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RESUMO 4 FARMACOLOGIA BÁSICA- UnB FCE

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FARMACOLOGIA BÁSICA – RESUMO 4 
 
 Aula 1: Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) 
Fármacos que possuem ação anti-inflamatória possuindo consequentemente efeitos analgésicos 
e antipiréticos (por reduzirem a inflamação)  AAS, diclofenaco, ibuprofeno, celecoxibe. 
 
 Histórico: 
- Salgueiro (Spiraea ulmania)  origem da salicilina! 
- A salicilina deu origem, posteriormente, ao ácido salicílico, que foi modificado (acetilado) por 
promover lesão gástrica em tratamentos de doenças inflamatórias a longo prazo (como a 
osteoartrite) e deu origem a ácido acetilsalicílico (mais tolerável)  primeiro anti-inflamatório 
sintético! 
 
 Mecanismo de ação: 
- Inibição de ciclooxigenases (COXs), enzimas responsáveis por converter o ácido araquidônico 
(originado por lesão celular) em endoperóxidos cíclicos, que dão origem a eicosanoides (nesse 
caso, especialmente prostaglandina E2/PGE2, um potente mediador inflamatório)  utilizados nas 
condições nas quais os processos fisiopatológicos envolvam síntese de prostaglandinas (artrite, pós 
operatório, pós-parto, dismenorreia e cefaleias decorrentes de vasodilatação)! 
- Com exceção da aspirina (que acetila um sítio de serina da COX e coincidentemente oclui o 
sítio ativo da enzima), os AINEs inibem a COX pela competição com o ác. araquidônico pelo sítio 
ativo. 
***a ação/acetilação produzida pela aspirina é permanente! (7 dias)  por isso apenas o 
AAS é utilizado como antiplaquetário e na prevenção de eventos cardiovasculares. 
 
 
 
 
 
 
 Efeitos indesejáveis: 
- Gerais: 
- Náuseas, vômitos, sangramentos 
(úlceras gástricas – uso crônico); 
- Reações cutâneas (alergia); 
 - Insuficiência renal reversível; 
- Broncoespasmos em indivíduos 
asmáticos; 
 - Distúrbios hepáticos; 
- Depressão da medula óssea; 
- Efeitos cardiovasculares;
- No TGI: (mais importantes para os não-seletivos!!!) 
- Náuseas, vômitos e sangramentos (úlceras gastrointestinais – uso crônico); 
 Motivo: bloqueio das COX e consequente ausência de PGE2 e PGI2, que participariam 
da proteção da mucosa gástrica inibindo a secreção de ácido e estimulando a secreção 
do muco. 
 ***uso conjunto de protetores da mucosa gástrica (ex: omeprazol)! 
- Na pele: (leves e raros) 
 - Erupções leves e urticárias. 
***controladas com a suspensão do uso! 
- No sistema renal: 
- Diminuição do fluxo sanguíneo renal e da TFG, podendo causar insuficiência renal aguda 
(reversível); 
 Motivo: bloqueio das COX e consequente ausência de PGE2 e PGI2, que seriam 
produzidas para vasodilatação compensatória dos vasos renais em resposta a agentes 
vasoconstritores. 
 
**********a hipótese de que a COX-1 é constitutiva e que a COX-2 é induzida apenas em processo 
inflamatório é falsa! Foi descoberto que a COX-2 também se apresenta de forma constitutiva. 
Dessa maneira, a crença de que AINEs seletivos para COX-2 seriam fármacos “perfeitos” e não 
apresentariam efeitos adversos também é falsa. Entretanto, os inibidores seletivos da COX-2 
causam menos efeitos adversos, principalmente gastrointestinais. De qualquer forma, a existência 
desse efeito, mesmo em menor intensidade, indica a possiblidade da existência de COX-2 
constitutiva no tecido. 
 
*********além disso, a crença de a COX-1 não participaria da resposta inflamatória também é falsa. 
Estudos em camundongos deficientes de COX-1 mostraram resposta inflamatória deficitária. Já em 
camundongos deficientes de COX-2, a resposta inflamatória se manteve normal (o que mostra um 
papel significativo da COX-1 na inflamação). Entretanto, nos rins, descobriu-se que a COX-2 tem 
maior importância, já que os camundongos deficientes de COX-1 não apresentaram disfunção 
renal e os deficientes de COX-2 desenvolveram malformação renal e nefropatia grave  dessa 
maneira, os efeitos adversos sobre o sistema renal (supracitados) são mais graves com a utilização 
de AINEs seletivos para COX-2 (como o celecoxibe). Não seletivos são mais seguros!!!!! 
 
- Sobre o útero e o trabalho de parto: 
- Assim como no sistema renal, foi descoberto que, na contração uterina, as prostaglandinas 
(que tem um papel importante nessa contração) são sintetizadas majoritariamente a partir 
da COX-2  o uso de inibidores seletivos para COX-2, dessa maneira, podem prolongar a 
gestação (com intenção clínica ou não)! 
 
***inibidores seletivos para COX-2 tem efeitos pró-trombóticos, uma vez que não há produção de 
PGI2, que causa vasodilatação e inibição da agregação plaquetária. 
***inibidores não seletivos geram efeito anti-trombótico. 
***no endotélio vascular, a COX-2 também tem maior importância. 
***as plaquetas não sintetizam COX-2. 
 
***inibidores seletivos da COX-2 podem induzir hipertensão arterial, por conta do efeito renal 
(insuficiência) e vascular (pró-trombótico). 
 
 
 Aula 2: Anti-inflamatórios esteroidais (glicocorticóides) 
 
São fármacos derivados dos esteroides endógenos (suprarrenais). 
Os esteroides suprarrenais são moléculas derivadas do colesterol. São dividididos em 3 classes, que 
possuem metabolismos independentes: 
 
 
- Esteróides sexuais (androgênios); 
***pacientes usando anti-lipidêmicos devem acompanhar os níveis de hormônios sexuais 
esteroidais! 
- Mineralocorticóides: afetam o equilíbrio hidroeletrolítico – metabolismo dos sais e água 
(aldosterona)  aumento da PA!; 
- Glicocorticóides: afetam o metabolismo de carboidratos e proteínas, apresentando atividade 
anti-inflamatória e imunossupressora (hidrocortisona/cortisol). 
 
 Regulação da secreção de glicocorticóides: 
 Hipotálamo secreta CRF (fator de liberação de corticotrofina)  CRF estimula a secreção de 
ACTH (hormônio adenocorticotrófico) pela adeno-hipófise  ACTH se distribui pela corrente 
sanguínea e estimula a liberação de glicocorticóides e mineralocorticóides pelo córtex da 
suprarrenal. 
***os glicocorticóides, tanto endógenos quanto exógenos, possuem a capacidade de 
regular negativamente a atividade (secreção de CRF) pelo hipotálamo! 
- Existe uma liberação circadiana basal de glicocorticóides: a concentração é alta pela manhã e 
baixa à noite; 
- Fatores emocionais afetam a liberação de CRF e, consequentemente, de glicocorticóides; 
- Estímulos como estresse, infecção, lesão, excesso de calor ou frio aumentam a secreção de 
glicocorticóides. 
 
 Anti-inflamatórios esteróides (glicocorticóides): 
- São hormônios sintéticos que mimetizam as ações do cortisol endógeno; 
- São os anti-inflamatórios mais eficazes que existem; 
- Entretanto há riscos de potenciais efeitos indesejados (que dependem da dose e duração do 
tratamento)  por isso os AINEs são a primeira escolha! 
- Amplo espectro de tratamento: usados desde o tratamento para o câncer e doenças 
autoimunes até transplantes. 
 
 
- A 1ª molécula a ser sintetizada foi a Hidrocortisona (cortisol); 
***entretanto, além dos efeitos indesejados dos glicocorticóides, a hidrocortisona também 
apresentava efeitos mineralocorticóides (não desejados). Por esse motivo, foram criadas 
novas moléculas que apresentassem menos efeitos mineralocorticóides e mais efeitos 
glicocorticóides. Ex: Prednisolona. 
 
 Mecanismo de ação dos glicocorticóides: 
- Ativação de receptores nucleares (citosol  lipossolubilidade!), que possuem 4 domínios: 
 I – Domínio regulador: ativa/regula a transcrição gênica: 
 II – Domínio de ligação ao DNA (dedos de zinco); 
III – Domínio da dobradiça: responsável pelas mudanças conformacionais 
(decorrentes da ligação do fármaco ao domínio IV) que expõem sítios de 
fosforilação e levam à translocação do complexo agonista-receptor para o núcleo; 
IV – Domínio de ligação dos esteróides.
- Existem dois tipos de receptores para glicocorticóides (GRα e GRβ). O receptor significativo é o 
GRα, que possui todos os domínios acima. O GRβ, por não possuir o domínio IV (de ligação), não 
tem sua função esclarecida. 
- Ao ativar os receptores e modular a transcrição gênica, a resposta é o aumento da produção 
de fatores anti-inflamatórios (como a anexina-1, potente mediador anti-inflamatório) e a 
diminuição da produção de fatores pró-inflamatórios (como a inibição da transcrição dos genes 
de diversas citocinas – ILs e TNF -, COX-2 induzida, moléculas de adesão, IgG, proteínas do 
complemento, histamina, etc.)  alta eficácia! 
***o principal efeito da anexina-1 é inibir a Fosfolipase A2, enzima responsável por 
produzir ác. araquidônico a partir de fosfolipídeos de membrana, processo que 
posteriormente dará origem a eicosanoides pró-inflamatórios, como as 
prostaglandinas. 
- Porém, os efeitos ainda mais potentes dos glicocorticóides se dão por interação inibitória 
proteína-proteína (complexo agonista-receptor e fator de transcrição), como por exemplo na 
interação entre o complexo agonista receptor e dois potentes fatores de transcrição pró-
inflamatórios, NFκB e AP-1 (inibidos por essa interação)  alta eficácia! 
 
 
 Ações dos glicocorticóides sobre as células inflamatórias: 
- Nas áreas de inflamação aguda: redução do influxo e atividade dos leucócitos. Também há 
diminuição na cicatrização e reparo  logo, não é recomendado o uso de glicocorticóides para 
inflamações agudas e nem para situações de pós-operatório! 
- Nas áreas de inflamação crônica: redução da atividade das células mononucleares, diminuição 
da angiogênese e da fibrose (que poderia levar à perda da função, como na DPOC) e menor 
produção de colágeno pelos fibroblastos, reduzindo a cicatrização e reparo  para as 
inflamações crônicas, esse é o efeito terapêutico desejado!; 
- Nas áreas linfóides: diminuição da expansão clonal de células T e B por conta da diminuição da 
secreção de citocinas  imunossupressão! 
***por esse motivo, não é recomendado vacinar-se durante o uso de glicocorticóides! 
- Nos ossos: redução da função dos osteoblastos e aumento da atividade dos osteoclastos, 
favorecendo a osteoporose. 
 
 Ações dos glicocorticóides sobre o metabolismo: 
- Sobre os carboidratos: redução da captação e utilização da glicose e aumento da 
gliconeogênese, resultando em tendência à hiperglicemia; 
- Sobre as proteínas: redução da síntese (anabolismo) e aumento da degradação (catabolismo) 
 perda de massa muscular, diminuição da resposta imune, etc; 
- Sobre as gorduras: redistribuição das gorduras, característica da Síndrome de Cushing (corcova 
de búfalo). 
 
 Ações reguladoras dos glicocorticóides: 
- Sobre o hipotálamo e adeno-hipófise: ação de retroalimentação negativa total ou parcial 
(depende da dose) sobre a secreção de CRF e ACTH, diminuindo a liberação de glicocorticóides 
endógenos; 
***essa diminuição da secreção de glicocorticóides endógenos pode causa causando 
atrofia do córtex da suprarrenal, processo reversível mediante a suspensão gradual do uso 
(diminuição das doses). 
 
 
 Efeitos indesejáveis dos glicocorticóides: observados principalmente no uso sistêmico e 
prolongado. 
- Supressão da resposta à infecção e deficiência na cicatrização de feridas; 
- Supressão da síntese de glicocorticóides endógenos; 
- Osteoporose; 
- Tendência a hiperglicemia; 
- Inibição do crescimento (físico e desenvolvimento neurológico) em crianças; 
- Insônia pelo uso noturno; 
 ***o uso em crianças é evitado ao máximo! 
- Síndrome de Cushing (acúmulo de gordura abdominal, facial, corcova de búfalo, 
euforia/depressão, psicose, enfraquecimento da pele por falta de renovação, 
equimoses por fragilidade vascular, perda de massa muscular e óssea, tendência à 
hiperglicemia, aumento do apetite). 
 
 Farmacocinética dos glicocorticóides: 
- Administração oral, intramuscular, intravenosa e local (cremes, pomadas, aerossol, injeção intra-
articular); 
- Ligação às proteínas plasmáticas: globulinas de ligação aos glicocorticóides (CGB) e albumina; 
- Penetram nas células por difusão simples (lipofílicos); 
- Metabolizados no fígado e excretados pelos rins; 
- São classificados pelo tempo de ação: curto (hidrocortisona), intermediário (prednisona) e longo 
(dexametasona). 
 ***comercialmente também existem mineralocorticóides! 
 
 Princípios gerais para a escolha de glicocorticoides: 
- Só devem ser indicados em doenças ou manifestações responsivas a eles; 
- Só devem ser usados após tentativas com medicamentos de menor risco; 
 
 
- Empregam-se as menores doses eficazes, pelo menor tempo possível, a fim de obter o mínimo de 
efeitos adversos possível; 
- Melhora sintomática deve ser o objetivo terapêutico, e não a remissão completa de doença; 
- A suspensão de tratamento prolongado deve ser lenta e gradual, a fim de permitir a reativação 
funcional progressiva do eixo HPA (hipotálamo-pituitária-adrenal). 
 
 Usos clínicos: 
- Terapia de reposição hormonal (ex: doença de Addison, marcada pela deficiência na produção 
de corticosteroides devido à destruição adrenal); 
***nesse caso, o fármaco de escolha é a hidrocortisona, por apresentar efeito glico 
e mineralocorticoide! 
- Terapia anti-inflamatória e imunossupressora (asma, reações de hipersensibilidade, doenças 
autoimunes e em transplantados); 
- Terapia de doenças neoplásicas (para redução do edema cerebral para pacientes com tumores 
cerebrais – dexametasona – e para o tratamento da leucemia); 
- Uso local (afecções dermatológicas, respiratórias e de tecido conjuntivo)  poucos efeitos 
adversos! 
 
 Aula 3: Analgésicos antitérmicos (dipirona e paracetamol) 
 
 PARACETAMOL (ACETOAMINOFENO): 
- Efeito analgésico e antitérmico significativos (especialmente antitérmico)  indicado para dores 
leves (0-4 na escala de dor)! 
***o efeito anti-inflamatório é insignificante, uma vez que o paracetamol não inibe COXs de 
forma eficiente, apesar de poder se ligar a elas. 
- Diferentemente dos AINEs (que possuem efeito periférico, atuando sobre as COX no sítio de 
inflamação), acredita-se que o paracetamol tenha efeito predominantemente central; 
- Possível ação sobre COX-3 (central). 
 
 
- Alguns artigos mostram que o paracetamol age sobre o controle endógeno/descendente da 
dor, por meio de sistemas serotoninérgico e endocanabinóide. 
- Efeitos adversos: formação de metabólito tóxico (principal efeito), reações de hipersensibilidade 
e hepatotoxicidade (acompanhada de náuseas, vômitos, icterícia e dor abdominal). 
***recomenda-se não exceder 2g/dia. A dose convencionalmente utilizada é 1g/dia. Rm 
adultos, as doses de 10-15g causam toxicidade e de 20-25g são fatais! 
***overdose: pode causar necrose hepática, renal e coma hipoglicêmico. 
 tratamento da overdose: reduzir a absorção do agente (vômitos, lavagem, carvão 
ativado), manejo dos sintomas e n-acetilcisteína quando houver risco de lesão 
hepática (protetor celular). 
 
 DIPIRONA (METAMIZOL): 
- Efeito analgésico e antitérmico significativos  indicado para dores leves (0-4 na escala de dor)! 
***o efeito anti-inflamatório é insignificante, uma vez que a dipirona não inibe COXs de 
forma eficiente, apesar de poder se ligar a elas. 
- Mecanismo de ação desconhecido! 
***porém, alguns estudos mostram que o efeito periférico da dipirona envolve os mesmos 
mecanismos dos efeitos periféricos de opióides (ativação do controle descendente da dor) 
 efeito similar a opióides fracos! 
***estudos brasileiros mostram que a dipirona não possui efeito anti-inflamatório, por 
conseguir, em doses iguais, possuir efeito na redução da dor
e não alterar a formação de 
edemas e, mesmo na presença de PGE2, possuir efeito analgésico (ensaios em ratos)  não 
é AINE! 
- Efeitos adversos: 
 - Reações alérgicas cutâneas; 
 - Hipotensão quando administrada por via IV (liberação de NO); 
- Diminuição da atividade da medula óssea  agranulocitose (diminuição de basófilos, 
neutrófilos e eosinófilos) e trombocitopenia (sangramentos). 
 ***possível causa genética! 
 
 
***não é muito recomendado tratar a febre de leucemia com dipirona  usa-se, 
geralmente, paracetamol. 
 
 Aula 4: Analgésicos opióides 
 
- Peptídeos derivados da papoula (Papaver somniferum), planta que extraía-se o ópio  morfina, 
codeína (sintetizados e utilizados atualmente), papaverina e tebaína. 
- Principal uso: obter analgesia! 
- Outros efeitos: sedação, euforia, constipação, náusea, broncoconstrição, dependência, 
depressão respiratória, tolerância. 
- Eficazes para a maioria dos tipos de dor, exceto dor neuropática (lesão nervosa/neuronal)! 
- Efeitos complexos e distribuídos pelo corpo inteiro (receptores para opióides distribuídos 
amplamente). 
 
 Sistema endógeno de modulação da dor: 
- Primeira hipótese | TEORIA DA COMPORTA ESPINHAL DA DOR: a nocicepção conduzida pelas 
fibras C mediante um estímulo doloroso pode ser atenuada por um estímulo tátil (próximo ou na 
mesma localização do estímulo doloroso) percebido/conduzido pelas fibras Aα e Aβ, mediante a 
ativação de um interneurônio inibitório a nível medular. 
- Segunda hipótese | SISTEMA ANALGÉSICO DESCENDENTE ENDÓGENO: controle encefálico! 
 O córtex cerebral e a região das amígdalas enviam estímulos elétricos para a região da 
 substância cinzenta periaquedutal. Em seguida, essa região se comunica com o bulbo 
rostroventromedial (BRVM), do qual saem três neurônios excitatórios, neutros ou inibitórios 
(que podem atenuar ou intensificar a sensação dolorosa) responsáveis por realizar o 
controle descendente da dor a nível medular. 
***normalmente, os neurônios da substância cinzenta periaquedutal (SCP) estão em 
repouso (inibidos) pela presença de GABA, um neurotransmissor inibitório advindo de 
um interneurônio gabaérgico. Entretanto, na presença de um estímulo estressor ou 
do uso de opióides, há uma ativação de receptores opióides (que também são 
inibitórios) em neurônios anteriores ao gabaérgico inibitório. Dessa forma, o neurônio 
 
gabaérgico também é inibido. Com essa inibição, o neurônio da SCP pode ser 
ativado e conduzir o impulso ao bulbo rostroventromedial, que dará prosseguimento 
ao controle descendente da dor. 
 No BRVM, existem 3 tipos de células: células ON (responsáveis por facilitar a nocicepção, 
estando mais presentes, por exemplo, em situações de dor crônica), células OFF 
(responsáveis pela inibição da nocicepção, estando presentes em situações de ausência 
de dor crônica ou durante o uso de opióides) e células neutras (não conduzem 
nocicepção, mas, na presença de quadros patológicos, assumem o fenótipo de células ON 
e contribuem/facilitam para a sensação de dor). 
 O efeito analgésico (ou seja, referente a células OFF) pode se dar de duas formas na 
sinapse espinhal: inibição direta da sinapse ou via ativação de interneurônio inibitório. Nessa 
inibição, estão envolvidos os neurotransmissores serotonina, noradrenalina e opióides 
endógenos. 
***por esse motivo, antidepressivos conseguem ter efeito analgésico (uma vez que 
aumentam as quantidades de serotonina e noradrenalina nas sinapses, melhorando 
o controle descendente da dor). 
  O sistema de controle descendente da dor pode ser modulado de duas formas: 
1) Pelo próprio sistema (que identifica o contexto ambiental e prioridades para a 
sobrevivência), podendo intensificar ou reduzir a dor por estímulos do córtex e 
amígdalas para o SCP e reduzir a dor por meio do sistema de comportas 
(ativação das fibras Aα e Aβ), quando há a entrada simultânea de sensação tátil; 
2) Por meio da ação de fármacos (opióides, canabinóides, antidepressivos, AINEs e 
dipirona). 
 
 Agonistas e antagonistas opióides: 
- Opióides podem agir como agonistas ou antagonistas em diferentes subtipos de receptores 
opióides. 
- Dessa maneira, tem-se: 
 - Agonistas puros: morfina e agonistas relacionados (ex: codeína); 
 - Agonistas não relacionados com a morfina (ex: meperidina e metadona); 
 - Agonistas parciais (ex: pentazocina); 
 - Antagonistas (ex: naloxona). 
***clinicamente, usam-se os não seletivos (tanto agonistas quanto antagonistas), uma 
vez que o efeito de analgesia observado é melhor ao ativar múltiplos receptores (ao 
invés de apenas um específico). 
 
 Mecanismo de ação dos opióides: 
- Ativação de receptores acoplados a G, que podem ser MOP (), KOP () ou DOP (); 
- A ativação desses receptores vai ocasionar: inibição da atividade da adenilato ciclase (proteína 
Gi) e interferência em canais de K+ e Ca2+ (desencadeada por outra subunidade da proteína G). 
- Canais de K+: sua inibição impede a saída do potássio que entrou na fase de 
hiperpolarização do potencial de ação, mantendo a célula hiperpolarizada e, 
consequentemente, inibida (analgesia)  morfina! 
- Canais de Ca2+: sua inibição reduz a liberação de neurotransmissores na sinapse 
(analgesia). 
- Sítios de ação: periféricos (componente sensorial), estruturas cerebrais (amígdalas), estruturas do 
tronco encefálico (SCP) e medula espinhal. 
***por atuar no sistema límbico (componentes emocionais/afetivo-motivacionais, como a 
amígdala), os opióides possuem um efeito importante na atenuação do sofrimento 
emocional  cuidados paliativos! 
 
 Efeitos indesejáveis dos opióides: 
- Náuseas e vômitos por ação sobre a área postrema no tronco encefálico (tratados com anti-
eméticos); 
- Depressão respiratória, bradicardia e hipotensão por ação no bulbo (centro respiratório), em altas 
doses; 
- Prurido por degranulação de mastócitos (tratado com anti-histamínico); 
- Constipação por redução da motilidade gastrointestinal em uso prolongado (muito comum); 
- Euforia/disforia, sedação, tolerância e dependência (física por abstinência – minimizada por 
retirada planejada - e psicológica quando há uso para o controle da dor); 
 
 
 
 Aspectos farmacocinéticos: 
- Vias: oral, IV, subcutânea, peridural (adjuvantes) e transdérmica. 
- Metabolização hepática e excreção renal (pouca eliminação do fármaco não metabolizado). 
 
 Interações medicamentosas: 
- Interações importantes com todos os depressores do SNC  aumento do risco de parada e 
depressão respiratória! 
 
 MORFINA: indicada pra dores moderadas a intensas. 
- Forma metabólito ativo (efeito longo); 
- Excreção renal (disfunção renal pode gerar overdose, uma vez que a morfina só perde o 
efeito quando é excretada); 
- Depressão respiratória em altas doses ou em pacientes com problemas respiratórios 
crônicos! 
 CODEÍNA: indicada para dores leves e moderadas (geralmente por via oral); 
 TRAMADOL: indicado para dores inflamatórias moderadas (pós-operatório, pós parto); 
- Menos depressão respiratória e constipação; 
 MEPERIDINA/PETIDINA: usada para analgesia rápida (parto); 
- Não indicada (convulsivante, dependente e alucionógena); 
 FENTANILA/SULFENTANILA: analgesia muito potente (> morfina)e rápida/curta  realização 
de procedimentos rápidos; 
 METADONA: ajuda a tratar a dependência/abstinência; 
 AGONISTAS MISTOS: induzem menos dependência, porém analgesia fraca; 
 NALOXONA (ANTAGONISTAS): tratar overdose (depressão respiratória). 
 
 
 
 
 
 
 Aula 5: Anestésicos gerais 
 
- ANESTESIA: “criar uma condição reversível de conforto, aquiescência, e estabilidade fisiológica 
em um paciente antes,
durante e após um procedimento que de outro modo seria doloroso, 
ameaçador ou perigoso.” 
- ANESTESIA GERAL: pode ser definida como uma depressão global e reversível das funções do SNC 
que resulta na perda da percepção e da reposta a todo estímulo externo: 
- Amnésia (terapêutica); 
- Imobilidade em resposta a estímulo nocivo (uso conjunto de bloqueadores 
neuromusculares); 
- Atenuação da resposta autonômica a um estímulo nocivo; 
- Analgesia e inconsciência. 
- Éter: primeiro anestésico geral (volátil) – 1846; 
- Clorofórmio – 1847; 
- Estágios da anestesia: 
 I) Analgesia (com sonolência e diminuição das respostas a estímulos dolorosos); 
II) Excitação/delírio (moviemento, fala incoerente, ventilação irregular, perda da 
consciência  estágio perigoso, normalmente evitado pelos fármacos atuais); 
III) Anestesia cirúrgica (abolição de movimentos espontâneos, respiração torna-se regular, 
relaxamento muscular); 
IV) Depressão medular (fim do controle vasomotor e morte  estágio normalmente não 
alcançado); 
- São divididos pela via de administração: 
 - Inalatórios: 
 - Inorgânicos (óxido nitroso); 
- Orgânicos (halogenados: halotano, sevoflurano, isoflurano); 
 
 
 
- Injetáveis: 
 
- Barbitúricos (tiopental); 
 - Alquil-fenóis (propofol); 
- Benzodiazepínicos (midazolam, 
diazepam); 
 - Cetamina; 
 - Opióides (adjuvantes). 
***geralmente há uma combinação de fármacos (anestésicos, opióides, 
bloqueadores neuromusculares) para obter o efeito mais próximo do ideal. 
 
 Efeitos adversos potencialmente graves: 
- Depressão cardíaca e respiratória, instabilidade autonômica, hipotermia, hipertermia maligna 
(genética), arritmias, náuseas/vômitos e delírio. 
 
 Mecanismo de ação: várias substâncias de grupos diferentes induzem um quadro 
anestésico similar  mecanismo comum não específico! 
***porém, sabe-se que os anestésicos gerais têm ação em proteínas! 
- Atuam por meio da inibição da atividade de neurotransmissores excitatórios e por meio do 
aumento da atividade de neurotransmissores inibitórios; 
 ***ação sináptica mais importante que a axonal! 
 - NTs inibitórios e seus receptores: 
- GABA | GABAa: (central) Ansiolítico, amnésico, sedativo, anticonvulsivante, 
miorrelaxante. Canal iônico de Cl- regulado por ligantes (inibido por GABA ou pelos 
anestésicos, exceto cetamina). A ativação do receptor leva à entrada de Cl- na 
célula, deixando o potencial de repouso mais negativo e dificultando a 
despolarização. 
- GLICINA | Receptor para Glicina: mecanismo análogo ao do GABAa, mas em nível 
medular  inibição dos reflexos medulares! 
 
 
 
- NTs excitatórios e seus receptores: 
- RECEPTOR NICOTÍNICO: (central) canal iônico regulado por ligantes, associado a memória 
e nocicepção  entrada de sódio gera a despolarização  o anestésico inibe a excitação 
celular! 
- GLUTAMATO | AMPA E NMDA: (ionotrópicos) percepção, aprendizagem e memória  
entrada de sódio e cálcio gera despolarização  o anestésico (inclusive cetamina) inibe a 
excitação celular! 
***cetamina: antagonista seletivo de receptores NMDA  dissociativo - altera a 
percepção do mundo; 
- 5-HT3: canal iônico regulado por ligantes (receptor de serotonina) – alerta!  excitação 
inibida por anestésicos; 
***estudos mostram que os anestésicos gerais estão associados aos endocanabinóides  o 
propofol, por exemplo, pode inibir a enzima que degrada 2 desses canabinoides, 
intensificando o efeito analgésico. 
 
 EFEITOS GERAIS DOS ANESTÉSICOS INALATÓRIOS: 
- No sistema cardiovascular: redução da PA (hipotensão), depressão do miocárdio (exceto óxido 
nitroso, que anula esse efeito depressor), aumento/diminuição da FC (exceto sevoflurano), 
arritmias. 
- No sistema respiratório: depressão respiratória (compensada pela ventilação mecânica), 
irritação das vias aéreas, redução do movimento mucociliar (risco de infecção - pneumonia), 
tosse, broncodilatação. 
- No SNC: aumento do fluxo sanguíneo cerebral (aumento da PIC  AVC); 
- No rim: diminuição da TFG  nefrotoxicidade; 
- No fígado: diminuição do fluxo sanguíneo hepático  hepatotoxicidade; 
- No útero: relaxantes (halogenados); 
 
 TOXICIDADE DOS ANESTÉSICOS GERAIS INALATÓRIOS: 
- Aguda: para o paciente (hepato e nefrotoxicidade, hipertermia maligna); 
- Crônica: para o profissional (carcionogenicidade, reprodução, hematotoxicidade). 
 
 Aula 6: Anestésicos locais 
 
 Origem: 
- Erythroxylon coca (planta endêmica sul-americana), mascada culturalmente por populações 
locais. Principais efeitos: psicoestimulação, alívio da fome e anestesia local  origem da cocaína! 
- Os anestésicos locais são ésteres ou amidas derivados da cocaína. 
- Primeiras moléculas: procaína (éster) e lidocaína (amida). 
 
 Mecanismo de ação: 
- Bloqueio dos canais de sódio (Na+) voltagem-dependentes nos axônios neuronais, impedindo a 
despolarização e, consequentemente, a sensação de tato, a função motora e a sensação de dor 
(anestesia). 
 ***efeito nas sinapses insignificante! 
- Atravessam a membrana plasmática (processo possibilitado pelo grupo lipofílico da molécula) e 
bloqueiam esses canais internamente. 
 
 Estrutura molecular: 
- Grupo lipofílico e grupo ionizável (que possuem importância para a farmacocinética dessas 
moléculas) ligados por uma cadeia intermediária (éster ou amida). 
- Ésteres: possuem meia-vida curta, pois sofrem metabolização plasmática e tecidual por 
esterases. 
- Amidas: possuem meia-vida longa, pois sua metabolização é exclusivamente hepática. 
- As moléculas podem se apresentar em duas formas: 
- Forma catiônica (ionizada +): sua similaridade com os fosfolipídios (região polar e apolar) 
permite a sua melhor incorporação no interior membrana plasmática  forma + ativa (inibe 
mais eficientemente os canais de Na+)! 
- Forma lipofílica (não ionizada): é menos eficiente para a inibição dos canais de Na+, pois 
liga-se apenas nas regiões apolares dos canais de Na+. 
***entretanto, é extremamente importante para a distribuição dessas moléculas ao 
longo dos nervos, pois apenas essa forma consegue atravessar o perineuro e as 
membranas axonais! 
 
 Administração e distribuição: 
- Vias de administração: 
- Tópica (géis); 
- Injetável: infiltrativa, intratecal (raquidiana – com perfuração de meninge e 
introdução no líquor), peridural (sem perfuração de meninge) e regional 
(intravenosa com garrote); 
- A escolha do anestésico local e da via de administração depende do uso (como anestésico ou, 
em doses baixas, como analgésico) e do tempo de ação necessário para o procedimento. 
- São administrados próximos aos nervos, difundindo-se a partir daí  o intuito é que eles 
permaneçam nos nervos (por isso, frequentemente são administrados em conjunto com 
vasconstritores)! 
- A distribuição dos anestésicos locais ocorre em sentido contrário ao de outros fármacos. Ao invés 
de se difundir do sangue para os tecidos, se difunde do tecido (nervo) para o sangue  perda do 
efeito! 
 
 Tempo de ação: 
- Proporcional ao tempo que o anestésico permanece em contato com o nervo; 
***a utilização de vasoconstritores diminui os gaps entre as células endoteliais vasculares, 
dificultando a distribuição do anestésico para o sangue, consequentemente aumentando 
o tempo de ação e reduzindo a toxicidade sistêmica (e possíveis sangramentos)! 
- O tempo para o início da ação depende do tempo que o fármaco leva para atingir os neurônios. 
 
 Sequência de supressão da função nervosa: 
- Sensação dolorosa  sensação térmica  tato  pressão profunda  função motora. 
***isso se dá devido às diferenças morfológicas entre as fibras nervosas responsáveis
por cada 
uma dessas funções. As fibras sensoriais responsáveis pela sensação de dor, temperatura e tato 
(fibras C e Aδ) são mais finas e pouco/não mielinizadas (ou seja, mais suscetíveis à difusão e 
sensíveis à ação do fármaco). Já as fibras sensoriais Aα e Aβ, responsáveis pela sensação da 
pressão profunda e pela função motora, possuem maior diâmetro e mielinização, dificultando 
a difusão e diminuindo a sensibilidade ao efeito do anestésico. 
 
***nem todos os anestésicos locais vão necessariamente suprimir todas essas funções  
depende da dose! 
 
 Fatores que influenciam a ação dos anestésicos locais: 
- Diâmetro da fibra: quanto maior o diâmetro, menor o efeito; 
- Frequência de disparo: quanto mais ativa a fibra (quanto mais ela dispara), maior é o 
efeito; 
- Posição da fibra no feixe nervoso (nervo): quanto mais interna, menor o efeito; 
- pH: caso esteja baixo/ácido (aumento da concentração de H+), há o predomínio da 
forma catiônica da molécula, o que impossibilita sua distribuição de forma eficaz e, 
consequentemente, seu efeito  Ex: inflamação! 
 ***os anestésicos locais são bases fracas (pKa entre 8 e 9)! 
 
 
 Toxicidade: 
- Geralmente, não aparece em doses terapêuticas. 
- Decorrem de reações alérgicas ou do bloqueio de canais de Na+ em outras regiões: 
 - SNC: dependendo da dose, pode-se ter efeitos estimulantes e depressores. 
- Sonolência,inquietação, confusão mental, contrações musculares involuntárias, 
convulsões e depressão/parada respiratória. 
 - Sistema cardiovascular: efeitos depressores. 
- Vasodilatação, redução da força de contração cardíaca, arritmias, hipotensão e 
choque/parada cardíaca. 
 ***overdose por cocaína  
 
 Aula 7: Antialérgicos 
 
 Introdução | Histamina: 
- Amina liberada pela degranulação de mastócitos e basófilos (previamente sensibilizados por IgE) 
quando um indivíduo atópico entra em contato secundário com um alérgeno  reação 
inflamatória! 
- Mastócitos (histamina) muito presente na pele, TGI e trato respiratório. 
- A histamina gera vasodilatação, broncoconstrição, edema, aumento do peristaltismo, erupções 
cutâneas, entre outros efeitos. 
 - Receptores de histamina: 
- H1: relacionado à contração do musculo liso, aumento da permeabilidade 
vascular, prurido, entre outros efeitos  principal alvo dos antialérgicos; 
- H2: relacionados a secreção do ácido gástrico (alguns anti-histamínicos podem ser 
usados para tratar enjoos e diminuir a secreção gástrica); 
- H3: modulam a síntese/liberação de histamina no SNC e no SNP (principal alvo dos 
fármacos que tratam rinite alérgica); 
 - H4: ? 
 
 
 Tipos de antialérgicos: 
- Antagonistas dos receptores H1 (anti-
histamínicos); 
- Descongestionantes; 
- Cromonas (estabilizadores de 
membrana); 
- Glicocorticóides; 
- Anticolinérgicos; 
- Antileucotrienos; 
- Imunoterapia. 
***os anti-histamínicos são os antialérgicos mais utilizados clinicamente! 
 
 Anti-histamínicos: 
- São antagonistas de receptores de histamina H1; 
- Afetam processos alérgicos e inflamatórios. 
- Tipos de anti-histamínicos: 
- 1ª geração: são menos seletivos. Dessa maneira, os efeitos centrais e adversos são mais 
significativos  sedação e convulsão! (ex: prometazina) 
- Atravessam a BHE (lipofílicos); 
- Administrados com maior frequência. 
 - 2ª geração: mais seletivos  menos efeitos adversos e centrais! (ex: loratadina) 
- Não atravessam a BHE; 
- Administrados com menor frequência. 
- Efeitos farmacológicos: 
- Diminuem a contração mediada pela histamina na musculatura lisa dos brônquios, 
intestino e útero; 
- Inibem o broncoespasmo induzido pela histamina (efeito não muito significante em 
humanos. Para esse efeito, os leucotrienos tem papel mais relevante); 
- Reduzem o aumento da permeabilidade vascular (edema) produzido pela histamina. 
***algumas das ações dos anti-histamínicos resultam de efeitos antagonistas (tanto no SNP 
quanto no SNC) sobre outros receptores, como: receptores de 5-HT (modulação da fome), 
receptores α1-adrenérgicos (hipotensão), receptores muscarínicos (constipação, por 
exemplo)  isso ocorre principalmente nos anti-histamínicos de 1ª geração, que são menos 
seletivos! 
- Usos clínicos: 
- Reações alérgicas: rinite alérgica, urticárias agudas e crônicas, picadas de insetos, asma 
brônquica, anafilaxia e hipersensibilidade a fármacos. 
***Preferem-se substâncias que não exerçam ações sedativas (2ª geração), como 
fenoxifenadina (Allegra), cetirizina (Cetrizin) e loratadina (Claritin). 
- Antieméticos: na prevenção da cinetose (enjoo de movimento) ou outras causas de 
náuseas, principalmente associadas com vertigem; 
***ações agonistas de alguns anti-histamínicos sobre receptores muscarínicos podem 
contribuir para esse efeito. 
- Sedativos: alguns antagonistas de receptores H1 possuem ação sedativa potente (ex: 
prometazina/fernegan). 
- Farmacocinética: 
 - São bem absorvidos por via oral e parenteral; 
 - Distribuem-se amplamente por todo o corpo; 
 - Alguns não atravessam a BHE (agentes não-sedativos  2ª geração); 
 - Metabolização hepática; 
 - Excreção renal. 
 
- Efeitos indesejáveis: 
- Quando administrados pelas suas ações periféricas, os efeitos sobre o SNC são 
indesejáveis (sedação, tontura, zumbido e fadiga); 
 - Em doses excessivas podem causar excitação e provocar convulsões em crianças; 
- Ações antimuscarínicas indesejáveis: ressecamento da boca, visão embaçada, 
constipação e retenção urinária; 
 - Distúrbios no TGI (perda de apetite, náuseas, vômitos, desconforto epigástrico); 
 - Dermatite alérgica (uso tópico). 
 
 Cromonas (estabilizadores de membrana): 
- Estabilizam a membrana dos mastócitos (mecanismo pouco conhecido), impedindo a liberação 
de mediadores inflamatórios/alérgicos (histamina e leucotrienos)  efeito anti-inflamatório! 
- Usados no tratamento e profilaxia da rinite alérgica e asma brônquica. 
 
 Corticosteróides: 
- São os antialérgicos mais potentes  propriedades anti-inflamatórias e imunossupressoras! 
 
 Anticolinérgicos: 
- São antagonistas dos receptores muscarínicos indicados como broncodilatadores (asma, 
bronquite crônica e enfisema pulmonar) e também utilizados no tratamento da rinite crônica. Ex: 
Brometo de ipratrópio e brometo de tiotrópio. 
 
 Anti-leucotrienos: 
- São antagonistas dos receptores de leucotrienos utilizados na asma e rinite alérgica (ação 
questionável). Ex: Montelucast e zafirlucast.

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