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2018 Gestão da tecnoloGia da informação Prof.ª Simone Cristina Aléssio Copyright © UNIASSELVI 2018 Elaboração: Prof.ª Simone Cristina Aléssio Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. AL372g Aléssio, Simone Cristina Gestão da tecnologia da informação. / Simone Cristina Aléssio – Indaial: UNIASSELVI, 2018. 231 p.; il. ISBN 978-85-515-0201-3 1. Tecnologia da informação - Administração – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 658.4038 Impresso por: III apresentação Prezado acadêmico, bem-vindo à disciplina Gestão de Tecnologia da Informação. Este Livro de Estudos foi elaborado com o intuito de contribuir e aprimorar o seu desenvolvimento acerca da gestão das tecnologias, recursos e pessoas envolvidas na TI das organizações. O conteúdo está dividido em três unidades, constituindo uma evolução motivada pelas intensas mudanças do ambiente de TI, e enfatizando a dimensão de gestão e contemplando simultaneamente tanto os gestores e os profissionais que atuam em empresas usuárias de TI, quanto os que atuam em empresas fornecedoras de serviços de TI. A estrutura da disciplina atende aos interesses específicos de cada grupo de profissionais. A disciplina também enfatiza o desenvolvimento de competências pessoais que envolvem conhecimentos e habilidades imprescindíveis para a efetiva liderança de TI. São habilidades importantes e com peculiaridades específicas no contexto da TI, como comunicação, relacionamento, negociação e prontidão para a mudança. Aproveitamos esse momento para destacar que os exercícios não são opcionais. O objetivo de cada exercício deste Livro de Estudos é a fixação de determinado conceito através da prática. É aí que reside a importância da realização de todos. Sugerimos fortemente que, em caso de dúvida em algum exercício, você entre em contato com seu tutor externo ou com a tutoria da Uniasselvi e que não passe para o exercício seguinte enquanto o atual não estiver completamente compreendido. Bom estudo! Prof.ª Simone Cristina Aléssio IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA V VI VII UNIDADE 1 – GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ...................................................... 1 TÓPICO 1 – CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .. 3 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 3 2 RECURSOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .......................................................................... 5 2.1 OS ATIVOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ........................................................................ 6 2.2 CAPACITAÇÃO EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .............................................................. 8 2.3 AS ROTINAS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .................................................................... 8 2.3.1 As competências para gestão da TI ................................................................................................. 9 2.3.1.1 As competências do CIO ........................................................................................................ 10 2.3.1.2 As competências dos Analistas de Tecnologia da Informação ...................................... 12 2.4 AMBIENTES DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ..................................................................... 12 2.5 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO ENTRE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E NEGÓCIO .................................................................................................................................................. 14 3 OS MODOS DE EMPREGO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ........................................... 16 RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................................................... 18 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................................. 20 TÓPICO 2 – ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ... 23 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 23 2 USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO .................................................................................... 24 2.1 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO ........................................................................................................ 25 2.2 A TI E A AGREGAÇÃO DE VALOR NA ORGANIZAÇÃO ............................................................ 25 2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ........................................................................................................ 27 2.4 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO COM A TI ..................................................................................... 29 3 A GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (GTI) ............................................................... 29 3.1 METODOLOGIAS DE GESTÃO DE TI ................................................................................................. 31 3.1.1 Six Sigma .............................................................................................................................................. 31 3.1.1.1 DMAIC ...................................................................................................................................... 32 3.2 ISO/IEC .......................................................................................................................................................... 34 3.2.1 ISO/IEC 27002 ...................................................................................................................................... 34 3.3 ITIL ................................................................................................................................................................. 36 3.4 COBIT .............................................................................................................................................................36 3.5 COMPARATIVO ENTRE ITIL E COBIT ................................................................................................ 37 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................................... 39 RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................................................... 41 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................................. 42 TÓPICO 3 – PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO . 45 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 45 2 PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (PDTI) ............................................... 45 3 AS DECISÕES ENVOLVENDO TECNOLOGIA E OS RISCOS ASSOCIADOS .......................... 47 3.1 GASTOS COM TI: DESPESA OU INVESTIMENTO? ........................................................................ 49 3.2 OS BENEFÍCIOS PROPORCIONADOS PELA TI ............................................................................... 52 sumário VIII 3.2.1 Os benefícios intangíveis e os benefícios futuros da TI ............................................................... 53 3.3 INDICADORES E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO QUE PROCURAM CAPTURAR OS INTANGÍVEIS ........................................................................................................................................ 54 4 ESTRATÉGIAS DE TERCEIRIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ....................... 56 4.1 ORIGEM DA TERCEIRIZAÇÃO .............................................................................................................. 57 4.2 TERCEIRIZAÇÃO DE TI EM EMPRESAS PRIVADAS ....................................................................... 57 4.2.1 Classificação .......................................................................................................................................... 59 4.2.2 Fatores inibidores da terceirização da TI ........................................................................................ 60 4.3 MOTIVAÇÃO PARA TERCEIRIZAÇÃO ............................................................................................... 61 4.4 FATORES DETERMINANTES NA TERCEIRIZAÇÃO ...................................................................... 62 4.5 RISCOS DA TERCEIRIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE TI ................................................................ 64 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................................... 66 RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................................................... 70 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................................. 72 UNIDADE 2 – TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS ........ 75 TÓPICO 1 – A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ....... 77 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 77 2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES .................................................................... 79 2.1 PLANEJAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ............................................................................................................................................ 82 3 METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO DA INFORMAÇÃO ....................................................... 86 3.1 BUSINESS SYSTEMS PLANNING (BSP) DA IBM ............................................................................... 86 3.2 STRATEGIC SYSTEMS PLANNING (SSP) ............................................................................................ 88 3.3 INFORMATION ENGINEERING – ENGENHARIA DA INFORMAÇÃO (IE) ........................... 89 3.4 CRITICAL SUCCESS FACTORS – FATOR CRÍTICO DE SUCESSO (CSF) .................................... 91 3.5 MODELO ECLÉTICO DE SULLIVAN .................................................................................................... 91 3.6 BALANCED SCORECARD – INDICADORES DE EQUILÍBRIO (BSC) ......................................... 92 4 GOVERNANÇA, COBIT E ITIL ................................................................................................................... 93 RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................................................... 95 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................................. 97 TÓPICO 2 – A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS .......................................................................................... 99 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 99 2 GESTÃO DA ARQUITETURA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ...................................... 100 2.1 APLICAÇÕES DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO PARA INTEGRAÇÃO DA GESTÃO EMPRESARIAL ............................................................................................................................................ 101 2.2 EFFICIENT CONSUMER RESPONSE (ECR) – RESPOSTA EFICIENTE AO CONSUMIDOR ............................................................................................................................................ 106 2.3 DATA MINING ............................................................................................................................................ 107 2.4 BUSINESS INTELIGENCE – INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS (BI) ............................................... 108 2.5 FERRAMENTAS DE BI – DATA MART E DATA WAREHOUSE/OLAP ....................................... 109 2.6 DATA MART ................................................................................................................................................. 110 2.7 OLAP ............................................................................................................................................................... 110 3 EMPRESAS DIGITAIS .................................................................................................................................... 111 3.1 FERRAMENTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA EMPRESAS DIGITAIS ........ 111 3.1.1 E-Business ............................................................................................................................................. 114 3.1.2 E-procurement (compra e venda de produtos pela internet) ..................................................... 116 RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................................................... 119 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................................. 120 IX TÓPICO 3 – GESTÃO DE PESSOAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .............................. 123 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 123 2 O PAPEL DO NOVO RH ................................................................................................................................124 3 RH COMO DESENVOLVEDOR DO CAPITAL INTELECTUAL ...................................................... 126 3.1 EXEMPLO DE EXCELÊNCIA OPERACIONAL .................................................................................. 127 4 CONTRIBUIÇÃO DA TI PARA OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS ............. 128 4.1 TI PARA AS DIMENSÕES DA GESTÃO DE PESSOAS E O NOVO PAPEL DO RH .................. 129 5 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ENVOLVIDAS NA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS 133 5.1 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ENVOLVIDAS NA GESTÃO DO CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM ................................................................................................................................... 134 6 TI PARA GESTÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL ......................................................................... 135 7 TI PARA A GESTÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL ............................................................... 136 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................................... 137 RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................................................... 140 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................................. 141 UNIDADE 3 – TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ........................................... 143 TÓPICO 1 – TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ............................................... 145 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 145 2 COMPUTAÇÃO EM NUVEM ...................................................................................................................... 146 2.1 TIPOS DE SERVIÇOS DE NUVEM .......................................................................................................... 148 2.2 BENEFÍCIOS E RISCOS DA COMPUTAÇÃO EM NUVEM ............................................................. 149 3 IMPRESSÃO 3D ................................................................................................................................................ 150 3.1 DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA DA IMPRESSORA 3D ................................................ 153 3.1.1 Sustentabilidade ambiental da impressora 3D ............................................................................... 154 3.2 EYE TRACKING ........................................................................................................................................... 155 4 VOICES COMMANDS ................................................................................................................................... 157 4.1 TENDÊNCIAS E APLICABILIDADE DA TECNOLOGIA DE VOZ ............................................... 157 4.1.1 Reconhecimento de voz para automatização do atendimento ................................................... 157 4.1.2 Telefonia digital ..................................................................................................................................... 158 4.1.3 Vídeo chat para suporte ...................................................................................................................... 158 4.1.4 Concierge eletrônico ............................................................................................................................. 158 4.1.5 Tecnologia wearable ............................................................................................................................. 158 5 REALIDADE AUMENTADA X REALIDADE VIRTUAL ..................................................................... 159 5.1 REALIDADE VIRTUAL ............................................................................................................................. 161 6 REALIDADE AUMENTADA X VIRTUALIDADE AUMENTADA ................................................... 162 6.1 APLICABILIDADE DA REALIDADE E VIRTUALIDADE AUMENTADAS ............................... 163 6.2 APLICAÇÕES FUTURAS ........................................................................................................................... 163 6.3 HIPER-REALIDADE ................................................................................................................................... 164 7 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO VERDE .......................................................................................... 164 7.1 A TI VERDE ................................................................................................................................................... 165 7.2 MOTIVOS E ATITUDES QUE IMPULSIONAM A TI VERDE .......................................................... 166 RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................................................... 168 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................................. 170 TÓPICO 2 – TECNOLOGIAS EMERGENTES E SUAS APLICAÇÕES EMPRESARIAIS ............. 173 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 173 2 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ...................................................................................................................... 173 2.1 TVS DE ALTA DEFINIÇÃO ....................................................................................................................... 175 3 GEOLOCALIZAÇÃO ...................................................................................................................................... 177 3.1 COMO É DETERMINADA A GEOLOCALIZAÇÃO ......................................................................... 178 X 3.1.1 Geomarketing ....................................................................................................................................... 178 3.1.2 Soluções corporativas de Geomarketing ........................................................................................ 180 3.1.3 Geofencing ............................................................................................................................................ 180 3.1.3.1 Alguns apps que utilizam Geofecing ........................................................................................... 181 4 IPODS, SMARTPHONES, NOTEBOOKS E NETBOOKS ................................................................... 182 4.1 NOVOS DESIGNS ........................................................................................................................................ 182 4.1.1 Chips mais rápidos .............................................................................................................................. 184 4.1.2 Performance .......................................................................................................................................... 184 4.1.3 Aparelhos inteligentes ........................................................................................................................ 184 4.1.4 Armazenamento .................................................................................................................................. 185 5 OUTRAS TENDÊNCIAS IMPORTANTES RELACIONADAS ÀS TECNOLOGIAS A SEREM CONSIDERADAS PELAS ORGANIZAÇÕES ............................................................................................ 185 5.1REDUÇÃO DO DESPERDÍCIO ................................................................................................................ 185 5.2 NATIVOS DIGITAIS TRABALHANDO JUNTOS ................................................................................ 186 5.3 INFORMAÇÕES ACESSADAS 24 HORAS POR DIA, DE QUALQUER LUGAR ....................... 186 5.4 O FIM DO PAPEL E O REINADO DO E-PAPER ................................................................................. 187 5.5 IMAGENS DIGITAIS EM UM MUNDO REAL .................................................................................... 187 5.6 MISTURA DE REALIDADE E DIGITABILIDADE .............................................................................. 187 5.7 ARMAZENAMENTO E COLABORAÇÃO NAS NUVENS ............................................................. 188 5.8 NANOTECNOLOGIA ................................................................................................................................ 188 5.8.1 Melhoramentos humanos: a bioengenharia .................................................................................. 189 RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................................................... 191 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................................. 192 TÓPICO 3 – AS TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO COTIDIANO ..... 195 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 195 2 O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA CIDADES INTELIGENTES ................ 196 2.1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E MEIO AMBIENTE NAS CIDADES INTELIGENTES ..... 198 2.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA MOBILIDADE DAS CIDADES INTELIGENTES ..... 199 2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA DAS CIDADES INTELIGENTES ........................................................................................................................................... 200 2.4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA INTERAÇÃO GOVERNO/CIDADÃO ....................... 201 3 COMPUTAÇÃO COGNITIVA ..................................................................................................................... 202 3.1 APLICAÇÕES DA COMPUTAÇÃO COGNITIVA .............................................................................. 202 3.1.1 No tratamento do câncer .................................................................................................................... 203 3.1.2 Na música .............................................................................................................................................. 203 3.1.3 Na culinária ........................................................................................................................................... 203 3.1.4 Na indústria hoteleira ......................................................................................................................... 203 3.1.5 Nos cuidados com a saúde ................................................................................................................ 204 3.1.6 Na indústria de energia ...................................................................................................................... 204 3.1.7 Na Justiça ............................................................................................................................................... 204 4 PROCESSAMENTO DE LINGUAGEM NATURAL .............................................................................. 204 4.1 NÍVEIS DE PROCESSAMENTO .............................................................................................................. 205 4.2 TIPOS DE ABORDAGEM .......................................................................................................................... 206 4.3 PRINCIPAIS TECNOLOGIAS E APLICAÇÕES ENVOLVENDO PLN .......................................... 206 4.3.1 Recuperação da informação .............................................................................................................. 206 4.3.2 Perguntas e respostas .......................................................................................................................... 207 4.3.3 Extração de informação ...................................................................................................................... 207 4.3.4 Sumarização automática .................................................................................................................... 207 4.3.5 Tradução de máquina ......................................................................................................................... 207 5 SISTEMAS MULTIAGENTES ...................................................................................................................... 208 6 INTERNET DAS COISAS (IoT) .................................................................................................................... 209 XI 7 INOVAÇÕES QUE VÃO IMPACTAR O MUNDO NOS PRÓXIMOS 5 ANOS ............................ 212 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................................... 214 RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................................................... 217 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................................. 219 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 223 XII 1 UNIDADE 1 GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de: • conhecer os principais conceitos, recursos e ativos que envolvem a TI; • entender como se faz o alinhamento dos negócios com as tecnologias mais atuais; • conhecer o plano diretor de TI e os principais aspectos do processo de terceirização das atividades. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO TÓPICO 2 – ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO TÓPICO 3 – PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 1 INTRODUÇÃO A evolução tecnológica abrange todas as atividades desenvolvidas na atualidade ao permitir o compartilhamento rápido e livre de um volume muito grande de informações por meio da rede mundial de computadores. Essa rapidez na evolução foi impulsionada pela necessidade de melhorias na qualidade de processos e customização de produtos. Schreiber et al. (2002, p. 36) destaca os fatores importantes deste processo: [a] o rápido crescimento da rede mundial de computadores world wide web (www), que estabeleceu uma infraestrutura de compartilhamento do conhecimento; [b] a identificação do conhecimento como fator-chave de produção, além do trabalho e do capital. A tecnologia da informação (TI) precisa do conhecimento das pessoas para ser percebida e aplicada em diversos fins, utilizada por pessoas e organizações como meio facilitador no acompanhamento das inovações,no aumento da produtividade para melhorar a qualidade de produtos e serviços, e para tornar rápida e eficiente a comunicação com mercados, clientes e fornecedores. Por causa disso, é considerada uma importante ferramenta para manter operantes todos os envolvidos em um negócio, sendo mais intensa a conscientização de que ela não pode ser dissociada de nenhuma atividade organizacional a fim de agregar valor aos produtos e serviços ofertados. Os sistemas de informação ou tecnologia de informação são o conjunto de partes (quaisquer) que gerem informações, ou, também, o conjunto de software, hardware, recursos humanos e respectivos procedimentos que antecedem e sucedem o software. Tem como maior objetivo o apoio nos processos de tomada de decisões na empresa, e seu foco está direcionado ao principal negócio empresarial (REZENDE, 2002, p. 84). De forma bem objetiva, pode-se entender a tecnologia da informação como um conjunto de atividades e suas soluções, ambas tendo como alicerce recursos computacionais que facilitam o armazenamento, o acesso, o gerenciamento e o posterior uso das informações. Para entender o mecanismo desse processo, retomam- se os fundamentos da tecnologia da informação que, de acordo com Stair (2002), têm como componentes principais: • Tecnologia: as redes de computadores são sistemas de componentes de processamento de informações que utilizam uma multiciplicidade de hardware, software, gerenciamento de dados e tecnologia de redes de telecomunicações. • Aplicações: aplicações de negócios e e-commerce envolvem sistemas de informações interconectadas. UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 4 • Desenvolvimento: as formas de desenvolvimento, para utilizar tecnologia da informação na empresa, abrangem o projeto de componentes básicos dos sistemas de informação. • Administração: o gerenciamento da tecnologia da informação enfatiza a qualidade, o valor estratégico para um negócio e a segurança dos sistemas de informação de uma organização. • Hardware: equipamento do computador utilizado para realizar atividades de entrada, processamento e saída. Os equipamentos de entrada incluem teclado, mouse etc. • Software: são programas que comandam operações do computador. Esses programas permitem que o computador processe dados financeiros, de Recursos Humanos, de produção etc. • Banco de dados: coleção organizada de fatos e informações, constituindo dois ou mais arquivos de dados relacionados. • Telecomunicações: transmissão eletrônica de sinais para comunicações que permitem com que as organizações realizem processos e tarefas por meio de redes efetivas de computadores. • Internet: maior rede de computadores do mundo, consistindo em milhares de redes interligadas que trocam informações simultânea e livremente. • Pessoas: há dois tipos: o Pessoas de TI: inclui toda pessoa que gerencia, administra, programa, mantém e executa o sistema. o Usuários: pessoas que trabalham com TI. • Procedimentos: incluem estratégias, políticas e regras organizacionais. Os sistemas de informação, em sua maioria, são definidos com base nos componentes citados anteriormente. Os elementos se relacionam e trabalham com um objetivo em comum, a fim de produzir resultados. A figura a seguir representa a composição dos sistemas de informação, com base nos componentes da tecnologia da informação. Conforme vimos, a tecnologia da informação é conhecida como o conjunto de hardware, software, pessoas e cultura envolvidas. FIGURA 1 – ESTRUTURA BÁSICA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO FONTE: Disponível em: <https://sites.google.com/site/profnewtonti/>. Acesso em: 11 jun. 2018. TÓPICO 1 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 5 Em meio a todos estes componentes, o sistema de informação pode ser entendido como um conjunto de elementos que se relacionam “[...] para coletar (entrada de dados), manipular (processamento de dados) e disseminar (saída dos dados) as informações para atender a um objetivo específico” (ALBERTIN, 2015, p. 12). Ao conhecer o conceito de sistemas de informação, você já deve ter entendido que todos os sistemas de informação utilizam recursos humanos, tecnológicos, informações e redes para executar todas as atividades e etapas de manipulação relacionadas aos dados. A figura a seguir mostra um modelo de sistemas de informação. FIGURA 2 – MODELO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO FONTE: O´Brien (2004, p. 6) O modelo proposto na figura demonstra a relação entre os componentes e as atividades, referenciando os quatro principais conceitos aplicados nos sistemas (pessoas, informações, atividades e recursos). Cabe ressaltar que o modelo proposto demonstra um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função que é mediada pela tecnologia e pelas informações. 2 RECURSOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Alguns estudos a respeito dos recursos de TI os separam em duas categorias distintas, conforme Weill e Aral (2007): ativos de tecnologia da informação e capacitações em tecnologia da informação. Para os autores Weill e Aral (2007, p. 46, grifo nosso): Controle de Desempenho do Sistema Entrada de Recursos de Dados Processa- mento de Dados em Informações Saída de Produtos de Infor mação Armazenamento de Recursos de Dados Re cur sos Hu ma nos Us uár ios Fin ais e E spe cia list as em SI Recursos de Software Programas e Procedimentos Recursos de Dados Bancos de D ados e Bases de C onhecim ento Recursos de Rede Meios de Comunicação e Suporte de Rede Re cu rs os d e Ha rd w ar e M áq ui na s e M íd ia s UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 6 os recursos são resultados dos investimentos feitos pelas empresas no setor de TI, e os mesmos são difíceis de serem copiados, pois necessitam de tempo, aprendizagem e otimização, pois o avanço da tecnologia nas empresas trouxe uma grande variedade de serviços, equipamentos e sistemas para o ambiente de TI, que aumentam a complexidade na gestão do ambiente, mas requerem ainda mais cuidados no gerenciamento para garantir que todos os recursos estejam sempre disponíveis e seguros. De acordo com Albertin (2015, p. 6), “os cuidados com o gerenciamento de recursos de TI são necessários para evitar uma série de incidentes e surpresas desagradáveis” para melhorar os resultados dos serviços entregues pela TI e os resultados do negócio. A figura a seguir representa os recursos de TI que devem ser prioridade no processo de gestão. FIGURA 4 – MODELO TEÓRICO DOS RECURSOS DE TI FONTE: Adaptado de Weill e Aral (2007) 2.1 OS ATIVOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Weill e Aral (2007) atestam que os investimentos financeiros feitos no setor de tecnologia da informação refletem na estratégia e afetam diretamente o desempenho organizacional. Com isso, pode-se concluir que os resultados obtidos pelas empresas dependem do tipo e do volume financeiro investido nos ativos. Quanto maior e mais bem definido o investimento, maiores serão os benefícios retornados pelos ativos. Os autores classificam os ativos em quatro categorias distintas: infraestrutura, transacional, informacional e estratégico, além disso, listam para cada uma o objetivo estratégico, bem como os resultados do investimento em cada categoria. O quadro a seguir mostra a classificação dos ativos de TI: Ativos de TI - Infraestrutura - Transacional - Informacional - Estratégico Recursos de TI Capacitação em TI Competências - Habilidade em TI - Qualidade da gestão de TI Práticas (Rotinas) - Cultura do uso de TI - Transações Digitais - Arquiteturade Internet TÓPICO 1 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 7 QUADRO 1 – ATIVOS E OS BENEFÍCIOS DE PERFORMANCE ESPERADOS Ativos de TI Propósito estratégico Benefícios esperados Infraestrutura Fundação para os serviços compartilhados de TI. Provê uma base flexível para as iniciativas de negócios futuras. – Curto Prazo: maior custo e menor rentabilidade. – Maior valor de mercado. – Longo Prazo: maior lucro e menores custos. Transacional Automatiza os processos, corta custos e aumenta o volume de negócios por unidade de custo. – Menores custos. Informacional Provê informação para a gestão, contabilidade, relatórios, suporte de decisões, controle de planejamento, análises e data mining. – Menores custos. – Maior rentabilidade. Estratégico Apoia a entrada em um novo mercado, provê um novo serviço ou viabiliza um novo produto. – Mais inovação de produto. FONTE: Adaptado de Aral e Weill (2007) Infraestrutura: a área de TI é essencial para qualquer organização e sua manutenção deve ser estratégica. Os investimentos em infraestrutura envolvem troca de equipamentos como servidores, cabeamento de rede, troca do sistema gerenciador de banco de dados. Tal investimento tem um custo alto, mas trazem benefícios em longo prazo, pois melhoram a produtividade e a competitividade organizacional. Transacional: aqui concentram-se os investimentos para melhorar processos, cortar custos e melhorar o desempenho dos negócios. O foco é cortar recursos de operações que são repetitivas e, por isso, tendem a causar uma redução imediata do custo financeiro para mantê-las. Informacional: são investimentos que envolvem diretamente a coleta, o processamento e a análise dos dados, permitindo maior segurança nas decisões. Geralmente são adquiridos novos sistemas de informação para dar suporte à tomada de decisões. Esses sistemas reduzem custos e facilitam a identificação de novos cenários e oportunidades de negócios. Estratégico: são investimentos que tornam a empresa mais inovadora, pois mudam a natureza de entrega de produtos ou serviços. Podem envolver tanto a tecnologia quanto novas metodologias de trabalho. UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 8 2.2 CAPACITAÇÃO EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO O ato de capacitar os profissionais de tecnologia da informação visa promover o aprendizado contínuo, valorizar os servidores, desenvolver competências, difundir conhecimento e melhorar, cada vez mais, a qualidade dos serviços prestados e dos produtos entregues. Capacitar somente não é suficiente (COHEN; LEVINTHAL, 1990). Só o conhecimento técnico não basta. A equipe precisa ser especialista no campo de atuação, tendo amplo conhecimento do negócio, das atividades, dos procedimentos e rotinas organizacionais. A capacitação em tecnologia da informação deve interligar as rotinas organizacionais com as competências da equipe de tecnologia da informação, no intuito de agregar valor nas construções e customizações. Lembre-se: as rotinas organizacionais envolvem todas as atividades necessárias para se concluir algo, como um produto, um serviço ou uma tarefa específica. Além disso, também fazem parte das rotinas organizacionais os processos de documentação que auxiliam na conclusão das atividades. 2.3 AS ROTINAS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Na visão de Westerman e Weill (2006), as empresas que obtêm mais benefícios da tecnologia da informação são as que buscam excelência na execução de cinco princípios básicos: identificar as necessidades, desenvolver as aplicações, gerenciar a mudança organizacional, redesenhar os processos de negócio e supervisionar a TI. Nesse sentido, a figura a seguir mostra o modelo de criação de valor através da tecnologia da informação de Westerman e Weill (2006). FIGURA 5 – CICLO DA GERAÇÃO DE VALOR EM TI FONTE: Adaptado de Westerman e Weill (2006) Supervisionar TI Transparência dos Investimentos Desenvolver Aplicações RPN & Mudança Organizacional Identificar as Necessidades Medição dos Resultados TÓPICO 1 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 9 Identificar as necessidades: o primeiro passo é identificar a real necessidade da organização em relação aos desfalques tecnológicos. Isso é necessário para que não se invista um volume financeiro absurdo em tecnologias que não terão o devido aproveitamento. Essa etapa é importante, pois auxilia os gestores a identificarem problemas, e como consequência, serve de orientação na escolha da melhor tecnologia para resolvê-los. Para obter sucesso nessa fase, o gerente de TI deve estar alinhado e em constante comunicação com os gestores do negócio. Desenvolver as aplicações: essa é a fase mais importante para o negócio, pois depende do desenvolvimento das aplicações para que os objetivos sejam alcançados. Para haver êxito, é necessária uma efetiva gestão dos projetos de desenvolvimento, para que se decida corretamente a respeito de tudo que se relaciona ao escopo, prazos e custos. A gestão do projeto deve prever um método de aferição, ter uma equipe qualificada e envolver, sempre que possível, os gestores do negócio para garantir a entrega do resultado esperado nos prazos e custos estabelecidos. A tecnologia da informação está deixando de ser um desafio técnico para ser um desafio de gestão, pois o retorno percebido depende diretamente do comprometimento e da iniciativa dos gestores do negócio que, na maioria das vezes, não sabem como se envolver ou não tem a devida consciência do valor da tecnologia da informação para os negócios. Gerenciar a mudança e redesenhar os processos de negócio: Westerman e Weill (2006) defendem que o gestor da área de TI e equipe podem fomentar e gerenciar tanto as mudanças técnicas quanto os processos de negócio. No entanto, precisam utilizar métodos adequados, ter uma equipe capacitada e certificar-se de que as mudanças e o redesenho dos processos estão alinhados com a estratégia organizacional. Supervisionar a TI: a supervisão da TI é importante para deixar transparente os investimentos e também para aferir os resultados. Westerman e Weill (2006) afirmam que a transparência nos investimentos é necessária para direcionar recursos adequados aos projetos com maior potencial de retorno, através de um processo claro e justo. A medição dos resultados, segundo os autores, rastreia os resultados obtidos pela aplicação da tecnologia da informação, para tanto, podem ser usadas medidas quantitativas, como o Service Level Agreements (SLA), ou seja, Acordo de Nível de Serviço e a evolução dos custos com TI, além de medidas qualitativas, como a satisfação dos usuários, clientes e fornecedores. Contudo, os autores ressaltam que a medição dos resultados dos projetos de desenvolvimento das aplicações e revisão dos processos de negócio é mais difícil que a medição da performance da infraestrutura de tecnologia. 2.3.1 As competências para gestão da TI As competências para gerir a TI fecham o ciclo dos elementos que contemplam a capacitação em tecnologia da informação, completando também a definição dos UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 10 recursos de TI proposta por Weill e Aral (2007). Os principais atores envolvidos na TI são: • Chief Information Officer (CIO): executivo responsável pelas funções da área de TI. • Analistas da Informação: técnicos responsáveis pelo atendimento aos usuários e pelo desenvolvimento e manutenção da infraestrutura e dos sistemas de informação. Como analistas da tecnologia da informação, podemos citar: programadores, projetistas, analistas de sistemas, gerentes de projetos, entre outras funções. 2.3.1.1 As competências do CIO A principal função do Chief Information Officer (CIO) é gerenciar a operação dos sistemas deinformação no intuito de mantê-los alinhados à estratégia de negócios, facilitando qualquer processo de mudança ou alteração (CARTER et al., 2011). Os autores destacam a relevância do conhecimento técnico do CIO e afirmam que sua importância é determinada pela intensidade com que a tecnologia da informação é utilizada na organização. Dessa forma, quanto mais a organização enviar demandas ao setor de TI, mais relevante e necessário internamente será o CIO. As competências do CIO são divididas em três papéis principais: papel Informacional, papel de Decisor e papel Interpessoal (CARTER et al., 2011). O quadro, a seguir, sintetiza os papéis dos gestores da tecnologia da informação e descreve, brevemente, suas características. QUADRO 2 – PAPÉIS DOS GESTORES DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Papel Descrição da Atividade Papel Informacional Representante Envolve a comunicação de informações ou ideias às pessoas fora da função de TI. Monitor Busca e recebe informações em um esforço para entender a organização e seu ambiente. Escaneia o ambiente por mudanças na tecnologia e na competição. Papel de Decisor Empreendedor Identifica as necessidades do negócio e desenvolve soluções que mudam a situação da empresa. Age como iniciante e designer de grande parte das mudanças controladas, que acontecem na organização. Alocador de Recursos Responsável pela alocação dos recursos humanos, financeiros, materiais e informacionais da empresa. Papel Interpessoal Líder Responsável por contratar, treinar, motivar e monitorar os subordinados. TÓPICO 1 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 11 Intermediário Estabelece uma rede pessoal de relacionamentos externos. FONTE: Adaptado de Carter et al. (2011) • Papel Informacional: uma linguagem comum em toda a organização é fundamental para o sucesso organizacional para alcançar os objetivos. O CIO desempenha um papel fundamental ao compreender a linguagem de negócio, uma vez que entende problemas e busca melhores soluções técnicas. Nesse sentido, ele desempenha duas funções importantes: Representante e Monitor. A função de Representante impõe uma expansão das funções do CIO dentro da empresa ao se envolver em todos os departamentos e em contato com todos os gestores e principais usuários dos sistemas de informação. Nesse sentido, ele é um disseminador de informação que desempenha um papel mais político. A função de Monitor exige que o CIO observe o ambiente externo no sentido de acompanhar as inovações e mudanças tecnológicas. Assim, torna-se referência ao conhecer as oportunidades de utilização da TI no ambiente de negócio. • Papel de Decisor: na função de decisor cabe ao CIO alocar corretamente os recursos de tecnologia da informação no intuito de obter maior vantagem e melhores resultados no negócio. Nesta função, o CIO aloca os recursos humanos, tecnológicos e financeiros. O papel de decisor está dividido em duas funções: Empreendedor e Alocador de Recursos (CARTER et al., 2011). Na função de Empreendedor, o CIO precisa identificar as necessidades do negócio e desenvolver soluções eficientes para os problemas organizacionais. Ele precisa garantir que as necessidades e oportunidades técnicas sejam rapidamente entendidas, planejadas, implementadas e implantadas. Por sua vez, na função de Alocador de Recursos, o CIO precisa decidir adequadamente sobre a melhor forma de alocar os recursos humanos, técnicos e de informação. Nesta função, ele precisa ser justo e coerente para não sobrecarregar a equipe na distribuição das atividades. • Papel Interpessoal: este papel representa a função do CIO como líder da TI e em sua forma de se relacionar com os clientes externos, fornecedores. Esse papel está dividido em dois papéis distintos: de Líder e de Intermediário. O Líder é importante para que haja um bom desempenho da equipe, pois é ele quem guia, treina, aloca, realoca, contrata etc. Esse papel é importante na mediação de conflitos e para auxiliar a equipe a resolver conflitos, além de fazê-la permanecer motivada. O Intermediário faz a mediação entre clientes externos, equipe de desenvolvimento, fornecedores e demais interessados nos projetos desenvolvidos. É UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 12 responsável por criar uma linguagem de comunicação que seja de fácil entendimento por todos os envolvidos. 2.3.1.2 As competências dos Analistas de Tecnologia da Informação A carência por mão de obra qualificada é evidente no Brasil quando trata da área específica de Tecnologia da Informação. Para contornar esse problema, a maioria das organizações oferece programas de capacitação e incentivos para atrair e reter talentos (ALBERTIN, 2015). Podemos entender a competência como um conceito que descreve as habilidades e conhecimentos que uma pessoa deve ter para torná-la capacitada a realizar algo. No entanto, a competência não pode ser considerada um conhecimento que a pessoa possui ou o resultado da capacitação pela qual o profissional passou. Significa, simplesmente, que a pessoa sabe em que aplicar aquilo que aprendeu e que sabe lidar com imprevistos e com pessoas de personalidades distintas. A pessoa competente sabe gerenciar os recursos que necessita para realizar uma atividade (CHIAVENATO, 2010). A função específica de analista de tecnologia da informação envolve os programadores, projetistas, analistas de sistemas, gerentes de projetos e demais funções técnicas relacionadas ao desenvolvimento de sistemas e o departamento de tecnologia da informação. Estas funções estabelecem o conhecimento necessário para desenvolver sistemas e para operar as novas tecnologias do setor em se tratando de hardware e software. As competências necessárias para esses profissionais geralmente envolvem: relacionamento interpessoal, conhecimento técnico de ferramentas, capacidade de propor mais de uma solução para o mesmo problema, caráter proativo, organização, liderança, capacidade de concentração e de exposição de ideias, fluência no idioma inglês, responsabilidade, disposição para o aprendizado contínuo, construção de modelos mentais para a solução de problemas complexos, conhecimento do negócio da organização, facilidade para assumir riscos, facilidade para gerenciar o tempo, entre outras (ALBERTIN, 2010). 2.4 AMBIENTES DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Conforme estudamos nos tópicos anteriores, a tecnologia da informação é conhecida como um conjunto de hardware, software, pessoas e culturas envolvidas em um ambiente de trabalho. No âmbito da tecnologia da informação estão os administradores que sabem da importância de prever a alteração tecnológica e o impacto disso nas suas atividades. As inovações profundas produzem uma reorganização social e nas tarefas diárias. Esse processo leva a mudanças relevantes no conhecimento, na cultura e nas relações de poder, acarretando na elaboração de TÓPICO 1 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 13 novos instrumentos de controle e intervenção. Uma vez que o desafio tecnológico coloca em discussão alguns equilíbrios fundamentais da sociedade, conforme apontamento feito por Albertin (2015): • Nível de ocupação. • Profissão e conhecimento adquirido. • Local e forma de construção da experiência social e da identidade da sociedade. Para entender como tais alterações modificam a realidade de uma organização, vamos entender dois conceitos básicos que dizem respeito à empresa, segundo Albertin (2010), que são: a) Componentes da empresa: diversas áreas de trabalho, ou ainda, atividades que são necessárias para o funcionamento adequado da empresa como um todo. b) Níveis de decisão: hierarquia existente dentro da empresa. Desse modo, veremos agora quais os quatros tipos comuns de ambientes da Tecnologia da Informação, ou seja, condições em queos trabalhos que envolvem TI acontecem em uma organização. Que de acordo com Albertin (2004), são divididos em: a) Ambiente estratégico: neste tipo de ambiente, as organizações podem ser dependentes da funcionalidade das atividades de tecnologia para que suas operações diárias sejam executadas de modo adequado. Essas organizações precisam de planejamento e a distância entre o sistema de informação e a alta gerência é reduzida. Portanto, a funcionalidade adequada dos serviços de sistemas de informação é essencial à continuidade do negócio. Um exemplo típico desse ambiente são os bancos. Se a TI parar, as operações bancárias não serão realizadas. b) Reviravolta: neste tipo de ambiente, as organizações recebem suporte operacional para a manutenção do sistema de informação, mas não possuem dependência de uma funcionalidade contínua para alcançar seus objetivos. As aplicações em desenvolvimento, no entanto, são vitais para os objetivos estratégicos da organização. Portanto, nesse ambiente a interrupção do sistema de informação não significa suspensão do negócio. Um exemplo de ambiente são as empresas que usam sistemas e que recebem suporte para mantê-los funcionando. Nem sempre uma parada no sistema causa uma parada das operações de negócio. c) Fábrica: neste ambiente, as organizações dependem do suporte de sistema de informação para realizar suas operações. O planejamento possui um caráter de curto prazo e é mais operacional, equilibrando o serviço, custo e eficiência. Uma parcela considerável do sistema de informação está na manutenção das aplicações existentes e as aplicações em desenvolvimento não são críticas para o negócio, pode-se afirmar que o essencial é o suporte às operações diárias. Exemplo: empresa têxtil que utiliza máquinas que fazem moldes e cortes de tecidos orientados por sistemas de informação. d) Suporte: neste ambiente, a organização possui grande orçamento para o sistema de informação, todavia, as operações não são fundamentalmente dependentes da perfeita funcionalidade das atividades do sistema de informação. Exemplo: consultório médico. UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 14 2.5 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO ENTRE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E NEGÓCIO O alinhamento estratégico da TI com o negócio pode ser definido “como uma adequação estratégica de integração entre os ambientes externos e internos a fim de desenvolver competências ou para maximizar a performance organizacional mediado pelo adequado uso da tecnologia da informação” (ROSINI; PALMISANO, 2006, p. 37). Para esses autores, os modos para obter o alinhamento estratégico em uma organização são: • O estágio da integração administrativa. • O estágio da integração sequencial, ou seja, o plano de TI vem posteriormente ao plano de negócio. • O estágio da integração recíproca, que ocorre por meio da formulação de dois planos em conjunto. • O estágio da integração total ocorre por meio de um único plano. O modelo de alinhamento estratégico com a integração recíproca é baseado em duas hipóteses, de acordo com Henderson e Venkatraman (1996), vejamos: I- A performance econômica está relacionada à habilidade do gerenciamento para estabelecer uma adequação estratégica. II- A adequação estratégica é dinâmica, assim, o alinhamento não é considerado um evento isolado, mas um processo contínuo de adaptação e mudança. O alinhamento da TI com o negócio pode ser encontrado nas organizações em diversos estágios, cabendo destacar dois nas organizações que almejam desenvolvê- lo, sendo: a) Nível de Operacional: integração operacional, quando há necessidade de planos operacionais de negócio, bem como de tecnologia da informação. Este nível é caracterizado por meio de requisitos e funções dos sistemas de informação e do negócio em nível operacional. b) Nível de Gestão: integração no nível mais alto de gestão. A integração ocorre por meio da adequação estratégica dos objetivos da tecnologia de informação com as estratégias, objetivos e competências fundamentais do negócio. Os elementos e variáveis considerados mais significativos para a promoção do alinhamento estratégico são agrupados em dois conjuntos (ROSINI; PALMISANO, 2006): a) Elementos do contexto organizacional: representam o alinhamento por meio de variáveis que observam as condições, bem como o direcionamento do negócio. b) Elementos de modelo de planejamento estratégico: representam o alinhamento TÓPICO 1 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 15 por meio de variáveis que definem o modelo e o processo de planejamento. Portanto, você pode observar que a aplicação da TI orientada de forma estratégica pode ser implantada em todos os níveis da organização, dos níveis mais operacionais aos níveis de tomadores de decisões (PORTER; MILLAR, 1986). A tecnologia da informação pertence também aos executivos, que podem tirar vantagens da mesma aplicação. O reconhecimento por parte do setor executivo já ocorreu, porém há dificuldade do uso estratégico da tecnologia. A figura a seguir exibe um modelo de alinhamento estratégico. FIGURA 5 – MODELO DE ALINHAMENTO ESTRATÉGICO ENTRE TI E NEGÓCIO FONTE: Disponível em: <http://www.tiespecialistas.com.br/2010/10/a-governanca-de-ti-e- oalinhamento-estrategico/>. Acesso em: 21 jun. 2018. Na figura anterior, podemos visualizar o Nível Operacional e o Estratégico entre o Negócio e a Tecnologia da Informação, sempre na busca constante da adequação estratégica e da integração funcional. Tais processos de alinhamento estratégico, entre Negócio e TI, irão garantir que a estratégia mais adequada no momento seja realizada pela empresa, e a Governança de TI irá contribuir para que isso ocorra. O que se busca, na verdade, é o aumento da percepção da importância da TI para o negócio, e o aumento da eficiência e da eficácia em relação ao uso, como Custos adequados, garantia da UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 16 Capacidade atual e futura dos recursos e Perenidade, além de, claro, da garantia dos aspectos ligados à Sustentabilidade da empresa (ALBERTIN, 2015). Alinhar e integrar os recursos da TI ao negócio da empresa é assunto de destaque e um problema estratégico para as organizações. O alinhamento estratégico integrado entre as áreas de negócio e de TI tem se tornado uma exigência nas organizações que visualizam, mantêm e crescem sustentavelmente em um ambiente competitivo. 3 OS MODOS DE EMPREGO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Os autores Nolan e McFarlan (2005) propuseram uma Grade de Impacto estratégico em TI a fim de identificar como as organizações a empregam internamente. A figura a seguir exibe o modelo que resume como as organizações usam a tecnologia da informação. FIGURA 6 – IMPACTO ESTRATÉGICO DA TI FONTE: Nolan e McFarlan (2005, p. 37) TÓPICO 1 | CONCEITOS, RECURSOS E ATIVOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 17 Alguns questionamentos se fizeram importantes para o estudo dos autores: a) O quanto a empresa depende de sistemas de informação que sejam seguros, estáveis, ininterruptos e efetivos em relação ao custo? Essa questão está relacionada ao que os autores chamam de TI defensiva, ou seja, a TI focada em prover confiabilidade operacional. b) O quanto a empresa depende, para seu sucesso competitivo, de sistemas de informação que entregam serviços e produtos com valores adicionais novos e que tenham grande capacidade de resposta às demandas dos clientes? Essa questão está associada ao que os autores chamam de TI ofensiva. Segundo os autores Nolan e McFarlan (2005), as organizações que praticam a TI ofensiva colocam as questões estratégicas da TI no mesmo nível ou até acima da confiabilidade dos sistemas. Tais empresas estão mais dispostas a experimentar e inovar. Já a TI ofensiva caracteriza as organizações mais ambiciosas, pois envolvemmudanças organizacionais importantes sempre que a organização precisa se reposicionar no mercado de atuação. Ainda, de acordo com os autores, o modo suporte caracteriza as organizações em que a TI não tem orientação estratégica, é perceptível a baixa necessidade de confiabilidade e inovação. Não há equilíbrio na utilização de recursos. O setor apenas serve para apoiar atividades rotineiras. O modo Fábrica necessita de alta confiabilidade e baixa necessidade de inovação. Existe estratégia na exploração dos recursos de TI no intuito de atingir a máxima eficiência operacional. O modo Turnaround enquadra as organizações que precisam de alta necessidade de inovação e baixa necessidade de confiabilidade. Aqui, são experimentadas novas tecnologias e processos com o objetivo de reposicionar a empresa. 18 Neste tópico, você aprendeu que: • A Tecnologia da Informação (TI) precisa do conhecimento das pessoas para ser percebida e aplicada em diversos fins, sendo utilizada por pessoas e organizações como meio facilitador no acompanhamento das inovações, no aumento da produtividade, para melhorar a qualidade de produtos e serviços, para tornar rápida e eficiente a comunicação com mercados, clientes e fornecedores. • As redes de computadores são sistemas de componentes de processamento de informações que utilizam uma multiplicidade de hardware, software, gerenciamento de dados e tecnologia de redes de telecomunicações. • As aplicações de negócios e e-commerce envolvem sistemas de informações interconectadas. • O desenvolvimento para utilizar tecnologia da informação na empresa abrange o projeto de componentes básicos dos sistemas de informação. • Na administração, o gerenciamento da tecnologia da informação enfatiza a qualidade, o valor estratégico para um negócio e a segurança dos sistemas de informação de uma organização. • Hardware é o equipamento do computador utilizado para realizar atividades de entrada, processamento e saída. Os equipamentos de entrada incluem teclado, mouse etc. • Software são os programas que comandam operações do computador. Esses programas permitem que o computador processe dados financeiros, de RH, de produção etc. • Banco de dados é a coleção organizada de fatos e informações, constituindo dois ou mais arquivos de dados relacionados. • Telecomunicações é a transmissão eletrônica de sinais para comunicações, o que permite que as organizações realizem processos e tarefas por meio de redes efetivas de computadores. • Internet é a maior rede de computadores do mundo, consistindo em milhares de redes interligadas que trocam informações simultânea e livremente. RESUMO DO TÓPICO 1 19 • Há dois tipos de Pessoas: pessoas de TI, inclui toda pessoa que gerencia, administra, programa, mantém e roda o sistema; e os usuários, pessoas que trabalham com TI para conseguir resultados. • Os Procedimentos incluem estratégias, políticas e regras organizacionais. 20 1 A palavra tecnologia é usada diariamente por pessoas que exercem profissões distintas. Muitas vezes, os conceitos empregados são confusos, o que causa o emprego indiscriminado do termo. Em relação ao conceito de tecnologia, analise as sentenças propostas: I – A tecnologia contempla hardware, software, pessoas, cultura e todos os processos comunicacionais que envolvem a informação. II – Tecnologia equivale somente à parte de hardware. III – Tecnologia diz respeito ao conjunto de todas as técnicas de que dispõe uma determinada sociedade em qualquer fase de desenvolvimento. IV – O termo tecnologia deve ser aplicado somente às inovações tecnológicas. Marque a opção que representa a resposta correta: a) ( ) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. b) ( ) Apenas as alternativas I e III estão corretas. c) ( ) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. d) ( ) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. 2 A incorporação das novas tecnologias da informação, tanto no âmbito público como no privado, tem-se limitado com frequência a justificativas eminentemente técnicas. Avolumam-se, todavia, evidências de que esse tipo de abordagem é, em grande parte, responsável pelos decepcionantes resultados obtidos em inúmeras experiências. Constata-se, portanto, uma realidade aparentemente paradoxal: iniciativas de modernização caracterizadas pela incorporação de equipamentos inquestionavelmente mais potentes revelam pífios resultados. FONTE: Disponível em: <http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_ artigo/201>. Acesso em: 21 jun. 2018. Sobre a incorporação de novas tecnologias de informação, é correto afirmar que: a) ( ) Não exerce influência sobre a estrutura e cultura organizacional. b) ( ) É sempre um risco para a organização. c) ( ) Torna o gerenciamento mais difícil pois aumenta o fluxo de informações. d) ( ) Contribui para o correto gerenciamento em todos os níveis organizacionais. 3 A Gestão do conhecimento está intrinsicamente ligada à forma de como o conhecimento é utilizado/organizado na vida, no quotidiano das pessoas ou mesmo em uma organização. Quando falamos em gestão de conhecimento nas organizações, podemos considerar que a filosofia dessa gestão seria controlar e facilitar o acesso ao conhecimento ou às informações geradas dentro dela por seus colaboradores, gestores etc. Para isso, as empresas vêm AUTOATIVIDADE 21 utilizando em larga escala os Sistemas de Informação. FONTE: Disponível em: <http://portal.estacio.br/docs%5Crevista_estacao_cientifica/08-13. pdf>. Acesso em: 21 jun. 2018. No que se refere à gestão da informação e do conhecimento, é correto pressupor que: a) ( ) O uso intensivo da tecnologia da informação favorece a criação de repositórios para armazenar experiências e conhecimentos. b) ( ) A tecnologia da informação não auxilia no aprimoramento e retenção do conhecimento organizacional. c) ( ) Somente a tecnologia de ponta pode garantir a evolução do conhecimento organizacional. d) ( ) O conhecimento das pessoas não é de interesse organizacional. 4 A Governança de TI é, basicamente, uma “extensão” da Governança Corporativa (conjunto de ações, políticas, regras e processos que regem uma organização específica) direcionada para a gestão das ferramentas, recursos e soluções em TI. Quando implantada, ela deve ser adotada por todos os usuários de softwares e sistemas, incluindo gerentes e gestores, auditores e diretores. FONTE: Disponível em: <https://www.opservices.com.br/governanca-de-ti/>. Acesso em: 21 jun. 2018. Em relação à governança de TI, é correto afirmar que: a) ( ) Tem um custo elevado, sendo inviável para pequenas e médias organizações. b) ( ) Ela é de responsabilidade do nível operacional. c) ( ) Depende diretamente do planejamento estratégico para ser implantada. d) ( ) Prioriza somente a TI sem se preocupar com o negócio. 5 Sobre a gestão estratégica de TI e o alinhamento estratégico entre TI e negócio, é correto afirmar: a) ( ) A gestão efetiva e eficaz de TI depende exclusivamente do seu alinhamento com o negócio. b) ( ) A gestão da TI é somente um processo de suporte aos negócios organizacionais. c) ( ) A Governança de TI deve garantir o alinhamento da TI ao negócio, tanto no que diz respeito às aplicações como à infraestrutura de serviços. d) ( ) Alinhar a TI aos negócios eleva o custo das operações organizacionais. 22 23 TÓPICO 2 ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO No cenário de negócio atual, as organizações precisam que todas as partes de seus sistemas sejam integradas e trabalhem em conjunto. É improdutivo cada setor buscar otimizar a produtividade de forma isolada, achando que está contribuindo com os demais setores. Otimizar individualmenteé bom, mas não garante a otimização do todo. Por isso, é importante perceber o negócio além de seus departamentos, a fim de considerar a relação entre as partes e a necessidade do trabalho conjunto (ALBERTIN, 2015). Nesse contexto, a TI é uma das áreas que sofre maior influência do dinamismo dos cenários, refletindo em frequentes mudanças na sua forma de gestão, e influenciando a organização interna e o seu reposicionamento para o futuro. A TI está envolvida diretamente com as questões de inovação, adequação de tecnologias na melhoria dos processos de gestão e na própria gerência dos sistemas de gestão. Uma vez que contribui com informações precisas para o ato decisório, considerada uma área estratégica que agrega valor para a organização. No entanto, o alinhamento estratégico da TI com os negócios ainda é um grande desafio para os gestores. É importante ressaltar que não é suficiente adquirir e disponibilizar as novas tecnologias na organização. É necessário implantar o alinhamento estratégico para que a tecnologia contribua, no sentido de otimizar os resultados do negócio, o que reflete diretamente na contínua melhoria do desempenho organizacional (BERGERON, 2004). A TI, quando implantada e gerida adequadamente, agrega valor aos produtos e serviços, auxiliando a organização a tirar maior proveito de suas inteligências competitivas e empresariais (LUFTMAN; BRIER, 1999), tornando-a mais competitiva no mercado de atuação (WILKINSON, 2006). Por esse motivo, é importante que as organizações reforcem o papel relevante da TI a partir de uma atuação alinhada com a organização, elevando-a ao status de recurso estratégico e transformador dos negócios (HUANG HU, 2007). UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 24 2 USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO Vários são os fatores que interferem no adequado uso das tecnologias de informação, como: “orientação, estímulo, vontade política, determinação, liderança, comprometimento, compartilhamento de visões, planejamento, capacidade de assimilar inovações e consciência por parte de toda a organização, principalmente do alto escalão organizacional” (FREITAS, 2009, p. 5). Muitos fatores contribuem para a complexidade do uso das tecnologias: cenários de negócios complexos, globalização, mudanças internas constantes, ambientes competitivos. Por sua vez, os ambientes estáveis facilitam o uso dos recursos de TI e maximizam os benefícios oferecidos. Embora as organizações estejam investindo mais em TI, boa parte delas ainda usufrui de forma tímida das vantagens competitivas ou das melhorias em processos. Isso acontece por causa da falta de planejamento e gestão da tecnologia da informação, influenciada, na maioria das vezes, por fatores legais, econômicos e cultura organizacional da empresa (POTTER; RAINER; TURBAN, 2005). Estudos realizados com Gestores de TI comprovam que menos da metade dos usuários que deveriam acessar as TIs conseguem fazer isso de forma adequada. Isso faz com que as empresas não consigam atingir todos os benefícios, como redução de custos, aumento de receita, diferenciação competitiva, entre outros, que são os principais motivos pelos quais os investimentos em software acontecem (COMPUTERWORLD, 2018). Infelizmente, observa-se que é comum as organizações negligenciarem investimentos em áreas de negócio que comprometam diretamente a percepção em relação aos benefícios oferecidos pela TI. Por exemplo: de nada adianta um software de logística de última geração, se a organização não investe no fluxo da logística melhorando os meios de transporte dos seus produtos. A utilidade de uma TI pode ser maximizada se os componentes de “Feedback” e “Controle” forem incorporados a sua utilização. Adaptando essa definição para a TI, pode-se utilizar o “Feedback” para avaliar o desempenho dessas tecnologias, preferencialmente de forma integrada com a avaliação de desempenho empresarial, e o “Controle” como forma de avaliar o resultado do “Feedback”. O planejamento e a gestão da TI devem estar alinhados com as estratégias gerenciais da organização. Assim, ocorre um alinhamento entre o uso dessas tecnologias com as metas e resultados que a empresa deseja alcançar. Ward e Peppard (2002) enfatizam que “uma série de pesquisas demonstraram que a utilização intensiva de TI, a qual deve estar particularmente alinhada com as estratégias empresariais pode fornecer uma gama de oportunidades e benefícios para organizações de todos os ramos e portes”, fortalecendo a importância do alinhamento estratégico da empresa com a estratégia de gestão e planejamento do uso das TI. Esse alinhamento irá minimizar os problemas e fatores que influenciam no uso da TI nas organizações e maximizar os seus resultados e benefícios (O’BRIEN, 2004, p. 8). TÓPICO 2 | ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 25 2.1 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO A área de TI tem a capacidade de atender à demanda de mais de um tipo de necessidade, de mais de um perfil de cliente e de tipos distintos de mercado. Grande parte das organizações que obtêm significativas vantagens com o uso da TI, geralmente não segue um modelo específico de utilização dos recursos tecnológicos para otimizar os resultados (ALBERTIN, 2015). Zimath (2007, p. 79) propõe uma metodologia para “identificar a importância dos fatores que interferem no uso da TI, e que podem minimizar os benefícios e o atendimento de forma mais clara os desafios na área de TI (listados anteriormente). Segundo o autor, o fator deverá ser considerado de criticidade relevante quando: a) Receber a devida atenção e investimento da organização, desde o financeiro até o tempo e esforço. b) For acompanhado de informações que permitam o controle e consequentemente ações de correção e melhoria. c) Estar intimamente ligado ao negócio da organização. Para obter sucesso no uso da TI, Zimath (2007, p. 15) sugere aos gestores de TI da organização: a) Ter conhecimento a respeito de como as novas tecnologias da informação podem ser integradas no ambiente organizacional, bem como entre as diferentes tecnologias e arquiteturas. b) Conhecer o plano tático e estratégico na gestão empresarial. c) Participar e contribuir para definição das estratégias. d) Compreender os pontos fortes e fracos das tecnologias em questão e as implicações em toda a empresa. 2.2 A TI E A AGREGAÇÃO DE VALOR NA ORGANIZAÇÃO O ambiente organizacional é determinado pela sua cultura, e isso envolve os fatores sociais, legais, econômicos, físicos e políticos que afetam as atividades internas. Qualquer mudança em algum desses fatores pode criar reflexo no desempenho comercial da organização. Atualmente, as mudanças são constantes e com forte influência da globalização. Isso faz com que as organizações tenham que se readaptar rapidamente a novos cenários. Neste sentido, a TI é um fator determinante na adaptação (POTTER; RAINER; TURBAN, 2005). O setor de tecnologia da informação está sempre cheio de novidades. Compreender a necessidade de acompanhar a evolução e a inovação tecnológica é um fator importante para os gestores, seja para trocar servidores, renovar licenças de uso ou investir em hardware. Boa parte dos gestores nem sempre reconhece UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 26 que isso não é um ato de aderir a uma novidade, mas que impreterivelmente é um investimento necessário. A tecnologia, quando usada isoladamente, não promove grandes mudanças. É preciso a implantação de uma prática de governança de TI consciente e capaz de torná-la um alicerce estratégico no alcance aos objetivos. A TI tem o poder de transformar o ambiente organizacional (ALBERTIN, 2010), tornando a entidade competitiva, pois agrega valor no sentido de: a) Melhorar os controles de uma organização. b) Promover a melhoria de qualidade.c) Aumentar a efetividade da organização. d) Alavancar a produtividade e eficiência. e) Reduzir custos. f) Garantir um diferencial competitivo ao negócio. g) Viabilização das operações da organização. h) Melhorar a capacidade de análise dos processos, permitindo o aperfeiçoamento e otimização. i) Enxugar processos e aumentar a produtividade por meio da automatização. j) Proporcionar informações essenciais à tomada de decisões na empresa. k) Viabilizar o acompanhamento do mercado e da concorrência. l) Reduzir tempo de desenvolvimento de atividades. De acordo com Albertin (2010), as organizações precisam ser preparadas para usufruir dos benefícios citados e, desta forma, agregar valor ao negócio. Essa preparação consiste em integrar os departamentos para que trabalhem em prol dos mesmos objetivos, sabendo como utilizar os recursos da TI para produzir resultados. Albertin (2010) afirma que garantir um retorno sobre a tecnologia positivo não é suficiente para escolher a tecnologia adequada. Torna-se primordial repensar os processos de negócio, realizando mudanças culturais na organização no intuito de criar as condições necessárias para gerar resultados reais e concretos. A figura a seguir demonstra como as organizações são afetadas por fatores externos, incluindo o mercado no qual atua, criando um ambiente altamente competitivo. TÓPICO 2 | ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 27 FIGURA 7 – SUPORTE DA TI PARA RESPOSTAS ORGANIZACIONAIS FONTE: Adaptado de Porter (2005) São muitas as dimensões que podem definir o quanto uma organização é competitiva no seu ramo de atuação. Geralmente as dimensões principais são: o custo, a qualidade do produto, a velocidade na entrega, a confiabilidade na entrega, a flexibilidade de mudança na demanda, a sensibilidade e velocidade no lançamento de novos produtos e alguns critérios específicos de produto (CHASE; JACOBS; AQUILANO, 2006). Por isso, o investimento em TI se justifica, ela é uma ferramenta de suporte organizacional para enfrentar as pressões impostas pelo mercado (POTTER; RAINER; TURBAN, 2005). Com base nisso, a Gestão de TI precisa gerir as TIs de forma que se mantenham alinhadas às estratégias organizacionais, fazendo com que tais ferramentas possam agregar valor nas dimensões competitivas propostas por Chase, Jacobs e Aquilano (2006). 2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Podemos entender o planejamento estratégico como um processo de base administrativa que viabiliza, através de metodologias, o melhor caminho a ser seguido. Esse planejamento é de suma importância para que a gestão da TI possa, de fato, ser alinhada às estratégias organizacionais. Para realmente ser importante para a TI, o planejamento estratégico precisa cumprir quatro aspectos de atuação fundamentais, propostos por Oliveira (2007): • O que a empresa pode fazer em termos de ambiente externo, onde estão os fatores não controláveis pela empresa. • O que a empresa é capaz de fazer em termos de conhecimento, capacidade e competência. • O que a alta administração da empresa quer fazer, consideradas as expectativas pessoais e das equipes. • O que a empresa deve fazer, considerando as restrições sociais e éticas. UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 28 A TI também tem relevância para o planejamento estratégico, uma vez que este planejamento consiste sistematicamente em analisar informações oriundas dos sistemas de informações utilizados internamente. Esses sistemas integram as informações organizacionais, permitindo aos gestores uma visão completa dos negócios e facilita a adoção de estratégias de solução de problemas e reposicionamento comercial sempre que for necessário. O planejamento estratégico é um processo contínuo nas organizações que tem por finalidade alcançar os objetivos desejados e que possam ser executados de maneira eficiente, usando o mínimo de recursos. Consiste em análise crítica dos cenários futuros e traçar as estratégias, planos e rumos da organização, visando concentrar esforços no objetivo de tornar real a visão da organização, tendo em vista a definição e a obtenção de objetivos organizacionais. O planejamento estratégico aponta para aonde a companhia deve ir. No entanto, como todos os outros “planos de viagem”, ao saber para onde quer ir, deve-se criar os detalhes sobre como chegar. O planejamento estratégico define para onde a empresa está se dirigindo. O que determina a importância do planejamento estratégico é o impacto de toda a organização nas decisões. Ele fica acima e cumpre o papel de informar todos os outros planos da organização. É, portanto, uma espécie de mestre condutor de todos os planos de ação. Também é preciso dizer que o planejamento estratégico pode fornecer uma orientação estratégica global para a gestão da organização, além de indicar uma direção específica para áreas como finanças, marketing, desenvolvimento organizacional e recursos humanos, entre outras, para alcançar o sucesso. Esses outros tipos de planejamento, alguns dos quais são confundidos com o planejamento estratégico, são destinados a partes da organização, ou funções específicas e processos. Todos esses outros tipos de planejamento devem ser guiados por ele. Qual é o momento ideal para planejar? O planejamento estratégico é um momento de reflexão, de discussão, avaliação e direcionamento dos rumos do negócio. Por isso, esse período que abrange de dezembro a fevereiro é o mais indicado para fazer um “checkup” da companhia e determinar metas para o ano que está por vir. No planejamento estratégico são avaliados os pontos fortes e fracos da empresa, a concorrência, as oportunidades de negócio, as lições aprendidas etc. Depois de fazer estas avaliações, o planejamento deve se desdobrar em planos de ação e projetos práticos. Deve-se definir o que será feito, quando, por quem e com quais custos. É aí que o final do ano e o início do novo ano são as melhores datas para que o corpo executivo faça o planejamento estratégico. No que consiste um bom planejamento estratégico? O objetivo do processo de planejamento empresarial é alcançar um consenso entusiástico entre os altos executivos da empresa para um punhado de decisões que eles têm de tomar a fim de colocar o negócio em uma posição forte para enfrentar o ano. Assim, existem alguns aspectos fundamentais a serem considerados. FONTE: SILVA, Luis Aparecido Marques da; PASTOR, Cesar Sales; STÁBILE, Samuel. A importância do planejamento estratégico no ambiente organizacional: um estudo sobre as dificuldades de gestão. Disponível em: <revista.unicuritiba.edu.br/index.php/admrevista/article/ download/1232/836>. Acesso em: 22 jun. 2018. NOTA TÓPICO 2 | ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 29 2.4 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO COM A TI Podemos entender o alinhamento estratégico da TI como uma série de decisões que são tomadas pelos executivos com a função principal de conduzir e orientar as estratégias organizacionais. “Essas decisões são pautadas pela inovação, facilitando à organização o devido acompanhamento das mudanças em processos sofridos pela organização” (LUFTMAN, 2004, p. 30). Quando não existe alinhamento estratégico da TI, seus benefícios não geram o resultado esperado; as informações utilizadas terão pouco valor agregado, minimizando os resultados que as ferramentas tecnológicas podem oferecer. Não alinhar estrategicamente a TI significa minimizar o seu papel dentro da organização, tornando-a apenas uma ferramenta de suporte na execução das atividades. Nesse sentido, podem ser citadas as seguintes questões sobre a falta de alinhamento estratégico da TI com o negócio (2009, p. 19): a) Incapacidade de atingir o pleno potencial do negócio. b) Incapacidade de identificar e aproveitar as oportunidades de negócio que poderia surgir a partir do alinhamento com aTI. c) Custos de Exploração Potencialmente mais elevados e, portanto, certa desvantagem em relação ao mercado. d) Distribuição dos recursos relacionados com TI incorreta e ineficaz. e) Incapacidade de recrutar e manter alta qualidade dos recursos de TI. f) Maiores custos globais. g) Desinteresse dos stakeholders ao longo do tempo. O alinhamento estratégico organizacional com a estratégia de TI não pode ser negligenciado. Sua elaboração deve priorizar a Gestão de TI a qual determina como as decisões são tomadas no que diz respeito à priorização das iniciativas de TI e como os fundos são atribuídos a essas iniciativas, se preocupando tanto com os aspectos externos quanto internos da organização (LUFTMAN, 2004). 3 A GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (GTI) A prática de gerir a tecnologia da informação é essencial para monitorar as operações, informações e os conhecimentos organizacionais, facilitando a sobrevivência ou expansão dos negócios. O gestor de TI é a autoridade responsável por decidir sobre o uso da TI, bem como a melhor forma de alocar os recursos envolvidos, sejam eles humanos ou tecnológicos. A GTI tem o objetivo principal de garantir que se faça o melhor uso dos recursos de TI. Ao integrar a administração corporativa consistindo em praticar a liderança, conhecendo e administrando as estruturas e processos internos a fim de garantir que a TI seja o suporte das estratégias organizacionais. É de responsabilidade dos diretores e da gerência executiva avaliar formas de estruturar seus modelos de governança, de maneira a adequar-se plenamente às tendências e às demandas estratégicas de negócio, revisando papéis, responsabilidades, processos e procedimentos, assim como UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 30 o portfólio de produtos e serviços para que tenham completa aderência aos requisitos de competitividade exigidos nos mercados em que atuam, aponta Oliveira (2007). Os resultados gerados pela gestão da tecnologia da informação podem ser tangíveis ou intangíveis. Esses resultados podem ser aferidos por metodologias distintas. As metodologias geralmente se apoiam em indicadores cuja função é medir os resultados e o impacto da própria gestão da TI em relação ao resultado da organização como um todo. Independente da metodologia de gestão adotada, o objetivo da GTI sempre será o de auxiliar a organização a ser mais competitiva e produtiva. A competitividade é percebida sempre que a organização se torna mais eficiente e mais eficaz na execução de suas operações. Isso significa fazer algo com custo mais baixo, fazendo o que é necessário para agregar maior valor aos produtos e serviços ofertados. Os indicadores usados para medir a GTI devem estar alinhados aos indicadores que regem a organização. Isso facilita a relação/integração entre a percepção dos resultados da empresa e a utilização da TI. A crescente busca por metodologias e normas para GTI pelas organizações tem origem na lei americana Sarbanes-Oxley. A lei Sarbanes-Oxley foi criada em 2002, depois que órgãos governamentais perceberam que as organizações estavam manipulando seus resultados financeiros. Em função da TI ser a principal ferramenta para as organizações gerarem suas informações, a confiabilidade das informações financeiras depende diretamente dos sistemas de informações e outros recursos tecnológicos utilizados. Por causa disso, as organizações vêm adotando sistematicamente o uso dessas metodologias para normalizar os processos de gestão da TI, promovendo transparência e segurança no ambiente de negócios. FIGURA 8 – RESUMO DO UNIVERSO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1676-56482007000200004>. Acesso em: 22 jun. 2018. Gastos de TI Uso Organizacional da TI Ativos de TI Gestão da TI Impactos da TI Performance da empresa Características operacionais da empresa GRAU DE INFORMAÇÃO TÓPICO 2 | ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 31 A avaliação do nível ou Grau de Informatização (GI) de uma organização constitui uma importante preocupação gerencial e envolve dificuldades, pois a informatização inclui muitos fatores intangíveis, tais como a qualidade da informação e a cultura da organização. A intenção da avaliação do grau de informatização de uma empresa é fornecer informações para a empresa melhorar justamente o grau de informatização. É um meio para aferir a eficácia e eficiência dos investimentos de TI com o objetivo de estabelecer uma base para futuros aperfeiçoamentos. IMPORTANT E 3.1 METODOLOGIAS DE GESTÃO DE TI Gerenciar a Tecnologia da Informação não é uma tarefa fácil. O desempenho de sistemas de informação frequentemente encontra problemas em muitas empresas. Os dez benefícios prometidos pela tecnologia da informação não ocorreram em muitos casos documentados. Portanto, é visível que, em muitos casos, a TI não está sendo utilizada de maneira efetiva e eficaz por consequência das falhas no gerenciamento de TI (FOINA, 2006). É fundamental analisar a viabilidade para a efetiva gestão da TI, como custos, benefícios mensuráveis e não mensuráveis e respectivos resultados. Considerando neste cenário a realidade econômica, financeira e político-social da empresa com o estado da arte e o sucateamento das tecnologias disponíveis no mercado, além das questões sociopolíticas do ambiente organizacional que podem surgir em função do impacto da TI implantada (ALBERTIN, 2015). Outros itens também são necessários, como: respeito à legislação vigente, plano de necessidades e contingência, foco na inteligência empresarial e plano de gestão da mudança (REZENDE, ABREU, 2008). A empresa que possui uma boa gestão em TI, com os prazos bem controlados e cumpridos, além de sistemas que forneçam as informações corretas no tempo exigido, terá um lugar destacado no mercado (FERNANDES, 2008). Algumas ferramentas e metodologias auxiliam no sentido de se obter maior controle operacional e gerencial das atividades de TI. Vamos revisá- las rapidamente, pois você já estudou este conteúdo no livro da Disciplina Governança de TI. 3.1.1 Six Sigma Six Sigma é um sistema abrangente e flexível para alcançar, sustentar e maximizar o sucesso empresarial. É uma metodologia impulsionada pela estreita compreensão das necessidades dos clientes e pelo uso disciplinado dos fatos, UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 32 dados e análises estatísticas, e atenção diligente à gestão, melhoria e reinvenção dos processos de negócios. As cinco etapas essenciais para o planejamento e execução da metodologia Six Sigma. a) Definir: determinar as principais necessidades da empresa e os pontos mais importantes para a qualidade dos processos envolvidos no negócio. b) Mensurar: medir e avaliar o desempenho desses processos. c) Analisar: estudar e mapear os dados colhidos, para que seja possível apontar a origem dos problemas nos processos e identificar oportunidades de melhorá-los. d) Melhorar: otimização dos processos, por meio da implantação de soluções que sejam ao mesmo tempo corretivas e preventivas. e) Controlar: acompanhar o efeito das soluções a curto, médio e longo prazo, controlando o desempenho dos processos e apontando eventuais novas melhorias. FONTE: FARIA, Vanderlei; CARDOSO, Álvaro; CHAVES, Carlos Alberto. Estratégia Seis Sigma: variação de um processo produtivo de tratamento térmico em atmosfera controlada. XXVI ENEGEP. Ceará: Fortaleza, 2006. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/ enegep2006_tr470319_7911.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2018. UNI 3.1.1.1 DMAIC Em 1994, Eduard W. Deming desenvolveu um ciclo de aprendizado conhecido como “ciclo de aprendizado de Deming”, cujo foco é a Gestão da Qualidade Total (TQM), baseada na gestão e melhoria contínua dosprocessos, amplamente utilizada pelas organizações. Esse ciclo também é conhecido como Planejar, Executar, Controlar e Agir (PDCA). A metodologia Seis Sigmas tem como base o ciclo de aprendizado de Deming ou PDCA para reduzir a variabilidade dos processos. Basicamente, ela consiste em: • D – Definição: consiste na definição precisa do problema e do escopo do projeto. • M – Mensuração: determinar a localização ou foco do problema. • A – Análise: identifica as causas dos problemas elegidos como prioritários. • I – Melhoria: visa implementar soluções para os problemas prioritários. • C – Controle: busca o alcance das metas e sua manutenção em longo prazo. Acesse o link a seguir e conheça mais a respeito da DMAIC. Disponível em: <http://www.fm2s.com.br/o-mapa-dmaic/>. Acesso em: 22 jun. 2018. DICAS TÓPICO 2 | ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 33 FIGURA 9 – CICLO DMAIC/PDCA FONTE: Adaptado de Werkema (2004) O DMAIC (sigla para os termos Define, Measure, Analyse, Improve e Control) é um método que faz parte do conjunto de práticas dos Seis Sigmas e tem como meta melhorar um processo existente na empresa. Um projeto DMAIC é efetivo também para o aumento da produtividade, redução de custos, melhoria em processos administrativos e outros afins. NOTA Determinaras causas do problema prioritário D et er m in ar a lo ca liz aç ão ou fo co d o pr ob lem a Propor, avaliar e im plem entar soluções para o problem a prioritário Gar anti r qu e o alca nce da met a se ja m anti do a long o pr azo Definir com precisão o escopo do projeto UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 34 3.2 ISO/IEC Um aspecto importante da gestão da tecnologia da informação é a própria segurança que envolve todos os recursos da TI. Vários são os riscos ou vulnerabilidades dos ambientes de tecnologia: ataques terroristas, incêndios, inundações, terremotos e outros desastres, além de acessos e alterações propositais em informações críticas. Nesse sentido, A ISO, ou Organização Internacional de Normalização, foi fundada em 1947 em Genebra, na Suíça, com o objetivo precípuo de criar e aprovar normas internacionais em todos os campos técnicos, com exceção da eletricidade e eletrônica que é gerido por outra organização (Comissão Eletrônica Internacional – IEC). Atualmente a ISO abrange 170 países. As normas que regem as questões de segurança em tecnologia da Informação é a ISO/IEC 17799, que foi atualizada em 2007, para as numerações ISO/ IEC 27002. Esse padrão é um conjunto de recomendações para práticas na gestão de segurança da informação. Essa norma compreende uma série de boas práticas no sentido de auxiliar os gestores a avaliar os riscos que envolvem as informações, além de sugerir implementações para garantir um nível adequado de segurança tecnológica. DICAS 3.2.1 ISO/IEC 27002 A ISO IEC 27002 é utilizada por várias metodologias de GTI, como ITIL, COBIT e Seis Sigma. Foi atualizada em 2007 e revisada/validada por mais de 100 especialistas em TI de 35 países, e as principais mudanças que ocorreram na última versão da norma são (ISO IEC 27002): • A norma se tornou mais clara e de fácil entendimento e leitura, proporcionando que os objetivos do controle de segurança sejam entendidos. • Foi desenvolvida uma seção específica para o tratamento de riscos, onde se recomenda como deve ocorrer a análise e avaliação dos riscos pertinentes à TI. Esse enfoque aborda a estimativa de dimensionamento dos riscos existentes, comparando-os a padrões predefinidos. • Através da análise e avaliação dos riscos, a organização identificará os requisitos da TI, conhecendo a legislação vigente que legaliza essas tecnologias, utilização e comercialização, cláusulas contratuais que deverão ser atendidas pela organização. • A preservação, proteção, confidencialidade, integridade e disponibilidade da informação foram consideradas sobre uma nova ótica da definição de TI, que contempla propriedades como a autenticidade e confiabilidade da informação. TÓPICO 2 | ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 35 • Em relação aos ativos, ampliou-se o conceito para abranger como ativos pessoas e imagens da organização, além das informações, software, ativos físicos e serviços que eram abordados na versão anterior. • Foi adicionada na norma uma seção sobre incidentes ocorridos na TI, com práticas a serem seguidas para gestão de imprevistos. • Foram incorporados à versão 2005 da normatização 17 novos controles que servem como atualização, complemento e melhoria dos demais controles existentes. A norma de segurança da informação está subdividida em 11 seções, conforme ISO/IEC 27002 (2007, p. 37, grifo do original): a) Política de Segurança da Informação: orientar e apoiar a gestão de segurança da informação em conformidade com os requisitos de negócios e conforme regimentos das leis e regulamentações. b) Organizando a Segurança da Informação: gerenciar a segurança da informação dentro da organização, estabelecendo um quadro de gestão para controlar a implementar a segurança da informação dentro da organização. c) Gestão de Ativos: contabilizar e manter a proteção adequada dos ativos da organização. A implementação de controles específicos pode ser delegada pelo proprietário, mas o proprietário continua responsável pela proteção adequada dos ativos. d) Segurança em Recursos Humanos: busca garantir que os funcionários, fornecedores e terceiros entendam suas responsabilidades. e) Segurança Física e do Ambiente: impedir o acesso físico não autorizado, danos e interferência às instalações da organização e da informação. f) Gerenciamento das Operações e Comunicações: garante a operação correta e segura das facilidades de processamento de informações. g) Controle de Acesso: controlar o acesso à informação, instalações de processamento de dados com base em requisitos de negócios e segurança. As regras de controle de acesso deverão levar em conta as políticas de disseminação de informação e autorização. h) Aquisição, Desenvolvimento e Manutenção de Sistemas de Informação: os sistemas de informação incluem sistemas operacionais, infraestrutura, aplicativos de negócios, produtos, serviços e aplicações desenvolvidos pelo usuário. i) Gestão de Incidentes de Segurança da Informação: garantir a segurança da informação e suas fragilidades associadas aos sistemas de informação que devem ser comunicadas para permitir ações corretivas a serem tomadas em tempo hábil. j) Gestão da Continuidade de Negócios: acompanha a interrupção das atividades e protege processos críticos do negócio contra os efeitos de grandes falhas dos sistemas de informação ou de desastres, deve assegurar a sua retomada no menor período de tempo. k) Conformidade: tenta evitar a violação de qualquer legislação, obrigações regulamentares ou contratuais, bem como de quaisquer requisitos de segurança. O projeto, operação, uso e gestão dos sistemas de informação podem estar sujeitos a requisitos de segurança legais, regulamentares contratuais. UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 36 3.3 ITIL ITIL é uma biblioteca que reúne as melhores práticas em gerenciamento de serviços em tecnologia da informação. ITIL significa Information Technology Infrastructure Library, isso é, Biblioteca de Infraestrutura de Tecnologia da Informação. A ITIL descreve a base dos processos da área de TI dentro de uma organização, visando à gestão de serviços de tecnologia da informação. As diferentes práticas reunidas descrevem os objetivos, atividades gerais, pré- requisitos necessários e resultados esperados dos processos, os quais podem ser incorporados dentro das áreas da TI. Não define os processos a serem implementados naTI, mas ao invés disso, procura demonstrar as melhores práticas que podem ser adotadas. Tais práticas podem ser adotadas de modo que melhor puder atender às necessidades de cada empresa. A adoção do ITIL fornece uma base onde colocar os processos existentes em um contexto estruturado, validando suas atividades, tarefas, procedimentos e regras (PEREIRA, 2012, p. 35). Para relembrar e aprofundar o seu conhecimento, acesse seu caderno de Governaça de Tecnologia da Informação. 3.4 COBIT COBIT (Control Objectives for Information and Related Technologies) é um framework de boas práticas criado pela ISACA (Information Systems Audit and Control Association) para a governança de tecnologia de informação (TI). Anteriormente conhecido como Control Objectives for Information and related Technology, a palavra agora não é mais um acrônimo, sendo representado apenas como um nome: COBIT®. É uma coleção de processos, princípios e diretrizes que uma TI deveria executar e ter para conseguir ser governada. Quando iniciado, o COBIT era muito utilizado para fazer auditorias, então foi se desenvolvendo e começou a tratar sobre controle, gerenciamento e, até o momento, Governança de TI. O COBIT funciona por meio da aplicação de diversas práticas de controle da informação, que vão desde o planejamento até o monitoramento de resultados. Assim, de modo geral, o COBIT começa por estabelecer as melhores práticas de governança de TI que estejam em consonância com os objetivos da empresa. A partir daí, ocorre uma descrição dos processos, incluindo o planejamento, execução e monitoração dos processos de TI. Também são estabelecidos os objetivos de controle, que devem ser específicos para as necessidades de cada empresa. TÓPICO 2 | ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 37 A avaliação dos modelos e dos processos também é importante para corrigir não conformidades e, de maneira geral, a gerência pode ser ajudada com um guia de boas práticas que auxilia, por exemplo, na delegação de tarefas e na avaliação da interação entre processos. FONTE: Disponível em: <https://www.opservices.com.br/o-que-e-cobit-governanca-ti/>. Acesso em 22 jun. 2018. Para relembrar e aprofundar o seu conhecimento, acesse seu Livro de Governaça de Tecnologia da Informação. 3.5 COMPARATIVO ENTRE ITIL E COBIT Alguns pontos diferenciais entre as metodologias ITIL e COBIT, conforme a COBIT (v 4.1) e a ITIL (v.3): a) Os processos são amplamente descritos no ITIL, para orientar o uso da TI de forma eficiente e eficaz. b) Os fatores críticos de sucesso são melhor descritos pela metodologia COBIT. c) O COBIT está melhor estruturado para auditorias de TI; relaciona fatores críticos de sucesso, indicadores de desempenho e modelos de maturidade. d) O COBIT oferece maior suporte para a governança de TI. e) O COBIT é voltado para negócios e ITIL para serviços. f) O ITIL se preocupa com o gerenciamento de incidentes. Esta prática é inexistente no COBIT. g) O ITIL envolve os acordos de níveis de serviços e operações. O quadro a seguir apresenta as principais características que diferenciam as duas metodologias. QUADRO 3 – COMPARATIVO DE PROCESSOS ITIL E COBIT ITIL COBIT Gerenciamento de Incidentes Administrar os problemas e incidentes Gerenciamento de Problemas Administrar os problemas e incidentes Gerenciamento de Configurações Administra e configura Gerenciamento de Alterações Administra as alterações Gerenciamento de Versões Administra as alterações e configurações Gerenciamento de Níveis de Serviço Define e gerencia os níveis de serviços Gerenciamento de Financeiro dos Serviços de TI Identifica e realiza apropriações de custos Gerenciamento da Capacidade Administra Performance e Capacidade Gerenciamento de Continuidade de Serviços Garantir a continuidade dos serviços Gerenciamento da Disponibilidade Administra performance e capacidade FONTE: Adaptado de COBIT (4.1, 2017) e ITIL (v.3, s.d.) UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 38 Conforme abordado anteriormente, a norma ISO/IEC 27002 é muito utilizada para garantir a segurança da tecnologia da informação. Desta forma, não é possível compará-la completamente com as metodologias ITIL e COBIT. Esta regra, quando combinada com as metodologias citadas reduzem significativamente as vulnerabilidades e ameaças que interferem diretamente nos projetos da TI e em sua gestão. Esta norma visa garantir a segurança global em elevados níveis para toda a organização, sendo que o ITIL e o COBIT não possuem uma estrutura equivalente. Por isso, a norma complementa as metodologias nas questões relacionadas à segurança da informação em TI. O quadro a seguir apresenta a complementaridade da NORMA ISO/IEC 27002 quando associadas às metodologias ITIL e COBIT. QUADRO 4 – COMPARATIVO DE PROCESSOS ITIL E COBIT E ISO/IEC 27002 FONTE: Adaptado de Saint-Germain (2005) COBIT ITIL Melhores Práticas Descrição Comparação ISO/IEC 27002 COBIT é um padrão internacional de governança de TI que procura reunir modelos de controle de negócios e de TI. Um complemento ao COBIT, que propõe as melhores para gestão de serviços de TI. A COBIT e norma ISO/ IEC 27002 são mutuamente complementares. A COBIT proporcionando uma cobertura mais ampla de governança de TI em geral do que ISO/IEC 27002, que concentrando-se mais especificamente nas questões de segurança de TI. ITIL e ISO/IEC 27002 são complementares e podem ser usadas em conjunto. ITIL pode ser usada para melhorar os processos de TI em geral e os controles e ISO/IEC 27002 pode ser usada para melhorar os controles e processos de segurança da TI. TÓPICO 2 | ALINHAMENTO DO NEGÓCIO COM A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 39 LEITURA COMPLEMENTAR TI COMO FATOR CRÍTICO DE SUCESSO Vinicius Passos Silva Por muitos anos, algumas organizações puderam manter e continuar seus negócios com pouco ou nenhum apoio da área de Tecnologia da Informação. Atualmente, a realidade é totalmente diferente! A Tecnologia da Informação é um fator crítico de sucesso para as organizações, e em muitos casos, torna-se o diferencial competitivo no mercado. Existem determinados segmentos de negócio que é quase impossível imaginá-los sem o apoio da TI, por exemplo, o segmento bancário. Seria impossível tentar controlar as contas dos clientes ou as diversas funções bancárias sem o apoio de sistemas de informação e bancos de dados. A Tecnologia da Informação, hoje, para muitas empresas, se tornou um parceiro estratégico, faz parte do negócio. Atualmente, as decisões sobre os investimentos em TI são tratadas nas reuniões de planejamento estratégico pelo conselho administrativo da empresa, não é mais possível tratar a TI isoladamente. A TI deixou de ser tratada por técnicos e passou a ser incorporada na estratégia da empresa para alcançar objetivos. Com o aumento do peso de importância dentro das organizações, a TI passou a ter vários desafios. Vejamos alguns: • Alinhamento dos serviços de TI com as necessidades atuais e futuras do negócio. A TI precisa começar a entender de negócios para poder participar junto ao plano estratégico da empresa. As decisões de investimentos de TI devem levar em conta os objetivos da empresa a longo prazo. Os esforços nos investimentos em tecnologia devem ser orientados para trazer resultados para os negócios da empresa. • Ambientes de TI cada vez mais complexos. O número de tecnologias e fornecedores aumentou, fazendo com que a vida do gestor de TI se complicasse ainda mais. Em muitas empresas, a área de TI passou por terceirizações, preocupando-se em gerir contratos, entender as demandas dos clientes e usuários, e manter o relacionamento com fornecedores. As empresas também expandiram seus negócios, as quais possuem unidades no Brasil e em diversos países, e para cadaunidade, a área de TI deve prover suporte. • Dependência da TI para o Negócio. A dependência tão grande sobre os serviços de TI também fez com que as empresas dessem maior atenção, chegamos a um ponto em que se os serviços de TI parassem, todas as outras operações da empresa também param. Os serviços de TI devem buscar arranjos, fórmulas para manter sua disponibilidade máxima com o melhor custo, trazendo o menor prejuízo para o negócio em suas paradas. • Redução de custos e riscos. Devido à grande dependência da TI para o negócio e também para os altos investimentos feitos nos projetos, a administração tem buscado minimizar os custos através de uma melhor gestão de projetos, UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 40 tratando também os riscos relacionados a novas mudanças. Além disso, a cada ano que passa os orçamentos estão cada vez mais apertados, é preciso buscar formas para reduzir custos. • Justificativa para Retorno sobre os investimentos em TI. Os investimentos em TI devem trazer retorno para a empresa através de melhorias para os processos administrativos e agregação de valor para o negócio. • Conformidade com leis e regulamentos. Instituições financeiras e empresas com ações em bolsas internacionais são obrigadas, agora, a cumprir regulamentos impostos pelo Governo e outras entidades. A TI está totalmente relacionada ao cumprimento dessas leis, buscando adequação dos seus sistemas e processos para atender aos requisitos impostos. • Manter a segurança sobre as Informações. A necessidade por informação em qualquer lugar fez com que os sistemas e bancos de dados fossem expostos à vulnerabilidade de ataques de hackers e vírus. A segurança é um ponto de grande relevância para os gestores de TI, a empresa não pode correr o risco de perder suas informações, pois isto pode trazer prejuízos financeiros e até mesmo prejudicar a reputação da empresa no mercado. FONTE: Disponível em: <https://www.tiespecialistas.com.br/2013/05/ti-como-fator-critico-de- sucesso/>. Acesso em: 22 jun. 2018. 41 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Vários são os fatores que interferem no adequado uso das tecnologias de informação: orientação, estímulo, vontade política, determinação, liderança, comprometimento, compartilhamento de visões, planejamento, capacidade de assimilar inovações e consciência por parte de toda a organização, principalmente do alto escalão. • Muitos fatores contribuem para a complexidade do uso das tecnologias: cenários de negócios complexos, globalização, mudanças internas constantes, ambientes competitivos. Ambientes estáveis facilitam o uso dos recursos de TI e maximizam os benefícios oferecidos. • Não é incomum as organizações negligenciarem investimentos em áreas de negócio que comprometem diretamente a percepção em relação aos benefícios oferecidos pela TI. 42 1 Para atingir seus objetivos estratégicos de curto, médio e longo prazos, toda organização precisa de informação. Para gerar, armazenar, acessar, analisar e gerenciar a informação é utilizada a TI, que abrange os métodos, o software e a infraestrutura que suportam o uso de sistemas de informação. O planejamento da implantação e a utilização da TI, e o alinhamento desse planejamento com o planejamento estratégico e os objetivos da organização são nossas principais atividades nesta área de atuação. O Planejamento e o Alinhamento Estratégicos de TI são partes fundamentais da Implementação da Governança de TI, complementados pelas práticas e metodologias de Gestão da TI. FONTE: Disponível em: <http://www.brodbeck.com.br/servicos/planejamento-alinhamento/>. Acesso em: 25 jun. 2018. Sobre a gestão estratégica de TI e o alinhamento estratégico entre TI e negócios, analise as sentenças propostas: I – A TI é mais que um processo de suporte. Ela é estratégica e agrega valor à estrutura de negócios quando utilizada de forma integrada. II – As práticas de governança de TI auxiliam em todos os níveis de gerenciamento, criando indicadores, apontando tendências e oportunidades. III – Somente com a implantação de COBIT e ITIL se consegue alinhar estrategicamente a TI com os objetivos organizacionais. IV – O planejamento estratégico de TI se faz necessário para gerenciar todos os recursos de TI em alinhamento com as prioridades e estratégias de negócio. Marque a resposta correta: a) ( ) Somente estão corretas as sentenças I, II e III. b) ( ) Somente estão corretas as sentenças I, II e IV. c) ( ) Somente estão corretas as sentenças II, III e IV. d) ( ) Somente estão corretas as sentenças I, II, III e IV. 2 O Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI) é um documento de nível estratégico que complementa o Planejamento Estratégico Institucional por meio do planejamento dos recursos de TI, possibilitando a definição de objetivos específicos para a área de TI em consonância com os objetivos da Instituição. Ele estabelece as diretrizes e as metas que orientam a construção do Planejamento de TI da organização. FONTE: Disponível em: <http://www.inpe.br/cti/arquivos/PETI-2015_2016.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2018. AUTOATIVIDADE 43 A respeito do planejamento estratégico da TI, analise as sentenças propostas: I – O plano estratégico deve melhorar o entendimento das partes interessadas no que diz respeito a oportunidades e limitações da TI. II – O plano estratégico deve avaliar o desempenho atual e esclarecer o nível de investimento requerido. III – Não é necessário dispor de tecnologia avançada para criar o documento PETI. IV – O PETI deve ser criado antes de se definir o planejamento estratégico da organização. Marque a resposta correta: a) ( ) Estão corretas as sentenças I, II e III. b) ( ) Estão corretas as sentenças I e II. c) ( ) Estão corretas as sentenças II e III. d) ( ) Estão corretas as sentenças III e IV. 3 O Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI) tem por objetivo estruturar diretrizes e princípios na gestão de TI em um processo dinâmico e interativo para organizar estratégica e operacionalmente os sistemas de informação e infraestrutura. FONTE: Disponível em: <http://www.mpdft.mp.br/portal/index.php/gesto-estratgica- sectionmenu-423/5832-planejamento-estrategico-de-tecnologia-da-informacao-peti>. Acesso em: 25 jun. 2018. Em relação ao PETI, assinale a alternativa correta: a) ( ) O planejamento estratégico de sistemas de informação ou o planejamento estratégico da tecnologia da informação é uma importante ferramenta de gestão utilizada hoje em dia por muitos analistas de sistema e administradores de empresas, sendo uma metodologia integrante do planejamento estratégico empresarial. b) ( ) O PETI não integra o planejamento estratégico organizacional. c) ( ) O PETI tem um custo elevado, não sendo acessível a empresas de pequeno e médio porte. d) ( ) O PETI não pode ser considerado uma ferramenta de gestão dinâmica e coletiva. 4 A Governança de TI foi criada com o objetivo de planejar e elaborar estratégias que possam dar vantagens competitivas às ferramentas de TI implantadas. FONTE: Disponível em: <https://www.opservices.com.br/governanca-de-ti/>. Acesso em: 25 jun. 2018. É correto afirmar que o principal objetivo da Governança de TI é: a) ( ) Dar prioridade à TI em relação aos outros setores organizacionais. b) ( ) Alinhar a TI e seus recursos aos objetivos organizacionais. 44 c) ( ) Alinhar a TI aos desejos da diretoria executiva. d) ( ) Alinhar a TI às habilidades e às competências da equipe de desenvolvimento. 45 TÓPICO 3 PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO A rapidez das mudanças que envolvem o ambiente dos negócios faz com que as empresas necessitem, constantemente, rever e aprimorarsuas técnicas de gestão, integrando todas as áreas às estratégias organizacionais. Como já vimos, a área de TI é de extrema importância para que todas as ações sejam implementadas com eficiência e eficácia. Por causa dessa necessidade de alinhamento, um instrumento de extrema importância utilizado pelo setor de tecnologia da informação é o Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI), cuja função principal é analisar o cenário da organização para guiá-la para o alcance dos objetivos. Esse plano é elaborado para períodos longos (de 2 a 4 anos), sendo imprescindível uma revisão anual. A documentação envolve o diagnóstico, planejamento e administração de recursos e os processos tecnológicos da organização. 2 PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (PDTI) O PDTI é um documento dinâmico que pode ser aplicado em qualquer tipo de empresa (pública ou privada) e de qualquer porte (pequeno, médio ou grande). Este plano pode conter normas e metodologias da própria organização, além de políticas governamentais ou metodologia de domínio público. Para todo PDTI é necessário determinar: abrangência, período de validade, equipe participante, tarefas a serem executadas, além das metodologias e normas que deverão ser rigorosamente seguidas. Essas etapas são definidas na fase de planejamento do plano. A primeira etapa de elaboração do PDTI consiste na fase de DIAGNÓSTICO, composta pelo cumprimento dos requisitos descritos por Barros (2014, p. 56): a) Avaliar o planejamento de TI anterior (se houver). b) Aprovar o relatório de avaliação de resultados do planejamento de TI anterior (se houver). c) Analisar o referencial estratégico da TI, incluindo a missão, visão, valores e objetivos estratégicos da TI. d) Analisar o contexto geral em que se estrutura a unidade de TI na 46 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO organização, evidenciando a hierarquia e as relações de subordinação e comunicação existentes na unidade. e) Analisar os ambientes internos e externos da TI organizacional, utilizando o método SWOT e enfocando o uso e a gestão de TI pela organização como um todo. f) Identificar as necessidades de informação, de serviços e infraestrutura de TI. g) Identificar as necessidades de pessoal nos processos de TI. h) Identificar as necessidades de manutenção e contratação de soluções em TI para atender às necessidades de informações, serviços, infraestrutura e pessoal de TI. i) Realizar a consolidação das necessidades levantadas e reavaliar todos os itens inventariados. j) Relacionar as necessidades de TI consolidadas no inventário de necessidades às estratégias da organização. Feito o diagnóstico da situação organizacional, segue-se a elaboração através da etapa de PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS E PROCESSOS TECNOLÓGICOS, o qual contempla as seguintes atividades: a) Analisar os critérios de priorização existentes na lista de princípios e diretrizes à luz do conhecimento das necessidades levantadas. b) Priorizar as necessidades inventariadas. c) Definir metas e ações que contribuam para o alcance das necessidades inventariadas. d) Estimar, de maneira preliminar, os prazos e os recursos de TI necessários ao desenvolvimento das ações planejadas. e) Planejar ações para manter um quantitativo de pessoal suficiente para o alcance das metas, bem como desenvolver as competências profissionais do quadro de pessoal de TI. f) Realizar a previsão dos custos necessários para a realização das ações planejadas. g) Elaborar a proposta orçamentária da TI para o período de vigência do PDTI. h) Aprovar as informações constantes nos planos de metas e ações, de gestão de pessoas, de investimentos e custeio e proposta orçamentária de TI. i) Atualizar os critérios de aceitação de riscos em função do conhecimento das metas e ações planejadas. j) Identificar os riscos associados às ações planejadas, realizar a análise desses riscos e planejar respostas. k) Identificar fatores ou condições que podem definir o sucesso ou o fracasso da execução do PDTI (BARROS, 2014, p. 63). Para garantir a implementabilidade do PDTI, é importante (ALBERTIN, 2015, p. 48): a) O compromisso e apoio da alta administração. b) Instituição de uma equipe de monitoramento das metas e ações associadas ao PDTI. c) Garantia de recursos humanos, financeiros e de infraestrutura física para a execução das ações e projetos do PDTI. d) Desenvolvimento de competências necessárias para realização das ações. TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 47 e) Revisões periódicas do PDTI para contemplar mudanças na estrutura organizacional e as alterações nas diretrizes estratégicas. f) Engajamento da equipe que realizará a execução das ações previstas no planejamento; entre outros fatores e compromissos que serão levantados buscando o atingimento das metas (SILVA, 2016). 3 AS DECISÕES ENVOLVENDO TECNOLOGIA E OS RISCOS ASSOCIADOS Atualmente, existe um maior reconhecimento das empresas em relação aos investimentos destinados à tecnologia da informação. No entanto, é importante destacar que, sozinha, ela não gera ganhos significativos. Para induzir aos resultados positivos, é necessário que haja a integração dos sistemas junto às estratégias do negócio, fazendo com que os investimentos estejam vinculados aos objetivos organizacionais. O problema encontra-se justamente aqui: como avaliar adequadamente os impactos que os investimentos de TI têm no ambiente de negócios. O grande desafio dos CIOs é garantir o retorno daquilo que foi investido. Para isso, as decisões tomadas pelos executivos precisam maximizar a relação custo-benefício e minimizar os riscos dos investimentos. Para acertar nas decisões de investimentos, os gestores precisam apoiar-se em alguns questionamentos, conforme proposto por Silva (2016, p. 18): a) Quais são os reais ganhos obtidos? b) É possível reduzir custos? c) Quais são os riscos envolvidos? d) Como avaliar os benefícios propiciados pela tecnologia? Respondendo às questões, fica mais fácil escolher a alternativa de investimento mais adequada para as necessidades organizacionais. 48 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Desenvolver ou implantar novas tecnologias sempre demanda altos investimentos. A rápida obsolência das tecnologias aumenta consideravelmente o risco de um retorno menor do que o desejado. O rumo da organização está intimamente vinculado as suas atualizações tecnológicas, sendo que decisões muito ousadas podem conduzir tanto ao sucesso quanto ao fracasso. Existem algumas formas de auxiliar a tomada de decisão para definir os investimentos em TI: O gestor deve dispor de ferramentas que lhe possibilitem avaliar de forma rápida e completa as diversas alternativas propostas. Não avaliar somente a tecnologia em uso. Permitir investigação das tecnologias que ainda não são utilizadas pela organização e quais benefícios poderiam agregar. Verificar se é mais vantajoso a troca ou a manutenção da tecnologia atual. Estar ciente de que o retorno não ocorre pelo investimento em TI, mas do uso que se faz dela. FONTE: Disponível em: <http://www.sindcontsp.org.br/uploads/acervo/arquivos/12%20 Analisando%20o%20investimento%20em%20tecnologia.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2018. IMPORTANT E A respeito das decisões que envolvem a aquisição de novas tecnologias da informação, devemos pensar que não é indicado decidir sobre conceitos ultrapassados, principalmente em ambientes de mudanças frequentes. Nesse caso, o gestor comumente se deparará com soluções tradicionais e outras tecnologias mais avançadas em conhecimentos e técnicas aplicadas. Geralmente, as soluções tradicionais já estão amparadas por padrões e entidades normalizadoras. O que não ocorre com tecnologias recém-apresentadas ao mercado, pois o uso ainda não foi devidamente validado.A percepção dos executivos sobre o valor criado pelos investimentos em TI é limitada em virtude da falta de habilidades específicas para avaliar as questões relacionadas à tecnologia e à estratégia empresarial envolvidas no processo decisório (SIMON, 1978). A escolha da melhor alternativa de investimento está relacionada à intuição e à razão dos executivos envolvidos no processo de decisão (MARINHO, 2014, p. 4). Investir somente no que já está consagrado no mercado pode vincular a empresa a práticas desatualizadas e vigentes antes do cenário globalizado que presenciamos no momento. Aplicar todos os recursos financeiros em tecnologias recentes pode colocar a organização em risco pelo fato de não ter sido validada pelo mercado ou por ser rapidamente substituída por outra tecnologia mais avançada. Não há uma receita definitiva que se aplique em todas as organizações a fim de facilitar esta decisão, pois é algo que depende muito mais da negação ou susceptibilidade ao risco, características particulares de cada gestor. Os investimentos em TI realizados pelas organizações a partir de um processo contendo os fatores influenciadores que orientam as decisões TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 49 dos executivos podem ser realizados mediante vários tipos de sistemas e tecnologias da informação, tendo por objetivo a geração de benefícios para a organização. Para Turban et al. (2010), componentes básicos de TI são: hardware, software, banco de dados, rede, procedimentos e as pessoas. Esses componentes podem ser utilizados de forma isolada ou em conjunto e fazem parte dos gastos realizados para implementar os investimentos em TI (MARINHO, 2014, p. 2). 3.1 GASTOS COM TI: DESPESA OU INVESTIMENTO? O mercado dinâmico e altamente competitivo atual faz com que as empresas se esforcem na busca pela excelência, fator fundamental para uma organização que objetiva a caracterização de seus serviços e produtos. “Para isso, a velocidade e a visão geral do negócio, que agiliza e facilita a tomada de decisão, são fundamentais, o que tornou a Tecnologia da Informação (TI) um importante diferencial competitive” (ALBERTIN, 2015, p. 38, grifo nosso). De acordo com Albertin (2015, p. 39, grifo do original): o investimento em Tecnologia da Informação traz inúmeros benefícios para as áreas operacionais e estratégicas da empresa, fornecendo dados, informações e insights para o processo de crescimento do negócio. Diante disso, empresas investem na Tecnologia da Informação para conquistar o sucesso em um mercado tão agressivo. Esse é o principal questionamento que envolve as decisões de investimento em TI. Você sabe qual é a diferença? a) Despesa: associadas a gastos recorrentes e os benefícios advindos são imediatos e de vida curta. Exemplo: tinta de impressora. b) Investimento: gastos menos frequentes, cujos benefícios estão usualmente associados à estratégia da empresa e acontecem em médio e longo prazo. Exemplo: estrutura física, novos hardwares, softwares, contratação de especialistas etc. (ALBERTIN, 2015, p. 42). É praticamente impossível fugir das despesas recorrentes, pois são necessárias para manter o processo operacional. As decisões para investimento são mais complexas, pois o montante financeiro é maior, bem como a expectativa de retorno sobre ele. Geralmente, os problemas que envolvem as decisões relacionadas às despesas podem ser rapidamente corrigidos. O mesmo não ocorre com os investimentos. Uma decisão errada em investimento pode comprometer a saúde financeira e até a existência da organização (ALBERTIN, 2010). As empresas que decidem sobre a TI como se ela fosse somente despesa estão mais concentradas no custo do que na necessidade, e na expectativa em relação aos benefícios. As decisões são focadas no curto prazo, isso faz com que não haja importância aos projetos cujos resultados não sejam imediatos. O problema por trás disso é que essas organizações não conseguem perceber o 50 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO potencial estratégico que possuem. Em contrapartida, os gestores que decidem que a TI é como um investimento utilizam-se da tecnologia para implementar processos, integrando as atividades da TI aos objetivos estratégicos e metas organizacionais. Nesse tipo de organização, o CIO da TI está alinhado ao negócio, e isso facilita a escolha das ferramentas e tecnologias que serão utilizadas por toda a organização. Geralmente, os investimentos em TI têm o objetivo principal de ser o alicerce para as ações estratégicas da organização, tornando-a mais flexível para criar e produzir novos produtos e serviços, integrando mais rapidamente a organização com seus clientes e fornecedores. São três os motivos mais frequentes para os investimentos em tecnologia da informação: a) Para se conseguir fazer mais daquilo que já se faz, porém, mais rápido e a menor custo. b) Para se conseguir fazer o mesmo que já se faz, mas com menor custo e melhor qualidade. c) Para conseguir fazer algo diferente do que se faz atualmente (ALBERTIN, 2010, p. 47). Os dois primeiros motivos podem ser validados pelos indicadores financeiros tradicionais, ou seja, se as novas aquisições ou o desenvolvimento de novas tecnologias são adicionados dos custos como manutenção, e a atualização for menor do que as receitas ou economias geradas pelo investimento, então existe justificativa para o investimento. Em relação ao segundo motivo, que é a qualidade, não existe uma forma de medição, uma vez que a subjetividade está diretamente relacionada aos processos de qualidade. O terceiro motivo, o qual está ligado aos objetivos intangíveis, também não há garantia de retorno ao investimento, pois não existem formas efetivas de se validar o que ninguém praticou ainda. O gestor deverá sempre avaliar a capacidade da tecnologia em permitir agilidade, flexibilidade e inovação em processos e operações. Se a tecnologia garantir isso, o CIO não deve hesitar em fazer o investimento. O processo de investimento em TI compreende vários elementos que são considerados os fatores influenciadores: a tomada de decisão em que estão envolvidos alguns fatores influenciadores do investimento, a visão e o entendimento dos benefícios gerados para a organização e a implantação dos investimentos em TI que foram planejados e aprovados (MARINHO, 2014, p. 2). De acordo com Marinho (2014, p. 34), “entender os fatores influenciadores, bem como ter domínio sobre o processo de tomada de decisão são dois requisitos que quando combinados levam os executivos a realizarem adequados investimentos em TI. Esta combinação é eficiente para determinar se a organização vai investir ou não em TI. Para o autor, o processo decisório que envolve os gestores visa à melhoria do desempenho organizacional”. E para ele a decisão de investimentos em TI requer conhecimento sobre o que influencia o investimento e também a folga financeira para possibilitar o investimento em si, sendo que a TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 51 escolha da melhor tecnologia para investimento está diretamente relacionada à percepção dos gestores envolvidos nesse processo. Para Marinho (2014, p. 36), as decisões podem ser baseadas na intuição ou na razão. “A decisão intuitiva é rápida e automática. A decisão baseada na razão é mais lenta, pois leva em consideração a análise dos impactos da decisão a ser tomada. Kahneman (2003) defende que o investimento em TI pode ser mais emocional e intuitivo, envolvendo uma relação menor com os fatores influenciadores”. Quando a decisão é mais racional, os fatores influenciadores podem estar intimamente ligados com o processo decisório. QUADRO 5 – FATORES INFLUENCIADORES DO INVESTIMENTO EM TI FONTE: Marinho (2014, p. 6) Pela síntese de fatores influenciadoresapresentada anteriormente, percebe- se que a maioria dos fatores se relaciona com os elementos ou com recursos associados à TI, como pessoas e ambiente da organização. A seguir, o quadro relaciona os fatores influenciadores com os elementos de análise, demonstrando os investimentos em TI realizados por área. QUADRO 6 – INVESTIMENTOS EM TI POR ÁREA Autores Fatores Influenciadores do Investimento em TI Rocha et al. (2009) Perez et al. (2010) Löbler et al. (2012) Macedo et al. (2012) Bataglia e Hirosawa (2006) Peppard e Ward (2005) Gunasekaran et al. (2001) Luftman e Zadeh (2011) Estrutura organizacional Imagem do fornecedor de TI Treinamento e características dos usuários de TI, estrutura e tipos de SI, imagem e suporte do fornecedor, processos, vantagem competitiva, integração com outra TI, gestão da mudança e investimento. Sistemas ERP flexíveis, qualidade técnica da TI Funcionalidade do sistema, tempo estimado de implantação, avaliação do fabricante, avaliação das empresas que já utilizaram o sistema Papéis e responsabilidade das pessoas, assimetria da informação, conhecimento profissional na área e interesse pessoal das pessoas envolvidas Objetivos estratégicos, suporte à estratégia corporativa, suporte à alta gerência, objetivos de desempenho competitivo, custos e benefícios de longo prazo. Benefícios esperados da TI: benefícios tangíveis financeiros, tangíveis não financeiros e intangíveis Maturidade do alinhamento entre TI e negócios Áreas Infraestrutura Detalhadamento dos Tipos de Investimentos em TI Equipamentos e programas necessários para implementação e funcionamento da TI: hardware (computadores, teclado, mouse, tela de vídeo, impressoras, scanners óticos, pen drive, fita magnética, discos óticos, cartões plásticos, formulários contínuos); software (programas de planilhas eletrônicas, programas de folha de pagamento, programas de processadores de texto); banco de dados, rede (internet, intranets, tecnologias com fio e sem fio); sistemas ERP (Enterprise Resource Planning). 52 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO FONTE: Marinho (2014, p. 8) Os investimentos em TI que ocorrem em infraestrutura, processos, pessoas e serviços, escolhidos de forma criteriosa pelos executivos e considerando os fatores influenciadores no investimento em TI, proporcionam benefícios para a organização, orientados para a melhoria no desempenho organizacional em termos tangíveis e intangíveis (MARINHO, 2014, p. 8). Os benefícios intangíveis gerados para a organização pelos investimentos em TI serão examinados a seguir. 3.2 OS BENEFÍCIOS PROPORCIONADOS PELA TI Os benefícios proporcionados pelo uso de tecnologia da informação facilmente percebidos são os objetivos diretos. São facilmente medidos e estão relacionados à redução de custos em processos, mão de obra ou aumento considerável da capacidade de produção. Os benefícios que a TI oferece às organizações têm sido comprovados em algumas áreas de aplicação dessa tecnologia, enquanto em outras permanece o debate em relação às dúvidas se tais benefícios, de fato, têm sido alcançados ou se apresentam relação positiva se comparados aos investimentos necessários. O estudo de benefícios oferecidos pelo uso de TI pode começar com base em alguns estudos e teorias desenvolvidas para outras áreas, por exemplo, a de Slack, Chambers e Johnston (2000), que definiram que a base para o sucesso da empresa é o custo, a qualidade, o tempo, a flexibilidade e a inovação. IMPORTANT E Áreas Processos (aplicações de TI) Pessoas Serviços Detalhadamento dos Tipos de Investimentos em TI Procedimentos relacionados ao fornecimento de soluções para problemas do negócio; processamento das informações e geração de saídas desejadas, produtos de informação que representam as informações transmitidas e disponibilizadas em diversos formatos aos usuários finais; procedimentos relacionados com os SI que atuam no processamento das informações para atendimento das necessidades dos usuários finais; procedimentos empresariais: comércio eletrônico, computação móvel, sistemas corporativos, sistemas de informação globais e interorganizacionais, gestão do desempenho empresarial, gestão do conhecimento, gerenciamento do processo decisório, gerenciamento de campanha, análise de valor do cliente. Indivíduos da organização quea tuam na operação relacionada com a TI (usuários finais, especialistas de TI da organização, analistas de sistemas, operadores, desenvolvedores e programadores de sistemas); terinamentos desenvolvidos pela organização. Procedimentos realizados por terceiros na implantação, funcionamento e manutenção da TI; treinamentos fornecidos. TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 53 Os benefícios oferecidos e as reconfigurações de negócio induzidas por TI certamente devem se refletir em benefícios efetivos para o negócio, que incluem a redução de custo obtida, por exemplo, pela integração interna de processos e áreas; o aumento da produtividade conseguido pela automação localizada de processos; a melhoria da qualidade resultada da utilização de tecnologia nos próprios produtos e serviços ou mesmo nos processos para garantir a efetividade; o aumento da flexibilidade obtido pela base tecnológica que permite o crescimento do volume de negócios sem um crescimento proporcional de custos operacionais ou mesmo de forma rápida; e a inovação conseguida com novas práticas e processos possíveis por meio da utilização intensa de TI. Segundo Murphy (2002), os benefícios de TI podem ser divididos em tangíveis e intangíveis. Os tangíveis podem ser definidos como aqueles que afetam diretamente os resultados da empresa, tais como redução de custo e geração de lucros. Os intangíveis são os que causam melhorias de desempenho do negócio, mas não afetam diretamente no resultado da empresa, tais como informações gerenciais, segurança etc. Os benefícios do uso de TI podem ser definidos como custo, produtividade, flexibilidade, qualidade e inovação, e esses benefícios podem ser entendidos como a oferta que a tecnologia traz para as organizações. Porém, tão importante quanto a oferta é o seu aproveitamento no desempenho empresarial. FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0034-76122008000200004>. Acesso em: 25 jun. 2018. 3.2.1 Os benefícios intangíveis e os benefícios futuros da TI Os benefícios intangíveis são entendidos como algo que não pode ser relacionado diretamente aos ganhos com produtos e serviços. Esse tipo de benefício contribui para o reposicionamento da empresa no mercado de atuação, deixando-a em posição de competitividade. Os benefícios intangíveis remetem à capacidade da organização em reconhecer rapidamente as necessidades do cliente (através da intimidade virtual, discutida anteriormente); na melhor qualidade de seus produtos e serviços, e na sua capacidade de inovação. Os benefícios intangíveis da TI sempre serão percebidos no futuro, logo podem ser considerados benefícios futuros. Para esses benefícios não há como definir um valor financeiro específico para medir os ganhos (ALBERTIN, 2010). A aprovação de investimentos em projetos de TI baseados em necessidades levantadas e solicitações internas não funcionam mais, ou pelo menos não deveriam funcionar. Os projetos de TI devem entregar um valor real e um benefício tangível, mesmo que por métricas e avaliações intangíveis. Grande parte das métricas de TI que são intangíveis causam impacto positivo no processo, porém, não podem ser convertidas de forma simples e direta para valores financeiros. Nesse caso, a solução mais comum é converter os pontos subjetivos em unidade de tempo e em valor financeiro, o que, na maioria das vezes, resulta em quantidades subestimadas ou incompatíveis como ganho perceptível. 54 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Para auxiliar os gestores, surgiu o ROI, termo muito utilizado no mundo dos negócios, um o acrônimo em inglês para Return on Investment, que em tradução livre significa Retorno sobre Investimento. O conceito de ROI foi criado pela Gartner na década de 1970, com ele é possível saber a quantidade de dinheiro ganho ou perdido em determinado investimento, utilizando a relação entre o total de retorno pelo total investido. ROI tem se tornado cada vez mais relevante para os executivos de TI, pois com ele é possível avaliar a performance e a viabilidade de um projeto, em termos financeiros, e definir quais projetos irão gerar mais benefícios para o negócio principal da empresa. Entretanto, especialmente na área de sistemas, obter o ROI não é uma tarefa simples, pois, além da análise das métricas tradicionais (licença de usuário, quantidade de armazenamento, IOPS etc.), as outras métricas não tangíveis também devem ser consideradas, por exemplo: conforto, praticidade e vantagem competitiva. O sucesso no ROI de TI depende da análise em conjunto com os benefícios qualitativos. Na teoria, o ROI deve superar 100% para que compense a execução do projeto, porém, mesmo nos projetos em que o ROI esteja abaixo de 100% os indicadores não palpáveis devem ser fatores decisivos na avaliação. FONTE: Disponível em: <https://aprovador.com/blog/post/roi-e-metricas-intangiveis-em- projetos-de-ti>. Acesso em: 25 jun. 2018. Os investimentos em TI produzem melhorias no desempenho organizacional. Essa melhoria se caracteriza através dos benefícios que são gerados para todos os setores organizacionais e são proporcionais aos gastos efetuados no setor de TI. Esses são os benefícios intangíveis, que geram valor ao negócio, uma vez que a efetividade depende da percepção dos executivos de cada setor. Os maiores benefícios intangíveis se destacam como a capacidade de tomada de decisão, bem como o aumento da capacidade de conhecimento organizacional. De forma geral, os benefícios intangíveis consistem em melhorar a qualidade de produtos, a imagem organizacional, a redução de tempo e o aumento da flexibilidade operacional, o controle gerencial, entre outros (ALBERTIN, 2010). 3.3 INDICADORES E MÉTODOS DE AVALIAÇÃO QUE PROCURAM CAPTURAR OS INTANGÍVEIS Não é fácil medir os benefícios intangíveis. Eles dependem muito da percepção do avaliador e da expectativa criada em torno dos investimentos feitos. Um agravante para isso é o fato das tecnologias serem rapidamente substituídas ou se tornarem obsoletas. O conhecimento do gestor sobre tecnologia é fundamental para acertar a decisão de investimento. Isso facilita no momento de avaliar se os benefícios estratégicos intangíveis têm demonstrado resultados na cadeia de TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 55 valor organizacional. No entanto, esteja ciente que não é preciso ter formação em administração de empresas ou em governança tecnológica para estabelecer um modelo de medição do desempenho da TI e das vantagens que ela traz para o negócio. Você pode criar um modelo de avaliação baseado nos questionamentos propostos a seguir: a) Quanto o negócio perde a cada minuto (ou hora ou dia) quando a infraestrutura está indisponível? b) Qual o volume de falhas na atual infraestrutura por dia (ou por semana ou mês)? c) Por quanto tempo o negócio fica parado em função dessas falhas? d) Quanto o negócio perde a cada minuto (ou hora ou dia) que as falhas perduram? e) Quantos negócios deixaram de ser fechados? Quantas vendas foram perdidas? e) Quais decisões estratégicas podem ser impactadas por impossibilidade de acesso a dados e sistemas confiáveis em tempo real? f) Quantos colaboradores precisam ser alocados para realizar tarefas que uma infraestrutura automatizada realizaria? g) Quanto tempo leva para uma equipe absorver os processos e para se tornar apta a manter toda a infraestrutura tecnológica a todo vapor? h) Em que medida gestores são onerados pelo operacional por não terem suporte tecnológico suficiente, ficando sem tempo para cuidar do que realmente interessa no negócio? i) Quanto se gasta com manutenção de equipamentos defasados e não aderentes com a necessidade do negócio? j) Qual o custo operacional de se manter o negócio em pleno funcionamento, mesmo sem infraestrutura de TI adequada? (CLEBER, 2017, s.p.). Observe que, ao final de cada resposta a essas perguntas objetivas, um raciocínio secundário é possível: quanto custa para a empresa cada uma dessas respostas? E aí entra um pensamento inverso que traz o resultado que se busca a respeito do ROI: quanto a empresa começa a economizar e a ganhar com investimentos adequados em TI? Eis aí a tão buscada “fórmula” para o cálculo do retorno sobre investimento em TI! Exemplificando, esse processo fica mais tangível. Veja as coordenadas a seguir: 1- Calcule o custo total de pessoal envolvido para manter a infraestrutura de TI (salário, encargos trabalhistas, horas extras). Encontre o valor da hora de trabalho de cada funcionário e, então, some os resultados de todos os colaboradores da TI. 2- Faça, em separado, o mesmo cálculo para todos os funcionários que têm o trabalho afetado pela TI. Isso ajudará a perceber o quanto a empresa desperdiça pagando para que equipes não desempenhem sua função de forma plena, por serem prejudicadas pela TI. 3- Some os valores encontrados nos itens 1 e 2. 4- Monte uma série histórica sobre média de horas em que os sistemas relevantes travam ou NOTA 56 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ficam indisponíveis no mês. 5- Multiplique o valor encontrado no item 3 (que soma os itens 1 e 2) pela média do item 4. Esse será o resultado que representa o quanto a empresa perde mensalmente por não investir em uma infraestrutura de TI adequada às necessidades do negócio. 6- Para incrementar o argumento de defesa de uma infraestrutura de TI robusta não importa se internalizada ou contratada no mercado, vale a pena repetir a mesma comparação, mas agora envolvendo custos com licença de software, manutenção de equipamentos, correção de falhas e outras ocorrências comuns na empresa. O procedimento anterior é uma sugestão de métricas que podem ser usadas para medir o grau de retorno do investimento em infraestrutura de TI. Contudo, é bom ressaltar que outras variáveis podem ser incluídas e isso dependerá da realidade de cada empreendimento. O fato é que cálculos quantitativos enchem os olhos, mas não se pode perder de vista o potencial de valor agregado das questões intangíveis já citadas, como o aumento da produtividade e agilidade na resposta ao cliente. Se, hoje, há uma forte pressão para redução de custos na área de TI, o discurso da eficiência operacional não é mais problema. Investir de forma inteligente em infraestrutura de TI traz retornos significativos ao negócio, o que acaba cobrindo seu custo. Conhecendo métricas e modelos mentais para calcular isso, fica mais fácil comprovar que cada centavo aplicado em aplicações e em infraestrutura de TI se paga. FONTE: Disponível em: <http://blog.amancay.com.br/como-medir-o-custo-beneficio-de- uma-infraestrutura-de-ti/>. Acesso em: 26 jun. 2018. 4 ESTRATÉGIAS DE TERCEIRIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Pensando em aumentar a produtividade, as organizações têm procurado se adaptar às mudanças tecnológicas e de mercado, definindo novas estratégias de gestão para a execução das atividades e serviços. A terceirização de atividades em tecnologia da informação é uma estratégia amplamente praticada, trazendo consigo vantagens no acesso a novos recursos tecnológicos e na disponibilização de especialistas em tecnologias inovadoras e emergentes, além de agilidade para implantar novas soluções com maior previsibilidade de custos(ALBERTIN, 2010). Faz parte das atribuições do CIO rediscutir as formas de gestão da TI, uma vez que ela evolui rapidamente e é parte essencial do planejamento estratégico dos negócios organizacionais. A globalização exigiu que as empresas de tecnologia mudassem seu pensamento gerencial, bem como as relações de trabalho estabelecidas tradicionalmente. Isso fez com que as empresas de base tecnológica se adequassem antecipadamente às tendências e necessidades do mercado, buscando alternativas para sua operacionalidade e gerenciamento. Por causa disso, a terceirização tem se destacado no ambiente tecnológico, trazendo benefícios sempre que adotada. TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 57 4.1 ORIGEM DA TERCEIRIZAÇÃO A terceirização originou-se nos Estados Unidos logo após a eclosão da Primeira Grande Guerra Mundial. Naquela época, as indústrias se concentraram no desenvolvimento da produção de armamentos e passaram a delegar atividades relacionadas a embalagens, ferramentas, componentes, tintas e vernizes a empresas prestadoras de serviços. No Brasil, a terceirização se desenvolveu com maior ênfase a partir da década de 1960. A indústria automobilística foi dominada pelas chamadas montadoras, que, desde sua instalação, vem empregando largamente a terceirização na produção de peças e componentes adquiridos de diversos fornecedores contratados, principalmente junto ao mercado local. 4.2 TERCEIRIZAÇÃO DE TI EM EMPRESAS PRIVADAS Atualmente, a terceirização de serviços voltados à atividade empresarial é mais do que uma realidade, ganhando relevo a terceirização de serviços de tecnologia da informação. Em decorrência da evolução do atendimento eletrônico e disponibilização de informações aos clientes, muitas empresas têm sido obrigadas a reconsiderar a estrutura de suas áreas de TI. Está sendo necessário que elas englobem serviços que vão desde a transmissão de dados e gerenciamentos de redes locais ou externas, passando, com especial destaque, pelo desenvolvimento de software e chegando até a hospedagem de base de dados e programas de computador. Várias são as razões que levam as empresas a entregarem seus serviços de TI para empresas fornecedoras especializadas. A terceirização em tecnologia da informação tem se mostrado efetiva e com a possibilidade de se alcançar objetivos importantes como redução de custos, obtenção de vantagens pela especialidade do fornecedor e concentração da atenção em atividades fins da empresa, sendo esse último importante diferencial competitivo no mercado. Grande parte das organizações tem buscado alternativas para atividades que não fazem parte da competência central de seus negócios, ou aquelas não consideradas como estratégicas pela empresa. A tendência atual é que a área de TI das empresas tenha uma parte significativa de suas responsabilidades terceirizadas. Mas, ao mesmo tempo, é preciso ter em mente a necessidade de se reter o conhecimento sobre o negócio "dentro de casa", diferenciando-se as tarefas indelegáveis e cuidando-se para que não acabem na dependência de terceiros, que possam, inclusive, ter interesses incompatíveis com suas responsabilidades. Não se deve pensar na terceirização de serviços de TI como uma solução ideal e livre de transtornos. Intrínsecas à própria solução, existem algumas desvantagens. Uma delas é a rotatividade dos técnicos terceirizados 58 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO que passam a deter o conhecimento, além da dependência de terceiros. Outras são: a necessidade de maior investimento em capital gerencial; menor flexibilidade no gerenciamento de mão de obra, dado o grau de especialização; e, ainda, a quebra de padrões e métodos já estabelecidos na empresa. Como se tudo isso não bastasse, uma questão de relevância ainda se coloca. É o balanceamento que a empresa precisa tratar entre maior independência e homogeneidade. Se forem contratadas várias atividades de um único prestador de serviços, provavelmente isso trará vantagens na integração entre os diversos sistemas, mas poderá aumentar a vulnerabilidade e a dependência da empresa com relação ao fornecedor. Se, por outro lado, se pulveriza os sistemas, escolhendo para cada uma delas aquele parceiro que oferece as melhores soluções, pode-se estar diante de uma situação de difícil gerenciamento, não somente quanto aos aspectos técnicos como também do ponto de vista administrativo. É indispensável destacar que o apoio da alta administração da empresa, com a competência do gerente de TI são fatores críticos para o sucesso da terceirização. O gerente de TI precisa reconhecer o papel estratégico da informática para o seu negócio e desenvolver uma estrutura adequada para o fornecimento de serviços em atendimento à demanda da organização. Para tanto, deve-se verificar se as atividades de informática a serem contratadas estão alinhadas aos principais objetivos da empresa. Com isso, será possível identificar a potencialidade da tecnologia na estratégia dos negócios. FONTE: JÚNIOR BARBI, Heraldo. Terceirização de serviços de Tecnologia da Informação. Techoje. [s.d.]. Disponível em: <http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_ artigo/246>. Acesso em: 26 jun. 2018. Houve uma grande evolução em relação aos serviços de terceirização de TI. No início, limitavam-se a atividades operacionais. Atualmente, funções estratégicas também têm sido terceirizadas (BERGAMASCHI, 2004). Esta evolução mudou do foco operacional para um foco voltado à inovação. Terceirizar significa transferir (passar para terceiros) a responsabilidade pela execução de uma ou mais atividades (ARAÚJO, 2001). Algumas empresas praticam a terceirização de forma camuflada para se isentarem de encargos sociais e legais. As formas que não são sinônimos de terceirização: a) Terceirização imprópria: busca resultados estreitos, como a redução de encargos ou pessoal. b) Terceirização ilegal: busca desvirtuar, em favor da empresa, as relações trabalhistas por intermédio de ação fraudulenta (fazê-la com pessoas da própria organização). O fato é que a terceirização da TI provoca uma redução considerável da TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 59 estrutura organizacional. Muitas vezes a empresa não dispõe de espaço físico e nem de mão de obra especializada para conduzi-la. Isso faz com que os gestores limitem recursos para investimento estratégico reservando-os para a operacionalidade da TI. Transferir as atividades de TI para quem tem domínio sobre ela faz com que a organização mantenha seu foco exclusivamente na sua atividade fim, a qual é a razão de sua existência. Clientes e prestadores de serviço devem estar intimamente alinhados para que se possa conduzir de forma satisfatória atividades que antes eram desenvolvidas internamente (MONTEIRO, 2006). 4.2.1 Classificação Para Araújo (2001), a terceirização pode ser classificada em dois critérios principais: a) Natureza do trabalho. b) Forma como se opera a terceirização. A natureza do trabalho se relaciona às funções da área tecnológica e administrativa. Já em relação à forma com que se operacionaliza a terceirização, esta pode ser total ou parcial. As principais atividades de TI terceirizadas são: sistemas de informação, serviços de processamento e processos de negócios. Ainda, segundo o autor Araújo (2007, p. 67), considera-se como benefícios da terceirização: a) Razões de ordem financeira: redução dos custos passíveis de enxugamento e economia na utilização dos recursos da empresa. b) Razões de ordem tecnológica: a contratada disponibiliza à contratante todas as inovações tecnológicas que surgem no mercado. c) Razões competitivas: a empresa que adere ao outsourcing torna-se mais ágil se concentrando nasquestões realmente significativas. d) Excelência operacional: concentração no essencial à evolução competitiva da empresa, sem abrir mão da qualidade nas atividades contratualmente delegadas. e) Competência no negócio: a procura de maior competência no negócio justifica a entrega de funções de apoio, que pouco ou nenhuma intimidade têm com os negócios da empresa, caracterizando o mais forte benefício. Para Araújo (2001, p. 46), outros benefícios da terceirização estão atrelados aos fatores: a) Redução imediata dos custos e riscos, inerentes à execução dos processos que são transferidos. b) Contínua e permanente atualização tecnológica, sem necessidade de investimento (que fica a cargo da contratada). d) Concentração nos esforços estratégicos. e) Desburocratização. f) Alívio para a estrutura organizacional. g) Maior eficácia organizacional. 60 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO h) Mais qualidade para o serviço delegado e produto final da empresa. i) Mais flexibilidade para a empresa enfrentar adversidades ambientais. j) Mais agilidade decisória e administrativa. k) Simplificação na produção. l) Economia (redução) de equipamentos, recursos humanos, materiais, instrumentais e financeiros. m) Incremento na produção, a partir do momento em que a empresa pode se dedicar as suas atividades principais. n) Liberação de espaço na empresa. o) Criação de ambiente mais propício ao surgimento de inovações. p) Formalização de parcerias. q) Valorização profissional. r) Estabelecimento de novas micro, pequenas e médias empresas. s) Redução da dependência da comunidade em relação à empresa. Neste contexto, Batista (2006, p. 34) complementa que como benefícios da terceirização, podemos citar: a) O gerenciamento dos centros de informações da organização. b) A operação de alguns ou de todos os sistemas ligados à TI. c) Desenvolvimento de suporte técnico em equipamentos e softwares e aplicações personalizadas para a organização. d) Consultoria para resolução de problemas relativos ao correto uso e aplicação de tecnologia. e) Operação dos sistemas de telecomunicações da empresa, inclusive a provedoria de internet. Dentro das formas de terceirização Laudon e Laudon (2007, p. 48) destacam como tendências: Computação sob demanda (on-demand): “Ocorrerá quando, diante de picos de demanda por capacidade computacional, as empresas recorrem a centros externos de processamento de dados em larga escala. Ou seja, as empresas compram capacidade computacional de centrais de fornecimento e pagam somente pela quantidade utilizada – nos moldes de como se procede com relação ao fornecimento de água, energia, gás, num processo que também é conhecido por computação por fornecimento. Com isto, altera-se o paradigma de infraestrutura de TI fixa para o de infraestrutura altamente flexível, o que potencializa a agilidade na absorção da tecnologia. A possibilidade de as empresas, então, lançarem-se a formatos de negócios completamente inovadores, no uso desse modelo, é alta, o que não ocorreria no paradigma anterior”. Ao conceito on-demand, é possível acrescentar o conceito CIO on-demand, “onde a experiência de um CIO seria compartilhada por pequenas e médias empresas reunidas em redes (clusters) por tempo determinado sendo o custo disto diluído entre elas. Haveria ganhos de absorção de know-how e knowledge para todos e as possibilidades abertas em vários campos” (JÚNIOR L., 2006, p. 50). 4.2.2 Fatores inibidores da terceirização da TI Apesar de inúmeros benefícios favorecerem a adoção da terceirização, TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 61 existem também fatores considerados inibidores, como exemplo: a) a cultura da empresa em manter a atividade-meio; b) a necessidade de revisão constante do contrato; c) o receio quanto à contratação de empresa pouco habilitada; d) a perda de infraestrutura em tecnologia (principalmente a terceirização em informática); e) barreiras culturais concernentes à aceitação de um prestador de serviços; f) a falta de critérios para avaliação do projeto de terceirização; g) o custo das demissões, o insucesso de projetos de terceirização anteriores, achar que a terceirização representa um risco desnecessário, estrutura de controle, dinheiro e problemas legais (ARAÚJO, 2007, p. 40). Por causa das restrições ou dos fatores inibidores citados anteriormente, propõe-se alguns passos principais para a execução de um plano de terceirização: a) Planejamento estratégico. b) Conscientização. c) Decisão e critérios gerais. d) Projeto. e) Programa de apoio (aceitação do projeto). f) Acompanhamento permanente. g) Avaliação dos resultados. Os autores Cragg e King (1993, p. 23), cujo estudo antecede Araújo (2001), classificaram os fatores inibidores em quatro grupos principais: a) Educacionais: falta de conhecimento sobre os sistemas, assim como falta de pessoas com conhecimentos específicos em análise de sistemas. b) Tempo: muitos sistemas acabam consumindo tempo considerável dos gerentes no processo de implantação. c) Econômicos: situação financeira da empresa no momento da implantação, além de análise superficial de custo/benefício da implantação dos sistemas. d) Técnicos: as empresas confiam no suporte de seus fornecedores de TI e são obrigadas, às vezes, ao uso de pacotes aplicativos e à aceitação de limitações no software – não raro – sem compatibilidade aos requeridos pelo sistema. 4.3 MOTIVAÇÃO PARA TERCEIRIZAÇÃO A justificativa por trás da motivação em aderir a terceirização de TI se apoia nos ganhos efetivos que ela oferece. No entanto, existe a motivação interna, conforme apontado por Xavier e Rodrigues Filho (2001, p. 15): a) maior agilidade no processo decisório, por causa da simplificação da estrutura organizacional por meio do estabelecimento de parcerias. Isso, além de refletir em uma redução dos custos, confere à empresa 62 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO uma maior flexibilidade econômica e adaptabilidade a mudanças, devido à redução de custos fixos. b) melhoria da administração do tempo da empresa, fazendo com que seja possível focar a atenção naquilo que a empresa faz de melhor (Core-Competence). c) objetividade e definição das prioridades em TI, além da elevação do nível de serviços em TI, muitas vezes inatingíveis pela empresa no estágio atual de desenvolvimento. Isso aumenta a flexibilidade técnica da organização, fazendo com que seja mais fácil implantar outros sistemas sem prévio desenvolvimento interno. d) Maior objetividade de análise custo-benefício envolvidos em novos projetos de TI. e) Maior possibilidade de controle sobre especificações técnicas (prazo, preço, qualidade, volume da produção etc.) devido à visibilidade contratual e financeira que é diretamente relacionada a uma maior previsibilidade de gastos (custo versus investimento) em TI. Lacity et al. (2009, p. 35) aponta outros fatores motivadores da terceirização em TI: a) Alinhamento dos Sistemas de Informação à estratégia do negócio: talvez é a razão mais promissora dentre as demais. Isso porque, devido ao mercado competitivo globalizado e turbulento, as organizações necessitam, cada vez mais, de informações oportunas e conhecimentos personalizados que auxiliam de forma inteligente a gestão. Para tanto, é preciso que o planejamento empresarial e de Tecnologia da Informação (TI) sejam coerentes e estejam integrados junto às respectivas estratégias. b) Foco em competências centrais: a empresa pretende focar suas atenções apenas nas competências centrais, dedicando-se integralmente à atividade principal do negócio alinhadas entre si. c) Necessidade de especialistas: a organização necessita especificamente de algum conhecimento/expertise da empresa provedora de serviços. d) Melhora dodesempenho do negócio: a organização busca parcerias para contribuir com o desempenho do negócio, processos ou capacidades. e) Razões técnicas: a organização necessita de alguma tecnologia de ponta, somente acessível por meio da terceirização. 4.4 FATORES DETERMINANTES NA TERCEIRIZAÇÃO Já sabemos que a terceirização gera um grande impacto no setor de TI, bem como para os negócios organizacionais de forma geral. Não basta apenas existir a motivação para terceirizar. É necessário que a organização tenha, defina e divulgue sua missão, seus valores, e que seu plano estratégico contemple as competências principais e os requisitos para o sucesso. Isso facilita a elaboração do diagnóstico empresarial a fim conhecer o estado atual da organização, facilitando bastante a tomada de decisão em relação à terceirização da área de TI. TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 63 A rápida evolução tecnológica e a crescente competitividade fizeram com que algumas organizações mudassem suas estratégias de terceirização de um foco centrado em tecnologia para um foco centrado na utilização e gerenciamento da informação. Como consequência, as organizações gastam menos tempo e recursos construindo uma infraestrutura interna de computação e concentram seus esforços na efetiva utilização das informações (XAVIER; RODRIGUES FILHO, 2001, p. 9). Diante disso, é importante mapear o que pode e o que não pode ser terceirizado, avaliando os objetivos estratégicos dos setores organizacionais. De forma precisa, Saad (2006, p. 18) propõe alguns questionamentos para dar suporte à decisão de terceirização: • Quais são os objetivos do negócio e, alinhados a eles, os objetivos da TI? • Qual o desempenho interno por meio de benchmarking comparando com seus pares? • Qual o nível profissional de sua equipe e dos perfis necessários? • Qual a capacidade dos provedores existentes no mercado? Além disso, é preciso observar outros pontos relevantes, a fim de facilitar o alinhamento da área de negócios à TI, como: o Fomentar o diálogo entre a área de TI e as áreas de negócio da organização. o Realizar medições detalhadas acerca dos custos e dos níveis de desempenho. o Realizar levantamentos sobre as tendências do mercado de terceirização e sua aplicabilidade ao setor em que atua a organização. Para o autor, as empresas que obtêm resultados positivos com a terceirização contemplam as características expostas no quadro a seguir. QUADRO 7 – CARACTERÍSTICAS PARA IMPLEMENTAR A TERCEIRIZAÇÃO DA TI 64 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO FONTE: Saad (2006, p. 23) 4.5 RISCOS DA TERCEIRIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE TI A terceirização de TI não gera apenas ganhos para quem adota esta prática. Quando não implantada de forma correta, a gestão da TI, ou parte dos serviços de TI, por terceiros pode gerar riscos, conforme aponta Willcocks (2010, p. 21). • Perda de competências centrais, caso a organização não compartilhe com o provedor externo a visão de quais são competências centrais e não centrais. • Permitir que o provedor externo utilize o relacionamento apenas para obter benefícios para si. • Levar a uma dependência do provedor externo que resulte em perda de flexibilidade estratégica e de agilidade operacional da organização. São riscos para a terceirização: A contratação de serviços terceirizados pode gerar insatisfação do “staff”, da TI interna da organização. Uma vez que parte dos serviços não está sendo mais desenvolvida e executada na empresa, há o risco dela não ser capaz de reter as capacidades e habilidades. Dificuldades na realização de acordos para a adaptação rápida com relação às mudanças tanto do negócio como da tecnologia, o que pode limitar o desenvolvimento de novas tecnologias. Expectativas de qualidade de serviço e resposta rápida não são atendidas adequadamente, fato que também pode estar relacionado a diferenças culturais entre cliente e provedor (principalmente observado em terceirização offshore). Corte de gastos inexpressivos ou custos de transação excessivos. Quebra de contrato por parte do provedor, que pode estar ligada a uma baixa capacidade, qualidade, estabilidade financeira do provedor, ou mesmo a problemas com funcionários. Dificuldade em gerenciar grupos remotos e garantir a segurança/privacidade. Provedor possui muito poder sobre o cliente, o que ocasiona uma perda de autonomia e controle sobre decisões de TI por parte da empresa contratante. ATENCAO TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 65 Além disso, autores como Ferreira e Laurindo (2009) mencionam que os riscos da terceirização têm uma relação direta com outros aspectos, como os custos ocultos que estão diretamente relacionados aos riscos de falhas. FONTE: Disponível em: <http://www.contecsi.fea.usp.br/envio/index.php/contecsi/9contecsi/ paper/download/3327/1832.>. Acesso em: 27 jun. 2018. Na visão de Saad (2006, p. 179, grifos nossos), alguns riscos acarretam: Perda de informações de privacidade e de segurança: o terceiro passa a ter acesso a todo o ambiente, à disposição estarão informações sigilosas ou críticas para o negócio. Perda de experiência técnica de TI: uma vez que se implanta a terceirização da TI, a equipe interna deixa de adquirir conhecimentos na área. Não há uma forma definitiva para se adotar e implantar a terceirização excluindo os riscos do processo. Sempre serão necessários ajustes, e a tendência é que a adaptação ocorra com o tempo em razão das práticas adotadas e do avanço da própria tecnologia. O quadro a seguir resume as vantagens e desvantagens da terceirização de TI. QUADRO 8 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO EM TI FONTE: Adaptado de Lacity et al. (2009, p.36) 66 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LEITURA COMPLEMENTAR TERCEIRIZAÇÃO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Cristina Cruz Trabalhar com Tecnologia da Informação é uma realidade imposta a qualquer empresa hoje, sobretudo às médias e grandes companhias. Houve um tempo em que o trabalho desenvolvido por equipes de TI se restringia apenas a questões operacionais, mas a área tecnológica das empresas não é vista mais como uma mera ferramenta funcional. Ao contrário disso, o setor de TI é um dos responsáveis pelo crescimento das corporações, atuando estrategicamente na busca por inovações. Diante dessa mudança de paradigma, que tem ocorrido progressivamente nos últimos anos, contar com uma equipe de TI terceirizada pode trazer inúmeras vantagens competitivas. Na realidade, a opção por terceirizar profissionais de TI já é uma prática comum no mundo corporativo, mas a demanda por soluções cada vez mais inovadoras e a necessidade constante de atualização tecnológica são fatores fundamentais que reafirmam a importância de confiar o setor de TI de uma companhia a uma empresa terceirizada e especialista na área. É um consenso no meio corporativo que a informação é um dos bens mais valiosos de qualquer empresa. Nesse sentido, saber quais estratégias utilizar para melhor aproveitar esses dados é um diferencial altamente competitivo. Por meio dos serviços de TI, por exemplo, pode-se: implementar novos sistemas de informação, desenvolver softwares para otimização do trabalho, criar soluções digitais para diferentes situações, dentre outras inúmeras operações estratégicas que valorizam ainda mais a capacidade de se inovar a partir da informação. Se boa parte do potencial de crescimento de uma empresa concentra-se no modo de funcionamento de softwares, hardwares, banco de dados, redes e em como as informações são gerenciadas e analisadas, a terceirização de TI é um caminho muito próspero para que as empresas desenvolvam um trabalho altamente qualificado de tecnologia da informação, sem necessariamenteinvestir em equipe própria para esse fim. Algumas vantagens da terceirização de TI As empresas que fazem outsourcing de TI possuem grandes diferenciais competitivos frente ao mercado corporativo, já que essa terceirização pode resultar em diversas vantagens, tais como: Atendimento especializado: as empresas que fornecem soluções em tecnologia da informação possuem, geralmente, uma equipe multidisciplinar e TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 67 altamente especializada para atender aos seus clientes. Essas empresas investem fortemente no treinamento de seus colaboradores, a fim de estarem sempre atualizadas às demandas do mercado; além de possuírem muita experiência na área, já que lidam com um vasto número de clientes e, por consequência, com diferentes problemas. Controle dos serviços: contratando uma empresa especializada em TI, o contratante recebe relatórios bastante detalhados de desempenho dos serviços executados. Ademais, a equipe de TI terceirizada pode fazer visitas periódicas à empresa a qual presta serviço, a fim de analisar equipamentos, softwares, redes etc. Esse atendimento exclusivo e qualificado, que precisa gerar resultados, é otimizado pelo próprio fornecedor, que busca fidelizar o cliente por meio da apresentação de saldos positivos. Mais tempo para o negócio: gerenciar tempo para focar em seu core business é fundamental a toda empresa, já que concentrar todas as energias para pensar em soluções de crescimento da companhia é fundamental para a sua estratégia de desenvolvimento. Mais especificamente, uma empresa de determinada área, ao repassar os serviços de TI para fornecedor qualificado, garante mais tempo para planejamento e execução de soluções de seu próprio negócio. Redução de custos: os motivos anteriores por si só já justificariam os benefícios de se contratar uma empresa de outsourcing de TI. Contudo, é preciso mencionar também que essa opção pode ser ainda mais econômica do que contar com uma equipe da própria empresa. Primeiramente, por causa da diminuição dos encargos trabalhistas. Além disso, porque as empresas especializadas em TI, como atendem a diversos clientes, conseguem também reduzir custos e repassar essa economia ao contratante. Tendência e obsolescência no mercado de terceirização de TI Ainda que esse mercado de TI seja relativamente novo, é uma área que está em constante e progressiva demanda por atualização. Nesse sentido, algumas práticas de terceirização de TI já estão ultrapassadas e precisam dar lugar às tendências, que surgem a todo o tempo. A fim de se fazer um contraponto entre o que é obsoleto e o que é novidade, apresenta-se a seguir um recorte do que está em alta e o que está em baixa nesse mercado, segundo estudo feito pela revista CIO: Em alta: desenvolvimento rápido de soluções em TI Uma das tendências é que as companhias de outsourcing em TI estão se transformando, cada vez mais, em empresas ágeis, que exigem ciclos de desenvolvimento rápidos, além de muita expertise para coordenar negócios, engenharia e operações. 68 UNIDADE 1 | GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Em baixa: contratar diferentes empresas de TI Por outro lado, é ultrapassado uma empresa contar com vários prestadores de serviços em TI, o modelo multisourcing. Diante das inovações do mercado e das novas metodologias de trabalho, como dos DevOps e da tecnologia de Cloud, as empresas de terceirização oferecem uma combinação de serviços de TI que busca atender a todas as necessidades de seu contratante. Em alta: cloud privada Também é tendência o fato de que as empresas hoje trabalham com dados em nuvens públicas, mas também executam determinadas aplicações em ambientes de nuvens privadas. Isso se deve ao fato de que essa diversificação traz mais segurança, competitividade, dentre outros benefícios. Em baixa: gerenciamento de infraestrutura remota tradicional Ainda que a entrega remota de serviços operacionais (serviços de redes, suporte e manutenção) tenha sido bastante popular, hoje essa é uma prática ultrapassada, já que as empresas terceirizadas de TI estão migrando para os serviços de gerenciamento por meio de nuvens, com diversas possibilidades integradas. Em alta: disputa por talentos da área O desafio de recrutar novos talentos é uma tendência do mercado de empresas terceirizadas de TI. A demanda por novas habilidades está em crescente, o que faz com que essas prestadoras de serviços, para se manterem relevantes, recrutem novos especialistas. Em baixa: locais mais baratos para redução de custos A outsourcing de serviços de TI em locais de menor custo trabalhista já não é mais um benefício buscado pelas empresas contratantes. Na verdade, as médias e grandes empresas exigem o uso de automação e ferramentas qualificadas para gerar resultados mais eficientes. Em alta: buscar mais automação As empresas estão, cada vez mais, exigindo das prestadoras de serviços em TI mais capacidade de automação. Essa automação pode trazer mais eficiência aos processos, além de reduzir custos. Portanto, também se configura como uma tendência competitiva do mercado. Em baixa: o não detalhamento dos processos TÓPICO 3 | PLANO DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E TERCEIRIZAÇÃO 69 Com a crescente dos processos automatizados, a prestação de contas de serviços em TI também necessita se tornar mais transparente. Ou seja, as empresas terceirizadas de TI não podem mais oferecer relatórios simples aos seus clientes. O detalhamento é necessário, sobretudo quanto à redução de custos propiciada pelo investimento em automação. Por conseguinte, essa economia também deve ser repassada ao contratante, que agora pode controlar melhor os serviços prestados. FONTE: Disponível em: <https://blog.algartelecom.com.br/tecnologia/terceirizacao- de-ti-o-que-e-tendencia-e-o-que-e-ultrapassado/>. Acesso em: 27 jun. 2018. Leia o artigo: O desenho do gerenciamento da TI nas 100 maiores empresas brasileiras. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/2032/203219575005/>. Acesso em: 27 jun. 2018. DICAS 70 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você aprendeu que: • O Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) é um documento dinâmico que pode ser aplicado em qualquer tipo de empresa (pública ou privada) e de qualquer porte (pequeno, médio ou grande). Esse plano pode conter normas e metodologias da própria organização, além de políticas governamentais ou metodologia de domínio público. Para todo PDTI é necessário determinar: sua abrangência, período de validade, equipe participante, tarefas a serem executadas, além das metodologias e normas que deverão ser rigorosamente seguidas. Estas etapas são definidas na fase de planejamento do plano. • Desenvolver ou implantar novas tecnologias sempre demanda altos investimentos. A rápida obsolência das tecnologias aumenta consideravelmente o risco de um retorno menor do que o desejado. O rumo da organização está intimamente vinculado as suas atualizações tecnológicas, sendo que decisões muito ousadas podem conduzir tanto ao sucesso quanto ao fracasso. • São três os motivos mais frequentes para os investimentos em tecnologia da informação: 1) para se conseguir fazer mais daquilo que já se faz, porém, mais rápido e a menor custo; 2) para se conseguir fazer o mesmo que já se faz, mas com menor custo e melhor qualidade; 3) para conseguir fazer algo diferente do que se faz atualmente. • As decisões podem ser baseadas na intuição ou na razão. A decisão intuitiva é rápida e automática. A decisão baseada na razão é mais lenta, pois leva em consideração a análise dos impactos da decisão a ser tomada. • Os benefícios proporcionados pela TI que são mais facilmente percebidos são os objetivos diretos. São facilmente medidos e estão relacionados à redução de custosem processos, mão de obra ou aumento considerável da capacidade de produção. • Podemos entender os benefícios intangíveis como algo que não pode ser relacionado diretamente aos ganhos com produtos e serviços. Este tipo de benefício contribui para o reposicionamento da empresa no mercado de atuação, deixando-a em posição de competitividade. Por sua vez, os benefícios intangíveis remetem à capacidade da organização em reconhecer rapidamente as necessidades do cliente (através da intimidade virtual, discutida anteriormente); na melhor qualidade de seus produtos e serviços, na sua capacidade de inovação e assim por diante. 71 • Para auxiliar os gestores, surgiu o ROI: termo muito utilizado no mundo dos negócios, é o acrônimo em inglês para Return on Investment, que em tradução livre significa Retorno sobre Investimento. 72 1 O cenário atual é composto por uma considerável variedade de soluções tecnológicas voltadas para otimizar a gestão de um negócio. Boa parte delas não são produtos prontos, mas sim ajustáveis, cuja implementação ocorre considerando as necessidades de cada empresa. O fato é que com tantas ferramentas novas à disposição, não é fácil decidir qual delas pode efetivamente cumprir o propósito de gerar valor para o negócio, inovando o papel da área de TI na empresa. Ao optar pela terceirização, a empresa passa a contar com uma equipe de profissionais especialistas que serão capazes de fornecer orientação quanto às possibilidades existentes na oferta de soluções tecnológicas. FONTE: Disponível em: <http://www.vert.com.br/blog-vert/quais-as-vantagens-de-terceirizar-a- area-de-ti-da-empresa/>. Acesso em: 27 jun. 2018. Em relação à terceirização de serviços de TI, analise as sentenças propostas: I – O processo de terceirização é irreversível. II – Não existe terceirização parcial das atividades. III – Uma das práticas da terceirização consiste na terceirização sob demandas específicas. IV – Um risco eminente da terceirização é a possibildiade de perda de competências centrais, caso a organização não compartilhe com o provedor externo sua visão de quais são as competências centrais e não centrais. Agora, marque a alternativa CORRETA: a) ( ) Estão corretas as sentenças I, II e III. b) ( ) Estão corretas as sentenças I, III e IV. c) ( ) Estão corretas as sentenças I, II, III e IV. d) ( ) Estão corretas as sentenças II e IV. 2 O planejamento estratégico em TI é um processo gerencial que considera as condições internas e externas às organizações e suas evoluções esperadas (expansão de mercado, aumento das vendas, crescimento do faturamento e da lucratividade, entre outras). Ele pode ser utilizado para facilitar a tomada de decisão da organização no que tange à tecnologia. É a partir do planejamento estratégico em TI que são alinhados, com toda a equipe, os objetivos de negócio com os recursos de tecnologia, identificando-se as oportunidades de realizar novas ações. FONTE: Disponível em: <https://blog.teclogica.com.br/qual-importancia-do-planejamento- estrategico-em-ti/>. Acesso em: 27 jun. 2018. Para auxiliar no planejamento de TI existe um documento em que devem estar definidos os indicadores de desempenho, orçamento, estratégias de aquisição e também da terceirização das atividades. O documento citado é o: a) ( ) Plano Diretor de TI – PDTI. b) ( ) Plano Estratégico de TI – PETI. AUTOATIVIDADE 73 c) ( ) Plano Estratégico Institucional – PEI. d) ( ) Plano Estratégico de Negócios – PEN. 3 A transformação digital está acontecendo em todas as esferas da sociedade e as empresas já sabem que precisam mudar para acompanhar essa transição e ingressar mais fortemente no mercado em que atuam. Um dos desafios enfrentados por elas é a definição do executivo que conduzirá esse processo. A escolha natural é o CIO, que já está ambientado com as novidades tecnológicas. FONTE: Disponível em: <http://computerworld.com.br/desafios-da-transformacao-como-os-cio- podem-ser-os-proximos-cdos>. Acesso em: 27 jun. 2018. Em relação aos desafios enfrentados atualmente pelos gestores de TI, analise as sentenças propostas: I – Priorizar a escolha e uso dos recursos tecnológicos. II – Necessidade de domínio tecnológico e de negócio ao mesmo tempo. III – Definir estratégias comerciais para alavancar os negócios. IV – Agir em conformidade com normas regulatórias para reduzir custos e riscos nos projetos. Marque a alternativa CORRETA: a) ( ) Estão corretas as sentenças I e IV. b) ( ) Estão corretas as sentenças I e III. c) ( ) Estão corretas as sentenças I, II e IV. d) ( ) Estão corretas as sentenças II, III e IV. 4 A terceirização de serviços de tecnologia da informação (TI) vem se fazendo cada vez mais presente em empresas que desejam aprimorar o seu negócio e reduzir despesas sem abrir mão da segurança e da qualidade. A terceirização trata de uma tendência moderna que consiste na concentração dos serviços nas atividades essenciais da organização, delegando a terceiros a parte complementar, os conceitos de terceirização levantados nos estudos já realizados apresentam grande diversidade, mas todos apontam para um só foco. No século XVIII, Adam Smith, economista e filósofo escocês, já dizia. ‘A máxima de todo mestre cauteloso é nunca tentar fazer em casa o que lhe custará mais do que comprar’. FONTE: Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2009_TN_ STO_091_622_14500.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2018. Em relação ao conceito de terceirização, é correto afirmar que: a) ( ) Somente o setor de TI pode ter suas atividades terceirizadas. b) ( ) Mesmo quando bem implantada, não gera benefícios proporcionais ao investimento. c) ( ) A terceirização traz agilidade organizacional, pois permite que os esforços sejam focados na atividade fim, o que permite investimentos em inovações 74 tecnológicas ao reduzir os gastos com atividades que não são estratégicas. d) ( ) O grande benefício da terceirização é desonerar as organizações quanto aos encargos trabalhistas. 75 UNIDADE 2 TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de: • diferenciar os conceitos de Sistemas de Informação e Tecnologia da Informação, aprofundando o conhecimento em ambos; • entender a importância e influência do planejamento da Tecnologia da Informação na gestão moderna e integrada dos negócios; • conhecer as principais tecnologias disponíveis para faacilitar o processo de gestão de pessoas em uma organização. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO TÓPICO 2 – A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS TÓPICO 3 – GESTÃO DE PESSOAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 76 77 TÓPICO 1 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO É importante entender separadamente os conceitos de Sistemas de Informação (SI) e de Tecnologia da Informação (TI), uma vez que nos referimos a áreas de conhecimento que apresentam forte dependência (ALBERTIN, 2006). Na Unidade 1, nos certificamos que a TI compreende hardware, software, telecomunicações, automação, multimídia, pessoas e todos os demais recursos que permitem fornecer dados e informações que resultam em conhecimento. Um sistema de informação fornece informações integradas para todos os usuários, e a tecnologia da informação contribui com estratégias integradas da Computação e da Administração, facilitando a implementação e implantação de Sistemasde Informação que permitam à organização a otimização de todos os seus recursos (CORREIA NETO; LEITE, 2014). Turban et al. (2013), por sua vez, defende que a TI é o lado tecnológico dos Sistemas de Informação. Nesse sentido, Foina (2013) argumenta que os SIs são ótimos aliados na solução de problemas, contudo, para que a TI possa ser utilizada adequadamente, os profissionais envolvidos (tanto os usuários finais quanto a equipe de desenvolvimento) precisam conhecer as inovações tecnológicas sem menosprezar o conhecimento das necessidades organizacionais envolvidas no trabalho. Foina (2013) considera como exemplos de aplicação da TI em um ambiente organizacional: a) Migração de sistemas (hardware e software). b) Escolha de paradigmas de Engenharia de Software (ES). c) Compra de software. d) Compra de hardware. Inovações tecnológicas são importantes fatores de mudanças organizacionais. A adoção de inovações geralmente traz consigo efeitos colaterais. O primeiro deles é a resistência interna pela substituição de uma tecnologia. E, em seguida, a adaptação à nova tecnologia. Passada a fase de adaptação, os benefícios passam a ser percebidos sempre que a troca foi adequadamente planejada e adequada às necessidades organizacionais (TURBAN, 2013). Além disso, salientam-se alguns aspectos importantes a serem observados para que uma organização potencialize o uso dos sistemas de informação (TURBAN, 2013): UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 78 a) Envolver a alta e a média gerência diretamente. b) Fazer um planejamento geral. c) Perceber a importância do valor humano para a organização. d) Averiguar a habilidade dos executivos com o uso das informações. e) A habilidade dos executivos para tomar decisões com base em informações. f) Conhecer e confiar no SI utilizado. g) Atualizar continuamente as informações. São os recursos tecnológicos que facilitam a elevação da produtividade, o controle de desempenho das equipes e a identificação de novas oportunidades de negócio. É fácil perceber que os SIs facilitam, praticamente, todo e qualquer tipo de trabalho organizacional. Entretanto, essa evolução ocorreu de forma gradativa, conforme as bases de dados e as técnicas de programação e análise que foram evoluindo. Isso pode ser percebido através do agrupamento exibido pelo quadro a seguir. QUADRO 1 – MUDANÇA DE REGRAS DE TRABALHO INTRODUZIDAS PELA TI REGRA ANTIGA TECNOLOGIA USADA NOVA REGRA As informações aparecem em um único local de cada vez. Bancos de dados compartilhados baseados em cliente/servidor, correio eletrônico. As informações são exibidas simultaneamente onde sejam necessárias. Somente um especialista pode executar um trabalho complexo. Sistemas especialistas, computação neural. Os pr incipiantes podem e x e c u t a r u m t r a b a l h o complexo. Os gerentes tomam todas as decisões. Sistema para o suporte de decisões, sistemas para suporte de empresas e sistemas especialistas. A tomada de decisões faz parte do trabalho de todos. O pessoa l de campo precisa de escritórios para receber, enviar, armazenar e processar informações. C o m u n i c a ç ã o s e m f i o e computadores portáteis, supervias de in formações e cor re io eletrônico. O pessoal de campo pode gerenciar as informações em qualquer local. Localizar os itens manualmente. Tecnologia de rastreamento, groupware, software de workflow, cliente/servidor. Os itens são locali- zados automaticamente. Os planos são revisados periodicamente. Sistemas de computação de alto desempenho. Os planos são revisados instantaneamente, sempre que necessário. As pessoas precisam se reunir em um único local para trabalhar em conjunto. Groupware e sistemas de suporte a grupos, telecomunicações, correio eletrônico, cl iente/ servidor. As pessoas podem trabalhar em conjunto, em diferentes locais. Os produtos e serviços personalizados são dispendiosos e seu desenvolvimento é muito lento. Ferramentas CAD-CAM, CASE, sistemas on-line para tomada de dec i são , J IT, s i s temas especialistas. É possível produzir produtos personalizados de modo rápido e barato (personalização em massa). TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 79 É investido muito tempo e n t r e a c o n c e p ç ã o d e u m a i d e i a e s u a implementação (tempo para comercialização). C A D - C A M , i n t e r c â m b i o eletrônico de dados, groupware, processamento de imagens (documentos). O tempo para comercialização pode ser reduzido em até 90%. O t r a b a l h o d e v e s e r transferido para os países com mão de obra barata (produção no estrangeiro). Robôs, tecnologias de geração de imagens, programação orientada a objetos, sistemas especialistas. O trabalho pode ser feito em países com altos salários e ordenados. FONTE: Adaptado de Turban (2013) Cabe ressaltar que a evolução das bases de dados, colocada no Quadro 1, permitiu maior agilidade no trato da informação. Antigamente, somente pessoas especializadas poderiam executar determinadas atividades e os gerentes centralizavam a tomada de decisões. Dessa forma, as ideias demoravam para serem implementadas. Em contrapartida, atualmente, as informações podem ser acessadas de qualquer lugar, 24 horas por dia. Decisões são tomadas mais rapidamente e com maior segurança, devido à integridade das bases de dados. As pessoas podem trabalhar em um mesmo projeto, a partir de lugares geograficamente distantes. 2 SISTEMA DE INFORMAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES Albertin (2006) coloca que o elemento principal de um sistema de informação é a própria informação. A função dos sistemas de informação é captar, armazenar, manipular e fornecer resultados que apoiam as organizações em operações e decisões. Os sistemas de informações são compostos de uma parte social (pessoas, processos, informações, documentos), e de outra parte automatizada (máquinas, softwares, servidores, redes de comunicação e seus cabeamentos). Portanto, as pessoas também fazem parte de um sistema de informações: desenvolvedores, usuários, arquitetos etc. Logo, entende-se que um sistema de informações é algo mais abrangente do que um software ou um programa, pois inclui também aspectos que não são executados pelas máquinas (ALBERTIN, 2006). É responsabilidade dos principais usuários e dos analistas de sistemas definir os objetivos da aplicação que será construída, quais informações controlar, que pessoas estarão envolvidas e quais as responsabilidades serão atribuídas a elas. Uma organização é formada por um conjunto de pessoas e de recursos envolvidos para o alcance dos objetivos, entre tais recursos estão os sistemas de informações que oferecem soluções administrativas de fortes bases tecnológicas, facilitando o enfrentamento de desafios propostos pelos cenários de negócios altamente mutáveis e competitivos. Com isso, os administradores precisam ter domínio das dimensões organizacionais e das tecnologias de informação disponíveis e de qual o poder delas na solução dos problemas organizacionais (LAUDON; LAUDON, 2006). A figura a seguir apresentará as dimensões organizacionais. UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 80 FIGURA 1 – DIMENSÕES DA ORGANIZAÇÃO FONTE: Laudon e Laudon (2006, p.46) Laudon e Laudon (2006) defendem que os sistemas de informação atualmente afetam diretamente o modo como os administradores decidem, planejam e gerenciam negócios e colaboradores. Eles apontam que a responsabilidade sobre os sistemas não deve ser atribuída aos técnicos, mas aos administradores do negócio. O quadro a seguir apresenta as principais fases para o desenvolvimentoe a implantação de um SI em uma organização em que se percebe claramente o envolvimento e as ações dos seus administradores do negócio. QUADRO 2 – FASES DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DE SI 1.ª Planejamento estratégico da empresa. 2.ª Planejamento estratégico de informação. 3.ª Análise da área de negócio. 4.ª Projeto do sistema. 5.ª Construção do sistema. 6.ª Implantação do sistema. 7.ª Manutenção do sistema. FONTE: Adaptado de Laudon e Laudon (2006, p. 38) TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 81 Um estudo com CIOs (Gestores de TI), realizado por Turban (2013), aponta as principais questões/situações enfrentadas por eles na execução das atividades de TI e na necessidade de alinhá-la ao negócio e aos objetivos organizacionais. O quadro a seguir apresenta as 10 principais questões com as quais CIOs precisam lidar na execução de suas atividades. QUADRO 3 – PRINCIPAIS QUESTÕES QUE OS CIOs ENFRENTAM Classificação Questão 1.ª Alinhamento entre a TI e o negócio. 2.ª Atrair, desenvolver e reter profissionais de TI. 3.ª Segurança e privacidade. 4.ª Planejamento estratégico da TI. 5.ª Velocidade e agilidade. 6.ª Regulamentos governamentais. 7.ª Redução da complexidade. 8.ª Medir o desempenho da organização de TI. 9.ª Criar uma arquitetura de informações. 10.ª Governança de TI. FONTE: Adaptado de Turban (2013, p. 36) Turban (2013) destaca que a partir das questões apontadas no quadro citado anteriormente, é necessário adotar estratégias para medir o desempenho das operações, com base nos três pontos propostos a seguir: • Criar indicadores no intuito de medir desempenho financeiro e não financeiro. • Os processos de gestão devem se adaptar aos indicadores definidos. • Dispor de infraestrutura para coletar, filtrar, analisar e disseminar os indicadores dentro da organização. A utilização potencializada da TI é decorrência de um alinhamento com as estratégias de negócios. Tal pensamento reflete a ideia de que o sucesso depende da combinação de estratégia de negócio; infraestrutura e processos organizacionais; estratégia de TI e infraestrutura, e processos de TI. IMPORTANT E UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 82 Para conseguir alinhar a TI com as estratégias de negócio, é importante fazer um planejamento para uso das informações e seus respectivos sistemas. 2.1 PLANEJAMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NO CONTEXTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Planejar o uso e a manutenibilidade da informação, bem como os sistemas e a tecnologia da informação de modo geral, é fator de grande relevância na gestão organizacional. Podemos entender o planejamento como um conjunto de ações que, por meio da análise de um cenário atual, facilita a projeção da situação desejada e considerada ideal. É o esforço a ser dispensado para se alcançar o cenário almejado (MATTOS, 2006). Neste sentido, pode-se dizer que o planejamento dos sistemas de informação é uma atividade que visa definir e planejar o futuro dos sistemas utilizados e de como serão suportados pelas novas tecnologias. Mattos (2006) argumenta que a primeira ação para avaliar a situação em que a TI de uma organização se encontra é verificar objetivos, políticas, normas e práticas organizacionais. A partir disso são gerados planos que seguem uma orientação vertical (de cima para baixo), respeitando todos os níveis hierárquicos. Nesse sentido, Albertin (2006) colabora com o estudo do planejamento das informações e sistemas, atestando que o mesmo é considerado como função administrativa base para alcance dos objetivos traçados, e que o planejamento tem como principal objetivo prever o ambiente político, econômico e social, através do qual a organização irá operar e aplicar recursos, antecipando, desta forma, na resolução de problemas. Para Albertin (2006, p. 68), as características mais relevantes levam a considerar que é o planejamento: a) É sempre voltado para o futuro. b) Garante mais segurança nas decisões. c) É uma opção de seleção entre várias opções. d) Deve ser sistêmico e interativo. e) Pode ser visto como uma técnica para melhor destinar recursos. f) É uma função de gestão que interfere em todos os setores organizacionais. g) É uma forma eficiente de coordenar ações. Albertin (2006) ainda afirma que o planejamento envolve: a) A definição de objetivos. b) A tomada de decisão. c) A definição de estratégias. d) A organização dos planos operacionais. Em relação ao planejamento da TI, ele pode ser considerado um processo complicado (ALBERTIN, 2006). Nessa área, o planejamento geralmente é pensado após uma ocorrência de destaque, como a fusão de organizações ou o desempenho TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 83 inadequado, ou a troca de gestores. Na área de TI, o planejamento deve ocorrer com maior frequência (geralmente não é um planejamento anual) por causa das constantes mudanças tecnológicas (TURBAN, 2013). Para Turban (2013), os CIOs (gestores) de TI definem o planejamento geralmente de forma semestral ou trimestral, assegurando que o setor permaneça alinhado às estratégias organizacionais, apesar das mudanças tecnológicas. Isso é necessário porque não é suficiente desenvolver uma estratégia de TI de longo prazo e reexaminar a estratégia regularmente. Por essa razão, o planejamento de TI não é um processo único. O processo de planejamento de TI pode resultar em uma estratégia de TI formal ou em uma reavaliação anual (ou trimestral) do portfólio existente dos sistemas a serem desenvolvidos. De forma geral, as organizações têm dificuldades para mudar rapidamente uma estratégia adotada, pois geralmente não há domínio de pensamento estratégico por parte dos gestores. O planejamento estratégico da TI é importante tanto para quem planeja (gestores e gerentes) quanto para o usuário final. O que se observa é que o usuário final faz o planejamento para suas unidades de acordo com os recursos que dispõe, participando também do planejamento estratégico corporativo. Por este motivo, os usuários finais precisam ter uma noção clara do processo de planejamento (FOINA, 2013). Lederer e Sethi (1992) identificaram um dos principais conceitos que envolvem o planejamento de sistemas de informação, definindo o processo básico para mapear os aplicativos tecnológicos que auxiliarão a organização na execução do planejamento dos negócios e no alcance dos objetivos. Esse processo é conhecido como Strategic Information System Planning (SISP), em português, Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação. O SISP também auxilia no levantamento de bases de dados e aplicativos para melhor atender às necessidades específicas. Além disso, planejar estrategicamente os sistemas de informação ajuda a organização a entender qual o impacto dos sistemas na estratégia de negócios (LEDERER; SETHI, 1992). Para tanto, a tecnologia da informação apresenta três funções distintas dentro do processo de planejamento (TURBAN, 2013), sendo elas: a) Poder ser percebida como um elemento reativo, que auxilia no reposicionamento em situações não previstas e que geram impacto ou riscos. b) Poder ser entendida como uma alavanca para tornar a organização mais proativa. c) Poder ser considerada um auxílio importante na definição das estratégias organizacionais. No entanto, de que forma realmente podemos perceber que a TI está alinhada às estratégias organizacionais? Percebemos isso sempre que ela automatiza de forma eficiente os processos, buscando apoio e induzindo decisões UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 84 para que todos sejam mais proativos, ou simplesmente percebida como um elemento integrante das estratégias que segue alterando e também sendo alteradapelo ambiente de negócios, pelos fatores internos e externos à organização. O alinhamento estratégico é considerado, atualmente, um conceito primordial para os gestores, pois considera aplicar corretamente a TI, envolvendo pessoas e sistemas na busca constante do alcance dos objetivos traçados no planejamento estratégico da organização. Nesse sentido, temos uma via dupla: a TI se alinha ao negócio e o negócio se alinha à TI (ALBERTIN, 2006). Embora se admita a importância do alinhamento estratégico da TI, o interesse real por essa questão ainda não é considerado adequado. É uma atividade difícil diretamente relacionada à complexidade dos negócios (TURBAN, 2013). O planejamento de TI é o planejamento organizado da infraestrutura de TI e dos portfólios das aplicações feitas em vários níveis da organização. Isso, por sua vez, determina quais aplicações os usuários finais podem instalar. Assim, o futuro de cada unidade na organização poderia ser tocado pela infraestrutura de TI. É importante ter em mente que o planejamento é uma atividade continuada e permanente, a qual cria um processo sistemático para a tomada de decisão e de auxílio na resposta das seguintes questões: a) O que fazer? b) Para que fazer? c) Como e quando? d) Onde fazer? e) Com quais recursos deve ser feito? Todo planejamento envolve ações políticas e ações técnicas. A figura a seguir mostra o relacionamento entre as estratégias de negócio, de Sistemas de Informação e a Tecnologia da Informação. TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 85 FIGURA 2 – RELACIONAMENTO ENTRE AS ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIO, TI E SI FONTE: Turban (2013, p. 12) Como ocorre, de fato, o planejamento da TI? Como dito, é a partir de ciclos trimestrais ou semestrais. Em cada ciclo são identificadas as necessidades para, em seguida, realizar a análise de custo/benefício para alocação dos recursos necessários para cada projeto elencado. Em síntese, os projetos aprovados são mapeados para uma agenda de desenvolvimento, normalmente incluindo um intervalo de tempo entre um e três anos. Essa agenda se torna a base para determinar os requisitos dos recursos de TI, como hardware de longo prazo, software, pessoas, instalações e requisitos financeiros. Ademais, a agenda de desenvolvimento de projetos pode ser estendida. Esse prazo de desenvolvimento varia de acordo com as características e necessidades da organização (CORREIA NETO; LEITE, 2014). Segundo Correia Neto e Leite (2014), existem planos de médio prazo. Neste tipo de planejamento são identificados os principais projetos de TI que foram aprovados e estão em conformidade com o plano de longo prazo. Nesta situação UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 86 entram projetos que podem durar mais de um ano, ou que começam em um ano e terminam no ano subsequente. Os planos de curto prazo envolvem projetos menores e que são mais afetados pelas constantes mudanças tecnológicas. As prioridades de um projeto podem ser determinadas pelo diretor de TI, pelo seu superior, pela política da empresa ou por definições mais específicas, por meio das filas: primeira necessidade ou projeto a entrar terá prioridade no atendimento (CORREIA NETO; LEITE, 2014). No planejamento da TI está incluso o planejamento dos Sistemas de Informação. ATENCAO 3 METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO DA INFORMAÇÃO A importância de planejar os sistemas de informação encontra notável justificativa no fato de que qualquer alteração nesses sistemas informacionais pode afetar diretamente a evolução dos processos de negócios. Nesse sentido, é possível fazer uso de várias metodologias que facilitam o planejamento da TI e de seus respectivos sistemas. Tais metodologias são utilizadas para auxiliar as organizações e para alinhar as estratégias de TI/SI do negócio com as estratégias organizacionais, além de identificar oportunidades para utilizar a TI como vantagem competitiva e de análise dos processos internos. A maioria dessas metodologias começa com alguma investigação da estratégia que verifica o setor, a competição e a competitividade, bem como as relacionam à tecnologia (TURBAN, 2013). As metodologias de planejamento da Informação consistem na especificação de um novo sistema, que é melhorado a partir de um sistema já existente. Isso inclui os processos, as funções que o sistema executa e os dados armazenados. 3.1 BUSINESS SYSTEMS PLANNING (BSP) DA IBM Business Systems Planning (BSP) significa Planejamento de Sistemas Empresariais. Trata de uma metodologia desenvolvida na década de 1970, pela International Business Machines (IBM), que explora o planejamento de sistemas de informação e as relações deles com os negócios, a fim de que os sistemas de informação possam dar suporte às necessidades organizacionais. TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 87 A pesquisa desenvolvida por Soares et al. (2008) destaca o uso de Business Systems Planning (BSP por permitir uma ênfase nos processos de negócio, além de identificar a visão estratégica da organização. ATENCAO Para Albertin (2006), os objetivos dessa tecnologia consistem: a) Na definição das prioridades organizacionais. b) Em definir melhor os investimentos de TI a partir de investimentos nos sistemas de vida longa. c) Em gerenciar continuamente os recursos de TI. d) Em melhorar o relacionamento entre o setor de TI com a equipe técnica e os usuários dos sistemas de informação. e) Em tratar os dados e as informações como ativos importantes que devem ser planejados e gerenciados. Perceba que o BSP é uma metodologia que propõe estudar o relacionamento da organização com os negócios para, em seguida, definir a melhor arquitetura de informações. A definição dessa arquitetura é dividida em duas etapas (TURBAN, 2013). A etapa 1 envolve o alto escalão organizacional para determinar questões estratégicas e o cenário atual dos sistemas de informações. Os objetivos, aqui, consistem em identificar os pontos fortes e fracos, as vulnerabilidades dos sistemas em uso, além de identificar a necessidade de melhorias ou a aquisição de novas tecnologias. Resumidamente, pode-se dizer que é preciso entender o negócio e avaliar até que ponto os sistemas existentes dão suporte para o desenvolvimento e a competitividade. Por sua vez, a etapa 2 diz respeito ao aprofundamento o levantamento feito na etapa 1 (TURBAN, 2013). Com o trabalho em conjunto, as duas etapas criam uma forma estruturada para que as pessoas conheçam todos os aspectos organizacionais, tendo uma visão do todo. ATENCAO UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 88 Um dos pontos positivos do BSP é que com ele se torna possível planejar melhorias em sistemas existentes, bem como a aquisição de novos aplicativos. São dois os níveis nos quais o BSP pode ser implantado para facilitar o alcance dos objetivos: hierárquico e funcional (TURBAN, 2013). Para os gestores Deve proporcionar uma forma de avaliar a criticidade dos sistemas de informações já existentes na organização. Proporcionar o investimento em sistemas de informações e recursos computacionais, e ainda determinar as necessidades futuras de recursos computacionais, de acordo com os negócios da organização. Para a Administração Funcional e Operacional Proporcionar a solução de problemas relacionados ao controle gerencial e operacional. Possibilitar a consistência e o compartilhamento dos dados. Assegurar que os sistemas de informações serão orientados pelas necessidades da administração e dos usuários. Para a TI Criar um canal de comunicação com a alta administração. Determinar uma escala de prioridades. Criar um planejamento de médio a longo prazo para as atividades de informática na organização. Segundo Souza Filho (2001), o BSPtem como finalidade determinar atividades e tarefas a serem executadas em um Plano Diretor de Informática Empresarial. O BSP foi um dos primeiros métodos utilizados para o planejamento de desenvolvimento de SI em organizações, e serviu como base para os outros métodos de planejamento de SI que surgiram nos últimos anos. FONTE: COSTA, Wladimir da. Metodologias de planejamento de tecnologia da informação: estudo e aplicação em um ambiente. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) – Faculdade de Ciências Exatas e da Natureza, Universidade Metodista de Piracicaba. São Paulo, 2005. Disponível em: <https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/GOXLSQEJRWFO.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2018. UNI 3.2 STRATEGIC SYSTEMS PLANNING (SSP) O Planejamento Estratégico de Sistemas (SSP) é uma metodologia que propõe um modelo funcional de negócios, ele é elaborado através da análise das funções de cada área da organização. As áreas mapeiam a necessidade de informação organizacional para montar a arquitetura dos dados (ALBERTIN, 2006). A condição essencial para que se empreenda o planejamento estratégico de um sistema de informação é que exista, de maneira inequívoca, o reconhecimento de sua utilidade pelos escalões gerenciais superiores e vontade político-administrativa no sentido de legitimar a sua implantação e operação. Sem isso, não obstante ser inquestionável a utilidade do planejamento, ele não terá efetividade ou viabilidade de implementação. TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 89 O segundo aspecto essencial é a clara definição dos usuários: quem são, onde se localizam e quais as suas necessidades, preferências e idiossincrasias. Um dos maiores problemas nesse sentido é que, de modo geral, os usuários dos sistemas de apoio a decisões não definem com clareza ou não são capazes de antecipar as suas necessidades – e, de fato, muitas delas não são antecipáveis –, delegando tal incumbência a seus assessores. Para minimizar essa tendência será indispensável que, após a determinação dos usuários, se realizem entrevistas entre os principais assessores, que se promova a análise de seus papéis, que se empreenda o acompanhamento das demandas derivadas de sua rotina de trabalho, e que se realizem simulações de atendimento dentro da dinâmica de operações normais de tais usuários. Confirmada a conveniência do sistema e reconhecidos os usuários e suas necessidades, o desenvolvimento do sistema de informação deve iniciar pela precisa definição dos seus objetivos – correlacionados aos da organização e às necessidades das gerências que dele se utilizarão – e das respectivas fontes de alimentação. Outro elemento essencial no planejamento desses sistemas são as fontes de informação. Com relação a estas, é indispensável que se evite o suprimento seletivo, ou seja, que a fonte só forneça informações que tenham conotação positiva em relação as suas ações ou operações. Consolidada a premissa de que informação é poder, quanto mais relevante e atualizada esta for, maior será a resistência dos supridores em torná-la disponível. Por outro lado, os dados e informações apenas têm relevância quando possuem sentido utilitário para que o usuário instrumentalize os seus processos decisórios, carecendo de utilidade prática às informações defasadas, de domínio público ou de limitada expressividade. FONTE: SANCHES, Osvaldo Maldonado. Planejamento estratégico de sistemas de informação gerencial. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/estudos/artigos/ antes-de-2005/Artigo240.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2018. 3.3 INFORMATION ENGINEERING – ENGENHARIA DA INFORMAÇÃO (IE) A Information Engineering propõe o uso de técnicas específicas para construir modelos organizacionais e modelos de processo por meio de bases de conhecimento de longo alcance, capazes de manter sistemas de informações focados na estratégia (ALBERTIN, 2006). Nesse sentido, as diferenças entre engenharia de software e engenharia da informação são descritas a seguir. UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 90 a) A engenharia de software aplica técnicas estruturadas a um projeto. b) A engenharia da informação aplica técnicas estruturadas à empresa como um todo, ou a um de seus setores. c) As técnicas de engenharia da informação englobam as técnicas de engenharia de software de uma forma diferente (como uma organização é bastante complexa, o planejamento, análise, projeto e construção não podem ser efetuados sobre a empresa como um todo sem o uso de ferramentas automatizadas). Albertin (2006) aponta outra definição para engenharia da informação (EI), fazendo referência a técnicas automatizadas elas podem ser vistas como: • Um conjunto interligado de técnicas automatizadas no qual são construídos modelos da organização, modelos de dados e modelos de processos em uma abrangente base de conhecimentos, a fim de serem usados para criarem e manterem sistemas de processamento de dados. • Um conjunto de disciplinas automatizadas em nível de organização, cuja finalidade é fornecer as informações certas às pessoas certas e na hora certa. A EI não é uma metodologia rígida como a engenharia de software, porém tem que ser formal, computadorizada e aceita em todo o segmento da organização que utiliza a EI. Características da EI: a) A EI emprega técnicas estruturadas em nível de organização e não em nível de projeto. b) A EI se processa na direção top-down, através das seguintes etapas. c) Planejamento dos sistemas estratégicos da organização. d) Planejamento das informações da organização. e) Análise da área de negócios. f) Projeto de sistemas. g) Construção. h) Corte. À medida que se passa por essas etapas, a EI cria um repositório (Enciclopédia) de conhecimentos sobre a organização, os seus modelos de dados, os modelos de processos e os projetos de sistemas. o A EI cria uma estrutura para o desenvolvimento de uma organização computadorizada. o Os sistemas confeccionados separadamente se encaixam numa estrutura. o Dentro da estrutura pode-se construir e modificar sistemas rapidamente, através de ferramentas automatizadas. o A EI facilita ao máximo o uso de projetos e programas reaproveitáveis. o A EI conta com a participação ativa dos usuários finais em cada uma das suas etapas. o A EI facilita a evolução dos sistemas a longo prazo. TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 91 o A EI identifica como a informática pode alcançar da melhor forma possível os objetivos estratégicos da empresa. FONTE: Disponível em: <http://www.ifba.edu.br/professores/pablovf/repositorio/siEinf1.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2018. 3.4 CRITICAL SUCCESS FACTORS – FATOR CRÍTICO DE SUCESSO (CSF) O Critical Success Factors (CSF) é uma metodologia de planejamento que busca identificar as necessidades do alto escalão da empresa em relação aos sistemas de informação, priorizando os fatores críticos de sucesso. Nesse sentido, a alta administração repassa suas necessidades individuais para que sejam identificadas aplicações de TI que deem suporte a elas. 3.5 MODELO ECLÉTICO DE SULLIVAN O modelo eclético de Sullivan estabelece uma matriz de fatores organizacionais, sistêmicos e tecnológicos da organização. O modelo em questão não prevê uma metodologia de planejamento pronto que atenda às características da empresa, mas, sim, o desenvolvimento de uma metodologia adequada para satisfazer as necessidades específicas. O modelo eclético de Sullivan não focaliza sua atenção no desenvolvimento e programação de software, mas no planejamento estratégico da empresa. Não segue os processos mecânicos de planejamento de eras anteriores, mas procura desenvolver uma metodologia com características que suportam as necessidades e as exigências deinformação. No modelo eclético de Sullivan ocorre a transformação da atividade de desenvolvimento de aplicações, antes focalizada na mecanização das atividades e funções empresariais, agora orientada ao produto da empresa. Tal fato é óbvio nas empresas de serviços financeiros e indústrias de informação, menos frequente nas indústrias de manufatura. Tais empresas estão acrescentando valor ao produto, usando convenientemente os sistemas de informação. Outra mudança ocorre com os métodos de administração, em que os executivos de sistemas se tornaram menos controladores, desenvolvendo uma postura voltada à mudança. FONTE: SANTOS, Gilson Staianov; CONTADOR, José Celso. Planejamento de sistemas de informação: avaliação do estudo de Sullivan. Gest. Prod. v. 9, n.3, p.261-275, São Carlos, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2002 000300005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 28 jun. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0104- 530X2002000300005. UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 92 3.6 BALANCED SCORECARD – INDICADORES DE EQUILÍBRIO (BSC) O conceito de Balance ScoreCard (BSC) foi criado por Kaplan e Norton em 1992, consistindo em um sistema de gestão que usa indicadores para avaliar o desempenho (BARBIERI, 2014). O BSC utiliza a missão e a estratégia organizacionais em forma de objetivos e medidas divididos em quatro perspectivas: financeira; clientes; processos internos; aprendizado e crescimento (BARBIERI, 2014). É considerado um valioso instrumento para a gestão de estratégias para longo prazo. Os sistemas de informação estão inseridos nesse contexto, pois estão acoplados a um planejamento maior, que é o planejamento estratégico da TI (ALBERTIN, 2006). “A estrutura do BSC apresenta alguns componentes fundamentais para a sua elaboração: o mapa estratégico, que descreve a estratégia através dos objetivos relacionados entre si e distribuídos entre as quatro perspectivas; o objetivo estratégico, que define aquilo que a organização quer alcançar; o Indicador, que tem a função de medir e acompanhar o sucesso da estratégia organizacional; as Metas, que se referem ao nível de desempenho ou a taxa de melhorias que tem que ser realizadas para que os objetivos sejam alcançados; e o Plano de Ação que relata as ações práticas necessárias para que se alcancem os objetivos estratégicos organizacionais.” Para desenvolver uma avaliação de desempenho utilizando o BSC, primeiramente é preciso compreender que esta ferramenta faz parte de um processo contínuo dentro do planejamento estratégico da organização e a sua elaboração tem que seguir uma linha de raciocínio lógico para que o resultado possa ser um BSC bem estruturado e condizente com a realidade da organização. O processo de elaboração do BSC está dicidido em 4 etapas principais: 1 – Planejamento Estratégico: a empresa define os aspectos que irão direcionar a segunda etapa, as estratégias. Durante o processo de planejamento estratégico a empresa determina qual é o seu negócio; em seguida a missão, para quê ela existe?; depois define quais princípios e valores são importantes; e por último cria a visão de valor, aonde que chegar? 2 – Gestão Estratégica: definido os aspectos de planejamento, a organização inicia o processo de elaboração das estratégias, primeiramente determina quais as políticas estratégicas a se adotar, qual será o foco a ser seguido; em seguida realiza a análise SWOT, verificando no ambiente interno quais os pontos fortes e fracos, e no ambiente externo quais as oportunidades e as ameaças existentes; após essa análise detalhada, segue a terceira parte que é a proposição dos fatores críticos de sucesso para o negócio, o que exige uma atenção maior pela empresa, pois constituem os pontos-chave para o sucesso. TÓPICO 1 | A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 93 3 – BSC: a partir do planejamento e da Gestão Estratégica, o BSC auxilia na identificação e tradução dos objetivos estratégicos e indicadores da organização como um todo. Na criação do mapa estratégico ele define como transformar a estratégia em objetivos dentro das quatro perspectivas, e em seguida auxilia na elaboração do painel de controle em que os indicadores, responsáveis por medir o desempenho, são definidos e alinhados com os objetivos estratégicos em todas as perspectivas. 4 – Operação: na quarta e última etapa são definidas as formas como os objetivos serão atingidos, definidas as metas, as iniciativas e as ações; quando se realiza um estudo aprofundado sobre a ferramenta do BSC, é possível entender o motivo de tantas empresas o adotarem como método de avaliação de desempenho. Fonte: Disponível em: <http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso/anais/4CCF/20101220082235.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2018. 4 GOVERNANÇA, COBIT E ITIL COBIT e ITIL são ferramentas para planejar a informação, os sistemas e a tecnologia da informação de modo geral. Por causa da grande importância para o planejamento da tecnologia da informação, estudamos as duas propostas na Unidade 1. Revisaremos, aqui, os princípios básicos, pois como vimos, tal conteúdo fora abordado no Livro de Estudos de Governança de TI. Vejamos os principais conceitos. GOVERNANÇA DE TI é o framework que garante o suporte da infraestrutura de sua organização, facilitando a realização das estratégias e objetivos corporativos (FERNANDES; ABREU, 2014). ITIL e COBIT são dois conceitos fortemente acoplados ao conceito de Governança de TI. Existem diferenças entre as metodologias, porém, podemos considerar que apesar das diferenças são conceitos complementares um ao outro (FERNANDES; ABREU, 2014). Relembrando que: • COBIT – concentra-se na definição, implementação, fiscalização, medição e melhoria dos controles para processos específicos, abarcando todo o ciclo de vida da TI. É considerado no mercado o melhor modelo para a governança de TI. • ITIL – fornece as definições de melhores práticas e os critérios para operações de gestão, concentra-se principalmente na definição do funcional, dos atributos operacionais e organizacionais para as operações de gestão, tais como service support e service delivery. UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 94 Se você tiver oportunidade e tempo, faça uma certificação COBIT e ITIL. Será um diferencial valioso para o seu currículo profissional. ATENCAO 95 RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico, você aprendeu que: • Existe diferença entre planejamento de tecnologia da informação (TI), planejamento de sistemas de informação (SI) e planejamento da informação. • Um SI é um sistema cujo elemento principal é a informação. Seu objetivo é armazenar, tratar e fornecer informações de modo a apoiar as funções ou os processos de uma organização. • O SI é composto por um subsistema social e um subsistema automatizado. O primeiro inclui as pessoas, processos, informações e documentos. O segundo consiste dos meios automatizados, máquinas, computadores e redes de comunicação que interligam os elementos do subsistema social. • Uma organização é formada por um conjunto de pessoas e todos os recursos envolvidos para o alcance dos objetivos. • Planejar a informação, os sistemas e a tecnologia da informação, de modo geral, é fator de grande relevância na gestão organizacional. Podemos entender o planejamento como um conjunto de ações que, fazendo uso da análise de um cenário atual, faz a projeção do cenário desejado e considerado ideal. • Um conceito importante relacionado ao planejamento da área é o Strategic Information Systems Planning (SISP), considerado o processo utilizado para identificar o conjunto de aplicações baseadas em sistemas de informação que apoiarão a organização na execução de seus planejamentos de negócios e na realização deseus objetivos. • O planejamento dos sistemas de informação define os objetivos da utilização dos aplicativos computacionais. Também identifica as áreas cujas necessidades demandam a implementação de novas tecnologias para dar suporte às aplicações. • O planejamento estratégico de SI é a etapa inicial em que se estabelecem os propósitos básicos para que possamos implantar sistemas computadorizados estáveis e de apoio à tomada de decisões. • O planejamento estratégico de SI é o recurso usado para ajudar o tomador de decisão da organização na identificação das oportunidades de SI para apoiar os negócios empresariais, no desenvolvimento de arquiteturas de informação baseadas nas necessidades dos usuários, e no desenvolvimento de planos de ação dos SI a longo prazo. 96 • O planejamento estratégico de SI deve analisar as funções e os dados necessários para suportar o negócio, os objetivos, os fatores críticos de sucesso e as necessidades de informação da alta administração da empresa. Da mesma forma, deve retratar como a tecnologia pode ser utilizada para criar novas oportunidades ou vantagens competitivas. • Um planejamento estratégico de SI deve, inicialmente, definir o negócio antes do desenvolvimento e implantação de sistemas, considerando os fatores críticos de sucesso do negócio. Simultaneamente, o planejamento cria oportunidades de identificar funções e armazenamentos duplicados, apontar problemas e oportunidades, além de fornecer uma base para o desenvolvimento de estratégias de hardware, software, recursos humanos e rede de comunicação de dados. 97 AUTOATIVIDADE 1 O campo de sistemas de informação junta diversas tecnologias complexas, importâncias comportamentais abstratas e atenções especializadas em inúmeras áreas organizacionais e não organizacionais. Assim, os componentes do sistema são elementos ativos para seu funcionamento, porém, o sistema não funciona se não houver um sincronismo entre os subsistemas, eles precisam trabalhar alinhados. Sobre os componentes de um sistema de informação, analise as opções a seguir: I – Usuários, especialistas, programadores, clientes. II – Vantagem competitiva, segurança, controle. III – Dados, informações. IV – Hardware, periféricos. V – Softwares, aplicativos. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I, II e V estão corretas. b) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas. c) ( ) As sentenças I, III, IV e V estão corretas. d) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas. 2 O projeto estratégico é o procedimento administrativo que acomoda uma sustentação mercadológica para estabelecer a melhor direção adotada pela empresa, buscando melhor grau de interação com os fatores externos, não controláveis, e agindo de forma inovadora e distinta. As decisões estratégicas caracterizam-se pelo alto grau de dúvida, principalmente quando trata de situações competitivas, normalmente encargo dos níveis mais altos da organização. Sobre o nível de decisão estratégica, analise as sentenças a seguir: I – Decisões dependem, em grande parte, de habilidades e de processos sistemáticos, de análise e resolução de problemas. São projetadas a longo prazo. II – Decisões que consideram a interação entre as informações externas e internas da empresa analisam os fatores e os subfatores externos, como a concorrência, a missão e os objetivos estratégicos e políticos da empresa. III – Decisão tomada unicamente sobre assuntos comuns, por exemplo: problemas os quais a organização tem familiaridade ou experiência, ou seja, apresentam-se de forma igual a cada ocorrência. IV – Decisões sobre investimentos e procura de fontes de financiamentos. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e III estão corretas. b) ( ) As sentenças, II, III e IV estão corretas. c) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas. d) ( ) As sentenças II e IV estão corretas. 98 3 Planejamento é a metodologia administrativa que permite diagnosticar e analisar situações atuais, estabelecer resultados – objetivos e metas – a serem alcançados pelas organizações e delinear ações – estratégicas – para alcançar os resultados, bem como estabelecer leis e normas – políticas – que servem de sustentação a esse procedimento administrativo em uma organização. No que diz respeito ao Planejamento, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Operacional é realizado pelos executivos, geralmente tem um médio alcance de tempo e salienta indicadores de problemas, também provê acesso de dados históricos e recentes. b) ( ) Estratégico é realizado nas funções mais elevadas da empresa, tem um maior alcance de tempo e as decisões envolvidas englobam a organização como um todo. c) ( ) Operacional é o menos genérico e mais delineado, tem um prazo longo de tempo e aborda cada unidade de operação da empresa ou cada conjunto de recursos separadamente, como os fatores críticos de sucesso através de indicadores como hipertextos e hipermídia. d) ( ) Tático normalmente demanda curto alcance de tempo, ou seja, produz informação correta e extensivo uso de dados externos. Produz informações em vários níveis de detalhamento drill down. 99 TÓPICO 2 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO As mudanças sofridas no ambiente de negócios podem ser analisadas sob algumas perspectivas: novos cenários econômicos estão alterando a forma de se buscar e, posteriormente, usar as informações; mudanças exigem que as organizações reestruturem suas práticas na solução de problemas. Por causa disso, as informações têm um papel importante, auxiliando no entendimento daquilo que está mudando, além de facilitar a tomada de decisões e favorecer um reposicionamento mais rápido em cenários cada vez mais competitivos (FERNANDES; ABREU, 2014). É importante, portanto, que se estabeleça uma arquitetura de gestão da informação à altura dos desafios apontados pelas distintas perspectivas. Este é o alicerce da gestão da tecnologia da informação, cuja intenção é dar consistência ao alcance dos objetivos, mitigando os custos e tirando o maior proveito das informações disponíveis. Nesse sentido, pode-se dizer que é um desafio reduzir a resistência às mudanças, principalmente as de cunho tecnológico, em função dos vícios dos usuários das informações, envolvendo os aspectos organizacionais, tecnológicos e humanos. Para tanto, Davenport e Prusak (2002, p. 109) apontam que é necessário entender como as pessoas usam a informação: Em diversos setores, gerentes de todos os níveis descobriram, pesarosos, que a dimensão comportamental e cultural da mudança com frequência é a mais difícil de obter. Empresas que procuram aperfeiçoar a qualidade, redefinir processos ou aumentar a satisfação do cliente percebem que as coisas aparentemente mais fáceis são, na verdade, as mais difíceis, e o planejamento de novos processos de trabalho, novas estruturas organizacionais, novas estratégias, parece brincadeira de criança quando comparado às alterações diárias de comportamento e atitudes. O comportamento humano é complexo, e por este motivo torna-se mais complicado de controlar, mudar ou gerenciar. As pessoas têm necessidades diferentes em relação à informação: diferenciam-se na forma como a buscam, usam e compartilham, e também ao valor que atribuem a este valioso recurso. Podendo-se destacar os aspectos que envolvem os requisitos para garantir a segurança da informação (FERNANDES; ABREU, 2014). UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 100 A segurança da informação depende diretamente do tipo de acesso, e por este motivo envolve quase que exclusivamente os usuários dela. Tendo como alicerce esse pressuposto, torna-se indispensável a construção deaplicações que agem de forma integrada na gestão da TI e dos negócios. Esse fato implica na importância do estudo da arquitetura da informação e do seu impacto no âmbito organizacional, envolvendo todos os recursos para o planejamento das estratégias propostas pela Administração (ALBERTIN, 2006). Por serem considerados assuntos relevantes na Gestão da TI, neste tópico, focaremos nossos esforços no aprendizado na gestão da Arquitetura da Informação, nas aplicações de TI para a integração da gestão da organização e nas ferramentas de TI para organizações digitais. 2 GESTÃO DA ARQUITETURA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO O referencial teórico para o estudo deste tema é vasto, inúmeras são as publicações que têm como foco a TI e sua ligação com todos os tipos de Sistemas de Informação. Cada tipo de Sistema tem seu objetivo principal, auxiliando na gestão da TI e em todos os setores organizacionais. Rezende (2006, p. 62) defende que o entrelaçamento dos SI com a TI gera: “[...] um grupo de telas e relatórios, habitualmente gerados na unidade de Tecnologia da Informação, que possui a maioria dos recursos de processamento de dados e gerencia a tecnologia da informação da empresa e seus recursos, gerando informações profícuas e oportunas aos clientes e/ou usuários” (ALBERTIN, 2016, p. 35). Não é difícil perceber que a gestão da tecnologia da informação gera estratégicas para haver controle próprio e gestão de negócios. Os requisitos de transparência, amplamente divulgados pelas práticas de governança, também são características que viabilizam a eficiência e a eficácia dos processos de gestão: tanto tecnológicos, quanto de negócios. As práticas da governança de tecnologia, que se destacam pelas metodologias ITIL e COBIT (estudados no Tópico 1 e no Livro de Governança de TI) reproduzem as práticas da governança corporativa, pois a base é organizar e otimizar as práticas organizacionais (FERNANDES; ABREU, 2014). TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS 101 A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) define que governança corporativa envolve conceber estrutura compatível com os objetivos institucionais vigentes e, para além, estruturar também os dispositivos de monitoramento de progresso dessas metas estatuídas. Para Sousa Neto (2009), a estratégia define o modelo de governança a ser utilizado que, por sua vez, define o modelo de governança de TI, mas prioriza fundamentalmente o aspecto do alinhamento entre negócio e a TI. Tal posicionamento é corroborado por Rau (2004) quando defende que é a excelência do “design” da governança da empresa que gera o êxito de sua governança de TI, adicionalmente referindo-se à necessidade de aliança com parceiros envolvidos para assegurar tal êxito. Há, ainda, uma vertente de governança de TI que considera aspectos de centralização e descentralização do sistema de tomada de decisões na área. Esse modelo é referido por Lucas Júnior (2006, p. 44): Monarquia do Negócio: abordagem mais centralizada em que os executivos seniores tomam as decisões de TI. Monarquia de TI: as decisões são tomadas pelos executivos de TI. Federalismo: executivos de diversos níveis e parte da organização colaboram com o departamento de TI. Dualidade: decisões compartilhadas entre TI e as áreas de negócios. Feudalismo: decisões separadas das unidades de negócio ou líderes de processos com base em suas necessidades. Anarquia: cada usuário, ou pequenos grupos, definem sua própria agenda de TI. UNI Todos os modelos citados anteriormente são importantes, pois favorecem o entendimento sobre como a TI é gerida. No entanto, em todos eles, é apropriado ter em mente que a validação depende do perfil profissional das pessoas envolvidas nos serviços da TI, na segurança dos sistemas em função do modelo adotado e, por fim, na arquitetura de TI que precisa ser planejada e gerenciada. Cada modelo percebe de forma distinta essas situações (FERNANDES; ABREU, 2014). 2.1 APLICAÇÕES DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO PARA INTEGRAÇÃO DA GESTÃO EMPRESARIAL Podemos entender que o grande desafio dos gestores de organizações, sejam elas privadas ou públicas, é obter informações claras, objetivas e em um curto intervalo de tempo para viabilizar uma tomada de decisão mais assertiva, eficiente e segura. A democratização da internet possibilitou a criação de uma infinidade de soluções que permitem às organizações maior organização e otimização nas atividades e processos executados. Com maior controle, obviamente se alcança um favorável indicador de qualidade, lucros e posicionamento de mercado (COLANGELO FILHO, 2001). UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 102 Podemos entender que para se manter competitiva, as organizações precisam gerenciar adequadamente todos os seus recursos, informações e procedimentos. Para dar suporte a todos os controles, essas organizações adotam os tão famosos Sistemas de Gestão Integrados (SIGE) ou ERPs. Um SIGE pode ser entendido como um Sistema Integrado de Gestão Empresarial, mais conhecido atualmente como ERP: Sistema de Planejamento de Recursos Corporativos. UNI FIGURA 3 – MÓDULOS DE UM SIGE OU ERP FONTE: Disponível em: <http://egta.eu/en/smart-it-cluster-intelligent-solutions-mobility-and- energy>. Acesso em: 29 jun. 2018. GESTÃO DE QUALIDADE: a gestão mais ampla do sistema está pulverizada nas diversas gestões, exigindo que os principais processos sejam alvo de rígidos controles. Atendendo às normas Good Manufacturing Practices – GMP, possuem um amplo cadastro de laudos, parametrizáveis conforme a complexidade das análises. Essas e os apontamentos de resultados são efetuados em vários pontos do processo: entrada e saída de materiais, início, meio e fim do processo produtivo até a saída para o cliente, tudo apontado e etiquetado a cada fase. GESTÃO DE CONTRATOS: a Gestão de Contrato tem o propósito de estruturar a redação dos contratos com fornecedores, clientes, bancos e outras entidades. Organizado em níveis de objeto do contrato, cláusula, garantias e Gestão de Contratos Gestão de Compras Gestão de Vendas Gestão de Processos Gestão de Engenharia Gestão de Materiais Gestão de Qualidades Gestão de Custos Gestão de Controle Gestão de Pessoal Gestão de Administração Gestão de Finanças Gestão Operacional Gestão Contábil Gestão Fiscal TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS 103 relacionamento entre contratos permitem o Follow-up dos mesmos, avisando sobre os eventos e as ações a tomar. Todo o módulo é controlado por senhas, dentro do conceito de Responsáveis e Executores, a quem é permitida a liberação de eventos. Integrável à maioria dos módulos do sistema, a liberação de eventos pode gerar ordens de produção, solicitações de compra, faturamento, liberação de pagamento, cobrança e outros. GESTÃO DE MATERIAIS: é uma das gestões que mais integra módulos no sistema. Abrange todo o Controle de Estoque, em níveis diversos de local, sublocal, lote e data de entrada além de campos parametrizáveis, o que permite melhor adaptação do sistema a qualquer tipo de negócio. Dessa forma, se mantém pleno controle sobre as Ordens de produção e compras, assim como sobre as necessidades geradas pelos processos de planejamento e/ou carteira de pedidos. GESTÃO DE COMPRAS: concentra informações básicas e específicas sobre todos os fornecedores da empresa, inclusive com funcionalidade exclusiva de avaliação de fornecimento baseado em níveis de pontuação. Todas as compras do sistema estão concentradas nesta gestão, inclusive no mercado internacional, devido à existência das tabelas de moedas. A tabela de Material xFornecedor permite que informações específicas de compra para determinado fornecedor sejam facilmente respeitadas. A variedade da consulta da carteira de pedidos em tela quase elimina a necessidade de relatórios impressos. Ainda assim, o sistema oferece muitas opções de relatórios gerenciais e operacionais. GESTÃO DE ENGENHARIA: nesta gestão estão armazenadas todas as informações sobre os diversos tipos de itens controlados pela empresa, desde sua forma básica até as modelagens específicas de relacionamento com outras gestões do sistema. As Estruturas de Produtos e informações sobre os centros produtivos e Roteiro de Fabricação estão detalhadas em módulos independentes, de forma sintética e analítica, possibilitando aos profissionais de engenharia melhor visualização, controle e manutenção das informações. GESTÃO FISCAL: É a gestão mais abrangente e complexa do sistema, também a mais integradora e parametrizável, o que permite que todas as situações de entrada e saída de notas fiscais sejam contempladas no sistema. Os módulos de Faturamento e Recebimento de notas são integrados com os demais módulos do sistema, o que significa que a nota é digitada uma única vez e integrada aos Livros Fiscais, que disponibiliza todos os livros de operações exigidos legalmente, com a contabilidade, financeiro e ativo. GESTÃO DE PESSOAL: a Gestão de Pessoal atende a todas as exigências legais atuais. Possibilita perfeita integração a todos os relógios de ponto do mercado, bem como seus softwares de tratamento. Seu processo de atualização é constante, visando acompanhar às necessidades. Dentre todas as rotinas e processamentos normais, podemos destacar: tratamento de autônomos, transferência de funcionários entre empresas do mesmo grupo e tratamento de dois ou mais vínculos para um mesmo funcionário. Emite inúmeros relatórios gerenciais, entre eles o relatório de Seguro Desemprego. GESTÃO ADMINISTRATIVA: esta gestão compreende a Contabilidade Geral, com funcionalidades facilitadoras para o controle gerencial da empresa, além de todos os relatórios exigidos por lei, apresentados de forma sintética UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 104 e analítica. Integrada ao módulo de Planejamento e Controle Orçamentário (PCO), permite comparar o orçamento planejado no período com o efetivamente realizado, possibilitando ao gestor aplicar medidas corretivas a tempo. Nesta gestão também está todo o controle do Ativo Imobilizado da empresa, com controle de correção, depreciação e impostos. GESTÃO DE CUSTOS: esta gestão está dividida entre dois módulos que abrangem todas as informações sobre os custos da empresa. No primeiro, o Mark-up, é possível calcular o custo padrão de produtos acabados, semiacabados ou semielaborados, permitindo a visualização direta e acumulada de cada um e comparando-os ao custo corrente. São possíveis também diversos tipos de Mark-up para cálculo de preço de venda e funções exclusivas de simulação. No segundo, a Contabilidade de Custos, estão valorização dos estoques e dos processos, com relatórios legais e gerenciais que permitem fácil controle do profissional de custos em suas análises. Em ambos os módulos é possível a visualização em moeda corrente e em moeda alternativa. GESTÃO FINANCEIRA: nesta gestão está todo o controle financeiro da empresa, contemplado pelos módulos de Contas a Pagar e Contas a Receber, com uma variedade de relatórios que amplia a visão do gestor financeiro para a tomada de decisões. Além disso, disponibiliza ferramentas de interface eletrônica com bancos, através dos módulos de Cobrança Escritural e Pagamento Escritural. Esses módulos atendem a todas as situações em qualquer banco e, por serem parametrizáveis, permitem alterações rápidas pelo próprio usuário. Integrando os módulos financeiros a vendas e compras, a gestão disponibiliza o Planejamento e Controle Financeiro (PCF), que demonstra em tela o fluxo de caixa analítico e sintético, permitindo, além das integrações, lançamentos livres, como previsões. GESTÃO DE PROCESSOS: a gestão de processos é responsável pela programação das ordens de produção, analisando os recursos disponíveis de hora homem e hora máquina, atualizando as capacidades de cada centro produtivo controlado, permitindo diversas visualizações e possibilitando reprogramação que atenda a exigências específicas para Custos. Todo Apontamento de mão de obra é realizado nesta gestão, também visando abranger todas as necessidades. Entra nesse apontamento o planejamento mestre de necessidades e recursos de produção. GESTÃO DE VENDAS: contém todos os dados de Clientes, inclusive análise de crédito com informações atualizadas a partir da Gestão Financeira, permitindo à área de vendas uma tomada de decisão rápida. O módulo de Pedidos de Vendas, por ser integrado com diversos outros módulos, traz muitas informações default, tornando ágil a digitação de pedidos. Para atingir uma agilidade ainda maior, pode estar integrado à captação de pedidos via web. Este módulo também disponibiliza listas de preços, margem de contribuição e metas de vendas, esta última parametrizada de acordo com as regras estabelecidas pela empresa. FONTE: Disponível em: <http://www.academia.edu/25853641/Sistema_Integrado_de_ Gest%C3%A3o_Empresarial>. Acesso em: 20 abr. 2018. TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS 105 A figura a seguir exibe exemplos de soluções integradas, usadas a partir do ERP adotado por uma organização. FIGURA 4 – APLICAÇÃO DE TI PARA INTEGRAÇÃO DA GESTÃO EMPRESARIAL FONTE: Disponível em: <http://facilfacil.com/novosite/consultoria-e-treinamento/>. Acesso em: 29 jun. 2018. O Sistema Integrado de Gestão Empresarial (SIGE) é adquirido na forma de um pacote de software comercial com a finalidade de dar suporte à maioria das operações gerenciais e operacionais de uma empresa. São geralmente divididos em módulos que se comunicam e atualizam uma mesma base central de dados, de modo que informações alimentadas em um módulo são instantaneamente disponibilizadas para os demais módulos que delas dependam (FERRO; NETO; WAQUED, 2010, p. 4). Colangelo Filho (2001), por sua vez, coloca que se deve ponderar a respeito de alguns fatores para uma implantação de sucesso de um ERP, ou seja, um SIGE: a) Comprometimento da alta direção com a implantação, que deve ser totalmente transparente. b) Intercomunicabilidade com o mundo exterior: a organização deve permitir que as pessoas envolvidas como colaboradoras do processo tenham acesso as suas políticas e métodos de trabalho. c) Gerenciamento das expectativas, para administrar eventuais atrasos naturais no processo de implantação. d) Não definição de data limite para a finalização do projeto. Normalmente, a implantação de um sistema é proporcional à capacidade de absorção de mudanças da organização, das pessoas e da tecnologia que está sendo utilizada. e) Não alteração do programa fonte. É recomendável documentar modificações UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 106 para serem processadas pelo profissional responsável, preservando na medida do possível o programa como foi concebido. É importante salientar que tanto o SIGE quanto os ERPs são bastante utilizados por organizações de grande porte, não sendo predominante em organizações de médio e pequeno porte, em função do alto custo de implantação. Os sistemas ERP podem ser considerados uma plataforma que engloba todos os departamentos organizacionais, possibilitando a automação e o armazenamento de todas as informações de negócios. Esses sistemas são adquiridos na forma de pacotes de software comercial para suportar a maioria das operações organizacionais. São geralmente divididos em módulosque se comunicam e atualizam uma mesma base central de dados, de modo que informações alimentadas em um módulo são instantaneamente disponibilizadas para os demais módulos que delas dependam (COLANGELO FILHO, 2001). Para você entender melhor, imagine uma empresa que possui vários aplicativos (contábil, Recursos Humanos (RH), Produção, financeiro, administrativo etc.). Ao invés de haver vários sistemas isolados para cada departamento, é mais fácil fazer com que os usuários tenham todas as informações disponíveis e integradas em um único ambiente (um único aplicativo, neste caso, o ERP). Com um único sistema integrando a todos os departamentos ou pelo menos integrando os setores mais importantes, a comunicação interna se torna mais fácil e as operações mais rápidas e seguras. Outro grande benefício para a organização que implanta um ERP é a redução do número de fornecedores de TI, ocasionando redução de custos, número de licenças, melhor suporte técnico, entre outros ganhos (ALBERTIN, 2006). 2.2 EFFICIENT CONSUMER RESPONSE (ECR) – RESPOSTA EFICIENTE AO CONSUMIDOR Podemos entender a ECR como uma estratégia cuja característica principal consiste no fato de que distribuidores e fornecedores trabalham em conjunto para proporcionar maior valor ao consumidor final. No conceito ECR, as informações geradas pelos hábitos de compras dos consumidores comandam a cadeia a fim de um resultado mais satisfatório para todos os componentes. A cadeia de distribuição moderna do segmento de produtos de consumo de massa é uma cadeia na movimentação do fluxo de mercadorias e eficiente na transmissão de informações entre os integrantes. O segmento de supermercados vem tradicionalmente operando com margens operacionais muito pequenas e tem estado sob intensa pressão de várias fontes. De um lado, consumidores esperam maior variedade, qualidade e atratividade em preços baixos. De outro lado, novos canais de distribuição de produtos alimentares e não alimentares, como lojas de conveniência, depósitos TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS 107 de descontos e outros tipos de varejos mistos têm aumentado as pressões competitivas, impactando dessa forma nas margens. Ao mesmo tempo, o custo de fazer negócios e gerir a empresa continua a crescer, apesar de várias iniciativas contrárias. Esta iniciativa que está transformando relações de negócio entre os integrantes dessa cadeia logística utiliza ferramentas e adota estratégias que permitem responder às necessidades crescentes e variadas dos consumidores, a saber: a) Existe uma forte inter-relação entre o ECR e o SCM (gestão da Cadeia de Suprimentos) A cadeia de distribuição do ECR tem a mesma base conceitual da cadeia de logística integrada, o Supply Chain. Envolve todos os integrantes por meio de processos interligados e compartilhados. b) O relacionamento da empresa com o cliente evoluiu de um modelo de parceria para um modelo simbiótico (associação de dois indivíduos de espécie diferente, com benefício mútuo). A gestão dessa cadeia, em sua totalidade, pode proporcionar uma série de maneiras pelas quais é possível aumentar a produtividade, em consequência contribuir significativamente para baixar custos. No primeiro plano estariam a redução de estoques, as compras mais vantajosas, a racionalização de transportes e a eliminação de desperdícios. O valor, por outro lado, pode ser criado mediante prazos confiáveis, atendimento nos casos de emergências, facilidade de colocação de pedidos, serviços pós-venda e desenvolvimento mais rápido de produtos. FONTE: FILHO, Bozzi, Moacir; LIVA, Patrícia Beaumord Gomes. Supply Management I. Techoje. ITEC: Instituto de Educação Tecnológica. São Paulo. Disponível em: <http://www.techoje.com. br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/304>. Acesso em: 29 jun. 2018. 2.3 DATA MINING Data Mining é uma expressão inglesa que surgiu em 1990, em comunidades de bases de dados. Pode ser considerada uma funcionalidade que agrupa e organiza dados, buscando encontrar padrões, anomalias, associações e mudanças significativas (CAIÇARA JUNIOR, 2009). UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 108 O Data Mining consiste em um processo analítico projetado para explorar grandes quantidades de dados (tipicamente relacionados a negócios, mercado ou pesquisas científicas), na busca de padrões consistentes e/ou relacionamentos sistemáticos entre variáveis para, então, validá-los aplicando os padrões detectados a novos subconjuntos de dados. O processo consiste, basicamente, em três etapas: exploração, construção de modelo ou definição do padrão e validação/verificação. A premissa do Data Mining é uma argumentação ativa, isto é, ao invés do usuário definir o problema, selecionar os dados e as ferramentas para analisar tais dados, as ferramentas do Data Mining os pesquisam automaticamente a procura de anomalias e possíveis relacionamentos, identificando, assim, problemas que não tinham sido identificados pelo usuário. Em outras palavras, as ferramentas de Data Mining analisam os dados, descobrem problemas ou oportunidades escondidas nos relacionamentos dos dados, e então diagnosticam o comportamento dos negócios, requerendo a mínima intervenção do usuário. Assim, ele se dedicará somente a ir em busca do conhecimento e produzir mais vantagens competitivas. FONTE: Disponível em: <http://www.devmedia.com.br/conceitos-e-tecnicas-sobre-data- mining/19342>. Acesso em: 29 jun. 2018. NOTA O Data Mining se divide em algumas etapas fundamentais: exploração, construção de modelo, definição de padrão e validação, e verificação. Esta prática pode ser considerada recente, e utiliza técnicas de recuperação da informação, inteligência artificial, reconhecimento de padrões e estatística, procurando correlações entre diferentes dados. É mais comum ser usada em grandes bases de dados (COLANGELO FILHO, 2001). Data Mining e Business Inteligence (BI) são poderosas ferramentas de grande uso dos administradores e Gestores da Tecnologia da Informação. ATENCAO 2.4 BUSINESS INTELIGENCE – INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS (BI) O termo BI consiste em um amplo processo de coleta, organização, armazenamento, análise, interpretação e compartilhamento para a tomada de decisões importantantes e estratégicas para a organização. Em síntese, pode ser considerado uma combinação de teorias, metodologias, processos, estruturas e tecnologias que transformam uma grande quantidade de dados brutos em TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS 109 informação útil para as tomadas de decisões estratégicas” (CAIÇARA JUNIOR, 2009, p. 49). Basicamente, funciona com dados internos e externos à organização. São coletadas as informações internas oriundas do ERP. Em seguida, outras informações importantes são agregadas para a análise dos dados: as necessidades do consumidor, o processo de decisão do cliente, as pressões competitivas, as condições industriais relevantes, os aspectos econômicos e tecnológicos e as tendências culturais. Cada sistema de BI determina uma meta específica, com base no objetivo organizacional e na visão da empresa, existindo em ambos objetivos, sejam eles de longo ou curto prazo, as disputas nos negócios, a coleta de informação (COLANGELO FILHO, 2001). Aplicativos de BI geralmente têm tamanho reduzido (número reduzido de funcionalidade). No entanto, possuem considerável inteligência, sendo aplicada às funções que compõem o módulo. 2.5 FERRAMENTAS DE BI – DATA MART E DATA WAREHOUSE/ OLAP Como vimos, BI é uma inteligência de negócio. Para a construção de funcionalidades com alta capacidade de análise, faz-se necessário o uso de ferramentas específicas, como Datawarehouse (ou Data Warehouse),Data Mart e Olap. DATA WAREHOUSE (DW) é um repositório de dados em formato digital cuja função é armazenar detalhadamente as informações organizacionais, através de históricos que posteriormente são usados para a tomada de decisões. O data warehouse é um banco de dados de negócio. Ou seja, é direcionado para um assunto ou segmento específico. É capaz de manter histórico das informações, criando e comparando padrões, analisando as exceções, sem afetar as operações e transações de rotina. No final da análise e validação das informações, apresenta um cenário final para a situação, sempre organizando o resultado para que seja facilitada a análise dos gestores (CAIÇARA JUNIOR, 2009, p. 56). • Vantagens e desvantagens do data warehouse Algumas das principais vantagens do data warehouse são: a) Inconsistências analisadas e tratadas antes da emissão dos relatórios para análise dos dados. b) Relatórios de tendências e inconformidades contribuem para a tomada de decisão. • Desvantagens Algumas das principais desvantagens do data warehouse são: a) Só tratam dados estruturados. UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 110 b) Podem ter custos elevados e podem ficar ultrapassados com alguma rapidez. Normalmente, as várias vertentes de business intelligence utilizam informação recolhida em um data warehouse. Apesar disso, nem todos os data warehouses são usados no contexto do business intelligence porque nem todos as aplicações de business intelligence exigem um data warehouse. FONTE: Disponível em: <https://www.significados.com.br/data-warehouse/>. Acesso em: 29 jun. 2018. IMPORTANT E 2.6 DATA MART Pode ser entendido como um subconjunto de dados de um Data Warehouse. São dados de um assunto ou setor específico, como finanças ou estoque, ou vendas anuais, semestrais, semanais, por exemplo. O funcionamento é simples: os dados obtidos do DW são desnormalizados e indexados para garantir performance adequada em pesquisas intensas (CAIÇARA JUNIOR, 2009). Em sua aplicação prática: os data marts extraem pedaços de informações do data warehouse e ajustam as informações para setores organizacionais específicos. O data mart é construído depois do data warehouse. No entanto, não se deve afirmar que o Data warehouse é constituído por um conjunto de Data marts. Isso se justifica pelo fato de que o data warehouse atende à organização como um todo e o Data mart um setor específico. 2.7 OLAP O On-line Analytical Processing (OLAP) significa Processo Analítico em Tempo Real, é uma ferramenta de extração de dados do data warehouse, facilitando a alteração e análise de grandes quantidades de dados em várias perspectivas diferentes. A aplicação dessa ferramenta pode ser usada pelos gestores de qualquer área e nível, disponibilizando informações e ajudando na decisão final. O uso da OLAP pode ser aplicado em funções muito distintas, algumas das mais utilizadas variam entre as funções financeiras, como nas análises, fluxos de caixa, contas, orçamentos etc., perpassando pelo marketing, como análise de preço, volume de mercado e concluindo nas vendas, como previsões, lucro, clientes (CAIÇARA JUNIOR, 2009). Para que você entenda a integração dos conceitos: Data Warehousing: integra um volume grande de dados de fontes distintas e os coloca em um repositório. Em seguida, aplica-se um Data Mining sobre o TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS 111 repositório destes dados no intuito de procurar padrões ou discrepâncias. As análises feitas por essa tecnologia irão gerar relatórios minuciosos que facilitarão o entendimento do cenário dos negócios. 3 EMPRESAS DIGITAIS É percebido que os dispositivos móveis se fazem mais presente em nosso dia a dia, responsáveis por determinar novos padrões comportamentais. Com base nesse princípio, as organizações mais inovadoras, há tempos, mobilizaram- se para se adequarem à realidade, desenvolvendo ou adquirindo soluções que causam ruptura no ambiente dos negócios, além de um conjunto de vantagens e facilidades para os usuários finais. O resultado disso é que os dispositivos móveis, com as redes sociais, têm um grande impacto nas relações comerciais. O fato de uma organização se tornar digital significa que suas operações serão mais simples, ágeis e com alto nível de conexão. Isso tudo, quando analisado em conjunto, acarreta em um aumento da produtividade, redução dos custos e, principalmente, evolução e melhorias na experiência do consumidor ao estreitar a relação com a organização. Uma grande vantagem de uma empresa digital é a percepção rápida dos resultados, embora o impacto seja diferente em cada ramo de negócio, em função de características particulares de cada segmento, bem como do nível de tecnologia adotada. Como entender de fato o que é a migração para o conceito de organização digital? Imagine uma organização de venda por varejo, que vende produtos em pequenas quantidades diretamente ao consumidor final e que adotou uma solução de automação de processos e a disponibilizou por meio de tablets para todas as suas lojas. Com a aquisição desta tecnologia seria possível padronizar os processos e centralizá-los na matriz, evitando retrabalho e desperdício de tempo. De que forma isso aconteceria? Na contribuição dos dispositivos móveis e suas aplicações no intuito de simplificar a comunicação entre gerentes e vendedores, e entre a matriz e as demais filiais. FONTE: Disponível em: https://www.checklistfacil.com/blog/conheca-5-beneficios-na- padronizacao-de-processos-da-sua-empresa/. Acesso em: 29 jun. 2018. UNI 3.1 FERRAMENTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA EMPRESAS DIGITAIS Os dispositivos móveis como tablets e smartphones estão estabelecendo novos comportamentos na sociedade. Empresas inovadoras já trabalham para se adequar a essa realidade e adotar soluções que trazem para o dia a dia dos UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 112 colaboradores ferramentas usadas por eles na esfera pessoal. Essas tecnologias têm causado uma ruptura também nos modelos de negócios. Será possível avaliar em tempo real todos os aspectos da operação, desde a cadeia de suprimentos até gestão de riscos de marketing e de desenvolvimento de produtos, e identificar, com antecedência, riscos e oportunidades de mercado. Essa velocidade é fundamental para o cenário extremamente competitivo em que estão inseridas. Além disso, se tornar digital contribuirá para que as companhias operem de forma mais simples, mais ágil e mais conectada, levando ao aumento de produtividade, redução de custos e melhorias na experiência do consumidor, ao possibilitar uma relação mais próxima entre empresa e cliente. A área de Tecnologia da Informação (TI), há tempos, já passou da categoria de suporte para um papel de maior destaque na estratégia de uma empresa. A TI, hoje, não só sustenta as estratégias do negócio como também permite criar novas estratégias de atuação empresarial. Há uma tendência cada vez mais forte de aplicar os processos de TI para viabilizar mecanismos que melhorem os modelos de negócio das companhias e abram mais canais de venda para a economia globalizada, por meio do e-commerce. Assim como a TI como um todo, o e-commerce já passou da fase de mero suporte na operação empresarial e hoje tem um papel transformador nos negócios. Esse papel fica ainda mais forte em um momento de reestruturação econômica – o setor de tecnologia faz toda a diferença na hora de economizar e racionalizar custos em uma companhia. No caso do e-commerce, especificamente, é possível economizar no “front” de vendas, pois a interface eletrônica permite vender sem ter de arcar com custos do ponto de venda físico, por exemplo. Além disso, os sistemas de e-commerce,gerenciados pela TI, permitem conhecer melhor o consumidor, aproveitar as oportunidades sazonais e empregar campanhas de marketing mais certeiras do que as tradicionais, voltadas a pontos de venda físicos. FONTE: Disponível em: <http://mercadoemfoco.unisul.br/o-papel-da-gestao-de-ti-no-e- commerce/>. Acesso em: 29 jun. 2018. Os impactos da evolução das aplicações da TI sobre as características de mercado são identificados, principalmente, pela disponibilização de informações sem tempo real, que fundamentaram o surgimento do e-marketplace, o qual pode ser entendido como portais e mercados digitais que aproximam compradores e vendedores em ambiente neutro. A mudança de um mercado tradicional para o mercado digital ocorre pela intensa utilização da TI, conforme apontado por Albertin (2006), que também admite cinco alicerces para justificar a existência ou TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS 113 a migração para o e-marketplace: a) Existência de estrutura eminentemente colaborativa para uso dos parceiros. b) Assentamento sobre princípios éticos de respeito mútuo. c) Planejamento com permanente monitoramento. d) Desenvolvimento do mercado eletrônico visando o longo prazo. e) Total integração de dados via TI, para evitar a desintegração do sistema. FIGURA 5 – ESTRUTURA DE UM E-MARKETPLACE FONTE: Adaptado de Laudon e Laudon (2007)don e Laudon (2007) Tenha em mente que o e-marketplace revoga as restrições de tempo e espaço, pois não há mais necessidade do encontro físico entre compradores e vendedores. O espaço é neutro, sendo mediado pela tecnologia da informação, que dispõe de aplicações específicas para todo tipo de negócio (TEIXEIRA, 2015). UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 114 O e-marketplace nada mais é do que uma loja virtual em que se vendem bens e serviços. O modelo de negócios é conhecido por conectar diretamente cliente e fornecedor sem participação de intermediários. Consequentemente, ambos têm possibilidade de conseguir valores mais acessíveis e também uma maior margem de lucro. A monetização acontece a partir de um percentual na transação realizada. Em geral, reúne diferentes tipos de produtos e serviços a fim de atingir o maior número de clientes possíveis. Há também marketplaces especializados em um segmento, como de roupa ou viagens, como o marketplace Amazon, Ebay, o Extra.com.br, Livraria Saraiva On-line e o Mercado Livre. FONTE: Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/ conheca-as-vantagens-do-e-marketplace-para-os-pequenos negocios,3f6402b5b0d3 6410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 2 jul. 2018. NOTA 3.1.1 E-Business Na atualidade, o e-business é destaque, entendido como uma estratégia empresarial voltada à internet, ele engloba todas as ações organizacionais, inclusive o e-commerce. Precisamos entender a diferença entre e-commerce e e-business. De acordo com Laudon e Laudon (2007), o e-commerce está relacionado à compra e venda de bens ou serviços através de meio eletrônico (fundamentalmente pela internet). Já o e-business seria um conceito mais abrangente que, além do e-commerce, incluiria atividades de suporte a clientes e colaboração com outras empresas (TEIXEIRA, 2015). Segundo os autores Laudon e Laudon (2007), são características de organizações que se posicionam comercialmente na World Wide Web (WEB): a) presença on-line: site de informações genéricas; b) negócios on-line: o website para substituir telefone e fax; c) negócios on-line integrados: a integração de sistemas permite a troca eletrônica de dados; d) negócios on-line avançados: evolução dos sistemas de marketing e reposição de produtos; e) E-business total: liga os três pontos-chave, consumidor-empresa-fornecedor, em todas as atividades, sendo um exemplo de organização 100% virtual. Albertin (2006) elenca características importantes do e-commerce: a) Ubiquidade: disponível em todos os lugares 24 horas por dia. b) Alcance global: alcance mundial on-line. c) Interatividade: comunicação entre compradores e vendedores, como se estivessem TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS 115 em ambiente físico, só que com alcance global. d) Densidade da informação: redução dos custos de captação, armazenamento, processamento e transmissão das informações, com aumento de pontualidade, exatidão e universo de acesso. e) Personalização/customização: marketing personalizado através de campanhas destinadas a um público específico, ou criação de produtos ou serviços baseados nas preferências dos usuários. FIGURA 6 – ESQUEMA DE NEGÓCIOS ELETRÔNICOS FONTE: Adaptado de Albertin (2006) É dos autores Laudon e Laudon (2007) o recente conceito de mercadorias digitais. Essas mercadorias são fornecidas por meio de uma rede digital, trazendo a internet como foco de inovação. Para Laudon e Laudon (2007), entre os benefícios trazidos pelo comércio eletrônico, é possível citar: • Redução do volume de papel usado. • Redução do tempo nas operações. • Diminuição do custo com contratação de pessoas. • Generalização do uso da internet. • Excluiu restrições que envolviam tempo e espaço. • Nivelou pequenas e grandes organizações por mediação da internet. • Favoreceu a terceirização. • Instaurou novas modalidades de negócio como provedores de acesso e portais de leilões. No ambiente rápido proporcionado pela internet, é imprescindível que as organizações votadas ao comércio eletrônico tenham em mente que este é um ambiente pautado pela prática self-service, uma vez que fatalmente as pessoas irão UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 116 rejeitar sites com pouca ergonomia e desatualizados. É de relevante importância compreender que uma premissa do e-commerce é a venda com conteúdo, já que o comércio tradicional vende com pessoas (KLEE, 2014). Portanto, “o website de e-commerce deve disponibilizar informações básicas como: preço, desconto, tempo de entrega, prazo de devolução e assim por diante” (MCGOVERN, 2009, p. 50). McGovern (2009) também atesta que o e-commerce se torna mais eficaz quando: • O produto pertence a uma marca conhecida. • O produto não precisa de muito suporte no ato da venda (roupa, por exemplo). • O cliente não precisa pegar o produto. • O produto pode ser entregue eletronicamente (software, música). • O produto pode ser bem descrito por conteúdo em texto e por imagens simples. • O produto tem baixo custo de entrega. Conforme proposto por Klee (2014), as categorias de comércio eletrônico podem ser classificadas da seguinte forma: a) B2B – Business-to-Business: todas as transações de compra e venda efetuadas entre empresas. Ex.: fabricante de sabão em pó e supermercados. b) B2C – Business-to-Consumer: todas as transações de compra e venda entre empresas e consumidores finais. Ex.: compra de um livro em uma livraria. c) C2C – Consumer-to-Consumer: todas as transações de compra e venda realizadas entre pessoas físicas. Os sites são mediadores. Ex.: Anuncie Aqui. d) B2E – Business-to-Employee: todas as transações de compra e venda realizados entre colaboradores de uma mesma organização. Ex.: de mediação: intranet ou portais corporativos. e) C2B – Consumer-to-Business: todas as transações de compra e venda em que o consumidor manifesta necessidade de demanda específica e as empresas competem entre si para atendê-la. Ex.: licitações. f) B2M – Business to managment ou e-government: todas as transações entre empresas e governo. Ex.: licitações. g) C2M – Consumer-to-Managment: engloba as transações eletrônicas entre pessoas físicas e jurídicas com departamentos do governo. 3.1.2 E-procurement (compra e venda de produtos pela internet)E-procurement é um termo utilizado para conceituar a compra e venda de produtos pela internet. É geralmente associado ao termo que remete ao processo de compras entre empresas (B2B). Também se refere a ambientes virtuais que realizam a cotação e o fechamento de algumas operações de negócios. TÓPICO 2 | A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA GESTÃO INTEGRADA DOS NEGÓCIOS 117 Quando implantado, o conceito permite que os usuários que estão registrados na ferramenta encontrem mais facilmente compradores e fornecedores de diversos produtos e serviços. Para Aranha (2010, p.43), “após entender o funcionamento do e-commerce é que se compreende a pertinência de atividades de e-procurement via internet", exatamente porque ela permite que as empresas construam redes de relacionamento mais amplas e menos custosas, já que este tipo de negócio eletrônico, visando selecionar fornecedores, objetiva, para além, negociar pagamento e condições de entrega. Essas redes de relacionamento já têm avançado além do e-procurement e chegando ao conceito de bolsa privada, que configura-se na verdade em uma rede setorial privada, ou seja, a rede (extranet) é propriedade de um grande comprador e permite a interação com parceiros certificados de negócios colaborem e compartilhem não só o gerenciamento da cadeia de suprimentos, como também influenciem nos projetos de design de produtos, na engenharia de produção, nas políticas de marketing e nas plantas de logística e administração de estoques. Para Gomes e Ribeiro (2004), o e-procurement é descrito como um marketplace restrito a algumas empresas, somente. Marketplace é um conceito que ajuda a vender pela internet. É diferente de e-commerce. O e-commerce é uma loja virtual onde a empresa vende seus produtos. Já no marketplace, existe uma plataforma mediada por uma empresa em que várias organizações podem vender seus produtos. Nesse sentido, Gomes e Ribeiro (2004) descrevem as seguintes vantagens do e-procurement: • Redução de arquivos impressos e de erros de inputs pela automação do processo. • Aumento do alcance de negociação e da agilidade processual. • Economia de tempo. • Melhoria no relacionamento comercial, sendo estabelecido um novo canal entre compradores e fornecedores. Nesse sentido, Klee (2014) traz as principais motivações pelas quais as empresas migram para o e-procurement, que são: a) os baixos custos operacionais típicos dos mercados eletrônicos potencializam os ganhos auferidos nas operações; b) o compartilhamento da base de informações entre fornecedores qualifica o processo; c) o e-procurement é um aplicativo de resposta adequada ao acirramento da competitividade no mundo dos negócios; d) a melhoria dos níveis contratuais de pagamento pactuados entre compradores e fornecedores. UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 118 Enquanto Teixeira (2015) alerta para fatores que inibem a adoção desse aplicativo, dos quais o poder em excesso por parte de compradores e/ou de vendedores, a incompatibilidade das plataformas de internet, os aspectos de cultura organizacional e o conflito entre concepção de compras físicas versus compras virtuais parecem ser os mais evidentes. Albertin (2010 apud Aranha, 2010, p.45) “acrescenta que o SCM é o aplicativo que permite o uso efetivo do e-procurement, permitindo a integração desde a identificação, solicitação e cotação de compras até a sua efetiva contratação”. E-Marketplace: negociações em tempo real agrupando em um mesmo ambiente virtual clientes e fornecedores. E-Procurement: websites que permitem a cotação on-line por vários fornecedores. Pressupõe o suporte de ERP. NOTA 119 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Em relação à ligação da TI com a Administração, é sempre válido lembrar que a adesão a uma nova tecnologia, ou a substituição de tecnologia, necessita do engajamento de todas as equipes, visando, assim, à redução da resistência em relação aos novos processos de trabalho impostos por fluxos diferentes no trato da informação. • O comportamento humano é complexo e por este motivo se torna mais complicado de controlar, mudar ou gerenciar. • A segurança da informação depende diretamente do tipo de acesso que se faz para acessá-la, e por este motivo envolve quase que exclusivamente os usuários. • A Monarquia do negócio é uma abordagem mais centralizada, em que os executivos seniores tomam as decisões de TI. • Na Monarquia de TI, as decisões são tomadas pelos executivos de TI, que são executivos que decidem (gerentes e diretores). • No Federalismo, todos os executivos (de todos os setores organizacionais) prestam auxílio ao setor de TI. • Na Dualidade, as decisões são compartilhadas entre TI e as áreas de negócios. • No Feudalismo, as decisões dependem da necessidade de cada setor. • Na Anarquia, cada unidade ou setor define suas prioridades. • O Sistema Integrado de Gestão Empresarial (SIGE) é adquirido na forma de um pacote de software comercial com a finalidade de dar suporte à maioria das operações gerenciais e operacionais de uma empresa. 120 AUTOATIVIDADE 1 A internet permitiu o aparecimento de um novo meio de comercialização, chamado e-commerce. Existem vários formatos e opiniões para a concretização ou a execução dele, que é um tipo de transação comercial feita por meio de dispositivos e plataformas eletrônicas, proporcionando inúmeras vantagens tanto para as empresas quanto para os usuários dessa tecnologia. Atualmente, muitas empresas participam de categorias de aplicações de e-commerce. A respeito disso, analise as sentenças a seguir: I – Business to Consumer (B2C): comercialização de produtos e serviços entre organizações internacionais. II – Business to Business (B2B): comercialização de produtos e serviços entre organizações, com definição de segmentos do mercado. III – Business to Consumer (B2C): comercialização direcionada ou cruzada, serve para a formação de grupos com interesses comuns; é formada por grandes organizações, fornece serviços rápidos e personalizados para o consumidor final. IV – Business to Business (B2B): comercialização direcionada ao consumidor final, acontece entre organizações. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças II e III estão corretas. b) ( ) As sentenças I e IV estão corretas. c) ( ) Somente a sentença IV está correta. d) ( ) Somente a sentença II está correta. 2 O negócio de plataformas de e-commerce B2B vem se desenvolvendo rapidamente no Brasil, na medida que as empresas apreendem os benefícios desse tipo de ferramenta para seus negócios. Com a utilização da ferramenta Business to Business (B2B), o comércio eletrônico da organização torna-se mais eficiente e atrativo e, assim, maximiza a comercialização dos seus serviços. Nessa modalidade de comércio eletrônico é normal a empresa atuar com diversas políticas de negócios, de acordo com o perfil de cada cliente. Sobre os benefícios da utilização do B2B, analise as sentenças a seguir: I – Maior eficiência e rapidez no processo de compra. II – Acesso rápido e uma grande variedade de produtos e serviços. III – Acesso pessoal às informações de banco dos clientes. IV – Facilidade de negociação com fornecedores. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas. b) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas. c) ( ) Somente a sentença IV está correta. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 121 3 (ENADE, 2005) O planejamento estratégico de sistemas de informação pode ser entendido como o processo de identificação de um portfólio computadorizado de aplicações que dá suporte ao plano de negócios das organizações e auxilia na concretização dos objetivos organizacionais. Os principais objetivosdo processo de planejamento estratégico de sistemas de informação não incluem: a) ( ) O alinhamento das estratégias da área de SI com as estratégias do negócio. b) ( ) A melhoria do desempenho da área de SI, seja pela alocação mais eficaz de recursos, seja pelo aumento de produtividade dos profissionais. c) ( ) A antecipação de tendências, envolvendo inovação tecnológica contínua. d) ( ) A identificação, a avaliação e a validação dos controles relacionados aos sistemas de informação existentes, do ponto de vista de sua eficiência e eficácia. 122 123 TÓPICO 3 GESTÃO DE PESSOAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO Vários são os modelos existentes, atualmente, para facilitar a gestão de pessoas em uma organização. Esses modelos existem para moldar o comportamento e as práticas das pessoas aos interesses e objetivos da organização (CHIAVENATO, 2014). Os modelos de gestão de pessoas evoluíram e as organizações acompanharam a evolução. Pode-se dizer que para cada década (praticamente) existiu um modelo de prática para a gestão de pessoas, adequado ao momento histórico da época (SANTOS; FRANÇA, 2007). Há muita pesquisa acadêmica em desenvolvimento, bem como esforço na melhoria dos modelos de gestão de pessoas existentes. No entanto, a realidade, na prática, ainda é bem diferente da teoria. A falta de alinhamento dos modelos com as práticas organizacionais influencia negativamente a gestão das organizações, a qual depende das pessoas para mantê-la competitiva e em atividade. Aplicar e melhorar continuamente os modelos e práticas em gestão de pessoas é um grande desafio para as organizações, pois os modelos são influenciados por diversos fatores internos e externos à organização. Podemos citar, para exemplificar, o mercado, a concorrência, a sociedade, a legislação, o ambiente, a cultura social, os fornecedores e os clientes (CHIAVENATO, 2014). A bagagem cultural de cada pessoa também é um fator importante que afeta diretamente as práticas de gestão. Todavia, existe um fator mediador e facilitador, a tecnologia da informação (TI), que se coloca como parceira estratégica em busca de um bom ambiente de trabalho que encoraje a produtividade e a inovação pessoal e organizacional (BARBIERI, 2014). Tendo como base softwares inovadores e inteligentes, a TI é um fator que pode potencializar e facilitar a adoção e implantação de novos e eficientes modelos de gestão de pessoas em qualquer tipo de organização. UNI 124 UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 2 O PAPEL DO NOVO RH Segundo Chiavenato (2014), a área de gestão de pessoas pode mudar seu foco e contribuir efetivamente para os resultados institucionais ao exercer as seguintes capacidades: • Clareza estratégica: ser parceiro estratégico, contribuindo para a compreensão e disseminação da estratégia organizacional. • Agente da mudança: fazer com que as mudanças ocorram, contribuindo efetivamente para o processo de mudança. • Desenvolver capital intelectual: ser defensor dos empregados, colaborando para o aumento das suas competências e do seu comprometimento. • Exemplo de excelência operacional: ser consultor especializado na sua área de competência e atuar de forma coerente com os processos que implanta. À medida que a sociedade cresce e se desenvolve, tanto em sentido econômico como profissional, o papel do gestor de pessoas passa por mudanças. A nova geração desta área profissional está desenvolvendo uma nova concepção, que tem por objetivo a excelência organizacional por meio da reestruturação de procedimentos, reciclagem de ideias, aperfeiçoamento, ampliação e valorização de sua atuação. A antiga visão de funcionário como custo ou mão de obra barata precisa ser substituída pelo pensamento de que a empresa depende dos empregados e os empregados dependem da empresa, formando uma relação de reciprocidade, de parceria e confiança mútua. Pessoas devem ser tratadas como pessoas. Devem agregar valor, devem ser consideradas como o maior capital da organização, o capital humano. FONTE: Disponível em: <http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/qual-o-papel-do- novo-profissional-de-recursos-humanos/>. Acesso em: 2 jul. 2018. IMPORTANT E O RH deixou de ser um setor operacional que cuidava, em princípio, de folhas de pagamento, férias, contratações e afastamentos, para se tornar um setor de considerável importância e influência nas estratégias organizacionais. Isso se justifica pelo fato de que as maiores falhas e implementação das estratégias são atreladas a fatores humanos: barreiras de visão, motivacionais e culturais. Como a função de RH é responsável pelo alinhamento das expectativas das pessoas aos objetivos organizacionais, cabe ao novo RH conhecer o processo de elaboração da estratégia empresarial, e se tornar parceiro dos gerentes de linha na sua disseminação entre os funcionários da organização (CHIAVENATO, 2014). As pessoas, geralmente, são resistentes às principais mudanças organizacionais: troca de gestor, troca de tecnologia, troca de setor, entre TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 125 outros acontecimentos. Quando se fala que uma organização deve se adaptar rapidamente às mudanças impostas pelo meio, devemos ter em mente que o que ocorre na realidade é a adaptação das pessoas. Em síntese, o papel do RH, nesse sentido, visa conseguir integrar e adaptar rapidamente pessoas, processos e tecnologia. Nesse contexto, de acordo com Chiavenato (2014), o RH desempenha um papel de agente de mudança e deverá se pautar em quatro alicerces principais: • Conhecer teorias sobre processos de mudança a fim de elaborar um projeto de mudança a cada nova estratégia que precisa ser implantada e disseminada no âmbito organizacional. • Alinhar pessoas certas no momento certo a fim de garantir a execução da mudança. • Ajustar processos de RH para se alinharem à nova estratégia, a fim de aumentar a sinergia da organização em torno da nova estratégia a ser seguida. • Trabalhar a mudança também na área de gestão de pessoas, para que sirva como exemplo para os demais funcionários, e a mudança se consolide rapidamente. Mudar sempre é complicado, pois pode gerar resistência. ATENCAO Gerir a mudança significa compreender o ambiente, planejar e acompanhar a comunicação. O RH se envolve diretamente nesse processo, apoiando a implantação do que deve mudar, alinhando pessoas e ajustando processos. Facilitar a mudança significa se antecipar, analisando informações que facilitam a projeção de cenários futuros. Como facilitadores, as soluções de TI e inteligência competitiva são grandes aliados para tornar o processo menos traumático. Essas ferramentas permitem a análise de mercado, analise de indicadores internos, bem como a identificação de oportunidades de negócio. Por sua vez, quando se chega na fase de planejar a mudança, podem ser usadas soluções de planejamento de conteúdo e colaboração, as quais envolvem e comprometem as pessoas (CHIAVENATO, 2014). Para facilitar os processos de mudança, é imprescindível que se usem canais de comunicação adequados. Novamente, destacam-se soluções de gestão de conteúdo, principalmente intranets e portais, que auxiliam tanto na fase de comunicação das razões da mudança e seu planejamento, como nas fases seguintes de execução e apresentação dos resultados. Como tecnologia de destaque, podemos pensar no BSC que se apresenta como importante instrumento de comunicação das novas estratégias que direcionam a mudança (BARBIERI, 2014). 126 UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS A mudança precisa do envolvimento das pessoas. Envolver significa comunicar e partilhar. São úteis, aqui, as ferramentas de colaboração, como correio eletrônico, fóruns de discussão,videoconferência e comunidades de prática para divulgar as informações. Processos precisam ser redefinidos para que as mudanças sejam efetivadas e validadas. As soluções de BPM auxiliam a redesenhar significativamente as mudanças nos processos de trabalho. O ideal é que ela seja usada com ferramentas de workflow, os quais têm o objetivo de estabelecer o fluxo de trabalho. Um fluxo de trabalho para expor a necessidade de se redefinir determinados processos (MATTOS, 2006). É importante utilizar as bases de conhecimento e sistemas de informação para auxílio no processo de identificação de necessidades de desenvolvimento de competências, de acordo com o requerido pela mudança. Clientes e fornecedores também podem fazer parte dos processos de mudança organizacional. Novamente as soluções de CRM servem de apoio no processo de comunicação que envolvem fatores externos da organização (FERNANDES, 2013). Ainda, de acordo com Fernandes (2013), a tecnologia facilita, mas tem um custo. Adquirir e usar as soluções nem sempre é fácil, pois requer tempo e investimento financeiro, mas é fator primordial para implantar a mudança e validar as ações organizacionais e do RH. IMPORTANT E 3 RH COMO DESENVOLVEDOR DO CAPITAL INTELECTUAL Um modelo de desenvolvimento pessoal focado em resultados individuais e coletivos seria a prática da gestão por competências, visando cuidar dos aspectos do capital intelectual que são a competência e o comprometimento de cada colaborador. A gestão por competência define os conhecimentos essenciais para a organização, além de mapear as competências individuais para traçar planos de desenvolvimento e aperfeiçoamento profissional (FERNANDES, 2013). Uma organização só atinge a excelência naquilo que se propõe a fazer quando seus colaboradores estão motivados e devidamente capacitados para desenvolver suas atividades. O desenvolvimento das competências individuais é papel fundamental do RH, que deverá planejar o desenvolvimento individual, mantendo o entusiasmo e o estímulo para o trabalho (CHIAVENATO, 2014). O diferencial entre as empresas não são mais as máquinas utilizadas no processo produtivo, mas sim o somatório do conhecimento coletivo gerado e adquirido, as habilidades criativas e inventivas, os valores, as atitudes e a motivação das pessoas que as integram e o grau de satisfação dos clientes. São os chamados ativos intangíveis, os conhecimentos tácitos ou explícitos que geram valor econômico para a empresa e cuja origem está diretamente relacionada aos agentes criativos da empresa. TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 127 O principal foco gerador de riqueza não é mais o trabalho manual, e sim o intelectual. Empresas pobres de bens, mas ricas de cérebros passam a ser as mais valorizadas, como as consultorias, as agências de publicidade e criação, as empresas de auditoria, as empresas criadoras de softwares e de novas soluções informatizadas, bem como as empresas “ponto com”. Na sociedade pós-industrial, o último estágio é a sociedade do conhecimento, na qual a criação, distribuição e manipulação da informação constituem a principal fonte de geração de riquezas. Se a nova riqueza é o conhecimento, capital e trabalho passam a ser menos antagônicos. Capital significa cada vez mais capital intelectual, capital de relacionamento, capital de marca e identidade. E trabalho é cada vez mais a capacidade de gerar e gerir ideias, de conectar-se, comunicar-se e relacionar-se com pessoas, sejam elas clientes, parceiros, outros profissionais ou o círculo familiar e de amigos, uma vez que a qualidade de vida influencia o resultado final do trabalho. Por mais de um século, o homem mais rico do mundo foi associado ao petróleo. Hoje, está associado ao conhecimento. O grande desafio do novo RH é desenvolver os colaboradores para que tenham velocidade e acurácia de resposta aos estímulos e desafios impostos, busquem a diferenciação e sejam capazes de criar, implementar e disseminar o conhecimento de valor. E neste sentido, é fundamental aperfeiçoar permanentemente as características operacionais capazes de prover a arquitetura do modelo de crescimento orgânico desejado pela empresa e demandado por sua estratégia. Ao longo do tempo, a empresa começará a colher os benefícios da autorreferência e da experimentação (erros e acertos), a capacidade sistêmica de aprender com suas experiências e introduzir o aprendizado nos processos decisórios e operacionais da empresa. Isso é um fator de crescente importância para o desenvolvimento dos mecanismos de decisão. FONTE: Disponível em: <https://www.administradores.com.br/artigos/economia-e- financas/capital-intelectual/43567/>. Acesso em: 2 jul. 2018. 3.1 EXEMPLO DE EXCELÊNCIA OPERACIONAL O RH, além de ser um importante alicerce das estratégias organizacionais, de ser um facilitador na implementação e adaptação das mudanças e de ser o setor responsável pelo amadurecimento e pela evolução do conhecimento organizacional, precisa ser eficiente em seus processos, demonstrando ser um exemplo para os demais setores (CHIAVENATO, 2014). Isso é de grande valia para que o setor tenha reconhecimento e credibilidade quando for necessário disseminar estratégias e implantar mudanças que, por vezes, precisam ser rápidas e eficazes. 128 UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 4 CONTRIBUIÇÃO DA TI PARA OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS Muito tem se falado sobre o papel estratégico da área de gestão de pessoas e da importância da tecnologia na transformação de conceitos em ações eficazes. Sabemos que uma das mais desafiadoras missões dos profissionais de recursos humanos é praticar uma gestão moderna e atualizada, focada na integração de pessoas com a estratégia do negócio, partilhando conhecimento e obtendo resultados. Para que isso aconteça, é necessário buscar uma parceria com a área de Tecnologia da Informação (TI) e alinhar-se com as metas e objetivos da empresa. Vale citar que não estamos falando unicamente de tecnologia, mas sim de conciliar tecnologia e estratégia, de modo a ligar pessoas com pessoas e também pessoas com o negócio. A mudança tecnológica é um fator-chave para a transformação, uma vez que fornece a estrutura aos modelos de gestão de pessoas. O mercado passou a nos oferecer ferramentas que, até recentemente, pouco atuavam no mercado de RH. Tais tecnologias têm se apresentado como importantes parceiras ao suportar as mais variadas e complexas demandas do RH. As ferramentas web, portais, ferramentas de Business Inteligence (BI) e Business Process Management (BPM) integrados a módulos de folha de pagamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, benefícios, entre outros módulos de Enterprise Resource Planning (ERPs) de RH figuram como as mais flexíveis e produtivas opções. Elas possibilitam acesso direto de um colaborador a outro colaborador à gestão de recursos humanos, às informações a respeito do negócio e, principalmente, a trabalhar essas informações e processos com alta produtividade e assertividade, gerando produtividade e conhecimento. Se ainda não temos uma noção clara de como a internet, softwares web, portal, BI e BPM integrados a um ERP de RH podem ajudar nessa missão, temos que nos preocupar! Afinal, essas ferramentas e conceitos postos em prática têm gerado resultados significativos nas organizações, sendo hoje uma realidade. FONTE: Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/entenda-a- aplicacao-da-tecnologia-na-gestao-de-pessoas/52623/>. Acesso em: 2 jul. 2018. As organizações mais inovadoras têm processos integrados e independentes, e isso impacta diretamente nos processos de gestão de pessoas que podem ser mais ou menos afetados ao levar em consideração o nível de integração adotado pela organização, bem como fatoresinternos e externos. Fischer (2002) cita como fatores externos o próprio ambiente de negócios, as relações sociais, os fornecedores, a concorrência, o governo e as leis vigentes. Enquanto que para Chiavenato (2014), os fatores internos são a estrutura organizacional, tecnologias adotadas e a própria organização dos trabalhos e dos processos. Tenha em mente que a escolha por um ou outro modelo de gestão de pessoas é influenciado diretamente por um desses fatores (CHIAVENATO, 2014). TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 129 4.1 TI PARA AS DIMENSÕES DA GESTÃO DE PESSOAS E O NOVO PAPEL DO RH São várias as tecnologias que impactam os novos modelos de gestão de pessoas. Os autores Alho e Carvalho (2007) identificaram em pesquisas as principais soluções de TI que viabilizam de forma mais coerente a evolução dos modelos de gestão de pessoas. Eles relacionaram os aplicativos de TI com as principais dimensões dos novos modelos de gestão de pessoas e com os atuais papéis desempenhados pelo setor de Recursos Humanos. Nesse sentido, são apresentadas no quadro a seguir as relações entre as soluções de TI e as dimensões dos novos modelos de gestão de pessoas/papéis do novo RH. QUADRO 4 – CONTRIBUIÇÃO DA TI PARA OS NOVOS MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS Soluções de TI Dimensões dos novos modelos de gestão de pessoas Papéis dos novos modelos de gestão de pessoas G es tã o p o r co m p et ên ci a G e st ã o d o c o n h e c im e n to e ap re n d iz ag em G es tã o e st ra té g ic a d a m u d an ça G es tã o d o c lim a o rg an iz ac io n al G es tã o d a cu ltu ra o rg an iz ac io n al Pa rc ei ro e st ra té g ic o A g en te d a m u d an ça D e se n v o lv e d o r d o c a p it a l in te le ct u al Es p ec ia lis ta a d m in is tr at iv o 1 – AMT X X 2 – Autoatendimento X X X X X X X 3 – BPM X X X X 4 – BSC X X X X 5–Business Intelligence X X X X X 130 UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 6 – Colaboração X X X X X X X X 7 – CRM X X X X X 8 – ERP X X X 9 – Gestão de conteúdo X X X X X X X X X 10 – Recrutamento on-line X X X 11 – SIRH/HRM X X X 12 – Sistemas de informação X X X X 13 – Sistemas de Inteligência Empresarial X X 14 – Sistemas Especialistas X 15 – Sistemas de suporte à inovação X 16 – Workflow X X X X FONTE: Adaptada de Alho e Carvalho (2007, p. 44) A seguir, vamos entender as tecnologias apontadas no quadro e outras que não constam nele, no entanto, são complementares e muito importantes atualmente. São listadas as tecnologias propostas pelos autores Alho e Carvalho (2007), também são explicadas tecnologias não citadas pelos autores e que são de grande importância para a Gestão da Tecnologia da Informação. TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 131 1 – AMT (Aprendizagem Mediada por Tecnologia): representada pela sigla e-Learning. Na verdade, é todo o aprendizado mediado por tecnologias de informação e comunicação (TICs). Essas tecnologias são mediadoras do aprendizado. Tem como base a internet que integra bases de conhecimento e intranets, além de e-mails, chats e comunidades de prática (MATTOS, 2006). 2 – LMS (Learning Management System ou Sistema de Gestão de Aprendizagem – No Brasil, mais conhecido por AVA): são sistemas que dão suporte para o processo de aprendizagem. São softwares que têm como base metodologias pedagógicas e geralmente fazem a gestão de cursos e promovem o ensino e a aprendizagem de forma virtual. Exemplo: ensino a distância (MATTOS, 2006). 3 – Autoatendimento: o conceito de autoatendimento em RH envolve a utilização de novas aplicações de comércios eletrônicos que possibilitam o acesso do funcionário a informações e funções personalizadas relevantes à administração de seu relacionamento com a organização (MATTOS, 2006). 4 – BPM (Business Process Management): é um conjunto de tecnologias voltadas para a melhoria em processos de negócio. Contemplam ferramentas para modelar, publicar, controlar e analisar processos operacionais envolvendo pessoas, aplicações, documentos e outras fontes de informação (MATTOS, 2006). 5 – BSC (Balanced Scorecard): é uma metodologia que auxilia na definição da estratégia empresarial, gerência do negócio, gerência de serviços e gestão da qualidade. Todos os passos são executados tendo como base indicadores de desempenho que são definidos pela alta gerência (FERNANDES, 2013). 6 – BI (Business Intelligence): são aplicações de inteligência empresarial ou inteligência de negócios. Auxiliam gestores na tomada de decisões importantes, através de análises de cenários executadas por esses softwares (TURBAN, 2013). 7 – DW (Data Warehouse): um banco de dados orientado por assunto ou segmento de negócio. O objetivo é dar suporte aos processos de tomada de decisão (TURBAN, 2013). 8 – Data Mart: é uma fatia do Data warehouse que apresenta uma visão multidimensional (TURBAN, 2013). 9 – Data Mining: consiste em uma tecnologia para encontrar padrões, desvios, correlações dos dados de uma base de dados. Auxilia no processo decisório (TURBAN, 2013). 10 – Colaboração (Groupware): são aplicativos que dão suporte ao trabalho em grupo, ou seja, softwares que permitem compartilhar conhecimento (ALBERTIN, 2006). 11 – Correio eletrônico: sistema que envia e recebe informações. Apoia o trabalho colaborativo entre pessoas. Exemplo: e-mail (ALBERTIN, 2006). 12 – Lista de distribuição e grupo de discussão: as listas são endereços eletrônicos que podem formar grupos. Exemplo: grupos de e-mail, WhatsApp. O objetivo é facilitar a disseminação de informações, enviando de uma só vez para um grupo específico (MATTOS, 2006). 13 – Comunidade de prática: pessoas de diferentes pontos geográficos podem compartilhar conhecimento e trocar ideias mediadas por tecnologias desenvolvidas para este fim. Exemplo: fóruns de discussão, chats, newsgroups, 132 UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS conferências on-line etc. (MATTOS, 2006). 14 – Sala de Chat (bate-papo): são aplicativos que permitem a comunicação instantânea entre indivíduos ou grupos de indivíduos (ALBERTIN, 2006). 15 – Videoconferência: permite que se apresente um assunto para pessoas em lugares diferentes. A mediação é feita por computador pessoa a pessoa, ou entre pessoa e grupo. Skype é um exemplo desta tecnologia (ALBERTIN, 2006). 16 – Fórum de discussão: são criados especificamente para páginas de internet, motivando debates e discussões acerca de um assunto específico (ALBERTIN, 2006). 17 – CRM (Customer Relationship Management): são softwares desenvolvidos para mediar e melhorar o relacionamento com o cliente (MATTOS, 2006). 18 – ERP (Enterprise Resource Planning): são softwares para integrar e centralizar a gestão empresarial (MATTOS, 2006). 19 – Gestão de conteúdo (Content Management): são aplicativos desenvolvidos com o objetivo de captar, organizar e disseminar informações que tem origem em várias fontes e de interesses de grupos distintos (MATTOS, 2006). 20 – Intranet: é uma rede privada de comunicação de computadores, ligada à internet, a sistemas de comunicação internos da organização. 21 – Portal: um portal corporativo é um sistema de informação que permite acesso às informações organizacionais através de interface única. 22 – GED (Gestão Eletrônica de Documentos): são tecnologias que permitem converter informação em papel para a forma digital. Exemplo: scannerassociado a um sistema de informação para armazenamento. 23 – Sistema de Mapas de Conhecimento: são ferramentas que oferecem apoio ao trabalho cooperativo e ao compartilhamento de conhecimento tácito. 24 – Recrutamento on-line (e-Recruitment): envolve a divulgação de vagas de trabalho na internet e intranet, além do armazenamento e gestão de currículos. Também conhecido como e-Recruitment. 25 – SIRH/HRM: é um sistema de informações dos recursos humanos. Abrangem todas as responsabilidades e funcionalidades do RH (CHIAVENATO, 2014). 26 – Sistemas de Informação: é todo o tipo de sistema capaz de coletar, armazenar, manipular e gerar resultado através de informações. 27 – Sistemas de Inteligência Empresarial: são sistemas cuja inteligência é voltada exclusivamente à tomada de decisões. São diferentes dos sistemas de BI, pois dependem fortemente da captura e análise de informações externas às organizações, geralmente varrem a internet a procura de informações sobre a concorrência ou cenários de negócios (ALBERTIN, 2006). 28 – Sistemas Especialistas: são sistemas desenvolvidos com base em um conhecimento específico. Exemplo: software para diagnóstico médico (ALBERTIN, 2006). 29 – Sistemas de Suporte à Inovação: são softwares que viabilizam a geração de conhecimentos novos. Contribuem para a inovação em processos e produtos (ALBERTIN, 2006). 30 – Workflow: são softwares para automatizar processos. Exemplo: gerenciar atividades, tempos e suas responsabilidades. Controla o fluxo de trabalho das pessoas envolvidas em um projeto (TURBAN; KING, 2003). TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 133 Agora que já conhecemos as principais ferramentas de TI, vamos entender de que forma essas tecnologias são usadas de forma integrada, e como contribuem para a utilização e aplicação de modelos de gestão de pessoas a fim de facilitar as atividades do setor de recursos humanos. 5 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ENVOLVIDAS NA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS As ferramentas de TI auxiliam os gestores de forma muito eficiente e rápida na identificação das competências e habilidades, bem como o relacionamento das competências com a pessoa, na etapa de recrutamento, na necessidade de aperfeiçoamento através de treinamentos e, também, na busca e retenção de profissionais altamente capacitados (CHIAVENATO, 2014). A divulgação de competências essenciais à organização, quando divulgadas em intranets, nos portais corporativos, favorece a organização no sentido de criar meios simples de aprendizagem, de planejar e desenvolver cronogramas de treinamento para todos os seus setores, gerando um ambiente de aprendizado e crescimento intelectual contínuo (BARBIERI, 2014). Não basta identificar as competências e habilidades. Torna-se necessário armazená-las em bases de dados inteligentes. Esse armazenamento favorece a busca rápida de informação, dando suporte ao processo de seleção interna, seleção de talentos prontos e contratação de novas pessoas. Além disso, facilita o desenvolvimento de planos de ação para reter talentos na organização. O mercado de TI dispõe de sistemas específicos para a gestão por competências que envolvem todo o processo de planejamento, definição, escopo e gestão de competências individuais e organizacionais. Essas ferramentas facilitam a identificação de carências (gaps) de conhecimento. Os sistemas de gestão por competência podem ser adquiridos como módulos de um sistema de gestão empresarial (ERP) ou desenvolvidos de acordo com a necessidade da organização (CAIÇARA JUNIOR, 2009). O fato é que as pessoas atualmente usam a internet em busca de oportunidades de trabalho, e o departamento de recursos humanos, atento a esta situação, usa a mesma rede como forma rápida de divulgação de oportunidades. Isso deu origem ao termo e-Recruitment que, como vimos, envolve o uso de recursos tecnológicos (aplicativos específicos para internet) para divulgar vagas, receber currículo, analisar informações e também como forma eficiente de retorno ao candidato em relação ao desempenho no processo de recrutamento. Essas tecnologias ampliam o cenário e o número de candidatos, agilizando a contratação e o treinamento, e reduzindo custos na etapa de seleção (CHIAVENATO, 2014). Com tantas facilidades nos novos modelos de contratação, os novos colaboradores passam a gerenciar seu aprendizado e desenvolvimento de forma mais ativa e responsável. As organizações e seus departamentos de gestão de 134 UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS pessoas agem como parceiras e facilitadoras no sentido de dar o suporte necessário ao processo de crescimento pessoal. Não podemos esquecer que clientes e fornecedores também podem ser envolvidos no processo de gestão por competência, fazendo com que seus processos melhorem continuamente. Ferramentas de CRM utilizadas de forma integrada com soluções de BI (data warehouse, data mining e data mart) são exemplos de tecnologias utilizadas para alcançar os objetivos da gestão desses dois aliados importantes para a organização. Além disso, essas tecnologias são um forte aliado no processo de tomada de decisão, pois facilitam a identificação de setores organizacionais carentes de conhecimento, de quais competências são mais urgentes, como lidar com situações de desligamentos, afastamentos e aposentadorias. Sem dúvida, a tecnologia da informação, quando utilizada de forma correta e integrada, coloca o setor de recursos humanos em um lugar estratégico para a organização, pois é capaz de desenvolver estratégias de forma rápida, alinhando a gestão de pessoas aos objetivos do negócio. 5.1 TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ENVOLVIDAS NA GESTÃO DO CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM São inúmeros os aplicativos disponíveis para a gestão do conhecimento. Podemos considerar que esta é uma das áreas que mais evoluiu nos últimos anos. De todas as dimensões dos novos modelos de gestão de pessoas, a gestão do conhecimento e aprendizagem é certamente a mais privilegiada em termos de aplicação de soluções de TI. Existem muitas alternativas disponíveis (ALBERTIN, 2006). A evolução da internet favoreceu o desenvolvimento de aplicativos específicos, como o Knowledge-based Search Systems, Information Farming, Desktop-video Conferencing, Eletronic Bulletin Boards, Groupware, Document Management, Systems. Todas estas tecnologias, entre tantas outras, são recursos eficientes na gestão de conhecimento e no desenvolvimento da aprendizagem tanto pessoal como organizacional (FERNANDES; ABREU, 2014). De acordo com Fernandes e Abreu (2014), há de se destacar as facilidades geradas por aquelas tecnologias no sentido de ser um efetivo suporte e canal mediador no suporte aos processos de aquisição, criação, retenção, disseminação, compartilhamento e aplicação do conhecimento dentro das organizações e em suas relações com o ambiente externo. Além das tecnologias citadas, os autores colocam em destaque os portais corporativos na atividade de capturar e compartilhar conhecimento. Mediar por tais tecnologias facilita para o setor de RH cumprir sua função como desenvolvedor de capital intelectual. Além de estimular o aprendizado e TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 135 a disseminação dos conhecimentos adquiridos, o RH precisa manter as pessoas comprometidas com o processo, um dos maiores desafios do setor. Nesse sentido, é necessária a prática de comunicação efetiva, e a tecnologia da informação favorece o comprometimento, pois visa o envolvimento das pessoas ao estabelecer relações de confiança para ajudar no processo (CHIAVENATO, 2014). É importante entender, também, que a utilização de ferramentas de gestão de conteúdos para disseminar as práticas do setor de RH estabelece um processo de comunicação rápida e eficiente, e oferece,principalmente, transparência nas ações colocadas em prática. Podemos destacar, ainda, que as ferramentas que permitem trabalho colaborativo, como as soluções de autoatendimento (quiosques eletrônicos), podem e devem ser amplamente utilizadas no sentido de melhorar a comunicação, gerar confiança, conteúdo e conhecimento (BARBIERI, 2014). 6 TI PARA GESTÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL Manter um bom clima organizacional no ambiente de trabalho é de extrema importância quando pensamos nas pessoas que estão envolvidas, como: desenvolvimento pessoal, desenvolvimento organizacional, empenho em validar estratégias organizacionais e gestão de pessoas. É decisivo também para a implantação de mudanças. Pessoas desanimadas tendem a se tornar resistentes a qualquer alteração no processo de trabalho (CHIAVENATO, 2014). As ferramentas de TI são consideradas um apoio indispensável. Pesquisas de Clima Organizacional são mais facilmente aplicadas com o uso de questionários eletrônicos (souveys), aplicados através da internet/intranet. Utilizar um sistema para diagnosticar o clima do ambiente de trabalho permite envolver um número maior de pessoas, pois facilita a coleta de informações de pessoas localizadas geograficamente em pontos distintos, além de reduzir os custos na elaboração e na aplicação da pesquisa. Quiosques de coleta de informações permitem coletar a opinião de colaboradores que, por ventura, não tenham acesso computacional (BARBIERI, 2014). Após a aplicação da pesquisa, ferramentas de data warehouse e datamining são úteis na etapa de organização e análise dos dados, pois são capazes de manipular um volume muito grande de dados, apontando padrões e desvios. A comunicação também é decisiva para manter continuamente um bom clima organizacional. Portais e intranets auxiliam na disseminação das informações, principalmente nos resultados das pesquisas efetuadas (FERNANDES, 2013). É importante ressaltar que a própria tecnologia pode ser objeto de estudo na investigação do clima, uma vez que interfere diretamente no relacionamento interpessoal praticado na organização. Portanto, a tecnologia afeta o relacionamento das pessoas, e destas com a organização. 136 UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS 7 TI PARA A GESTÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL As soluções de tecnologia da informação também são importantes na disseminação e perpetuação da cultura organizacional, pois captam, analisam, divulgam as informações, os processos de mudança, as alterações de estratégias, as normas e práticas. Uma mudança de cultura, por exemplo, poderia ser a migração para a cultura digital ou a fusão de duas empresas, uma vez que a cultura da empresa maior deverá ser praticada pela empresa menor (CHIAVENATO, 2014). Para se colocar em prática a gestão da cultura interna temos como apoios fundamentais os aplicativos de gestão de conteúdos, como portais e intranet, pois fornecem todo o suporte para orientar o comportamento das pessoas em relação às normas, valores e práticas organizacionais, e também no compartilhamento do conhecimento. Cabe salientar que a gestão da cultura organizacional está intimamente ligada à gestão do clima organizacional. Note que uma organização que usa tecnologia da informação para permitir trabalho colaborativo, para desenvolver projetos armazenados em grandes bases de conhecimento vai favorecer a implantação e adoção de uma cultura de colaboração e aprendizado (CHIAVENATO, 2014). A cultura do trabalho em equipe também é facilitada quando se usa soluções de workflow, data warehouse e intranet para captar, analisar e divulgar indicadores de desempenho individual e em grupo (BARBIERI, 2014). Em síntese, independente do uso de aplicativos específicos ou não, a cultura é a marca da empresa e precisa ser cuidadosa. TÓPICO 3 | GESTÃO DE PESSOAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 137 LEITURA COMPLEMENTAR A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ASSOCIADA À GESTÃO EMPRESARIAL Vivemos em um mundo globalizado. Tudo o que a sociedade requer e necessita é inventado, criado, desenvolvido, produzido e comercializado pelas empresas. As inovações tecnológicas, principalmente nas telecomunicações e na informática, promoveram o processo de globalização. A partir da rede de telecomunicação foi possível a difusão de informações entre as empresas e instituições financeiras, ligando os mercados do mundo. No início, a computação era um mecanismo que tornava possível automatizar determinadas tarefas em empresas multinacionais e nos meios governamentais. Com o avanço tecnológico, as grandes máquinas começaram a perder espaço para equipamentos cada vez menores e mais poderosos. A evolução das telecomunicações permitiu que, aos poucos, os computadores passassem a se comunicar, mesmo estando em lugares muito distantes geograficamente. Como consequência, tais máquinas deixaram de simplesmente automatizar tarefas e passaram a lidar com Informação. A Tecnologia de Informação (TI) veio a este mercado tão competitivo para somar. E hoje é um dos componentes mais importantes do ambiente empresarial, sendo essencial para os três níveis da empresa (estratégico, tático e operacional). Albertin (2006) ressalta que o uso da TI deve estar relacionado com as necessidades da empresa, de forma que contribua para seu desempenho e lucratividade. O incremento no fluxo comercial mundial tem como principal fator a modernização da Logística. Os transportes, especialmente o marítimo, pelo qual ocorre grande parte das transações comerciais de importação e exportação possui uma elevada capacidade de carga, que permite também a mundialização das mercadorias. Diante dessas mudanças, as empresas podem reagir de forma construtiva norteando suas ações pelo princípio de flexibilidade na análise de situações. Cabe ao gestor estar atento e bem informado a respeito de suas obrigações no papel de sua gestão, buscando sempre uma forma de alcançar a excelência em suas ações e operações. Os Administradores devem analisar o sistema organizacional que correspondem os recursos humanos, materiais, financeiros e tecnológicos que são responsáveis pela manutenção do funcionamento do sistema, no sentido de cumprir a missão, a visão e os valores da empresa. São eles que estabelecem os objetivos da organização e as preparam para as mudanças procurando adaptá-las a um ambiente cada vez mais dinâmico e imprevisível. 138 UNIDADE 2 | TECNOLOGIA, SISTEMAS, PLANEJAMENTO E GESTÃO DE PESSOAS Com o passar dos anos, muitas teorias administrativas e modelos de gestão foram idealizadas, transformando o dia a dia das empresas e das pessoas. Esse conjunto de atividades são orientadas para resultados, ligados por sistemas de informações e influenciados por um ambiente externo, com o qual o sistema organizacional interage permanentemente. É de suma importância que as organizações estejam atentas às forças do microambiente, compreendendo os padrões que afetam o poder de compra das pessoas e suas necessidades. Esse amplo sistema abrange aspectos demográficos, culturais, sociais, econômicos, tecnológicos, físicos e ecológicos. O Administrador deve ter conhecimento e noções de Finanças, Marketing, Operação e Produção, Tecnologia da Informação, Gestão de Pessoas, Logística, Economia e Contabilidade. A Tecnologia da Informação, por sua vez, gera novos mercados de atuação para as empresas, os Sistemas de Informações Gerenciais transformam dados em informações que auxiliam no processo decisório da organização. Um Sistema Integrado que forneça informações aos Administradores é importante especialmente para o planejamento e o controle, pois estão ligados ao sistema físico-operacional e surgem da necessidade de desenvolver as operações fundamentais da empresa, por exemplo, os sistemas de controle de banco de dados, controlede estoques, de planejamento e produção. O desempenho organizacional deve ser avaliado pela eficácia na realização dos objetivos e pela eficiência na utilização dos recursos. Nenhum sistema de controle consegue abordar, de forma integrada, todas as atividades e operações de uma organização. Dessa forma, os administradores usam diferentes instrumentos e métodos de controle para lidar com as diversas atividades e elementos da organização. Esses instrumentos e ferramentas gerenciais utilizados no controle do desempenho organizacional são conhecidos como controle financeiro, sistemas de informação gerencial, a auditoria, o balanced scorecard e o benchmarking. A organização precisa fazer uso da informação, sabendo identificar qual a serve para usufruir de maneira adequada. Já alertava Beal (2009) que a informação é um patrimônio, ela agrega valor à organização. Não se trata de um monte de bytes aglomerados, mas sim de um conjunto de dados classificados e organizados de forma que uma pessoa ou uma empresa possa tirar proveito. A informação é inclusive um fator que pode determinar a sobrevivência ou a descontinuidade das atividades de um negócio. E isso não é difícil de ser entendido. Basta imaginar o que aconteceria se uma instituição financeira perdesse todas as informações de seus clientes. Apesar de possível, muito dificilmente uma empresa de grande porte consegue perder suas informações, principalmente quando se fala de bancos, cadeias de lojas, entre outros. No entanto, o que ocorre com mais frequência é o uso inadequado das informações adquiridas ou, ainda, a subutilização destas. É nesse ponto que a Tecnologia da Informação pode ajudar. 139 O Sistema de Informação Gerencial é um método que torna disponível para a Administração as informações precisas necessárias para facilitar o processo de tomada de decisão e para dar condições para que as funções de planejamento, organização, controle e direção sejam executadas de maneira eficaz. Nesse contexto, a gestão da informação centrada em aspectos organizacionais e não meramente tecnicistas se destaca fortemente. McGee e Pruzak (apud Rech, 2001, p. 20) reconhecem que “o gerenciamento da informação é um fator de competitividade”. Porter (1986, p. 83) considera “crucial a utilização efetiva da TI para a sobrevivência e a estratégia competitiva das organizações”. Os Sistemas de Informações como geradores de informação de caráter decisório podem trazer outros benefícios para a empresa, especialmente na área Financeira, pois reduzem os custos das operações e propiciam relatórios mais precisos e rápidos. A administração dos recursos – materiais, humanos e financeiros – pode ser realizada com mais rapidez e precisão com a utilização da TI (DIAS, 1998). Outras áreas também são contempladas pelos benefícios do Sistema, como a Logística Empresarial, Contabilidade Gerencial e Recursos Humanos. Entre os benefícios do sistema estão a melhoria da produtividade nos processos de trabalho, melhoria nos serviços realizados e oferecidos, melhoria na estrutura organizacional da empresa, melhoria no fluxo de informação, melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não previstos nos projetos e processos de trabalho, otimização na prestação dos serviços aos clientes, melhor interação entre os gestores e contribui também para o aumento do nível de motivação das pessoas envolvidas nos processos de trabalho. FONTE: Disponível em: <http://www.aprimorar.com/a-importancia-da-tecnologia-da- informacao-associada-a-gestao-empresarial>. Acesso em: 3 jul. 2018. 140 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você aprendeu que: • Vários são os modelos existentes, atualmente, para facilitar a gestão de pessoas em uma organização. • A TI é um fator facilitador para os processos que envolvem a gestão das pessoas, suas habilidades, competências e conhecimentos. • Atualmente, o RH deixou de ser um setor operacional, que cuidava, em princípio, de folhas de pagamento, férias, contratações e afastamentos para se tornar um setor de considerável importância e influência nas estratégias organizacionais. • As pessoas geralmente são resistentes às principais mudanças organizacionais, como troca de gestor, troca de tecnologia, troca de setor, entre outros acontecimentos. • Quando se fala que uma organização deve se adaptar rapidamente às mudanças impostas pelo meio, devemos ter em mente que o que ocorre, na realidade, é a adaptação das pessoas. • Uma organização só atinge a excelência naquilo que se propõe a fazer quando seus colaboradores estão motivados e devidamente capacitados para desenvolverem suas atividades. • As organizações mais inovadoras têm processos integrados e independentes, e isso impacta diretamente nos processos de gestão de pessoas que podem ser mais ou menos afetados ao levar em consideração o nível de integração adotado pela organização, bem como fatores internos e externos. • A TI é um fator impulsionador de mudanças e condicionante do modelo de gestão adotado pela organização. 141 1 O Sistema Integrado de Gestão Empresarial – ERP –, em termos gerais, é uma plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma empresa. Assim, a organização precisa ter conhecimento de que para a implantação do ERP, é necessário seguir várias etapas, pois tal sistema trabalha em conjunto, agrupando informações dos múltiplos departamentos e as oferece de forma estabilizada para que decisões possam ser tomadas. Sobre essas etapas, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Planejamento do projeto, definição do software, empresa de consultoria. ( ) Equipe de implantação, processos inclusos no ERP, planejamento do cronograma de implantação. ( ) Estruturação dos setores, implantação da área de recursos humanos. ( ) Compra de equipamentos de informática, utilização de software, armazenamento de dados. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – V – F – F. b) ( ) F – V – F – V. c) ( ) V – F – V – V. d) ( ) F – F – V – F. 2 Quando falamos de atendimento ao cliente, precisamos identificar suas dúvidas, satisfações e sugestões. A organização pode ter este suporte com a utilização do sistema CRM (Costumer Relationship Management), ou seja, um sistema de gerenciamento do relacionamento com o cliente. Sobre as vantagens da utilização do CRM, analise as seguintes sentenças: I – Definir o serviço para o cliente, identificar informações financeiras do cliente. II – Gerenciamento e armazenamento de informações dos clientes, referente aos serviços prestados. III – Informar para os concorrentes os dados pessoais do cliente e potenciais clientes, modificar os serviços ofertados ao cliente. IV – Antecipar as necessidades e as dúvidas dos atuais e futuros clientes, ter um bom relacionamento. Agora, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças II e IV estão corretas. b) ( ) As sentenças I e II estão corretas. c) ( ) Somente a sentença I está correta. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 3 Mineração de dados é uma das tecnologias utilizadas para explorar grandes quantidades de dados à procura de padrões consistentes, como regras AUTOATIVIDADE 142 de associação ou sequências temporais, para constatar relacionamentos sistemáticos entre variáveis, buscando, assim, novos subconjuntos de dados. Com relação ao Data Mining, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) É o processo de encontrar novas ligações, padrões e tendências entre as informações de uma empresa, através da análise de grandes quantidades de dados guardados em bancos de dados, usando técnicas de reconhecimento de modelos, estatísticas e matemáticas. ( ) Na área de soluções de suporte à decisão, o processode descobrir correlações, padrões e tendências relevantes, analisando uma grande quantidade de dados armazenados em repositórios. ( ) Provê percepções dos dados corporativos que também podem ser obtidas com o OLAP e OLTP, porém não segue orientação por descoberta de tendências, fazendo uso da busca de informações relevantes e convergentes a partir de um pequeno volume de dados. ( ) É o processo de explorar grandes quantidades de dados, consentindo ao usuário avaliar dados brutos e padrões, e fazendo valer das mais modernas técnicas de computação, como associação, descrição de classes, classificação e agrupamento. Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F – F. b) ( ) F – V – V – F. c) ( ) V – V – F – V. d) ( ) V – F – V – V. 4 Planejamento é a metodologia administrativa que permite diagnosticar e analisar situações atuais, de estabelecer resultados – objetivos e metas – a serem alcançados pelas organizações, e de delinear ações – estratégicas – para alcançar estes resultados, bem como estabelecer leis e normas – políticas – que servem de sustentação a esse procedimento administrativo em uma organização. Sobre planejamento, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Operacional é realizado pelos executivos, geralmente tem um médio alcance de tempo e salienta indicadores de problemas, como também provê acesso de dados históricos e os mais recentes. b) ( ) Estratégico é realizado nas funções mais elevadas da empresa, tem um maior alcance de tempo e as decisões envolvidas englobam a organização como um todo. c) ( ) Operacional é menos genérico e mais delineado, tem um prazo longo de tempo e aborda cada unidade de operação da empresa ou cada conjunto de recursos separadamente como fatores críticos de sucesso através de indicadores como hipertextos e hipermídia. d) ( ) Tático, normalmente demanda curto alcance de tempo, ou seja, produz informação correta e extensiva utilização de dados externos. Produz informações em vários níveis de detalhamento drill down. 143 UNIDADE 3 TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade você será capaz de: • reconhecer a aplicabilidade das tendências em tecnologia da informação; • identificar a aplicabilidade de cada tendência em tecnologia da informa- ção no ambiente organizacional; • compreender a importância da tecnologia da informação nas atividades cotidianas. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO TÓPICO 2 – TECNOLOGIAS EMERGENTES E SUAS APLICAÇÕES EMPRESARIAIS TÓPICO 3 – AS TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO COTIDIANO 144 145 TÓPICO 1 TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO A busca por maior agilidade operacional induz as empresas a investirem mais em tecnologia da informação. Essa necessidade faz com que os gestores se mantenham atualizados em relação às últimas tendências tecnológicas, permitindo que suas organizações adotem as soluções mais adequadas para seus gargalos, facilitando a manutenção dos processos, serviços, hardwares e softwares (ALBERTIN, 2010). É possível que a competitividade e a sobrevivência das organizações dependam da capacidade que têm de se anteciparem às mudanças e aos novos posicionamentos do mercado em que estão inseridas, e também da percepção em relação ao realinhamento dos investimentos em novas competências, produtos, serviços e tecnologias. É cada vez mais rápida a velocidade com que a informação e conhecimento se propagam, tornando muito importante e indispensável o capital intelectual. Neste sentindo, as organizações que desenvolvem inteligência empresarial apoiada pela Tecnologia da Informação (TI) certamente ocuparão lugar de destaque nos diversos cenários dos negócios. Devemos entender que: independente do tipo de organização – privada ou pública – o administrador orienta suas decisões de investimentos adotando o princípio da racionalidade econômica: obter o máximo resultado com um dado montante de recursos ou minimizar este montante para obtenção de um determinado resultado. Para esta análise, os recursos de informações oportunas e de qualidade são fundamentais para a decisão de maneira a garantir uma atuação eficaz da administração nas áreas sob sua responsabilidade (MAXIMINIANO, 2013, p. 48). Sabemos que a tecnologia da informação tem uma responsabilidade importante no intuito de reduzir custos do negócio, pois elimina erros e redundâncias, além de automatizar processos e garantir a correta otimização das rotinas. Neste sentido: investir em ferramentas que tornam os processos internos automatizados é uma ótima alternativa e desponta como uma grande tendência em todos os setores econômicos que necessitam de um direcionamento preciso e eficaz, eliminando erros causados por falhas de comunicação e processamento das informações (MAXIMINIANO, 2013, p. 84). UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 146 A computação em nuvem, o BIG Data e a Internet das coisas (IoT) revolucionaram a forma como as organizações percebem e investem em tecnologia. Cabe ressaltar que, apesar de inovadoras, essas tecnologias quando mal utilizadas, mal gerenciadas, acabam se tornando um ponto de entrada vulnerável para ameaças digitais e outros tipos de ataque. Com base nisso, as políticas de segurança se destacam enquanto tendência, ao serem continuamente reavaliadas a fim de garantir segurança em ambientes com maior probabilidade de ataque, e com maior chance de controlar e rastrear as ameaças (ALBERTIN, 2010). Em relação às tendências em segurança, é possível afirmar que os antivírus tradicionais, por exemplo, já não têm força suficiente para gerar toda a segurança necessária para infraestruturas mais complexas. As ameaças como o sequestro de dados (ransomware) são capazes de violar as proteções atuais causando prejuízos enormes. Para se proteger, as empresas adotam outra tendência: a segurança de endpoint que combina a proteção local com a segurança em nuvem, uma vez que o monitoramento ocorre de forma unificada (SÊMOLA, 2014). Ademais, outras tendências de destaque serão abordadas neste tópico, como: impressão 3D, Gamificação, arquitetura orientada a serviços, comandos de voz, realidade virtual e aumentada, TI verde, mídias de armazenamento, computação cognitiva, entre outros temas relevantes à disciplina de Gestão da Tecnologia da Informação. 2 COMPUTAÇÃO EM NUVEM O conceito de nuvem teve origem em 1961, período em que estudiosos visionários afirmaram que a computação em nuvem seria ofertada aos usuários na forma de um modelo de negócios do tipo “utilitário”, fato que se conforma na atualidade. Em 1970, o conceito foi deixado de lado, retomando, mais a frente, a força apenas no ano 2000. Atualmente, a ideia de nuvem representa outra coisa: as aplicações podem usar recursos da nuvem ou podem executar as aplicações diretamente de lá, tornando- se, hoje, um dos grandes alicerces computacionais. Por não ser ainda totalmente compreendida, a computação em nuvem ainda apresenta indefinições e reações adversas em sua utilização e em relação a sua aplicabilidade (TAURION, 2009). “Computação em nuvem é o próximo estágio na evolução da Internet. É um conjunto de serviços de rede, que proporciona escalabilidade, qualidade de serviço, infraestrutura barata de computação sob demanda, que pode ser acessado de uma forma simples” (UNDERDAHL; LEWIS, MUETING, 2010, p. 4). Tomando por base o conceito exposto, podemos entender que a “nuvem” da computação em nuvem oferece os meios pelos quais tudo pode ser percebido, usadoe comercializado como um serviço: infraestrutura, aplicações e os processos de negócios. Colaborando, Hurwitz et al. (2010, p. 9) afirmam que: “A nuvem em si é um conjunto de hardware, redes, armazenamento, serviços e interfaces que permitem a entrega da computação como um serviço. Serviços em nuvem incluem a entrega de software, infraestrutura TÓPICO 1 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 147 e armazenamento, através da internet (com componentes separados ou uma plataforma completa) com base na demanda do usuário.” Neste sentido, a computação em nuvem é a evolução da computação atual. Essa inovação induz a um novo formato de desenvolvimento dos aplicativos computacionais, destacando que uma organização pode contratar um provedor de serviços em nuvem ou reaproveitar seu data center para oferecer esse serviço para terceiros. Krutz e Vines (2010) apontam algumas características essenciais, importantes, na origem da computação em nuvem: a) Utility Computing: neste tipo de serviço em nuvem, o cliente paga somente pelos recursos usados quando precisar deles. O objetivo é a redução dos custos. Podemos comparar esta situação com o consumo da energia elétrica, em que o consumidor paga quando consome e pelo montante consumido. b) Grid Computing: aqui são combinadas a capacidade de diversos recursos que estão em uma rede com o objetivo de resolver uma situação problema específica. A configuração desse ambiente será configurada conforme a necessidade. c) Autonomic Computing: neste tipo de serviço, a ideia principal é o computador executar tarefas complexas sem intervenção do usuário, ou com a mínima intervenção possível. d) Platform Virtualization: é a famosa virtualização, em que servidores, aplicativos e sistemas operacionais são executados e acessados através de uma máquina virtual pertencente a uma plataforma física. e) Software as a Service (SaaS): nesta opção, as aplicações são oferecidas ao cliente como um serviço. Exemplo: aplicações de SAC e Telemarketing. f) Service Oriented Architecture (SOA): neste caso, há destaque para a plataforma orientada a serviços, uma vez que eles se comunicam uns com os outros. O uso destes serviços (interfaces conhecidas) pode ser feito por várias organizações ao mesmo tempo. É importante destacar que o SOA não é tecnologia e nem metodologia. Não se pode comprar ou instalar. É uma filosofia arquitetural baseada no uso de serviços atômicos que apresentam alta independência e baixo acoplamento. Os tipos de computação em nuvem citados são modelos de implantação de serviço que permitem a seleção do nível de controle sobre as informações e tipos de serviço que precisam ser fornecidos. Taurion (2009) cita alguns exemplos de computação em nuvem relacionados aos modelos descritos: a) Salesforce.com oferece serviços de computação em nuvem da empresa em 1999. b) Serviços de computação em nuvem fornecidos pela Amazon Web service em 2002. c) Elastic Compute Cloud (EC2) são serviços comerciais oferecidos pela Amazon para as pequenas empresas e indivíduos, tais recursos de computação podem ser alugados. d) O Google oferece o Google Apps, que incluem aplicações Web, como Gmail, Docs e Calendar e Google Drive, que são exemplos de Software como Serviço. e) Microsoft Azure Service Platform suporta aplicações para serem hospedadas e executadas nos centros de dados da Microsoft. UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 148 f) VMware é uma empresa que fornece software de virtualização para uma variedade de plataformas. São grandes os desafios dos gestores de TI, no sentido de transformar os tradicionais Data Centers em plataformas mais modernas e inovadoras, facilitando a adaptação tecnológica para que a estrutura seja capaz de atender às demandas de negócios. Isso tem um custo elevado, por este motivo, a maioria dos gestores percebe a computação em nuvem como uma alternativa para eliminar custos de funcionamento e manutenção dos centros de dados tradicionais (Data centers). (TAURION, 2009). É importante salientar que os data centers tradicionais não irão desaparecer. Eles irão dividir espaço com os servidores projetados em nuvem. As organizações, ao usar e manter os centros de dados tradicionais, porém, voltadas ao conceito de nuvem, podem oferecer o serviço ao mercado consumidor. Para Taurion (2009), criar um data center usando recursos existentes facilita o desenvolvimento de aplicações mais inovadoras, abrindo um novo paradigma computacional. Taurion (2009, p. 27) afirma que: A maioria das organizações de médio a grande porte utiliza centenas ou mesmo milhares de servidores, de diversas tecnologias e fabricantes, esse montante contempla praticamente 60% dos investimentos totais em TI. É um valor elevado e não há garantias de aproveitamento de todo o potencial desse parque tecnológico dentro das organizações. Há ainda o custo adicional de gerenciamento de todas estas tecnologias. O autor estima uma ociosidade em torno de 85% para os servidores tradicionais. O data center arquitetado em nuvem apresenta um ambiente mais homogêneo e dispõe de um conjunto de ferramentas de gestão e arquitetura que seguem um padrão de utilização e atualização, com carga de trabalho mais simples e objetiva. Por isso, a computação em nuvem exclui a necessidade de uso de um servidor no próprio ambiente da organização. Esse servidor passa a ser de responsabilidade da organização terceirizada que vende esse serviço específico, atendendo à demanda de diversas organizações no que se refere ao armazenamento seguro dos dados (TAURION, 2009). 2.1 TIPOS DE SERVIÇOS DE NUVEM A Computação em nuvem é um serviço que pode ser prestado de diferentes formas, com base em três estruturas diferentes. De acordo com Neto (2015), são elas: • Software como serviço (SaaS): este é o tipo de armazenamento mais conhecido, sendo os servidores de e-mail seus maiores exemplos. Suas principais características são o acesso via web, o gerenciamento centralizado, aplicações que seguem o modelo de acesso “um pra muitos”, além do uso de Aplication Programming Interface (APIs), que permite integração com aplicações externas. O uso deste tipo de serviço é aconselhado quando as aplicações precisam de acesso remoto ou móvel, como os softwares de gestão de relacionamento com cliente (CRM), TÓPICO 1 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 149 gestão de redes sociais e marketing. Em contrapartida, o uso não é recomendado quando as aplicações necessitam de acesso rápido ou em tempo real, pois seguem uma legislação que não permite que os dados sejam hospedados em ambientes externos à organização. • Plataforma como um serviço (PaaS): a diferença em relação ao SaaS é que este é um software, e o PaaS é uma plataforma cujo objetivo é criar, hospedar e fazer a gestão dos softwares. Esse tipo de serviço é indicado quando existe a necessidade de trabalho em equipe, integração de banco de dados, e quando exige um ambiente complexo para a aplicação. É necessário também ao desenvolver a aplicação em partes, exigindo a necessidade de interação externa. O serviço não é indicado quando a linguagem proprietária utilizada possa dificultar a troca de tecnologia para outro fornecedor, ou possa influenciar o processo de desenvolvimento. Nos casos em que as aplicações são personalizadas e exigem o uso específico de determinados hardwares e softwares, o uso desse serviço também não é indicado. • Infraestrutura como um serviço (IaaS): este tipo de serviço se divide em três categorias distintas: o Nuvem pública: quando a infraestrutura está com recursos compartilhados e o autoatendimento acontece pela internet. o Nuvem privada: a infraestrutura segue a virtualização da computação em nuvem, mas de forma privada. o Nuvem híbrida: combina as duas primeiras, utilizando as característicasde uma ou de outra quando é mais conveniente. Aqui, os serviços contratados são os recursos. O monitoramento é avançado, a escalabilidade é alta e o custo é variável. A infraestrutura IaaS é indicada quando a demanda é volátil, como no caso das lojas virtuais, ou das empresas que crescem rápido é não dispõem de muitos recursos financeiros para investimento. O serviço IaaS não é indicado quando as aplicações apresentam limite de acesso ao provedor. 2.2 BENEFÍCIOS E RISCOS DA COMPUTAÇÃO EM NUVEM Ao adotar a computação em nuvem, as organizações percebem de forma muito rápida alguns benefícios importantes, os quais Taurion (2009) descreve: • Redução de custos: os custos são reduzidos ao adquirir somente o que é necessário, pagando somente sobre o recurso utilizado. • Redução de Pessoas: os serviços e recursos são gerenciados pelo administrador do serviço em nuvem. Desta forma, a organização contratante tem a vantagem de focar completamente no negócio, reduzindo tempo e gastos com despesas de pessoal. • Otimização e agilidade: há economia de tempos, pois os dados são acessados de qualquer lugar, em qualquer hora e sem restrição de plataforma. A infraestrutura também pode ser modificada com maior rapidez e segurança. O tempo de contratação do serviço também é reduzido, o que facilita o acesso seguro aos dados através de uma Rede Particular Virtual (VPN) criptografada. • Portabilidade: o cliente é mantido pela empresa prestadora do serviço através UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 150 da qualidade, não por contratos longos. O cliente tem facilidade para contratar serviços adicionais ou cancelar serviços dos quais não precisa mais. • Sustentabilidade atrelada à Redução de Custos: o ambiente em nuvem é virtualizado e com isso o cliente deixa de se preocupar com o ambiente físico (são necessários grandes espaços para manter os data centers) e sua climatização (os ambientes que abrigam os data centers precisam de ar-condicionado específico para esse tipo de hardware). Os data centers virtualizados usam energia e água reutilizada, contribuindo duplamente para a sustentabilidade. Em relação aos cuidados, ao adotar o formato de computação em nuvem, a organização contratante deve considerar os seguintes quesitos, descritos por Taurion (2009): • Segurança: considerar se a nuvem é pública ou privada; se o firewall é compartilhado ou dedicado; quem será responsável por administrar os serviços disponibilizados e contratados; verificar se os acessos ocorrem com dados criptografados e se os paths e updates dos sistemas operacionais são devidamente executados e aplicados. • Internet: o Brasil ainda carece de uma adequada infraestrutura de telecomunicações. O administrador da nuvem deve oferecer um acesso rápido, levando em conta o acesso concorrente e redundante. • Garantias: é importante estabelecer um Acordo de Nível de Serviço (SLA) entre prestador de serviço e contratante, dando preferência por contratar organizações que entendam não só de infra, mas de gestão das aplicações. FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DA COMPUTAÇÃO EM NUVEM FONTE: Disponível em: https://www.qinetwork.com.br/5-beneficios-da-cloud- computing-para-a-sua-empresa/. Acesso em: 3 jul. 2018. 3 IMPRESSÃO 3D A tecnologia de impressão 3D é usada industrialmente desde 1980, um programa de computador faz o design digital de um objeto para posterior TÓPICO 1 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 151 FONTE: Disponível em: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Exemplo- de-funcionamento-de-uma-impressora-3D-Observa-se-o-software-do-lado_ fig2_321883307>. Acesso em: 3 jul. 2018. São vários e distintos os métodos de impressão 3D. A impressão depende de variáveis como o material a ser usado e a quantidade. O método mais comum é o Fused Deposition Modeling (FDM). Este método usa um material termoplástico que é derretido e injetado camada a camada. As camadas se fundem, endurecendo mais rapidamente o material que vai ganhando forma tridimensional. FIGURA 3 – DEPÓSITO DE PLÁSTICO FEITO CAMADA A CAMADA NA FORMAÇÃO DO OBJETO FINAL transformação em algo físico e tridimensional através do mecanismo de impressão, que usa diversos materiais, o principal deles é o plástico. FIGURA 2 – EXEMPLO DE FUNCIONAMENTO DE IMPRESSORA 3D FONTE: Disponível em: http://www.e-konomista.pt/artigo/impressao-3d/. Acesso em: 3 jul. 2018. UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 152 O desenho do objeto a ser impresso em 3D é feito por softwares do tipo Computer-Aided Design (CAD). Os arquivos funcionam como mapas e orientam a máquina no processo de impressão. Os arquivos de impressão se apresentam no formato “stl”. Engenheiros, designers e arquitetos são o público massivo deste tipo de tecnologia. FIGURA 4 – PROCESSO DE IMPRESSÃO TRIDIMENSIONAL ATRAVÉS DE ARQUIVO CAD FONTE: Disponível em: <https://www.oficinadanet.com.br/post/11352-como-funciona-e-como- surgiu-a-impressora-3d>. Acesso em: 4 jul. 2018. O scanner 3D é uma tecnologia que também permite obter a forma de desenhos tridimensionais. Esse equipamento cria um arquivo CAD a partir do escaneamento de um objeto físico. Mesmo em um arquivo digital, o planejamento da impressão do objeto ainda apresenta desafios técnicos. Usuários sem experiência poderão apresentar dificuldades no momento da impressão. Esse impasse é um obstáculo que a impressão 3D ainda precisa superar para que seu uso se amplie de forma mais popular. Veja a figura a seguir, que apresenta a imagem de uma impressão 3D mal planejada. TÓPICO 1 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 153 FIGURA 5 – EXEMPLO DE OBJETO IMPRESSO EM 3D COM DEFEITO FONTE: Disponível em: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-6-Exemplo-de-objeto- impresso-com-defeito_fig4_321883307>. Acesso em: 4 jul. 2018. As dificuldades encontradas no planejamento da impressão recaem justamente na criação do arquivo CAD. Em função disso, desenvolvedores têm investido em softwares e outras tecnologias que imprimam objetos de maneiras mais simples e que auxiliam no planejamento de designs imunes a erros de impressão. O Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveu a Fabricator, tecnologia que corrige os erros em tempo de execução, ou seja, faz as correções no momento da impressão, no entanto, o preço ainda é elevado, custando em torno de $ 7000,00 dólares. Apesar dos obstáculos atuais, tem-se que as impressoras 3D, somadas aos scanners 3D, softwares de construção de arquivos CAD e a internet, juntos, inauguram várias possibilidades criativas, tais como a replicação de objetos físicos, escaneamento de objetos, transporte de designs para o meio digital, liberdades criativas no momento da elaboração do design do objeto e possibilidades de difusão das criações inéditas (ou não) na internet. 3.1 DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA DA IMPRESSORA 3D Como vimos anteriormente, foi na década de 1980 que a tecnologia de impressão 3D começou a ser usada pela indústria. Todavia, cabe destacar que desde o ano 200 d.C. já existiam diferentes formas de impressão. Um breve histórico da evolução: UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 154 • 1984: a impressora 3D Rapid Prototyping era usada para imprimir protótipos. • 1985: primeira patente de impressão 3D registrada por Chuck Hull com a tecnologia conhecida como Stereolithography Apparatus (SLA), que usava resina e laser ultravioleta para a modelagem do objeto. • 1986: Hull fundou a primeira grande empresa especializada na tecnologia e que prevalece até a presente data como uma das principais do mercado: 3D Systems. • 1987: Carl Deckard e Joe Beaman registraram a patente para outro tipo de método para impressão tridimensional: a SelectiveLaser Sintering (SLS), que faz uso de matérias-primas em pó na modelagem dos objetos. • 1989: Scott Crump registrou patente sobre o método de impressão FDM e fundou a empresa Stratasys. As impressoras que utilizam FDM são as mais acessíveis no mercado atualmente, tanto pelo valor quanto pela facilidade de uso. • 1990: surgimento de máquinas de alto desempenho e valor e outras máquinas exclusivas para a impressão de protótipos. • 2004: o britânico Adrian Bowyer criou a Replicating Rapid Prototyper (RepRap), popularizada em 2007, e popularizou a impressão 3D fora do meio industrial. Devido à limitação imposta pelo material de plástico, as impressoras 3D acessíveis ainda não são capazes de produzir produtos complexos. Contudo, usuários que se especializam cada vez mais na manufatura aditiva têm desenvolvido trabalhos bastante sofisticados, tais como esculturas, joias e aparatos úteis para o dia a dia. Apesar de ainda ser uma tecnologia com limitações técnicas, é visível que desde sua chegada no mercado consumidor as impressoras 3D vêm aumentando em muito sua qualidade de impressão. Da mesma forma, o desenvolvimento das impressoras 3D focadas no âmbito industrial também aumentou significativamente, sendo essas máquinas adotadas em setores industriais complexos, como o da produção de peças para aviões, de órgãos humanos e no setor aeroespacial. 3.1.1 Sustentabilidade ambiental da impressora 3D A reflexão em relação às vantagens e desvantagens do uso e difusão da impressão 3D é pertinente, uma vez que em um futuro próximo, a impressão de objetos estará ao alcance da maioria das pessoas. Dependendo do desenvolvimento e do uso que se fizer da tecnologia, teremos o seguinte: a) A impressão 3D poderá diminuir o consumo de energia elétrica. b) A impressão 3D poderá diminuir os resíduos descartados, pois a elaboração do objeto difere muito do processo de montagem e criação tradicional. c) A impressão 3D colocará em prática a redução do desperdício de materiais, TÓPICO 1 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 155 pois imprime camada a camada. Com isso, tem-se uma tecnologia capaz de não apenas contribuir para a sustentabilidade do meio ambiente, mas é autossustentável, podendo produzir desde sua fonte de energia até sua matéria-prima, como será mostrado adiante. A impressora 3D mais popular no mercado é a que usa o plástico como matéria- prima para a criação de objetos tridimensionais (método FDM). Assim, torna-se relevante observar a forma como é coletado e reciclado esse plástico. Para saber mais, assista ao vídeo sobre impressão 3D em: <https://www.youtube. com/watch?v=u2xIn3OrAEg>. DICAS 3.2 EYE TRACKING Conceitualmente, Eye Tracking não é uma tecnologia nova. No entanto, sua aplicabilidade para coleta e análise de informação, bem como as potencialidades de uso no ambiente acadêmico, científico e comercial ainda se encontram no estado de pesquisas e testes. Este conceito se refere a um conjunto de tecnologias que facilita a medição e o registro do movimento ocular de um usuário/indivíduo quando reage a um estímulo de um ambiente real ou controlado, e determina de que forma fixa sua atenção, por quanto tempo e em qual ordem segue a exploração visual. A importância do estudo dos movimentos oculares se alicerça sobre a hipótese strong eye mind, que determina que aquilo que uma pessoa visualiza é assumido como indicador do pensamento e prevalece nos processos cognitivos, sugerindo que o movimento ocular indica para onde está voltada a atenção de acordo com o campo de visão da pessoa. Como ferramenta de análise pode ser utilizada na investigação e estudo dos domínios científico, acadêmico e comercial, em áreas de pesquisas tão diversas como a linguística cognitiva, psicologia, medicina, usabilidade, marketing, entre outras. Como ferramenta de interação (ou eye controler, já que neste âmbito o objetivo do seu uso não é a medição do movimento ocular, mas a utilização do equipamento como ferramenta de interação) permite a utilização de dispositivos específicos de comunicação baseados no olhar, vocacionados para indivíduos com mobilidade limitada ou necessidades especiais (DIAS, 2009, p. 79). UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 156 A interface é a mediadora do conteúdo e de quem vai utilizá-lo. É responsabilidade da interface garantir que o usuário fique satisfeito ao encontrar o conteúdo desejado. Por este motivo, torna-se importante o ato de analisar o movimento do olhar do usuário enquanto este navega pelo website, por exemplo. Uma análise simples consiste em identificar o que ele vê no primeiro momento e ao longo do tempo da conexão. O método se propõe a identificar até que ponto a interface interfere na atenção e na retenção do conteúdo. Para Abrahão et al. (2005), os profissionais que definem as interfaces geralmente não têm conhecimento sobre cognição humana e, portanto, não são capazes de compreender como o usuário aprende, retém e usa a informação. Os responsáveis pelos desenhos das interfaces se preocupam mais com a harmonia e a estética da interface, deixando de lado questões importantes para a mente humana ao fazer uso dela. FIGURA 6 – EYE TRACKING FONTE: Disponível em: http://www.newelectronics.co.uk/electronics- news/electrical-eye-tracking-technology/155207/. Acesso em: 4 jul. 2018. Na verdade, a tecnologia Eye Tracking usa teorias ergonômicas para identificar como o usuário interpreta o contexto apresentado e como aplica esta interpretação ou conhecimento em ações. É uma abordagem mediadora entre pessoas e tecnologias para garantir que o processo lógico do usuário seja usado na concepção de novas interfaces de software (LAURINDO, 2008). Ainda, de acordo com o autor, com estas teorias é possível, por exemplo, identificar e analisar o comportamento de leitura entre grupos distintos para interfaces também distintas. Isso é possível quando, ao olharmos para uma cena, imagem ou texto, nossos olhos se estabilizam por cerca de 200 a 300 milissegundos, com movimentos rápidos de 40 a 50 milissegundos a cada momento de parada. Nesse sentido, Laurindo (2008) coloca que são vários os campos de aplicação da tecnologia Eye Tracking. • Métricas na web como ferramentas para estratégias inovadoras de comunicação. • Análise e visualização da experiência em videojogos. • Fonoaudiologia. • Neurociências e Marketing. • Design e processamento cognitivo de informações on-line. TÓPICO 1 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 157 • Testes de aplicativos de smartphones. • Encontrabilidade da informação. • Contagem e cognição. • Interfaces de busca dos sites de pesquisa. 4 VOICES COMMANDS Um bom atendimento é requisito de peso para o crescimento e reconhecimento de qualquer negócio. Através de um bom atendimento é possível conquistar e reter clientes. Neste sentido, a tecnologia de voz pode fortalecer os vínculos entre clientes e todos os tipos de fornecedores, melhorando os canais de comunicação, reforçando a excelência no contato e mantendo um relacionamento de maior proximidade com os clientes. As tecnologias de voz envolvem todas as ferramentas e softwares cujos objetivos visam melhorar os processos de comunicação por voz (LAURINDO, 2008). 4.1 TENDÊNCIAS E APLICABILIDADE DA TECNOLOGIA DE VOZ As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) estão cada vez mais presentes nas atividades profissionais e pessoais. Os avanços e as possibilidades mediadas por tecnologias de voz oferecem expectativas novas, lançando novos desafios para todos os setores da sociedade. Abaixo, são citadas algumas tendências importantes no reconhecimento de voz. 4.1.1 Reconhecimento de voz para automatização do atendimento Um exemplo típico de automatização de atendimento com uso de voz éa SIRI, da Apple. O intuito desta tecnologia é sanar dúvidas e prover aconselhamentos através dos comandos de voz. O reconhecimento de voz pode ser feito através da implantação de uma Unidade de Resposta Audível (URA). De forma geral, o uso ainda é recente no ambiente dos negócios (LAURINDO, 2008). Basicamente, a URA otimiza e gerencia as demandas de ligações, facilitando o atendimento do cliente final, pois reconhece termos e palavras pronunciadas, elaborando de forma rápida e eficiente a resposta. A proposta é oferecer um atendimento inovador ao consumidor. UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 158 4.1.2 Telefonia digital É mais conhecida como Voice over Internet Protocol (VOIP) ou Internet Protocol (IP). Permite realizar e receber ligações através do uso da internet. Um exemplo bastante praticado são as ligações telefônicas feitas através do aplicativo WhatsApp. Isso acontece quando a rede transforma o sinal de dados analógico em dados digitais, uma vez que a transmissão ocorre através de protocolo TCP/ IP. É necessário um software mediador para enviar os dados de um computador para outro ou de telefone para telefone. A grande vantagem é o custo zero da ligação quando feita de um computador para outro ou para um dispositivo que possua internet, como os smartphones (TURBAN, 2013). 4.1.3 Vídeo chat para suporte Vídeo chat como forma de comunicação é eficaz em processos de pré e pós-vendas, pois ocorre em tempo real, estabelecendo um maior vínculo, e em consequência, maior confiança por parte de quem é atendido por este tipo de ferramenta. Proporciona uma experiência personalizada para o cliente que tem uma resposta imediata, o que aumenta o nível de satisfação em relação ao atendimento recebido (TURBAN, 2013). 4.1.4 Concierge eletrônico Um exemplo desta tecnologia é o uso em hotéis que apresentam grande fluxo de hospedes, principalmente estrangeiros. A tecnologia reduz a contratação e investimentos em treinamentos de colaboradores em outros idiomas. Com o aplicativo, o hóspede escolhe o idioma de domínio e ouve as opções no idioma escolhido. Com isso, escolhe o serviço desejado sem que ocorram problemas de interpretações erradas por causa dos colaboradores que não dominam o idioma (TURBAN, 2013). 4.1.5 Tecnologia wearable Esta é uma tecnologia inovadora. São dispositivos vestíveis que permitem à organização oferecer um nível de serviço individual e específico. Geralmente se percebe esta tecnologia em relógios inteligentes ou dispositivos para a prática de esportes. Em um futuro próximo, esse tipo de dispositivo possivelmente se infiltrará de forma muito variada, atingindo diversos aspectos de nossa vida pessoal, do fitness aos serviços de saúde, da medicina aos cuidados com o bem-estar, sem contar os setores de informação e entretenimento. Através dessa tecnologia será possível recompensar os clientes de acordo com suas características principais, como as preferências na hora de comprar algo (TURBAN, 2013). TÓPICO 1 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 159 5 REALIDADE AUMENTADA X REALIDADE VIRTUAL No que se refere à realidade aumentada, é importante a atuação do usuário em todos os seus sentidos: visão, audição e tato. A tecnologia está evoluindo significativamente no sentido de explorar olfato e paladar. Frio e calor podem ser incluídos no sentido “tato”, pois são sensações percebidas através da pele. Antes do surgimento da realidade aumentada, os tipos de informação permitidos se restringiam a viabilizar textos, imagens e vídeos. Podemos perceber que tanto para a multimídia quanto para a realidade aumentada a visão é o sentido preponderante, permitindo interações em tempo real e enfatizando o aspecto gráfico das aplicações. Realidade Aumentada é uma tecnologia utilizada para unir o mundo real com o virtual, através da utilização de um marcador, webcam ou de um smartphone (IOS ou Android), ou seja, é a inserção de objetos virtuais no ambiente físico, mostrada ao usuário em tempo real com o apoio de algum dispositivo tecnológico, usando a interface do ambiente real, adaptada para visualizar e manipular os objetos reais e virtuais (MARTINS, 2017, p. 65, grifo nosso). FIGURA 7 – REALIDADE AUMENTADA FONTE: Disponível em: <https://www.agenciadda.com.br/realidade- aumentada>. Acesso em: 4 jul. 2018. Antigamente, existiam poucos dispositivos para auxiliar o usuário a interagir com as informações. Basicamente, as ações se restringiam a acionar uma alavanca ou pressionar um botão. A partir dos computadores, as interações humano-computador se tornaram mais complexas, exigindo um maior conhecimento tanto de hardware quanto de software (MARTINS, 2017). Com a utilização de redes de computadores e de comunicação, os sistemas computacionais passaram a ser variados, integrados e evoluídos, permitindo a interação do usuário com o computador de qualquer lugar e de forma transparente (sem perceber sua presença), focando, assim, na informação. As figuras a seguir apresentam três fases de evolução da realidade virtual de acordo com Kirner e Siscouto (2007). Na Figura 9, especificamente, observa-se a comunicação sem a interferência de computadores ou outros tipos de equipamentos eletrônicos. UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 160 FIGURA 8 – AUSÊNCIA DA MEDIAÇÃO POR COMPUTADOR FONTE: Kirner e Siscouto (2007, p. 17) A segunda fase ocorre quando os usuários precisam aprender a usar os computadores para obter benefícios com o uso dos equipamentos. FIGURA 9 – MEDIAÇÃO POR COMPUTADOR FONTE: Kirner e Siscouto (2007, p. 18) A terceira fase demonstra total interação dos usuários com os computadores, com a comunicação ocorrendo de diversas formas e através de um intenso uso de tecnologias variadas. FIGURA 0 – INTERAÇÃO DE USUÁRIOS COM COMPUTADORES FONTE: Kirner e Siscouto (2007, p. 18) comunicação local ambiente e informações reais ambiente e informações virtuais comunicação remota na rede ambiente e informações reais sistemas de informação e comunicação ambiente e informações virtuais (inteligentes) dispositivo multisensorial dispositivo multisensorial comunicação remota no sistema de comunicação ambiente e informações reais (inteligentes) TÓPICO 1 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 161 A interação entre pessoas e máquinas surgiu com os primeiros computadores, cujas interfaces eram simples e baseadas exclusivamente em comandos de texto. Um exemplo desse tipo de interação pode ser percebido no sistema DOS, no qual o usuário precisava orientar a máquina através da digitação de comandos de texto. Na sequência, os sistemas evoluíram para a apresentação em ‘menus’, em que o usuário fazia escolhas através de listas predefinidas, comum nos sistemas baseados em janelas. Nesta fase surgiu a multimídia, apoiada por hardwares com monitores de melhor qualidade e a Realidade Virtual Aumentada (MARTINS, 2017). 5.1 REALIDADE VIRTUAL Os estudos iniciais em realidade virtual surgiram por volta de 1963, nos Estados Unidos, através da aplicação Sketchpad, criada por Ivan Sutherland. A aplicação consistia em manipular figuras tridimensionais no monitor de um computador (MARTINS, 2017). “Realidade virtual é uma interface computacional avançada que envolve simulação em tempo real e interações, através de canais multissensoriais” (BURDEA; COIFEET, 1994, p. 43). Outra definição mais específica é que a “Realidade virtual é uma interface computacional que permite ao usuário interagir em tempo real, em um espaço tridimensional gerado por computador, usando seus sentidos através de dispositivos especiais” (KIRNER; SISCOUTO, 2007, p. 33). É possível perceber a realidade virtual através da tela do computador ou com uso de capacete (HMD),ou em salas específicas de projeção (ex.: cinemas), ou com outros dispositivos de interação. Para tanto, existem dois tipos de realidade virtual, as quais Martins (2017) descreve como: A Imersiva: implementação baseada no modo capacete. Leva o usuário ao domínio da aplicação, fazendo-o se sentir completamente imerso no mundo virtual. Não imersiva: implementada no modo janela. Leva o usuário parcialmente ao mundo virtual. FIGURA 11 – REALIDADE VIRTUAL IMERSIVA E NÃO IMERSIVA FONTE: Disponível em: <http://trabalho20.blogspot.com/2013/03/realidade-imersiva-e-nao- imersiva.html>. Acesso em: 4 jul. 2018. UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 162 6 REALIDADE AUMENTADA X VIRTUALIDADE AUMENTADA Existe um termo para definir a combinação da realidade aumentada com a virtualidade aumentada: é a REALIDADE MISTURADA. Isso acontece quando informações virtuais interagem com o ambiente físico do usuário, que percebe estas manifestações através de dispositivos tecnológicos (KIRNER; SISCOUTO, 2007). FIGURA 12 – POSICIONAMENTO DOS OBJETOS VIRTUAIS NO AMBIENTE DE REALIDADE AUMENTADA FONTE: Disponível em: <https://www.poetryfoundation.org/harriet/2012/06/jorie-graham-on-a- world-apart-from-reality>. Acesso em: 4 jul. 2018. A tecnologia traz os objetos virtuais para o espaço do usuário geralmente através do webcam, que é um dispositivo que captura as imagens do ambiente físico, introduzindo elementos virtuais e cujo resultado é mostrado ao usuário através dos monitores ou capacetes (MARTINS, 2017). FIGURA 13 – APLICAÇÃO DA REALIDADE AUMENTADA FONTE: Disponível em: http://marisjoana.blogspot.com/2013/01/21-simulacao-da-realidade_22. html. Acesso em: 4 jul. 2018. E o que seria a virtualidade aumentada? Ela ocorre quando as informações reais são levadas para o mundo virtual, são representadas de forma realista e com forte interação virtual, conforme se observou na figura anterior. TÓPICO 1 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 163 6.1 APLICABILIDADE DA REALIDADE E VIRTUALIDADE AUMENTADAS São exemplos da aplicação da realidade virtual e aumentada, de acordo com Kirner e Siscouto (2007): • Mapeamento superficial de veias subcutâneas cuja tecnologia foi desenvolvida para facilitar a punção venosa através de luz infravermelha (coleta de sangue, quimioterapia etc.). • Tarefas complexas em cirurgias como melhorias nos raios-X, tomografias e ressonâncias magnéticas. • Dispositivos para navegação cujos capacetes possuem visores dotados de RA para navegação em plantas industriais, em áreas de desastre ou até mesmo em aeronaves. • Serviços militares ou de emergência, como sistemas trajáveis, instruções, mapas e informações de inimigos ou feridos. • Prospecção em hidrologia, ecologia ou geologia, mostrando informações específicas sobre o terreno ou mapas tridimensionais. • Visitação aprimorada, legendas ou textos históricos referentes a objetos ou locais vistos, ruínas ou paisagens reconstruídas (dados que, se combinados a uma conexão à internet sem fio, proporcionam uma vasta quantidade de informações). • Simulação de voo ou de mergulho. • Melhorias em conferências com participantes reais e virtuais; trabalho conjunto em modelos 3D simulados. • Na área de entretenimento e da educação através de objetos virtuais em museus ou em atrações temáticas como parques de diversões. 6.2 APLICAÇÕES FUTURAS As aplicações futuras da realidade aumentada e da realidade virtual podem ser previstas conforme aponta Martins (2017): • A criação de um simulador capaz de juntar várias telas de computador ou janelas de aplicação no entorno do usuário. • Substituição das interfaces atuais por interfaces inovadoras onde objetos 3D alteram suas formas e aparências de forma interativa, baseados na tarefa ou na necessidade atual do usuário. • Substituição de telas de navegação em carros e aparelhos celulares com discagem através do movimento dos olhos. Plantas virtuais, papéis de parede, vistas panorâmicas, decorações, trabalhos artísticos e iluminação, melhorando a vida cotidiana. Por exemplo, uma janela virtual poderia ser disposta em uma parede comum, mostrando a tomada de uma câmera situada no exterior da construção. UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 164 6.3 HIPER-REALIDADE A Hiper-realidade é definida como a combinação de realidade virtual e física com a inteligência artificial e humana, servindo de interface ao usuário no acesso a aplicações extremamente complexas e avançadas. Para atender a diversos usuários, os sistemas de hiper-realidade deverão privilegiar a adaptação e o atendimento personalizado, permitindo que cada usuário seja reconhecido individualmente e que os elementos virtuais inteligentes reajam distintamente às ações individuais. Assim, cada usuário atuará nesse ambiente de realidade aumentada inteligente e multimodal, interagindo de forma personalizada, recebendo e enviando informações de seu interesse específico, na forma mais natural possível, dentro de um contexto coletivo (MARTINS, 2017, p. 63). Alguns exemplos nos fazem entender melhor o que seria a hiper- realidade: estudos do astrofísico Neil de Grasse Tyson apontam para situações onde seria possível reviver um evento do passado, ou seja, algo que já aconteceu. Esta situação é representada no filme Capitão América, onde o ator Tony Stark se projeta através de holografia, e recria memórias já vivenciadas. O que seria de fato a hiper-realidade? Na série Cosmos de 2014, o astrofísico Neil de Grasse Tyson deixa no ar a possibilidade de que tecnologias avançadas nos permitirão reviver um evento que já passou. No filme Capitão América, o personagem Tony Stark faz uma apresentação que usa uma projeção holográfica para recriar uma memória, um ótimo exemplo de como seria a criação destas experiências já vividas. Fonte: Adaptado de <https://pt.linkedin.com/pulse/como-hiper-realidade-vai-mudar-sua-vida- paulo-armi>. Acesso em: 7 ago. 2018. Nesse sentido, com tal tecnologia, implantes neurológicos viabilizarão a simulação das sensações físicas. Por causa disso, não precisaríamos mais de paredes, por exemplo. Pois o conjunto de impulsos elétricos limitariam os movimentos simulando o contato com superfícies e pessoas. Essas tecnologias ainda levarão um tempo até serem aprimoradas, mas o fato é que tanto hardware quanto os softwares estão evoluindo para tornar possível este tipo de realidade (MARTINS, 2017). 7 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO VERDE O vício em consumir, atualmente, criou uma cultura social que evidencia o alto desperdício dos recursos naturais. Em função disso, surgem inúmeros problemas sociais, ambientais e econômicos, fazendo da sustentabilidade um TÓPICO 1 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 165 tema importante e atual (MALHORTA; MELVILLE, 2013). A TI, no que envolve principalmente a parte de hardware e seu cabeamento, pode ser considerada responsável por uma parcela significativa dos problemas ambientais oriundos do consumo exagerado. Excesso de consumo de energia elétrica, quantidade de material não renovável na composição dos computadores e o descarte incorreto se destacam enquanto situações mais visíveis e problemáticas. O despertar da consciência ecológica é importante para que as empresas sobrevivam, além de ser um fator importante para se tornarem mais competitivas. FIGURA 4 – TI VERDE FONTE: Disponível em: <https://ziontechgroup.com.br/blog/2017/04/17/como-a- virtualizacao-de-servidores-pode-ajudar-a-ti-verde/>. Acesso em: 4 jul. 2018. Gerenciar de forma eficaz a TI é uma alternativa para minimizar os danos causados ao meio ambiente, prezando por um ambiente organizacional sustentável e que repercute na qualidade de vida de todos os colaboradores envoltos neste ambiente (MALHORTA; MELVILLE, 2013). 7.1 ATI VERDE A TI verde tem sido tema de inúmeras pesquisas acadêmicas por causa da relevância da sustentabilidade ambiental. Nessas pesquisas, TI verde é um termo genérico para tratar as preocupações e medidas que os setores de TI das organizações devem manter o foco, contribuindo sempre para o alcance dos objetivos norteados pela sustentabilidade e pela responsabilidade social (MALHORTA; MELVILLE, 2013). Embora cause danos ambientais, a tecnologia não é mais apontada como a causa do problema, e sim, a solução. A TI verde ainda é um conceito recente, sem uma definição completa e ainda não dispõe de um conjunto de práticas padronizadas e testadas que possam ser aplicadas por todas as organizações. UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 166 O que de fato é a TI verde? Podemos considerar como uma série de estudos que visam projetar, fabricar, utilizar e descartar produtos e derivados computacionais, objetivando assegurar níveis mínimos de impacto no meio ambiente. Envolve também o consumo adequado de energia elétrica e práticas de reciclagem dos equipamentos, bem como o correto descarte (SCHMIDT et al., 2010). Os autores Brooks, Wang e Sarker (2010) classificaram a TI Verde como: a) Iniciativas que empregam a infraestrutura de TI na mudança de processos e/ ou práticas organizacionais para melhorar a eficiência energética e reduzir os impactos ambientais. b) Utilização de produtos de TI ambientalmente corretos no que se refere à aquisição, reciclagem e descarte das partes. Tomando por base a consciência ambiental, o conceito de TI verde dissemina e facilita a adoção e prática de estratégias ambientais que favoreçam o meio ambiente sem prejudicar o crescimento da organização. 7.2 MOTIVOS E ATITUDES QUE IMPULSIONAM A TI VERDE São inúmeros os ganhos das organizações que praticam a TI verde, principalmente no que diz respeito às vantagens financeiras e ambientais. Os ganhos ambientais se referem ao direito igualitário entre as gerações atuais e futuras quanto à disponibilidade dos recursos naturais (MELVILLE, 2010). Os benefícios financeiros são evidenciados no preço competitivo dos produtos e geram menor impacto no meio ambiente. São vários os agentes externos que pressionam as organizações a adotar o conceito de TI verde: consumidores, grupos ambientais, governos, ativistas e todas as pessoas ou instituições que têm poder ou legitimidade para impor regulamentações que afetam o padrão de produção e, em consequência, alteram o nível de competição entre as organizações (WATSON; BOUDREAU; CHEN, 2010). Os autores Molla e Abareshi (2012) classificam os motivos para a adoção e prática da TI verde em quatro categorias distintas: a) Ecoeficiência: melhoria da sustentabilidade ambiental e redução de custos. b) Ecoeficácia: maximização dos recursos e preocupação com o meio ambiente. c) Ecorresponsividade: melhoria da sustentabilidade com aproveitamento de oportunidades verdes. d) Ecolegitimidade: melhoria da sustentabilidade considerando as pressões políticas e sociais. TÓPICO 1 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 167 Em qualquer uma das categorias, a prática requer mudança de comportamento e tecnologia. As mudanças de tecnologia têm como foco as melhorias na infraestrutura no intuito de torná-las adequadas à preservação do meio ambiente. Já as mudanças de comportamento se referem à consciência ambiental, aos atos responsáveis e a práticas organizacionais que alinham a TI às estratégias de preservação, reuso e sustentabilidade de todos os recursos organizacionais. A possibilidade de trabalhar com a virtualização dos servidores também contribui de forma positiva para a implantação do conceito de TI verde (MALHORTA; MELVILLE, 2013). 168 Neste tópico, você aprendeu que: • A computação em nuvem, o BIG Data e a Internet das coisas (IoT) revolucionaram a forma como as organizações percebem e investem em tecnologia. • Em relação às tendências em segurança, é possível afirmar que os antivírus tradicionais, por exemplo, já não têm força suficiente para gerar todas as infraestruturas mais complexas. E as ameaças, como o sequestro de dados (ransomware), são capazes de violar as proteções atuais causando prejuízos enormes. • A computação em nuvem é a evolução da computação atual. Essa inovação induz a um novo formato de desenvolvimento dos aplicativos computacionais, destacando que uma organização pode contratar um provedor de serviços em nuvem ou reaproveitar seu data center para oferecer o serviço para terceiros. • Os tipos de computação em nuvem são: Utility Computing, Grid Computing, Autonomic Computing, Platform Virtualization, Software as a Service (SaaS) e Service Oriented Architecture (SOA). • É importante salientar que os data centers tradicionais não irão desaparecer. Eles irão dividir espaço com os servidores projetados em nuvem. As organizações a usar e a manter os centros de dados tradicionais, porém, voltadas ao conceito de nuvem, podem oferecer o serviço ao mercado consumidor. • O data center arquitetado em nuvem apresenta um ambiente mais homogêneo e dispõe de um conjunto de ferramentas de gestão e arquitetura que segue um padrão de utilização e atualização, com carga de trabalho mais simples e objetiva. • Benefícios da computação em nuvem: redução de custos, redução de pessoas, otimização e agilidade, portabilidade, sustentabilidade atrelada à redução de custos, segurança, internet e garantias. • Impressão 3D é uma representação computacional de um objeto real e físico, é considerada um modelo sólido do objeto. • Eye tracking é uma tecnologia mediadora do conteúdo e de quem vai utilizá-lo. É considerada um método confiável para se analisar o comportamento ocular. Foi utilizada durante décadas para estudar o comportamento humano ao longo da navegação on-line. É uma importante ferramenta de investigação. RESUMO DO TÓPICO 1 169 • A tecnologia de voz pode fortalecer os vínculos entre clientes e todos os tipos de fornecedores, melhorando os canais de comunicação. • A realidade aumentada é uma tecnologia utilizada para unir o mundo real ao virtual, através da utilização de um marcador, webcam ou de um smartphone (IOS ou Android). É a inserção de objetos virtuais no ambiente físico, mostrados ao usuário em tempo real com o apoio de algum dispositivo tecnológico, usando a interface do ambiente real, adaptada para visualizar e manipular os objetos reais e virtuais. • Realidade virtual é uma interface computacional avançada que envolve simulação em tempo real e interações, através de canais multissensoriais. • A Hiper-realidade é definida como a combinação de realidade virtual e física com a inteligência artificial e humana, servindo de interface ao usuário no acesso de aplicações extremamente complexas e avançadas. • A TI, no que tange a parte de hardware e seu cabeamento, pode ser considerada responsável por uma parcela significativa dos problemas ambientais oriundos do consumo exagerado. Excesso de consumo de energia elétrica, quantidade de material não renovável na composição dos computadores e o descarte incorreto. • O despertar da consciência ecológica é importante para que as empresas sobrevivam e também como um fator importante para se tornarem mais competitivas. • TI verde é dividida em quatro categorias distintas: Ecoeficiência, melhoria da sustentabilidade ambiental e redução de custos; Ecoeficácia, maximização dos recursos e preocupação com o meio ambiente; Ecorresponsividade, melhoria da sustentabilidade com aproveitamento de oportunidades verdes; Ecolegitimidade, melhoria da sustentabilidade considerando as pressões políticas e sociais. 170 1 Para simplificar, a computação em nuvem é o fornecimento de serviços de computação – servidores, armazenamento, bancos de dados, rede, software,análise e muito mais – pela Internet (“a nuvem”). FONTE: Disponível em: <https://azure.microsoft.com/pt-br/overview/what-is-cloud- computing/>. Acesso em: 4 jul. 2018. Em relação a esta tecnologia é correto afirmar que: a) ( ) Não permite analisar o padrão dos dados para análise. b) ( ) É uma forma de oferecer software sob demanda. c) ( ) Hospeda somente sites, restringindo os blogs. d) ( ) Financeiramente é acessível somente para organizações de médio e grande porte. 2 TI Verde é um dos termos mais importantes no mercado tecnológico. É uma abordagem que se preocupa com a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade, em que a sociedade compreende o impacto que os resíduos tecnológicos podem contribuir para a degradação do meio ambiente, além de influenciar o uso de recursos tecnológicos que consumam menor quantidade de energia (COSTA, 2012). Diante do exposto sobre TI verde, marque a resposta correta: a) ( ) Otimizar e conscientizar sobre o uso racional de todos os recursos organizacionais, reduzindo os custos de operação a fim de melhorar a produtividade, sempre reduzindo o desperdício. b) ( ) Fornecer suporte somente aos aspectos relacionados à ecologia do meio ambiente. c) ( ) Tornar somente o setor de TI mais sustentável. d) ( ) Reduzir os custos da TI. 3 Entre as tecnologias para o futuro, as que certamente chamam mais a atenção são a da Realidade Virtual e da Realidade Aumentada. Nos últimos anos vimos uma evolução exponencial dessas tecnologias, mas as evoluções podem ir muito além disso. Um caso que chamou atenção recentemente foram estudos mostrando paraplégicos reaprendendo a andar através do uso da realidade virtual. Outro caso que chamou a atenção foi o uso de uma criança. FONTE: Disponível em: <https://www.raccoon.ag/blog/o-futuro-da-realidade-virtual-e-da- realidade-aumentada/>. Acesso em: 4 jul. 2018. Em relação a esta tecnologia, marque a resposta correta: a) ( ) Realidade aumentada é uma tecnologia que permite a integração de informações virtuais a visualizações do mundo real. b) ( ) É uma tecnologia limitada ao desenvolvimento de jogos. c) ( ) Realidade virtual não faz uso de interfaces computacionais avançadas. AUTOATIVIDADE 171 d) ( ) Estas tecnologias não podem ser aplicadas no setor de saúde. 4 (ENADE, COMPUTAÇÃO – 2013) No mercado atual, é crescente a necessidade de preocupação com o uso racional de recursos naturais, descarte de lixo eletrônico, eficiência energética e outras temáticas ligadas ao conceito de sustentabilidade. As empresas de construção civil passaram a construir edifícios inteligentes que possuem melhor planejamento do consumo energético destinado à iluminação, elevadores, entre outros. No que se refere ao projeto de redes de dados nesses edifícios não é diferente. Com o crescimento do conceito de TI Verde, torna-se essencial o uso de tecnologias que atendam essa nova necessidade. Uma delas envolve a consolidação de servidores (blades) de forma a reduzir o espaço físico nos racks de data centers, consequentemente reduzindo o consumo elétrico e o nível de calor produzido, o que implica diretamente na redução de consumo energético de aparelhos de ar-condicionado e uma série de outros benefícios correlatos, além de possibilitar o gerenciamento centralizado, maior flexibilização de distribuição de recursos (CPU, memória e disco) e provisionamento de serviços. Nesse sentido, o que fundamentalmente tem permitido essa consolidação de servidores e a redução do consumo energético é: a) ( ) a Virtualização. b) ( ) a Sustentabilidade Digital. c) ( ) a BYOD ou Consumerização. d) ( ) a Governança de TI. e) ( ) a TI Verde. 172 173 TÓPICO 2 TECNOLOGIAS EMERGENTES E SUAS APLICAÇÕES EMPRESARIAIS UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO A troca de informações entre pessoas de todas as partes do planeta ocorre atualmente de forma sinérgica, em função da globalização, da disseminação e acessibilidade das tecnologias de informação. O grande volume de informações digitalizadas atualmente em diferentes formatos (texto, voz, sons, imagens e vídeos) amplia a aplicação da tecnologia da informação na automatização dos processos e na construção de novos hardwares e softwares sempre no intuito de tornar mais fácil a execução de tarefas pessoais e profissionais (ALBERTIN, 2010). Ademais, analisaremos algumas dessas tecnologias que despontam como tendências na área computacional, além de algumas tecnologias emergentes e ainda carentes de viabilidade no contexto socioeconômico dos indivíduos e das organizações. 2 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL A Inteligência Artificial é uma das disciplinas da Computação que se utiliza de recursos tecnológicos avançados para obter, processar, armazenar e compartilhar informações com o objetivo precípuo de automatizar tarefas de percepção (sentidos), cognição (aprendizado) e manipulação (robótica), que são particularmente desempenhadas pelas funções humanas. Todas estas questões integradas (percepção, cognição e manipulação) possibilitam a implementação de tecnologias capazes de tornar possível a representação e a execução de tarefas mentais humanas no intuito de interpretar contextos situacionais, facilitando a tomada de decisão em cenários mais complexos (GANASCIA, 2016). Segundo Ganascia (2016), comportamentos inteligentes são a combinação da habilidade do pensamento e raciocínio que usam a razão no processo de solucionar problemas. Neste sentido, a IA contribui no desenvolvimento da capacidade de lidar com situações complicadas, capacitando para que se responda de forma eficaz em casos de situações novas e nunca vividas. A tecnologia abrange ainda a capacidade de interpretar informações ambíguas, incompletas ou erradas, isolando os dados verdadeiros através da experiência lógica adquirida em diversas outras situações atípicas. 174 UNIDADE 3 | TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO No entanto, o desenvolvimento e a aplicação de todos esses complexos atributos da inteligência natural em dispositivos artificiais, sejam eles eletrônicos, elétricos e/ou mecânicos, requerem recursos e tecnologias ainda emergentes e em evolução. A inteligência artificial para indústria e para o desenvolvimento de sistemas de informações com aplicação comercial tem ampliado seu espaço no mercado, e atualmente, pode ser considerado o maior diferencial para manter o sistema de gestão de Enterprise Resource Planning (ERP) atualizado. ERPs são softwares que planejam os recursos da organização e que integram todos os dados e processos em um único sistema. Os objetivos do gestor ao adotar um ERP são simples e objetivos: automatizar tarefas para dar maior fluidez ao trabalho, ter melhor controle sobre a gestão do tempo e melhorar todos os processos organizacionais. A ideia de unir a inteligência artificial com a gestão organizacional consiste basicamente em mesclar todos os dados para utilizá-los da melhor forma possível. Assim, o planejamento dos recursos organizacionais é feito de forma mais eficiente, gerando melhores resultados. Imagine que você tenha a necessidade de gerar estatísticas em tempo real, com base nas análises feitas pelo sistema ERP e com auxílio de recursos da inteligência artificial, a tomada de decisão organizacional se torna um processo mais rápido, com informações mais seguras e elaboradas (GANASCIA, 2016). Na nova era digital, na qual sistemas são utilizados para controlar movimentações em empresas de produção, apontar tendências de mercado e tomar decisões, já é uma realidade. Sem a influência das emoções e com base em dados e análises complexas, novos softwares definem estratégias e ações assertivas, o que dá início a uma revolução na gestão empresarial. Chegam ao mercado programas que compreendem a linguagem natural, têm alta capacidade de aprendizagem