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Farmacologia Geral

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JESSICA MOSELLO - QUARTO SEMESTRE   
FARMACOLOGIA GERAL 
Fármaco: é a tradução do grego phármakon que tanto designa medicamento como veneno, ou seja, 
qualquer substância capaz de atuar no organismo, seja em sentido benéfico ou maléfico. Inglês: drug. 
Droga: substância ou matéria da qual se extrai ou com a qual se prepara determinado medicamento. 
Reações adversas a medicamento (RAMs): efeito nocivo e não desejado de um medicamento que 
ocorre com as doses habitualmente usadas para o diagnóstico, a terapêutica de uma doença ou a 
modificação de uma função fisiológica. 
 
Da administração ao efeito terapêutico: 
1. Administração da dose 
2. Desintegração do fármaco → Farmacêutica 
3. Absorção/distribuição/metabolismo/excreção → Farmacocinética 
4. Interação droga/receptor → Farmacodinâmica 
5. Efeito da droga/resposta → Farmacoterapêutica 
 
Formas farmacêuticas: 
- Líquidas: soluções, suspensões, emulsões. 
- Semissólidas: cremes, pomadas, pastas. 
- Sólidas: cápsulas, drágea (fácil deglutição), comprimido, grânulo, supositório, pó. 
 
Vias dos medicamentos: Intravenosa, intramuscular, subcutânea e oral. 
 
Dentre os fatores que podem influenciar os processos farmacocinéticos estão: 
- Fatores relacionados a paciente: idade, sexo, tabagismo, consumo de álcool e de outros 
medicamentos, etnia, desnutrição, entre outros. 
- Fatores relacionados aos estados patológicos: anemias, disfunções hepáticas ou renais, 
insuficiência cardíaca, infecções queimaduras, febre. 
 
Fases da farmacocinética: 
 
 
Farmacocinética → o que o organismo faz com o fármaco 
 
Vias de administração de fármacos 
- Sistêmica: que atinge a circulação sistêmica 
- Local: não atinge a circulação sistêmica 
- Enteral: que usa o sistema gastrointestinal 
- Paraenteral: não usa o sistema gastrointestinal 
 
Vias de administração de fármacos - quanto da dose é absorvida: 
- A única que garante 100% de absorção é a via intravenosa 
- Todas as outras variam de 0 à 100% 
 
BIODISPONIBILIDADE: é a fração (F) do fármaco administrada que efetivamente atinge a circulação 
sistêmica. Pode variar de zero à 100%. Concentração do fármaco dentro da via sistêmica. Nem sempre 
essa quantidade é a que vai fazer efeito porque o fármaco precisa estar na forma livre para fazer efeito. 
Fatores que influenciam a biodisponibilidade: 
- Lipofilicidade dos fármacos (polar/apolar) 
- Características particulares de cada via de administração (ex. efeito da primeira passagem) 
- Velocidade de absorção 
 
Exemplo: administração de 100mg por VO → Apenas 70% absorvido pelo TGI (70mg) → 20% inativado 
pela metabolização hepática → 50mg atingem a circulação sistêmica → 50% de biodisponibilidade. 
 
 
Efeito de primeira passagem: é o 
metabolismo do fármaco no fígado e no 
epitélio do intestino antes dele atingir a 
circulação sistêmica. Sempre diminui a 
biodisponibilidade de fármacos administrados 
via oral. 
 
 
ABSORÇÃO 
Processo pelo qual o medicamento passa pelas barreiras fisiológicas para atingirem a circulação 
sanguínea, a fim de exercerem seus efeitos sistêmicos. 
 
Transporte através de células 
Paracelular (pelo espaço entre as células - depende da 
integridade das Tight Junctions) 
- Moléculas pequenas e hidrofílicas 
- A favor do gradiente de concentração 
Difusão passiva (através da membrana) 
- Moléculas lipofílicas e solúveis em água 
- A favor do gradiente de concentração 
Difusão facilitada (através de transportes sem gasto de 
energia) 
- Pode sofrer saturação/inibição/competição 
- A favor do gradiente de concentração 
Transporte ativo (através de transportadores) 
- Pode sofrer saturação/inibição/competição 
- Contra o gradiente de concentração (com gasto de energia. Se gasta ATP é primário, se gasta 
gradiente eletroquímico é secundário) 
 
→ Todos esses transporte são importantes para a absorção de fármacos. Entretanto, a passagem dos 
fármacos através dos tecidos, órgãos e/ou compartimentos do organismo também acontece por meio 
desses modos de transporte. Portanto estes processos também podem influenciar a distribuição e 
excreção de fármacos. 
 
A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas 
- Os fármacos ácidos (HA) liberam H+ causando formação de um ânion, carregado negativamente 
(A-): A  H   A  H →   + +   ­ 
- As bases fracas (BH+) são aceptores de prótons. A perda do próton libera a base neutra (B): 
H   B  H  B + →   +   + 
 
Forma não-ionizada → Lipossolúvel 
Forma ionizada → Hidrossolúvel 
 
 
Fatores que influenciam o grau de ionização de um fármaco: 
- pKa do fármaco: pH no qual 50% das moléculas encontra-se ionizado 
- pH do meio 
 
→ Fármacos não ionizados (neutros) são mais facilmente absorvidos. Fármacos ionizados são mais 
facilmente excretados. 
→ Fármacos ácidos fracos são mais absorvidos em pH ácido (ácido + ácido) e excretados em básico 
→ Fármaco bases fracas são mais absorvidos em pH básicos (base + base) e excretados em ácido 
 
Aprisionamento Iônico: grau de ionização afeta, velocidade para atravessar as membranas e 
distribuição de equilíbrio entre compartimentos aquosos, se houver diferença de pH entre eles portanto, 
no equilíbrio a concentração de formas ionizadas e não-ionizadas será diferente entre os 
compartimentos. 
 
Principais fatores que interferem na absorção (via oral): 
- pH do meio, pKa do fármaco e grau de ionização 
- Presença de microvilosidades no intestino delgado: local de maior absorção 
 
Transporte através da membrana - Transportadores (difusão facilitada e transporte ativo) 
 
Transportadores ABC (ATP-Binding Cassette) 
- São acoplados à hidrólise de ATP. Transporte ativo primário. 
- Sempre bombeiam solutos para fora da célula → Efluxo. 
- São importantes para proteger as células contra o acúmulo de substâncias tóxicas. 
- O mais importante é a Glicoproteína-P (P-gp). 
 
Glicoproteína P (P-gp) : 
- No intestino, a glicoproteína P bombeia (ATP 
dependente) alguns fármacos para o lúmen intestinal, 
diminuindo sua absorção (presente também na BHE, 
fígado, rins e placenta) 
- Codificado pelo gene MDR-1 . 
- Resistência a antineoplásicos . 
Transportadores SLC (SoLute Carrier) 
- São cotransportadores. Transporte ativo secundário. 
- Podem colocar bombear para dentro ou fora da célula → Influxo ou Efluxo. 
 
Alguns exemplos de fatores que interferem na absorção 
- Inativação do fármaco no estômago devido ao pH gástrico(extremamente ácido). Exemplo: 
eritromicina básica (que necessita de um revestimento gastrorresistente), penicilina G (pouco 
usada por via oral), omeprazol. 
- Interação com alimentos: tetraciclina é quelada (ligada/presa) pelo cálcio do leite, diminuindo 
sua disponibilidade na circulação. 
- Motilidade do trato gastrintestinal: Diarreia, estase intestinal, exercício, imobilização. 
Alimentos e fármacos que retarda esvaziamento gástrico aumentam o tempo de exposição dos 
fármacos ao pH ácido, alterando também a quantidade absorvida; 
- Problemas relativos à formulação (quanto a desagregação e dissolução do comprimido, por 
exemplo) ou tamanho das partículas : mudanças nos excipientes que compõem o comprimido 
podem modificar sua dissolução no trato gastrintestinal e conseqüentemente a possibilidade de 
liberação do fármaco para ser absorvido. 
- Fluxo sanguíneo esplâncnico: quanto maior o fluxo, maior a absorção. 
- Fatores físico-químicos 
 
FORMS REVISÃO 
Tendo em vista que as vias de administração interferem na biodisponibilidade do fármaco, assim 
como as formas farmacêuticas, analise as frases abaixo e escolha a alternativa correta: 
 
- Apenas I e II 
- Apenas I e III 
- Apenas II e III 
- I, II e III 
Obs.: no intestino a superfície de absorção é maior. 
 
Paciente do sexo feminino sofre intoxicação com o fármaco X e é levado ao serviço de pronto 
atendimento, no qual recebe bicarbonato, de forma a alcalinizar o meio e aumentar sua excreção. 
O fármaco x é: 
- Um ácido, que em meio básico se torna ionizado, hidrossolúvel e, portanto com maior excreção. 
- Uma base, que em meio básico se torna ionizado, hidrossolúvel e, portanto, com maior 
excreção. 
- Uma base, que em meio básico se torna não-ionizado, hidrossolúvel e, portanto, com maior 
excreção. 
- Um ácido, que em meio básico se torna não-ionizado, hidrossolúvel e, portanto, com maior 
excreção. 
 
Paciente com acidose metabólica decorrente de um diabetes mellitus descompensado faz uso de 
um fármaco ácido. Qual a influência desta acidificação do plasma sobre a distribuição deste 
fármaco? (lembre-se que na distribuição o fármaco deverá atravessar barreiras biológicas): 
- Haverá aumento da distribuição, pois o fármaco ficará mais hidrossolúvel 
- Haverá diminuição da distribuição, pois haverá aumento da forma ionizada do fármaco 
- Haverá aumento da distribuição, pois haverá aumento da forma não ionizada do fármaco. 
Paciente do sexo masculino utiliza AAS (ácido) 100 mg na hora do almoço, e para evitar o 
desconforto gástrico sempre associa um antiácido (hidróxido de alumínio). O efeito desta 
associação sobre a absorção de AAS será: 
- Aumento da absorção, pois o AAS ficará ionizado e, portanto, lipossolúvel. 
- Aumento da absorção, pois o AAS ficará não-ionizado e, portanto, lipossolúvel. 
- Diminuição da absorção, pois o AAS ficará ionizado e, portanto, hidrossolúvel. 
- Diminuição da absorção, pois o AAS ficará não-ionizado e, portanto, hidrossolúvel. 
 
DISTRIBUIÇÃO 
Passagem (ida e volta) do fármaco do compartimento central (circulação sistêmica) para os demais 
compartimentos. Espaço intracelular, músculos, SNC, tecido adiposo, pele, etc. 
 
Distribuição - Modelo monocompartimental 
- Quando a distribuição é instantânea e não pode ser observada 
- Fármacos cujo equilíbrio entre os compartimentos se dá de forma rápida (ex: aminoglicosídeos); 
- A concentração do fármaco diminui linearmente (cinética de primeira ordem) 
 
 
Distribuição - Modelo bi- ou multicompartimental 
- Quando a distribuição é lenta e pode ser observada 
- Fármacos cujo equilíbrio entre os compartimentos se dá de forma lenta. Ex: vancomicina. 
- Observa-se dois momentos distintos de desaparecimento do fármaco do plasma. 
- Primeiro a fase de distribuição e depois uma fase de eliminação. 
 
 
Fatores que influenciam a distribuição: 
1. Perfusão sanguínea 
2. Permeabilidade das membranas ao fármaco 
3. Ligação às proteínas plasmáticas 
4. Ligação dentro dos compartimentos (reservatórios) 
Distribuição x Perfusão 
 
 
Perfusão sanguínea 
Débito cardíaco, fluxo sanguíneo regional, permeabilidade capilar e volume tecidual determinam a taxa 
de liberação e a quantidade potencial do fármaco distribuído aos tecidos. Inicialmente o fígado, os rins. 
o cérebro, e outros órgãos bem irrigados recebem a maior parte do fármaco, a liberação aos músculos, 
à maioria das vísceras, à pele e aos tecidos adiposos é mais lenta e esta segunda fase de distribuição 
pode demorar de alguns minutos a várias horas, antes que a concentração dos fármacos nos tecidos 
esteja em equilíbrio com o nível sanguíneo. 
 
Permeabilidade das membranas 
Fármacos devem ser lipossolúveis para atravessarem as barreiras e serem distribuídos. Ex: barreira 
hematoencefálica (BHE), hematotesticular (BHT), hematoplacentária (BHP). Alguns antineoplásicos não 
atravessam a BHE; Anti-histamínicos de primeira e segunda geração. 
 
● Barreira Hematoencefálica (BHE): características de fármacos que penetram mais facilmente 
no SNC: 
- Baixa ionização em pH plasmático 
- Baixa ligação a proteínas plasmáticas 
- Altamente lipofílicas 
- Baixo peso molecular 
- Sofre transporte ativo (influxo)/ou não sofre efluxo 
 
 
 
 
● Barreira Hematoplacentária (BHP): a lipossolubilidade a extensão da ligação plasmática e o 
grau de ionização dos ácinos e das bases fracas são determinantes gerais importantes da 
transferência dos fármacos pela placenta. Características dos fármacos que penetram mais 
facilmente: 
- Altamente lipossolúveis 
- Não ionizados 
- Pequenos 
Exemplo: Isotretinoína (Roacutan ® ): utilizada para tratar acne grave. É sabidamente 
teratogênico. Risco de defeitos congênitos em 25% → defeitos cardíacos, orelhas pequenas, 
hidrocefalia. 
 
Ligação às proteínas plasmáticas 
Alguns fármacos circulam na corrente sanguínea ligados às proteínas plasmáticas. A ligação dos 
fármacos com as proteínas plasmáticas é reversível, o que permite a rápida dissociação do complexo 
fármaco/proteína. Somente a fração de fármaco-livre (não ligada) na corrente sanguínea é capaz de 
atuar em seu sítio de ação. A porcentagem de ligação à proteínas plasmáticas é relativamente 
constante para cada fármaco, entretanto esta porcentagem pode variar por saturação ou competição. A 
albumina é o principal carreador dos fármacos ácidos, enquanto a glicoproteína ácida 𝜶1 liga-seaos 
fármacos básicos. Além da ligação dos fármacos às proteínas carreadoras de albumina, alguns 
compostos podem ligar-se às proteínas que funcionam como carreadoras de hormônios específicos, por 
exemplo, a ligação do estrogênios ou da testosterona a globulina de ligação dos hormônios sexuais, ou 
a ligação do hormônio da tireoide à globulina de ligação da tiroxina. 
- Albumina → liga a ácidos fracos. 
- Glicoproteína ácida 𝜶1 → liga aos fármacos básicos 
- Globulina → liga a alguns hormônios 
+ Fármacos livres passam por pequenas fenestrações no capilar (apenas micromolécula) 
 
Hipoalbuminemia 
- Pacientes com hipoalbuminemia podem necessitar de ajustes de dose. 
- A hipoalbuminemia está relacionada a fatores: 
+ Síntese prejudicada (cirrose hepática e hepatite viral) 
+ Aumento do catabolismo (infecção bacteriana grave, neoplasias malignas, insuficiência 
cardíaca congestiva, doenças inflamatórias e infecciosas crônicas) 
+ Ingesta protéica inadequada (desnutrição protéica) 
+ Perdas (síndrome nefrótica e enteropatias perdedoras de proteínas). 
- A diminuição da ligação às proteínas plasmáticas leva a um aumento no volume de distribuição e 
uma meia-vida de eliminação mais curta. 
- O aumento do volume aparente de distribuição e a menor meia-vida de eliminação causam uma 
diminuição na concentração plasmática total. 
 
Insuficiência Renal 
(uremia) 
Diminui a concentração 
de Albumina 
Diminui a ligação de fármacos ácidos. 
Fármacos básicos ou neutros não são 
afetados. 
Insuficiência Hepática 
(importante) 
Diminui a síntese de 
Albumina 
Diminui a ligação de fármacos ácidos. 
Ligação de fármacos básicos não é 
afetada ou diminui dependendo dos níveis 
de Glicoproteína ácida 𝜶1. 
Estado Inflamatório 
(trauma, queimadura, 
infecção) 
Aumenta níveis de 
Glicoproteína ácida 𝜶1 
Aumenta a ligação de fármacos básicos. 
Fármacos ácidos ou neutros não são 
afetados. 
Ligação do fármaco as proteínas 
Somente a fração livre do fármaco consegue ultrapassar a barreira endotelial do vaso sanguíneo para 
ser distribuída para aos tecidos. Fármaco livre → Ação farmacológica. 
 
Alta afinidade do fármaco com as proteínas Baixa afinidade do fármaco com as proteínas 
 
 
A quantidade de fármacos que se ligam as proteínas são dependentes de três fatores: 
1. Concentração do fármaco 
2. Afinidade do fármaco pelos locais de ligação 
3. Concentração das proteínas 
 
 
Fármacos que têm afinidades diferentes pelo mesmo sítio de ligação competem por este local e um 
desloca o outro → Aumenta efeito terapêutico ou tóxico do fármaco deslocado (menor afinidade). 
- Exemplo: O sulfametoxazol (antibiótico) desloca a Varfarina da ligação com a Albumina, 
fazendo com que a fração livre de Varfarina aumente muito. Podendo causar um quadro 
hemorrágico extremamente perigoso. 
 
Ligação dentro dos compartimentos (reservatórios) 
 
COMPARTIMENTO EXEMPLO 
Água corporal total Pequenas moléculas hidrossolúveis (ex: etanol) 
Água extracelular Moléculas hidrossolúveis maiores (ex: manitol) 
Plasma sanguíneo Moléculas altamente ligadas às proteínas plasmáticas, moléculas muito 
grandes, ou altamente carregadas (ex: heparina) 
Gordura Moléculas altamente lipossolúveis (ex: diazepam) 
Osso e dentes Certos íons (ex: fluoreto, estrôncio) 
Bioacumulação → Pode prolongar os efeitos (desejados ou indesejados/toxicidade). 
- Tecido adiposo: fármacos lipofílicos, como grande parte dos psicofármacos, acumulam-se em 
tecido adiposo, sendo liberados para distribuição mais lentamente. Obesos podem ser sedados 
com tiopental por um período maior do que um indivíduo magro, graças ao depósito em tecido 
adiposo. 
- Ossos: Tetraciclina, por se ligar ao cálcio, tende a se depositar em ossos e dentes. 
- Fígado e pulmões: Amiodarona. 
- Retina: Cloroquina, se liga no pigmento melanina na retina, concentrando o fármaco e 
promovendo efeito adverso de retinopatia. 
 
METABOLIZAÇÃO 
 
Metabolismo dos Fármacos (Biotransformação): conjunto de reações bioquímicas que as drogas 
sofrem no organismo para que possam ser eliminadas pelos rins. Em geral as reações do metabolismo 
geram metabólitos inativos mais polares, facilmente excretados pelo organismo. Entretanto em alguns 
casos, o organismo produz metabólitos com atividade biológica potente ou propriedades tóxicas. 
- Facilita a excreção renal do fármaco 
- Inativa/Ativa fármaco 
- Reduz/Aumenta a ação terapêutica; 
- Reduz/aumenta a toxicidade do fármaco. 
- Principal órgão: FÍGADO 
 
 
 
Locais de biotransformação de fármacos: 
- Fígado (principalmente) 
- Rins 
- Pulmão 
- Trato gastrointestinal 
- Pele 
- Cérebro 
- Sangue 
 
 
 
Reação Fase I e Fase II 
 
Fase I: Oxidação, Redução, Hidrólise → Enzimática / Catabólica 
- As reações da fase I expõe um ponto na molécula ou introduz um grupo funcional para as 
reações de fase II (OH, SH, NH2, COOH) → Funcionalização. 
- Aumento na hidrossolubilidade. 
- Em geral causam inativação parcial do fármaco. 
 
Fase II: Conjugação - Ligação à conjugados → Anabólica 
- Formação de ligação covalente entre o grupo funcional do fármaco (composto original ou do 
metabólito da fase I) com um composto endógeno (ácido glicurônico, sulfato, glutationa, 
aminoácidos, acetato). 
- Conjugados altamente polares são geralmente inativos e excretados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enzimas Metabolizadoras 
- Enzimas microssomais: retículo Endoplasmático Liso (fígado, ex: CYP) 
- Enzimas não-microssomais : mitocôndria, lisossoma, citoplasma e plasma sanguíneo (ex: 
Colinerterase plasmática, Monoaminoxidase - MAO ) 
- Enzimas da flora intestinal (bactérias do intestino) 
 
Enzima citocromo 450 
- As CYP`s são pouco seletivas (promíscuas) – a mesma enzima pode metabolizar diversos 
fármacos diferentes. 
- Importante em interações medicamentosas. 
- Um mesmo fármaco pode ser metabolizado por várias CYP`s. 
 
Fatores que modificam o metabolismo: 
 
Indução Enzimática: ↑ síntese enzimas microssomais, ↑ atividade oxidação e conjugação com 
administração repetitiva, ↓ [ ] plasmática, ↓ efeito = necessário ajuste de dose para o mesmo efeito. 
Ex. Rifampicina, carbamazepina, etanol. 
 
 
Inibição Enzimática: ↓ síntese enzimas microssomais, ↓ atividade oxidação e conjugação com 
administração repetitiva, ↑ [ ] plasmática = ↑ permanência do fármaco (ativo) no organismo, ↑ 
toxicidade do fármaco . Ex Omeprazol, cetoconazol, macrolídeos. 
 
 
Fatores que interferemna biotransformação/metabolização 
1. Indutores enzimáticos 
2. Inibidores enzimáticos 
3. Genética 
4. Doenças 
5. Idade 
6. Nutrição 
7. Via de administração 
 
1. Indutores enzimáticos: Ocorre aumento da síntese de enzimas, o que determina maior velocidade 
de biotransformação e correspondente redução na disponibilidade do próprio fármaco indutor ou de 
outro fármaco, que esteja sendo administrado concomitantemente e utilize a mesma via de 
metabolização. No geral há certa especificidade do indutor pela família de enzimas. 
- Barbitúricos 
- Etanol 
- Nicotina 
- Carbamazepina 
- Glicocorticoides 
- Isoniazida 
 
2. Inibidores enzimáticos: A inibição da atividade das enzimas pode se dar, por exemplo, pela 
formação de um complexo forte com o ferro hêmico do citocromo P450 (ex: cimetidina e cetoconazol) ou 
pela depleção de co-fatores necessários à atividade de algumas enzimas da fase II. Isto leva a níveis 
elevados do fármaco original, com maior incidência da toxicidade do fármaco, principalmente durante 
administração crônica. 
- Cimetidina 
- Omeprazol 
- Inseticidas organofosforados 
- Cetoconazol 
- Antibióticos macrolídeos (ex. eritromicina) 
- Cloranfenicol 
- Tetraciclina 
 
3. Genética: Variação na capacidade de metabolizar fármacos entre indivíduos 
- Polimorfismos 
- Ex: Isoniazida: sofre acetilação no organismo. 
Isto varia de acordo com o fenótipo: 
- Acetiladores rápidos 
- Acetiladores lentos 
 
4. Doenças 
- HEPATOPATIAS: diminuem metabolização 
- NEFROPATIAS: diminuem excreção 
- CARDIOPATIAS: podem reduzir o fluxo sanguíneo para o fígado e comprometer metabolismo de 
substâncias como amitriptilina, morfina, verapamil e lidocaina; 
 
5. Idade 
- Fetos e recém nascidos: menor conjugação e atividade enzimática reduzida; 
- Idosos: atividade metabólica reduzida. 
 
6. Nutrição 
- A glicina (conjugação), originam-se da dieta; 
- Determinados alimentos podem ser indutores ou inibidores enzimáticos: 
- Brócolis, couve de bruxelas e carne grelhada: indutores CYP1A2 
- Suco de toranja (grapefruit): inibidor da isoforma CYP 3A. 
 
7. Via de administração 
- Via oral: a partir da absorção intestinal do fármaco, este é conduzido pela veia porta até o fígado, 
onde ocorre sua metabolização. Este é o efeito de primeira passagem ou metabolização 
pré-sistêmica, que muitas vezes leva a uma redução na biodisponibilidade do fármaco 
administrado; 
- Outras vias de administração, tais como a sublingual, retal e as parenterais, evitam tal efeito. 
EXCREÇÃO 
Os fármacos podem ser excretados na sua forma original inalterada, ou podem sofrer transformações e 
serem eliminados na forma de metabólitos. Apenas moléculas hidrofílicas solúveis em água são 
eliminadas via excreção. 
 
Vias de excreção: 
- Rins (Urina) 
- Fígado (Bile) 
- Via respiratória: substâncias voláteis (ex: álcool) 
- Suor, lágrimas, saliva 
- Leite: atenção ao potencial tóxico para o lactente (antineoplásicos, por exemplo) 
 
Excreção Biliar (fezes) 
O fígado recebe suprimento sanguíneo de duas fontes: 
- Veia porta- hepática: sangue venoso vindo do intestino delgado, rico em nutrientes e contendo 
fármacos absorvidos via oral. 
- Artéria hepática: sangue oxigenado contendo fármacos na circulação sistêmica. 
O fígado contém sinusóides preenchidos com sangue ao redor dos hepatócitos. Os produtos do 
metabolismo hepático são assim removidos e adicionados a bile, que é armazenada na vesícula para 
posterior liberação no intestino delgado → Desta forma, substâncias advindas do metabolismo hepático 
são eliminadas pelas fezes. 
+ Os fármacos que sofreram glucuronidação e que são eliminados via excreção hepática podem 
sofrem recirculação entero-hepática. 
 
Circulação entero-hepática: prolonga a ação do fármaco, reservatório de substância recirculante. 
 
A depuração hepática pode ser influenciada por situações de: 
- indução ou inibição enzimática 
- alteração na circulação hepática 
- estase biliar 
- doenças do fígado 
 
Excreção: Renal e Biliar 
A insuficiência renal e/ou hepática pode comprometer a excreção de fármacos e metabólitos 
aumentando a sua meia vida e exposição ao organismo. 
 
Em alguns casos é preciso fazer ajustes de dose. Exemplo: 
 
 
Excreção Renal 
A excreção renal se dá graças a três mecanismos que ocorrem nos néfrons: 
- Filtração glomerular 
- Reabsorção tubular 
- Secreção tubular 
 
Filtração glomerular 
- Devido as barreiras seletivas e as forças de filtração, quanto menor o peso molecular de uma 
substância, melhor a sua filtrabilidade. 
- A albumina tem sua filtração impedida devido a sua carga negativa e a repulsão exercida 
pelas cargas negativas dos proteoglicanos da membrana basal do capilar glomerular. Por conta 
disto, fármacos ligados a proteínas plasmáticas não sofrem filtração. 
- A porcentagem filtrada é inversamente proporcional ao grau de ligação e ao volume de 
distribuição. 
 
Secreção Tubular 
- A secreção tubular é um processo ativo que ocorre por mecanismos separados para ânions e 
cátions e independe do grau de ligação as proteínas plasmáticas . 
- A secreção é um importante ponto de interação entre fármacos 
- Ex: a probenecida, por bloquear a secreção tubular da penicilina, leva a um aumento da 
concentração plasmática desta. 
- Também ocorre competição entre altas doses de AAS e ácido úrico 
 
Alguns fármacos que sofrem secreção tubular: AAS, Fenobarbital, Penicilina, Furosemida, 
Lidocaína, Quinina, Anfetamina, Cocaína, Morfina. 
 
Secreção tubular - Transportadores tubulares 
 
1. Transportador de ânions orgânicos (OAT) 
 
2. Transportador de cátions orgânicos (OCT) 
 
 
 
 
 
 
 
Reabsorção Tubular 
- Em alguns casos, após sua filtração a substância pode retornar para a circulação, graças ao 
processo de reabsorção tubular, que depende de mecanismos de transporte transmembrana 
específicos (ex; glicose, ácido ascórbico, vitamina B). 
- As formas não-ionizadas dos fármacos e seus metabólitos também tendem a sofrer 
reabsorção. No entanto, considerando que a forma ionizada é melhor excretada, e que este 
grau de ionização pode variar com o pH local: 
+ A acidificação da urina tende a aumentar a reabsorção e diminuir a excreção de ácidos 
fracos e fazer o contrário com as bases fracas. 
+ A alcalinização da urina tem efeito contrário. 
- Neste contexto vale lembrar que a manobra de alteração do pH da urina é importante em 
situações de intoxicação, visandoacelerar a excreção do agente intoxicante: Ex: a alcalinização 
da urina aumenta a excreção do ácido acetil salicílico. 
 
Excreção Renal - Influência do pH 
 
Ocorre diminuição da excreção renal com o avançar da idade, no entanto, estatísticas apontam 
que entre indivíduos maiores de 65 anos: 
- 90%: utilizam um ou mais tipos de medicamentos por semana; 
- 40%: mais do que cinco diferentes tipos de medicamentos por semana; 
- 12%: mais do que dez diferentes tipos de medicamentos por semana 
 
Cinética de Eliminação 
- Cinética de ordem zero: a taxa de depuração permanece constante a despeito do aumento dos 
níveis plasmáticos do fármaco ou da droga. Isso pode resultar em concentrações plasmáticas 
perigosamente elevadas, que podem causar efeitos tóxicos (ou até mesmo letais). 
- Cinética de primeira ordem: sua eliminação aumenta à medida que a sua concentração 
plasmática aumenta, até a saturação dos mecanismos de excreção. 
 
CLEARANCE (CL): volume de plasma que fica livre de uma determinada substância por unidade de 
tempo (L/h/70kg) 
 
Tempo de meia-vida (T 1/2 ) 
- Tempo necessário para que a concentração de um fármaco no plasma decaia pela metade. 
- É inversamente proporcional à sua depuração e diretamente proporcional ao seu Vd 
 
 
 
Steady State 
Conforme as doses são periodicamente administradas, o fármaco começa a se acumular no organismo, 
de forma que em um determinado momento a dose administrada é a mesma necessária para repor o 
excretado . Logo, o pico plasmático atingido é sempre o mesmo após cada dose . Dizemos, assim, que 
foi atingido o steady state, ou seja, o estado de equilíbrio. 
 
São necessárias cerca de 5 meias-vidas para que o steady state seja atingido. 
 
 
Como atingir o steady state: 
- Dose inicial de ataque + doses de manutenção 
- Doses repetidas durante cerca de 4-6 meias-vidas 
 
 
Planejamento Posológico 
- As doses devem repor aquilo que foi excretado, tendo em vista o estado de equilíbrio; 
- Taxa de administração = clearance x concentração alvo 
- Se biodisponibilidade (F) < 1, divida pelo F 
 
Dose de Ataque 
 
Vd = volume de distribuição 
CASO 1 
Paciente 58 anos, etilista há vários anos (10 latinhas de cerveja e 2 doses de destilado ao dia), história 
prévia de violência doméstica contra sua esposa, chega ao Pronto Socorro queixando-se de taquicardia, 
rubor facial, taquicardia, confusão mental e cefaleia intensa após ter consumido 1 latinha de cerveja. Foi 
submetido a uma tomografia de crânio, que resultou normal. O médico que o atendeu então refez a 
anamnese na tentativa de encontrar um diagnóstico. Foi quando a esposa do paciente confessou ter 
administrado dissulfiram sem o consentimento do paciente. Explique a interação entre dissulfiram e 
álcool . 
Quando o álcool é ingerido, primeiramente é convertido em acetaldeído pela enzima álcool 
desidrogenase (ADH). Consecutivamente, o acetaldeído é transformado em acetato pela aldeído 
desidrogenase (ALDH) e metabolizado em CO2 e água, posteriormente. Assim, o DSF é um inibidor 
irreversível da enzima ALDH que, ao ser inibida, promove o acúmulo de acetaldeído, ocasionando a 
reação etanol-dissulfiram (RED) quando há ingestão concomitante de álcool e DSF 
 
CASO 2A 
Paciente 47 anos, hipertenso em uso de nifedipino, apresentou 3 crises convulsivas generalizadas num 
período de 1 mês. Consultou o neurologista, que prescreveu fenobarbital 100 mg 2x ao dia. Após alguns 
dias de uso do fenobarbital passou a apresentar cefaléia e seus níveis pressóricos se elevaram. 
Explique a provável causa do descontrole pressórico do paciente 
O nifedipino é biotransformado pelo sistema enzimático microssomal CYP3A e o fenobarbital é forte 
indutor deste mesmo sistema enzimático. Dessa forma, o uso concomitante de nifedipino com 
fenobarbital pode reduzir significativamente a efetividade do nifedipino. 
 
CASO 2B 
Seu cardiologista então trocou o anti-hipertensivo, com melhora do controle da PA. Entretanto, durante 
uma viagem de férias exagerou na alimentação gordurosa e evoluiu com pirose. Foi à farmácia e 
comprou bicarbonato de sódio. Usou por 3 dias e, para sua surpresa,teve uma crise convulsiva. 
Explique a interação entre fenobarbital e bicarbonato de sódio 
Bicarbonato de sódio tem função básica, é agente tamponante que reage com íons de hidrogênio 
(prótons), assim promove a eliminação de certos fármacos ácidos, como o fenobarbital. 
 
FARMACODINÂMICA 
 
A farmacodinâmica ocupa-se do estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus 
mecanismos de ação, ou seja, a farmacodinâmica refere-se aos efeitos de um fármaco no organismo. 
Os fármacos podem atuar em diferentes alvos para realizar seus efeitos, como: 
- Receptores 
- Moléculas carreadoras 
- Enzimas 
- Canais iônicos 
 
→ Receptores farmacológicos: qualquer molécula biológica à qual um fármaco se fixa e produz uma 
resposta mensurável (efeito). 
 
Tipos de Receptores 
1. Canais iônicos controlados por ligantes (receptores ionotrópicos) 
2. Receptores acoplados à proteína G (metabotrópicos) 
3. Receptores ligados a quinase 
4. Receptores nucleares 
 
 
 
 
 
- Os Canais iônicos controlados por ligantes são receptores ionotrópicos, conhecidos por serem 
mais rápidos (milissegundos). 
- Os receptores acoplados à proteína G são receptores metabotrópicos, mais lentos quando 
comparados aos ionotrópicos. 
 
 
- GTP configura o estado ativo da proteína → subunidade alfa dissocia-se da beta e inicia 
cascatas de sinalização intracelular. 
- Segundos mensageiros: GMPc, AMPc, IP3, DAG e AA 
 
Agonista: os fármacos que se ligam aos receptores fisiológicos e simulam os efeitos reguladores dos 
compostos sinalizadores endógenos são conhecidos como agonistas. Se o fármaco ligar-se ao mesmo 
sítio de reconhecimento que o agonista endógeno (sítio primário ou ortostático do receptor), diz-se que 
o fármaco é um agonista primário. Os compostos que mostram apenas eficácia parcial como os 
agonistas, independentemente da concentração utilizada, são descritos como agonistas parciais. Muitos 
receptores exibem alguma atividade constitutiva na ausência de um ligando regulador; os fármacos que 
estabilizam o receptor em uma conformação inativa são conhecidos como agonistas inversos. É 
importante salientar que os agonistasparciais e os agonistas inversos que interagem sintopicamente 
com um agonista pleno comportam-se como antagonistas competitivos. 
- Adição de agonista aumenta o número de interação ligante-receptor, aumentando o efeito 
cumulativo. 
- Agonista Pleno/total - Salbutamol 
- Agonista Parcial - Pindolol/buspirona 
- Agonista Inverso – Anti-histamínicos (H1) 
 
Antagonista: os fármacos que bloqueiam ou reduzem a ação de um agonista são conhecidos como 
antagonistas. Adição de antagonista bloqueia as interações ligante-receptor, reduzindo o efeito 
cumulativo. Os antagonistas podem ser competitivos (reversíveis), não competitivos (irreversíveis), 
químicos, farmacocinéticos e fisiológicos. 
- Antagonista competitivo: Se liga no sítio do agonista de forma reversível, competindo com o 
agonista pelo sítio. Ex.Atenolol 
- Antagonista não-competitivo: Se liga no sítio do agonista de forma irreversível, impedindo a 
ligação do agonista. Ex. Organofosforados 
- Antagonista químico: Interação entre substâncias que reagem quimicamente produzindo a 
inativação do fármaco. Ex. Inativação de metais pesados por quelantes. 
- Antagonistas farmacocinéticos: Duas ou mais substâncias podem interagir e diminuir a 
concentração da droga ativa. Aumento da taxa de degradação (Ex indução enzimática). 
Diminuição da taxa de absorção no trato GI (Ex. aumento do peristaltismo). Aumento da taxa de 
excreção renal (Ex. alterar o pH da urina). 
- Antagonistas fisiológico: Representa dois agentes que produzem efeitos contrários em um 
mesmo sistema biológico, atuando em receptores diferentes. Ex. Histamina, aumenta células 
parietais e diminui secreção gástrica. Omeprazol diminui bomba de prótons e diminui secreção 
gástrica. 
 
Afinidade: capacidade do fármaco de se ligar a um determinado receptor. Grau de afinidade (k) → 
Interação fármaco + receptor 
 
Atividade intrínseca (α): capacidade de ativar o receptor depois de ligado. Varia de 0 a 1 
 
Eficácia: capacidade de gerar efeito biológico. 
 
Potência : quantidade de fármaco para produzir resposta. Depende da concentração e da afinidade do 
fármaco. 
 
 
 
 
 
 
 
Índice terapêutico: Índice terapêutico é uma comparação entre 
a quantidade de um agente terapêutico necessária para causar 
um efeito terapêutico desejado e a quantidade que causa 
efeitos tóxicos. Quantitativamente, é a proporção dada entre a 
dose tóxica dividida pela dose terapêutica . 
 
T  I =   DL50DE50 
DL → Dose Letal 
DE → Dose Efetiva 
 
 
Janela Terapêutica: refere-se à 
faixa de valores de doses que 
otimizam o equilíbrio entre a eficácia 
e a toxicidade do medicamento, de 
forma a atingir o melhor efeito 
terapêutico sem levar a efeitos 
colaterais ou toxicidade 
consideradas inaceitáveis. 
 
 
Moduladores alostéricos 
Se ligam em um sítio diferente do agonista causando alteração conformacional : 
- Antagonismo - impede a ligação do agonista 
- Potencialização - potencializa a resposta do agonista. Ex. Benzodiazepínicos em receptores 
GABAa 
 
Taquifilaxia e dessensibilização: diminuição do efeito após administração repetida. Pode se 
desenvolver em poucos minutos (taquifilaxia) ou de forma gradual (tolerância). 
- Alteração nos receptores 
- Perda de receptores (internalização) 
- Depleção de mediadores (anfetamina depleta aminas) 
- Aumento na degradação metabólica do fármaco (indutor enzimático) 
- Adaptação fisiológica (redução de efeitos colaterais) 
 
 
Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo Simpático 
 
 
 SN SIMPÁTICO SN PARASSIMPÁTICO 
Pupila do olho Midríase. Constrição do músculo 
radial, dilatação da pupila. 
Miose. Constrição do esfíncter, 
contração da pupila. 
Músculo liso bronquiolar Broncodilatação Broncoconstrição 
Coração ↑ FC e força de contração ↓ FC e força de contração 
Trato digestório ↓ motilidade e secreção (contrai 
esfíncteres) 
↑ motilidade e secreção (relaxa 
esfíncteres) 
Bexiga urinária Relaxa m. detrusor e contrai 
esfíncter 
Contrai m.detrusor e relaxa 
esfíncter 
Pâncreas ↓ secreção enzimas (- insulina) ↑ secreção enzima (+ enzimas 
digestivas) 
Glândulas salivares ↓ secreção (saliva espessa) ↑ secreção (saliva diluída) 
Órgão sexual masculino ejaculação ereção 
Vasos sanguíneos 
constrição (pele, vasos 
esplâncnicos) e dilatação 
(m.esquelético) 
 XXXXX 
Rins ↑ secreção renina XXXXX 
Músculos pilomotores ↑ contração m. pilomotores XXXXX 
Glândulas sudoríparas Sudorese (Ach) XXXXX 
Fígado Glicogenólise e glicogênese XXXXX 
Tecido adiposos Lipólise XXXXX 
 
SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO 
O sistema nervoso simpático utiliza as catecolaminas, que são sintetizadas a partir da tirosina nos 
neurônios, seguindo os seguintes passos: 
1. Tirosina é convertida em dopa pela ação da tirosina-hidroxilase 
2. Dopa é convertida em dopamina pela ação da Descarboxilase dos Aminoácidos 
L-Aromáticos 
3. Dopamina é transportada para dentro das vesículas pelo VMAT (Transportador vesicular de 
monoaminas). 
4. Dopamina dentro da vesícula é então transformada em noradrenalina pela ação da dopamina 
β-hidroxilase 
5. Noradrenalina é então liberada na fenda sináptica. 
 
 
- O NET (Transportador de norepinefrina) funciona como recaptação de NE e é importante para a 
cessação da ação da noradrenalina liberada. 
 
Degradação metabólica das catecolaminas 
Duas enzimas são responsáveis pela degradação das catecolaminas: a MAO (monoamino-oxidase) 
localizada na membrana externa das mitocôndrias no terminal pré-sináptico e a COMT 
(catecol-O-metiltransferase) localizada em tecidos neuronais e não neuronais (principalmente fígado). 
- MAO-A degrada preferencialmente a serotonina, a norepinefrina e dopamina. 
- MAO-B degrada a dopamina mais rapidamente do que a serotonina e a norepinefrina. 
- COMT (Catecol-O-metiltransferase) também degrada catecolaminas mas mais na periferia 
(órgão e tecidos, principalmente fígado). 
Inibidores da MAO: os inibidores da MAO podem inativar a enzima, reversível ou irreversivelmente, 
permitindo que as moléculas neurotransmissoras escapem da degradação e, consequentemente, tanto 
se acumulem dentro do neurônio pré-sináptico como extravasam para a fenda sináptica. Isto causa 
ativação de receptores de noradrenalina e serotonina e pode ser responsável pelos efeitos 
antidepressivos desses fármacos. Os inibidores da MAO são principalmente usados para depressão, 
crises de pânico, e ansiedade. Os inibidores da MAO dividem-se em duas classes: irreversíveis e 
reversíveis. 
- IMAO irreversíveis:bloqueiam a ação dos dois subtipos da enzima (MAO-A e MAO-B). Esta 
característica confere-lhes uma longa duração de ação, mas está também relacionada com os 
seus efeitos adversos, uma vez que a inibição não-seletiva (e irreversível) leva à acumulação e 
consequente toxicidade de vários dos substratos da MAO, sobretudo a Tiramina. Por este 
motivo, é muitas vezes necessária a instituição de uma dieta alimentar específica para reduzir o 
consumo de substratos da enzima, como a tiramina. No entanto, os IMAO irreversíveis são muito 
mais eficazes. 
- IMAO reversíveis: inibem temporariamente e reversivelmente a MAO, tem curta meia-vida e 
seletividade. Seu uso é mais seguro porém menos eficaz. 
 
→ Reação do Queijo e Vinho : não se deve associar alimentos fermentados como vinho e queijos 
envelhecidos com um inibidor irreversível da MAO, pois eles contêm grande quantidade de tiramina. A 
tiramina é degradada pela monoamina oxidase no intestino e no fígado, quando a atividade desta 
enzima encontra-se inibida os níveis de tiramina aumenta causando efeitos simpaticomiméticos, como 
elevação acentuada da pressão arterial, cefaleia pulsátil severa e hemorragia intracraniana. Dessa 
forma, esses alimentos devem ser evitados em pacientes hipertensos tratados com um IMAO. 
 
Receptores Adrenérgicos 
Os receptores adrenérgicos alfa e beta são receptores ligados à proteína G. 
- Receptor 1 é ligado à proteína Gq que é responsável pela ativação da enzima fosfolipase C, α 
que degrada o PIP2 em DAG (fosforilação de radicais) e IP3 (liberação de Ca). O aumento da 
concentração de cálcio leva a ativação da miosina quinase. 
- Receptor 2 é ligado à proteína Gi, essa proteína inibe a adenilciclase, que é responsável por α 
hidrolisar o ATP e formar o AMPc que desencadeia várias reações inclusive fosforilação de 
canais iônicos. 
- Receptor liga-se a proteína Gs que ativa adenil ciclase, aumentando a concentração de AMPc. β 
 
 
 
 
Receptores Localização Ações Agonistas Antagonistas 
1 α 
Musculatura lisa 
vascular 
Musculatura lisa 
genitourinária 
Fígado 
 
Vasoconstrição 
Constrição de esfíncter 
Constrição M lisos 
Midríase 
Adrenalina 
Noradrenalina 
Dopamina (↑↑↑) 
 
Seletivos: 
Fenilefrina 
Oximetazolina 
Nafazolina 
Metaraminol 
Fentolamina 
 
Seletivos: 
Doxazosina 
Tansulosina 
Prazosina 
Terazosina 
Alfuzosina 
Carvedilol ( 1 e  α  β
1 vasodilatador) 
2 α 
Células do β 
pâncreas 
Terminais 
neurais 
Musculatura lisa 
vascular 
 
Diminui liberação de 
NE (pré-sináptica) 
Diminui liberação de 
insulina 
vasoconstrição 
Adrenalina 
Noradrenalina 
 
Seletivos: 
Clonidina 
Metildopa 
Brimonidina 
Guanfacina 
Fentolamina 
 
Seletivos: 
Ioimbina 
1 β 
Coração 
Aparelho 
justaglomerular 
 
Taquicardia - ↑ FC 
(efeito cronotrópico) 
Aumenta força de 
contração 
Aumenta produção de 
renina 
Adrenalina 
Noradrenalina 
Isoproterenol 
Dopamina (↑↑) 
 
Seletivo: 
Dobutamina 
Propranolol 
Timolol 
Sotalol 
 
Seletivo: 
Atenolol 
Metoprolol 
Bisoprolol 
Esmolol 
Carvedilol ( 1 e  α  β
1 vasodilatador) 
Nebivolol 
(vasodilatador) 
 
Agonista parcial: 
Pindolol 
Acebutolol 
2 β 
Musculatura lisa 
vascular 
Musculatura lisa 
brônquica 
Fígado 
Músculo 
esquelético 
Broncodilatação 
Relaxamento 
musculatura lisa 
Vasodilatação do M. 
esquelético 
Glicogenólise 
Adrenalina 
 
Seletivo: 
Salbutamol 
Fenoterol 
Terbutalina 
Salmeterol 
Formoterol 
Ritodrina 
Propranolol 
Timolol 
Sotalol 
 
 
3 β 
Tecido adiposo Aumenta lipólise 
Termogênese de 
gordura parda, branca 
Amibegron 
Mirabegron 
Solabegron 
XXXXX 
D1 Sistema renal Dilatação de vasos renais, mesentéricos XXXXX XXXXX 
 
↑↑↑: precisa de uma dose muito alta. 
Agonistas adrenérgicos (Simpatomiméticos) 
 
 
Agonistas de ação direta: são os que atuam diretamente nos receptores adrenérgicos alfa ou beta 
produzindo efeitos semelhantes. 
 
Ação Indireta: aumentam a concentração de catecolaminas endógenas na fenda sináptica não agindo 
diretamente nos receptores, podem: 
- Aumentar a liberação de NE (anfetamina, tiramina) 
- Diminuir a captação de NE (cocaína, imipramina) 
- Inibir MAO e COMT (selegilina, entacapona) → adjuvante na doença de Parkinson 
 
Ação Mista: tem ação direta e indireta. 
 
Fármacos Adrenérgicos Agonistas NÃO Seletivos 
Fármaco Receptor Uso clínico Efeitos adversos 
Epinefrina 
/ Adrenalina 1, 2, 1, 2 α α β β 
Asma - emergências ( 2) β 
Parada cardíaca 
Choque anafilático 
Anestésicos locais 
(vasoconstrição prolonga efeito) 
Hipertensão 
Vasoconstrição 
Taquicardia/arritmias 
Tremor 
Cefaléia pulsátil 
Norepinefrina 
/ Noradrenalina 
1, 2, 1 >> 2 α α β β 
Choque cardiogênico/séptico 
Aumenta/mantém PA em UTIs 
Anestésicos locais 
Hipertensão 
Vasoconstrição 
Taquicardia 
Dopamina 
(0-5 mcg/kg/min) 
D1, D2 >> >> β α 
Insuficiência renal 
ICC grave 
Choque cardiogênico/séptico 
Vômitos/Náuseas 
Arritmias 
Vasoconstrição 
periférica 
(durante infusão) 
- Adrenalina e Dopamina são ineficazes via oral pois são metabolizados. 
 
Dopamina dose BAIXA x Dopamina dose ALTA: a dopamina, agonista do receptor D1/D2, tem 
efeitos diferentes dependendo da dose administrada. 
- Doses 0,5 a 2 mcg/kg/min: vasodilatação renal. 
- Doses 2 - 10 mcg/kg/min: inotropismo positivo. 
- Doses 10 - 20 mcg/kg/min : vasoconstrição! 
Fármacos Adrenérgicos Agonistas - BETA SELETIVOS 
Fármaco Receptor Uso clínico Efeitos adversos 
Fenoterol seletivo 2 β 
Asma (terapia de resgate ) 
Broncoespasmo agudo 
(enfisema/bronquite/DPOC) 
* Ação curta 3-4h 
Taquicardia 
Arritmias 
Tremores 
Inquietação / ansiedade 
Salbutamol seletivo 2 β 
Asma (terapia de resgate ) 
Broncoespasmo agudo 
(enfisema/bronquite/DPOC) 
* Ação curta 3-4h 
Taquicardia 
Arritmias 
Tremores 
Inquietação / ansiedade 
Salmeterol seletivo 2 β 
Asma (terapia de controle ) 
Broncoespasmo agudo 
(enfisema/bronquite/DPOC) 
* Ação longa > 12h 
Taquicardia 
Arritmias 
Tremores 
Inquietação / ansiedade 
Dobutamina seletivo 1 β 
Descompensação cardíaca após 
cirurgia cardíaca/vascular 
ICC ou IAM 
Choque cardiogênico/séptico 
Aumenta PA e FC 
durante infusão 
Isoprenalina seletivo 1 e 2 β β 
Emergências bradicárdicas 
Arritmia ventricular 
(Uso hospitalar, pouco usado 
clinicamente -pouca seletividade) 
Taquicardia 
Arritmias 
 
Fármacos Adrenérgicos Agonistas - ALPHA SELETIVOS 
Fármaco Receptor Uso clínico Efeitos adversos 
Fenilefrina 
 seletivo 1 α 
Descongestão nasal 
Midriáticos em formulações 
oftálmicas → Midríase 
Exame de fundo de olho 
Hipertensão 
Arritmias 
Oximetazolina seletivo 1 α Principalmente descongestão 
nasal 
Hipertensão 
ArritmiasNafazolina seletivo 1 α Principalmente descongestão 
nasal 
Hipertensão 
Arritmias 
Clonidina seletivo 2 α 
Hipertensão 
Sedação/ação ansiolítica 
pré-operatória 
Abstinência de opióides, álcool e 
tabaco 
Boca seca 
Sedação 
Bradicardia 
 
Cocaína agonista indireto 
↓ captação de NE 
Anestésico local (raro) 
Fármaco de abuso 
Hipertensão 
Excitação 
Dependência 
Anfetamina agonista indireto Obesidade Insônia 
↑ liberação de NE Narcolepsia Inquietação/irritabilidade 
Tremor 
Boca seca 
Hipertensão/Arritmias 
Dependência 
Pseudoefedrina 
agonista misto 
↑ liberação de NE 
Agonista e α β 
Hipotensão 
Descongestionante nasal 
Incontinência urinária 
Asma (- frequente) 
Hipertensão 
Insônia 
 
 
Antagonistas adrenérgicos (Simpatolíticos) 
 
Bloqueiam / atenuam os efeitos da estimulação do SNA Simpático. Podem ser de ação direta (seletivos 
ou não seletivos) e de ação indireta (armazenamento). 
 
 
 
Fármacos Adrenérgicos Antagonistas ALFA 
Fármaco Receptor Uso clínico Efeitos adversos 
Fenoxibenzamina 
/ Fentolamina não seletivo 
Disfunção erétil Dilatação das artérias 
penianas 
Queda PA 
Taquicardia 
Prazosina seletivo 1 α 
Hipertensão grave (associado 
a outros fármacos) 
Hipotensão Ortostática 
Falta de oxigenação: 
fadiga, cefaléia 
Reflexo barorreceptores: 
taquicardia, arritmias 
Doxazosina 
/ Tansulosina 
seletivo 1 α 
Hiperplasia prostática benigna 
Hipertrofia da próstata 
Hipertensão 
Hipotensão Ortostática 
Falta de oxigenação: 
fadiga, cefaléia 
Reflexo barorreceptores: 
taquicardia, arritmias 
Ioimbina seletivo 2 α 
Disfunção sexual masculina 
(origem psicogênica) 
Avaliados para tratar diabetes 
e depressão 
Aumenta FC e PA 
Aumenta concentração de 
insulina 
Vasodilatação periférica 
 
Hipertensão Ortostática 
Após a Doxazosina (bloqueia o receptor α1) a adrenalina não poderá estimular este receptor, então 
atuará estimulando principalmente os receptores β2 → vasodilatação, fazendo com que ocorra 
hipotensão arterial . Como os receptores β2 são mais sensíveis à adrenalina, baixas doses também 
podem causar discreta ↓ da PA. 
 
 
Fármacos Adrenérgicos Antagonistas BETA 
Fármaco Receptor Uso clínico Efeitos adversos 
Propranolol não seletivo 
Hipertensão 
Angina 
Insuficiência coronariana 
Profilaxia da enxaqueca 
Tremor essencial 
Sintomas agudos de pânico 
Broncoconstrição 
Bradicardia (mascara 
efeito da hipoglicemia) 
↑ transitório da PA 
Hipoglicemia 
Fadiga 
Atenolol 
seletivo 1 β 
(2 a geração) 
Hipertensão 
Angina 
Baixa FC, DC, PA 
Diminui liberação de 
renina, angiotensina, 
aldosterona 
Metroprolol 
seletivo 1 β 
(2 a geração) 
Emergências taquicárdicas e IAM 
Sobrevida pós IAM e ICC 
Profilaxia da enxaqueca 
 
Baixa FC, DC, PA 
Diminui liberação de 
renina, angiotensina, 
aldosterona 
Pindolol 
antagonista 
parcial β 
Hipertensão 
Angina 
Taquicardia 
Bradicardia 
Broncoespasmo 
Dispneia 
Fadiga 
Carvedilol 
seletivo 1 e β 
antagonista 1 α 
Hipertensão (+ diuréticos) 
ICC (+ diuréticos + IECA) 
Angina 
Baixa FC, DC, PA 
Diminui vasoconstrição, 
RVP 
 
 
Fármacos simpatolíticos de ação indireta: 
- Diminuem o armazenamento de NE 
- Bloqueio irreversível do transporte de NE para vesículas 
- Aumenta concentração de NE no citoplasma aumentando a degradação pela MAO e diminuindo 
a disponibilidade de NE. 
- Exemplo: Reserpina 
 
Fármacos Colinérgicos e Anticolinérgicos 
 
 
Etapas da transmissão de Acetilcolina: 
- Captação do precursor 
- Biosíntese 
- Armazenamento 
- Liberação 
- Ação 
 
1. A acetilcolina (Ach) é sintetizada a partir 
de colina e acetil CoA , e posteriormente 
armazenada em vesículas sinápticas. 
2. Na fenda sináptica a Ach é quebrada pela 
enzima acetilcolinesterase . 
3. A colina é transportada de volta para o 
terminal axônico e utilizada para a síntese 
de mais Ach. 
 
RECEPTORES COLINÉRGICOS: caracterizados pelo uso de dois alcalóides, a muscarina e nicotina. 
 
 
Receptores Nicotínicos 
- Aplicação de nicotina em células efetoras, gânglios autônomos, SNC, medula supra-renal e 
junções neuromusculares esqueléticas. 
- nAChR - Canais iônicos regulados por ligante. 
- Musculares e neuronais → diferem na estrutura molecular e farmacologia. 
- Transmissão sináptica excitatória rápida . 
 
Receptores Muscarínicos 
- Aplicação de muscarina em gânglios e tecidos efetores autônomos (músculo liso, coração). 
- mAChR - Receptores acoplados à Proteína G 
Cinco tipos: 
- M1 - SNC (Córtex), células parietais, glândulas salivares 
- M2 - Predominantes no coração 
- M3 - Membrana de células efetoras, glandulares e musculares lisas 
- M4 - SNC, gânglios autonômicos 
- M5 - SNC 
→ M 1 M 3 M 5 excitatório 
→ M 2 M 4 inibitório 
 
Ações dos Agentes Colinérgicos 
- Atuam sobre receptores de Ach → Ação Direta 
+ Agonistas e Antagonistas muscarínicos 
+ Antagonistas Nicotínicos (bloqueadores ganglionares e de JNM) 
- Afetam a síntese, liberação ou degradação da Ach → Ação Indireta 
+ Colinomiméticos - Inibem colinesterase. Aumento de Ach. 
+ Inibem síntese (captação de colina), armazenamento vesicular (transportador na 
vesícula), mecanismo de liberação (clivagem de proteínas envolvidas na exocitose). Ex: 
Toxina botulinica, Vasamicol, Hemicolínio. 
 
Fármacos AGONISTAS Colinérgicos 
- Pilocarpina: Glaucoma (estimulam o efluxo do humor aquoso) 
- Betanecol: Distúrbios gastrointestinais e da bexiga (esvaziamento da bexiga, estimulação da 
motilidade GI) 
 
Fármacos ANTAGONISTAS Colinérgicos 
- Atropina: midríase - exame de fundo de olho. IAM - tratamento de Bradicardia sinusal - tônus 
vagal excessivo. Envenenamento colinérgico. 
- Escopolamina: midríase - exame de fundo de olho 
- Ipratrópio 
 
Agonistas Colinérgicos 
- Ésteres de colina: ACh, Metacolina, Betanecol 
- Alcalóides: muscarina, pilocarpina 
- Peptídeos: toxinas 
 
Propriedades farmacológicas cardiovasculares dos agonistas muscarínicos 
- Cronotropismo negativo (↓ Frequência cardíaca) → M2 
- Inotropismo negativo (↓ força de contração) → M2 
- Dromotropismo negativo (↓ velocidade de condução nodo AV) → M2 
- Vasodilatação generalizada / Hipotensão → M3 mediada por NO (relaxamento do m. liso pela 
ação do NO na guanyl cyclase - GTP → cGMP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Glândulas exócrinas: Estimulam secreção → M3 > M1 
 
SNC: Compostos terciários: excitação → M1 M2 M4 M5 
 
Pulmão: M3 
- Aumenta contração brônquios 
- Aumenta secreção traqueobrônquica 
 
Olho: M3 
- Contração do músculo liso do esfíncter da íris (Miose) 
- Ajuste à alterações de luminosidade 
- Redução Pressão Intra-Ocular (PIO) 
- Contraçãodo músculo ciliar 
- Acomodação da curvatura do cristalino – visão de perto 
 
Musculatura lisa: M3 
- Aumenta a contração do trato gastrointestinal (TGI) e trato urinário 
 
Antagonistas muscarínicos 
- Mecanismo de ação dos antagonistas muscarínicos: bloqueio dos mAChR- Antagonismo 
competitivo. Liga-se ao receptor mas não promove ativação. 
- Compostos quaternários 
- Não exercem ações consideráveis no SNC 
- Ipratrópio – bloqueio de todos subtipos M 
- Tiotrópio – seletividade por M1 e M3 
- Cardiovascular: Taquicardia e bradicardia paradoxal em baixas doses. 
- Sistema Respiratório: Broncodilatação e diminuição de secreções. 
- SNC: efeitos excitatórios 
- Olho: midríase, cicloplegia (perda da capacidade de acomodação), redução de secreção 
lacrimal. 
- TGI: diminui mobilidade. 
- Trato genitourinário: relaxamento do músculo liso dos ureteres, diminuição da micção. 
- Glândulas sudoríparas: supressão da sudorese termoreguladora. 
 
Anticolinesterásicos: 
- Aumento da disponibilidade de acetilcolina 
- SNC: alta concentrações de Ach → convulsões, coma, morte. 
- Fisostigmina 
- Neostigmina 
- Edrofônio ação muito rápida 
- Organofosforado e Cabarmatos (inseticidas, agrotóxicos) – ação irreversível 
 
Envenenamento por Organofosforado: o tratamento é através da Pralidoxina , fármaco capaz de 
deslocar o organofosforado e de reativar a enzima acetilcolinesterase – depende do tempo de ação do 
organofosforado. Porém a pralidoxina só serve para as primeiras horas após o envenenamento, depois 
de um certo tempo não tem mais efeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Órgão Receptor Efeito agonista Exemplo agonista 
Efeito 
antagonista 
Exemplo 
antagonista 
Coração 1β 
Taquicardia 
Aumenta força de 
contração 
Aumenta produção de 
renina 
Adrenalina 
Noradrenalina 
Isoproterenol 
Dopamina (↑↑) 
Dobutamina 
Bradicardia 
Diminui força de 
contração 
Diminui 
produção de 
renina 
Propranolol 
Timolol 
Sotalol 
Atenolol 
Metoprolol 
Bisoprolol 
Esmolol 
Pindolol 
Acebutolol 
Circulação 
periférica 
1α 
Vasoconstrição 
Constrição de esfíncter 
Constrição Mm. lisos 
Adrenalina 
Noradrenalina 
Dopamina (↑↑↑) 
Fenilefrina 
Oximetazolina 
Nafazolina 
Metaraminol 
Vasodilatação 
Relaxa esfíncter 
Relaxa Mm. 
lisos 
 
 
Fentolamina 
Doxazosina 
Tansulosina 
Prazosina 
Terazosina 
Alfuzosina 
Sistema 
respiratório 
2β 
Broncodilatação 
Vasodilatação do M. 
esquelético 
Glicogenólise 
Adrenalina 
Salbutamol 
Fenoterol 
Terbutalina 
Salmeterol 
Formoterol 
Ritodrina 
Broncoconstriçã 
o 
Constrição do M. 
esquelético 
 
 
Propranolol 
Timolol 
Sotalol 
Circulação 
interna do 
músculo 
esquelético 
2β 
Broncodilatação 
Vasodilatação do M. 
esquelético 
Glicogenólise 
Adrenalina 
Salbutamol 
Fenoterol 
Terbutalina 
Salmeterol 
Formoterol 
Ritodrina 
Broncoconstriçã 
o 
Constrição do M. 
esquelético 
Propranolol 
Timolol 
Sotalol 
Olhos 1α 
Vasoconstrição 
Constrição de esfíncter 
Constrição Mm. lisos 
Adrenalina 
Noradrenalina 
Dopamina (↑↑↑) 
Fenilefrina 
Oximetazolina 
Nafazolina 
Metaraminol 
Vasodilatação 
Relaxa esfíncter 
Relaxa Mm. 
lisos 
Fentolamina 
Doxazosina 
Tansulosina 
Prazosina 
Terazosina 
Alfuzosina 
Tecido 
adiposo 
3β 
Lipólise 
Termogênese de 
gordura parda e branca 
Amibegron 
Mirabegron 
Solabegron 
xxxxx xxxxx 
 
Farmacologia da Junção Neuromuscular (JNM) 
 
Fármacos que atuam na JNM → RELAXANTES MUSCULARES 
 
1. Ação pós-juncional (nos receptores nicotínicos musculares) 
- Bloqueadores não despolarizantes (antagonistas competitivos) 
- Bloqueadores despolarizantes (agonistas) 
 
2. Ação pré-juncional 
- Hemicolínio 
- Vesamicol 
- Toxina botulínica 
 
 
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 
 
Agentes não-despolarizantes: Antagonistas competitivos do 
receptor nicotínico (Bloqueio de 70 a 80%) Ex. D-tubocurarina 
(curare), pancurônio, rocurônio, vecurônio, atracúrio, cisatracúrio. 
 
 
 
Agentes despolarizantes: Agonistas dos receptores nicotínicos, ocupam e ativam esses receptores 
por um tempo prolongado, eles dessensibilizam (taquifilaxia). Os canais de Na+ se fecham, gera um 
período refratário no qual não é possível estimular a membrana celular. 
- Ex. Succinilcolina (suxametônio), decametônio. 
 
 
Bloqueio e Recuperação: os bloqueadores neuromusculares causam paralisia flácida e progressiva. 
Consciência e dor permanecem normais. 
 
B.N.M. NÃO-DESPOLARIZANTES 
Os relaxantes musculares não despolarizantes tem como mecanismo de ação o bloqueio do receptor 
nicotínico (antagonista do receptor nicotínico), impedindo a ação da fibra muscular antes mesmo que 
esta se despolarize. O BNM não-despolarizante age competindo com a ACh por uma ligação no 
receptor nicotínico, e o fator determinante de preferência nesta ligação seria a concentração do ligante, 
isso é, a substância (Ach ou BNM não-despolarizante) que estiver em maior quantidade na fenda. Por 
isso é tratado com anticolinesterásicos, pois estes vão aumentar a concentração de ACh fazendo com 
que esta "ganhe" do BNM não-despolarizante, na competição pelo receptor. 
 
Usos Clínicos: 
- Adjuvantes da anestesia durante a cirurgia para produzir relaxamento muscular e facilitar a 
intubação endotraqueal. 
- Procedimentos ortopédicos como correção de luxação ou alinhamento de fraturas. 
- Previnem fraturas ósseas em terapias eletro-convulsivas. 
- Permitem o controle de espasmos musculares (tétano). 
- “Sugere-se o uso de bloqueadores neuromusculares, antecedidos por adequada sedação e 
analgesia, para prover relaxamento muscular e controle dos espasmos em pacientes com tétano 
grave submetidos à ventilação mecânica refratários ao uso de outros relaxantes musculares” 
 
Efeitos Adversos 
- Queda da pressão arterial: bloqueio de receptores nicotínicos nos gânglios simpáticos 
(tubocurarina). 
- Liberação de histamina ( broncoespasmo / reação alérgica ). 
- Aumento da frequência cardíaca: Pancurônio – vagolítico, limitando seu uso em cirurgias. 
 
Interações Medicamentosas 
- Inibidores de colinesterase ( neostigmina , fisostigmina, piridostigmina e edrofônio) → revertem 
o efeito. 
- Anestésicos halogenados (halotano) → potencializam o bloqueio. 
- Antibióticos aminoglicosídeos (eritromicina e gentamicina): inibem a liberação de ACh→ 
potencializam o bloqueio. 
- Bloqueadores de canais de Ca2+ (nifedipino)→ potencializam o bloqueio. 
 
Reversão do Efeito 
- Anticolinesterásicos: aumenta a concentração de Ach. 
- Sugamadex para brometo de rocurônio ou vecurônio 
- Gama-ciclodextrina que forma ligação não covalente com os NDM livres no plasma, reduzindoconcentração plasmática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B.N.M. DESPOLARIZANTES 
 
Mecanismo de ação 
- Agonista dos receptores nicotínicos nas placas terminais musculares. 
- Os bloqueadores neuromusculares despolarizantes ligam-se ao receptor nicotínico e atuam 
como a acetilcolina, despolarizando a junção neuromuscular. Ao contrário da acetilcolina, que é 
instantaneamente destruída pela acetilcolinesterase, o fármaco despolarizante persiste em 
concentração elevada na fenda sináptica, permanecendo ligado ao receptor por um tempo 
relativamente maior e causando uma estimulação constante do receptor. 
- Fase I: despolarização da membrana. 
- Fase II: o canal de Na se inativa, não respondendo mais a ocupação do receptor, mesmo após a 
repolarização. 
 
 
Exemplos: Succinilcolina (suxametônio), Decametônio (ação muito longa). 
 
Características farmacocinéticas e ações: 
- Contrações espasmódicas transitórias (fasciculações) antes do bloqueio (tórax e abdome) 
- Paralisia rápida (< que 2 min; dura por ~ 8 min) 
- Metabolismo: hidrólise por colinesterases plasmáticas (butirilcolinesterase) 
- Pouco ou nenhum efeito sobre os gânglios autônomos 
- Indivíduos geneticamente deficientes (1:1000) não metabolizam esses compostos: paralisia 
prolongada 
- Recuperação: DOLOROSA 
- Bloqueio não é revertido por anticolinesterásicos (sinergismo) 
 
Efeitos adversos e contra-indicação 
- Dor muscular 
- Bradicardia: ação muscarínica direta 
- Aumento da pressão intra-ocular (cuidado com glaucoma) 
- Hipercalemia - liberação de K+ intracelular 
- Paralisia prolongada – RN e pacientes com comprometimento hepático tem redução das 
colinesterases plasmáticas 
- Hipertermia maligna (Succinilcolina e halotano): mutação no canal de Ca2+ - liberação do 
RE – espasmos musculares e elevação da temperatura. Potencialmente fatal (65 %). 
Tratamento: Dantrolene, inibe a liberação de Ca2+ 
 
Uso de bloqueadores neuromusculares no Brasil 
- Mais usado para intubação orotraqueal em cirurgia eletiva → Rocurónio e Atracúrio 
- Mais usado para intubação orotraqueal em cirurgia de emergência → Succinilcolina e 
Rocurónio. 
- Principais complicações → curarização residual, bloqueio prolongado, reação alérgica. 
 
TOXINA BOTULÍNICA 
- Clostridium botulinum: bactéria 
- Aplicação local causa paralisia do músculo, por impedir a liberação de ACh do neurônio motor 
- Essa toxina interage com a SNAP-25, uma proteína que auxilia na fusão das vesículas 
Usos clínicos: 
- Blefaroespasmo, distúrbios oculares, distonia oromandibular, hiperidrose, tratamento estéticos. 
- Em casos extremos pode ser usada para tratar bruxismo infantil. 
 
ACIDENTES COM SERPENTES 
- Serpentes do gênero: Crotalus - cascavel, Micrurus - cobra-coral, e Lachesis - surucucu. 
- Venneos com atividade neurotóxica - bloqueio neuromuscular. 
- Fáceis miastênicas: ptose palpebral, flacidez dos músculos da face, oftalmoplegia. 
- Manifestações muscarínicas: hipotensão, miose, cólicas abdominais e diarréia. 
- Insuficiência respiratória !!! 
 
BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 
Fármaco Ação Tipo / Mecanismo Característica 
Rocurônio pós-juncional BNM não-despolarizantes Antagonista competitivo 
Cirurgia eletiva e de 
emergência. Revertido por 
neostigmina e sugamadex. 
Atracúrio pós-juncional BNM não-despolarizantes Antagonista competitivo 
Cirurgia eletiva. Revertido por 
neostigmina e sugamadex. 
Succinilcolina 
(suxametônio) pós-juncional 
BNM despolarizantes 
Agonista 
Cirurgia de emergência. Início 
rápido e duração curta. Hidrólise 
por colinesterases plasmáticas. 
Decametônio pós-juncional BNM despolarizantes Agonista 
Início mais lento e ação mais 
prolongada. Hidrólise por 
colinesterases plasmáticas. 
Toxina Botulínica pré-juncional Impede liberação de Ach Botox. Interage com a SNAP-25 
FORMS - BNM: Paciente masculino, 55 anos, 82 kg, com história de Miastenia grave (MG) , foi 
internado para ser submetido a uma timectomia. Relatava uso crônico de prednisona 60 mg/dia e de 
piridostigmina 180 mg/dia , que melhoravam sensivelmente seu quadro clínico de MG. Foi encaminhado 
ao centro cirúrgico na manhã da operação, sem interrupção das medicações de uso rotineiro. Recebeu 
propofol 150 mg e fentanil 1.500 µg. Posteriormente cisatracúrio na dose de 0,8 mg, havendo 
diminuição expressiva da contração muscular, mas que não foi satisfatória. Duas doses adicionais de 
0,4 mg foram administradas e se considerou, então, o paciente em grau satisfatório de relaxamento 
para intubação traqueal. A anestesia foi mantida com isoflurano, óxido nitroso e fentanil. Ao fim do 
procedimento de 3 horas e 45 minutos, optou-se por tentar a reversão farmacológica com neostigmina 
0,05 mg.kg, que foi considerada insatisfatória apesar de haver excelente padrão de ventilação. O 
paciente foi encaminhado à Unidade de Tratamento Intensivo em intubação traqueal e ventilação 
assistida, onde permaneceu por duas horas em assistência ventilatória. Ao final desse tempo, e com 
padrões considerados satisfatórios de descurarização, o paciente foi extubado. Evoluiu 
satisfatoriamente e teve alta no sexto dia de pós-operatório. 
Baseado na história pregressa do paciente, porque ele precisou de doses adicionais de 
cisatracúrio para gerar relaxamento muscular? 
Porque o paciente fazia uso de um anticolinesterásico (piridostigmina) para a miastenia grave, dessa 
forma a disponibilidade de acetilcolina na fenda estava aumentada, competindo com o BNM pelos 
receptores nicotínicos. 
Com base no mecanismo de ação, como a neostigmina reverte o bloqueio neuromuscular? 
A neostigmina é um anticolinesterásico, ou seja, inibe a enzima acetilcolinesterase. Com isso reduz a 
degradação da acetilcolina, aumentando sua disponibilidade na junção neuromuscular. Ocorre então 
competição entre a acetilcolina e o cisatracúrio pelos receptores nicotínicos, revertendo o efeito do BNM 
Por que houve demora na descurarização do paciente? 
Como houve a necessidade de doses adicionais do cisatracúrio para promover o relaxamento, a dose 
habitual de neostigmina não foi capaz de deslocar todo o cisatracúrio do receptor. 
 
Qual das afirmativas é correta em relação aos BNM? 
- Os BNMs não despolarizantes são usados por via oral 
- Os anticolinesterásicos diminuem os efeitos dos BNMs não despolarizantes 
- Os BNMs não despolarizantes afetam primeiramente o músculo diafragma 
- Os efeitos dos BNMs despolarizantes podem ser revertidos por anticolinesterásicos 
 
Foi administrado um BNM

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