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PLANO DE AULA 2 ANO LITERATURA

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INSTITUTO ESTADUAL MANOEL DE ALMEIDA RAMOS
Av. Cel. Orestes Lucas, 4196 – Capela de Santana/RS - Centro – Fone: (51) 31417797
CNPJ/SE 92.941.681/0001-00 - IDT 3923 - CEP 95745-000 - CAPELA DE SANTANA / RS
ANO: 2019
PROFESSOR(A):CRISTIANI SEVERO BRENNER
Literatura- TURMA: 2ª ANOS
QUINHENTISMO: O Quinhentismo corresponde à época do descobrimento do Brasil, movimento paralelo ao Classicismo Português que, por sua vez, possui ideias relacionadas diretamente ao Renascimento. A literatura do Quinhentismo tem como tema central os próprios objetivos da expansão marítima: a conquista espiritual e a conquista marítima. 
 •Literatura Informativa Carta a El-Rei Dom Manuel – Pero Vaz de Caminha Viagem ao Brasil – Jean de Léry Entre os Tupinambás – Hans Staden 
 •Literatura de Catequese Pe. José de Anchieta – Poeta e teatrólogo 
 Pe. Manuel da Nóbrega – Cartas do Brasil 
 BARROCO - SÉCULO XVII: Convivendo com o sensualismo e os prazeres trazidos pelo Renascimento, os valores espirituais – tão fortes na Idade Média e desprezados pelo Renascimento – voltaram a exercer forte influência sobre a mentalidade da época. Uma nova onda de religiosidade foi trazida pela Contrarreforma e pela fundação da Companhia de Jesus. Neste sentido, o homem do século XVII era um homem dividido entre duas mentalidades, duas formas diferentes de ver o mundo: 
 • Renascimento – influência dos clássicos (racionalismo, equilíbrio, clareza, linearidade de contornos), visão antropocêntrica ou humanista, sensualismo, valorização da vida corpórea, ... 
 • Idade Média – teocentrismo, valorização da vida espiritual, fé. A Arte Barroca irá expressar está tensão entre ideias e sentimentos opostos. 
Características: 
 1.Arte da Contrarreforma 
 2.Conflito corpo/alma 
3.Forma conturbada (requinte formal) 
 4.Temática: a passagem do tempo 
 Estilos do Barroco 
Cultismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, extravagante (hipérboles), descritiva; pela valorização do pormenor mediante jogos de palavras (ludismo verbal). Pela visível influência do poeta espanhol Luís de Gôngora, o estilo é também conhecido por Gongorismo. No cultismo valoriza-se a forma - o “como dizer”. 
Conceptismo valoriza “o que dizer”. É pelo raciocínio lógico, racionalista, de retórica aprimorada. É frequente o uso de comparações explícitas, analogias e até parábola (uso de símbolos e seres inanimados para se contar uma estória de forma a melhor captar o entendimento do leitor). Também é chamado de Quevedismo, em referência ao espanhol Quevedo. 
Autores do Barroco Brasileiro 
•Gregório de Matos Guerra (Boca do Inferno) – nascido na Bahia em 1633, é o primeiro poeta brasileiro e o maior poeta do Período Colonial. Sua obra costuma ser dividida em três vertentes básicas: lírico-amorosa, lírico-religiosa e satírica. 
•Pe. Antônio Vieira (1608 – 1697) – Considerado o maior orador sacro da nossa história, Vieira escreveu cerca de duzentos sermões. Foi uma espécie de cronista da história imediata. Foi também um defensor dos índios e dos cristãos-novos. 
Obra Principal: Sermões 
“Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta quanto está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma coisa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que eles dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade?” (Antônio Vieira) 
ARCADISMO (NEOCLASSICISMO) – SÉCULO XVIII: O fortalecimento da burguesia, o consequente descrédito da nobreza e do clero e o progresso científico geraram, em determinados grupos sociais, uma confiança otimista nas possibilidades do homem. Acreditou-se que a divulgação da ciência bastaria para dissipar a escuridão das superstições, consideradas como principal causa dos sofrimentos humanos. Assim, uma onda racionalista – o Iluminismo – começa a tomar conta da Europa. Neste sentido, o estilo do Barroco, identificado com a mentalidade religiosa criada pela Contrarreforma, passa a ser considerado retrógrado e ultrapassado. Surge, então, o Neoclassicismo (ou Arcadismo) – um estilo que busca o restabelecimento do equilíbrio e da harmonia através da volta à cultura clássica (da tradição greco-latina). 
 No Brasil: (ciclo do Ouro) O Arcadismo brasileiro tem início com a publicação de Obras (1768) de Cláudio Manuel da Costa e com a fundação da Arcádia Ultramarinha. O centro econômico brasileiro, até então a Bahia, sofre com a crise do açúcar e o advento das minas o que acaba gerando uma mudança do eixo comercial brasileiro para Vila Rica (MG). A cidade passa a ser não só o centro econômico, mas também social e intelectual da colônia. O ouro incrementou a vida urbana e incitou o Movimento das Bandeiras em busca de uma delimitação mais precisa dos limites do Brasil além de visar à riqueza dos metais e pedras preciosas. Marques do Pombal, homem de imensa influência em Portugal, inicia, com o Tratado de Madri, uma política de expulsão dos jesuítas. A independência dos Estados Unidos e as ideias iluministas alastram uma onda de liberalismo por toda a América, o que acaba gerando o movimento da Inconfidência Mineira (do qual participaram quase todos literatos da época, muitos sendo perseguidos, exilados ou executados). 
Características: 
1.Vinculação com o Iluminismo 
2.Imitação dos clássicos 
3.Valorização da natureza 
4.Bucolismo 
5.Ausência de subjetividade
 6.Amor Galante 
 Autores do Arcadismo Brasileiro- Poesia Lírica 
•Cláudio Manuel da Costa - Utilizando o pseudônimo Glauceste Satúrnio, foi um dos introdutores do Arcadismo no Brasil. No entanto, é considerado um poeta de transição (Barroco-Arcadismo) por apresentar, ainda, uma temática barroca (a brevidade dolorosa do amor e da vida). Cultuou o soneto de Camões como modelo para seus poemas. •Tomás Antônio Gonzaga – foi dos maiores escritores do Arcadismo brasileiro. Sua obra, na verdade, vai além das limitações desta escola, rodeando o pré-romantismo, principalmente ao referir-se à mulher amada. 
Poesia épica 
•Basílio da Gama - “O Uruguai 
Considerado o melhor e mais importante poema épico do Período Colonial. Trata de expedição portuguesa-espanhola contra índios e jesuítas instalados na Missões Jesuíticas. O poema inova o estilo da época ao substituir cenários artificiais do Arcadismo pela natureza brasileira. Seu tom já é indianista, prenunciando o Romantismo. Além disso, rompe com a estrutura tradicional (modelo camoniano) ao utilizar versos brancos (sem rimas) e sem estrofação. Personagens: Cacambo, Lindóia, Sepé Tiarajú, Pe. Balda, ... 
 •Santa Rita Durão- “Caramuru” : o autor demonstra grande fidelidade à ideologia jesuítica, o que resulta numa visão colonialista. Do ponto de vista formal, o poema segue rigorosamente o modelo camoniano. 
 ROMANTISMO – SÉCULO XIX: O movimento romântico pretendia, no início, suplantar a concepção clássica da arte. A imitação dos clássicos não fazia sentido num tempo (fins do séc. XVIII) que havia produzido o liberalismo e a Revolução Francesa. A Revolução Francesa significa, entre outras coisas, o fim do absolutismo político (no plano artístico, o fim da beleza única e absoluta) e a ascensão da burguesia como classe dominante. A burguesia, culturalmentepouco afeita às artes, exigia dos escritores um novo tipo e nível de comunicação. Privilégio de uma classe – a aristocracia – a cultura tinha que se adaptar aos novos tempos. Surge, então, um gênero literário que vinha se pronunciando há mais tempo e que se constituirá no reflexo e na crítica da sociedade burguesa: o romance. No Brasil, o romantismo vai ser o movimento identificado com a Independência Política. 
Características 
1-Individualismo e subjetivismo: o romantismo centrou-se na glorificação do particular, do singular, do íntimo, daquilo que diferencia uma pessoa de outra. Neste sentido a arte romântica (e a literatura) vai expressar os sonhos, os projetos, as angústias, os medos, o sofrimento do artista (uma espécie de grito de subjetividade) 
2-Sentimentalismo: os sentimentos são uma espécie de medida de interioridade de cada pessoa. Assim, o elogio dos sentimentos funciona como rejeição do mundo dos negócios, das transações, da concorrência, da busca da ascensão social. 
3-O Culto da Natureza: encontrar-se com a natureza significava encontrar-se consigo mesmo, significava alargar a sensibilidade. A Natureza transforma-se em ponto de partida para a caracterização idealizada dos sentimentos e personagens.
 4-Idealização (Imaginação, Fantasia): fechados em si mesmos, perdidos numa realidade incômoda e brutal para a sensibilidade, os românticos se entregam à fantasia. Devaneiam, criam universos imaginários onde o “ideal” é possível. 
5-Valorização do Passado: esta atitude está ligada à fuga da realidade e à idealização da mesma. O mundo medieval e a infância representam o “paraíso perdido”. 
 6-Liberdade Artística: o romântico nega os padrões clássicos de arte, ele obedece somente aos estímulos de sua interioridade. Neste sentido, surgem poemas sem rimas, sem preocupação com métrica, além do romance, um gênero literário novo. 
O ROMANTISMO NO BRASIL 
O romantismo brasileiro nasce das possibilidades que surgiram com a Independência Política (1822). Os artistas e intelectuais são tomados por um sentimento patriótico e nacionalista que vai se manifestar através do: •Indianismo – a imagem positiva (idealizada) do índio fornece o orgulho de uma descendência nobre. •Regionalismo – o regionalismo romântico procurou afirmar as particularidades e a identidade das diferentes regiões do país. •Natureza – a terra é identificada como a pátria. Assim, os fenômenos naturais tornam-se representativos da grandeza do país. 
 POESIA ROMÂNTICA 
1ª Geração: Nacionalista 
•Gonçalves de Magalhães – introdutor do movimento. Publicou a primeira obra romântica brasileira - “Suspiros Poéticos e Saudades” (1836) “Meus versos são suspiros de minha alma, sem outra lei que o interno sentimento.” •Gonçalves Dias – consolidou o romantismo com uma produção poética de qualidade. Os principais temas de sua poesia são: o índio: “I – Juca Pirama” a natureza / a pátria: “Canção do Exílio” o amor: “Ainda uma vez Adeus” Obras: Primeiros Cantos (1846) Segundos Cantos (1848) Sextilhas de Frei Antão (1848) 
 2ª Geração: Mal do Século 
•Álvares de Azevedo - Manuel Antônio Álvares Azevedo, considerado o “Byron brasileiro”, foi o maior representante nacional do ultrarromantismo. Não só sua obra reflete o pensamento desta geração marcada pelo “mal do século”, mas também a sua própria vida: viveu sempre às voltas com doenças e morreu jovem, aos 21 anos. Obras: Lira dos Vinte Anos (poemas – 1853) Noite na Taverna* (contos – 1855 O Conde Lopo (poema – 1886) Macário (teatro – 1855) 
 •Casemiro de Abreu: foi um poeta de enorme popularidade. Sua obra oferece um acesso fácil, musical, sem complexidade filosófica ou psicológica, que agrada aos leitores menos exigentes. A nostalgia da infância, a saudade da terra natal, o gosto da natureza, o pressentimento da morte e a idealização da mulher amada foram seus temas prediletos, sempre abordados com um sentimentalismo ingênuo e espontâneo. Obras: Primaveras (1850) 
 •Fagundes Varela: caracteriza-se pela diversidade de tendências (indianismo, byronismo). Sua obra-prima foi o poema “Cântico do Calvário”, escrito logo após a morte de seu filho de três meses. 
 
•Junqueira Freire: seminarista influenciado pelo Mal do Século, poeta angustiado, pessimista e revoltado. Obra: “Inspirações do Claustro” 
3ª Geração: Condoreira 
•Castro Alves: conhecido como o “poeta dos escravos”, participou ativamente de toda propaganda abolicionista e republicana da época. Além de fazer uma poesia cheia de grandes imagens, feita para exaltar o ouvinte e o leitor, com a finalidade de inflamar, de conseguir adeptos para uma causa, foi também um grande lírico onde a mulher e a natureza completam o quadro de um poeta arrebatado, idealista e romântico. 
Obras: Espumas Flutuantes (1870) A Cachoeira de Paulo Afonso (1876) Os Escravos (1883) Gonzaga (drama –1875) 
A PROSA ROMÂNTICA : As origens populares e o senso prático da burguesia não coincidem com o refinamento da Arte Clássica. A nova mentalidade, menos refinada, menos educada e mais pragmática - voltada para os problemas do cotidiano - requer um gênero literário que possa estar a altura do seu entendimento e do seu gosto. O ROMANCE, por relatar acontecimentos do vida comum e cotidiana, e por dar vazão ao gosto burguês pela fantasia e pela aventura, vem a ser o mais legítimo veículo de expressão artística dessa classe. 
O romance surge na Europa inicialmente sob a forma de folhetim (publicação diária em jornal). No Brasil: O surgimento e desenvolvimento do ROMANTISMO no Brasil está relacionado com a Independência Política. Nesse sentido, a necessidade de se definir a Identidade Cultural do país está intimamente ligada ao desenvolvimento do romance, que se tornou o principal instrumento de construção da cultura brasileira. Assim, procurando redescobrir o Brasil, o romance brasileiro procurará dar conta de nossa realidade. 
 AUTORES: 
•Joaquim Manuel de Macedo: Introdutor do romance romântico brasileiro. Desperta no público o gosto pelo romance ambientado no Brasil OBRA: A Moreninha (1844) Características da obra: • Narrativa urbana • Estrutura de folhetim • Cenários identificáveis pelos leitores • Visão superficial de certos hábitos da classe média e burguesia cariocas 
 •José de Alencar: É considerado o autor mais importante do Romantismo brasileiro. Inserido na linha nacionalista do romantismo, procurou criar uma obra (conjunto de romances) capaz de representar a nação. Por isso, dividiu sua obra em: 
 O Teatro Romântico: O teatro brasileiro do século XIX está comprometido com a dependência cultural de nossas elites. Os textos procediam em sua quase totalidade da Europa; as companhias vinham de Portugal; respirava-se uma atmosfera dissociada da realidade local. Embora muitos românticos tenham escrito para o teatro, não chegaram a problematizar verdadeiramente a questão da dramaturgia brasileira, ao contrário do que aconteceu no romance e mesmo na poesia. Caberia a Marins Pena a elaboração de um conjunto de peças capazes de refletir aspectos da realidade nacional. 
 •Martins Pena: Criador da comédia de costumes, constrói personagens e situações satíricas, engraçadas e caricatas. Por sua linguagem coloquial e seus tipos populares, frequentemente é comparado a Manuel Antônio de Almeida. Obras: Juiz de Paz na Roça O Noviço Judas em Sábado de Aleluia Quem Casa quer Casa Os Dois ou o Inglês Maquinista 
REALISMO: A Segunda metade do século XIX, na Europa, define-se por uma série de transformações econômicas, científicas e ideológicas que possibilitam o surgimento de uma estética antirromântica. 
Contexto histórico 
A sociedade europeia dessa época vive os efeitos da Segunda Revolução Industrial e do amplo progresso científico e tecnológico que a acompanham, tais como a substituição do ferro pelo aço e do vapor pela eletricidade; o desenvolvimento de maquinaria automática, dos transportes e das comunicações; o aprimoramento da estrada de ferro; as primeiras experiências com automóveis, etc. Éuma época de progresso material, de benefícios econômicos para a burguesia industrial. As contradições, no entanto, estavam latentes: as cidades, crescendo sem planejamento, não ofereciam as mínimas condições de conforto e higiene; acentuava-se a divisão do trabalho entre a burguesia e o proletariado; o socialismo de Marx ganhava adeptos; irrompiam revoltas de trabalhadores que eram reprimidas brutalmente. Nesse universo que é, ao mesmo tempo, o da euforia burguesa e do capitalismo desumano, os valores românticos entram em crise. Já não é possível a fantasia, nem o mito da natureza, nem o fechar-se na própria interioridade. Os acontecimentos exigem a participação do artista. Agora, ele é um participante do mundo, ou, ao menos, um observador do mundo. É verdade que o sentimento desagradável da realidade persistirá em sua alma, herança do Romantismo. Mas em vez de transformar esse sentimento em desabafo ou grito, como o romântico, o artista procurará examiná-lo à luz de teorias sociológicas, psicológicas ou biológicas. 
Ideias científico-filosóficas: 
No plano científico-filosófico, verifica-se uma verdadeira onda de cientificismo e materialismo. Dentre as mais importantes correntes da época destacam-se: •Positivismo: criado por Augusto Comte, parte do princípio de que o único conhecimento válido é o conhecimento positivo, isto é, oriundo das ciências. É um filosofia empírica, que se baseia na observação do mundo físico; por isso rejeita a metafísica. •Determinismo: criado por H. Taine, parte do princípio de que o comportamento humano é determinado por três aspectos básicos: o meio, a raça e o momento histórico. •Darwinismo: dando continuidade, sob outro enfoque, à teoria do Evolucionismo, de Lamarck, Charles Darwin, em sua obra “Origem das Espécies” (1859), apresenta a teoria da Seleção Natural, segundo a qual a natureza ou o meio selecionam entre os seres vivos aquelas variações que estão destinadas a sobreviver e a perpetuar-se. Assim, os mais fortes sobrevivem e procriam, e os mais fracos são eliminados antes de exercerem a procriação. 
 •Socialismo científico (Materialismo Histórico): proposto por Karl Marx e Friedrich Engels no “Manifesto Comunista” (1848). Defendia o sistema no qual existiria uma sociedade igualitária, sem a exploração do homem pelo homem, alcançada através da luta de classes. “O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, político e intelectual.” 
•Destacam-se ainda, na época, as pesquisas no campo da Física, da Química, da Biologia e, principalmente, no da Medicina. São dessa época igualmente os primeiros esforços no sentido de criar três áreas científicas novas: a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia. É nesse contexto sociopolítico-científico que surgem o Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo. A alteração do quadro social e cultural exigia dos escritores outra forma de abordar a realidade: menos idealizada, mais objetiva, crítica e participante. O Realismo iniciou em 1857, na França, com o lançamento de “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert. No Brasil, o início se dá com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, em 1881 
Características do realismo 
1.Objetivismo, racionalismo 
 2.Verossimilhança 
 3.Narrativa lenta, descrição precisa 
4.Exatidão no tempo e no espaço 
5.Mulher não idealizada 
6.Herói problemático (anti-herói) 
7.Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais 
8.Crítica às Instituições (Igreja, Casamento, Estado, ...) 
9.Pessimismo 
10.Análise psicológica 
 NATURALISMO: O Naturalismo, assim como o Realismo, se volta para a realidade. Entretanto, observa-a, analisa-a, disseca-a sob uma ótica rigorosamente científica. Os escritores naturalistas, valendo-se de temas inovadores, mostram a decadência das instituições, denunciam a hipocrisia, caracterizam as lutas sociais, com espírito participativo e reformista. 
 Aluísio de Azevedo (1857 – 1913) : Apesar de ter iniciado sua carreira com folhetins românticos, se destacou mesmo foi no Naturalismo, com fortes influências de Émile Zola e Eça de Queirós. Na época, a escravidão era um problema político, social e econômico, e a vontade de transformar o Brasil numa República crescia entre a população. Essa questão foi abordada por Aluísio em seus romances naturalistas. A obra “O Mulato”, de 1881, marca o início do Naturalismo no Brasil. 
Características do naturalismo 
1.Cientificismo e Determinismo 
2.Análise social 
3.Temas de patologia social 
 4.Ser humano reduzido ao nível do animal 
5.Linguagem simples 
 6.Descrição minuciosa 
PARNASIANISMO: O Parnasianismo foi contemporâneo do Realismo-Naturalismo, estando, portanto, marcado pelos ideais cientificistas e revolucionários do período. Diz respeito, especialmente, à poesia da época, opondo-se ao subjetivismo e ao descuido com a forma do Romantismo. Os poetas parnasianos, desejando restaurar a poesia clássica, propõem, então, uma poesia mais objetiva, de elevado nível vocabular, racionalista, perfeita do ponto de vista formal e voltada a temas universais. A origem da palavra Parnasianismo associa-se ao Parnaso grego, segundo a lenda, um monte da Fócia, na Grécia central, consagrado a Apolo e às musas. A escolha do nome já comprova o interesse dos parnasianos pela tradição clássica. Contudo, pode-se afirmar que essa referência não passava de um verniz que revestiu artificialmente essa arte, como forma de garantir-lhe prestígio entre as camadas letradas do público brasileiro. Apesar de contemporâneos, o Parnasianismo difere profundamente do Realismo e do Naturalismo. Enquanto esses movimentos se propunham a analisar e compreender a realidade social e humana, o parnasianismo se distancia da realidade e se volta para si mesmo, o objetivo maior da arte não é tratar dos problemas humanos e sociais, mas alcançar a “perfeição” em sua construção. 
Características 
1.Arte pela Arte 
 2.Culto à Forma 
3.Temática greco-romana 
 4.Objetivismo / Racionalismo 
5.Descritivismo 
 SIMBOLISMO: Nenhum movimento cultural é globalizante. Não se pode imaginar que todos os setores e pessoas da sociedade viveram da mesma forma em determinado momento. Por isso, pode-se dizer que em certas épocas há uma ideologia predominante, porém não globalizante. No final do século XIX, por exemplo, ao mesmo tempo em que ainda vigorava a onda cientificista e materialista que deu origem ao Realismo e ao Naturalismo, já surgia um grupo de artistas e pensadores que punha em dúvida a capacidade absoluta da ciência de explicar todos os fenômenos relacionados ao homem. Já não se crê mais no conhecimento “positivo”, que levaria a humanidade para um estágio evoluído. Acredita-se que, assim como a ciência é limitada, igualmente a linguagem não pode pretender representar a realidade como ela é de fato. Pode-se no máximo, sugeri-la. No final do século XIX, a literatura que representou essa nova forma de ver o mundo, mais voltada para o subjetivo, para o inconsciente, para o místico, foi o Simbolismo. Ao contrário do que ocorreu na Europa, onde o Simbolismo se sobrepôs ao Parnasianismo, no Brasil o Simbolismo foi quase inteiramente abafado pelo movimento parnasiano, que gozou de amplo prestígio entre as camadas cultas até as primeiras décadas do século XX. Apesar disso, a produção simbolista deixou contribuições significativas, preparando o terreno para as grandes inovações que iriam ocorrer no século XX, no domínio da poesia. 
 CARACTERÍSTICAS 
1.Subjetivismo – descoberta do inconsciente e do subconsciente 
2.Irracionalismo – há um mergulho no irracional, fuga do mundo proposto pelo racionalismo. A ciência explica o mundo, o poeta deve comunicar o irracional, o mundo interior. Há um clima de mistério, situações vagas, obscuras, presença do inconsciente e do subconsciente. 
3.Misticismo, religiosidade 
 4.Sugestão – imagens, metáforas, símbolos, sinestesias, ..., poesia não deve dizer nada, apenas sugerir.
5.Musicalidade – na tentativa de sugerir infinitassensações, os simbolistas aproximam a poesia da música através do ritmo, das combinações estranhas de rimas, repetição de palavras e versos, aliterações, assonâncias, ... 
6.A linguagem é simbólica e musical. 
7.Desejo de transcendência, de integração cósmica. 8.Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela morte.

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