝟒) 𝟏𝟏,𝟕𝟔𝟖.𝟒 V0= 1,29X10-5 4.1 - Portanto, com os dados obtidos anteriormente, foi preenchido a tabela 01 e logo após, foi feito um gráfico da P versus V (para mostrar que a pressão varia com o volume), com os dados obtidos nessa tabela. 5 O gráfico nos mostra uma linha decrescente, isso quer dizer que apresenta uma correlação negativa dos pontos, conforme uma variável aumenta a outra diminui. Com a forma do gráfico obtido podemos analisar que com a diminuição da pressão, o volume vai aumentando, o que confirma a Lei de Boyle que diz que a pressão e o volume de um gás são inversamente proporcionais. 4.2 - Em seguida, também foi construído um segundo gráfico, sendo que com P versus 1/V (para mostrar que a pressão varia com o inverso do volume). Por fim, foi calculado e interpretado fisicamente o valor da inclinação da curva obtida no gráfico P versus 1/V por meio do método de regressão linear. 6 4.3 – Feito o gráfico P versus 1/V calculamos e interpretamos o valor do coeficiente angular, através do método de regressão linear. Tabela contendo os valores de 𝑥, 𝑦, 𝑥. 𝑦 e 𝑥2, e suas respectivas somatórias. X Y X . Y X2 78,125 101325 7,916,015.625 6,103,515,625 87,336 101325,12 8,849,330.68 7,627,576,896 99,009 101325,2 10,032,106.73 9,802,782,081 114,285 101325,3 11,579,961.91 13,061,061,225 135,135 101325,38 13,692,605.23 18,261.468,225 165,289 101325,5 16,747,990.57 27,320,453,521 𝛴x= 679,179 𝛴y=607,951.5 𝛴x.y=68,818,010.75 𝛴x2=82,176,857,573 a = 68,818,010.75 – 1/6 x 679,179 x 607,951.5 82,176,857,573 – 1/6 x (679,179)2 a= 68,818,010.75 - 68,817,981.97 5,296,171,900 a= 28,78 5,296,171,900 = 0,0000000054 b = 607,951.5 – 0,0000000054 x 679,179 = 101,325.256 Y= 0,0000000054 x + 101,325.25 ▪ O coeficiente linear é positivo, isso quer dizer que há uma correlação positiva entre os pontos por isso a reta é crescente no gráfico. Conforme a pressão vai aumentando, o inverso do volume também vai aumentando proporcionalmente. 7 Através dos dados obtidos na tabela tornou-se possível construir os gráficos determinados no roteiro. Em decorrência dos resultados foi possível responder ao questionário proposto pelo roteiro, onde pode-se observar que para ser possível analisar o experimento de Robert Boyle com três parâmetros: pressão, volume e temperatura. QUESTIONÁRIO 1.Por que a temperatura deve ser mantida constante neste experimento? No caso deste experimento, acontecem transformações isotérmicas, por isso é necessário manter a temperatura constante. Sua temperatura tem que estar constante, pois a pressão vai variar e o seu volume mudará para um novo valor. 2. Usando a equação de estado do gás ideal, 𝑃𝑉 = 𝑛. 𝑅. 𝑇, determine o número de moles de moléculas presentes no experimento. (𝑅 = 8,315 𝐽/𝑚𝑜𝑙. 𝐾 = 0,082 𝑎𝑡𝑚. 𝐿/𝑚𝑜𝑙. 𝐾) V=1,29x10-5 m3 P= 101325 Pa Pa=N/m2 [N/m2] * m3= N/m=J Na tabela temos que P. V= 1,31 Considerando a temperatura de ambiente 25°C ou 298 K PV=n. R .T n= 𝑃𝑉 𝑅𝑇 n = 1,31 0,082𝑎𝑡𝑚. 𝐿 𝑚𝑜𝑙 .𝐾 . 298 𝐾 n=0.0536 8 2. Um volume de 4,5 𝐿 de um gás ideal a pressão de 125 𝑘𝑃𝑎 e expandido a temperatura constante até a pressão de 75 𝑘𝑃𝑎. Qual é o volume final do gás? T= constante P1=125kPA, P2= 75 kPa V1=4,5L V2=? P1V1=P2V2 V2= 𝑃1𝑉1 𝑃2 V2= 125 𝐾𝑃𝑎 . 4,5𝐿 75 𝐾𝑃𝑎 V2=7,5L 3. Explique o processo da respiração humana com base na lei de Boyle-Mariotte. . Através da Lei de Boyle-Mariotte é possível explicar o processo da respiração humana, isso dá-se com relação à entrada e saída de ar nos pulmões. Na inspiração o diafragma contrai-se, e faz aumentar o volume da cavidade torácica. Isto provoca um abaixo da pressão no interior da cavidade torácica, a qual fica inferior a pressão atmosférica exterior, causando um fluxo de ar para os pulmões. Na expiração, o diagrama descontrai-se, diminuindo o volume da cavidade torácica o que provoca um aumento da pressão interna, acima da pressão atmosférica e o ar sai dos pulmões. 9 5. CONCLUSÃO Com base nos fatos mencionados, pode-se afirmar que a pressão e volume são grandezas inversamente proporcionais, sendo assim, quando é exercida uma determinada força sobre o equipamento utilizado neste procedimento nota-se que há um aumento de pressão acompanhado da diminuição do volume do gás. Afirmamos que alguns erros pode ser levados em consideração, pois o experimento não é totalmente preciso. Portanto considerando os resultados alcançados neste processo, constata-se a Lei de Boyle-Mariotte. 10 6. REFERÊNCIAS [1] – Sears & Zemanski, Young & Freedman, Física II, Ondas e Termodinâmica, 12ª Edição, Person 2008. [2] RAYMOND, A. Serway; JOHN W., Jewett, Jr. Princípios de física : Oscilações, ondas e termodinâmica. 5. ed. norte-americana. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014. 230 p. v. 2.
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