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Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
TRABALHO E
SEGURANÇA
DO TRABALHO:
CONTEXTUALIZAÇÕES
SEGURANÇA DO
TRABALHO E SAÚDE
OCUPACIONAL
O GESTOR COM PESSOAS
COMO AGENTE ATIVO NA
SEGURANÇA DO TRABALHO
SEGURANçANO TRABALHO
unidade I
unidade II unidade III
Prof. Me. Tiago Ribeiro da Costa
o trabalho e
seus contextos
segurança do
trabalho: conceitos
qualidade de
vida no trabalho
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca por 
tecnologia, informação, conhecimento de qualida-
de, novas habilidades para liderança e solução de 
problemas com eficiência tornou-se uma questão 
de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsa-
bilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos 
nossos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário 
Cesumar – assume o compromisso de democra-
tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia 
e contribuir para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promo-
ver a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cida-
dãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro 
Universitário Cesumar busca a integração do 
ensino-pesquisa-extensão com as demandas 
Reitor 
Wilson de Matos Silva
palavra do reitor
Direção UniceSUMar
reitor Wilson de Matos Silva, Vice-reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-reitor de administração Wilson 
de Matos Silva Filho, Pró-reitor de eaD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora 
Cláudio Ferdinandi.
neaD - núcleo De eDUcação a DiStância
Direção de operações Chrystiano Mincoff, coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, coordenação 
de Polos Reginaldo Carneiro, coordenação de Pós-Graduação, extensão e Produção de Materiais Renato 
Dutra, coordenação de Graduação Kátia Coelho, coordenação administrativa/Serviços compartilhados 
Evandro Bolsoni, Gerência de inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson 
Brait, Supervisão do núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Design educacional 
Larissa Finco, Diagramação Humberto Garcia da Silva, revisão textual Yasminn Zagonel, , Fotos Shutterstock.
neaD - núcleo de educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
institucionais e sociais; a realização de uma 
prática acadêmica que contribua para o desen-
volvimento da consciência social e política e, por 
fim, a democratização do conhecimento aca-
dêmico com a articulação e a integração com 
a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar 
almeja ser reconhecido como uma instituição univer-
sitária de referência regional e nacional pela qualidade 
e compromisso do corpo docente; aquisição de com-
petências institucionais para o desenvolvimento de 
linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer-
sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e 
a distância; bem-estar e satisfação da comunidade 
interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis-
trativa; compromisso social de inclusão; processos 
de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relacionamento 
permanente com os egressos, incentivando a edu-
cação continuada.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância:
C397 
 Seguranca no Trabalho. 
 Tiago Ribeiro da Costa. 
 Publicação revista e atualizada, Maringá - PR, 2014.
 108 p.
“Pós-graduação Núcleo Comum - EaD”.
 1. Seguranca. 2. Trabalho. 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 331
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do 
Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido 
conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. 
Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais 
daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um 
conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de-
mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos 
aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu-
cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em 
diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-
ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso 
horário e atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje 
em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das 
desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co-
nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está 
disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda 
uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-
ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura 
e transformando a todos nós.
Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos 
em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao 
mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como 
já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso 
que a EAD da UNICesumar se propõe a fazer. 
Pró-Reitor de EaD
Willian Victor Kendrick 
de Matos Silva
boas-vindas
sobre pós-graduação
a importância da pós-graduação
O Brasil está passando por grandes transformações, em especial 
nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento 
da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor-
tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se 
refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais 
nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior 
devido a uma grande carência de mão de obra especializada.
Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada 
vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador 
da mão de obra, não é mais suficiente para garantir sua emprega-
bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade 
dos estudos para quem quer crescer profissionalmente. 
A pós-graduação Lato Sensu a distância da UNICESUMAR 
conta hoje com 21 cursos de especialização e MBA nas áreas de 
Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados 
pensando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática, 
trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida-
des deste novo Brasil. 
 Escolhendo um curso de pós-graduação lato sensu na 
UNICESUMAR, você terá a oportunidade de conhecer um conjun-
to de disciplinas e conteúdos mais específicos da área escolhida, 
fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação 
no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal 
e profissional.
Professor Dr. Renato Dutra
Coordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais 
NEAD - UNICESUMAR
apresentação do material 
Prezado acadêmico,
Seguras saudações! Seja bem vindo ao 
mundo da Segurança do trabalho e da Saúde 
ocupacional no contexto da Gestão com Pessoas.
Antes de darmos início a discussão deste tema, 
tenho uma importante tarefa a cumprir e gosta-
ria de convidá-lo a participar desta tarefa. Trata-se 
de uma tarefa aparentemente fácil, mas que pode 
definir se você irá ou não continuar a ler esse ma-
terial: Quero incentivá-lo e convencê-lo sobre a 
importância do estudo acerca da Segurança do 
Trabalho no contexto de sua futura profissão como 
Gestor com Pessoas.
Para tal, convido-oa acompanhar nossa pri-
meira unidade. Na Unidade I problematizaremos 
primeiramente sobre o trabalho de acordo com 
duas questões norteadoras: o que é o trabalho? 
Quais os contextos do trabalho ligados ao ser 
humano?
Verificaremos que o trabalho se configura a 
partir do atendimento das necessidades e anseios 
do ser humano em transformar seu meio concreto 
e até mesmo suas aspirações abstratas (pensamen-
tos, ideias, crenças). 
Ainda nesse certame, o trabalho apresenta-se 
em seus diversos contextos (filosófico, religioso, eco-
nômico, científico e outros que serão explicitados 
em momento oportuno). Tais contextos apresen-
tam as classes de motivos pelos quais o trabalho 
pode ser executado, com sua relativa importân-
cia. Após essa contextualização sobre o objeto da 
Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional (o 
trabalho), faremos uma contextualização sobre a 
própria Segurança do Trabalho.
Professor Mestre 
tiago ribeiro da costa
Os princípios de Segurança do Trabalho foram 
desenvolvidos a partir da famigerada dualidade 
plenitude-crise do modelo capitalista de traba-
lho apregoado na época da Revolução Industrial. 
O simples aumento de produtividade dado pela 
sistematização dos processos produtivos e pela 
exploração exacerbada de uma força de trabalho 
por vezes inadequada aos processos altamente exi-
gentes em força e repetitividade (uso de mulheres, 
idosos e crianças em jornadas que ultrapassavam 
16 horas diárias), provocou uma situação de crise 
insustentável.
De acordo com Albert Einstein, “a crise é a maior 
bênção para pessoas e para países”. Nesse sentido, 
a saída para tais crises ligadas às condições de-
sumanas de trabalho foi o desenvolvimento de 
novas propostas, tidas como paradigmas sociais, tais 
como o fortalecimento de organizações associativas 
(Sindicatos, Associações e Cooperativas), ideários 
socioeconômicos (Comunismo como modelo al-
ternativo ao Capitalismo) e o desenvolvimento de 
normas e ações voltadas à proteção do trabalha-
dor, a qual teve seu maior expoente representado 
pela promulgação das diversas convenções sobre 
o trabalho editadas pela Organização Internacional 
do Trabalho – OIT, a partir de 1921. Discutiremos 
sobre essas convenções e seus desdobramentos 
históricos, inclusive no Brasil.
A partir da Unidade II iniciaremos um pro-
cesso de delimitação da discussão, focando mais 
sobre a questão da Segurança do Trabalho em si. 
Apresentaremos todos os subsídios necessários 
para que você, prezado aluno, possa conhecer 
seus princípios, aplicações, legislações e normas 
pertinentes, atores e atualidades acerca do assunto. 
Nesse momento é que passaremos a definir qual 
o papel do Gestor de Pessoas no contexto da 
Segurança do trabalho a partir desse questiona-
mento: “Quem é o Gestor de Pessoas frente à Segurança 
do Trabalho?”.
Provavelmente a Unidade II lhe apresentará 
bons argumentos nessa minha tentativa de con-
vencê-lo ao estudo da Segurança do Trabalho. 
Entretanto, ainda é necessário estabelecer ações 
e ferramentas de atuação do Gestor de Pessoas 
enquanto membro participante do que podemos 
chamar de “bureau” empresarial de Segurança do 
Trabalho. 
Assim, por meio da Unidade III, discutiremos 
sobre o papel do Gestor de Pessoas nas estraté-
gias de capacitação dos atores envolvidos com a 
prática laboral, afinal, antes das práticas laborais 
serem definidas por meio de máquinas, equipamen-
tos, implementos e ferramentas, elas são, acima de 
tudo, definidas pela inserção do ser humano ciente 
de seu papel como agente ativo dos processos. 
Ao final dessa terceira unidade, estabelecere-
mos uma última discussão sobre as perspectivas 
de atuação do Gestor de Pessoas frente ao que 
se chama “Qualidade de Vida no trabalho”, um 
conceito operacional que visa dotar o ambiente em-
presarial de práticas e mecanismos que reduzam os 
impactos e desgastes da prática laboral, ao passo 
em que visa ampliar a satisfação e o prazer em se 
trabalhar por parte dos colaboradores.
Você já parou para pensar que em nosso dia a 
dia certamente passamos a maior parte do tempo 
nos dedicando ao trabalho? Por consequência, o 
trabalho em si deve apresentar alguns elementos 
de cunho psicológico e físico que ampliem a sen-
sação de satisfação e de reconhecimento do local 
de trabalho como uma “segunda casa”.
Contudo, será que é isso mesmo que acontece 
no ambiente empresarial? Como a QVT (Qualidade 
de Vida no Trabalho) é encarada pelos empresários 
e pela sociedade, desde sua concepção até os dias 
atuais? E, qual será o seu papel nesse processo? 
Somente lendo a Unidade III para conferir.
Para lhe auxiliar em seus estudos, fiz questão 
de anexar leituras e atividades complementares 
que irão auxiliar no processo de construção de seu 
conhecimento.
Vamos então iniciar nossos estudos sobre a 
Segurança do Trabalho no contexto da Gestão com 
Pessoas? Sinta-se à vontade para estudar os conte-
údos desse material, mas, acima de tudo, assuma 
uma postura crítica e disciplinada em seus estudos: 
Estabeleça horários e metas e sempre se questio-
ne, de uma maneira crítica, sobre esses conteúdos. 
Afinal, também não quero estabelecer a minha 
visão do assunto como única e dependo de suas 
visões e percepções em uma proposta dialógica 
para que possamos estabelecer, de fato, a constru-
ção do conhecimento.
Até a primeira unidade!
Prof. tiago ribeiro
Eng. Agrônomo, Eng. de Segurança do 
Trabalho, Me.
Professor e Consultor de Projetos de 
Desenvolvimento Regional
su
m
ár
io 01
12 o trabalho e seus contextos.
20 evolução histórica do trabalho.
24 revolução industrial: a crise que gestou a segurança do trabalho.
28
o estado de crise da revolução 
industrial 
e o desenvolvimento dos primeiros 
princípios sobre segurança do 
trabalho.
32
aplicação de princípios e diretrizes 
de segurança e saúde no trabalho no 
Brasil.
TRABALHO E SEGURANÇA DO 
TRABALHO: CONTEXTUALIZAÇÕES
02 03
48 segurança do trabalho: conceitos
53
atores envolvidos no sistema de 
segurança do trabalho e saúde 
ocupacional
56
mecanismos que regem as ações 
de segurança do trabalho e saúde 
ocupacional
60 revisitando o conceito de riscos associados à prática laboral
63 principais ferramentas da segurança do trabalho
82
perspectivas do tema “segurança do 
trabalho e saúde ocupacional” no 
contexto da gestão com pessoas
83
o papel do gestor com pessoas nas 
estratégias de conscientização e de 
capacitação dos atores envolvidos
87 qualidade de vida no trabalho
95
a importância da segurança do 
trabalho ao gestor com pessoas 
como elemento de competitividade 
no mercado de trabalho
SEGURANÇA DO TRABALHO 
E SAÚDE OCUPACIONAL
O GESTOR COM PESSOAS COMO 
AGENTE ATIVO NA SEGURANÇA 
DO TRABALHO
1 TRABALHO E SEGURANÇA DO TRABALHO: CONTEXTUALIZAÇÕES
Professor Mestre Tiago Ribeiro da Costa
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estu-
dará nesta unidade:
•	 O trabalho e seus contextos;
•	 Evolução histórica do trabalho;
•	 Revolução industrial: a crise que gestou a segu-
rança do trabalho;
•	 O estado de crise da revolução industrial e o de-
senvolvimento dos primeiros princípios sobre 
segurança do trabalho;
•	 Aplicação de princípios e diretrizes de seguran-
ça e saúde no trabalho no Brasil;
objetivos de aprendizagem
•	 Proporcionar o conhecimento, por parte dos acadêmicos, acerca 
da contextualização do trabalho, objeto de estudo da Segurança 
do Trabalho, no plano das necessidades humanas e de seus di-
ferentes contextos (filosófico, econômico, religioso, científico e 
cultural-educativo)
•	 Problematizar os conhecimentos acerca dos fatores históricos que 
desencadearam a Gênese dos princípios de Segurança do Trabalho.
•	 Estabelecer uma análise inicial sobre os dispositivos legais que 
regemas ações de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional.
Prezado aluno, seja bem vindo! Estamos iniciando nosso estudo sobre 
a Segurança do trabalho e Saúde ocupacional no contexto da 
Gestão com Pessoas. Entretanto, como mencionado na apresenta-
ção desta obra, antes de falarmos sobre a Segurança do Trabalho em 
si, precisamos nos convencer sobre a importância de seu estudo e de 
suas aplicações no campo da Gestão com Pessoas.
Para tal, coloco-lhe a seguinte questão para sua reflexão: “afinal, você 
sabe o que é ‘trabalho’?”
Em um primeiro momento, sem o conhecimento teórico necessário, parece 
difícil definir com precisão o que seja trabalho. Provavelmente você, se 
não conseguiu estabelecer um conceito acerca do assunto, certamente 
associou a palavra a alguma atividade desenvolvida pelo ser humano, às 
vezes apresentando características ligadas ao prazer ou ligadas à lamúria.
Contudo, esta associação entre o termo “trabalho” e o desenvolvimento 
de alguma atividade ou mesmo, a associação entre a atividade e algum 
adjetivo, tal como fizemos, deve ser feita de maneira cautelosa e nós 
vamos entender o motivo disto por meio da análise dos diversos con-
textos relacionados ao trabalho. Ademais, muitas vezes o “trabalho” é 
associado aos adjetivos negativos por conta de alguns de seus contextos.
Não pude evitar pensar que você deve ter se perguntado: “Mas pro-
fessor, nem conceituamos ainda o que é o trabalho e já estamos 
partindo para seus contextos...”. Em minha visão, penso que visua-
lizando alguns contextos principais, podemos conceituar com maior 
propriedade o que é o trabalho, e de que forma o trabalho é realiza-
do, levando-se em conta estes contextos.
Em um segundo momento, ainda nesta unidade, evidenciaremos a 
própria Segurança do Trabalho, de maneira conceitual, abrindo o leque 
de possibilidades para o entendimento desta ciência e ainda, eviden-
ciando alguns de seus pontos chave que podem abrir portas para a 
atuação do Gestor de Pessoas.
Está curioso? Vamos então abrir nossas discussões e nossas mentes.
Seguranca no Trabalho
12
como atividade inicial, peço para que você se concentre nas palavras deste período do livro e siga rigorosamente as reflexões aqui colocadas. Vamos lá?
Em algum momento de sua vida você já se deparou com uma 
espécie de vazio provocado por questões não respondidas? Tratam-
se de questões que beiram o campo da filosofia e do papel exercido 
pelo ser humano no universo, como por exemplo:
O TRABALHO 
E SEUS CONTEXTOS
•	 “- Quem sou eu?”;
•	 “- Por que estou aqui?”;
•	 “- Qual o objetivo de viver?”;
•	 “- O ser humano está sozinho no universo?”;
•	 “- Existe algo que rege a nossa vida?”.
Pós-Graduação | Unicesumar
13
É difícil encontrar alguém que nunca 
tenha se deparado com estas questões. 
Saiba que tais questionamentos são naturais 
e pertinentes a qualquer ser humano, desde 
épocas remotas. Todavia, assim como você, 
eu nunca obtive respostas satisfatórias para 
estas questões, mesmo considerando que 
estamos em uma época onde o desenvolvi-
mento científico e tecnológico nos confere 
subsídios importantes à resolução destes 
questionamentos.
Reflita agora sobre esta mesma análise, 
mas transporte-a para tempos mais remotos, 
quando os subsídios que poderiam nos auxi-
liar na resolução destas questões eram mais 
raros. De alguma maneira, o ser humano, com 
sua grande capacidade de adaptação ao am-
biente, não somente física e biológica, mas 
também cognitiva, criou alternativas ao en-
tendimento das referidas questões. Desta 
forma, surgiram as primeiras teorias filo-
sóficas que buscavam dar suporte a estes 
questionamentos.
São duas as principais teorias filo-
sóficas que foram criadas diante deste 
contexto, em ordem: a) o Teocentrismo; e, 
b) Antropocentrismo.
Segundo Souza (2009)1 o Teocentrismo 
surgira em uma época de densa supremacia 
da Igreja Católica, especialmente sob o ponto 
de vista ideológico. Na Idade Média, período 
do auge do Teocentrismo, o ideário básico 
suscitava a relação entre Deus e as coisas sem 
1 SOUZA, A.S. concepções de Deus na idade Média e no iluminismo. 
Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/concepcoes-de-deus-
na-idade-media-e-no-iluminismo/18518/>. Acesso em 26. Abr. 2012. 
explicação lógica, ou seja, todas as respostas 
àquelas perguntas encontravam-se direcio-
nadas à justificativa divina.
A própria definição de Teocentrismo 
ilustra esta supremacia divina:
“O teocentrismo, do grego theos (“Deus”) e 
kentron (“centro”), é a concepção segundo 
a qual Deus é o centro do universo, tudo foi 
criado por ele, por ele é dirigido e não há 
outra razão além do desejo divino sobre a 
vontade humana.” (TEOCENTRISMO.COM, 
2012)2.
Não é nosso objetivo nos aprofundar em uma 
discussão do campo sociológico quanto ao 
Teocentrismo, contudo, você já deve ter per-
cebido que tal ideologia, por sua característica 
principal, subjuga o poder transformador do 
ser humano, ávido por modificar seu meio 
em prol de suas necessidades.
Neste sentido, o Antropocentrismo, teoria 
a qual apregoa uma “troca” quanto ao ele-
mento principal do universo (de Deus para 
ser humano), entrou em cena, em meados do 
século XIV, com o Renascimento. Não obstan-
te, o nome “Renascimento” sugere o ressurgir 
do homem e de sua capacidade de modifi-
car o meio a partir de um cenário de “trevas” 
advindo da Idade Média.
Neste momento o desenvolvimento da 
razão e das ciências permitiu ao ser humano 
a compreensão de muitos fenômenos na-
turais e humanos, até então creditados às 
entidades divinas. Não se tratava do primeiro 
2 TEOCENTRISMO.COM. Definição de teocentrismo. Disponível em: <http://
teocentrismo.com/artigo1.php>. Acesso em: 26. Abr. 2012.
Seguranca no Trabalho
14
momento histórico no qual o ser humano era 
protagonista no desenvolvimento de suas 
atividades, mas certamente foi o mais auspi-
cioso nesta questão, afinal, graças ao poder 
inventivo do ser humano, traduzido por sua 
capacidade de modificar o meio (portanto 
trabalho), grandes feitos na história da hu-
manidade foram executados, tais como as 
grandes navegações, o desenvolvimento das 
leis universais da física e das demais ciências 
(sociologia, matemática, anatomia, dentre 
outras) e a própria Revolução Industrial, um 
marco histórico no campo do trabalho que 
modificou drasticamente as bases sociais, 
econômicas, ambientais e políticas da socie-
dade Europeia, nos séculos XVIII e XIX e da 
sociedade mundial no século XX.
Neste momento você deve ter percebi-
do que o antropocentrismo tem uma ligação 
bastante importante com o trabalho em si, 
devido a sua característica de libertação da 
capacidade transformadora e inovadora do 
ser humano. Todavia, ainda não é capaz de 
solucionar todas as questões filosóficas es-
tabelecidas na ânsia do entendimento do 
papel deste ser humano no universo.
O Teocentrismo, em menor grau e, princi-
palmente o Antropocentrismo ilustram esta 
relação do ser humano com o universo, um ser 
ativo, atuante e que busca constantemente a 
transformação de seu meio para seu próprio 
benefício. A esta capacidade de modificação 
do meio é que damos o nome de “trabalho”.
É importante salientar que esta “modifica-
ção do meio” supracitada pode ter efeitos tanto 
em elementos concretos como também em 
elementos abstratos: a própria teoria filosófica 
do Teocentrismo foi criada pelo ser humano, 
o qual estabeleceu uma relação causal entre 
um elemento abstrato (Deus) e as consequên-
cias terrenas (concretas). Por isso que também 
é válido afirmar que o Teocentrismo possui 
sua parcela de contribuição em nossatenta-
tiva de conceituar o termo “Trabalho”.
Mediante o exposto, portanto, depreen-
de-se que:
O termo “trabalho” faz alusão à capacidade 
humana de transformar o meio (consideran-
do elementos abstratos e concretos) para o 
pleno atendimento de suas necessidades.
Entretanto, a conceituação sobre o 
Trabalho torna-se incompleta do ponto de 
vista processual. Fazendo uma alusão com 
a boa e velha gramática, é como se estivés-
semos vendo claramente o que é a ação (o 
verbo do predicado) e quem executa esta 
ação (ou seja, o sujeito). Entretanto esta ação 
não se configura como “verbo intransitivo”, 
necessitando, portanto, de um complemen-
to, de um “objeto”, de um “para quem a ação 
é voltada”. Desta forma, caro aluno, de uma 
maneira mais direta, eu lhe peço para que 
tenha a seguinte reflexão:
 “Para quem o trabalho é voltado?”.
Pós-Graduação | Unicesumar
15
Analise as seguintes citações:
“O homem filosofa para entender o mundo e 
seu papel dentro dele. Filosofa para entender 
a si mesmo.
(...) O homem faz ciência para estabelecer o 
conhecimento metodológico das relações do 
mundo material, visando apropriar-se deste 
conhecimento para seu próprio desenvolvi-
mento intelectual.
(...) O homem desenvolve tecnologia para 
aplicar na sua própria prática de vida os co-
nhecimentos científicos adquiridos, visando 
seu desenvolvimento, sua abundância eco-
nômica, seu conforto e sua qualidade de vida.
(...) O homem faz religião para buscar sua bem 
aventurança espiritual, aproximando-se de 
suas divindades.
(...) O homem faz arte para o deleite de seu 
próprio espírito.
(...) O homem trabalha para realizar no am-
biente seus próprios interesses, promovendo 
sua transformação.”3
3 COSTA, T.R. Segurança do trabalho – aula 01/03 – 
Pós-graduação MBa em Gestão com Pessoas (centro 
Universitário de Maringá – ceSUMar). Maringá: 
CESUMAR, 2011. 95 slides: color.
A partir desta leitura pode-se depreender 
que em todos os casos, os resultados da 
ação chamada trabalho são voltados ao 
próprio ser humano, ou seja, este é promotor 
de uma ação modificadora do meio que 
tem por objetivo o seu próprio benefício, 
corroborando com a observação anterior de 
que o trabalho é voltado ao atendimento 
das necessidades deste ser humano. 
Diferentes formas de expressão humana 
por meio do trabalho podem explicar, em 
parte, o próprio contexto histórico do tra-
balho e as inovações que foram atreladas 
ao desenvolvimento desta prática ao longo 
dos séculos. 
A própria substituição da força humana 
pela tração animal e, posteriormente, por 
matrizes energéticas diversas (carvão, gás 
natural, vapor de água, energia elétrica, etc.) 
são exemplos da aplicação de metodologias 
derivadas de expressões distintas de seres 
humanos em busca do atendimento de suas 
necessidades, de maneira mais eficiente.
Após a contextualização filosófica sobre 
o trabalho, resta-nos discutir, nesta parte 
inicial, sobre os demais contextos ligados 
ao trabalho, a saber: a) Contexto Econômico; 
b) Contexto Jurídico; c) Contexto Bíblico; d) 
Seguranca no Trabalho
16
Contexto Cultural-Educativo; e, e) Contexto 
Histórico.
Para explicar a contextualização econô-
mica do trabalho, vamos nos ater a conceito 
das profissões: 
Atualmente os trabalhos encontram-se 
segmentados por profissões. Estas profis-
sões podem ser interpretadas como uma 
derivação da atual organização social a qual 
serializa a economia em segmentos, os quais 
devem possuir elementos humanos (tra-
balhadores) especializados em uma única 
função ou conjunto de funções, fazendo 
com que os resultados do trabalho (espe-
cialmente o lucro) sejam obtidos com maior 
eficiência.
Neste modelo, cada trabalhador possui 
sua capacidade de realização dos trabalhos 
próprios (atendimento de suas próprias ne-
cessidades). Após o atendimento destas, a 
competência desenvolvida para determinado 
trabalho não é sobrepujada pelo desenvolvi-
mento de novas competências. Ao contrário, 
elas se somam. 
Esta “capacidade latente” em cada indi-
víduo para produzir trabalho além de suas 
necessidades, é capaz de gerar excedentes, 
em qualidade e quantidade de trabalho os 
quais podem ser comercializados, ou seja, 
existe uma atribuição de valor ao trabalho 
excedente desenvolvido, que pode ser tradu-
zido como um salário ou mesmo pagamento 
avulso pela prestação de serviços. Este, por-
tanto, é o contexto econômico do trabalho, 
o qual, em nossa sociedade moderna, todos 
estamos envolvidos.
Considerando esta segmentação eco-
nômica e a consequente fragmentação das 
atividades, além do próprio contexto econô-
mico do trabalho, é valido supor que exista um 
conjunto de regras que regem o trabalho e suas 
relações. A Consolidação das Leis Trabalhistas 
– CLT (BRASIL, 19434) e, aproximando ao nosso 
discurso, as Normas Regulamentadoras sobre 
Segurança e Medicina do Trabalho – NR´s 
4 BRASIL. lei n. 5.452 de 1° de Maio e 1943. aprova a 
consolidação das leis do trabalho. Brasília, 1943.
Trata-se de um minicaso baseado em um 
caso real observado pelo autor deste livro
Falando sobre o contexto econômico 
do trabalho, é bastante evidente nos 
dias atuais encontrarmos “criadores 
de profissões”. Assim são chamados 
os profissionais que já possuem for-
mação acadêmica mas que atuam, de 
maneiras curiosas, fora de sua área de 
formação, ganhando um bom salário 
para isso.
Só para se ter uma ideia, em Campo 
Grande – MS, houve uma ocorrência 
de destaque: Uma Engenheira Civil 
que resolveu montar um “bar móvel 
de brigadeiros gourmet”. Na verdade, 
trata-se de um display de acrílico que 
contém os ingredientes para a fabri-
cação, na hora, dos brigadeiros e este 
display circula junto ao garçom em fes-
tas e coquetéis. O garçom monta o bri-
gadeiro de acordo com a preferência 
do consumidor.
A ideia tem feito sucesso e esse exem-
plo ilustra o contexto econômico do 
trabalho, associado à satisfação em sua 
realização, algo realmente desafiador 
nos dias atuais. 
Pós-Graduação | Unicesumar
17
(ABNT, apud ATLAS, 20125) são exemplos destas 
regras, fazendo parte ainda do chamado con-
texto jurídico do trabalho.
Por sua vez, o contexto bíblico do tra-
balho versa sobre a ligação entre este e a 
questão da punição humana. Esta ligação se 
encontra tão imbricada no âmago social que, 
por vezes, você já deve ter ouvido alguém 
falar a expressão: “(...) Eu atirei pedra na cruz pra 
ter um trabalho desses (...)” ou ainda “(...) Meu 
trabalho não é prazeroso, aliás, aquilo é um sofri-
mento. Parece que Deus está de mal comigo! (...)”.
Logicamente que tais colocações são ori-
ginadas de outros fatores além da questão 
bíblica, mas não há como negar a forte in-
fluência deste livro nesta concepção, o que 
chega até a distorcer a conceituação de tra-
balho que construímos há alguns momentos.
Para lhe ilustrar o que estamos discutindo 
analisemos os trechos retirados do Livro de 
Gênesis, da Bíblia Sagrada6, os quais versam a 
respeito do primeiro pecado cometido pelo 
ser humano e suas respectivas punições:
5 ATLAS, Segurança e Medicina do trabalho. 69ª ed. São Paulo: ATLAS, 2012. 
968p.
6 GÊNESIS. a Bíblia Sagrada. tradução na linguagem de hoje. São Paulo: 
SOCIEDADE BÍBLICA DO BRASIL, 1988.
“(...) E chamou o Senhor Deus a Adão, e dis-
se-lhe: Onde estás?” (Gênesis 3:9). 
E ele disse: Ouvi a Tua voz soar no jardim, 
e temi, porque estava nu e escondi-me. 
(Gênesis 3:10).
E Deus disse: Quem te mostrou que 
estavas nu? Comeste tu da árvore de que 
te ordenei que não comesses? (Gênesis 
3:11). 
Então disse Adão: A mulher que me deste 
por companheira, ela me deu da árvore, e 
comi.(Gênesis 3:12).
E disse o Senhor Deus à mulher: Por que 
fizeste isto? E disse a mulher: A serpente 
me enganou, e eu comi. (Gênesis 3:13).
(...) 
 E [Deus] à mulher disse: Multiplicarei gran-
demente a tua dor, e a tua conceição; com 
dor darás à luz filhos (...). (Gênesis 3:16).
E à Adão disse (...) No suor do teu rosto 
comerás o teu pão, até que te tornes à 
terra; (...)”. (Gênesis 3:17-19). 
Principalmente a análise do versículo 19, ca-
pítulo 3 do Livro de Gênesis nos ilustra esta 
relação entre trabalho e punição, ou seja, o 
Trabalho, nesta visão, é desconstruído en-
quanto atributo humano de modificações 
do meio para o atendimento das necessi-
dades individuais e coletivas. Neste sentido 
reflita:
Seguranca no Trabalho
18
Levando em conta a questão que lhe 
coloquei como reflexão, parece que a con-
textualização bíblica do trabalho não é a mais 
adequada do ponto de vista de execução de tra-
balhos e nem da promoção dos princípios de 
segurança do trabalho. De certa forma, é exa-
tamente esta a impressão que quero lhe passar, 
não pelo fato desta ligação entre religião e traba-
lho em si, mas da forma como ela é interpretada.
Ao passo em que não fazemos absoluta-
mente nada contra esta interpretação deturpada 
do trabalho enquanto punição, estamos sim-
plesmente promovendo-a. Veremos nas 
Unidades II e III que uma das funções primor-
diais dos profissionais ligados à promoção da 
Saúde e Segurança do Trabalho é a de comu-
nicador e de animador dos processos. 
Estes profissionais (dentre eles o Gestor 
com Pessoas) deverão convencer os trabalha-
dores, por meio de processos participativos, a 
construir no dia a dia um ambiente seguro e 
saudável ao desenvolvimento das práticas labo-
rais. De que forma faremos isso se mantivermos 
esta visão sobre o trabalho? Conseguiremos 
animar e nos comunicar com pessoas que 
estão com seus “filtros” fechados por elas acre-
ditarem que o trabalho é uma punição?
Faço estas provocações a você, caro 
aluno, e recupero o questionamento feito 
no momento de reflexão anterior: O que você 
faria para sanar as dificuldades impostas por 
um cenário onde esta interpretação do tra-
balho como punição está em voga?
•	 Quais seriam as dificuldades impos-
tas ao seu futuro trabalho, levando 
em conta essa contextualização bí-
blica do trabalho? Além disso, o que 
você faria para sanar tais dificulda-
des impostas por esse cenário?
“Se eu serei um animador, um comunica-
dor na promoção da Saúde e da Segurança 
do Trabalho, talvez cursos de capacitação, 
diálogos com os trabalhadores ou mesmo 
palestras seriam bons instrumentos para lidar 
com esta problemática...”. 
Provavelmente você deve ter pensado em 
algo parecido com isso. Se não pensou, não 
há problema, mas considere esta estratégia 
como válida. Desta forma, estamos adentran-
do ao contexto cultural-educativo ligado 
ao trabalho.
Considerando as estratégias lúdico-pe-
dagógicas, a formação do conceito sobre 
o trabalho tem sido realizada de diferentes 
maneiras, principalmente durante a forma-
ção psicológica e social do indivíduo. Você 
se lembra de, quando criança, já ter cultiva-
do uma semente de feijão em um algodão 
umedecido, tendo como vaso um pote de 
Pós-Graduação | Unicesumar
19
iogurte? Ademais, você já ouviu falar sobre 
o conto “A formiga e a cigarra”7? 
Certamente muitas pessoas já passaram 
por estas experiências, onde o valor do 
esforço e a qualidade da estratégia de tra-
balho nos são ensinados com ares de moral 
de histórias. De fato, quando se fala no con-
texto cultural-educativo do trabalho, se fala 
também no papel dos valores e princípios 
desta atividade humana e de seus efeitos 
para o desenvolvimento cognitivo, físico, eco-
nômico e social dos “seres trabalhadores”. 
O que se quer mostrar é que o próprio 
trabalho apresenta-se como ferramenta na 
problematização dos conhecimentos e da 
tomada de decisões eficazes e sustentáveis. 
Os processos educacionais podem se utilizar 
das diferentes maneiras de execução de um 
trabalho, servindo, por exemplo, para dotar 
trabalhadores de competências e habilidades 
de segurança do trabalho na lida com ma-
quinários ligados à silvicultura ou ainda, para 
conhecerem as diferentes formas de inter
-relacionamento humano nas corporações.
Assim, exemplos de sucesso, bem como 
exemplos de fracasso de práticas laborais, 
seja no campo administrativo, executivo, de 
planejamento ou quaisquer outras ligadas à 
vida corporativa podem ser utilizados nas es-
tratégias de capacitação e conscientização, 
compondo, portanto, o contexto cultural-e-
ducativo do trabalho.
7 “A formiga e a cigarra” é uma fábula de autoria 
atribuída à Esopo (escritor da Grécia Antiga), a qual 
também foi recontada pelo escritor francês Jean de 
La Fontaine (WIKIPEDIA, 2012 - WIKIPEDIA. a cigarra 
e a formiga. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/
wiki/A_Cigarra_e_a_Formiga>. Acesso em 17. Mai. 2012.
Até este momento estamos anali-
sando os diferentes contextos ligados à 
prática laboral. Entretanto, para finalizar 
esta discussão sobre a contextualização do 
trabalho, é necessário abordar sobre a evo-
lução histórica do trabalho, estando esta 
na próxima seção desta unidade. Vamos 
continuar?
Sobre os processos de capacitação 
para o trabalho, nota-se que o Brasil 
atualmente vive um processo onde 
busca-se reduzir a disparidade entre 
a necessidade de mão de obra capa-
citada e a real formação dessa mão 
de obra. Um dos exemplos mais bem 
acabados dessa iniciativa é o Programa 
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico 
e ao Emprego – PRONATEC.
Esse programa foi criado em 2011 e 
esse autor que vos fala teve a oportu-
nidade de se capacitar em um curso 
de programação de computadores 
por meio desse programa (gratuita-
mente). Segundo dados de Ribeiro 
(2014), até o momento 5,7 milhões 
de estudantes encontram-se matricu-
lados em cursos que visam capacitar 
mão de obra para áreas econômicas 
estratégicas (desde a indústria de 
base até a de energias renováveis). 
Deste total, 1,7 milhões estão matri-
culados em cursos de longa duração 
(2 a 4 anos).
Fonte: RIBEIRO, L. Dilma diz que PRO-
NATEC terá 8 milhões de matrículas. O 
Estado de São Paulo [on-line]. Dispo-
nível em: <http://economia.estadao.
com.br/noticias/geral,dilma-diz-que
-pronatec-tera-8-milhoes-de-matri-
culas,176979e>. Acesso em: 10 Ago. 
2014.
Seguranca no Trabalho
20
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO 
TRABALHO
Pós-Graduação | Unicesumar
21
Prezado acadêmico: Até este momento, além de conceituar o termo “traba-lho”, desenvolvemos o conhecimento 
acerca dos diversos contextos ligados a este 
termo. A partir deste ponto, faremos uma re-
flexão sobre o desenvolvimento do trabalho 
ao longo da história da humanidade. Não se 
preocupe, pois não faremos uma abordagem 
detalhada sobre esta evolução, mas desta-
caremos alguns pontos chave que podem 
ser considerados como marcos evolutivos 
do trabalho.
Em um primeiro instante, o ser humano 
nômade e altamente dependente dos pro-
cessos extrativistas, de caça e de pesca 
desenvolvia o trabalho, ou seja, sua capaci-
dade de alteração do ambiente natural em 
seu próprio benefício de maneira bastante 
pontual e limitada, afinal, estes processos de 
sobrevivência causam pouca influência no 
meio natural.
Entretanto, com o passar dos séculos e 
com a ampliação da percepção cognitiva do 
ser humano, o desenvolvimento das ativi-
dades extrativistas e de caça e pesca foram 
diminuindo. Tratou-se de um momento 
evolutivo de transição de um ser humano 
nômade para um ser humano sedentário, 
fixado e cada vez mais dependentede seu 
grupo.
Esta transição fora desencadeada por 
um dos primeiros marcos relativos ao tra-
balho na humanidade: a “descoberta” da 
Agricultura. Com sua capacidade amplia-
da de percepção, este “novo” ser humano 
passou a observar mais atentamente os di-
versos fenômenos da natureza, a qual ficou 
mais previsível pela associação de sinais na-
turais e suas consequências. 
Assim, por observação quanto ao modo 
de reprodução vegetal, especialmen-
te das plantas de reprodução assexuada 
(reprodução vegetativa, a exemplo da man-
dioca, batata, banana e cana de açúcar), o 
ser humano passou a cultiva-las nas proximi-
dades de seus aglomerados populacionais.
Seguranca no Trabalho
22
Este foi um fator de modificação não 
somente dos padrões sociais, mas também 
da própria organização do trabalho, em 
termos de atividades e ferramentas. Cabe 
salientar que este advento da Agricultura 
possibilitou o desenvolvimento de ferramen-
tas tidas como especializadas para a época, 
como ferramentas de corte e de cultivo em 
terra (não se fala ainda em aragem da terra 
pois o arado, enquanto instrumento de 
cultivo, somente fora concebido séculos 
depois pelos egípcios).
O desenvolvimento da prática laboral, 
durante séculos, teve papel importantíssimo 
na definição dos padrões sociais, econômi-
cos e políticos das diferentes sociedades 
clássicas. Ao mesmo tempo, pode-se dizer 
que o trabalho também tem grande influ-
ência no que tange a gestão dos recursos 
naturais. 
Na Grécia Antiga, no Império Romano 
e mesmo no Império Egípcio, o trabalho, 
além de definir o posicionamento social 
(neste caso, a prática laboral estando ligada 
às classes inferiores, as quais exerciam estas 
atividades em prol de uma representação 
de autoridade, sendo o estado democráti-
co na Grécia e o Imperialismo nos outros 
exemplos), também definia o modo de utili-
zação dos recursos disponíveis (basicamente 
água, solos agricultáveis, fauna e flora) e o 
modo de descarte dos resíduos da ativida-
de humana.
Também é de se destacar que o desen-
volvimento do trabalho ao longo da Idade 
Antiga contribuiu para o desenvolvimento 
das artes, da cultura e das inovações pro-
dutivas e econômicas. No primeiro caso, às 
ferramentas de trabalho foram somados os 
primeiros equipamentos rudimentares (o 
caso do tear) e os implementos de tração 
animal, bastante úteis na lida com a terra e 
na construção da infraestrutura urbana. Por 
sua vez, o segundo caso pode ser ilustrado 
pela criação do dinheiro e pela monetariza-
ção dos produtos, que é a atribuição de valor 
equivalente a um lastro que representasse 
o dinheiro, como por exemplo, cobre, prata, 
ouro e até mesmo sementes de cacau, no 
antigo Império Asteca.
Contudo, não somente os avanços no 
campo do trabalho, mas, de maneira univer-
sal, em todos os segmentos de reflexão-ação 
sob influência humana foram paralisados na 
Idade Média, período que se estendeu dos 
Séculos V ao XV depois de Cristo.
A ampla influência religiosa impôs um 
modelo de engessamento social, filosófico, 
cultural e econômico. O dinheiro e as ino-
vações já não eram mais a fonte do poder 
e sim o acúmulo de terras. O trabalho havia 
se reduzido ao cultivo de alimentos para a 
manutenção de uma sociedade crescente e 
decadente. Todas as inovações, em quaisquer 
campos do conhecimento, eram considera-
das como heresia e seus protagonistas eram 
duramente punidos.
Para se ter um panorama daquilo que 
acontecia à época da Idade Média, o trabalho 
era direcionado à produção de alimentos e 
a ampliação de poder do mesmo modo que 
os processos educacionais encontravam-se 
Pós-Graduação | Unicesumar
23
sobre a tutela da Igreja Católica, estando 
estes voltados à propagação dos princípios 
Teocentristas e, de maneira paradoxal, ao en-
tendimento do espólio filosófico da Grécia 
Antiga, uma vez que Aristóteles e Platão eram 
temas recorrentes aos acadêmicos europeus.
Diante deste cenário, torna-se válido 
supor que o desenvolvimento do traba-
lho, considerando seu conceito, encontrou 
grandes barreiras. Logicamente que este en-
gessamento promovido na Idade Média não 
pode ser encarado como absoluto, assim 
como a própria Idade Média, a qual teve seu 
momento áureo por volta dos séculos VII e 
IX, sendo decadente até sua derrocada, no 
século XV.
Havia o desenvolvimento da ciência e 
inovação, entretanto em momentos pontu-
ais e sem maiores influências no cenário da 
época. Entretanto, com o enfraquecimento 
deste modelo medieval e com a instauração 
gradual do Renascimento (Idade Moderna), 
o trabalho ganhou novas matizes, ultrapas-
sando o modelo artesanal e se aproximando 
de um novo modelo de produção, mais ra-
cional e eficiente à época: a Manufatura.
Esta, por sua vez, prezava a utiliza-
ção de equipamentos e, em certo grau, da 
setorização produtiva, o que ampliou con-
sideravelmente a variedade de produtos 
ofertados à uma sociedade, já não mais eu-
ropeia, mas ocidental, em um momento de 
franca expansão do capitalismo, representa-
do, em princípio pelo mercantilismo e pela 
ampliação de poder econômico e social de 
uma nova classe: a Burguesia.
Fazendo uma reflexão sobre este 
momento histórico e sobre a monetariza-
ção (criação do dinheiro), ocorrida na Idade 
Antiga, chegamos a um ponto crucial na 
evolução histórica do trabalho: A própria 
capacidade excedente de trabalho, tra-
duzida em força e/ou intelecto, passou 
pelo processo de atribuição de valores 
(monetarização). Lembra-se do contex-
to econômico do trabalho? Não se pode 
afirmar claramente quando foi a primeira 
vez na história da humanidade que alguém 
foi pago pela execução de um serviço, mas 
este conceito na Idade Moderna certamen-
te foi consolidado.
A partir do Século XVIII inseriam-se na his-
tória da humanidade as máquinas, as quais 
executavam o mesmo processo humano 
com maior velocidade e precisão. Já não se 
falava em produção artesanal e sim em escala 
e, mais ao final do século XIX, em produção 
em série.
Tais sistemas produtivos potencializa-
ram a comercialização dos excedentes de 
trabalho e permitiram a popularização de 
bens de consumo, devido à redução nos 
custos produtivos. Isto somado a ampliação 
do poder aquisitivo derivado do aumento 
da empregabilidade criara uma espiral de 
consumo-produção, onde cada vez mais era 
necessário produzir tais bens.
Se nós parássemos nossa análise neste 
ponto, seria coerente afirmar que a Europa 
vivia neste instante (séculos XVIII e XIX) 
um momento auspicioso, quase de pleno 
emprego, correto?
Seguranca no Trabalho
24
respondendo ao último questionamen-to feito na seção anterior, podemos afirmar que, de fato, a Europa e, pos-
teriormente os Estados Unidos passaram 
sim por um momento de pleno emprego, 
pois mesmo que já não fossem necessários 
tantos trabalhadores no processo produtivo, 
devemos levar em consideração que se tra-
tavam de máquinas rudimentares, que ainda 
necessitavam da ação e supervisão humana 
para desempenhar suas ações.
Ademais, países europeus como Inglaterra, 
Alemanha e países Ibéricos (Espanha e 
Portugal), passaram anteriormente por re-
formas sociais que praticamente dizimaram o 
campesinato, afinal, em nome do progresso, 
mão de obra era necessária onde as indústrias 
estavam e o Estado necessitava de maior con-
trole sobre as terras (algo como matar dois 
coelhos com uma pedrada). Assim, mesmo 
sem o trabalho no campo, as famílias tinham 
nas cidades, seu trabalho garantido.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: 
A CRISEQUE GESTOU 
A SEGURANÇA DO 
TRABALHO.
Pós-Graduação | Unicesumar
25
Entretanto devemos avaliar este trabalho 
pelo enfoque da qualidade. Nesta época o 
modelo capitalista vigente estava em tran-
sição (do capitalismo tradicional ao atual 
capitalismo financeiro). Contudo, os prin-
cípios capitalistas estavam em seu auge e a 
acumulação dos lucros estava em patama-
res exorbitantes.
Tal fato não se traduzia, no entanto, em 
investimentos produtivos ou de gestão 
que garantissem um ambiente de trabalho 
seguro e saudável aos trabalhadores. Muito 
pelo contrário, não somente os ambien-
tes de trabalho eram assim, mas todos os 
vilarejos nas proximidades das fábricas apre-
sentavam um ambiente deplorável quanto 
à saúde pública.
O termo SMOG (névoa de poluição), de-
rivado dos termos FOG (neblina) e SMOKE 
(fumaça) fora concebido nesta época, 
tamanho era o problema causado pelas di-
ferentes fumaças eliminadas nas chaminés 
das fábricas. Muitas doenças respiratórias, 
como asma e bronquite, foram potenciali-
zadas neste ambiente.
Neste cenário, onde em termos de plane-
jamento, somente a meta de produção era 
considerada (somente a demanda e a pre-
visão de lucro pareciam fatores relevantes 
aos burgueses industriais da época), a mão 
de obra passou por um amplo processo de 
depreciação derivado das longas jornadas 
de trabalho, necessárias ao atendimento das 
demandas.
Não somente homens em idade produ-
tiva eram usados mas também mulheres, 
crianças, jovens e idosos. Não importava a 
idade do trabalhador, mas sim sua aptidão 
para a realização do trabalho.
Notou que utilizei a palavra “usados” su-
blinhada. Trata-se da mesma observação 
realizada na apresentação desta obra e, não 
por acaso, o sentido de “usados” encontra-
se no aspecto mais visceral possível. Nesta 
época, tamanha era a visão produtivista, que 
o ser humano, agora proletário, tinha expro-
priado de si mesmo sua própria humanidade. 
Tratava-se de um número funcional, uma 
mera engrenagem ao processo produtivo, 
a qual poderia ser trocada em caso de baixo 
rendimento, ou na pior das hipóteses, em 
caso de quebra, algo que não acontece hoje 
em dia não é?
Aliás, reflita sobre a provocação supraci-
tada e responda o seguinte questionamento:
Você acha que o enfoque atual da 
Gestão com Pessoas é semelhante ao 
enfoque produtivista da Revolução In-
dustrial? Caso sua resposta seja “não”, 
qual seria o atual paradigma quanto 
à relação trabalho – seres humanos?
Duras jornadas de trabalho, por vezes 
ultrapassando 16 horas diárias, sem folgas 
remuneradas; Ampliação dos trabalhos re-
petitivos e, por consequência, das lesões 
provocadas pelo esforço repetitivo nos 
processos (era a primeira vez na histó-
ria em que se falava em Lesão por Esforço 
Seguranca no Trabalho
26
Repetitivo – LER, ou mesmo em Distúrbios 
Ósteomusculares Relacionados ao Trabalho – 
DORT); Ambientes insalubres (mal iluminados 
e poluídos); e, Remuneração não condizente 
com o nível de trabalho da massa operária: 
Estes e outros fatores ampliaram a deprecia-
ção da mão de obra daquela época.
Além disso, falta considerar um fator 
primordial: Se estamos discutindo que o 
produto e o lucro tornaram-se mais impor-
tantes que o próprio ser humano no processo, 
seria correto afirmar que as máquinas foram 
concebidas diante de rígidos princípios de 
proteção ao trabalhador?
Segundo Costa (2011), os primeiros pro-
tótipos de máquinas dataram do século XVII, 
mas somente no século XVIII é que estas 
foram utilizadas para seus propósitos, es-
pecialmente no meio rural, facilitando os 
processos de produção de alimentos (ao 
menos, colheita). Nenhuma máquina fora 
concebida para, em seu uso, proteger o ope-
rador. Engrenagens, transmissores de força, 
elementos cortantes e outras partes vitais das 
máquinas encontravam-se expostos. Além 
disso, os operadores operavam estas máqui-
nas expostos a toda sorte de gases, expelidos 
em altas temperaturas.
Não se tem um relato preciso de 
quantos acidentes de trabalho ocorreram 
na época da Revolução Industrial, mas, 
não seria exagero afirmar que o número 
de feridos, debilitados e mortos se apro-
ximara dos de uma situação de conflito 
civil, tais como observamos atualmente 
nos países do Oriente Médio.
Observe os exemplos das figuras a seguir para traçar o 
seu panorama quanto a “carnificina” que ocorria na época:
Disponível em: <http://files.historiaeducacao.webnode.com.br/
200000055-b50c6b5571/Trabalho_Infantil.jpg>
Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_uZ36BDz9F6g/S6f9R0LzcgI/
AAAAAAAAAkE/7k9POuKs14I/s320/lewis-hine01.jpg>
Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-KxC9KpTy-JE/ T2-Rmk0G4jI/
AAAAAAAAAcc/s-DUBgb8ywE/s640/Prolet%C3%A1rio.jpg>
Pós-Graduação | Unicesumar
27
Eximi você, caro aluno, de algumas fotos re-
almente chocantes, colocando apenas aquelas 
suficientemente brandas para explicar e jus-
tificar o panorama da época da revolução 
industrial quanto à relação trabalho – acidentes.
A situação de crise era tamanha que na 
Europa e nos Estados Unidos da América, 
vários levantes trabalhistas foram insurgidos 
por melhorias nas condições de trabalho e 
de remuneração. 
Neste bojo, novos paradigmas sociais e 
produtivos foram suscitados, sendo o primei-
ro deles um resgate da importância humana 
no processo produtivo, o Cooperativismo 
(SANTOS, 2009)8 e o segundo, mais voltado 
a um novo empoderamento social, onde a 
classe trabalhadora, verdadeira geradora de 
riquezas, seria a responsável por estabelecer, 
teoricamente, um modelo de Estado justo e 
equitativo na distribuição desta riqueza, sem 
o acumulo de capital. Trata-se do comunis-
mo, ideia amplamente defendida por Marx 
(2006a9, b10), em sua obra máxima, “O Capital”.
8 SANTOS, T.H. o mito do cooperativismo: Cooperativa 
de associados ou condomínio de sócios? Dissertação de 
Mestrado (Mestrado em Administração – Universidade 
Federal do Paraná), 2009. 167 p.
9 MARX, K. o capital: Crítica da economia política: Livro I. 
24. ed. Rio de Janeiro: CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA, 2006. 1 v.
10 MARX, K. o capital: Crítica da economia política: Livro 
I. 24. ed. Rio de Janeiro: CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA, 2006b. 
2 v.
Os mortos de Chicago - 1º DE MAIO:
Para ampliar a ideia do estado de cri-
se que assolava os países da Europa e 
da América do Norte (essencialmen-
te EUA), proceda a leitura do artigo 
o qual versa sobre a emblemática 
Revolta de Chicago, mote criador 
do Dia Internacional do Trabalho. 
Apenas para lhe adiantar, essa Re-
volta envolveu trabalhadores que 
se encontravam insatisfeitos com 
suas condições de trabalho, o que 
culminou em um processo de gre-
ve e protestos, não acatados pelos 
patrões. Na tentativa de se manter 
a ordem pública, muitas pessoas fo-
ram assassinadas. Leia o artigo para 
conferir mais detalhes. Vale a pena!
SERRALHEIRO, J.P. Os mortos de Chi-
cago – 1° de Maio. Arquivo Vivo, 
134:2004. Disponível em: <http://
www.apagina.pt/?aba=7&cat=134&-
doc=10092&mid=2>. Acesso em: 02 
Jun. 2014.
Seguranca no Trabalho
28
os primeiros levantes trabalhistas e o desenvolvimento do ideário re-volucionário do comunismo se 
constituíram como sintomas iniciais dos pro-
cessos de mudança de uma sociedade em 
busca de um novo paradigma e de um novo 
estado de plenitude.
No campo específico da Segurança do 
Trabalho, os Estados europeus, a se iniciar 
pela Inglaterra, já consideravam na primei-
ra metade do século XIX tratativas sobre a 
preservação da saúde e da segurança dos 
trabalhadores.
Em 1833 fora promulgada na Inglaterra 
a chamada “Lei da Fábrica”, a qual proibiao 
exercício do trabalho noturno para menores 
de 18 anos e limitava a jornada de trabalho, 
em todos os turnos, para 12 horas por dia. 
Considerando a inexistência de quaisquer 
iniciativas legais sobre Saúde e Segurança 
do Trabalho, a Lei da Fábrica representou 
um avanço, mesmo que pouco significativo, 
O ESTADO DE CRISE DA 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
E O DESENVOLVIMENTO DOS PRIMEIROS 
PRINCÍPIOS SOBRE SEGURANÇA DO 
TRABALHO
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Pós-Graduação | Unicesumar
29
no sentido de preservar a força de trabalho. 
Trata-se de um avanço pouco significativo 
pelas falhas no processo de fiscalização e, 
acima de tudo, por sua invalidade social, fator 
que analisaremos adiante.
Somente 51 anos após a Lei da Fábrica 
é que outra lei, desta vez na Alemanha, fora 
promulgada. A partir de um conjunto de tra-
tativas, aquele país publicou algumas leis 
que versavam sobre os primeiros princípios 
da Segurança do Trabalho.
Você deve estar se perguntando: “Então, 
a Segurança do Trabalho, considerando a his-
tória da humanidade, surgiu recentemente, 
somente no século XIX?”. A resposta para esta 
pergunta é não.
Pela análise dos relatos históricos sobre 
Segurança do Trabalho, você verá que existiu 
sim o desenvolvimento de estudos e prin-
cípios mesmo na Grécia Antiga. Entretanto, 
damos maior destaque e enfoque ao 
desenvolvimento destes princípios no pós
-Revolução Industrial, pois são os que mais 
se aproximam de nossa atual realidade. 
Contudo, os princípios pioneiros possuem 
sua importância histórica por serem inicia-
tivas humanas no sentido de promover a 
qualidade de vida como uma das diretrizes 
da prática laboral.
Somente no século XX é que os prin-
cípios de Segurança do Trabalho e Saúde 
Ocupacional ganharam destaque em 
nível mundial por meio da recém-criada 
Organização Internacional do Trabalho – OIT, 
vinculada à Organização das Nações Unidas 
– ONU.
Já no ano de 1919, pós Primeira 
Guerra Mundial e ainda sobre forte influ-
ência do estado de crise promovido pelas 
desigualdades sociais entre burguesia e tra-
balhadores, a OIT, promulga as Convenções 
sobre Segurança e Saúde no Trabalho, as 
quais foram editadas e publicadas ao longo 
do século XX e deram origem as legislações 
brasileiras sobre o assunto.
“Ah, Professor, então quer dizer que, a partir 
das Convenções da OIT o mundo inteiro 
´falou a mesma língua’ na questão da pre-
servação da Saúde e garantia da Segurança 
na prática do trabalho. Assim os problemas 
daquela época foram resolvidos?”
Seguranca no Trabalho
30
Não pude evitar de pensar que você possa 
estar com este questionamento em mente. 
E em resposta ao mesmo, de certa maneira, 
os países signatários das convenções da 
OIT, dentre eles o Brasil, seguiram as regras 
das convenções como diretrizes para o 
desenvolvimento de instrumentos legais 
específicos às características do trabalho 
de cada país.
Por exemplo, no Brasil, durante as 
décadas de 1920, até 1950, grande parte 
dos dispositivos legais que versavam 
sobre o tema Trabalho, eram voltados aos 
trabalhos portuários, tendo em vista a ca-
racterística econômica brasileira da época 
(exportador de matérias-primas e do que 
hoje chamamos de commodities). A partir 
desta década, maior atenção foi dispen-
sada ao setor da siderurgia e da indústria 
de base.
O que se quer ilustrar é que as conven-
ções da OIT não foram suficientes ou mesmo 
absolutas no que tange à preservação da 
saúde e da integridade física dos trabalha-
dores. Inclusive, se analisarmos os principais 
argumentos para criação destas convenções, 
verificaremos que, muito além da questão da 
proteção, tais convenções foram publicadas 
no sentido de aquietar os ânimos de uma so-
ciedade em crise.
Segundo Alvarenga apud. Costa (2011), 
os principais argumentos para a criação das 
convenções da OIT sobre Saúde e Segurança 
do Trabalho são:
•	 A presença de condições difíceis, 
injustas e degradantes para muitos 
trabalhadores exercerem sua função 
(argumento humanístico).
•	 O risco de conflitos sociais que 
pudessem ameaçar a paz (argumento 
político).
•	 O fato de que países que não 
adotassem condições humanas de 
trabalho seriam um obstáculo para 
a obtenção de melhores condições 
em outros países que adotassem 
tais condições (argumento 
econômico).
Pós-Graduação | Unicesumar
31
Perceba que somente um dos argumen-
tos, de fato, apresenta-se como legítimo do 
ponto de vista da proteção ao trabalhador. Os 
dois últimos são mais voltados aos próprios 
interesses da elite da época, afinal, não seguir 
estes princípios acarretaria perdas econômi-
cas significativas, além de ampliar o risco de 
uma inversão, ou mesmo, do compartilha-
mento de poder, algo inaceitável para quem 
se encontra em uma posição privilegiada em 
nossa sociedade moderna.
Esta é a dura realidade, caro aluno. Mesmo 
nos modernos dispositivos legais que versam 
sobre a preservação da saúde e da integrida-
de física dos trabalhadores, existe o jogo de 
interesses das classes dominantes. O verda-
deiro pano de fundo desta questão está no 
equilíbrio econômico e de forças políticas 
destas classes, ficando o aspecto humanís-
tico como “máscara” deste processo.
Não quero convencê-lo sobre este 
ponto de vista, aliás, sinta-se a vontade para 
questioná-lo. As atuais diretrizes e normas 
sobre Segurança do Trabalho são bastan-
te eficientes e possuem valores humanistas 
suficientemente inseridos. No caso particular 
do Brasil, por exemplo, a sociedade organi-
zada participa da criação destas normas, da 
mesma forma que tem poder, por exemplo, 
para sugerir leis ou mesmo, destituir do poder 
seus representantes. Entretanto, pense bem: 
Você alguma vez foi chamado para partici-
par destas discussões ou já conheceu alguém 
que tenha sido convidado? 
Provavelmente esta pergunta terá res-
posta negativa de sua parte. Ficaria feliz caso 
você respondesse “sim”, mas, por conhecer 
as formas populares de participação nas de-
cisões do Estado, fica difícil acreditar nesta 
hipótese e mais difícil ainda acreditar em 
instrumentos legais validados pelos benefi-
ciários, ou seja, legitimados.
Não sou radical em meu posicionamento 
e reconheço haver a participação popular nos 
processos decisórios, mas você há de convir 
que esta participação é limitada às decisões 
marginais. Em outras palavras, você não “bate o 
martelo” em uma questão de maior relevância. 
Isto acontece no que tange aos dispositivos 
legais sobre Saúde e Segurança do Trabalho.
Seguranca no Trabalho
32
conforme discutido, o Brasil é um dos países signatários das Convenções da OIT sobre Saúde Ocupacional e 
Segurança do Trabalho. A partir da década 
APLICAÇÃO DE PRINCÍPIOS 
E DIRETRIZES DE SEGURANÇA E SAÚDE NO 
TRABALHO NO BRASIL
de 1920 até os dias atuais, o Brasil possui 
como diretrizes norteadoras das práticas de 
Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional 
as seguintes convenções (Quadro 1).
Pós-Graduação | Unicesumar
33
Quadro 1 – Convenções da Organização 
Internacional do Trabalho – OIT ratificadas e 
aplicadas no Brasil.
•	 Convenção	nº	103	–	Amparo	à	maternidade.
•	 Convenção	nº	116	–	Proteções	a	radiações	ionizantes.
•	 Convenção	nº	127	–	Peso	máximo	para	carga.
•	 Convenção	nº134	–	Prevenção	de	acidentes	de	trabalho	dos	
marítimos.
•	 Convenção	nº	136	–	Proteção	contra	os	riscos	de	intoxicação	
provocados	pelo	benzeno.
•	 Convenção	nº	139	–	Prevenção	e	controle	de	riscos	profis-
sionais	causados	por	substância	ou	agentes	cancerígenos.	
•	 Convenção	nº	148	–	Proteção	dos	trabalhadores	contra	os	
riscos	devidos	à	contaminação	do	ar,	ao	ruído	e	às	vibrações	
no	local	de	trabalho.
•	 Convenção	nº	152	–	Segurança	e	higiene	nos	trabalhos	
portuários.
•	 Convenção	nº	155	–	Segurança	e	saúde	dos	trabalhadores	e	
do	meio	ambiente	de	trabalho.
•	 Convenção	nº	159	-	Reabilitação	profissional	e	emprego	de	
pessoas	deficientes.
•	 Convenção	nº	161	–	Serviços	de	saúde	no	trabalho.
•	 Convenção	nº	162	–	Utilização	do	asbesto	com	segurança.
•	 Convenção	nº	163	–	Proteção	da	saúde	e	assistência	médica	
aos	trabalhadores	marítimos.
•	 Convenção	nº	167	–	Segurança	e	saúde	na	construção.
•	 Convenção	nº	170	–	Segurança	na	utilização	de	produtos	
químicos	no	trabalho.	e,
•	 Convenção	nº	182	–	Proibição	das	piores	formas	de	trabalho	
infantil	e	ação	imediata	à	sua	eliminação.	
Fonte: Elaboração do Autor (2014).
Ademais, dois importantes instrumen-
tos legais de destaque, que antecederam 
à Constituição Brasileira de 1988, foram o 
Decreto-Lei 5.452/1943 (BRASIL, 1943)11 
11 BRASIL, lei n. 5.452 de 1° de Maio de 1943. aprova a consolidação das 
leis do trabalho. Brasília, 1943. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm>. Acesso em 11. Mai. 2012.
e a Lei 6.514/1977 (BRASIL, 1977)12. 
Respectivamente tratam da Consolidação 
das Leis Trabalhistas – CLT e da Lei que 
altera o Capítulo V da CLT, aprimorando os 
princípios e diretrizes sobre Segurança do 
Trabalho.
Ambas as legislações apresentaram-se 
como avanços, logicamente, considerando 
o pano de fundo discutido no item anterior. 
Contudo, não há como negar que estas duas 
legislações, em especial, auxiliaram na con-
solidação dos atuais dispositivos legais de 
preservação da saúde e da integridade física 
dos trabalhadores.
Para se ter uma ideia, a Lei 6.514/77 
trata ainda da gestão participativa sobre 
Segurança do Trabalho, algo apenas sus-
citado nas convenções da OIT. Em seu 
texto, esta lei traz as obrigações de cada 
ator envolvido neste sistema de garantia da 
Segurança e Saúde do Trabalhador, não tão 
bem definido como a atual NR-5, que define 
a função e o papel da Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes – CIPA, mas sufi-
ciente enquanto iniciativa.
Ainda, esta lei (6.514/77) traz os primór-
dios das atuais Normas Regulamentadoras 
de Saúde e Segurança do Trabalho – NR´s 
(ABNT apud. ATLAS, 2012), conforme ilustra-
do no Quadro 2.
Quadro 2 – Comparação entre os dispositivos 
12 BRASIL, lei n. 6.514 de 22 de Setembro de 1977. altera o capítulo V do 
titulo ii da consolidação das leis do trabalho, relativo a segurança e me-
dicina do trabalho e dá outras providências.. Brasília, 1977. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em 11. Mai. 2012.
Seguranca no Trabalho
34
da Lei Federal 6.514/77 e as atuais Normas Regulamentadoras – NR´s (ABNT apud. ATLAS, 2012).
Dispositivo Da Lei 6.514/77 NR equivaLeNte
SEÇÃO	III	-	Dos	Órgãos	de	Segurança	e	de	Medicina	do	Trabalho	nas	
Empresas.
NR	4	-	Serviços	especializados	em	Engenharia	de	Segurança	e	em	
Medicina	do	Trabalho.
SEÇÃO	IV	-	Do	Equipamento	de	Proteção	Individual. NR	6	–	Equipamento	de	Proteção	Individual	–	EPI.
SEÇÃO	V	-	Das	Medidas	Preventivas	de	Medicina	do	Trabalho. NR	7	–	Programa	de	Controle	Médico	de	Saúde	Ocupacional	–	PCMSO.
SEÇÃO	XIII	-	Das	Atividades	Insalubres	ou	Perigosas. NR	15	–	Atividades	e	Operações	Insalubres	e	NR	16	–	Atividades	e	
Operações	Perigosas.
Demais	seções. Equivalente	ao	desenvolvimento	das	demais	NR´s.
Fonte: Elaboração do Autor (2014).
Por fim, um dos últimos aspectos históricos que merecem destaque 
é a elevação dos princípios de Segurança e Saúde no Trabalho à di-
reitos universais do cidadão brasileiro, garantido por meio do Artigo 
7° da Constituição Cidadã de 1988 (BRASIL, 1988)13:
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social:
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas 
de saúde, higiene e segurança.
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalu-
bres ou perigosas, na forma da lei.
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, 
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer 
em dolo ou culpa.”
13 BRASIL, constituição da república Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em 11. Mai. 2012.
Pós-Graduação | Unicesumar
35
Posto isto, pode-se afirmar que a lógica his-
tórica da Segurança do Trabalho no Brasil 
ocorreu de maneira semelhante aos países 
europeus, embora o estado de crise social 
não tenha sido provocado primordialmente 
pelas condições indevidas de trabalho. 
A questão da segurança do trabalho foi 
tema secundário às reivindicações trabalhistas 
brasileiras, muito mais pautadas na questão do 
aumento salarial e na luta pelos direitos po-
líticos, especialmente na época da Ditadura 
Militar. Isto se justifica pelo desenvolvimento 
tardio das relações trabalhistas, em compara-
ção com os países europeus, que as instituíram 
com pelo menos 250 anos de antecedência, 
sem quaisquer princípios de segurança do tra-
balho que fossem relevantes.
Para melhorar o entendimento, podemos 
dizer que o Brasil “pegou o bonde andando” 
no que tange ao desenvolvimento de uma 
cultura preservacionista da força de trabalho, 
o que explica, em grande parte, a inexistência 
de crises sociais de grande porte relaciona-
das à questão da Segurança do Trabalho.
Quando falamos a respeito das Normas Re-
gulamentadoras, um dos principais questio-
namentos relaciona-se à sua aplicabilida-
de. Para aqueles que consideram a cultura 
preservacionista, todos os indivíduos que 
exercem atividade laboral, independente 
de seu vínculo devem ser protegidos pelas 
NR’s. E esse foi o entendimento dado pela 
Defensoria Pública do Estado de São Paulo 
em um litígio ocorrido entre funcionários e 
a Prefeitura do interior desse Estado.
A prefeitura alegou à época (2012), que não 
oferecia Equipamentos de Proteção Indi-
vidual (EPI´s) aos funcionários do setor de 
limpeza, levando em consideração que se 
tratava de funcionários estatutários e não 
celetistas. De fato, os dispositivos legais re-
lacionam a obrigatoriedade na adoção das 
NR´s apenas aos celetistas. 
Todavia, os riscos não escolhem vínculos 
empregatícios e segundo a juíza que par-
ticipou do caso, a Prefeitura deveria arcar 
com a responsabilidade do fornecimento 
dos EPI´s e ainda, arcar com indenizações 
relacionadas aos acidentes ocorridos pelo 
não obedecimento das NR´s. Tratou-se de 
um caso onde a saúde e segurança dos tra-
balhadores tiveram mais evidência que os 
princípios legais.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em 
fatos reais.
Seguranca no Trabalho
36
Prezado aluno, chegamos ao final da primeira 
unidade deste material e, com isto, finaliza-
mos a contextualização sobre Segurança do 
Trabalho.
Nesta unidade, abordamos didatica-
mente o conceito sobre trabalho e quais os 
seus principais contextos, ilustrando desde 
os mais perceptíveis (contexto econômico) 
até os mais ocultos (contexto religioso). Você 
percebeu como a contextualização do traba-
lho apresenta-se rica de significados e como 
ela pode ampliar nossos horizontes acerca do 
entendimento sobre Segurançado Trabalho 
e Saúde Ocupacional?
A partir dos conhecimentos adqui-
ridos sobre o Trabalho e seus contextos, 
desenvolvemos uma visão histórica sobre 
o desenvolvimento dos princípios de 
Segurança do Trabalho a partir dos estados 
de crise social.
Novamente reforço que a Segurança 
do Trabalho em si não se originou a partir 
do século XIX, afinal, como visto, existem 
relatos da aplicação de princípios de se-
gurança no trabalho que datam da época 
da Grécia Antiga. Entretanto, tais princípios 
foram desenvolvidos com maior destaque 
e impacto a partir da Revolução Industrial.
Compreendemos ainda quais foram as 
respostas dos Estados àquela situação de 
crise, por meio da análise, principalmente, 
das Convenções sobre Saúde Ocupacional 
e Segurança do Trabalho da Organização 
Internacional do Trabalho – OIT. Revelamos 
e problematizamos o pano de fundo destas 
decisões e chegamos ao consenso de que, 
embora exista o aspecto humanista, o desen-
volvimento destas soluções para situações 
de crise ponderam, com maior peso, os as-
pectos econômicos e políticos.
Por fim, analisamos o desenvolvimen-
to de tais princípios no Brasil e chegamos 
a conclusão que o desenvolvimento dos 
mesmos ocorreu em clima de maior calmaria 
se comparado ao histórico europeu e norte 
americano.
Com estas informações, estamos aptos a 
avançar ao entendimento sobre Segurança 
do Trabalho e Saúde Ocupacional, para pos-
teriormente, inserir estes conhecimentos em 
sua área de atuação. No mais, desejo-lhe bons 
estudos e até a Unidade II!
Considerações Finais
Pós-Graduação | Unicesumar
37
1. Em 1919, a recém-criada Organização 
Internacional do Trabalho inicia a 
elaboração das chamadas Convenções 
Trabalhistas, as quais podem ser 
consideradas como um dos primeiros 
dispositivos de Segurança do Trabalho 
implantados na história. Entretanto, 
analisando o contexto da criação destas 
convenções, pode-se afirmar:
a. ( ) O Brasil participou 
ativamente da criação destas 
convenções, sendo posterior 
signatário, principalmente das 
convenções ligadas aos setores 
econômicos mais pujantes da 
época, ou seja, o portuário/
marítimo e o agropecuário.
b. ( ) A criação das Convenções 
da OIT veio em resposta a 
um cenário de crise o qual 
ameaçava o estado de 
ordem social vigente. Entre 
outras coisas, o levante dos 
movimentos sindicais e das 
correntes socialistas/comunistas 
exigiram que fossem tomadas 
atitudes no sentido de atender 
as reivindicações trabalhistas da 
época. Assim sendo, a criação 
destas Convenções serviu para 
apaziguar os ânimos dos atores 
envolvidos.
c. ( ) Em suma, a OIT constituiu-
se como uma agência de 
fiscalização das condições de 
trabalho nos países signatários 
de sua criação e de suas 
convenções. De acordo com 
os relatos históricos, já no 
início do século XX, a OIT foi 
responsável pela elaboração 
de normas e diretrizes de 
segurança do trabalho, sendo 
que muitas delas perduram até 
os dias atuais.
d. ( ) A Organização Internacional 
do Trabalho foi criada em 1919 
por meio do capítulo XIII do 
Tratado de Verona.
e. ( ) Todas as alternativas estão 
corretas. 
Atividade de Autoestudo
Seguranca no Trabalho
38
2. Historicamente, o desenvolvimento 
dos princípios da segurança do 
trabalho apresentou-se entremeado ao 
desenvolvimento tecnológico advindo 
da Revolução Industrial. Considerando o 
quadro socioeconômico da época e as 
discussões acerca do assunto, realizadas 
em aula, assinale a alternativa correta.
a. ( ) Os princípios de 
segurança do trabalho 
foram desenvolvidos 
paralelamente ao surgimento 
das tecnologias, como 
máquinas e equipamentos. 
Por consequência, o índice 
de acidentes de trabalho não 
teve aumento significativo 
se comparado aos índices do 
século XVIII, período anterior à 
Revolução Industrial. 
b. ( ) O desenvolvimento 
tecnológico de que trata 
o enunciado teve bases 
puramente tecnicistas, em 
defesa do aumento de 
produtividade. Os princípios de 
segurança do trabalho foram 
desenvolvidos tardiamente, 
após a instalação de um 
estado de crise, derivado do 
elevado número de acidentes 
de trabalho. Somaram-se 
a este estado de crise, as 
instabilidades sociais derivadas 
das condições insalubres e 
perigosas de trabalho.
c. ( ) No Brasil, já em 1919, foram 
desenvolvidos mecanismos 
de segurança do trabalho, 
ratificados posteriormente pela 
Organização Internacional do 
Trabalho – OIT.
d. ( ) Os conhecimentos 
sobre segurança do trabalho 
são anteriores à época da 
Revolução Industrial, sendo 
que os primeiros relatos sobre 
estratégias prevencionistas, 
datam da Idade Antiga. Desta 
maneira, é injustificado dizer 
que existiram milhares de 
Pós-Graduação | Unicesumar
39
acidentes, tendo em vista que 
a Segurança do Trabalho, em 
termos de práticas e princípios, 
já se encontrava em sua 
plenitude.
e. ( ) Todas as alternativas 
anteriores estão incorretas.
3. A Segurança do Trabalho é uma 
espécie de ciência com várias matizes 
de análise. Costumeiramente, os 
pesquisadores da área estabelecem 
seu enfoque na análise das técnicas e 
procedimentos de segurança. Contudo, 
em termos humanos, o enfoque sobre 
a significância e os contextos da prática 
laboral ainda carece de maiores análises. 
Sobre o contexto da prática laboral, 
assinale a alternativa correta.
a. ( ) O contexto bíblico da 
prática laboral abrange 
as práticas educacionais 
e demonstram-se como 
importante elemento lúdico de 
ensino sobre o trabalho.
b. ( ) Por meio do contexto 
técnico-científico, torna-
se possível explicar a 
comercialização dos 
excedentes de capacidade, 
qualidade e quantidade de 
trabalho.
c. ( ) Não é possível definir qual 
o contexto principal da prática 
laboral, uma vez que existe, 
em maior ou menor grau, 
a contribuição de todos os 
contextos para a formação 
conceitual sobre o trabalho.
d. ( ) Em termos de 
contextualização histórica do 
trabalho, é correto afirmar que 
houve um desenvolvimento 
tardio das tecnologias 
de produção, tais como 
máquinas e equipamentos, as 
quais vieram a ser produzidas 
na época da Revolução 
Inglesa.
e. ( ) Nenhuma das alternativas 
anteriores está correta.
Seguranca no Trabalho
40
Livro 
Obra: Convenções da OIT (BRASIL, 2002)15.
Sinopse: Sinopse (sic): “A importância da Organização Internacional do 
Trabalho no desencadear de temas estratégicos, garantindo o desen-
volvimento continuado das relações de trabalho no mundo, é ímpar. O 
Ministério do Trabalho e Emprego reconhece e ressalta essa importância 
e é com imenso orgulho que nos esforçamos para ampliar o conhecimen-
to público sobre as convenções da Organização relativas à Segurança e 
Saúde no Trabalho.
A Secretaria de Inspeção do Trabalho – SIT/Departamento de Segurança 
e Saúde no Trabalho – DSST espera com esta iniciativa prosseguir no seu 
foco permanente de atenção, que é a redução significativa dos aciden-
tes de trabalho, com consequente melhoria da qualidade de trabalho.”
Disponível em: <http://por tal .mte.gov.br/data/f i les/
FF8080812BCB2790012BD507F4816CAA/pub_cne_convencoes_oit.pdf >
Acesso em: 10. Ago. 2014.
15 BRASIL. Convenções da OIT. Ministério do Trabalho e Emprego – MTe, Secretaria Nacional de Inspeção do Trabalho 
– SIT. 1ª ed. Brasília: IMPRENSA OFICIAL, 2002, 62p.
Conheça o histórico da Segurança do Trabalho. Acesse:
História da Segurança do Trabalho - http://www.temseguranca.
com/2009/03/historia-da-seguranca-do-trabalho.htmlhttp://www.segurancadotrabalhonwn.com/2011/11/historia-da-segu-
ranca-do-trabalho.html
A história da Segurança (Higiene) do Trabalho - http://www.youtube.
com/watch?v=fITheTfwcyg
Web
Pós-Graduação | Unicesumar
41
O SIGNIFICADO DO TRABALHO
As atuais mudanças desencadeadas pela glo-
balização são de tal forma revolucionárias que 
ultrapassam o bom tecnológico. O ser humano 
está sendo forçado a dar um salto evolucioná-
rio para o qual não teve tempo de se preparar. 
A História nos mostra períodos de inovações 
que exigiram adaptações quanto a conheci-
mentos, atitudes e habilidades, mais ou menos 
intensas, todas sem precedentes. A Revolução 
Industrial é um exemplo clássico. Entretanto, 
a presente metamorfose nos impõe exigên-
cias de tal forma urgentes e volumosas que 
o impacto psicológico e social não pode ser 
ainda completamente avaliado ou previsto, 
pois estamos em meio ao processo. Pode-se 
apenas senti-lo e observá-lo à flor da pele das 
pessoas e das instituições sociais na forma de 
insegurança, opressão e remotas esperanças 
de um futuro melhor.
A busca dessa adaptação tem sido colocada como 
prioritária pelo homem moderno, como condição 
de sobrevivência. Parecem não haver alternati-
vas em curto prazo, a não ser a de interagir com 
o movimento. Empresas e empregados respon-
dem procurando se antecipar às necessidades, 
antevendo novas regras de mercado, propondo 
outras realidades, concretas e virtuais. É preciso 
desenvolver novos valores, tecnologias e pro-
dutos, a fim de alcançar parâmetros mínimos de 
competitividade e subsistência. 
Uma palavra constantemente pronunciada, e 
que se tornou lei, é velocidade. Não basta saber, 
é preciso saber antes. Não basta fazer, é preciso 
fazer antes. Até mesmo o vocabulário de alguém 
atualizado é foco de atenção cuidadosa, visto que 
num período curtíssimo de tempo se torna obso-
leto, diferenciando informados e desinformados. 
É nesse meio ambiente que surge a questão da 
relação do homem com o seu produto. Afirma 
CODO (1995, p. 141) que trabalho é o ato de 
depositar significado humano à natureza. 
Complementa a afirmação ao apontar que, numa 
sociedade baseada na cooperação e na troca, 
trabalho é o ato de depositar significado social 
à natureza. Ao produzir, o homem transforma a 
natureza e é por ela transformado. Seu produto 
o representa e o reapresenta. A própria socieda-
de é criada e tem seus valores modelados pelas 
formas de produção.
Como forma de expressão do homem, o trabalho 
pode ser comparado à arte. É a manifestação de 
algo interno que se apresenta na concretização 
do esforço despendido, expondo crenças, atitu-
des e valores. Esse princípio é válido tanto para 
aquele satisfeito com seu trabalho quanto para o 
insatisfeito. No primeiro caso, o sujeito alienado 
de si mesmo exterioriza seus preceitos de sub-
missão ou acomodação ao sistema. No segundo, 
atualiza seu potencial, no dizer de ROGERS (1961) 
o que o coloca no caminho da individuação, e, 
portanto da realização pessoal.
Gestão de Negócios
42
[...]
O trabalho hoje
Os avanços tecnológicos, em princípio com ob-
jetivos de “humanizar” a vida, têm colocado o 
homem numa situação paradoxal. Se, por um 
lado, é verdade que hoje é possível trabalhar em 
condições mais amenas fisicamente, e até mesmo 
por vezes bastante agradáveis, também é verdade 
que “a ciência manipulada das relações humanas, 
que tenta precisamente dar uma imagem agradá-
vel ao labor, pretende afastar somente o sentido 
de alienação e não a própria alienação” (HELLER, 
1997, p.170). 
Dentro do contexto atual, onde a ameaça à 
territorialidade profissional está presente, a com-
petência é infinita e constantemente testada e os 
mais fortes impulsos competitivos são estimula-
dos, como é possível esperar que se mantenha o 
contato consigo mesmo, como fazia o artesão da 
Idade Média ou o agricultor, através da sintonia 
com produto? Será que o homem ainda espera 
encontrar sentido naquilo que faz ou está defi-
nitivamente cindido? 
Há sintomas evidentes de que a ação mecâni-
ca sem significação tem sido tolerada somente 
dentro do ambiente de trabalho, provavelmente 
pelo que MASLOW apontaria como ligado à sa-
tisfação da necessidade de sobrevivência. Fora 
deste ambiente, entretanto, é que a grande massa 
de trabalhadores dá o melhor de si, executando 
atividades automotivadas que realmente preen-
chem e conduzem à satisfação interna.
 “Trabalho é mais do que emprego, é o ato 
de atribuir significado ao meio, portanto 
a si mesmo e ao outro”. CODO (in DAVEL, 
1995, p.165).
Segundo CODO (in DAVEL, 1995, p.142) para que 
o indivíduo se reconheça e ao outro, é preciso que 
esteja conectado a seu produto e, dessa forma, 
a si mesmo. Já na infância aprendeu a valori-
zar o que faz para interagir, e ao mesmo tempo 
conquistar espaço e afirmação. Ao desconectar-
se, a individualidade se dilui, perante o outro e 
perante o mundo. Sem estes contatos é difícil 
sentir a si próprio. A crise contemporânea, ver-
dadeira epidemia, revela um momento histórico 
ultrapassado, cujas premissas básicas que funda-
mentaram a produção em massa, característica 
de nosso século, caem por terra. Outro século 
começa a despontar, trazendo consigo muito 
mais buscas do que respostas, já que a aliena-
ção permanece subjacente. 
Trecho extraído de CAVALLET, S.R.R. O significa-
do do trabalho. Sanare, 11(11), 1999. Disponível 
em: <www.sanepar.com.br/sanepar/sanare/v11/
Significado/significado.html>. Acesso em: 10 Ago. 
2014.
Pós-Graduação | Unicesumar
43
relato de 
caso
Muitas vezes o Gestor com Pessoas se depara com 
situações onde sua intervenção é necessária no 
auxílio ao reconhecimento dos riscos laborais, 
utilizando-se de metodologias científicas qualita-
tivas, a exemplo da “Análise Preliminar de Riscos”. 
Sobre esta é que desenvolveremos o caso.
De maneira geral, a Análise Preliminar de Riscos 
é uma metodologia quali-quantitativa, ou seja, 
mescla características de análise qualitativa dos 
riscos presentes em um ambiente, ao mesmo 
tempo em que relaciona esses riscos aos dife-
rentes graus de frequência e consequência, de 
maneira que essa gradação é que estabelece a 
prioridade das ações de mitigação dos riscos.
Para se ter uma ideia, a tríade risco-frequência-
consequência pode ter uma gradação iniciando 
pelo nível “desprezível”, onde se verifica que o 
possível acidente causará não mais que um susto, 
até o nível “catastrófico”, onde mortes e danos 
materiais são de grande monta.
Esse caso ocorreu em uma microempresa de 
limpeza industrial e de limpeza pós-obra, de 
pequeno porte com um quadro funcional de 
cinco colaboradores, que estão diretamente alo-
cados na área produtiva. A empresa referenciada 
situa-se na região de Maringá e está enquadrada 
no código e descrição da atividade econômica 
principal 43.30-4-99. Outras obras de acabamento 
da construção, que conforme a CNAE no quadro 
I, da NR 4 (BRASIL, 2008), corresponde ao grau 
de risco 3. 
O processo produtivo é realizado em diversos 
locais internos e externos. Para o processo produ-
tivo são utilizados produtos químicos, máquinas, 
ferramentas, água e energia elétrica.
De maneira geral, os processos se dividem da se-
guinte forma:
•	 Limpeza de pisos (laminados, porcelanatos, 
cerâmicos e imundos – calçadas e pedras);
•	 Limpeza de paredes e esquadrias;
•	 Limpeza de corrimões;
•	 Limpeza de Azulejos;
•	 Limpeza de Banheiros;
•	 Impermeabilização;
•	 Limpeza de estofados à seco; e,
•	 Limpeza em altura (superior aos 2,0 metros).
O levantamento dos riscos fora realizado por meio 
de observações dos ambientes de trabalho e das 
formas como os colaboradores executavam suas 
funções. Registros fotográficos também foram 
obtidos para análises desses postos de trabalho.
“Mas é só isso, professor?” –Você deve estar se 
perguntando, não é mesmo! Pois lhe digo que 
é só isso sim! Basta uma câmera fotográfica e 
logicamente o conhecimento sobre os riscos am-
bientais e sobre a metodologia, que tudo fica fácil. 
Mas, como esta metodologia foi aplicada neste 
caso? Peço para que observe o quadro a seguir, 
o qual é uma APR da função “Limpeza de pisos 
(laminados, porcelanatos, cerâmicos e imundos 
– calçadas e pedras)”.
Gestão de Negócios
44
relato de 
caso
aNáLise pReLimiNaR De Riscos - apR pRoceDimeNtos opeRacioNais e De seguRaNça Do tRabaLho
empresa: OlINI	&	VAlADÃO	lTDA aNo:	2014
tarefa a ser exwecutada: lIMPEzA	DOS	PISOS	(lAMINADO,	CERâMICA	E	PORCElANATO) campo De apLicação:	Serviços	de	limpeza
Riscos	Pontenciais Efeito Categoria	/	Classe	Risco
Medidas	Preventivas	ou	
Corretivas
EPI’s EPC’s
Máquinas	/	Ferramentas	
e	Materias
a. Riscos Físico
•	 Ruido	e	umidade.
b. Risco químico
•	 Poeira;
•	 Produtos	químicos.
c. Risco biológico
•	 Não	se	aplica.
d. Risco ergonômico
•	 Postura	inadequada,	rit-
mo	repetitivo	e	transporte	
de	peso.
e. Riscos de acidente
•	 Queda	no	piso	molhado.
a. Riscos Físico
•	 Problema	auditivo;
•	 Resfriados	e	contamina-
ção	indireta	por	absorção	
cutãnea.
b. Risco químico
•	 Irritações,	alergias	de	pele	
e	problemas	pulmonares.
c. Risco biológico
•	 Não	se	aplica.
d. Risco ergonômico
•	 Doenças	relacionadas	
à	coluna	vertebral,	
membros	superiores	
e	inferiores	(pernas	e	
braços).
e. Riscos de acidente
•	 Hermatomoas,	fraturas,	e	
cortes.
a. Riscos Físico
•	 Marginal.
b. Risco químico
•	 Marginal.
c. Risco biológico
•	 Não	se	aplica.
d. Risco ergonômico
•	 Marginal.
e. Riscos de acidente
•	 Crítica.
a. Riscos Físico
•	 Uso	correto	de	EPI’S.
b. Risco químico
•	 Uso	correto	de	EPI’S.
c. Risco biológico
•	 Não	se	aplica.
d. Risco ergonômico
•	 Adotar	postura	adequa-
da,	realizar	revezamento	
dos	braços	durante	a	exe-
cução	da	tarefa,	utilizar	
carrinho	adequada	para	
transporte	de	peso	e	deve	
ser	incluídas	pausas	para	
descanso.
e. Riscos de acidente
•	 Redobrar	a	atenção	no	
ambiente,	utilizar	equi-
pamento	adequado.
•	 Óculos	de	proteção	
de	policarbonato	
de	ampla	visão;
•	 protetor	auditivo;
•	 Máscara	respirató-
ria	com	filtro	para	
vapores	orgãnicos	
(para	o	uso	do	
Refine	lP);
•	 luvas	de	látex	
nitrílico;
•	 Uniforme;
•	 Avental	imperme-
ável	de	PVC;
•	 Botas	de	OVC	
antiderrapante.
•	 Sinalização	
de	segurança	
“piso	molha-
do”.
•	 Rodo	de	alumínio;
•	 Aspirador	de	pó;
•	 Algodão	com	acetona;
•	 Detergente	neutro	
concentrado;
•	 Água;
•	 Produto	luster	lP;
•	 Produto	Refine	lP;
•	 Disco;
•	 Espátula;
•	 Bucha;
•	 Máquina	conservadora	
de	piso.
Fonte: OLINI e COSTA (2014).
Pós-Graduação | Unicesumar
45
relato de 
caso
Pela análise do quadro, você pode perceber que a cada risco associa-se um 
efeito indesejado, uma categorização (desprezível, marginal, crítica ou catas-
trófica), as medidas preventivas e os instrumentais associados (Equipamentos 
de proteção individual e coletiva, máquinas, ferramentas e materiais). Veja 
ainda que aqui não se verifica nada de quantitativo. Apenas se verifica a 
descrição e a categorização dos riscos, as quais variam de acordo com o cri-
tério do observador.
Por isso, caro aluno, lhe digo: Qualquer pessoa que tenha conhecimento 
sobre os riscos laborais pode fazer uma APR e o diferencial disso é que se trata 
de uma metodologia rápida e eficiente, que antevê os riscos do ambiente.
O resultado desse caso pode ser traduzido pelo próprio quadro e pelos 
demais quadros, das demais funções. Para cada função, medidas preventi-
vas foram elencadas e a aceitação de tais medidas foi grande na empresa 
estudada.
Elaborado pelo autor, baseado em OLINI, M.G.; COSTA, T.R. Estudo dos riscos 
ambientais de uma empresa de limpeza pós-obra da região de Maringá-
PR. Monografia: Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do 
Trabalho – Universidade Estadual de Maringá. 2014. 90p.
2 SEGURANÇA DO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL
Prof. Me. Tiago Ribeiro da Costa
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará 
nesta unidade:
•	 Segurança do trabalho: conceitos;
•	 Atores envolvidos no sistema de segurança do tra-
balho e saúde ocupacional;
•	 Mecanismos que regem as ações de segurança do 
trabalho e saúde ocupacional;
•	 Revisitando o conceito de riscos associados à prática 
laboral;
•	 Principais ferramentas da segurança do trabalho.
objetivos de aprendizagem
•	 Demonstrar aos acadêmicos conceitos, definições, prin-
cípios e principais mecanismos associados à Segurança 
do Trabalho e Saúde Ocupacional
•	 Estabelecer uma ligação, em nível de ação, do futuro 
Gestor com Pessoas com as principais ferramentas, estraté-
gias e metodologias utilizadas na Segurança do Trabalho.
•	 Permitir com que o futuro Gestor com Pessoas compre-
enda as principais estratégias aplicadas no sentido de 
detectar, delimitar e reduzir/eliminar riscos laborais.
Caro aluno, chegamos praticamente à metade de nossos estudos 
sobre Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional. O interessan-
te é que nós não fizemos o estudo direto sobre o tema, da maneira 
clássica, e garanto que você já possui uma ideia acerca do tema, 
dadas as discussões da unidade anterior. Isto se chama “construção 
do conhecimento”.
Dando continuidade a esse processo, nessa unidade, trabalharemos 
o cerne sobre Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional, traba-
lhando sua definição (o que é), quais os instrumentos que regem 
as ações de Segurança e Saúde Ocupacional (o que rege) e quais 
os atores que estão envolvidos nesse processo (por quem e para 
quem é feito).
Além disso, diante dos instrumentos que regem a Segurança 
do Trabalho, exercitaremos a discussão sobre as Normas 
Regulamentadoras – NR´s, definindo-as e aproximando nosso dis-
curso da área de Gestão com Pessoas, afinal, mesmo que a Segurança 
do Trabalho ainda seja genérica (somente em alguns casos, como 
na Construção Civil, as normas são específicas), é necessário enten-
der como esse tema se insere no universo de trabalho do Gestor 
com Pessoas.
Aliás, considerando essa discussão inicial, você sabe qual é o seu 
papel, como Gestor com Pessoas atuando no “bureau” de Segurança 
do Trabalho e Saúde Ocupacional? Caso não saiba nesse instan-
te, não desanime, pois iniciaremos a discussão desse tema nessa 
unidade.
Vamos prosseguir com nossos estudos?
Seguranca no Trabalho
48
De alguma maneira, você formou seu conhecimento acerca do assunto que estamos tratando por meio de 
seu conhecimento tácito, ou seja, de suas 
próprias visões e experiências de vida e por 
meio da discussão da Unidade I.
Exercitando, a minha maneira, construi-
ria o conceito sobre Segurança do Trabalho 
da seguinte forma:
1. Para quê é feito: Se o título do tema 
é “Segurança do trabalho” e se 
discutimos ao longo da Unidade 
I o que é o trabalho e quais são 
os contextos, depreende-se que 
se trata de algo relacionado à 
aplicação de estratégias que 
garantam a integridade física e 
a saúde no exercício de alguma 
SEGURANÇA DO TRABALHO: 
CONCEITOS
Pós-Graduação | Unicesumar
49
atividade que modifique o ambiente 
para o atendimento de nossas 
necessidades, ou seja, no exercício 
do trabalho;
2. Para quem é feito: Verificamos a 
existência de um ator importante, 
o ser humano, na execução dos 
trabalhos. Dada esta relação, fica 
explícito que para este protagonista, 
os princípios de segurança do 
trabalho são feitos;
3. Por quem é feito: Pelos Governos? 
Por entidades? Por força popular? 
Seria mais interessante descrever 
que os princípios de Segurança do 
Trabalho e Saúde Ocupacional são 
feitos pelos próprios seres humanos,na percepção de que o exercício de 
uma atividade traz riscos à saúde e 
a segurança de quem exerce este 
trabalho.
4. O que rege: Nós não discutimos 
os temas da Unidade I por mero 
capricho. Analisando aquele 
conteúdo fica nítido que existem 
mecanismos legais que regem as 
ações de Segurança do Trabalho 
e Saúde Ocupacional. No caso 
brasileiro, por exemplo, as leis 
federais 5.452/1943 e 6.514/1977 
são as principais. Inclusive, esta 
última lei, já prevê em seu escopo 
a criação de normas específicas aos 
diversos segmentos econômicos (as 
NR´s).
Perceba que, somente resgatando as discus-
sões da unidade anterior, já conseguimos 
estabelecer uma discussão inicial acerca do 
que seja Segurança do Trabalho.
Entretanto, uma questão que pode vir 
a sua mente é a seguinte: Por que se define 
somente a Segurança do Trabalho se o tema é 
“Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional”?
O tema “Saúde Ocupacional” encontra-
se implícito no grande tema “Segurança do 
Trabalho”. Mesmo em termos de áreas de 
conhecimento reconhecidas pelo Conselho 
Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento 
Científico – CNPq, a referência que se faz ao 
tema é “Segurança e Saúde do Trabalho”.
Não se quer dizer com isso que a saúde é 
tema secundário. Pelo contrário, tem o mesmo 
nível de importância que as estratégias de 
segurança no trabalho. Ambos os temas 
Seguranca no Trabalho
50
são indissociáveis, ou seja, não se consegue 
cumprir com os princípios de Segurança do 
Trabalho sem considerar a manutenção de um 
ambiente saudável no trabalho e vice-versa.
Ainda no campo da conceituação sobre 
o tema, faça o seguinte exercício: Digite no 
buscador de páginas de internet de sua pre-
ferência o termo “definição sobre Segurança 
do Trabalho”. Fazendo este exercício, encon-
trei cerca de 1,5 milhões de resultados.
Apenas consultando os resultados da pri-
meira página, notei que existem algumas 
coisas em comum entre os diferentes concei-
tos. Creio que você também deve ter notado. 
Listando as palavras ou termos de maior ocor-
rência, temos: a) conjunto de estratégias; b) 
eliminação/minimização de riscos; c) prote-
ção física do trabalhador; e, d) preservação 
da saúde do trabalhador.
Mesmo em minha tentativa de concei-
tuar o assunto, na página anterior, utilizei 
de alguns termos que estão listados acima. 
Desta forma, vou apresentar uma definição 
que utilizo em minhas aulas. Esta definição 
é uma adaptação formada por elementos 
de definições de outros autores, a qual julgo 
adequada para definir o tema. Veja se você 
concorda com a mesma:
Esta definição não é absoluta e espero 
que você possa me ajudar a complementá-la 
com seu saber, afinal, estamos mesmo em um 
processo de construção do conhecimento.
Podemos trabalhar um pouco mais em 
cima desta definição, antes de passarmos ao 
próximo tema: Veja que esta definição se utiliza 
do termo “conjunto de ciências e tecnologias”. 
De fato, a Segurança do Trabalho é trans e mul-
tidisciplinar. É aplicada nos vários campos da 
atividade humana e depende destes para a 
formação de seu arcabouço teórico.
Considerando a área de Gestão com 
Pessoas, perceba que não existe uma norma 
regulamentadora – NR, específica. Talvez a que 
mais se aproxime é a NR-5, que trata sobre a 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
- CIPA. Contudo, os princípios de Segurança 
do Trabalho devem ser plenamente aplicados 
nas atividades relacionadas à área e esta, por 
sua vez, poderá contribuir para a formação de 
normas específicas, como vem acontecendo, 
por exemplo, com o setor da panificação.
Até os dias atuais, a NR 12 – Segurança 
do Trabalho em Máquinas e Equipamentos 
regia a Segurança do Trabalho nas instalações 
industriais de maneira geral. Contudo, desde 
2010, a tendência é que sejam criadas novas 
normas específicas para setores industriais dis-
tintos, como foi o caso da NR-36 (Segurança 
e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate 
e Processamento de Carnes e Derivados). Não 
significa o desmembramento da NR, tampou-
co o desuso da NR 12 neste setor, mas toda 
a especificação, derivada da experiência pro-
fissional dos trabalhadores, é bem vinda e 
“Trata-se de um conjunto de ciências e tecnologias 
que visam à preservação da saúde e da integridade 
física do trabalhador no desenvolvimento de suas 
atividades. A diminuição dos riscos laborais é seu 
principal objeto. Por consequência, também há a di-
minuição dos acidentes de trabalho e das doenças 
ocupacionais.”
Pós-Graduação | Unicesumar
51
efetiva em sua missão de preservação da in-
tegridade física e da saúde dos trabalhadores.
Considerando este ponto, reflita:
Pense em sua área de atuação como 
Gestor com Pessoas. Você sabe que 
não existe nenhuma norma específica 
à sua profissão, dentre as NR´s. Você 
acha necessária a criação de uma NR 
específica?
Se você estiver pensando desta forma, 
eu não tiro sua razão, mas a função de um 
professor sempre é provocar, não é? Olhe 
esta questão por seu lado positivo: Mesmo 
que não tenhamos discutido sobre as NR´s 
(mecanismos que regem os princípios de 
Segurança do Trabalho), você já está sabendo 
que elas existem. Estou simplesmente agu-
çando sua curiosidade para consulta-las.
Voltando a discussão, existe mais um ele-
mento na definição que merece destaque: Os 
riscos laborais. Tais riscos se configuram como 
elementos potencializadores de um evento 
indesejado na prática laboral. Tratam-se de 
cinco classes de riscos, a saber (Figura 1):
Que professor apressado! Eu nem conheço 
todas as NR´s para afirmar se seria necessário 
a criação de alguma norma específica para a 
área de Gestão com Pessoas!
Figura 1- Categorias de riscos laborais.
Fonte: Elaboração do Autor (2014)
Seguranca no Trabalho
52
Por meio da Figura 1 verificamos a exis-
tência dos riscos físicos, químicos, biológicos, 
ergonômicos e de acidentes propriamen-
te ditos. Os exemplos ilustrados são os 
mais comuns de se ocorrer no exercício do 
trabalho. 
Além disso, estes riscos encontram-se 
definidos e exemplificados por meio da 
Não somente os riscos laborais e os aci-
dentes de trabalho são preocupantes, mas 
também as doenças desenvolvidas no 
exercício do trabalho. As doenças profis-
sionais continuam sendo as principais cau-
sas das mortes relacionadas com o traba-
lho, segundo a Organização Internacional 
do Trabalho (OIT). Segundo estimativas de 
2013 da OIT, de um total de 2,34 milhões 
de acidentes mortais de trabalho a cada 
ano, somente 321 mil se devem a aciden-
tes. As restantes 2,02 milhões de mortes 
são causadas por diversos tipos de enfer-
midades relacionadas com o trabalho, o 
que equivale a uma média diária de mais 
de 5.500 mortes. Trata-se de um déficit 
inaceitável, afirma a agência da ONU.
A ausência de uma prevenção adequada das 
enfermidades profissionais tem profundos 
efeitos negativos não somente nos traba-
lhadores e suas famílias, mas também na 
sociedade devido ao enorme custo gerado, 
particularmente no que diz respeito à perda 
de produtividade e a sobrecarga dos siste-
mas de seguridade social.
Fonte: OIT (2013). Disponível em: <http://
www.onu.org.br/oit-um-trabalhador-morre
-a-cada-15-segundos-por-acidentes-ou-do-
encas-relacionadas-ao-trabalho/>. Acesso 
em: 10 Ago. 2014.
NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais – PPRA, a qual estabelece a obri-
gatoriedade de elaboração e implementação 
por parte de todos os empregadores, deste 
programa, que visa preservação da saúde e 
integridade física por meio da antecipação, 
reconhecimento, avaliação e controle dos 
riscos ambientais (ABNT apud. ATLAS,2012). 
Pós-Graduação | Unicesumar
53
reiterando nossas discussões anteriores, a segurança do trabalho é feita por seres humanos para seres humanos, diante 
de uma prática laboral e de conhecimentos 
ATORES ENVOLVIDOS NO SISTEMA 
DE SEGURANÇA DO TRABALHO E 
SAÚDE OCUPACIONAL
específicos (trans e multidisciplinares).
Para facilitar o entendimento sobre os 
atores que estão envolvidos nesta questão, 
acompanhe o Quadro 3.
Seguranca no Trabalho
54
Quadro 3 – Atores envolvidos no Sistema de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional.
eLemeNto comeNtáRios
empregado
Trata-se	da	pessoa	física	que	presta	serviços	de	natureza	não	esporádica	ao	empregador,	sob	a	dependência	deste	
e	mediante	salário	(NR	2	–	ABNT	apud.	ATlAS	2012).
empregador
Empresa	individual	ou	coletiva	que,	assumindo	os	riscos	da	atividade	econômica,	admite,	assalaria	e	dirige	a	
prestação	pessoal	de	serviços.	Também	são	considerados	empregadores	profissionais	liberais	e	instituições	sem	
fins	lucrativos	que	admitam	empregados	(NR	2	–	ABNT	apud.	ATlAS	2012).
engenheiro de segurança 
do trabalho
É	o	ramo	da	engenharia	responsável	por	prevenir	riscos	à	saúde	e	à	vida	do	trabalhador.	O	engenheiro	de	
segurança	do	trabalho	tem	a	função	de	assegurar	que	o	trabalhador	não	corra	riscos	de	acidentes	em	sua	
atividade	profissional,	sejam	eles	danos	físicos,	sejam	danos	psicológicos.	Esse	profissional	administra	e	fiscaliza	
a	segurança	no	meio	industrial,	organiza	programas	de	prevenção	de	acidentes,	elabora	planos	de	prevenção	de	
riscos	ambientais,	faz	inspeções	e	emite	laudos	técnicos.	Assessora	empresas	em	assuntos	relativos	à	segurança	e	
higiene	do	trabalho,	examinando	instalações	e	os	materiais	e	processos	de	fabricação	utilizados	pelo	trabalhador.	
Orienta	a	Comissão	Interna	de	Prevenção	de	Acidentes	(CIPA)	das	companhias	e	dá	instruções	aos	funcionários	
sobre	o	uso	de	equipamentos	de	proteção	individual.	Pode,	ainda,	ministrar	palestras	e	treinamentos	e	imple-
mentar	programas	de	meio	ambiente	e	ecologia.	(GUIA	DO	ESTUDANTE,	2012)1.
médico do trabalho
Profissional	habilitado	por	conselho	de	classe,	formado	em	medicina	e	especializado	no	ramo	“medicina	do	
trabalho”.	É	responsável	por	monitorar	e	realizar	acompanhamentos	sobre	a	saúde	dos	empregados	em	uma	
determinada	empresa.	A	ele	cabe,	por	exemplo,	os	exames	admissionais,	de	mudança	de	função,	demissionais	e	
a	planificação	e	execução	do	Programa	de	Controle	Médico	e	Saúde	Ocupacional.
enfermeiro do trabalho
Profissional	de	nível	superior,	especializado	na	área	de	Enfermagem	do	Trabalho	e	registrado	em	conselho	de	
classe	específico.	Este	profissional	atua	na	coordenação	do	setor	de	enfermagem	nas	empresas,	nas	situações	
de	emergência	e	nos	processos	de	orientação	e	capacitação,	além	de	prestar	consultoria	nos	planejamentos	de	
educação	sanitária	e	avaliação	da	saúde	ocupacional.
técnico de segurança do 
trabalho
Profissional	de	nível	técnico	que	possui	atribuições	definidas	pela	Portaria	nº	3.275/89,	do	Ministério	do	Trabalho.	
Dentre	estas	destacam-se	a	informação	do	empregador	e	dos	trabalhadores	sobre	os	riscos	presentes	no	ambien-
te	de	trabalho	e	a	promoção	de	campanhas	e	outros	eventos	de	divulgação	das	normas	de	segurança	e	saúde	no	
trabalho,	além	do	estudo	dos	dados	estatísticos	sobre	acidentes	e	doenças	relacionadas	ao	trabalho.
técnicos e auxiliares de 
enfermagem do trabalho
Estes	profissionais	prestam	apoio	às	atividades	preventivas	de	acidentes	nas	mais	diversas	áreas	de	sua	atua-
ção,	como	administração	de	vacinas,	palestras,	orientações	aos	trabalhadores	e	verificação	de	sinais	vitais.	São	
responsáveis	ainda	para	executar	medidas	emergenciais	em	casos	de	acidentes,	prevenindo	agravos	à	saúde	do	
trabalhador,	quando	não	houver	outro	profissional	de	maior	habilidade.
comissão participativa 
(tripartite) sobre se-
gurança do trabalho e 
saúde ocupacional
Trata-se	de	uma	comissão	formada	por	representantes	do	poder	público,	dos	empregadores	e	dos	empregados	
(geralmente	entidades	da	sociedade	civil	organizada,	como	sindicatos).	Esta	comissão	é	acionada	quando	da	
revisão	das	NR´s	existentes	e/ou	para	a	criação	de	novos	dispositivos	norteadores	de	estratégias	de	Segurança	
do	Trabalho	e	Saúde	Ocupacional.	Esta	comissão	valida	as	propostas	geradas	pelas	câmaras	temáticas,	que	são	
responsáveis	pela	elaboração	dos	dispositivos	validados	pela	comissão.
Fonte: Elaboração do Autor (2014)1.
1 GUIADOESTUDANTE.ABRIL.COM. Descrição sobre o profissional de Engenharia de Segurança do Trabalho. Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/
profissoes/engenharia-producao/engenharia-seguranca-trabalho-602980.shtml>.
Pós-Graduação | Unicesumar
55
Em princípio, pela análise do Quadro 3, 
parece que não há espaço para a atuação 
do Gestor de Pessoas neste conjunto. E de 
fato isto é verdade, quando consideramos as 
atividades exclusivas aos profissionais acima 
elencados. Aliás, configuraria-se como in-
fringimento do código de ética profissional 
se o Gestor com Pessoas fosse o responsá-
vel técnico pelo Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais - PPRA ou pelo Programa 
O Gestor com Pessoas deve participar ati-
vamente dos processos junto à Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, 
ou junto aos Serviços Especializados em 
Segurança e Medicina do Trabalho – SES-
MT, prestando assessoria técnica nas áreas 
do conhecimento que não são de domínio 
dos profissionais componentes daqueles 
serviços. 
COSTA, T.R. Segurança do Trabalho e Multidis-
ciplinariedade. IV Congresso Iberoamericano 
de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacio-
nal. Anais... Belo Horizonte, 2012. p.639-648.
de Controle Médico e Saúde Ocupacional 
- PCMSO.
Entretanto, isto não exclui a participação 
deste profissional, o qual terá importante 
função nos processos de capacitação e orien-
tação de empregados e empregadores e no 
processo de levantamento de riscos associa-
dos à ação humana, subsidiando as decisões 
de um Engenheiro de Segurança do Trabalho, 
por exemplo.
Seguranca no Trabalho
56
alguns destes mecanismos já foram citados ao longo do texto, como as Leis, Decretos e Normas 
Regulamentadoras. Entretanto, outros me-
canismos também merecem destaque. Desta 
forma, fazendo um apanhado de todos os 
mecanismos envolvidos na promoção da 
Segurança do Trabalho, têm-se:
a. As próprias Leis, as quais estabelecem 
as diretrizes da ação;
b. Decretos, os quais regulamentam as 
leis (como serão aplicadas);
c. Portarias, editadas pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego no sentido de 
adicionar e/ou alterar as disposições 
das normas regulamentadoras – NR´s;
d. Instruções normativas, as quais definem 
regras de condução dos trabalhos e 
dos processos, considerando atividades 
altamente específicas; e,
e. Normas Regulamentadoras – 
NR´s, que apresentam o conjunto 
de instruções e regras voltadas à 
promoção da Segurança do Trabalho 
e Saúde Ocupacional em todas 
as atividades listadas no Cadastro 
Nacional de Atividades Econômicas 
– CNAE (IBGE) e/ou em áreas 
específicas (caso da construção civil).
MECANISMOS QUE REGEM 
AS AÇÕES DE SEGURANÇA 
DO TRABALHO E SAÚDE 
OCUPACIONAL
Pós-Graduação | Unicesumar
57
Além de conversamos sobre as normas quero lhe propor algo di-
ferente. Analise o Quadro 4. Veja que ele tem três colunas, sendo a 
primeira com a descrição da NR e as duas últimas, colunas em branco, 
as quais exigem uma resposta de sua parte, caro aluno. Na segunda 
coluna, responda SiM ou não para a pergunta “Nós já vimos esta norma 
no texto?”. Por sua vez, na terceira coluna, também responda SiM ou 
não para a pergunta “Será que eu, como Gestor de Pessoas, tenho co-
nhecimentos e habilidades para auxiliar na aplicação desta norma?”. Não se 
preocupe se sua resposta será consideradacerta ou errada, até porque 
nós não discutimos minimamente sobre o conteúdo de cada norma. 
O que vale são suas percepções acerca do tema da NR. Vamos lá?
Professor, e quais são estas normas regulamentadoras?
Seguranca no Trabalho
58
DescRição Da NoRma ReguLameNtaDoRa peRguNta a peRguNta b
NR	1-	Disposições	Gerais Ex.	Não Ex.	sim
NR	2	–	Inspeção	Prévia
NR	3	–	Embargo	e	Interdição
NR	4	–	Serviço	Especializado	em	Segurança	e	Medicina	do	Trabalho
NR	5	–	Comissão	Interna	de	Prevenção	de	Acidentes	–	CIPA
NR	6	–	Equipamentos	de	Proteção	Individual	–	EPI´s
NR	7	–	Programa	de	Controle	Médico	de	Saúde	Ocupacional	–	PCMSO
NR	8	–	Edificações
NR	9	–	Programa	de	Prevenção	de	Riscos	Ambientais	–	PPRA
NR	10	–	Segurança	em	Instalações	e	Serviços	em	Eletricidade
NR	11	–	Transporte,	movimentação,	armazenagem	e	manuseio	de	materiais
NR	12	–	Máquinas	e	Equipamentos
NR	13	–	Caldeiras	e	Vasos	de	Pressão.
NR	14	–	Fornos
NR	15	–	Atividades	e	Operações	Insalubres
NR	16	–	Atividades	e	Operações	Perigosas
NR	17	–	Ergonomia
NR	18	–	Condições	e	meio	ambiente	de	trabalho	na	Indústria	da	Construção
NR	19	–	Explosivos
NR	20	–	líquidos	Combustíveis	e	Inflamáveis
NR	21	–	Trabalho	a	céu	aberto
NR	22	–	Segurança	e	Saúde	Ocupacional	na	Mineração
NR	23	–	Proteção	Contra	Incêndios
NR	24	–	Condições	Sanitárias	e	de	Conforto	nos	locais	de	trabalho
NR	25	–	Resíduos	Industriais
NR	26	–	Sinalização	de	Segurança
NR	27	–	Registro	profissional	do	Técnico	de	Segurança	do	Trabalho	no	Ministério	do	Trabalho
NR	28	–	Fiscalização	e	Penalidades
NR	29	–	Norma	Regulamentadora	de	Segurança	e	Saúde	no	Trabalho	Portuário
NR	30	–	Segurança	e	Saúde	no	trabalho	Aquaviário
NR	31	–	Segurança	e	Saúde	no	Trabalho	na	Agricultura,	Pecuária,	Silvicultura,	Exploração	Florestal	e	Aquicultura
NR	32	–	Segurança	e	Saúde	no	Trabalho	em	Serviços	de	Saúde
NR	33	–	Segurança	e	Saúde	nos	trabalhos	em	espaços	confinados
NR	34	-	Condições	e	meio	ambiente	de	trabalho	na	indústria	da	construção	e	Reparação	Naval
NR	35	–	Trabalho	em	Altura
NR	36	-	Segurança	e	Saúde	no	Trabalho	em	Empresas	de	Abate	e	Processamento	de	Carnes	e	Derivados
Fonte: Elaboração do Autor (2014).
Quadro 4 – Normas Regulamentadoras 
de Segurança do Trabalho e Saúde 
Ocupacional e verificação de conhecimen-
tos por parte do aluno (Pergunta A: “Nós já 
vimos esta norma no texto?” e Pergunta B: 
“Será que eu, como Gestor de Pessoas, tenho 
conhecimentos e habilidades para auxiliar na 
aplicação desta norma?”).
Pós-Graduação | Unicesumar
59
Achou esta atividade difícil? Provavelmente 
sim, pois só os títulos das NR´s, em alguns casos, 
não fazem justiça ao seu conteúdo. Entretanto 
esta dinâmica que nós trabalhamos foi pro-
posital, para incentivá-lo a descobrir, por si só, 
quais seus futuros caminhos de atuação como 
Gestor com Pessoas na área de Segurança do 
Trabalho e Saúde Ocupacional.
Desta forma, se você é um aluno proativo, 
característica exigida pelo mercado de tra-
balho, antes de realizar o preenchimento do 
Quadro 4, provavelmente buscou informações 
em outras fontes. Parabéns por esta atitude, 
mas se você não fez isso, não fique chateado. 
Ao final desta unidade, no item “Na Web” você 
encontrará links onde poderá acessar maiores 
informações a respeito das NR´s.
Certamente você que fez a atividade 
sem antes consultar ao menos as infor-
mações básicas sobre as NR´s, ao refazer o 
Quadro 4, mudou algumas opiniões. Quais 
foram estas opiniões modificadas? Qual é 
a impressão inicial que você, futuro Gestor 
com Pessoas, apreendeu sobre sua ação 
no campo da Segurança do Trabalho e da 
Saúde Ocupacional? Existem boas oportu-
nidades? É possível estabelecer uma boa 
rede profissional com os demais agentes do 
setor? Utilize o espaço a seguir para deixar 
suas impressões acerca de nossa discussão 
até aqui.
IMPRESSÕES
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
_________________________________________
Durante o texto, nós men-
cionamos sobre a criação de 
novas Normas Regulamenta-
doras, a exemplo da NR-36. 
Sobre esta norma, Vedovat-
ti (2013) realizou um estudo 
de caso em um frigorífico no 
sudoeste paranaense. Este 
frigorífico possui mais uma 
unidade no Estado de Santa 
Catarina, a qual encontra-se 
em processo avançado de 
adaptação à NR-36. 
Ao analisar os custos e os 
cenários para a adaptação 
da unidade paranaense à 
norma, Vedovatti (2013) ve-
rificou que os custos totais 
passariam dos R$ 2 milhões, 
considerando o cenário de 
adoção de automatização de 
parte da linha de produção. 
Essa unidade possuía 185 
colaboradores, o que daria 
um investimento de, apro-
ximadamente, R$ 10.811,00 
por colaborador.
Conclui-se que a adoção de 
estratégias para mitigação 
dos riscos laborais pode ser 
dispendiosa, mas se trata de 
um investimento necessário, 
segundo o autor, para a pre-
servação da vida dos traba-
lhadores.
Fonte: VEDOVATTI, W. Análise 
de adaptação de um frigorífi-
co no sudoeste paranaense à 
Norma Regulamentadora nº. 
36. Monografia – Curso de 
Especialização em Engenha-
ria de Segurança do Trabalho 
– Universidade Estadual de 
Maringá – 2013. 68 p.
Seguranca no Trabalho
60
no início desta unidade apresentamos o conceito de riscos ocupacionais como “elementos potencializado-
res de ocorrências indesejadas no ambiente 
de trabalho”. Ainda, pela leitura das Normas 
Regulamentadoras, os riscos ocupacionais re-
ferem-se à capacidade de uma grandeza que 
possui potencial para causar lesões ou danos 
à saúde das pessoas (PAGANELLA, 20112).
Ambos os conceitos convergem para o 
fato de que os riscos do ambiente de tra-
balho encontram-se presentes, em maior 
ou menor escala, dependendo de fatores 
ligados à prática laboral, às máquinas e 
equipamentos associados, bem como 
2 PAGANELLA, W.O. reconhecimento e controle de riscos ambientais 
nas atividades de triagem de Material reciclável. Monografia (Curso de 
Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, Escola de Engenharia, 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul), 2011, 42p.
à própria infraestrutura do ambiente de 
trabalho.
Costa (2011) afirmou que todos os am-
bientes e todas as práticas de trabalho 
apresentam riscos associados, desde as mais 
simples, até aquelas que apresentam maior 
complexidade em sua execução.
Tais riscos, como definidos por meio 
da NR 9 – Programa de Proteção de Riscos 
Ambientais – PPRA (ABNT apud. ATLAS, 
2012) dividem-se em cinco classes, a saber: 
a) Riscos Físicos; b) Riscos Químicos; c) Riscos 
Biológicos; d) Riscos Ergonômicos; e, e) Riscos 
de Acidentes.
Para melhor entendimento sobre o que 
é comportado em cada tipo de risco, leia o 
seguinte trecho da NR 9:
REVISITANDO O CONCEITO DE RISCOS 
ASSOCIADOS À PRÁTICA LABORAL
Pós-Graduação | Unicesumar
61
“(...)
9.1.5 Para efeito desta NR, consideram-se 
riscos ambientais os agentes físicos, quími-
cos e biológicos existentes nos ambientes 
de trabalho que, em função de sua nature-
za, concentração ou intensidade e tempo 
de exposição, são capazes de causar danos 
à saúde do trabalhador.
9.1.5.1 Consideram-se agentes físicos as 
diversas formas de energia a que possam 
estar expostos os trabalhadores, tais como: 
ruído, vibrações, pressões anormais, tem-
peraturas extremas, radiações ionizantes, 
radiações não ionizantes, bem como o in-
frassom e o ultrassom.
9.1.5.2 Consideram-se agentes químicos as 
substâncias, compostos ou produtos que 
possam penetrar no organismo pela via 
respiratória, nas formas depoeiras, fumos, 
névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, 
pela natureza da atividade de exposição, 
possam ter contato ou ser absorvidos pelo 
organismo através da pele ou por ingestão.
9.1.5.3 Consideram-se agentes biológicos 
as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, pro-
tozoários, vírus, entre outros.
(...)”
A leitura do trecho escrito acima define clara-
mente quais são as interferências que podem 
ser consideradas como riscos. Somando-se 
a estas alocações, faltou mencionar que os 
riscos ergonômicos estão ligados à inadap-
tação dos diversos elementos componentes 
da prática laboral (móveis, equipamentos, fer-
ramentas, EPI´s, etc.) ao empregado, e que 
os riscos de acidentes alocam as demais 
interferências não alocáveis nos riscos an-
teriores, como por exemplo, máquinas que 
não possuem as devidas proteções às suas 
transmissões de força ou mesmo atividades 
perigosas, como o manuseio de combustível.
Ademais, conforme o trecho destaca-
do da NR 9, observamos que um risco se 
configura não somente pela natureza da ati-
vidade, mas também pelo nível de exposição 
ao agente causador do risco.
Cada fator causador de riscos apresenta 
seu respectivo nível de tolerância, estando 
este descrito nas Normas Regulamentadoras. 
Não é nosso objetivo nos aprofundar na teoria 
sobre níveis de tolerância em cada elemento 
causador de risco (ruído, temperatura, vibra-
ções, trabalhos com agentes radioativos, etc.), 
até mesmo porque esta é uma competência 
dos profissionais formados em Segurança do 
Trabalho e Saúde Ocupacional, mas, apenas 
para ilustrar, vejamos o exemplo dos níveis 
de tolerância para ruídos.
A seguir, apresentam-se os limites de 
tolerância para ruído contínuo ou intermi-
tente, de acordo com o Anexo I da Norma 
Regulamentadora nº 15 (NR 15), Portaria 3.214 
de 08/06/1978 (Ministério do Trabalho), a qual 
dispõe sobre Atividades e Operações Insalubres. 
Seguranca no Trabalho
62
Quadro 5 – Níveis de ruídos intermitentes ou 
contínuos e seus respectivos limites de tole-
rância, segundo a NR 15, Anexo I.
NíveL De RuíDo Db (a) máxima exposição DiáRia peRmissíveL
85 8	horas
86 7	horas
87 6	horas
88 5	horas
89 4	horas	e	30	minutos
90 4	horas
91 3	horas	e	trinta	minutos
92 3	horas
93 2	horas	e	40	minutos
94 2	horas	e	15	minutos
95 2	horas
96 1	hora	e	45	minutos
98 1	hora	e	15	minutos
100 1	hora
102 45	minutos
104 35	minutos
105 30	minutos
106 25	minutos
108 20	minutos
110 15	minutos
112 10	minutos
114 8	minutos
115 7	minutos
Fonte: ABNT apud ATLAS (2012).
Entende-se por ruídos intermitentes 
aqueles que possuem tempos variáveis de 
execução, em frequências normais, enquanto 
ruídos contínuos são aqueles que perma-
necem em execução por longos períodos 
de tempo em uma mesma frequência ou 
frequências pouco variáveis.
Além destes tipos de ruídos, também 
existe o ruído de impacto que, segundo 
a NR 15, é aquele que apresenta picos de 
energia acústica de duração inferior a 1 (um) 
segundo, a intervalos superiores a 1 (um) 
segundo (ABNT apud ATLAS, 2012).
Retomando o foco de nossa discussão 
atual, mesmo o ruído pode não ser conside-
rado como risco físico. Isto ocorre quando a 
exposição ao ruído é por tempos não signifi-
cativos ou quando os ruídos não apresentam 
intensidades superiores às apresentadas no 
Quadro 5, considerando o tempo máximo 
de exposição.
Diante destas informações, tanto os pro-
fissionais da área de Segurança do Trabalho e 
Saúde Ocupacional, como também os profis-
sionais de Gestão com Pessoas devem aguçar 
sua sensibilidade e, logicamente, seus equi-
pamentos, para conferir ao fator analisado 
o status de risco, ou seja, o status onde este 
elemento possa provocar danos e/ou lesões 
aos trabalhadores.
Tendo melhor conceituado a questão 
dos ricos ocupacionais, podemos partir para 
o questionamento principal desta unidade: 
“Quais as ferramentas, estratégias e metodologias 
ligadas à promoção da Segurança do Trabalho 
e Saúde Ocupacional que podem ser utilizadas 
pelos Gestores com Pessoas em sua prática de 
trabalho ou por eles devem ter sua execução 
auxiliada?”.
Pós-Graduação | Unicesumar
63
Equipamentos de Proteção 
Individual – EPI´s
PRINCIPAIS FERRAMENTAS DA 
SEGURANÇA DO TRABALHO
A utilização destes equipamen-
tos é regida pela NR 6 (Equipamentos 
de Proteção Individual), a qual outorga, 
principalmente:
•	 A obrigatoriedade de fornecimento 
destes equipamentos, em perfeito 
estado de conservação, por parte do 
empregador;
•	 A obrigatoriedade de uso por parte dos 
empregados expostos a fonte de riscos;
•	 A observação de que os equipamentos 
fornecidos devem estar aptos, 
testados, certificados e aprovados pelo 
Ministério do Trabalho e Emprego;
•	 A necessidade de capacitação dos 
empregados e demais profissionais 
expostos aos riscos ocupacionais que 
condicionaram a utilização destes EPI´s;
•	 A coparticipação dos empregados 
no que tange à conservação e 
higienização dos EPI´s;
como a própria nomenclatura informa, tratam-se de equipa-mentos que são utilizados para 
minimizar e/ou eliminar os riscos ocu-
pacionais a partir do momento em que 
as estratégias de proteção coletiva não 
surtem efeito suficiente para eliminar a 
fonte dos riscos. A Figura 2 ilustra alguns 
exemplos de EPI´s.
Seguranca no Trabalho
64
•	 Os princípios de fabricação e os 
requisitos para comercialização dos 
EPI´s; e,
•	 Os tipos de EPI´s de acordo com a 
área do corpo do trabalhador a ser 
protegida.
No que tange à Gestão com Pessoas, o “ani-
mador” dos processos, ou seja, o Gestor, pode 
exercer sua função em conjunto com os pro-
fissionais ligados ao Sistema de Segurança 
do Trabalho e Saúde Ocupacional, orientan-
do os trabalhadores sobre a importância e o 
correto uso destes equipamentos.
Tais orientações são bastante válidas, 
especialmente considerando os trabalhos 
que envolvem resíduos industriais, trata-
mento de esgoto, triagem e destinação 
de resíduos sólidos e na implantação das 
Certificações de Qualidade nas empresas, 
as quais possuem, dentre outros requisi-
tos, a exigibilidade de condições seguras e 
saudáveis para o desenvolvimento huma-
nizado dos trabalhos.
Isto significa dizer que praticamente 
todas as atividades laborais exigem o PPRA 
e, da mesma forma, significa que o conteúdo 
deste Programa deve ser adaptado à realida-
de encontrada em cada estabelecimento de 
trabalho, não havendo um “modelo” definido.
Logicamente que o PPRA, elaborado com 
linguagem simples e objetiva (não confun-
dir simples com simplório) ao entendimento 
dos trabalhadores, só o poderá ser por vias 
dos Engenheiros e Técnicos de Segurança do 
Trabalho e pelos Médicos e Enfermeiros do 
Trabalho. Isto não quer dizer definitivamente 
que o Gestor com Pessoas encontra-se ex-
cluído deste processo de elaboração.
Os Engenheiros e Técnicos de Segurança 
do Trabalho, bem como Médicos e 
Enfermeiros do Trabalho estão plenamente 
capacitados na elaboração deste documento, 
o qual deverá levar em conta o levantamento 
e diagnóstico de todos os riscos ocupacio-
nais e o planejamento com as ações efetivas 
no controle dos mesmos. Todavia, nenhum 
profissional detém o conhecimento abso-
luto sobre quaisquer temas e neste sentido, 
um outro olhar sobre o ambiente de traba-
lho (do Gestor com Pessoas) é bem vindo, 
desde que este esteja antenado e capacitado 
quanto ao diagnóstico de riscos e estratégias 
de controle.
Para a execução do PPRA são previstos 
apenas três tipos de riscos, conforme de-
monstrado durante o texto desta unidade,sendo eles os riscos físicos, químicos e bio-
lógicos, entretanto, os riscos ergonômicos 
e de acidentes também estão presentes no 
Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais – PPRA
O Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais – PPRA encontra-se embasado 
na NR 9, sendo este obrigatório a todos os 
empregadores que admitam empregados 
aos seus processos laborais. Esta é uma exi-
gência do Ministério do Trabalho e Emprego 
– MTe.
Pós-Graduação | Unicesumar
65
ambiente e, embora não especificado na NR 
9, também devem ser levantados e diagnos-
ticados quanto a sua natureza e fonte.
Você quer experimentar os procedimentos 
de um PPRA (diagnóstico dos riscos e planeja-
mento para controle)? Assista o vídeo a seguir:
Usina de Reciclagem de Lixo 
- http://www.youtube.com/
watch?v=aU_Qm7wFmdk
Web
Suponha que você foi contratado como 
consultor auxiliar do caso ilustrado neste 
vídeo e que seja necessário executar o le-
vantamento de riscos e o planejamento 
de ações para controle destes riscos desta 
atividade. 
Aprecie todos os detalhes do vídeo e 
elenque, no quadro abaixo, quais são os riscos 
que você conseguiu identificar. Não se preo-
cupe com a questão dos níveis de tolerância 
que caracterizam os riscos, apenas diga quais 
são os riscos que estão presentes, em sua 
visão e como você os controlaria.
categoRias De Riscos
FoRmas De coNtRoLe
Riscos Físicos
•	 Calor,	dentro	das	unidades	de	triagem	(por	exemplo); •	 Ampliação	dos	dutos	de	ventilação	(por	exemplo);
•	 	 •	 	
•	 	 •	 	
Riscos químicos
•	 	 •	 	
•	 	 •	 	
•	 	 •	 	
Riscos bioLógicos
•	 	 •	 	
•	 	 •	 	
•	 	 •	 	
Riscos eRgoNômicos
•	 	 •	 	
•	 	 •	 	
•	 	 •	 	
Riscos De aciDeNtes
•	 	 •	 	
•	 	 •	 	
•	 	 •	 	
Seguranca no Trabalho
66
Este exercício lhe ajudará a entender o 
cerne de como é realizado o PPRA. A partir 
do diagnóstico de riscos e da elaboração 
de estratégias de controle, fica mais fácil o 
desenvolvimento do planejamento de se-
gurança do trabalho e de saúde ocupacional 
dentro de uma empresa, que atenda às es-
pecificidades do “estado de arte” encontrado 
naquela situação.
Novamente perceba que o PPRA é bas-
tante específico a cada situação e que o 
olhar clínico dos profissionais que auxiliam 
nesta elaboração, sejam eles da área de 
Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional, 
Administrativa ou mesmo da área produtiva 
(empregados e empregadores), afinal, o PPRA 
torna-se mais válido e legítimo quando da 
elaboração participativa do mesmo. Apenas 
não confunda elaboração participativa com 
Responsabilidade Técnica, a qual compete 
somente aos profissionais de Segurança do 
Trabalho e Saúde Ocupacional.
Apenas para conhecimento, existe 
outra metodologia alternativa ao PPRA que 
é o LTCAT (Laudo Técnico das Condições 
Ambientais de Trabalho). Embora ambos os 
documentos estejam ligados às condições 
de segurança no ambiente de trabalho, cada 
um se presta à finalidade diferente.
O PPRA é um Programa, com a finalida-
de de reconhecer e reduzir e/ou eliminar 
os riscos existentes no ambiente de traba-
lho, servindo de base para a elaboração do 
PCMSO (Programa de Controle Médico de 
Saúde Ocupacional). O PPRA precisa ser 
revisto e renovado anualmente.
Por sua vez, o LTCAT é um Laudo, ela-
borado com o intuito de se documentar os 
agentes nocivos existentes no ambiente de 
trabalho e concluir se estes podem gerar 
insalubridade3 para os trabalhadores even-
tualmente expostos. Somente será renovado 
caso sejam introduzidas modificações no am-
biente de trabalho.
O parágrafo 3º do Art. 58 da Lei 8.213/914, 
com o texto dado pela Lei 9.528/975 diz que: 
“A empresa que não mantiver laudo 
técnico atualizado com referência aos 
agentes nocivos existentes no ambien-
te de trabalho de seus trabalhadores ou 
que emitir documento de comprovação 
de efetiva exposição em desacordo com 
o respectivo laudo, estará sujeito à pena-
lidade prevista no Art. 133 desta Lei”.
O LTCAT deve estar disponível na empresa 
para análise dos Auditores Fiscais da 
Previdência Social, Médicos e Peritos do INSS, 
devendo ser realizadas as alterações neces-
sárias no mesmo, sempre que as condições 
de nocividade se alterarem, guardando-se 
as descrições anteriormente existentes no 
referido Laudo, juntamente com as novas 
alterações introduzidas, datando-se ade-
quadamente os documentos, quando tais 
modificações ocorrerem.
3 Para maiores informações acerca da Insalubridade, consultar a NR 15 – 
Atividades e Operações Insalubres (ABNT apud. ATLAS, 2012).
4 BRASIL, lei n. 8.213 de 24 de Julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de 
Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Brasília, 1991. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8213cons.htm>. 
Acesso em 11. Mai. 2012.
5 BRASIL, lei n. 9.528 de 10 de Dezembro de 1997. altera dispositivos das 
leis n°s 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, e dá outras provi-
dências. Brasília, 1997. Disponível em: <http://www81.dataprev.gov.br/sislex/
paginas/42/1997/9528.htm>. Acesso em 11. Mai. 2012.
Pós-Graduação | Unicesumar
67
Diferentemente do PPRA, que exige atua-
lização anual, o LTCAT tem validade indefinida, 
atemporal, ficando atualizado permanente-
mente, enquanto o “layout” da empresa não 
sofrer alterações.
Da mesma forma, além do PPRA e LTCAT, 
existem variantes metodológicas de análise 
de riscos ambientais/ocupacionais, sendo 
elas: a) PGR – Programa de Gerenciamento de 
Riscos; e b) PCMAT – Programa de Condições 
e Meio Ambiente de Trabalho. Salienta-se que 
este último é utilizado somente no setor de 
construção civil, por suas especificidades, ou 
seja, a ação do Gestor com Pessoas neste caso 
é mais limitada em comparação ao PPRA.
Considere a Figura 3 a seguir:
Figura 3 – Representação dos riscos ocupacionais de acordo com a classe (físico, químico, biológico, ergonômico e 
mecânico/de acidentes) e grau de risco (leve, médio e elevado).
Fonte: AREASEG.COM (2012). Disponível em: <http://www.areaseg.com/sinais/tabolas.gif>. Acesso em 17. Jun. 2012.
Mapa de riscos ocupacionais
O Mapa de Riscos Ocupacionais é uma fer-
ramenta didática para ilustração final aos 
trabalhadores sobre quais os riscos ocu-
pacionais que os mesmos encontram-se 
sujeitos. Uma vez que os riscos estejam 
diagnosticados e classificados, é de simples 
execução.
Esta execução leva em conta alguns 
fatores, quais sejam: a) Representação 
da unidade avaliada (geralmente plantas 
baixas do ambiente de trabalho); b) riscos 
ocupacionais; e, c) nível de gravidade do 
risco.
Seguranca no Trabalho
68
Estes círculos que se encontram repre-
sentados na Figura 3 variam de diâmetro 
conforme o nível do risco considerado e 
este, por sua vez, varia de acordo com a 
natureza da atividade, da intensidade e 
do tempo de exposição ao agente causa-
dor do risco.
Esta graduação de risco não tem relação 
com o grau de risco das diferentes atividades 
econômicas cadastradas no Cadastro 
Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 
(IBGE), as quais constam no Quadro I da NR 
4 – Serviços Especializados em Engenharia 
de Segurança e em Medicina do Trabalho.
A Figura 4 ilustra como se dá a aplicação 
de tais círculos na planta baixa dos locais de 
trabalho, completando, portanto, a execução 
do Mapa de Riscos Ocupacionais.
Figura 4 – Exemplo de aplicação da metodologia de Mapa de Riscos.
Fonte: BIOSSEGURANCAEMFOCO.COM (2012). Disponível em: <http://biossegurancaemfoco.com/wp-content/
uploads/2009/10/mapaderisco.jpg>. Acesso em 17. Jun. 2012.
Observando a Figura 4 verifica-se que o 
conhecimento sobre os riscos ocupacionaispor parte do trabalhador fica bastante intui-
tivo e prático, sendo esta uma ferramenta 
valiosa, especialmente nos processos de 
comunicação e conscientização sobre as 
medidas que devem ser tomadas para a mi-
nimização dos riscos ambientais.
Pós-Graduação | Unicesumar
69
Outras Ferramentas feito; Who – Por quem será feito; How – 
Como será feito; e, How much – Quanto 
custará para ser feito);
•	 Gráfico de Pareto (priorização de 
atividades em um planejamento);
•	 Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa) 
na análise de riscos;
•	 Histograma (por exemplo, 
na verificação do número de 
trabalhadores afetados por 
determinado elemento nocivo no 
ambiente de trabalho);
•	 Folha de Verificação (check list de 
processos no planejamento de ações 
de controle de riscos, por exemplo);
•	 Gráfico de Dispersão;
•	 Fluxograma (análise de processos 
decisórios);
•	 Carta de Controle (análise de duas 
variáveis que são correlacionadas, por 
exemplo, movimentos repetitivos em 
Uma empresa do setor de vestuário, localiza-
da em Cianorte Paraná, decidiu estabelecer 
um novo modelo produtivo que preconi-
zasse ao mesmo tempo o reconhecimento 
dos riscos e a eficiência produtiva. Para tal, 
contratou-se um Engenheiro de Segurança 
do Trabalho e um Gestor com Pessoas. O pri-
meiro analisou o ambiente de acordo com 
a metodologia do PPRA (NR-9). O segundo 
avaliou o ambiente e os colaboradores por 
metodologia própria, composta por ques-
tionários semiestruturados.
Após analisar o ambiente e os colaboradores, 
os profissionais chegaram à conclusão que 
seria interessante estabelecer um novo layout 
produtivo, o qual foi projetado e implemen-
tado nos dias seguintes. Depois de trinta dias 
sob o novo modelo, verificou-se que o proje-
to reduziu em 141 km/dia o caminhamento 
dos colaboradores na condução das peças de 
roupa, ao mesmo tempo em que reduziu-se 
em 78% o número de acidentes em um setor 
no qual o risco físico de vibração de máquinas 
e má iluminação estavam presentes. 
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em 
fatos reais.
Ainda existe uma diversidade de ferramentas 
que podem ser utilizadas com o objetivo de 
reduzir/eliminar riscos, considerando outros 
pontos específicos da prática laboral, do 
ambiente de trabalho e dos aspectos orga-
nizacionais da empresa.
As ferramentas de gestão da qualidade 
cabem neste processo e auxiliam a diagnos-
ticar os pontos críticos ligados especialmente 
às práticas no ambiente corporativo, além de 
estarem presentes no planejamento das so-
luções, em curto, médio e longo prazo. São 
exemplos de ferramentas de qualidade que 
podem ser utilizadas em par as estratégias de 
Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional:
•	 Metodologia 5W2H (What – O que será 
feito; Why – Porque será feito; Where – 
Onde será feito; When – Quando será 
Seguranca no Trabalho
70
triagem de resíduos sólidos e número 
de trabalhadores afastados por Dores 
Osteomusculares Relacionadas ao 
Trabalho - DORT);
•	 Estratificação; e,
•	 Metodologia SWOT-FOFA (Fortalezas, 
Oportunidades, Fraquezas e Ameaças – 
Wright et al. 2000)6.
Vale expor que estas ferramentas podem ser 
utilizadas pelos Gestores com Pessoas de 
maneira compartilhada aos profissionais de 
Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional, 
entretanto, não são tão utilizadas como se 
deveria. Talvez este seja um bom nicho de 
mercado para você que domina estas ferra-
mentas, não acha?
Estas, portanto, são as principais ferra-
mentas e metodologias que devem ser de 
conhecimento dos Gestores com Pessoas, 
considerando nosso questionamento inicial: 
“Quais as ferramentas, estratégias e metodologias 
ligadas à promoção da Segurança do Trabalho e 
Saúde Ocupacional que podem ser utilizadas pelos 
Gestores com Pessoas em sua prática de trabalho 
ou por eles devem ter sua execução auxiliada?”.
Em quantidade, parecem poucas as opor-
tunidades de ação no que tange à Segurança 
do Trabalho. Entretanto estas “poucas” atua-
ções são bastante densas em seu conteúdo. 
6 WRIGHT, P.; MARK J. K.; PARNELL, J. administração estratégica: conceitos. 
1. ed. São Paulo: ATLAS, 2000.
Considere o fato de que ainda não discuti-
mos sobre o papel do Gestor com Pessoas no 
lado humano (abordamos até aqui o papel 
deste profissional no lado técnico). Assim, 
as possibilidades de parcerias de trabalho e 
enriquecimento de conhecimentos, quando 
são associadas às duas áreas, são bastante 
promissoras.
Na composição do texto dessa obra, 
mencionamos algumas vezes o termo 
“acidente” (acidente de trabalho, por 
exemplo). Todavia, a Segurança do Tra-
balho também aborda sobre o termo 
“incidente”. Você sabe qual a diferença 
entre os dois termos?
Um “incidente” pode ser definido como 
sendo um acontecimento não deseja-
do ou não programado que venha a 
deteriorar ou diminuir a eficiência ope-
racional da empresa, sem, no entanto, 
provocar lesões aos trabalhadores ou 
a outrem e perdas à empresa. Por sua 
vez, do ponto de vista prevencionista, 
um “acidente” é o evento não desejado 
que tenha por resultado uma lesão ou 
enfermidade a um trabalhador ou um 
dano a propriedade. 
Fonte: VEDOVATTI, W. Análise de adap-
tação de um frigorífico no sudoeste pa-
ranaense à Norma Regulamentadora 
nº. 36. Monografia – Curso de Especia-
lização em Engenharia de Segurança 
do Trabalho – Universidade Estadual 
de Maringá – 2013. 68 p.
Pós-Graduação | Unicesumar
71
Prezado aluno, até aqui estamos obtendo 
ótimos avanços na compreensão sobre 
o tema Segurança do Trabalho e Saúde 
Ocupacional. Ao finalizar esta segunda 
unidade, tenho a sensação, e espero que 
esta sensação esteja sendo compartilha-
da por você que lê estas palavras, que a 
Gestão com Pessoas possui relação com a 
Segurança do Trabalho. 
Aliás, esta relação é bastante íntima e 
você mesmo pôde compreender, pelo exercí-
cio proposto por meio do Quadro 4, que em 
grande parte das Normas Regulamentadoras 
– NR´s, pode haver o trabalho do Gestor com 
Pessoas.
Em suma, além de exercitar nosso cog-
nitivo na descoberta dos significados que 
orbitam a Segurança do Trabalho, inseri-
mos, ao menos inicialmente, a Gestão com 
Pessoas como componente da Segurança 
do Trabalho.
Também nos adiantamos quanto a um 
dos componentes da Segurança do Trabalho, 
os quais devem ser plenamente compreen-
didos por você, caro aluno: Os riscos.
A partir destas colocações sobre os 
riscos, quais sejam: a) Riscos Físicos; b) Riscos 
Químicos; c) Riscos Biológicos; d) Riscos 
Ergonômicos; e, e) Riscos de Acidentes; 
focamos a discussão sobre as ferramentas 
da Segurança do Trabalho que podem ser 
de utilização do Gestor com Pessoas em sua 
atuação na área. EPI´s, PPRA, PCMAT, PGR, 
CIPA, SESMT, Mapa de Riscos Ocupacionais 
e Ferramentas de Qualidade: Este conjunto 
de siglas e conceitos agora já faz parte de 
seu arcabouço teórico e são processos que 
você poderá auxiliar a executar em quais-
quer empresas.
Em nossa próxima unidade, ampliare-
mos nossa discussão sobre o papel do Gestor 
com Pessoas nas estratégias de capacitação e 
conscientização dos parceiros (empregados, 
empregadores e outros atores envolvidos 
no certame), além de inserir um último ele-
mento, o qual acentuará a proximidade dos 
Gestores com o universo da Segurança do 
Trabalho. Trataremos da Qualidade de vida 
no trabalho.
No mais, espero que você tenha bons 
estudos e lhe aguardo em nossa derradeira 
unidade (Unidade III).
Considerações Finais
Seguranca no Trabalho
72
1. Os riscos ocupacionais são os perigos 
que incidem sobre a saúde humana 
e o bem-estar dos trabalhadores 
associadosa determinadas profissões. 
Embora sejam feitos esforços para 
reduzir os riscos de acidentes no 
trabalho, esses riscos continuam 
presentes em indústrias, empresas 
em geral, estabelecimentos 
comerciais e demais ambientes 
profissionais. Reconhecer os riscos 
ocupacionais é o primeiro passo para 
elaborar e implementar programas 
de segurança do trabalho com o 
intuito de manter a qualidade de vida 
dos trabalhadores. Diante do exposto, 
analise as colocações sobre riscos 
ocupacionais que se encontram 
abaixo e assinale a alternativa correta:
I. Os riscos ocupacionais podem ser 
divididos em cinco categorias: Físicos, 
Químicos, Biológicos, Ergonômicos e 
de Acidentes.
II. Os riscos ambientais são aqueles 
definidos pela NR – 9 (Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais), 
quais sejam: Riscos Físicos, Químicos 
e Biológicos. Contudo, a norma em 
questão não exclui do processo de 
elaboração do PPRA a menção sobre 
os demais riscos (ergonômicos e de 
acidentes).
III. São considerados riscos 
ergonômicos: Calor, Frio, Vibrações e 
Radiações.
IV. O item III estaria correto caso fizesse a 
seguinte menção: “São considerados 
riscos físicos”.
Estão corretos:
a. ( ) Somente os itens I e II.
b. ( ) Somente os itens I, II, e III.
c. ( ) Somente o item III
d. ( ) Somente os itens I, II e IV.
e. ( ) Somente os itens III e IV.
2. Quanto à elaboração das Normas 
Regulamentadoras, julgue os itens a 
seguir e assinale a alternativa correta.
Atividade de Autoestudo
Pós-Graduação | Unicesumar
73
I. As Normas Regulamentadoras 
apresentam-se como uma evolução 
do disposto na Lei 6.514/77, a qual 
previa, em conjunto com o Artigo 
7° da Constituição da República 
Federativa do Brasil, a criação de 
dispositivos normatizadores das 
diferentes práticas laborais.
II. Estas Normas apresentam-se 
bastante definidas em algumas 
áreas, tais como a Construção Civil, 
Siderurgia e Metalurgia e Indústrias 
em geral e, em outras, ainda carecem 
de maiores definições, como é o caso 
da NR-31, a qual trata de Segurança 
do Trabalho nas atividades rurais 
(agricultura, pecuária, silvicultura, 
aquicultura e exploração florestal).
III. Em outros casos, as Normas 
apresentam-se com uma 
aplicabilidade transversal, como é o 
caso da NR-4 (SESMT), NR-5 (CIPA), 
NR-6 (EPI´s), NR-17 (Ergonomia) e NR-
26 (Sinalização de Segurança).
IV. Tais normas foram concebidas 
por meio da participação paritária 
de trabalhadores, técnicos e 
representantes governamentais. 
Vale dizer ainda que estas normas 
não são absolutas, cabendo o 
desenvolvimento de outras normas 
ou dispositivos complementares 
para que haja um verdadeiro 
aperfeiçoamento no que tange à 
Segurança do Trabalho.
a. ( ) Somente a alternativa I está 
correta;
b. ( ) As alternativas II e III estão 
incorretas;
c. ( ) As alternativas II e III estão 
corretas, mas, a alternativa III não é 
um complemento da alternativa II;
d. ( ) Todas as alternativas estão 
corretas.
e. ( ) Nenhuma alternativa está 
correta.
Seguranca no Trabalho
74
Livro 
Título: Gestão de Pessoas e Segurança do Trabalho – O que a escola deixou de 
te ensinar
Autor: MARTINS, ELI DAMARIS
Editora: LEON EDITORA
Sinopse: Este guia de Gestão de Pessoas traz vivências que a autora teve durante 
vinte anos de experiência. Os fatos são reais, levando o leitor a refletir nas suas 
atitudes diárias. Aos líderes, a esperança do entendimento que “para gerir 
pessoas é preciso dar segurança”. Aos que pretendem conhecer um sistema de 
liderança moderno, a certeza de estar no caminho correto, seguindo as orienta-
ções nesse contido. Aos amantes de uma boa leitura, a satisfação de um novo 
conhecimento.
Pós-Graduação | Unicesumar
75
•	 Entenda mais sobre os riscos ocupacionais, acessando:
•	 http://www1.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI20081104143622.pdf
•	 Acesse os seguintes endereços para ficar por dentro das Normas Regulamentadoras de Segurança 
do Trabalho e Saúde Ocupacional:
•	 Resumo das NR´s (Portal SESMT) - http://www.sesmt.com.br/portal/index.
php?option=com_content&view=article&id=271&Itemid=92
•	 Normas Regulamentadoras – Wikipedia -http://pt.wikipedia.org/wiki/Norma_Regulamentadora
•	 Para conhecer os limites de tolerância de outros agentes de risco ocupacional, acesse:
•	 Ministério do Trabalho e Emprego – MTe (Norma Regulamentadora NR 15 – Atividades e 
Operações Insalubres): 
•	 http://portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-15-1.htm
•	 Para saber maiores detalhes sobre o PPRA e outras metodologias de análise de riscos, acesse os se-
guintes endereços de internet:
•	 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA (NR 9):
•	 http://www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/05/mtb/9.htm
•	 Exemplo de PPRA do Hospital Universitário de Santa Maria – HU/UFSM:
•	 http://jararaca.ufsm.br/websites/ssst/download/SSST/PPRA.pdf
•	 Proposta de Modelo de LTCAT:
•	 http://pt.scribd.com/doc/54943979/modelo-LTCAT
•	 Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR:
•	 http://engenheirorodrigo.wordpress.com/2009/05/13/programa-de-gerenciamento-de-risco-pgr/
•	 Para conhecer maiores detalhes sobre o Mapa de Riscos Ocupacionais, acesse o endereço a seguir:
•	 Valores e atitudes seguras – Mapa de riscos ocupacionais:
•	 http://valoreseatitudes.blogspot.com.br/2011/07/mapa-de-riscos_11.html
Web
Gestão de Negócios
76
Embora ainda não tenhamos discutido acerca dos 
aspectos relacionados à Qualidade de Vida no 
Trabalho, penso ser interessante trazer-lhe uma 
leitura que ilustra o conceito e a importância da 
Qualidade de Vida no Trabalho. Vamos a ela?
Vivemos numa sociedade em mudanças e num 
momento excitante para as organizações. A socie-
dade percebe que a Qualidade de Vida e a Saúde 
são ativos importantes, envolvendo dimensões 
física, intelectual, emocional, profissional, espiri-
tual e social. Práticas inadequadas no ambiente 
de trabalho geram impacto negativo na saúde 
física e emocional dos empregados e na saúde 
financeira das empresas. 
Baixa motivação, falta de atenção, diminuição 
de produtividade e alta rotatividade criam uma 
energia negativa que repercute na família, na so-
ciedade e no sistema médico. Segundo Domenico 
de Masi, vivemos e trabalhamos numa sociedade 
do futuro, mas continuamos a usar os instru-
mentos do passado. Felizmente, para algumas 
empresas inovadoras e conscientes, este cenário 
não faz parte de sua realidade atual. 
As dez melhores empresas para se trabalhar (Guia 
Exame 2001) transformaram o ambiente de tra-
balho e a Saúde emocional e física em vantagem 
competitiva, tendo plena convicção estratégi-
ca de que quanto mais eliciar satisfação, mais 
retorno terão em produtividade, criando assim 
a visão de uma organização mais privilegiada, 
competitiva e equilibrada.
Definição:
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 
Qualidade de Vida é um conjunto de percep-
ções individuais de vida no contexto dos sistemas 
de cultura e de valores em que vivem, e em 
relação a suas metas, expectativas, padrões e 
preocupações.
Objetivos
Programas de saúde é a ciência e a arte de ajudar 
pessoas a modificar seu estilo de vida em direção 
a um ótimo estado de saúde, sendo esta com-
preendida como o balanço entre a saúde física, 
emocional, mental, social e espiritual. (American 
Journal, 1989).
Os programas de Saúde e QV objetivam facilitar 
mudanças no estilo de vida, combinando ações 
e campanhas para consciência, comportamento 
e envolvimento, que suportem suas práticas de 
saúde e previna doenças.
Qualidade de Vida no Trabalho
O propósito de um programa de Qualidade de 
Vida ou Promoção de Saúde nasOrganizações é 
encorajar e apoiar hábitos e estilos de vida que 
promovam saúde e bem estar entre todos os 
funcionários e famílias durante toda a sua vida 
profissional.
Um programa de Qualidade de Vida existe para 
gerar estratégias com o intuito de promover um 
ambiente que estimule e dê suporte ao indiví-
duo e à empresa, conscientizando sobre como 
sua saúde está diretamente relacionada à sua 
qualidade e produtividade.
Não é suficiente ter em mente mudar relevante-
mente o estado de saúde dos profissionais, mas 
também encorajá-los a cuidarem e gerenciarem 
sua própria saúde, adquirindo um ganho subs-
tancial na sua satisfação e crescimento, assim 
como no aumento de produção e redução de 
custos para a empresa
Pós-Graduação | Unicesumar
77
Benefícios
•	 Melhoria da produtividade
•	 Empregados mais alertas e motivados
•	 Melhoria da imagem corporativa
•	 Menos absenteísmo
•	 Melhoria das relações humanas e industriais
•	 Baixas taxas de enfermidade
•	 Melhoria da moral da força de trabalho
•	 Redução em letargia e fadiga
•	 Redução de turnover
Missão Estratégica
A missão estratégica de um programa de 
Qualidade de Vida canaliza seus esforços para 
alcançar os seguintes resultados:
•	 Aumentar os níveis de SATISFAÇÃO E SAÚDE 
do colaborador/ consumidor/ comunidade. 
(Força de trabalho mais saudável)
•	 Melhorar o CLIMA ORGANIZACIONAL (am-
biente, relações e ações saudáveis)
•	 Afetar beneficamente no processo de 
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO humano, 
agregando competências (capacidade e 
atributos)
•	 Influenciar na diminuição da PRESSÃO NO 
TRABALHO e do DISTRESSE individual e orga-
nizacional (Menor absenteísmo/rotatividade; 
Menor número de acidentes)
•	 Melhorar a capacidade de DESEMPENHO das 
atividades do dia a dia. (Maior produtividade)
As dimensões da Saúde Integral e Qualidade de 
Vida
Para efeitos didáticos, dividimos a Saúde em Seis 
Dimensões: FÍSICA, EMOCIONAL, INTELECTUAL, 
PROFISSIONAL, SOCIAL e ESPIRITUAL.
Estas dimensões facilitam a consciência e o de-
senvolvimento da saúde integral, assim como a 
possibilidade de se ter uma visão sistêmica e seu 
posterior equilíbrio e expansão, pois sabemos que 
na vida sempre estamos buscando uma inter-rela-
ção harmoniosa dos vários aspectos e dimensões 
do ser humano. 
Desde que o mundo exigiu novas e complexas 
interações em termos de excelência em relação 
à produtividade e a qualidade dos serviços pres-
tados, estamos tendo que constantemente se 
adaptar à todos estes estímulos, comprometen-
do de alguma forma nosso aprendizado e saúde. 
Afinal de contas, se sentir mal no tempo e no 
espaço não é mais privilégio de nenhum astro-
nauta. O psiquiatra Carl Gustav Jung dizia que 
se as coisas vão mal no mundo, algo deve estar 
mal comigo. Assim seria sensato, em primeiro 
lugar, ficar bem. Viver uma vida vibrante e feliz, na 
qual se utiliza o máximo que possui, com enorme 
prazer é um objetivo de vida. É o que dá quali-
dade à vida.
Fonte: CARMELLO, E. Qualidade de vida no tra-
balho. Disponível em: <http://www.rhportal.com.
br/artigos/rh.php?rh=Qualidade-De-Vida-No-Tra-
balho&idc_cad=a7o2sdrwi>. Acesso em: 29 Set. 
2014
Gestão de Negócios
78
relato de 
caso
Estabelecer práticas no ramo da Segurança do 
Trabalho e da Saúde Ocupacional não significa 
somente antever os riscos, mas associar práticas 
prevencionistas à própria preservação e confor-
midade do meio ambiente. Com essa premissa é 
que se propôs investigar o caso de uma empresa, 
localizada no sudoeste paranaense, especializada 
no tratamento e destinação de resíduos sólidos 
e líquidos.
A grande problemática deste estudo estava em 
adequar o ambiente e os postos de trabalho para 
que não houvesse risco de contaminação dos 
trabalhadores com os diferentes compostos que 
pudessem estar presentes, em especial, nos re-
síduos líquidos derivados da decomposição de 
materiais orgânicos (chorume).
Ao se observar somente o enfoque da segu-
rança do trabalho, as medidas que poderiam 
ser tomadas estariam obedecendo as Normas 
Regulamentadoras, em especial, as que versam 
sobre Equipamentos de Proteção Individual, 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
– PPRA, Programa de Controle Médico e 
Saúde Ocupacional – PCMSO, Insalubridade e 
Sinalização.
Contudo, um profissional completo não se limita 
somente aos conhecimentos ligados às suas atri-
buições profissionais. Então, por que não pensar 
em mitigar os riscos tratando diretamente as suas 
fontes? E neste caso, as fontes estavam bastante 
claras: Os resíduos líquidos oriundos da decom-
posição de material orgânico.
De maneira geral, empregam-se lagoas de estabi-
lização em cadeia, nas quais se verifica a criação de 
um gradiente decrescente de material orgânico 
e das demandas química e biológica de oxigê-
nio, o que significa, em resumo, que boa parte do 
material orgânico já foi processado por micror-
ganismos, tornando-se consolidado. No último 
estágio, este resíduo, já chamado de efluente, 
caso obedeça parâmetros sanitários legais, pode 
retornar à natureza, de maneiras diversas.
No caso da empresa avaliada, não somente se veri-
ficava a problemática relacionada à contaminação 
dos trabalhadores como também se verificava 
que os parâmetros sanitários eram altamente va-
riáveis, mesmo com a finalização dos processos 
de estabilização nas lagoas. Em resumo, além de 
contaminar os trabalhadores, havia a contamina-
ção ambiental.
Esta problemática só fora resolvida a partir do 
momento em que se propôs o uso associado de 
microrganismos com plantas aquáticas e, neste 
caso, o uso da espécie Eichornia crassipes, popular-
mente conhecida como Aguapé.
Pelas análises do estudo sobre esta associa-
ção, verificou-se apenas a limitação do uso do 
aguapé em duas condições: Em frio extremo e nas 
lagoas de efluentes brutos (sem estabilização). 
Observou-se que a maioria das plantas, nestas 
duas condições, não foram capazes de se estabe-
lecer, não cumprindo com o objetivo esperado. 
Entretanto, passadas as condições de frio e utili-
zando as plantas no estágio final de estabilização, 
verificou-se uma queda acentuada nos níveis de 
agentes contaminantes nocivos (metais pesados, 
por exemplo), os quais ficaram definitivamente 
associados à matéria fresca dos vegetais.
Não se quer afirmar, neste caso, que o uso do 
Aguapé é a solução única e definitiva. Aliás, o 
problema dos materiais contaminantes ainda 
permanece quando se considera a produção de 
efluente bruto, sendo necessárias medidas miti-
gadoras em nível de trabalhador (EPI´s). Mas, o 
que se quer destacar é o empreendedorismo da 
solução, a qual aliou os princípios de segurança 
do trabalho e os princípios de biorremediação, 
com o uso de espécies vegetais, reduzindo a 
contaminação ambiental e a exposição dos tra-
balhadores aos agentes nocivos.
Elaborado pelo autor, baseado em SCHERER, 
M.A.; COSTA, T.R. Uso de biorremediadores 
como instrumento de acompanhamento, de-
tecção e redução de contaminação em lagoas 
de tratamento de efluentes – Estudo de caso. 
Artigo: Curso de Especialização MBA em Gestão 
Ambiental e Desenvolvimento Sustentável – 
Centro Universitário Cesumar. 2014. 17p.
Pós-Graduação | Unicesumar
79
3 O GESTOR COM PESSOAS COMO AGENTE ATIVO NA SE-GURANÇA DO TRABALHO
Professor Me. Tiago Ribeiro da Costa
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará 
nesta unidade:
•	 Perspectivas do tema “segurança do trabalho e saúde 
ocupacional” no contexto da gestão com pessoas
•	 O papel do gestor com pessoas nas estratégias 
de conscientização e de capacitação dos atores 
envolvidos
•	 Qualidade de vida no trabalho
•	 A importância da segurança do trabalho ao gestor 
com pessoas como elemento de competitividade no 
mercado de trabalho
objetivos de aprendizagem•	 Debater sobre a importância do Gestor com Pessoas 
no Contexto da Segurança do Trabalho.
•	 Apresentar as perspectivas de atuação aplicada deste 
Gestor nos processos de capacitação e conscientiza-
ção e na aplicação dos princípios de Qualidade de 
Vida no Trabalho.
•	 Demonstrar a importância do aprendizado sobre da 
Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional no con-
texto de ampliação da competitividade profissional 
no mercado de trabalho.
Prezado aluno, finalmente chegamos à última unidade de nosso 
material. Infelizmente nossa caminhada está terminando, mas com 
certeza foi uma caminhada bastante prazerosa e elucidativa.
Ao longo de nossas unidades anteriores, procuramos caracterizar 
os diferentes contextos ligados à prática laboral, obtendo subsídios 
suficientes para estabelecermos a importância em se executar esta 
mesma prática dentro de princípios seguros e salutares. 
Devemos continuar nosso esforço no aprendizado por mais algumas 
páginas, analisando as perspectivas que o tema “Segurança do 
Trabalho e Saúde Ocupacional” possui no contexto da Gestão com 
Pessoas.
Em sequência, analisaremos a inserção dos princípios de Qualidade 
de Vida no Trabalho, inerentes tanto à área de Segurança do Trabalho 
como também à área de Gestão com Pessoas e, por fim, consta-
taremos o quanto o conhecimento e a qualificação sobre o tema 
desta obra (Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional) amplia o 
poder de competitividade dos profissionais no mercado de trabalho.
Verificaremos que as tendências que ligam as áreas do conhecimen-
to estudadas apontam para o desenvolvimento de conhecimentos 
e de um “novo” Gestor com Pessoas, com visão e ações sistêmicas 
que extrapolam os limites de sua formação, neste caso, possuindo 
conhecimentos nas áreas de Gestão da Segurança do Trabalho e 
Saúde Ocupacional e Gestão da Qualidade.
Você deseja ser este “novo” Gestor com Pessoas? Então acompanhe 
as discussões desta última unidade. Vamos lá?
Seguranca no Trabalho
82
assim como o desenvolvimento profissional tende a formação de indivíduos com conhecimentos sis-
têmicos e atitudes empreendedoras, as áreas 
do conhecimento, em especial as mencio-
nadas ao longo deste material (Gestão com 
Pessoas e Segurança do Trabalho) possuem 
a tendência de serem analisadas de maneira 
imbricada, ou seja, sem barreiras entre si.
Já lhe adianto que após a leitura desta 
unidade, você perceberá que já não é mais 
possível estudar ou falar somente sobre 
Gestão com Pessoas, ou somente sobre 
Segurança do Trabalho, ou ainda, falar sobre 
PERSPECTIVAS DO TEMA “SEGURANÇA 
DO TRABALHO E SAÚDE OCUPACIONAL” 
NO CONTEXTO DA GESTÃO COM 
PESSOAS
os dois temas sem também mencionar sobre 
a Gestão de Qualidade, afinal, nenhum dos 
pressupostos das áreas de conhecimento 
discutidas tornar-se-iam reais sem o auxílio 
da Gestão da Qualidade.
Esta é a tendência, não somente para 
estas três áreas, mas para as demais áreas do 
conhecimento. Pense que o “estado de arte” 
de nossa sociedade tem apresentado proble-
máticas complexas, as quais não conseguem 
ser resolvidas pela aplicação dos conheci-
mentos de maneira compartimentada.
Mediante o exposto, passemos a discu-
tir os temas desta unidade.
Pós-Graduação | Unicesumar
83
ao se falar em estratégias de capacitação e de conscientização de empregados e empregadores, estaremos nos reportan-do diretamente a dois organismos dentro das empresas: O 
SESMT e a CIPA.
O PAPEL DO GESTOR COM PESSOAS NAS 
ESTRATÉGIAS DE CONSCIENTIZAÇÃO 
E DE CAPACITAÇÃO DOS ATORES 
ENVOLVIDOS
Seguranca no Trabalho
84
Não os trato (empregados, empregado-
res e demais atores) como orientados ou 
clientes, devido a gama de conhecimen-
tos empíricos, experiências e percepções 
de mundo, mas sim como parceiros de tra-
balho. Assim como deve ocorrer na área 
de STSO, o desenvolvimento do trabalho 
do Gestor com Pessoas deve estar voltado 
às pessoas e por elas ser imponderado, 
ampliando as perspectivas de sucesso da 
ação.
Além disso, assim como aprendi que ser 
um Engenheiro Agrônomo e Engenheiro de 
Segurança do Trabalho é, acima de tudo, ser 
um comunicador, entendo que o pro-
fissional em questão também deve 
assumir esta função de comunica-
dor e, acima disso, de animador 
dos processos, visto os inúme-
ros entraves e dificuldades que 
este profissional encontrará para 
comunicar e capacitar trabalha-
dores de perfis e histórias 
de vida tão diferentes.
O SESMT – Serviço Especializado em 
Engenharia de Segurança e Medici-
na do Trabalho é regido pela NR 4, de 
mesmo título. Não são todas as empre-
sas que são obrigadas a estabelecer 
este serviço. O Quadro II daquela NR 
apresenta o dimensionamento deste 
Serviço de acordo com o número de 
colaboradores nas empresas. São pro-
fissionais inerentes ao SESMT: a) Enge-
nheiro de Segurança do Trabalho; b) 
Médico do Trabalho; c) Enfermeiro do 
Trabalho; d) Técnico de Segurança do 
Trabalho; e) Técnico de Enfermagem 
do Trabalho; e, f ) Auxiliar de Enferma-
gem do Trabalho.
Por sua vez, a CIPA – Comissão Interna 
de Prevenção de Acidentes é formada 
por representantes dos empregados 
e dos empregadores. São agentes ati-
vos definidos pela NR 5, de mesmo 
título, que possuem por objetivo a 
prevenção de acidentes e doenças 
decorrentes do trabalho, de modo a 
tornar compatível permanentemente 
o trabalho com a preservação da vida 
e a promoção da saúde do trabalha-
dor.
Fonte: ATLAS, Segurança e Medicina 
do Trabalho. 69ª ed. São Paulo: ATLAS, 
2012. 968p.
Diante das propostas de capa-
citação e conscientização, penso 
que o foco de atuação do Gestor com 
Pessoas, bem como dos profissionais de STSO 
deve se concentrar nos atores e não na es-
trutura ou na técnica a ser repassada. 
Pós-Graduação | Unicesumar
85
Infelizmente, caro aluno, não consegui-
ria lhe responder com 100% de precisão, 
afinal, precisaria conhece-lo mais a fundo 
para poder lhe orientar (e vontade não me 
falta). Apenas conseguiria lhe ensinar técni-
cas e macetes neste processo. Ademais, não 
poderia lhe ensinar a se comunicar, pois isto 
é algo intrínseco a cada pessoa, algo que 
depende da experiência, dos saberes e da 
formação familiar de cada um.
Assim, eis um conjunto de técnicas que 
podem lhe ajudar a se comunicar melhor:
•	 Exercite sua dicção. Não confunda 
termos e seja claro em suas palavras;
•	 Fale com calma e tente utilizar a 
chamada “Técnica Silvio Santos”, que 
consiste em falar sobre a mesma coisa 
de maneiras diferentes;
Qual seria o meu papel, enquanto Gestor 
com Pessoas, considerando os processos 
de comunicação? Como devo me comu-
nicar?
•	 Apesar dos modelos pedagógicos 
apontarem para um modelo 
educacional horizontalizado nas 
práticas de capacitação, você deverá 
mostrar certa autoridade na condução 
e moderação das discussões (não 
confunda modelo participativo com 
bagunça);
•	 Brinque, utilize o lúdico, faça seus 
parceiros na capacitação darem risada 
ou ficarem “chocados” com algum 
conhecimento que se queira passar. 
Geralmente na área de segurança 
do trabalho, ilustro a importância de 
se evitar um acidente tocando no 
“sentimento” das pessoas, exaltando os 
valores familiares e colocando imagens 
para reflexão, tanto dos acidentes, 
como cenas posteriores aos acidentes 
Seguranca no Trabalho
86
(velórios, crianças chorando, famílias 
tristes, etc.). Isto se configura como 
uma tentativa de ilustrar que o maior 
custo com os acidentes de trabalho 
não ficam para a empresa, ou para a 
vítima, mas sim para a família, que, 
por vezes, paga um custo para o resto 
da vida de não ter mais presente um 
ente querido (se você é uma pessoasentimental, você também se sentiu 
tocado com isso, não é?).
•	 Não fale o “tecnicês” ou o “academicês”: 
Utilize termos simples e aproxime seu 
discurso de seus parceiros;
•	 Antes de se comunicar, deixe 
seus parceiros se comunicarem 
e execute um diagnóstico dos 
mesmos, analisando qual o nível de 
conhecimento acerca do assunto 
que se quer trabalhar. Lembra-se de 
quando conceituamos a Segurança do 
Trabalho na Unidade II? Fiz-lhe uma 
pergunta prévia na Unidade I antes de 
iniciarmos esta discussão na Unidade 
II, de maneira que você chegou a esta 
discussão mais preparado. Você poderá 
fazer algo semelhante considerando 
este tópico; e,
•	 A comunicação não é limitada por 
apenas um canal (voz). Utilize seu 
corpo, gesticule moderadamente para 
fazer com que seus parceiros, além de 
ouvir, enxerguem melhor aquilo que 
você está discutindo.
Pós-Graduação | Unicesumar
87
conforme observamos na Unidade I, o desenvolvimento do Trabalho encon-tra-se paralelo à própria sobrevivência 
do ser humano, uma vez que este é a repre-
sentação da capacidade de transformação do 
ambiente voltada ao atendimento de nossas 
necessidades.
Verificamos ainda que, diante de um 
enfoque capitalista, todos os elementos 
envolvidos na prática do trabalho, especial-
mente considerando o ser humano e sua 
capacidade laboral, tiveram valores atribu-
ídos, ou seja, tornaram-se comercializáveis.
Infelizmente, tal conceito também se 
faz presente quando se debate sobre a 
“Qualidade de Vida no Trabalho”. Mas, você 
deve estar pensando nos motivos que fizeram 
com que tenha lhe colocado desta forma, 
afinal, o QVT é uma estratégia tão necessá-
ria e “bacana” por parte das empresas.
De fato, muitas empresas tem adotado 
os princípios de QVT, mas, conforme afirma 
Vasconcelos (2001)1, muitos destes princí-
pios ainda estão focados meramente no 
aumento de ganhos pecuniários. Trocando 
em miúdos, a ideia é que a QVT encon-
tra-se instalada no ambiente de trabalho 
quando os colaboradores são justamente 
recompensados por seu árduo trabalho. 
Falácia!
Este é somente um dos elementos da 
QVT e não necessariamente devem haver 
estes ganhos pecuniários. Aliás, a adoção 
1 VASCONCELOS, A.F. Qualidade de vida no trabalho: Origem, evolução e pers-
pectivas. caderno de Pesquisas em administração. 8(1): 23-35. 2001.
QUALIDADE DE VIDA NO 
TRABALHO
Seguranca no Trabalho
88
destas estratégias torpes é que faz com que 
as verdadeiras estratégias de Qualidade de 
Vida no Trabalho sejam encaradas como 
apenas mais um ônus ao empregador, o 
que justifica a frase que utilizei há alguns 
parágrafos.
Ademais, é válido salientar que a 
QVT não é um tema recente. Rodrigues 
(1999)2 aponta que a QVT sempre esteve 
presente no desenvolvimento da prática 
laboral humana, com outros títulos e em 
outros contextos. Segundo aquele autor, 
os próprios ensinamentos de Geometria 
de Euclides de Alexandria, que datam de 
300 a.C. serviram como inspiração para a 
melhoria dos métodos de trabalho na agri-
cultura às margens do Rio Nilo, no Egito. Da 
mesma forma, Rodrigues (1999) também 
cita o exemplo da Lei das Alavancas de 
Arquimedes, formulada 13 anos depois (287 
a.C.), a qual foi utilizada na diminuição do 
esforço físico de muitos trabalhadores.
Vasconcelos (2001) ainda aponta que 
a QVT, enquanto objeto de estudo das 
grandes áreas do conhecimento, foi ava-
liada por muitos pesquisadores durante o 
Século XX (pós estado de crise provocado 
pela Revolução Industrial do século XIX, por-
tanto). O Quadro 5 apresenta a evolução de 
conceitos ligados à Qualidade de Vida no 
Trabalho:
2 RODRIGUES, M.V.C. Qualidade de vida no trabalho: evolução e análise no 
nível gerencial. 1ª ed. Petrópolis: VOZES, 1999.
Quadro 5 – Evolução do conceito de 
Qualidade de Vida no Trabalho
coNcepções evoLução Do qvt caRacteRísticas ou visão
1.	 QVT	como	uma	variável	
(1959	a	1972)
Reação	do	indivíduo	ao	trabalho.	
Investigava-se	como	melhorar	
a	qualidade	de	vida	no	trabalho	
oara	o	indivíduo.
2.	 QVT	como	uma	abordagem	
(1969	a	1974)
O	foco	era	o	indivíduo	antes	do	
resultado	organizacional;	mas	ao	
mesmo	tempo,	busca-se	traser	
melhorias	tanto	ao	empregado	à	
direção.
3.	 QVT	como	um	método	(1972	
a	1975)
Um	conjunto	de	abordagens,	
métodos	ou	técnicas	para	melhor	
o	ambiente	de	trabalho	e	tomar	
o	trabalho	mais	produtivo	e	mais	
satisfatório.	QVT	era	vista	como	si-
nônimo	de	grupos	autônomos	de	
trabalho,	enriquecimento	de	cargo	
ou	desenho	de	novas	plantas	com	
integração	social	e	técnica.
4.	 QVT	como	um	movimento	
(1975	a	1980)
Declaração	ideológica	sobre	a	
natureza	do	trabalho	e	as	relações	
dos	trabalhadores	com	a	organi-
zação	.	Os	termos	“	administração	
participativa”	e		“democracia	
industrial”	eram	frequentemente	
ditos	como	ideias	do	movimento	
de	QVT.
5.	 QVT	como	tudo	(1979	a	
1982)
Como	panacéia	contra	a	com-
petição	estrangeira	estrangeira,	
problemas	de	qualidade,	baixas		
taxas	de	produtividade,	proble-
mas	de	queixas	e	outros	proble-
mas	organizacionais.
6.	 QVT	como	nada	(futuro)
No	caso	de	alguns	projetos	de	
QVT	fracassarem	no	futuro,	
não	passará	de	um”modismo”	
passageiro.
Fonte: NADLER & LAWLER apud. FERNANDES (1996, pg. 42)3.
3 FERNANDES, E. Qualidade de vida no trabalho: como medir para melho-
rar. Salvador: CASA DA QUALIDADE EDITORA LTDA., 1996.
Pós-Graduação | Unicesumar
89
Um dos experimentos mais famosos 
datam das décadas de 1920 a 1940, 
executados por Helton Mayo. Estes expe-
rimentos ocorreram na empresa Western 
Eletric Company (Hawthorne, Chicago – EUA) 
e visaram basicamente modificar os postos 
de trabalho de um grupo amostral de traba-
lhadoras daquela companhia. 
Os novos postos de trabalho encontra-
vam-se próximos fisicamente da chefia e 
alguns benefícios foram ofertados à estas tra-
balhadoras no sentido de expressão de ideias 
e de intercomunicação durante a prática 
laboral. Os resultados de tal experimento 
apontaram para um repentino aumento de 
produtividade e definiram, ao menos primor-
dialmente, quais os fatores que deveriam ser 
levados em conta no que concerne ao esta-
belecimento de um ambiente que oferta a 
Qualidade de Vida no Trabalho.
Outros trabalhos paralelos e posteriores 
foram realizados e em muito contribuíram 
para o entendimento dos fatores possibili-
tam a criação de um ambiente de trabalho 
com qualidade de vida. Maslow e sua Teoria 
das Necessidades e McGregor, com sua 
teoria X são exemplos destes estudos. A 
avaliação de ambas as teorias, em especial, 
a Teoria X de McGregor, nos faz concluir 
que o compromisso do ser humano com 
os objetivos empresariais depende basi-
camente das recompensas ofertadas (não 
necessariamente pecuniárias). A oferta 
destas recompensas faz com que o ser 
humano não somente aceite as respon-
sabilidades como também faz com que 
ele as procure, conforme observado por 
Ferreira, Reis e Pereira (1999)4.
Posteriormente aos estudos de Maslow e 
McGregor, Frederick Herzberg realizou suas 
considerações sobre o tema Qualidade de 
Vida no Trabalho, definindo com mais clareza 
o conjunto de fatores que deterioram a QVT 
no ambiente de trabalho. Segundo Herzberg, 
apud. Vasconcelos (2001), os fatores higiê-
nicos capazes de produzir insatisfação ao 
trabalhador compreendem:
a. A política e a administração da 
empresa;
b. As relações interpessoais com os 
supervisores;
c. A própria supervisão dos trabalhos;
d. As condições de trabalho;
e. O salário;
f. O status; e,
g. A segurança no trabalho.
Por sua vez, ainda de acordo com este estudo,os fatores motivadores, ou aqueles capazes 
de gerar satisfação aos trabalhadores são:
a. Capacidade de realização;
b. Reconhecimento;
c. O próprio trabalho (prazer na prática 
laboral);
d. Sensação de responsabilidade; e,
e. Possibilidade de progresso ou 
desenvolvimento de carreira.
4 FERREIRA, A.A.; REIS, A.C.F.; PEREIRA, M.I. Gestão empresarial: De taylor 
aos nossos dias. evolução e tendências da moderna administração de 
empresas. São Paulo: PIONEIRA, 1999. 
Seguranca no Trabalho
90
Este experimento de Herzberg nos faz 
refletir, não é caro aluno? Afinal desmistifi-
camos de uma vez por todas que o salário 
ou ganhos pecuniários não são o principal 
fator gerador de satisfação ou de insatisfa-
ção com o trabalho. Antes disso, questões 
ligadas ao ambiente de trabalho e às rela-
ções interpessoais, especialmente quando 
consideramos as relações hierárquicas, são 
fundamentais ao desenvolvimento de um 
estado de plenitude quanto à Qualidade de 
Vida no ambiente de trabalho.
Diria que este é um ponto de partida para 
a própria ação dos Gestores com Pessoas, 
afinal esta discussão inicial sobre QVT foi rea-
lizada justamente neste sentido, de esclarecer 
que QVT não implica somente na melhoria 
das condições salariais.
O Brasil atualmente tem despontado com um dos países que mais investem em Qualidade 
de Vida no Trabalho. Ademais, vale dizer que a QVT também é um dos pilares que susten-
tam a própria Segurança do Trabalho e a Saúde Ocupacional. Veja o ranking dos países que 
apresentaram os melhores índices de qualidade de vida no trabalho.
RaNkiNg De quaLiDaDe De viDa poNtuação
1.	Méchico 153
2.	Brasil 151
3.	China 145
4.	Índia 139
5.	África	do	Sul 135
6.	Austrália 129
7.	Estados	Unidos 123
8.	Holanda 120
9.	Canadá 113
10.	 França 109
11.	 Japão 105
12.	 Bélgica 104
13.	 Reino	Unido 104
14.	 Alemanha 95
Fonte: ABRANTES, T. Qualidade de vida no trabalho no Brasil é a que mais cresceu em 
dois anos. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/qualidade-de-vida-
no-trabalho-no-brasil-e-a-que-mais-cresceu-em-2-anos>. Acesso em: 08 Ago. 2014.
Pós-Graduação | Unicesumar
91
Aliás, as próprias áreas do conhecimento 
que convergem à QVT, lhe prestando im-
portantes contribuições ao seu estudo, nos 
informam a respeito dos focos que devemos 
ter ao analisarmos o ambiente de trabalho. 
Estas áreas são, segundo Albuquerque e 
França (1997)5:
•	 Saúde: Tem contribuído com 
estudos que visam a preservação 
da integridade física, mental e social 
do ser humano, portando-se como 
preventiva, além de corretiva.
•	 Ecologia: O homem no ambiente de 
trabalho é integrante e responsável 
pela preservação do sistema que a 
ele se coloca. Como este ser humano 
faz parte do mesmo, o sistema pode 
ser flexibilizado por suas ações, lhe 
gerando maior qualidade de vida na 
execução de seu trabalho.
•	 Ergonomia: Analisa e adapta o 
meio de trabalho, especialmente 
equipamentos, materiais e instalações, 
ao trabalhador.
•	 Psicologia: Amplia os princípios de 
QVT em sua alçada, demonstrando 
a influência das atitudes internas e 
das perspectivas de vida de cada 
pessoa em seu trabalho. A psicologia 
tem avaliado ainda a importância 
pessoal do trabalho e as necessidades 
individuais, equalizando-as à prática 
laboral.
5 ALBUQUERQUE, L.G.; FRANÇA, A.C.L. Estratégias de recursos humanos e gestão 
da qualidade de vida no trabalho: O stress e a expansão do conceito de quali-
dade total. revista de administração. 33(2): 40-51, 1998.
•	 Sociologia: Em QVT, tem resgatado 
a dimensão simbólica do que 
é compartilhado e construído 
socialmente, considerando os 
diferentes saberes, princípios e culturas.
•	 Economia: Aproxima a QVT dos 
princípios de sustentabilidade, 
uma vez que considera que todos 
os recursos são finitos. Nesta ótica, 
torna-se necessário a distribuição e 
o compartilhamento dos materiais 
e da estrutura do ambiente de 
trabalho, exercitando o equilíbrio, 
a responsabilidade e os direitos de 
sociedade.
•	 Administração: Amplia a capacidade 
de mobilizar recursos para atingir os 
resultados, considerando ambientes 
de trabalho cada vez mais complexos, 
mutáveis e competitivos.
•	 Engenharias: Contribuem com a 
QVT no sentido de elaborar formas 
produtivas flexíveis, com a utilização 
de tecnologias para o trabalho e para o 
controle dos processos.
Diante desta discussão, você foi capaz de 
perceber como a QVT é complexa e foge do 
senso comum ligado somente ao salário ou 
somente às questões de saúde. Perceba que 
diante deste cenário, torna-se amplamente 
necessária a figura de um animador, comu-
nicador e articulador dos processos, com 
competências e conhecimentos que estão 
muitas vezes distantes dos profissionais de 
Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional. 
Seguranca no Trabalho
92
Assim, o Gestor com Pessoas é o pro-
fissional responsável, em conjunto com 
os profissionais de Segurança do Trabalho 
e Saúde Ocupacional, bem como com os 
demais colaboradores da empresa pela apli-
cação coordenada das categorias conceituais 
de Qualidade de Vida no Trabalho.
Quadro 6 – Categorias conceituais de 
Qualidade de Vida no Trabalho
cRitéRios iNDicaDoRes De qvt
7.	 Compensação	justa	e	
adequada
Equidade	interna	e	externa
Justiça	na	compensação
Partilha	de	ganhos	de	produtividade
8.	 Condições	de	trabalho
Jornada	de	trabalho	razoável
Ambiente	físico	seguro	e	saudável
Ausênsia	de	insalubridade
9.	 Uso	e	desenvilvimento	
de	capacidades
Autonomia
Autocontrole	relativo
Qualidades	mútiplas
Informações	sobre	o	processo	total	do	
trabalho
10.	Oportunidade	de	cres-
cimento	e	segurança
Possibilidade	de	carreira
Crescimento	pessoal
Perspectiva	de	avanço	salarial
Segurança	de	emprego
11.	Intergração	social	na	
organização
Ausência	de	prexonceitos
Igualdade
Mobilidade
Relacionamento
Senso	Comunitário
12.	Constitucionalismo
No	caso	de	alguns	projetos	de	QVT	
fracassarem	no	futuro,	não	passará	de	
um”modismo”	passageiro.
13.	O	trabalho	e	o	espaço	
total	de	vida
Papel	balanceado	no	trabalho
Estabilidade	de	horários
Poucas	mudanças	geográficas
Tempo	para	lazer	da	família
14.	Relevância	social	do	
traebalho	na	vida
Imagem	da	empresa
Responsabilidade	social	da	empresa
Responsabilidade	pelos	produtos	
Práticas	de	emprego
Fonte: Walton, apud. Fernandes (1996, pg. 48).
Walton, citado por Fernandes (1996, pg. 
48), apresenta oito categorias conceituais, ou 
critérios de Qualidade de Vida no Trabalho, 
que deverão ser avaliados e aplicados nos di-
ferentes ambientes de trabalho. Tais critérios 
e seus respectivos indicadores, encontram-
se dispostos no Quadro 6 a seguir:
Professor, quais são então estas categorias con-
ceituais que eu devo conhecer para aplica-las 
em minha prática profissional?
Pós-Graduação | Unicesumar
93
Infelizmente existe uma grande dis-
tância entre os princípios de Qualidade de 
Vida no Trabalho e a realidade. Conforme 
Albuquerque, citado por França e Assis (1995, 
pg. 28)6:
“(...) existe uma grande distância entre o 
discurso e a prática. Filosoficamente, todo 
mundo acha importante a implantação 
de programas de QVT, mas na prática pre-
valece o imediatismo e os investimentos 
de médio e longo prazo são esquecidos. 
Tudo está por fazer. A maioria dos progra-
mas de QVT tem origem nas atividades de 
saúde e segurança do trabalho e muitos 
nem sequer se associam a programas de 
qualidade total ou de melhoria do clima 
organizacional. QVT só faz sentido quando 
deixa de ser restrita a programas internos 
de saúde ou lazer e passa a ser discuti-
da em um sentido mais amplo, incluindoqualidade das relações de trabalho e suas 
consequências na saúde das pessoas e da 
organização”.
Este trecho acima citado pode resumir a ideia 
sobre as dificuldades que você encontrará ao 
tentar implantar os princípios de QVT em sua 
atividade profissional. São muitas as barreiras 
de ordem conceitual (nem todos conhecem 
todas as dimensões da QVT), de ordem fi-
nanceira (nem todas as empresas querem 
6 FRANÇA, A.C.L.; ASSIS, M.P. Projetos de qualidade de vida no traba-
lho: Caminhos percorridos e desafios. RAE Light. 2(2): 26-32, 1995.
arcar com os custos da implantação de tais 
programas, considerando que os resultados 
dos mesmos só aparecem em médio e longo 
prazo), de ordem cultural (a manutenção do 
status quo das lideranças engessando a inter-
pessoalidade dentro de uma empresa), além 
de dificuldades estruturais (as empresas ra-
ramente possuem estruturas outras que não 
sejam produtivas).
Contudo, dada a importância da 
Qualidade de Vida no Trabalho e seus be-
nefícios, torna-se amplamente necessário 
que os atuais paradigmas sejam revistos. 
Conforme o último trecho citado, não se 
pode falar em Qualidade Total em uma 
empresa sem se falar em QVT. Parafraseando-
a, não se pode falar em Segurança do 
Trabalho e Saúde Ocupacional e muito 
menos em um processo de Gestão de 
Pessoas sem mencionar, implantar e con-
solidar os princípios de QVT na vida da 
empresa e de seus colaboradores.
Nossa intenção ao discutir sobre QVT 
é apresentar mais um nicho de mercado 
para sua futura atuação. Contudo, não é 
nossa intenção esgotar o assunto, afinal, 
ainda existiriam muitos outros aspectos 
que poderiam ser discutidos. Portanto, 
para ampliar seu aprendizado e suas visões 
acerca da Qualidade de Vida no Trabalho, 
Seguranca no Trabalho
94
Após finalizarmos nosso entendimento 
sobre Qualidade de Vida no Trabalho, nos 
resta discutir sobre o último tópico desta 
unidade, o qual versa sobre a importância 
da Segurança do Trabalho ao Gestor com 
Pessoas como elemento de competitividade 
no mercado de trabalho. Vamos continuar 
nossos estudos?
Em minhas práticas na docência em nível 
presencial, tenho observado que a prá-
tica confirma a teoria. Meu Professor de 
Extensão Rural, o qual até hoje mantenho 
amizade, afirmara que o ser humano, em 
condições normais, só consegue prestar 
atenção em uma informação por cerca de 
sete minutos. Finalizado este tempo, al-
guma estratégia deveria ser aplicada no 
sentido de ter novamente a atenção desta 
pessoa.
Resolvi praticar alguns dos princípios de 
Qualidade de Vida no Trabalho, inserindo 
a ginástica laboral em minhas aulas. Não 
satisfeito, decidi estudar o comportamento 
dos alunos antes e depois das ginásticas, 
aplicando-lhes pequenos testes para ave-
riguação de sua atenção durante as aulas. 
Tive sucesso, pois 86% dos alunos avaliados 
responderam corretamente a um teste psi-
cológico o qual demandava atenção para 
obtenção de acertos. Esta experiência per-
mitiu concluir que as ações de QVT estabe-
lecem a execução mais precisa e prazerosa 
da prática laboral (neste caso, da prática do 
estudo).
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em 
fatos reais.
apresento-lhe, ao final desta unidade, duas 
leituras complementares que abordam as-
pectos e atualidades sobre a QVT. Ademais, 
também apresento sugestões de literaturas 
que são basilares a quem pretende atuar 
no setor de Segurança do Trabalho e Saúde 
Ocupacional e de Gestão de Pessoas. Por 
último, peço para que você acompanhe as 
sugestões de vídeos, os quais reforçarão os 
conceitos de QVT e apresentarão sua apli-
cação prática. Acesse estes conteúdos ao 
final de nossa unidade, ok?
Pós-Graduação | Unicesumar
95
Segundo a reportagem de capa da Revista ISTO É, de 26 de Abril de 2012, intitulada “O profissional que o 
mercado quer”, o mundo do trabalho vive 
sua maior transformação desde a Revolução 
Industrial e busca um novo tipo de pessoas. 
Agora o que vale mais é ter formação diver-
sificada, ser versátil, autônomo, conectado e 
dono de um espírito empreendedor (RUBIN, 
20127).
Em outras palavras, dominar os conhe-
cimentos de apenas uma área ou curso é 
pouco válido. Ainda mais considerando uma 
área tão competitiva como a da Gestão com 
Pessoas. 
7 RUBIN, D. O profissional que o mercado quer. iSto É [on line]. 2212 ed., 
São Paulo: ABRIL, 2012. Disponível em: <http://www.istoe.com.br/reporta-
gens/196912_O+PROFISSIONAL+QUE+O+MERCADO+QUER>. Acesso em: 
17. Jun. 2012.
A tendência do mercado é que os pro-
fissionais passem a desenvolver um enfoque 
sistêmico acerca de suas demandas. Há 
pouco, discutíamos sobre os sistemas de 
gestão empresariais e ressaltamos o fato de 
que estes sistemas deveriam convergir e in-
teragir entre si, considerando que possuem 
a mesma base e respeitando as tendências 
de mercado.
Somente o Gestor com Pessoas, sem 
maiores conhecimentos sobre a Gestão de 
Qualidade e sobre os princípios de Segurança 
do Trabalho e Saúde Ocupacional não será 
capaz de atender as futuras demandas de 
um mercado em expansão.
Conforme já abordado em momentos an-
teriores, a atuação do Gestor com Pessoas no 
A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO 
AO GESTOR COM PESSOAS COMO ELEMENTO 
DE COMPETITIVIDADE NO MERCADO DE 
TRABALHO
Seguranca no Trabalho
96
Sistema de Segurança do Trabalho e Saúde 
Ocupacional está limitada pelas atribuições 
dos profissionais oficiais (definidos pela NR 4 
– Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e Medicina do Trabalho), ou seja, 
este gestor não se encontra habilitado, por 
exemplo, para elaborar e ser o responsável 
técnico de um PCMAT.
Todavia, nada impede que este profissio-
nal tenha o conhecimento dos mecanismos 
e ferramentas da Segurança do Trabalho para 
auxiliar na aplicação das mesmas.
No início deste material, utilizei o termo 
“bureau” para me referir ao Sistema de 
Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional, 
em alusão ao significado de conjunto de pro-
fissionais, técnicas e conhecimentos acerca 
de um determinado assunto. E de fato é isso 
que se espera de um profissional da área de 
Gestão com pessoas: Participação e proa-
tividade em conhecer os mecanismos da 
Segurança do Trabalho. Por isso que lhe in-
centivei ao longo do material a acompanhar 
as leituras complementares, visitar endere-
ços de páginas de internet com conteúdo 
relacionado, a desenvolver conceitos utili-
zando o raciocínio, ou seja, aos poucos, neste 
material, treinamos nosso cognitivo, nossa 
inteligência.
Aliás, certo dia ouvi de um bom mestre: 
“A Inteligência é a capacidade do ser humano 
em buscar soluções para aquilo que ele não 
conhece ou não entende”. Você conhecia 
ou entendia sobre todos os princípios co-
mentados neste material? Provavelmente 
não, mas, muito mais você aprendeu do 
que eu lhe ensinei, por que antes de lhe 
ensinar o assunto propriamente dito, nos 
abastecemos de argumentos e trabalha-
mos densamente os conceitos que orbitam 
o assunto principal.
Tanto isto é verdade que fomos capazes 
de definir o tema Segurança do Trabalho 
sem conhecer uma definição de algum outro 
autor e verificamos que os conceitos que de-
senvolvemos, de fato, eram válidos.
Pós-Graduação | Unicesumar
97
Voltando a nossa discussão do 
momento, portanto, treinamos em con-
junto o exercício de nossa inteligência que, 
junto com o empreendedorismo, a proa-
tividade, a capacidade de comunicação e 
Uma determinada instituição financeira fora 
alvo de pesquisa, baseada no Modelo de 
investigação de QVT de Walton. O objeti-
vo da pesquisa foi identificar a existênciada relação entre a QVT e seu Desempenho 
organizacional. 
A análise das respostas obtidas através de 27 
respondentes identificou uma significativa 
insatisfação por parte dos funcionários refe-
rentes à compensação financeira oferecida 
pela empresa e à segurança no trabalho. Já 
as variáveis “Condições de Trabalho e Rele-
vância do Trabalho” foram as que obtiveram 
as melhores avaliações por parte dos cola-
boradores entrevistados, refletindo pontos 
fracos e fortes da instituição, que podem ser 
trabalhados de maneira a gerar um ambien-
te mais saudável e produtivos. Supõe-se que 
este seria um cenário propício à ocorrência 
de acidentes de trabalho derivados do des-
gaste sofrido pelos trabalhadores.
Fonte: GALEANO, R.; VIEIRA, E.A.; ARAÚJO, 
K. A qualidade de vida no trabalho como 
fator de influência no desempenho organi-
zacional. Disponível em: <http://www.ead.
fea.usp.br/semead/11semead/resultado/
trabalhosPDF/759.pdf>. Acesso em: 10 Ago. 
2014.
o conhecimento amplo e sistêmico, são 
capacidades demandadas pelo mercado 
de trabalho. Espero que com estas infor-
mações valiosas, você consiga ser bem 
sucedido em sua profissão.
Seguranca no Trabalho
98
Nesta última unidade de nosso material 
você teve a possibilidade de perceber quais 
são as perspectivas do tema Segurança do 
Trabalho e Saúde Ocupacional no contexto 
da Gestão com Pessoas sob três enfoques: 
Comunicação e Animação dos processos, 
Qualidade de Vida no Trabalho e Ampliação 
de competitividade profissional.
Verificamos que nos três enfoques as áreas 
do conhecimento abordadas (Segurança 
do Trabalho e Saúde Ocupacional e Gestão 
com Pessoas) tornaram-se indissociáveis, não 
sendo possível avaliar uma problemática sob 
o enfoque isolado de uma destas ciências.
Também verificamos a forte ligação do 
tema Segurança do Trabalho com o tema 
Qualidade de Vida no Trabalho. A Qualidade 
de Vida no Trabalho, conforme observamos, 
transcende a aplicação de técnicas espe-
cíficas à cada caso, avançando no sentido 
de aproximar do profissional as condições 
pessoais ideais para a prática laboral, am-
plificando sua produtividade por meio do 
bem estar físico e mental dos colabora-
dores. Ademais, vale dizer que os custos 
operacionais das empresas com absenteísmo 
derivado de acidentes ou de instabilidades 
físicas e emocionais dos trabalhadores é re-
duzido drasticamente.
Por fim, tecemos uma análise crítica 
quanto à formação profissional do Gestor 
com Pessoas, destacando a inteligência, o 
empreendedorismo, a proatividade, a capa-
cidade de comunicação e o conhecimento 
amplo e sistêmico como qualidades deman-
dadas pelo mercado de trabalho. 
Ademais, este conhecimento amplo 
e sistêmico abarca diferentes áreas do co-
nhecimento e raramente encontramos no 
mercado de trabalho profissionais que sejam 
antenados na área de Segurança do Trabalho. 
Verificam-se muitos profissionais com conhe-
cimentos isolados e nossa prática de estudos, 
por meio deste material, visou justamente o 
contrário: Quero que você se forme com sua 
visão crítica e sistêmica desenvolvida, inte-
grando os conhecimentos das duas áreas 
trabalhadas neste material para que você 
possa ser um profissional responsável e de 
sucesso.
Considerações Finais
Pós-Graduação | Unicesumar
99
Atividade de Autoestudo
1. O tema “Qualidade de Vida no 
Trabalho” é complexo e foge do 
senso comum ligado somente ao 
salário ou somente às questões de 
saúde. Para o entendimento de todos 
os fatores ligados à QVT, torna-se 
necessária a adoção de enfoques 
relacionados à diferentes ciências. 
Sobre estas diferentes ciências, 
assinale a alternativa que apresenta 
a associação correta entre a ciência 
e sua descrição ou contribuição 
relacionada à QVT.
a. ( ) Administração: Em QVT, tem 
resgatado a dimensão simbólica do 
que é compartilhado e construído 
socialmente, considerando os 
diferentes saberes, princípios e 
culturas.
b. ( ) Psicologia: Amplia os princípios 
de QVT em sua alçada, demonstrando 
a influência das atitudes internas e 
das perspectivas de vida de cada 
pessoa em seu trabalho. A psicologia 
tem avaliado ainda a importância 
pessoal do trabalho e as necessidades 
individuais, equalizando-as à prática 
laboral.
c. ( ) Sociologia: Contribuem com a 
QVT no sentido de elaborar formas 
produtivas flexíveis, com a utilização 
de tecnologias para o trabalho e para 
o controle dos processos.
d. ( ) Engenharias: Tem contribuído 
com estudos que visam a 
preservação da integridade física, 
mental e social do ser humano, 
portando-se como preventiva, além 
de corretiva.
e. ( ) Ecologia: Analisa e adapta o 
meio de trabalho, especialmente 
equipamentos, materiais e 
instalações, ao trabalhador.
2. No campo da Segurança do 
Trabalho e Saúde Ocupacional, 
considera-se como parte das 
estratégias de prevenção de riscos 
a adoção de visões pluralistas 
advindas de profissionais de 
diferentes áreas. Assim, para a 
formação do chamado “bureau” de 
Segurança e Saúde no Trabalho, 
considera-se a presença não 
somente dos atores oficiais 
(profissionais ligados ao SESMT), 
mas também de profissionais de 
outras áreas. Sobre a atuação do 
profissional formado no curso de 
MBA em Gestão com Pessoas na 
área de Segurança do Trabalho, 
assinale a alternativa correta.
Seguranca no Trabalho
100
a. ( ) É função deste profissional, de 
acordo com a NR-03, cumprir e fazer 
cumprir, em conjunto aos demais 
profissionais da área de Segurança e 
Medicina do Trabalho, o disposto nas 
Normas Regulamentadoras ou em 
outros instrumentos equivalentes.
b. ( ) O profissional formado na 
área de Gestão com Pessoas, além 
de articulador dos processos, tem 
atribuições que lhe permitem atuar 
nos processos de perícias e auditorias, 
especialmente nos casos onde 
existam dúvidas quanto à percepção 
dos adicionais de insalubridade e/ou 
periculosidade.
c. ( ) Para todos os efeitos, o profissional 
formado em Gestão com Pessoas 
não possui o poder legal de assumir 
a responsabilidade técnica quanto 
ao cumprimento do disposto nas 
Normas Regulamentadoras e em 
outros dispositivos de Segurança 
do Trabalho. Contudo, possui 
um importante papel no campo 
da articulação entre os atores 
envolvidos com a prática laboral, 
da comunicação e expressão e em 
algumas áreas correlatas à Psicologia 
do Trabalho, especialmente aquelas 
ligadas à processos motivacionais 
das equipes de trabalho e 
organizacionais.
d. ( ) A alternativa “a” estaria correta 
caso o trecho “cumprir e fazer 
cumprir” estivesse referenciado à Lei 
6.514/77, Artigo n°. 157, e não a NR-
03.
e. ( ) Nenhuma das alternativas 
anteriores encontra-se correta.
Pós-Graduação | Unicesumar
101
Livro 
Título: Stress e qualidade de vida no trabalho: Perspectivas atuais da saúde ocupacional. 1ª ed.
Autor: STEVEN L. SAUTER/ PERREWE/ ROSSI
Editora: ATLAS
Sinopse: Este livro aborda tópicos importantes nas áreas de stress, saúde ocupacional e qualidade de vida, 
reunindo um grupo multidisciplinar de especialistas que fornecem análises aprofundadas sobre o tema. 
Pelo fato de o stress no trabalho Ter se formado em uma preocupação mundial, este livro assume uma 
perspectiva verdadeiramente internacional sobre o stress ocupacional e o bem-estar dos colaboradores.
A obra apresenta temas do que é atualmente uma literatura em expansão que visa atender as causas, 
os efeitos e a prevenção do stress no local de trabalho. Começa com três capítulos sobre as diferentes 
fontes de stress ocupacional, abordandode fatores organizacionais a atributos dos próprios trabalha-
dores. Os cinco capítulos seguintes atualizam a compreensão sobre os efeitos adversos que o stress 
pode ter sobre os indivíduos, suas famílias e as organizações. O último grupo de capítulos do livro 
tem um tom mais positivo, avaliando os benefícios de ambientes de trabalho saudáveis e formas de 
superar a prevenir o stress no trabalho.
Livro 
Título: Qualidade de vida no trabalho – QVT: Conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-in-
dustrial. 2ª ed. 
Autor: Ana Cristian Limongi-Franca
Editora: ATLAS
Sinopse: Esta obra busca novos paradigmas na administração de empresas por meio de três vetores con-
ceituais nas questões de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). As escolas de pensamento, os indicadores 
empresariais BPSO (Biológicos, Psicológicos, Sociais e Organizacionais) e os fatores críticos de gestão.
O intenso trabalho de pesquisa visou a uma nova Modelagem Conceitual, com base nas Interfaces da 
Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) da administração de empresas. Os conceitos aqui tra-
tados foram construídos com base na combinação do método quantitativo - utilizando-se a análise 
documental e do estudo quantitativo exploratório - por meio de pesquisa de campo com adminis-
tradores, alunos e professores da área de Administração e ampla análise documental, inclusive com 
alunos do MBA-RH (FIA) em convênio com a USP, em projeto de pesquisa de livre-docência da autora.
Livro 
Título: Extensão ou Comunicação? 6. ed. 
Autor: FREIRE, P.
Editora: PAZ E TERRA,
Sinopse: Uma das maiores contribuições de Paulo Freire para o desenvolvimento de ações em conjunto 
com Agricultores e Agricultoras Familiares encontra-se no livro “Extensão ou Comunicação?”. Por meio 
da discussão estabelecida neste material, o leitor é levado a problematizar sobre o seu papel, como 
agente de desenvolvimento, no sentido de promover os processos comunicativos dialogados na mesma 
linguagem do agricultor, considerando seus saberes, costumes e identidade. Trata-se de uma leitura 
obrigatória a todos os profissionais que desenvolvem ações em conjunto com estes atores sociais.
Seguranca no Trabalho
102
Qualidade de vida no trabalho: Trata-se de um vídeo que apre-
senta didaticamente os principais conceitos relacionados à 
Qualidade de Vida no Trabalho - http://www.youtube.com/
watch?v=qoxW13XryFM
VT Qualidade de Vida no Trabalho – Caso Johnson & Johnson: 
Trata-se de um vídeo institucional o qual apresenta a aplicação 
dos princípios de QVT em uma empresa do ramo de higiene 
pessoal - http://www.youtube.com/watch?v=OOWmokQdnjE
Web
Pós-Graduação | Unicesumar
103
relato de 
caso
O transporte de cargas é um dos segmentos mais 
importantes para o desenvolvimento do Brasil, 
pois é através dele que se faz chegar a matéria 
prima nas indústrias e o produto final ao consu-
midor. Dentre as inúmeras cargas transportadas 
pelas nossas rodovias encontram-se os produtos 
perigosos, sem os quais seria inviável a produção 
de bens de consumo. 
Os riscos de desastres com produtos perigo-
sos acontecem entre os desastres humanos de 
natureza tecnológica, podendo localizar-se no 
Transporte Rodoviário, Aeroviário, Ferroviário, 
Marítimo, Fluvial ou Lacustre, no Deslocamento 
por Dutos, e em muitos outros locais onde ocorre 
o uso ou manuseio de produtos perigosos.
Os acidentes com produtos perigosos que 
ocorrem durante o seu transporte, armazena-
gem ou manuseio requerem das pessoas, que 
possuam contato direto e indireto no processo, 
conhecimentos gerais e específicos para evita-
rem sinistros. O acidente ocorre todas as vezes 
que se perde o controle sobre o risco, resultado 
em extravasamento, causando danos humanos, 
materiais e ambientais.
Considera-se produto perigoso toda substância 
com propriedades físico-químicas como toxicida-
de, corrosividade, inflamabilidade e outras que 
podem causar danos à saúde das pessoas, desor-
dem ou destruição do meio ambiente e prejuízos 
ao patrimônio de terceiros.
Esses produtos estão agrupados em nove classes 
de risco, identificados, nos veículos, por painéis 
de segurança e rótulos de risco. 
Diante da necessidade de se transportar tais 
cargas, é conveniente afirmar que o conhecimen-
to sobre a tipologia da carga bem como sobre suas 
características físico-químicas e sobre as ações 
para contenção de catástrofes é extremamente 
válido aos profissionais da área de Gestão, em es-
pecial os Gestores com Pessoas.
Pode-se dizer que em uma empresa que preten-
da ser referência no mercado, a existência de um 
Gestor com capacidade de multiplicar tais conhe-
cimentos promove não somente a defesa dos 
recursos naturais, mas também a própria segu-
rança do trabalho.
O presente estudo revelou que as empresas que 
investem em um sistema de gestão integrada em 
seus transportes, considerando a gestão ambien-
tal, de pessoas, de qualidade e da segurança do 
trabalho, reduzem seus custos operacionais em 
48%, considerando a comparação com empresas 
que não adotam procedimentos que possam ser 
característicos das respectivas gestões.
Da mesma forma, os dados revelados por este 
estudo indicam que o investimento em gestão 
integrada valoriza os papéis das empresas que 
possuem ações nas bolsas de valores, em especial, 
as empresas logísticas de maior porte. É válido 
salientar que estes processos de gestão integra-
da são de competência do Gestor com Pessoas, 
levando-se em conta que 35% das empresas ava-
liadas no caso possuíam este profissional em seu 
bureau de planejamento.
Desta forma, avalia-se como positiva a ação deste 
profissional nos casos avaliados por meio deste 
trabalho, da mesma forma que se avalia como 
necessária a multiplicação de conhecimentos 
sobre estratégias de segurança e contenção de 
catástrofes nos transportes de cargas perigosas.
Elaborado pelo autor, baseado em SILVA, 
E.M.; COSTA, T.R. Transporte e armazenamen-
to de cargas perigosas. Monografia: Curso de 
Especialização em Engenharia de Segurança do 
Trabalho – Universidade Estadual de Maringá. 
2014. 70p.
Seguranca no Trabalho
104
Prezado aluno do curso de MBA em Gestão 
com Pessoas, a produção do livro “Segurança 
do Trabalho e Saúde Ocupacional” apresenta-
se como uma humilde contribuição literária 
aos seus estudos e ao seu futuro exercício pro-
fissional. Por meio desse material, muitos dos 
conceitos e do conhecimento acerca deste 
tema estratégico foram tratados, sempre com 
um foco realista e interdisciplinar.
Espero que você possa ter construído o 
conhecimento sobre a importância, as ações, 
os atores envolvidos e as perspectivas sobre 
os assuntos abordados e, se você realmen-
te conseguiu este intento, terei cumprido 
minha missão em auxiliá-lo em sua jornada.
Contudo, sei que muitos conceitos e 
muitas das discussões realizadas neste ma-
terial não se acabam por aqui, podendo 
gerar novas dúvidas. Se você leu atenta-
mente este material, e possui um espírito 
CONCLUSÃO
empreendedor, você certamente irá gostar 
de ter estas dúvidas e de estar em frente aos 
novos desafios, ou seja, você terá a atitude 
necessária para descobrir mais sobre este 
mundo tão vasto e complexo da Segurança 
do Trabalho.
Estarei sempre a sua disposição para lhe 
ajudar nesses assuntos. Entre em contato em 
caso de dúvidas e sugestões, por meio do en-
dereço: tiago.costa@unicesumar.edu.br. Será 
um prazer conversar com você!
Desejo lhe encontrar em uma próxima 
oportunidade para novamente construirmos 
o conhecimento.
Um grande abraço!
Prof. Tiago Ribeiro
Eng. Agrônomo, Eng. de Segurança do 
Trabalho, Me.
Professor Assistente – NEAD 
UniCesumar
Pós-Graduação | Unicesumar
105
ABRANTES, T. Qualidade de vida no tra-
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Pós-Graduação | Unicesumar
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108
Unidade I: 1-b; 2-b; 3-c
Unidade II: 1-d; 2-d
Unidade III: 1-b; 2-c.
GABARITO
(Footnotes)
1 GUIADOESTUDANTE.ABRIL.COM. Descrição 
sobre o profissional de Engenharia de 
Segurança do Trabalho. Disponível em: 
<http://guiadoestudante.abril.com.br/
profissoes/engenharia-producao/engenha-
ria-seguranca-trabalho-602980.shtml>

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