Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 | P á g i n a RELATÓRIO PRÁTICO: TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA – LEI DE BOYLE-MARIOTTE (COM MANÔMETRO) RESUMO Quando em um sistema fechado sucede com uma temperatura constante, este sofre com variações apenas na pressão e no volume. Essa transformação é classificada como isotérmica, uma das transformações da termodinâmica, que também recebe como nome Lei de Boyle-Mariotte, na qual enuncia que quando a temperatura é constante, em um gás ideal, a pressão exercida é inversamente proporcional à sua variação de volume. No experimento em questão, examina como essa variação de pressão e volume comporta-se em uma seringa pressionada pelo êmbolo. Apresentando essas características consta-se que a transformação é constante de acordo com o produto da pressão com o volume. Com o desenvolvimento do experimento no laboratório que tem como objetivo comprovar essa característica, foi possível analisar juntamente com a equação da Lei de Boy-Mariotte, que quando o volume passa por variação a pressão exercida muda, adquirindo uma constante que continua a mesma em cada situação, dentro de uma tolerância de desvio de 5% permitido. INTRODUÇÃO Os gases são fluidos que se adaptam ao meio a que estão inseridos, assumindo assim, sua forma e volume. Quem iniciou os estudos dos gases foi Torricelli e, durante dois séculos, pesquisadores conseguiram desenvolver o que hoje conhecemos como Lei dos gases. Esta se subdivide em três princípios: transformação isotérmica, transformação isobárica e transformação isométrica (PAULA, 2017). Um gás depende de três variáveis que definem completamente o seu estado: temperatura, volume e pressão. Essas variáveis não são independentes, a mudança de uma necessariamente afetará as outras. As relações entre essas variáveis sempre foram estudadas mantendo uma delas como constante. Um exemplo é quando mantemos a temperatura constante de um gás, em condições ideais, e ocorre variação na sua pressão e no seu volume. No caso citado anteriormente dizemos que ele sofreu uma transformação isotérmica, princípio estudado nesse experimento (FOGAÇA, 2014). Essa transformação também recebe o nome de Lei de Boyle-Mariotte. Boyle em 1660, químico irlandês, um dos primeiros cientistas a estabelecer uma diferenciação entre a química e LABORATÓRIO DE FÍSICA Valderisso Alfredo 2 | P á g i n a a alquimia, enunciou a lei, segundo a qual, para determinada amostra de gás, o produto da pressão pelo volume ocupado pelo gás é constante quando a temperatura não varia. Em 1676 Mariotte, um físico francês, descobriu de forma independente a mesma lei. Por isso ela é chamada hoje de lei de Boyle-Mariotte (SCHULZ, 2009). Em síntese, a lei é enunciada como: “Quando a temperatura de uma amostra de gás permanece constante, a sua variação de volume é inversamente proporcional à sua variação de pressão” (GASPAR, 2002). À temperatura constante, sendo a pressão da amostra p e o seu volume V, essa relação pode ser expressa matematicamente por: p * V = Constante Essa Lei pode ser compreendida através de um ensaio em que se coloca gás em um recipiente fechado e aplica-se uma certa pressão. Ao fazer isso o espaço ocupado pelo fluido é reduzido, e como não varia a quantidade de moléculas, já que o recipiente está fechado, o gás ocupa todo o espaço disponível e o seu volume diminui (PAULA, 2017). MATERIAIS E MÉTODOS Materiais utilizados na realização do experimento: ● Tripé com haste e sapatas niveladoras; ● Haste metálica com 400mm; ● Painel posicionador; ● Seringa de plástico descartável com escala volumétrica; ● Pinça de Hoffman; ● Tubo de conexão; ● Manômetro. Procedimento: Primeiramente, posicionasse a seringa no painel, após abre a válvula e retirasse o êmbolo e introduz-se uma pequena quantidade de ar, nesse caso, pode ser dado um pequeno sopro nas proximidades do corpo da seringa. Fecha-se a válvula e insere o êmbolo até a escala inicial de volume. Posteriormente, anotasse numa tabela o valor corresponde ao volume inicial, sendo nesse incluído o volume contido no tubo de conexão, em seguida, coletasse o valor registrado no 3 | P á g i n a manômetro correspondente com a escala de kgf/cm² (representada na cor preta no manômetro), que condiz com a pressão manométrica produzida com o movimento do êmbolo sobre o volume de ar. Após, a coleta da pressão manométrica equivalente ao volume inicial, repete-se o procedimento mais sete vezes, porém, diminuindo 2mL a cada fase e anotando o valor correspondente a pressão manométrica sofrida com essa variação no volume inicial, para que sejam dispostos numa tabela presente nos resultados. RESULTADOS E DISCUSSÃO A priori não sabe-se o volume inicial de gás contido no manômetro, sendo assim, foi determinado o volume inicial como sendo “V0”. Para continuidade do experimento comprimiu- se o gás gradualmente, fazendo pressão no êmbolo da seringa e descendo sempre 2 ml, o que permitiu definir os volumes posteriores como sendo “V0 -2*n”. Fazendo isso será possível determinar o volume inicial do gás. Os resultados obtidos inicialmente estão dispostos na Tabela 1 abaixo. Tabela 1 – Resultados iniciais de pressão obtidos no experimento. Medida n Volume V (ml) Pressão Manométrica Pressão Total 0 V0 0,176 1,176 1 V0 -2 0,248 1,248 2 V0 - 4 0,330 1,330 3 V0 - 6 0,440 1,440 4 V0 - 8 0,555 1,555 5 V0 -10 0,670 1,670 6 V0 -12 0,800 1,800 7 V0 -14 0,955 1,955 Fonte: Autor (2019). Com os dados presentes na Tabela 1 acima e usando a Equação 1 abaixo foi possível determinar o volume inicial e consequentemente os demais volumes. 𝑉0 = |ΔV| ΔP ∗ 𝑃 Eq. 1 Na qual: V0 – Volume inicial; ΔV – Variação de volume; ΔP – Variação de pressão; P – Pressão final. Sabendo que ΔV=V–V0 (volume final menos inicial) e utilizando as informações presentes na Tabela 1, concluímos que ΔV é: 4 | P á g i n a ΔV=V0 -14-V0 ΔV=-14 Substituindo o valor encontrado para ΔV e os dados contidos na Tabela 1 na Equação 1, chegaremos ao valor do volume inicial: 𝑉0 = 14 1,955 − 1,176 ∗ 1,955 𝑉0 = 35,135 𝑚𝑙 Com o valor obtido para V0 foi possível calcular os demais volumes e elaborar a Tabela 2 abaixo. Tabela 2 – Resultado final do experimento. Medida n Volume V (ml) Pressão Total Pn * Vn Inverso do Volume 0 35,135 1,176 41,32 0,028 1 33,135 1,248 41,35 0,030 2 31,135 1,330 41,41 0,032 3 29,135 1,440 41,95 0,034 4 27,135 1,555 42,20 0,037 5 25,135 1,670 41,98 0,040 6 23,135 1,800 41,64 0,043 7 21,135 1,955 41,32 0,047 Média 41,65 Fonte: Autor (2019). Com os dados de Pn * Vn e a média foi possível calcular os desvios utilizando a equação abaixo: 𝐷 = |𝑃𝑉 − 𝑃𝑉̅̅ ̅̅ | 𝑃𝑉̅̅ ̅̅ ∗ 100 5 | P á g i n a Obteve-se os seguintes valores para os desvios: Tabela 3: Desvios. Medida n Desvio (%) 0 0,79 1 0,72 2 0,58 3 0,72 4 1,32 5 0,79 6 0,02 7 0,79 Fonte: Autor (2019). Como pode ser observado na Tabela 3, o maior valor de desvio foi de 1,32%, sendo assim, considerando uma tolerância de desvio de 5%, podemos dizer que o produto P*V permaneceu constante. Para a construção dos gráficos, foi calculada inicialmente a escala (dividindo o comprimento útil pelo valor máximo do eixo). Obtive-se os seguintes valores: Gráfico P= f(1/V) – Escala: Eixo X= 531,92 Eixo Y= 7,67 6 | P á g i n a Tabela 4 – Dados de construção do gráfico P= f(1/V). Eixo X Eixo Y 1/V (ml-1) Posição no eixo (cm) P (kgf/cm2) Posição no eixo (cm) 0,028 14,9 1,176 9,0 0,030 16,0 1,248 9,6 0,032 17,0 1,330 10,2 0,034 18,1 1,440 11,0 0,037 19,7 1,555 11,9 0,040 21,3 1,670 12,8 0,043 22,9 1,800 13,8 0,047 25,0 1,955 15,0(P1) 0,029 15,4 (P1) 1,216 9,3 (P2) 0,045 23,9 (P2) 1,879 14,4 Fonte: Autor (2019). Com uso de uma calculadora científica foram calculados os coeficientes angular e linear do gráfico, obtendo os seguintes valores: • Coeficiente Angular (a) = 41,45 • Coeficiente Linear (b) = 0,014 Para os valores obtidos, considerando a tolerância de 5%, percebemos que o coeficiente linear é aproximadamente zero e o coeficiente angular é aproximadamente a média do produto P*V. Com isso, obtivemos a seguinte equação: Y = 41,45X + 0,014 CONSIDERAÇÕES FINAIS Portanto, de acordo com os resultados obtidos em laboratório e considerando uma tolerância de 5%, podemos a afirmar que o produto da pressão pelo volume é constante. Com isso, percebemos que o volume ocupado por uma certa massa de gás é inversamente proporcional à pressão ao qual este gás é submetido, quando a temperatura é constante, validando a Lei de Boyle-Mariotte. 7 | P á g i n a REFERÊNCIAS FOGAÇA, J. R. V. Lei de Boyle sobre a transformação isotérmica. 2014. Disponível em: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/lei-boyle-sobre-transformacao- isotermica.htm>. Acesso em: 27 Maio 2019. GASPAR, A. Física. São Paulo, v.2, Ática, 2002. PAULA, L. S. S. A transformação isotérmica, a lei de Boyle-Mariotte, manômetro de ponteiro. 2017. Disponível em: <https://www.trabalhosgratuitos.com/Exatas/ Engenharia/A- transforma%C3%A7%C3%A3o-isot%C3%A9rmica-a-lei-de-Boyle- Mariotte-man%C3%B4metro-1201888.html>. Acesso em: 27 Maio 2019. SCHULZ, D. Transformação Isotérmica. 2009. Disponível em: <https://www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/isotermica.htm>. Acesso em: 27 Maio 2019.
Compartilhar