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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CIVEL DA COMARCA ALFA/UF JOÃO, brasileiro, estado civil, profissão, RG, CPF, residente e domiciliando à rua ,nº , Alfa/UF, CEP, endereço eletrônico, portador do título de eleitor n. , seção , zona ,cidadão em pleno gozo de seus direitos conforme documento anexo nos termos do art. 1º, § 3º da Lei 4717/65, por meio de seu advogado inscrito na OAB sob o n. , que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), com endereço profissional na Rua___, n. ___, Bairro____, Cidade/UF, local indicado para receber intimações, endereço eletrônico, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LXXIII da CF/88 e da Lei n. 4.717/65, impetrar AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR em face de ato da SOCIEDADE EMPRESÁRIA K, com sede na rua , n. , bairro , Cidade/UF, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. (e os beneficiários do ato ou contrato lesivo, nos termos do art. 6º, caput, da lei 4717/65) e em face de PEDRO SANTOS, prefeito, nacionalidade, estado civil, RG, CPF, com domicilio profissional no Prédio da Prefeitura do Município Alfa/UF, pelos fatos e fundamentos de direito que passa a expor: I – DOS FATOS A Sociedade Empresária K, concessionaria do serviço de manutenção de uma estrada municipal, com o intuito de ampliar suas instalações, realizou amplos estudos e identificou que o melhor local para suas novas instalações é em local de preservação ambiental permanente, tendo esta, inclusive, providenciado o cerco do local e fixado placa com início de obra em 30 (trinta) dias. Surpreso com tal conduta, o impetrante formulou requerimento junto a empresa ré solicitando a não realização da obra, para sua surpresa, recebeu o indeferimento de seu requerimento, sob o argumento de que o local fora aprovado pelo Município, tendo o Sr. Prefeito assinado a licença para realização da obra. Assim, na intenção de impedir o início da referida obra, o impetrante não viu alternativa a não ser entrar com a referida ação. II – DOS FUNDAMENTOS A) DO CABIMENTO E DA LEGITMIDADE PARA IMPETRAR A AÇÃO POPULAR Em virtude dos fatos narrados, o impetrante encontra guarida no art. 5º, LXXIII da CF/88 bem como no art. 1º, § 3º da lei 4717/65, visto que a presente medida objetiva anular ato lesivo ao meio ambiente, sendo que ao final, junta o autor cópia de seu título eleitoral, para comprovação da legitimidade ativa para presente ação. B) DO ATO LESIVO AO MEIO AMBIENTE Excelência, conforme prevê o art. 225 da CF/88 todos temos o direito ao meio ecologicamente equilibrado, devendo preserva-lo para todas as gerações, o mesmo diploma legal, o art. 225, § 1º, nos trás que cabe ao Poder Público garantir esse direito através de alguns mecanismos, se não vejamos: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade. VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. No caso em tela, não foi realizado o estudo de que trata o inciso IV, não obstante, caso tal obra seja realizada no local escolhido, local este que abriga diversas espécies raras da flora e da fauna, estas espécies estarão em perigo eminente o que poderá causar inclusive sua extinção. Outrossim, sendo a obra realizada, estará a empresa ré infringindo o disposto nos arts. 38, 49, 50 e 50-A da Lei 9.605/1998, ambos tipificados como crime ambiental. Analise-se o texto dos referidos artigos: Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa. Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006). Como visto, caso a empresa realize a obra no endereço escolhido, causará além de inúmeros crimes ambientais, grande prejuízo ao nosso meio ambiente. Assim, deve a referida obra ser embargada, não podendo a empresa impetrada realiza-la sem o devido estudo prévio de impacto ambiental. C) DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR No presente caso resta demonstrado o fumus boni iuris, visto que a obra está prestes a ser realizada, estando inclusive o local cercado de tapume, com placa indicando o início da obra em 30 dias. Da mesma forma, temos presente a existência do periculum in mora, posto que, caso não seja impedida a realização da obra antes da sentença, o ato acarretará a prática de diversos crimes ambientais, que possivelmente não poderão ser reparados. Assim, estão presentes os requisitos que autorizam a concessão da liminar, com fulcro no artigo 5º, §4º, da Lei n. 4.717/65, devendo a referida obra ser embargada, não podendo a empresa impetrada realiza-la sem o devido estudo prévio de impacto ambiental. III – DOS PEDIDOS Ante todo o exposto, requer: a) conceda liminarmente a suspensão da realização da obra, obrigando o impetrado cessar qualquer edificação que por ventura tenha realizado; b) citação dos impetrados para contestar, sob pena de revelia (art. 7º, I, “a”, da Lei 4717/65); c) Intimação do representante do Ministério Público (art. 7º, I, “a”, da Lei 4717/65); d) realização do estudo prévio de impacto ambiental; e) procedência da ação; f) condene os impetrados no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios (art. 12 da lei 4717/65). IV – DAS PROVAS Provará o alegado por todos os meios em prova admitidos, especialmente pelo documentos ora juntados, oitiva de testemunhas e demais provas que se fizerem necessárias, desde já requeridas. V – DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) Nestes termos pede deferimento, Alfa/UF, data Advogado OAB 1. Sebastião, servidor público federal, respondeu a processo administrativo disciplinar sob a alegação de ter praticado determinada infração no exercício da função. Ao final, foi condenado e sofreu a sanção de advertência. A conduta de Sebastião, apesar de eticamente reprovável,somente foi tipificada em lei em momento posterior à sua prática, o que foi considerado irrelevante pela autoridade administrativa competente, pois “inexistiria norma constitucional vedando a retroação da lei que tipificou a infração administrativa.” Além disso, Sebastião não constituiu advogado para sua defesa técnica no processo administrativo. Considerando a narrativa acima, responda aos questionamentos a seguir. A) A tese da autoridade administrativa, no sentido de que a retroação da tipificação da infração não é vedada pela Constituição da República, está correta? Justifique. (Valor: 0,65) R: Não, visto que o art. 129, caput, da Lei 8.112/90 traz um rol taxativo das hipóteses em que cabe a sansão de advertência, quais sejam, as constantes no art. 117, I a VIII e XIX do mesmo diploma legal, bem como em casos de inobservância de dever funcional , regulamentação ou norma interna. Não obstante, conforme prevê o art. 2º, p. único, XIII da Lei 9.784/99 é vedada a aplicação retroativa de nova interpretação no processo administrativo, no mesmo sentido, a Lei 8.112/90, art. 144 em seu p. único aduz que quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, deverá ser arquivada por falta de objeto. B) Sob a ótica constitucional, o processo administrativo a que Sebastião respondeu sem a representação técnica de advogado é válido? (Valor: 0,60). R: Apesar da faculdade de fazer-se assistir por advogado que o art. 3º, IV, da lei 9.784/99, o processo administrativo não foi válido, pois a redação do artigo 143 da Lei 8.112/90, traz de forma clara que o processo administrativo deve assegurar ao acusado ampla defesa, no mesmo sentido dispõe o art. 2º, caput, da Lei 9.784/99, que dispõe que além do princípio da ampla defesa, a Administração Pública obedecerá entre outros os da legalidade e segurança jurídica. 2. No que se refere ao Poder Constituinte Derivado Reformador, responda: a) A proposta de emenda constitucional do Presidente da República deve ter início na Câmara dos Deputados? R: Sim, conforme prevê o art. 60, II, da CF/88, a constituição poderá ser emendada mediante proposta do Presidente da República, que o fará diretamente na Câmara dos Deputados, a PEC será discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, e será aprovada mediante voto de 3/5, ou seja 308+308 na Câmara dos Deputados e 49+49 no Senado. b) Aprovada uma emenda constitucional à Constituição Federal estabelecendo a pena de morte em caso de feminicídio, é possível uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no STF? R: Sim, pois conforme dispõe o art. 60, § 4º, IV, da CF/88, não pode ser objeto de deliberação de emenda constitucional a proposta tendente a abolir os direitos e garantias individuais. Nossa Constituição veda a pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. Desta forma, sendo a pena de morte clausula pétrea, caso fosse aprovada através de emenda constitucional, caberia uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, pois referida norma seria inconstitucional. c) É possível modificar a CRFB na vigência do Estado de Defesa em determinada região da federação brasileira? R: Não, nossa carta magna, veda em seu art. 60, § 1º, a alteração da Constituição, tanto em Estado de Defesa como em Estado de Sítio ou Intervenção Federal. 3. Em 1984, o Presidente da República estabeleceu, por decreto, que a localização da nova usina nuclear seria o Município de Santos. O Decreto de 2169 seguiu todas as prescrições legais então vigentes, sem nenhum tipo de violação à Constituição da época. Não obstante, tendo em vista diversos fatores econômicos, políticos e sociais, o início dos trabalhos ficou adiado para uma nova oportunidade. Com o advento da Constituição de 1988, o texto constitucional passou a determinar que a localização de usinas nucleares seja autorizada por Lei Federal. Diante da narrativa acima, responda aos itens a seguir. A) O Decreto do Presidente da República, editado em 1985, foi recepcionado pela nova Constituição? Justifique. (Valor: 0,70) R: Não, o Decreto foi revogado, pois contraria o texto da CF/88. Mas para que seja declarada inconstitucional será necessário uma ADPF. B) O atual Presidente da República pode, por Decreto Presidencial, alterar a localização da usina nuclear para o município Peruíbe, no lugar de Santos? Justifique. (Valor: 0,55) 4. Considerando os direitos humanos e fundamentais, responda os itens a seguir: A) É possível reduzir a maioridade penal prevista no art. 228 da CRFB? (0,40) R: Não pode, caso seja aprovada a redução caberia uma ação de controle de constitucionalidade. B) As cotas raciais no direito brasileiro podem ser realizadas por um Estado-membro? (0,45) C) Pode-se restabelecer a pena de morte se for retirada da CRFB? (0,40) Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. R: Nossa Constituição veda a pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. Desta forma, sendo a pena de morte clausula pétrea, caso fosse aprovada através de emenda constitucional, caberia uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, pois referida norma seria inconstitucional.
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