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exemplar exclusivo para alunos Olá, OABeiros! Como estão? A preparação para o Exame da OAB não tem fórmula exata, porém o estudo através de questões vem se mostrando fundamental para assimilar a grande quantidade de conteúdos cobrados na prova. A grande maioria das questões da OAB são interdisciplinares, por isso, resolvê-las é um ótimo caminho para aprender e fixar conteúdos relevantes. Ademais, conhecer o perfil da FGV pode ser o diferencial para a sua aprovação, pois você estará mais familiarizado com o estilo de questões, sabendo exatamente o que a banca gosta de perguntar. Da mesma forma, o estudo através de questões comentadas mostra-se ainda mais eficaz, por levar ao candidato explicações assertivas, tornando o aprendizado mais prático e objetivo. Pensando nisto, disponibilizamos todas as questões das últimas provas da OAB, comentadas, para que você possa adquirir o conhecimento necessário para encarar a Primeira Fase da OAB. Vamos juntos! Questão 1 Júnior é bacharel em Direito. Formou-se no curso jurídico há seis meses e não prestou, ainda, o Exame de Ordem para sua inscrição como advogado, embora pretenda fazê-lo em breve. Por ora, Júnior é inscrito junto à OAB como estagiário e exerce estágio profissional de advocacia em certo escritório credenciado pela OAB, há um ano. Nesse exercício, poucas semanas atrás, juntamente com o advogado José dos Santos, devidamente inscrito como tal, prestou consultoria jurídica sobre determinado tema, solicitada por um cliente do escritório. Os atos foram assinados por ambos. Todavia, o cliente sentiu-se lesado nessa consultoria, alegando culpa grave na sua elaboração. Considerando o caso hipotético, bem como a disciplina do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a opção correta. A) Júnior não poderia atuar como estagiário e deverá responder em âmbito disciplinar por essa atuação indevida. Já a responsabilidade pelo conteúdo da atuação na atividade de consultoria praticada é de José. B) Júnior não poderia atuar como estagiário e deverá responder em âmbito disciplinar por essa atuação indevida. Já a responsabilidade pelo conteúdo da atuação na atividade de consultoria praticada é solidária entre Júnior e José. C) Júnior poderia atuar como estagiário. Já a responsabilidade pelo conteúdo da atuação na atividade de consultoria praticada é solidária entre Júnior e José. D) Júnior poderia atuar como estagiário. Já a responsabilidade pelo conteúdo da atuação na atividade de consultoria praticada é de José. A) Errado Embora a responsabilidade em apreço seja, efetivamente, de José, nos moldes do previsto no art. 29 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB (consubstanciado na Lei n° 8.906/1994), Júnior poderia, sim, atuar como estagiário, mesmo já graduado, não respondendo por sua atuação, consequentemente, em processo disciplinar, nos termos do art. 9°, § 4°, da referida Lei 8.906/94 c/c art. 27, caput, do citado Regulamento Geral B) Errado De conformidade com o disposto no § 4° do art. 9° do Estatuto da Advocacia e da OAB c/c caput do art. 27 do Regulamento Geral desse Estatuto, Júnior poderia, sim, atuar como estagiário, razão pela qual não responde pela atuação ora analisada em processo disciplinar. Além disso, dispõe o art. 29, caput e §§ 1° e 2°, que o estagiário ou atua em conjunto com o advogado ou atua isoladamente, mas com a devida autorização ou substabelecimento deste último, razão pela qual cabe a ele (advogado), apenas, a responsabilidade pela atuação em análise. C) Errado De fato, a legislação regente da advocacia permite que graduados atuem como estagiários (art. 9°, § 4°, da Lei 8.906/94 c/c art. 27, caput, do Regulamento Geral do referido Estatuto da Advocacia e da OAB). No entanto, a responsabilidade do conteúdo em apreço diz respeito apenas ao advogado, e não ao estagiário, uma vez que este último atua em conjunto com aquele ou, ainda que isoladamente, ao menos com a autorização ou substabelecimento daquele, a teor do art. 29 do mencionado Regulamento Geral. D) Correto Essa alternativa traduz, por completo, a solução à hipótese em tela, tendo em vista que Júnior, efetivamente, pode atuar como estagiário, nos ditames do art. 9°, § 4°, da Lei 8.906/94 c/c art. 27, caput, do Regulamento Geral desse Estatuto da Advocacia e da OAB. Ademais, é correto afirmar que a responsabilidade in casu deve ser atribuída somente a José, tendo em vista que Júnior, na qualidade de estagiário, não será responsabilizado pois atua em conjunto com o advogado ou, se isoladamente, apenas com a autorização ou substabelecimento deste, consoante o art. 29 do citado Regulamento Geral. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. Questão 2 O advogado X foi preso em flagrante enquanto furtava garrafas de vinho, de valor bastante expressivo, em determinado supermercado. Conduzido à delegacia, foi lavrado o auto de prisão em flagrante, sem a presença de representante da OAB. Com base no disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta. A) A lavratura do auto de prisão em flagrante foi eivada de nulidade, em razão da ausência de representante da OAB, devendo a prisão ser relaxada. B) A lavratura do auto de prisão em flagrante não é viciada, desde que haja comunicação expressa à seccional da OAB respectiva. C) A lavratura do auto de prisão em flagrante foi eivada de nulidade, em razão da ausência de representante da OAB, devendo ser concedida liberdade provisória não cumulada com aplicação de medidas cautelares diversas da prisão. D) A lavratura do auto de prisão em flagrante não é viciada e independe de comunicação à seccional da OAB respectiva. A) Errado Nos termos do art. 7°, IV, da Lei 8.906/94, inexiste nulidade na lavratura do respectivo auto ora analisada, tendo em vista que a prisão em flagrante não foi relacionada ao exercício da advocacia, dispensando-se, assim, a necessidade de presença do representante da OAB, bastando a comunicação expressa à seccional da OAB respectiva. B) Correto Trata-se da exata aplicação do inciso IV do art. 7° do Estatuto da Advocacia e da OAB, o qual dispõe como direito do advogado “ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB. Como o advogado, in casu, foi preso em flagrante por motivo não ligado ao exercício da advocacia, basta a comunicação expressa da lavratura do auto de prisão em flagrante à respectiva seccional da OAB. C) Errado Conforme já explanado em assertiva anterior, inexiste nulidade na lavratura do respectivo auto ora analisada, tendo em vista que a prisão em flagrante não foi relacionada ao exercício da advocacia, dispensando-se, assim, a necessidade de presença do representante da OAB, bastando a comunicação expressa à seccional da OAB respectiva, a teor do art. 7°, IV, da Lei 8.906/94. D) Errado De fato, a lavratura do respectivo auto de prisão em flagrante, in casu, não possui qualquer vício. Entretanto, faz-se necessária a comunicação expressa da mencionada lavratura à seccional da OAB, tudo de conformidade com o art. 7°, IV, do Estatuto da Advocacia e da OAB. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca. ________________________________________________________________________ Questão 3 A Sociedade de Advogados X pretende associar-se aos advogados João e Maria, que não a integrariam como sócios, mas teriam participação nos honorários a serem recebidos. Sobre a pretensão da Sociedade de Advogados X, de acordo com o disposto no Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativacorreta. A) É autorizada, contudo deve haver formalização em contrato averbado no registro da Sociedade de Advogados. A associação pretendida deverá implicar necessariamente vínculo empregatício. B) É autorizada, contudo deve haver formalização em contrato averbado no registro da Sociedade de Advogados. A associação pretendida não implicará vínculo empregatício. C) É autorizada, independentemente de averbação no registro da Sociedade. A associação pretendida não implicará vínculo empregatício. D) Não é autorizada, pois os advogados João e Maria passariam a integrar a Sociedade X como sócios, mediante alteração no registro da sociedade. A) Errado De fato, é autorizada a pretensão em apreço, desde que haja a devida formalização em contrato averbado no registro da sociedade de advogados em tela. Contudo, esta associação não implicará vínculo empregatício, conforme dispõe o art. 39 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. B) Correto A situação em análise requer a aplicação do inteiro teor do art. 39 do Regulamento Geral da Lei n° 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB) o qual dispõe, em seu caput, que “a sociedade de advogados pode associar-se com advogados, sem vínculo de emprego, para participação nos resultados”, bem como, em seu parágrafo único estipula que “os contratos referidos neste artigo são averbados no registro da sociedade de advogados”. C) Errado Muito embora seja possível a pretensão em tela, a qual não caracterizará, com efeito, vínculo empregatício, deve ser proceder-se à devida averbação dessa associação no registro da sociedade de advogados em comento, segundo estipula o art. 39 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. D) Errado Como já visto, é plenamente possível a pretensão ora analisada, qual seja, a associação entre advogados e uma sociedade de advogados, nos moldes do art. 39 do Regulamento Geral da Lei 8.906/94. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 4 O advogado João, conselheiro em certo Conselho Seccional da OAB, foi condenado, pelo cometimento de crime de tráfico de influência, a uma pena privativa de liberdade. João respondeu ao processo todo em liberdade, apenas tendo sido decretada a prisão após o trânsito em julgado da sentença condenatória. Quanto aos direitos de João, considerando o disposto no Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta. A) João tem direito à prisão domiciliar em razão de suas atividades profissionais, ou à prisão em sala de Estado Maior, durante todo o cumprimento da pena que se inicia, a critério do juiz competente. B) João tem direito a ser preso em sala de Estado Maior durante o cumprimento integral da pena que se inicia. Apenas na falta desta, em razão de suas atividades profissionais, terá direito à prisão domiciliar. C) João não tem direito a ser preso em sala de Estado Maior em nenhum momento do cumprimento da pena que se inicia, nem terá direito, em decorrência de suas atividades profissionais, à prisão domiciliar. D) João tem direito a ser preso em sala de Estado Maior apenas durante o transcurso de seu mandato como conselheiro, mas não terá direito, em decorrência de suas atividades profissionais, à prisão domiciliar. A) Errado O direito do advogado de ser preso em sala de Estado Maior ou, na sua inexistência, em prisão domiciliar só lhe é garantido antes de sentença transitada em julgado, nos moldes do art. 7°, V, da Lei n° 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB). In casu, foi decretada a prisão de João somente após o trânsito em julgado da sentença condenatória, razão pela qual ele não faz jus à mencionada benesse. B) Errado Consoante o inciso V do art. 7° do Estatuto da Advocacia e da OAB, João não tem direito a ser recolhido preso em sala de Estado Maior, tendo em vista que a sua prisão foi decretada após o trânsito em julgado da sentença condenatória, e aquele direito só lhe é assegurando antes de sentença transitada em julgado. C) Correto Nos exatos ditames do art. 7°, V, da Lei 8.906/94, constitui direito do advogado “não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, (...) e, na sua falta, em prisão domiciliar”. Como se vê, João tem aludido direito por ter sido decretada sua prisão após o trânsito em julgado da sentença condenatória. D) Errado Ainda que fosse o caso de ser garantido a João o direito a ser preso em sala de Estado Maior (antes de sentença transitada em julgado), essa benesse lhe seria garantida independentemente do mandato por ele exercido como conselheiro, e, na falta daquela, certamente lhe seria assegurada a prisão domiciliar, nos termos do art. 7°, V, do já mencionado Regulamento Geral. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 5 O Conselho Seccional X da OAB proferiu duas decisões, ambas unânimes e definitivas, em dois processos distintos. Acerca da matéria que é objeto do processo 1, há diversos julgados, em sentido diametralmente oposto, proferidos pelo Conselho Seccional Y da OAB. Quanto ao processo 2, há apenas uma decisão contrária, outrora proferida pelo Conselho Federal da OAB. De acordo com a situação narrada, assinale a afirmativa correta. A) Cabe recurso da decisão proferida no processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com fundamento na divergência com as decisões emanadas do Conselho Seccional Y. Também cabe recurso da decisão proferida no processo 2 ao Conselho Federal da OAB, com base na divergência com a decisão anterior do Conselho Federal. B) Não cabe recurso da decisão proferida no processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com fundamento na divergência com as decisões emanadas do Conselho Seccional Y. No entanto, cabe recurso da decisão proferida no processo 2 ao Conselho Federal da OAB, com base na divergência com a decisão anterior do Conselho Federal. C) Cabe recurso da decisão proferida no processo 1 ao Conselho Federal da OAB, com fundamento na divergência com as decisões emanadas do Conselho Seccional Y. No entanto, não cabe recurso da decisão proferida no processo 2 ao Conselho Federal da OAB, com base na divergência com a decisão anterior do Conselho Federal. D) Não cabem recursos das decisões proferidas no processo 1 e no processo 2, tendo em vista a definitividade das decisões emanadas do Conselho Seccional. A) Correto A assertiva reflete a íntegra do caput do art. 75 da Lei n° 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e da OAB), pois ambas as decisões descumpriram o previsto no referido dispositivo, o qual dispõe que “cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões definitivas proferidas pelo Conselho Seccional, quando não tenham sido unânimes ou, sendo unânimes, contrariem esta lei, decisão do Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional e, ainda, o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina e os Provimentos”. B) Errado De conformidade com o art. 75, caput, do Estatuto da Advocacia e da OAB, cabe recurso em face da decisão proferida no processo 1, a qual contraria decisão de outro Conselho Seccional. C) Errado Cabe, sim, recurso da decisão proferida no processo 2 ao Conselho Federal da OAB, por contrariar decisão do Conselho Federal, segundo estabelece o caput do art. 75 do Estatuto da Advocacia e da OAB. D) Errado Consoante as razões expostas alhures, cabe recurso nas decisões proferidas em ambos os processos 1 e 2, nos moldes do art. 75, caput, da Lei 8.906/94. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 6 A conduta de um juiz em certa comarca implicou violação a prerrogativas de advogados previstas na Lei nº 8.906/94, demandando representaçãoadministrativo- disciplinar em face do magistrado. Considerando a hipótese narrada, de acordo com o Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, assinale a afirmativa correta. A) É competência dos presidentes do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção formularem a representação administrativa cabível. Em razão da natureza da autoridade e da providência, o ato não pode ser delegado a outro advogado. B) É competência apenas dos presidentes do Conselho Federal ou do Conselho Seccional formularem a representação administrativa cabível. Todavia, pode ser designado outro advogado, investido de poderes bastantes, para o ato. C) É competência apenas do presidente do Conselho Seccional formular a representação administrativa cabível. Em razão da natureza da autoridade e da providência, o ato não pode ser delegado a outro advogado. D) É competência dos presidentes do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção formularem a representação administrativa cabível. Todavia, pode ser designado outro advogado, investido de poderes bastantes, para o ato. A) Errado Com efeito, compete aos presidentes do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção formularem a representação administrativa cabível. Contudo, pode o Presidente “designar advogado, investido de poderes bastantes”, para o cumprimento da formulação supra, consoante o art. 15 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei n° 8.906/1994). B) Errado Dispõe o art. 15 do Regulamento Geral da Lei 8.906/94 que cabe aos presidentes do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção – e não só aos dois primeiros – formularem a representação administrativa cabível. C) Errado Cabe aos presidentes do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção (e não só ao segundo) formularem a representação administrativa cabível, que pode, inclusive, ser delegada a outro advogado, a teor do art. 15 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. D) Correto Trata-se da exata aplicação do inteiro teor do art. 15 do Regulamento Geral da Lei 8.906/94, o qual dispõe que, para o caso em tela, “compete ao Presidente do Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção (...) adotar as providências judiciais e extrajudiciais cabíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto, em sua plenitude, inclusive mediante representação administrativa”, podendo o Presidente ”designar advogado, investido de poderes bastantes, para as finalidades deste artigo“. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 7 Milton, advogado, exerceu fielmente os deveres decorrentes de mandato outorgado para defesa do cliente Tomás, em juízo. Todavia, Tomás deixou, injustificadamente, de efetuar o pagamento dos valores acordados a título de honorários. Em 08/04/19, após negar-se ao pagamento devido, Tomás solicitou a Milton que agendasse uma reunião para que este esclarecesse, de forma pormenorizada, questões que entendia pertinentes e necessárias sobre o processo. Contudo, Milton informou que não prestaria nenhum tipo de informação judicial sem pagamento, a fim de evitar o aviltamento da atuação profissional. Em 10/05/19, Tomás solicitou que Milton lhe devolvesse alguns bens móveis que haviam sido confiados ao advogado durante o processo, relativos ao objeto da demanda. Milton também se recusou, pois pretendia alienar os bens para compensar os honorários devidos. Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) Apenas a conduta de Milton praticada em 08/04/19 configura infração ética. B) Ambas as condutas de Milton, praticadas em 08/04/19 e em 10/05/19, configuram infrações éticas. C) Nenhuma das condutas de Milton, praticadas em 08/04/19 e em 10/05/19, configura infração ética. D) Apenas a conduta de Milton praticada em 10/05/19 configura infração ética. A) Errado A teor do art. 12 do Código de Ética e Disciplina (CED) da OAB, ambas as condutas perpetradas por Milton, em 08/04 e em 10/05/2019, foram antiéticas. B) Correto Ambas as condutas praticadas por Milton em 08/04 e em 10/05/2019 configuram infrações éticas, pois, nos termos do art. 12 do CED, “a conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou não, extinção do mandato, obriga o advogado a devolver ao cliente bens, valores e documentos que lhe hajam sido confiados e ainda estejam em seu poder, bem como a prestar-lhe contas, pormenorizadamente, sem prejuízo de esclarecimentos complementares que se mostrem pertinentes e necessários”. C) Errado Como já abordado alhures, ambas as condutas perpetradas por Milton em 08/04 e em 10/05/2019 constituem infrações éticas, consoante o disposto no art. 12 do Código de Ética e Disciplina da OAB. D) Errado Não apenas a conduta praticada no dia 10/05/2019 caracteriza infração ética, mas também o é aquela perpetrada no dia 08/05/2019, de conformidade com o previsto no art. 12 do CED. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 8 Os sócios de certa sociedade de advogados divergiram intensamente quanto à solução de questões relativas a conduta disciplinar, relação com clientes e honorários. Em razão disso, passaram a pesquisar quais as atribuições do Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional da OAB respectivo, que poderiam ajudar a solver suas dificuldades. Considerando o caso narrado, bem como os limites de competência do Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho Seccional, previstos no Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta. A) Não compete ao Tribunal de Ética e Disciplina responder a consultas realizadas em tese por provocação dos advogados, atuando apenas diante de situações concretas. B) Compete ao Tribunal de Ética e Disciplina atuar como um conciliador em pendências concretas relativas à partilha de honorários entre advogados contratados conjuntamente. C) Não compete ao Tribunal de Ética e Disciplina ministrar cursos destinados a solver dúvidas usuais dos advogados no que se refere à conduta ética que deles é esperada. D) Compete ao Tribunal de Ética e Disciplina coordenar as ações do Conselho Seccional respectivo e dos demais Conselhos Seccionais, com o objetivo de reduzir a ocorrência das infrações disciplinares mais frequentes. A) Errado Nos termos do art. 71, II, do Código de Ética e Disciplina (CED) da OAB, “compete aos Tribunais de Ética e Disciplina responder a consultas formuladas, em tese, sobre matéria ético-disciplinar”, razão pela qual não atua apenas diante de situações concretas. B) Correto Tal assertiva reflete o inteiro teor do disposto do art. 71, VI, ‘b’, do CED, o qual estipula que “compete aos Tribunais de Ética e Disciplina atuar como órgão mediador ou conciliador nas questões que envolvam partilha de honorários contratados em conjunto ou decorrentes de substabelecimento, bem como os que resultem de sucumbência, nas mesmas hipóteses”. C) Errado Dispõe o art. 71, VI, ‘a”, do Código de Ética e Disciplina da OAB que “compete aos Tribunais de Ética e Disciplina organizar, promover e ministrar cursos, palestras, seminários e outros eventos da mesma natureza acerca da ética profissional do advogado ou estabelecer parcerias com as Escolas de Advocacia, com o mesmo objetivo”. D) Errado Nos termos do art. 72, § 3°, do CED, “a Corregedoria-Geral do Processo Disciplinar”, e não o Tribunal de Ética e Disciplina, “coordenará ações do Conselho Federal e dos Conselhos Seccionais voltadas para o objetivo de reduzir a ocorrência das infrações disciplinares mais frequentes”. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 9 Costuma-sedizer que o ordenamento jurídico regula a própria produção normativa. Existem normas de comportamento ao lado de normas de estrutura... elas não regulam um comportamento, mas o modo de regular um comportamento... BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. São Paulo: Polis; Brasília EdUnB, 1989. A atuação de um advogado deve se dar com base no ordenamento jurídico. Por isso, não basta conhecer as leis; é preciso compreender o conceito e o funcionamento do ordenamento. Bobbio, em seu livro Teoria do Ordenamento Jurídico, afirma que a unidade do ordenamento jurídico é assegurada por suas fontes. Assinale a opção que indica o fato que, para esse autor, interessa notar para uma teoria geral do ordenamento jurídico, em relação às fontes do Direito. A) No mesmo momento em que se reconhece existirem atos ou fatos dos quais se faz depender a produção de normas jurídicas, reconhece-se que o ordenamento jurídico, além de regular o comportamento das pessoas, regula também o modo pelo qual se devem produzir as regras. B) As fontes do Direito definem o ordenamento jurídico como um complexo de normas de comportamento referidas a uma dada sociedade e a um dado momento histórico, de forma que garante a vinculação entre interesse social e comportamento normatizado. C) Como forma de institucionalização do direito positivo, as fontes do Direito definem o ordenamento jurídico exclusivamente em relação ao processo formal de sua criação, sem levar em conta os elementos morais que poderiam definir uma norma como justa ou injusta. D) As normas, uma vez definidas como jurídicas, são associadas num conjunto específico, chamado de direito positivo. Esse direito positivo é o que comumente chamamos de ordenamento jurídico. Portanto, a fonte do Direito que institui o Direito como ordenamento é a norma, anteriormente definida como jurídica. A) Correto Em sua obra “Teoria do Ordenamento Jurídico”, Norberto Bobbio discorre acerca das fontes jurídicas (por ele intituladas como “fontes do direito”), as quais estão intrinsecamente associadas à formação e produção das normas componentes do ordenamento jurídico. Segundo ele, o ordenamento jurídico não somente regulamenta o comportamento dos indivíduos, mas também volta-se à compreensão da forma pela qual são produzidas tais normas, de modo que o próprio ordenamento é responsável pela formulação de suas normas jurídicas. Para Bobbio, o ordenamento ultrapassa as normas fáticas voltadas aos cidadãos, uma vez que entende as normas de conduta como igualmente relevantes, classificando-as como de primeira instância – além da existência de normas imperativas da segunda instância, responsáveis pelos comandos destinados ao ato de comandar. Entende-se, então, que Bobbio alega a existência das normas jurídicas caracterizadas como normas de estrutura, voltadas à regulamentação do modo de produção das regras e não focadas na conduta e comportamento dos cidadãos em si. B) Errado As fontes do direito, segundo Bobbio, relacionam-se à produção das normas dispostas no ordenamento jurídico, regulando o comportamento dos indivíduos que compõem a sociedade através da positivação destas condutas de comportamento. C) Errado Como pode ser visto em sua obra “Teoria do Ordenamento Jurídico”, Bobbio entende que as normas dispostas no ordenamento jurídico ultrapassam os aspectos formais, voltando- se também aos aspectos morais através das intituladas “normas de conduta”. D) Errado Norberto Bobbio, na obra Teoria do Ordenamento Jurídico, assegura que a unidade do ordenamento jurídico e sua positivação é dada pelas suas fontes, sendo ele o regulador da própria produção normativa. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina. Questão 10 Mas a justiça não é a perfeição dos homens? PLATÃO, A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. O conceito de justiça é o mais importante da Filosofia do Direito. Há uma antiga concepção segundo a qual justiça é dar a cada um o que lhe é devido. No entanto, Platão, em seu livro A República, faz uma crítica a tal concepção. Assinale a opção que, conforme o livro citado, melhor explica a razão pela qual Platão realiza essa crítica. A) Platão defende que justiça é apenas uma maneira de proteger o que é mais conveniente para o mais forte. B) A justiça não deve ser considerada algo que seja entendido como virtude e sabedoria, mas uma decorrência da obediência à lei. C) Essa ideia implicaria fazer bem ao amigo e mal ao inimigo, mas fazer o mal não produz perfeição, e a justiça é uma virtude que produz a perfeição humana. D) Esse é um conceito decorrente exclusivamente da ideia de troca entre particulares, e, para Platão, o conceito de justiça diz respeito à convivência na cidade. A) Errado Platão não defende que a justiça é voltada à proteção dos mais fortes; ao contrário, entende que a justiça é voltada essencialmente ao bem da sociedade. B) Errado A justiça de Platão é uma virtude que leva à perfeição humana e, por isso, não pode ser entendida como apenas decorrente da lei. C) Correto Segundo Platão, a República teria como uma das suas principais características a justiça, demarcada como uma virtude que induz à perfeição humana. Nessa concepção, sabe-se que o conceito de justiça de Platão relaciona-se de forma direta à moralidade estatal, de modo que deve ser praticada não somente por cada cidadão, mas também pela República, na execução de suas funções voltada ao bem social. D) Errado A justiça Platônica não diz respeito essencialmente à convivência na cidade, mas sim à prática de ações praticadas pelo governo e pelos indivíduos voltadas ao bem social. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina. Questão 11 O Estado Alfa promulgou, em 2018, a Lei Estadual X, concedendo unilateralmente isenção sobre o tributo incidente em operações relativas à circulação interestadual de mercadorias (ICMS) usadas como insumo pela indústria automobilística. O Estado Alfa, com isso, atraiu o interesse de diversas montadoras em ali se instalarem. A Lei Estadual X, no entanto, contraria norma da Constituição da República que dispõe caber a lei complementar regular a forma de concessão de incentivos, isenções e benefícios fiscais relativos ao ICMS, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal. Em razão da Lei Estadual X, o Estado Beta, conhecido polo automobilístico, sofrerá drásticas perdas em razão da redução na arrecadação tributária, com a evasão de indústrias e fábricas para o Estado Alfa. Diante do caso narrado, com base na ordem jurídico constitucional vigente, assinale a afirmativa correta. A) O Governador do Estado Beta não detém legitimidade ativa para a propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade em face da Lei Estadual X, uma vez que, em âmbito estadual, apenas a Mesa da Assembleia Legislativa do respectivo ente está no rol taxativo de legitimados previsto na Constituição. B) A legitimidade do Governador do Estado Beta restringe-se à possibilidade de propor, perante o respectivo Tribunal de Justiça, representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual. C) A legitimidade ativa do Governador para a Ação Direta de Inconstitucionalidade vincula-se ao objeto da ação, pelo que deve haver pertinência da norma impugnada com os objetivos do autor da ação; logo, não podem impugnar ato normativo oriundo de outro Estado da Federação. D) O Governador do Estado Beta é legitimado ativo para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade em face da Lei Estadual X, a qual, mesmo sendo oriunda de ente federativo diverso, provoca evidentes reflexos na economia do Estado Beta. A) Errado O erro da alternativa encontra-se na afirmação de quenão há legitimidade ativa para governador, enquanto o art. 103, V expressamente a prevê. B) Errado O erro da alternativa encontra-se na afirmação de que a legitimidade do Governador está restrita à atuação no Tribunal de Justiça, enquanto o art. 103 garante legitimidade do governador para atuar perante o STF por meio de ADI, comprovante relevante pertinência temática. C) Errado O erro da alternativa está na restrição do ajuizamento contra lei de outro Estado da federação, tendo em vista que o entendimento do STF é por admitir tal possibilidade. D) Correto Podemos responder a questão a partir do rol de legitimados para propositura de ADI, previsto no art. 103, da CF/88: Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Desta forma, o governador do Estado possui legitimidade para ajuizar ADI. Porém, por ser um legitimado especial, o governador do Estado deve provar pertinência temática, ou seja, a relação entre a norma impugnada, o pedido e a esfera de atribuição de sua função. No caso concreto, a lei impugnada é de outro Estado, ou seja, o governador deve provar os impactos da lei supostamente inconstitucional para seu Estado. Portanto, o Governador do Estado Beta é legitimado ativo para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade em face da Lei Estadual X, a qual, mesmo sendo oriunda de ente federativo diverso, provoca evidentes reflexos na economia do Estado Beta. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 12 O Deputado Federal X, defensor de posições políticas estatizantes, convencido de que seria muito lucrativo o fato de o Estado passar a explorar, ele próprio, atividades econômicas, pretende propor projeto de lei que viabilize a criação de diversas empresas públicas. Esses entes teriam, como único pressuposto para sua criação, a possibilidade de alcançar alto grau de rentabilidade. Com isso, seria legalmente inviável a criação de empresas públicas deficitárias. Antes de submeter o projeto de lei à Câmara, o Deputado Federal X consulta seus assistentes jurídicos, que, analisando a proposta, informam, corretamente, que seu projeto é: A) inconstitucional, pois a criação de empresas públicas, sendo ato estratégico da política nacional, é atribuição exclusiva do Presidente da República, que poderá concretizá-la por meio de decreto. B) constitucional, muito embora deva o projeto de lei seguir o rito complementar, o que demandará a obtenção de um quórum de maioria absoluta em ambas as casas do Congresso Nacional. C) inconstitucional, pois a exploração direta da atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária à segurança nacional ou caracterizado relevante interesse nacional. D) constitucional, pois a Constituição Federal, ao estabelecer a livre concorrência entre seus princípios econômicos, não criou obstáculos à participação do Estado na exploração da atividade econômica. A) Errado Os atos de iniciativa do Presidente da República estão no rol do art. 84 da CF/88, dentre os quais não está previsto a criação de empresas públicas. B) Errado A Lei complementar apenas é utilizada quando houver expressa exigência constitucional. E a criação de empresa pública ocorre por processo legislativo de lei ordinária. C) Correto Consoante o art. 173, da CF/88 a exploração de atividade econômica do Estado apenas será permitida para fins de segurança nacional ou relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. razão pela qual a propositura do deputado é inconstitucional. Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Portanto, o projeto de lei do deputado é inconstitucional. D) Errado O erro da alternativa encontra-se na afirmativa de de que a CF/88 “não criou obstáculos" à participação do Estado na exploração da atividade econômica. O que encontra-se equivocado, tendo em vista o disposto no art. 173. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 13 Durval, cidadão brasileiro e engenheiro civil, desempenha trabalho voluntário na ONG Transparência, cujo principal objetivo é apurar a conformidade das contas públicas e expor eventuais irregularidades, apresentando reclamações e denúncias aos órgãos e entidades competentes. Ocorre que, durante o ano de 2018, a Secretaria de Obras do Estado Alfa deixou de divulgar em sua página da Internet informações referentes aos repasses de recursos financeiros, bem como foram omitidos os registros das despesas realizadas. Por essa razão, Durval compareceu ao referido órgão e protocolizou pedido de acesso a tais informações, devidamente especificadas. Em resposta à solicitação, foi comunicado que os dados requeridos são de natureza sigilosa, somente podendo ser disponibilizados mediante requisição do Ministério Público ou do Tribunal de Contas. A partir do enunciado proposto, com base na legislação vigente, assinale a afirmativa correta. A) A decisão está em desacordo com a ordem jurídica, pois os órgãos e entidades públicas têm o dever legal de promover, mesmo sem requerimento, a divulgação, em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral que produzam ou custodiem. B) Assiste razão ao órgão público no que concerne tão somente ao sigilo das informações relativas aos repasses de recursos financeiros, sendo imprescindível a requisição do Ministério Público ou do Tribunal de Contas para acessar tais dados. C) Assiste razão ao órgão público no que concerne tão somente ao sigilo das informações relativas aos registros das despesas realizadas, sendo imprescindível a requisição do Ministério Público ou do Tribunal de Contas para acessar tais dados. D) Assiste razão ao órgão público no que concerne ao sigilo das informações postuladas, pois tais dados apenas poderiam ser pessoalmente postulados por Durval caso estivesse devidamente assistido por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. A) Certo Consoante o art. 5º, XXXIII da CF/88, todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Da mesma forma, dispõe o art. 48 e 48-A, da Lei Complementar 131/09: Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. § 1o A transparência será assegurada também mediante: I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas,durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; e III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. Portanto, a decisão está em desacordo com a ordem jurídica, pois os órgãos e entidades públicas têm o dever legal de promover, mesmo sem requerimento, a divulgação, em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral que produzam ou custodiem. B) Errado O erro da alternativa está na restrição do acesso do cidadão ao condicionar a necessidade de prévia requisição do Ministério Público ou do Tribunal de Contas para acessar informações relativas aos repasses de recursos financeiros. C) Errado Aqui, ocorre o mesmo erro da alternativa “B”. D) Errado A alternativa está errada, pois impõe condição inexistente de representação por advogado. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 14 O diretor da unidade prisional de segurança máxima ABC expede uma portaria vedando, no âmbito da referida entidade de internação coletiva, quaisquer práticas de cunho religioso direcionadas aos presos, apresentando, como motivo para tal ato, a necessidade de a Administração Pública ser laica. A partir da situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta. A) A motivação do ato administrativo encontra-se equivocada, uma vez que o preâmbulo da Constituição da República de 1988 faz expressa menção à “proteção de Deus”, também assegurando aos entes federados ampla liberdade para estabelecer e subvencionar os cultos religiosos e igrejas. B) O ato expedido pelo diretor encontra plena correspondência com a ordem constitucional brasileira, a qual veda, aos entes federados, estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los ou firmar qualquer espécie de colaboração de interesse público. C) A Constituição da República de 1988 dispõe que, nos termos da lei, é assegurada assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva, de modo que a portaria expedida pelo diretor viola um direito fundamental dos internos. D) Inexiste incompatibilidade entre a portaria e a Constituição da República de 1988, uma vez que a liberdade religiosa apenas se apresenta no ensino confessional, ministrado, em caráter facultativo, nos estabelecimentos públicos e privados de ensino, não sendo tal direito extensível aos presos. A) Errado O erro da alternativa está na afirmação de que a CF/88 assegura aos entes federados ampla liberdade para estabelecer e subvencionar os cultos religiosos e igrejas, o que contraria o art. 19, I da CF/88. B) Errado O erro da alternativa está na afirmação de que a CF/88 veda colaboração de interesse público para fins de exercício de liberdade religiosa. Porém, o art. 19, I dispõe que não deve haver embaraço e a colaboração é incentivada para fins de interesse público, como é o caso da ressocialização de presos. C) Certo Consoante o art. 5º da CF/88: VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; Portanto, a alternativa reproduz fielmente o estabelecido em lei, sendo assegurada assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva, de modo que a portaria expedida pelo diretor viola um direito fundamental dos internos. D) Errado O erro da alternativa está na afirmação de que os presos não tem direito ao ensino confessional. Entretanto, o ensino, confessional ou não, é direito de todos, conforme art. 205 e seguintes. Gabarito: C Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 15 O senador João fora eleito Presidente do Senado Federal. Ao aproximar-se o fim do exercício integral do seu mandato bienal, começa a planejar seu futuro na referida casa legislativa. Ciente do prestígio que goza entre seus pares, discursa no plenário, anunciando a intenção de permanecer na função até o fim de seu mandato como senador, o que ocorrerá em quatro anos. Assim, para que tal desejo se materialize, será necessário que seja reeleito nos dois próximos pleitos (dois mandatos bienais). Sobre a intenção do senador, segundo o sistema jurídicoconstitucional brasileiro, assinale a afirmativa correta. A) Será possível, já que não há limites temporais para o exercício da presidência nas casas legislativas do Congresso Nacional. B) Não será possivel, pois a Constituição proíbe a reeleição para esse mesmo cargo no período bienal imediatamente subsequente. C) É parcialmente possível, pois, nos moldes da reeleição ao cargo de Presidente da República, ele poderá concorrer à reeleição uma única vez. D) Não é possível, pois o exercício da referida presidência inviabiliza a possibilidade de, no futuro, vir a exercê-la novamente. A) Errado O erro da alternativa encontra-se na afirmação de que que “não há limites temporais" para o exercício da presidência nas casas legislativas do Congresso Nacional. B) Correto Consoante art. 14, §§ 5º e 7º, da CF/88: § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. Sendo a reeleição exceção à regra democrática de alternância em democracia representativa que somos, o rol do art. 14, §5º não admite ampliação, salvo para deputados, que podem ser reeleitos sem limites temporais previstos na CF/88. Por fim, art. 46, §2º impõe ao Senado renovação a cada duas legislaturas seguidas (período de mandato do Senador) o que torna incompatível a reeleição para o período subsequente. Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. § 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos. § 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços. C) Errado Percebemos o erro da alternativa rapidamente, pois esta trata da reeleição do Presidente da República, quando o caso concreta trata do Presidente do Senado Federal. D) Errado O erro da alternativa está na afirmação de que oexercício da referida presidência inviabiliza a possibilidade de, no futuro, vir a exercê-la novamente. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 16 Em 2005, visando a conferir maior estabilidade e segurança jurídica à fiscalização das entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético, o Congresso Nacional decidiu discipliná-las por meio da Lei Complementar X, embora a Constituição Federal não reserve a matéria a essa espécie normativa. Posteriormente, durante o ano de 2017, com os avanços tecnológicos e científicos na área, entrou em vigor a Lei Ordinária Y prevendo novos mecanismos fiscalizatórios a par dos anteriormente estabelecidos, bem como derrogando alguns artigos da Lei Complementar X. Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta. A) A Lei Ordinária Y é formalmente inconstitucional, não podendo dispor sobre matéria já tratada por Lei Complementar, em razão da superioridade hierárquica desta em relação àquela. B) Embora admissível a edição da Lei Ordinária Y tratando de novos mecanismos a par dos já existentes, a revogação de dispositivos da Lei Complementar X exigiria idêntica espécie normativa. C) A Lei Complementar X está inquinada de vício formal, já que a edição dessa espécie normativa encontra-se vinculada às hipóteses taxativamente elencadas pela Constituição Federal de 1988. D) A Lei Complementar X, por tratar de matéria a respeito da qual não se exige a referida espécie normativa, pode vir a ser revogada por Lei Ordinária posterior que verse sobre a mesma temática. A) Errado A alternativa encontra-se errada por afirmar haver superioridade hierárquica. B) Errado A alternativa encontra-se errada por afirmar haver necessidade de idêntica espécie normativa para fazer revogação. C) Errado A alternativa encontra-se errada por afirmar ser inconstitucional LC que veicule matéria que não lhe seja reservada. D) Correto Inicialmente, cumpre ressaltar que não há hierarquia normativa entre Lei Complementar e Lei Ordinária, pois ambas são espécies normativas primárias, consoante art. 59, da CF/88. Neste diapasão, considerando que não há exigência constitucional de LC para este assunto, o STF entende que as matérias não reservadas expressamente à Lei Complementar e a nenhuma outra espécie normativa que eventualmente forem disciplinadas por LC, podem ser alteradas por Lei Ordinária. (RE419.629; RE377.457; RE382.964) Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Jurisprudência Questão 17 O Município X, visando à interligação de duas importantes zonas da cidade, após o regular procedimento licitatório, efetua a contratação de uma concessionária que ficaria responsável pela construção e administração da via. Ocorre que, em análise do projeto básico do empreendimento, constatou-se que a rodovia passaria em área de preservação ambiental e ensejaria graves danos ao ecossistema local. Com isso, antes mesmo de se iniciarem as obras, Arnaldo, cidadão brasileiro e vereador no exercício do mandato no Município X, constitui advogado e ingressa com Ação Popular postulando a anulação da concessão. Com base na legislação vigente, assinale a afirmativa correta. A) A Ação Popular proposta por Arnaldo não se revela adequada ao fim de impedir a obra potencialmente lesiva ao meio ambiente. B) A atuação de Arnaldo, na qualidade de cidadão, é subsidiária, sendo necessária a demonstração de inércia por parte do Ministério Público. C) A ação popular, ao lado dos demais instrumentos de tutela coletiva, é adequada à anulação de atos lesivos ao meio ambiente, mas Arnaldo não precisaria constituir advogado para ajuizá-la. D) Caso Arnaldo desista da Ação Popular, o Ministério Público ou qualquer cidadão que esteja no gozo de seus direitos políticos poderá prosseguir com a demanda. A) Errado Consoante art. 5º, LXXIII, o meio ambiente é sim matéria que pode ser veiculada em Ação Popular. B) Errado Consoante o art. 1º, §3º da Lei 4717/65, o cidadão é parte legítima para ajuizar Ação Popular, não dependendo do MP nem outro órgão para compor o polo ativo. Por não haver expressa dispensa da figura do advogado, é necessária sua representação, conforme art. 133, do CPC. C) Errado O erro da alternativa encontra-se na afirmação de que Arnaldo não precisaria constituir advogado para ajuizá-la. D) Correto De acordo com o art. 9º da Lei 4717/65, se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, estando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 18 Uma Organização de Direitos Humanos afirma estar tramitando, no Congresso Nacional, um Projeto de Lei propondo que o trabalhador tenha direito a férias, mas que seja possível que o empregador determine a não remuneração dessas férias. No mesmo Projeto de Lei, fica estipulado que, nos feriados nacionais, não haverá remuneração. A Organização procura você, como advogado(a), para redigir um parecer quanto a um eventual controle de convencionalidade, caso esse projeto seja transformado em lei. Assim, com base no Protocolo Adicional à Convenção Americana Sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – Protocolo de San Salvador –, assinale a opção que apresenta seu parecer sobre o fato apresentado. A) O Brasil, embora tenha ratificado a Convenção Americana de Direitos Humanos, não é signatário do Protocolo Adicional à Convenção Americana Sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – Protocolo de San Salvador. Portanto, independentemente do que disponha esse Protocolo, ele não configura uma base jurídica que permita fazer um controle de convencionalidade. B) Tanto o direito a férias remuneradas quanto o direito à remuneração nos feriados nacionais estão presentes no Protocolo de San Salvador. Considerando que o Brasil é signatário desse Protocolo, caso o Projeto de Lei venha a ser convertido em Lei pelo Congresso Nacional, é possível submetê-lo ao controle de convencionalidade, com base no Protocolo de San Salvador. C) A despeito de as férias remuneradas e a remuneração nos feriados nacionais estarem previstos no Protocolo de San Salvador, não é possível fazer o controle de convencionalidade caso o Projeto de Lei seja aprovado, porque se trata apenas de um Protocolo, e, como tal, não possui força de Convenção como é o caso da Convenção Americana Sobre Direitos Humanos. D) Se o Projeto de Lei for aprovado, não será possível submetê-lo a um controle de convencionalidade com base no Protocolo de San Salvador, porque os direitos em questão não estão previstos no referido Protocolo, que sequer trata de condições justas, equitativas e satisfatórias de trabalho. A) Errado Contrariamente ao que propõe a alternativa, o Brasil é, sim, signatário do Protocolo de San Salvador, sendo passível de submissão ao controle de convencionalidade. B) Correto Primeiramente, cabe observar o artigo 7º do Protocolo de San Salvador, o qual dispõe: Art. 7. Condições justas, equitativas e satisfatórias de trabalho - os Estados Partes neste Protocolo reconhecem que o direito ao trabalho, a que se refere o artigo anterior, pressupõe que toda pessoa goze do mesmo em condições justas, equitativas e satisfatórias, para o que esses Estados garantirão em suas legislações, de maneira particular: h. Repouso, gozo do tempo livre, férias remuneradas, bem como remuneração nos feriados nacionais. A partir da análise dodispositivo, pode-se entender que o direito a férias remuneradas e à remuneração nos feriados nacionais - que, de acordo com o enunciado, estão sob risco de negativa pelo Projeto de Lei em questão - estão ambos presentes no Protocolo de San Salvador. Enquanto signatário do Protocolo, na hipótese do Projeto de Lei ser aprovado pelo Congresso Nacional brasileiro, cabe submissão do Projeto ao controle de convencionalidade, tendo em vista que o Protocolo caracteriza-se como norma internalizada através do Decreto nº 3.321/1999. C) Errado Uma vez que o Pacto de San Salvador foi internalizado no ordenamento jurídico brasileiro com o Decreto nº 3.321/99 e o Brasil sendo signatário do Protocolo, cabe controle de convencionalidade. D) Errado Contrariamente ao que foi dito na alternativa, os referidos direitos estão dispostos no Protocolo de San Salvador, salvaguardados no art. 7º, inciso h. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei seca. Questão 19 No âmbito dos sistemas internacionais de proteção dos Direitos Humanos, existem hoje três sistemas regionais: africano, (inter)americano e europeu. Existem semelhanças e diferenças entre esses sistemas. Assinale a opção que corretamente expressa uma grande diferença entre o sistema (inter)americano e o europeu. A) O sistema europeu foi instituído a partir da Convenção para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, de 1950, e já está em pleno funcionamento. Já o sistema (inter)americano foi instituído pela Convenção Americana Sobre Direitos Humanos, de 1998, e ainda não está em pleno funcionamento. B) O sistema (inter)americano conta com uma Comissão Interamericana de Direitos Humanos, mas não possui uma Corte ou Tribunal. Já o sistema europeu possui um Tribunal, mas não possui uma Comissão de Direitos Humanos. C) O sistema europeu é baseado em um Conselho de Ministros e admite denúncias de violações de direitos humanos que sejam feitas pelos Estados-partes da Convenção, mas não admite petições individuais. Já o sistema (inter)americano não possui o Conselho de Ministros e admite petições individuais. D) O sistema (inter)americano possui uma Comissão e uma Corte para conhecer de assuntos relacionados ao cumprimento dos compromissos assumidos pelos Estados-partes na Convenção Americana Sobre Direitos Humanos. Já o sistema europeu não possui uma Comissão com as mesmas funções que a Comissão Interamericana, mas um Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que é efetivo e permanente. A) Errado Tanto o sistema europeu como o (inter)americano encontram-se em pleno funcionamento, tendo o sistema europeu sido instituído com base na Convenção Europeia de Direitos Humanos. B) Errado O sistema (inter)americano possui, sim, uma Corte, denominada Corte Interamericana de Direitos Humanos. C) Errado O sistema europeu não tem por base um Conselho de Ministros. D) Correto É possível afirmar, primeiramente, que o sistema (inter)americano apresenta uma Comissão – a qual é principalmente responsável pela defesa dos direitos humanos e por atuar como entidade consultora da OEA neste âmbito – e a Corte Interamericana – que, por sua vez, caracteriza-se como um dos 3 Tribunais voltados à proteção dos Direitos Humanos e verificação do cumprimento, por parte dos Estados signatários, dos compromissos assumidos na Convenção, sendo os outros dois Tribunais a Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos e a Corte Europeia de Direitos Humanos. O sistema europeu, por sua vez, possui o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, de caráter permanente, voltado à proteção e salvaguarda da Convenção Europeia de Direitos Humanos - não detendo uma Comissão em padrões similares à Comissão Interamericana. Além disso, tem-se também a Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH), sustentada pelo Protocolo nº 11 (1994/1998), que atua como aparato do judiciário do Conselho da Europa (CE). O sistema Africano, por fim, pauta-se principalmente na Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, apresentando as próprias diretrizes quanto aos direitos humanos, abarcando não só direitos civis e políticos, mas também direitos sociais, culturais, ambientais, econômicos e dos povos, bem como os deveres individuais perante o Estado e a coletividade. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Doutrina. Questão 20 A cláusula arbitral de um contrato de fornecimento de óleo cru, entre uma empresa brasileira e uma empresa norueguesa, estabelece que todas as controvérsias entre as partes serão resolvidas por arbitragem, segundo as regras da Câmara de Comércio Internacional - CCI. Na negociação, a empresa norueguesa concordou que a sede da arbitragem fosse o Brasil, muito embora o idioma escolhido fosse o inglês. Como contrapartida, incluiu, entre as controvérsias a serem decididas por arbitragem, a determinação da responsabilidade por danos ambientais resultantes do manuseio e descarga no terminal. Na eventualidade de ser instaurada uma arbitragem solicitando indenização por danos de um acidente ambiental, o Tribunal Arbitral a ser constituído no Brasil A) tem competência para determinar a responsabilidade pelo dano, em respeito à autonomia da vontade consagrada na Lei Brasileira de Arbitragem. B) deverá declinar de sua competência, por não ser matéria arbitrável. C) deverá proferir o laudo em português, para que seja passível de execução no Brasil. D) não poderá decidir a questão, porque a cláusula arbitral é nula. QUESTÃO ANULADA Questão 21 João da Silva prestou serviços de consultoria diretamente ao Comitê Olímpico Internacional (COI), entidade com sede na Suíça, por ocasião dos Jogos Olímpicos realizados no Rio de Janeiro, em 2016. Até o presente momento, João não recebeu integralmente os valores devidos. Na hipótese de recorrer a uma cobrança judicial, o pedido deve ser feito A) na justiça federal, pois o COI é uma organização internacional estatal. B) na justiça estadual, pois o COI não é um organismo de direito público externo. C) por auxílio direto, intermediado pelo Ministério Público, nos termos do tratado Brasil-Suíça. D) na justiça federal, por se tratar de uma organização internacional com sede no exterior. Cabe destacar o artigo 109 da Constituição Federal brasileira, o qual dispõe: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; Além disso, é importante atentar para a natureza jurídica das instituições apresentadas no enunciado, FIFA e COI, as quais caracterizam-se como associações sem fins lucrativos, de direito privado e com sede fora do território nacional. Observados estes aspectos, é possível inferir que tais instituições não podem ser enquadradas na hipótese do art. 109 da CF – estando, consequentemente, fora da competência federal fixada pelo dispositivo. A) Errado O COI, contrariamente ao que se alega na afirmativa, não é uma organização internacional estatal, mas sim uma associação de direito privado sem fins lucrativos. Desse modo, o pedido não pode ser feito na justiça federal. B) Correto Uma vez que o COI não é uma organização internacional estatal, mas sim uma associação de direito privado sem fins lucrativos, com sede fora do território brasileiro, de modo que não se encontra na competência federal. Deve-se fazer o pedido, então, na justiça estadual. C) Errado Entende-se que o auxílio direto não se configura como mecanismo de solução judicial de conflitos, sendo ele voltado às medidas de cooperação jurídica direta e, por isso, solicitado de modo direto, e não por carta rogatória. Observa-se o artigo 28 do Código de Processo Civil, o qual dispõeque “cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil”. D) Errado O pedido deve ser feito na justiça estadual, visto que o COI caracteriza-se como associação de direito privado sem fins lucrativos e, por tal motivo, está fora da competência federal. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 22 A sociedade empresária ABC, concessionária de serviço de transporte público coletivo de passageiros, opera a linha de ônibus 123, que inicia seu trajeto no Município X e completa seu percurso no Município Y, ambos localizados no Estado Z. Sobre a prestação onerosa desse serviço de transporte, deve incidir A) o ISS, a ser recolhido para o Município X. B) o ISS, a ser recolhido para o Município Y. C) o ICMS, a ser cobrado de forma conjunta pelo Município X e o Município Y. D) o ICMS, a ser recolhido para o Estado em que se localizam o Município X e o Município Y. A) Errado O imposto a ser recolhido é o ICMS, de competência estadual. B) Errado Segue o mesmo raciocínio da alternativa anterior. C) Errado O ICMS é um imposto estadual, não podendo ser recolhido pelos municípios Xe Y. D) Correto Para responder essa questão o candidato precisa conhecer o fato gerador do ICMS sobre transportes. “CF88 Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;” O ICMS é um imposto estadual previsto no art. 155, II, CF, e tem como fato gerador a circulação de mercadoria, serviço de comunicação e serviço de transporte interestadual e intermunicipal. Assim, o transporte entre municípios no mesmo Estado implica em serviço intermunicipal, o que assegura ao Estado onde estão localizados os Municípios X e Y a recolherem o ICMS. Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 23 João da Silva, servidor da Administração Tributária do Município Y, recebeu propina de José Pereira, adquirente de um imóvel, para, em conluio com este, emitir uma certidão que atestava falsamente a quitação de débito do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) incidente sobre a transferência de propriedade. A certidão seria apresentada ao tabelião para lavrar-se a escritura pública de compra e venda imobiliária e para posterior registro. Considerando-se que, nesse Município, o contribuinte de ITBI é o adquirente de imóvel, assinale a afirmativa correta. A) O servidor João da Silva poderá ser responsabilizado funcional e criminalmente por esse ato, mas a dívida tributária somente poderá ser cobrada de José Pereira, o único que é parte na relação jurídico-tributária com o Município credor. B) O servidor João da Silva poderá ser responsabilizado pessoalmente pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos. C) O tabelião poderá ser o único responsabilizado pela dívida tributária e juros de mora acrescidos, por ter lavrado a escritura pública sem averiguar, junto ao Fisco Municipal, a veracidade das informações da certidão apresentada. D) Caso seja aplicada multa tributária punitiva contra José Pereira, este poderá exigir do Fisco que 50% do valor da multa seja cobrado do servidor João da Silva. A) Errado Existe sim a previsão no CTN para a responsabilidade tributária do servidor nessa situação. B) Correto Para responder essa questão o candidato precisa conhecer a responsabilidade de servidores públicos na emissão de certidão fiscal. “CTN: Art. 208 A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos. Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal e funcional que no caso couber.” Nos termos do art. 208, CTN, quando uma certidão negativa é expedida com dolo ou fraude, o servidor se torna pessoalmente responsável pelo crédito tributário. C) Errado Não existe responsabilidade do tabelião, pois este não é obrigado a verificar a veracidade da certidão, podendo apenas exigi-la no ato de registro da escritura. D) Errado Não existe nenhuma previsão nesse sentido. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 24 Maria dos Santos, querendo constituir hipoteca sobre imóvel de sua propriedade em garantia de empréstimo bancário a ser por ela contraído, vai a um tabelionato para lavrar a escritura pública da referida garantia real. Ali, é informada que o Município Z, onde se situa o bem, cobra o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) sobre a constituição de direitos reais de garantia. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. A) É possível tal cobrança, pois a constituição de direito real de garantia sobre bens imóveis, por ato inter vivos, é uma das hipóteses de incidência do ITBI. B) O contribuinte do ITBI, nesse caso, não seria Maria dos Santos, mas sim a instituição bancária em favor de quem a garantia real será constituída. C) O tabelião atua como responsável por substituição tributária, recolhendo, no lugar do contribuinte, o ITBI devido em favor do Município Z nessa constituição de direitos reais de garantia. D) Não é possível exigir ITBI sobre direitos reais de garantia sobre imóveis. A) Errado Não está incluso na hipótese de incidência do ITBI, os Direitos Reais de Garantia. B) Errado Não existe incidência de ITBI neste caso. C) Errado Não existe incidência de ITBI neste caso. D) Correto Nos termos do art. 156, II, CF, o ITBI incide na transmissão onerosas de direitos reais sobre imóveis, exceto nos de garantia. CF88 Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; Gabarito: D Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 25 Uma sociedade empresária em recuperação judicial requereu, perante a Secretaria Estadual de Fazenda do Estado X, o parcelamento de suas dívidas tributárias estaduais. O Estado X dispunha de uma lei geral de parcelamento tributário, mas não de uma lei específica para parcelamento de débitos tributários de devedor em recuperação judicial. Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta. A) O parcelamento não pode ser concedido caso inexista lei específica estadual que disponha sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. B) O prazo de parcelamento a ser concedido ao devedor em recuperação judicial quanto a tais débitos para com o Estado X não pode ser inferior ao concedido por lei federal específica de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. C) O parcelamento do crédito tributário exclui a incidência de juros, em regra, no caso de devedor em recuperação judicial. D) O parcelamento do crédito tributário exclui a incidência de multas, em regra, no caso de devedor em recuperação judicial. A) Errado No CTN existe a previsão de uma regra de subsidiariedade nos casos em que inexistir lei específica estadual que regule o parcelamento da recuperação judicial. B) Correto Nos termos do art. 155-A, §3º, CTN, deve ser editada lei específica sobre condições de parcelamento dos créditos tributários de devedor em recuperação judicial. Contudo, o §3ºdo dispositivo afirma que a inexistência da lei específica importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente federativo, não podendo ter prazo inferior à lei federal específica. CTN Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. (...) § 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. C) Errado O parcelamento é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributária, e não de exclusão. D) Errado Em regra o parcelamento não exclui a incidência de juros e multas. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 26 Uma lei ordinária federal tratava de direitos do beneficiário de pensão previdenciária e também previa norma que ampliava, para 10 anos, o prazo decadencial para o lançamento dos créditos tributários referentes a uma contribuição previdenciária federal. A respeito da ampliação de prazo, assinale a afirmativa correta. A) É inválida, pois, em razão do caráter nacional das contribuições previdenciárias federais, somente poderia ser veiculada por Resolução do Senado Federal. B) É inválida, pois somente poderia ser veiculada por Lei Complementar. C) É válida, pois o CTN prevê a possibilidade de que o prazo geral de 5 anos, nele previsto para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário, seja ampliado por meio de Lei Ordinária Específica. D) É válida, por existir expressa previsão constitucional, específica para contribuições de seguridade social, autorizando a alteração de prazo de constituição do crédito tributário por Lei Ordinária. A) Errado Pois a decadência é uma matéria de norma geral do Direito Tributário, que deve ser produzida por lei complementar. B) Correto Para responder essa questão o candidato precisa conhecer a matéria tributária que deve ser introduzida por lei complementar. CF88 Art. 146. Cabe à lei complementar: (...) III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: (...) Súmula Vinculante 8 - STF São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991, que tratam da prescrição e decadência do crédito tributário. Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; Nos termos do art. 146, III, b, CF, cabe à lei complementar estabelecer normas gerais de direito tributário, especialmente em relação à prescrição. Esse entendimento foi confirmado pelo STF, com o julgamento da Súmula Vinculante nº 8, que declarou inconstitucional ampliação do prazo decadencial por via de lei ordinária. C) Errado Não há essa previsão no CTN. D) Errado Não há previsão nesse sentido na CF. Gabarito: B Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 27 Luciana, imbuída de má-fé, falsificou documentos com a finalidade de se passar por filha de Astolfo (recentemente falecido, com quem ela não tinha qualquer parentesco), movida pela intenção de obter pensão por morte do pretenso pai, que era servidor público federal. Para tanto, apresentou os aludidos documentos forjados e logrou a concessão do benefício junto ao órgão de origem, em março de 2011, com registro no Tribunal de Contas da União, em julho de 2014. Contudo, em setembro de 2018, a administração verificou a fraude, por meio de processo administrativo em que ficou comprovada a má-fé de Luciana, após o devido processo legal. Sobre essa situação hipotética, no que concerne ao exercício da autotutela, assinale a afirmativa correta. A) A administração tem o poder-dever de anular a concessão do benefício diante da má-fé de Luciana, pois não ocorreu a decadência. B) O transcurso do prazo de mais de cinco anos da concessão da pensão junto ao órgão de origem importa na decadência do poder-dever da administração de anular a concessão do benefício. C) O controle realizado pelo Tribunal de Contas por meio do registro sana o vício do ato administrativo, de modo que a administração não mais pode exercer a autotutela. D) Ocorreu a prescrição do poder-dever da administração de anular a concessão do benefício, na medida em que transcorrido o prazo de três anos do registro perante o Tribunal de Contas. A) Correto Conforme art. 54, da Lei 9.784/99, o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé." Ou seja, havendo comprovada má-fé do beneficiário, o Poder Público poderá, a qualquer tempo, rever o ato inválido, exercendo o poder de autotutela administrativa. Outra pegadinha trazida pela questão, é o fato de que os atos de concessão de aposentadorias e pensões são, de acordo com majoritário entendimento doutrinário e jurisprudencial, de natureza complexa, de maneira que somente se aperfeiçoam com o registro do ato concessivo após exame de legalidade efetivado pelo Tribunal de Contas da União, conforme dispõe o art. 71, III, da CF/88. Sendo a partir desse momento, que o ato se torna perfeito, iniciando o prazo decadencial. Por isso, considerando que o registro perante o TCU teria ocorrido em julho de 2014, em setembro de 2018, quando constatada a fraude, após devido processo legal, não teria ainda escoado o prazo decadencial de 5 anos. Portanto, A administração tem o poder-dever de anular a concessão do benefício diante da má-fé de Luciana, pois não ocorreu a decadência. B) Errado Conforme já explicado, havendo má-fé, não é aplicado o prazo decadencial de 5 anos. Da mesma forma, por se tratar de um ato administrativo complexo, seu início deveria ser contado do registro da concessão do benefício pelo TCU, e não do ato concessivo praticado pelo órgão de origem. C) Errado De forma alguma, diante de casos de má-fé, a Administração tem o direito de exercer a autotutela em qualquer tempo. D) Errado Conseguimos excluir a questão logo no início, por referir-se à prescrição e não decadência. Gabarito: A Fonte de conhecimento jurídico: Lei Seca Questão 28 O Ministério Público ajuizou ação civil pública por improbidade em desfavor de Felipe dos Santos, servidor público federal estável, com fulcro no Art. 10, inciso IV, da Lei nº 8429/92. O servidor teria facilitado a alienação de bens públicos a certa sociedade empresária, alienação essa que, efetivamente, causou lesão ao erário, sendo certo que, nos autos do processo, restou demonstrado que o agente público não agiu com dolo, mas com culpa. Com base na hipótese apresentada, assinale a opção que está em consonância com a legislação de regência. A) Felipe não pode sofrer as sanções da lei de improbidade, pois todas as hipóteses capituladas na lei exigem o dolo específico para a sua caracterização. B) É passível a caracterização da prática de ato de improbidade administrativa por Felipe, pois a modalidade culposa é admitida para a conduta a ele imputada. C) Não é cabível a caracterização de ato de improbidade por Felipe, na medida em que apenas os atos que atentam contra os princípios da Administração Pública admitem a modalidade culposa. D) Felipe não praticou ato de improbidade, pois apenas os atos que importam em enriquecimento ilícito admitem a modalidade culposa. A) Errado Os atos de improbidade causadores de lesão ao erário admitem a modalidade culposa, consoante o disposto no art. 10, caput, da Lei 8.429/92: "Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento
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