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Trabalho de Sociologia

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ALOMA MARIA ANDRADE MACEDO
TRABALHO INTERDICIPLINAR DA DISCIPLINA
SOCIOLOGIA
SALVADOR
2019
ALOMA MARIA ANDRADE MACEDO
TRABALHO INTERDICIPLINAR DA DISCIPLINA
SOCIOLOGIA
Trabalho apresentado na disciplina Sociologia do Curso de Administração, do Centro Universitário Unijorge, sob a orientação do professor (a) Isabelle Pedreira dejardin Turno EAD.
SALVADOR
2019
 
È importante deixar claro que, para Marx e Engels, são autores do Manifesto do Partido Comunista, uma luta de classes se tratava de um contexto político específico a uma época: A Revolução Industrial.
No capitalismo a exploração se dava por meio da extração do “valor de uso”, uma porção do trabalho que garantia o acumulo de capital. Processo esse que não ocorria de maneira voluntária, exigindo habilidade e conhecimento de uma classe sobre a outra. Durante a Revolução Industrial a divisão social das classes se dava entre burgueses e proletários, sendo os primeiros proprietários dos meios de produção e os últimos na força de trabalho.
O Estado, no entanto, seria uma estrutura que poderia garantir os interesses da classe dominante sobre a classe dominada, por meio das normas do direito estatal, as mesmas garantiriam as dinâmicas de exploração da burguesia, por meio de um contrato de trabalho aparentemente imparcial, mas que visaria beneficiar o capitalista. Mesmo sabendo que a exploração do trabalho e a luta de classes permanecem até os dias atuais no capitalismo contemporâneo, a natureza desse sistema, em conjunto com uma infinidade de mudanças sociais, faz com que a distinção entre burgueses e proletários não mais representasse inteiramente as relações sociais de produção. De maneira bem parecida, o estado moderno, ainda que continue a atender interesses capitalistas corporativos, não atua da mesma forma como a descrita por Marx.
Um processo que se multiplica para todas as áreas da vida humana, e contamina as mentes pessoas, apresentando seus valores como valores naturais ao homem, diminuindo de sua própria história, humilhando-se à lógica de uma competição mercantil como moeda de troca inerente da espécie.
O crescimento do modelo social reverbera em um numero expressivo da população mundial com seus efeitos indesejados. Como o aumento do desemprego, a informalidade crescente, a reutilização do trabalho infantil, a ampliação de áreas de exclusão em várias partes do país, o aumento da desigualdade social presente, inclusive, nos países de alto IDH, a criminalidade e a expansão da indústria do narcotráfico são alguns exemplos de como a lógica de funcionamento de um sistema econômico baseado na busca desenfreado do lucro impregna de maneira desigual a população.
Em cada país, as lutas sociais e políticas influenciam o modo como esse processo se expande, reduzindo seu ritmo e preservando alguns direitos em alguns lugares ou incentivando seu desenvolvimento e reprimindo os descontentes.
Hoje, no começo do século XXI, pode-se observar a expansão agressiva e contínua do capital em setores que produzem efeitos sociais de grande monta como a especulação imobiliária, que empurra os trabalhadores para cada vez mais longe do seu trabalho, impactando os modelos de transporte público; a ampliação do agronegócio e da cultura monopolista que expulsa o camponês e imprime um modelo devastador sobre a biodiversidade; o ataque constante aos direitos econômicos dos trabalhadores, com a terceirização dos serviços e a precarização das condições de trabalho; a apropriação e mercantilização da natureza; permanência de várias formas de discriminação, que estimulam preconceitos e enfraquecem as formas de solidariedade entre os explorados.
             Exploração essa que é inerente à existência do capitalismo. Enquanto houver capitalismo haverá exploração, pois a acumulação de capital ocorre devido à extração do mais-valor. Do elemento central ou estrutural da sociedade, a saber: as relações sociais que surgem a partir de determinada organização social de produção, ergue-se uma superestrutura, constituindo elementos jurídicos, morais, políticos e religiosos. 
“Na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas, necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção estas que correspondem a uma etapa determinada do desenvolvimento das forças produtivas materiais. A totalidade destas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta uma superestrutura jurídica e política, e à qual correspondem formas determinadas de consciência. O modo de produção da vida material condiciona o processo em geral de vida social, político e espiritual”. (Marx, 1974, pp.129-130).
 Ou seja, existe uma luta por melhores condições de vida no capitalismo gerando, um modelo de produção exclusivo, com valores morais contrários aos dominantes. Conforme demonstra a passagem abaixo, uma estrutura humana social pode ser transformada.
“o homem não é por natureza, nem egoísta nem altruísta. Ele se torna, por sua própria atividade, aquilo que é num determinado momento. E assim, se essa atividade for modificada, a natureza humana hoje egoísta se modificará, de maneira correspondente”. (Mészáros, 2006, p.137).
Enfim, existe uma gama imensa de problemas atuais que se relacionam com o modo como o sistema funciona. Entendê-lo é um primeiro passo para pensar sua superação. As respostas não podem ser buscadas mecanicamente nos textos de Marx. Seria até anticientífico e antimarxista se ele as tivesse, mas apontar um possível caminho a partir da análise das contradições e das lutas de classes, no sentido mais amplo possível, já seria um bom começo.
Referências
Para a crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
MÉSZÁROS I. A teoria da alienação em Marx. São Paulo: Boitempo Editorial, 2006.
ANDERSON, Perry – O fim da história: de Hegel à Fukuyama, Rio de Janeiro: Jorge.
BOTTOMORE, Tom (org.) – Dicionário do Pensamento Marxista, Rio de Janeiro:  Jorge Zahar Editores, 1988.
FOSTER, John Bellamy A Ecologia de Marx, materialismo e natureza, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
HARVEY, David – Para Entender o Capital, São Paulo, SP: Boitempo, 2013.
MARX, Karl & ENGELS, Friedrich – Obras Escolhidas, Vol. 1 e 2, São Paulo: Ed. Alfa- Omega, s.d.
MARX, Karl – O Capital, livro 1, vol. 1 – São Paulo : Difel, 1984
MÉSZÁROS, István -  Para além do Capital, São Paulo: Boitempo, 2002.
NAVES, Márcio Bilhardino – Marx: Ciência e Revolução, São Paulo: Moderna, Campinas, SP, Editora da Universidade de Campinas, 2000.

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