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DIREITO EMPRESARIAL

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DIREITO EMPRESARIAL 
EMPRESÁRIO: Art. 966 CC. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
-Pode ser pessoa física como pessoa jurídica. Neste ultimo caso, dá-se o nome de sociedade empresária.
-No exercício da atividade econômica, o que interesse é a vontade de obter lucro e não necessariamente o lucro em si. 
-É um trabalho organizado porque o empresário organiza os fatores da produção, que são o capital e o trabalho. 
OBS: o ruralista, no código de 1916, era por força da lei considerado simples. Com o de 2002, de acordo com o ART. 971, ele tem o direito de opção entre declarar-se empresário ou simples. 
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
O registro de empresário, normalmente, possui duas naturezas:
-Declaratória: retroage ao fato; é o registro de algo que já ocorreu. 
Ex: certidão de óbito
-Constitutiva: antecipa o fato. 
Ex: certidão de nascimento.
O que vai especificar a escolha do ruralista entre ser simples ou empresário será o registro. Caso se registre, será empresário, ou seja, o registro terá natureza constitutiva, sendo uma exceção à regra da natureza do registro de empresário, que normalmente tem natureza declaratória.
QUEM NÃO É EMPRESÁRIO: Art. 966. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
-Os não empresários são chamados de simples e o que os diferencia dos empresários é a ÉTICA empresarial que estes possuem; simples são pessoas físicas ou jurídicas que exercem atividade intelectual etc. ex: o pintor, o médico 
-Há uma exceção ao artigo: salvo se o exercício da profissão (trabalho intelectual) constituir elemento de empresa.
O elemento de empresa é o que vem dar subsídio/auxílio para se lograr a atividade comercial; é a área meio; é uma estrutura organizacional da atividade, que, ao ganhar complexidade na sua organização, deixa de se tratada como uma atividade desvinculada do mundo empresarial. 
Exemplos de simples – exercem atividade intelectual - profissionais liberais, tais como médicos, dentistas, advogados, músicos, escritores, artistas plásticos, etc.
Caso, por exemplo, essas pessoas queiram ser empresárias, para tanto, deverá ser notória a presença de elementos como a atividade organizada, com mão-de-obra, capital, tecnologia, sendo o exercício da profissão somente um de seus elementos, substituindo-se a atividade intelectual por toda uma estrutura organizacional lucrativa. EX: o médico que constrói um hospital.
EMPRESA (1) X EMPRESÁRIO (2) X ESTABELECIMENTO COMERCIAL (3)
É a atividade do empresário; o objeto. Ex: vender seguros
Pode ser pessoa física ou jurídica (s. empresária); não admite sócios; sujeito de direitos; quem exerce profissionalmente uma atividade econômica organizada para a produção ou criação de bens ou de serviços. 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. – físico ou não. Ex: site, edifício.
REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE COMERCIAL
-CAPACIDADE: toda pessoa maior de 18 anos tem esse poder. 
OBS: incapazes - Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego (neste caso, entende a jurisprudência que se deve analisar a opinião dos pais), desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria (ele não herdou, ele não ganhou. Ele construiu com o próprio suor). – pode-se dizer que este relativamente incapaz absorveu a ética empresarial; então, o fato de ele ter economia própria produz um efeito compulsório. – tem economia própria é capaz.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. – entretanto, é preciso uma prévia análise judicial. 
Caso o juiz dê a autorização para o incapaz continuar a empresa (atividade), no ato em que o fizer, irá arrolar (nomear) todos os bens que o incapaz possuía ao tempo da autorização, estando estes desafetados (blindado dos riscos da atividade empresarial; impenhoráveis; operados por meio de doação ou herança) – os bens posteriormente adquiridos pelo incapaz estão afetados (penhoráveis), pois a lei presume relativamente que o dinheiro para comprá-los adveio da atividade empresária.
Tal hipótese é relativa (afetação dos bens pós autorização judicial) porque, caso fique comprovado que o bem posteriormente adquirido advenha de algum bem desafetado, ele não responderá pela dívida. 
OBS: as dívidas empregadas pelo patrimônio afetado NUNCA atingirão o desafetado, porém, AS DÍVIDAS DO DESAFETADO EMPREGARÃO O AFETADO, se o juiz autorizar o incapaz a continuar a empresa. Se não autorizar, é feita a dissolução da empresa; e do estabelecimento comercia; o capital restante é destinado ao herdeiro, caso haja dívidas. 
Caso o incapaz complete a maioridade e queira continuar a atividade empresária em nome próprio, os bens antes desafetados tornar-se-ão afetados, respondendo por dívidas futuras. 
PARA SER SÓCIO DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA: Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
REQUISITOS:
a) 18 anos completos ou
b) ser incapaz, desde que assistido ou representado. Existem alguns pressupostos, como ele não poder administra a sociedade, assim como o capital da mesma estar integralmente pago. 
Art. 974. III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais.
Quem não é empresário dentro de uma sociedade empresária:
-O sócio, que é empreendedor. Empresária é a PJ – a sociedade.
-O administrador, que é mandatário. 
OBS – exceção ao artigo 982: TODA AS Sociedades Anônimas SÃO EMPRESÁRIAS 
TODA COOPERATIVA é simples. 
Quando uma cooperativa pode se revestir de S.A? NUNCA.
SOCIEDADE 
Art. 981 CC. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
“É o contrato ou convenção (1) em que, duas ou mais pessoas (2), mutuamente se obrigam a contribuir (3), com esforços ou recursos (4), visando a atingir fins comuns (5), cujos resultados serão divididos (6)”.
TODAS TEM:
CAPITAL SOCIAL – é o somatório das parcelas afetadas no patrimônio do sócio transferidas à sociedade, podendo ser a garantia dos credores ou o numerário necessário para o desenvolvimento da atividade. –é um investimento;
É normal ver uma sociedade empresária com um capital social alto, mas falida; ás vezes, o investimento que o sócio faz não traz resultados bons, pois estes são alheios a sua vontade. Ex: investimento em um shopping, que é construído em uma área consideravelmente boa – patrimônio bem sucedido; no entanto, meses depois, um presídio é construído ao lado, desvalorizando o patrimônio. 
AVIAMENTO: aptidão para gerar lucros
-subjetivo: do empresário ou sociedade empresária;
-objetivo: do estabelecimento comercial;
PATRIMÔNIO: o que foi feito com o investimento.
CAPITAL SUBSCRITO: representa a promessa jurídica de aquisição e pagamento; é o compromisso que o sócio firmaperante a sociedade empresária, mediante sua assinatura, seja em ações (S.A) sejam em cotas (LTDA). 
CAPITAL REALIZADO: é o capital parcialmente pago. 
CAPITAL INTEGRALIZADO: é o capital 100% pago.
CARACTERÍSITICAS DAS SOCIEDADES:
1) podem ser:
a)Estatutárias (convencionais): neste tipo existe relação sócio-sociedade, ou seja, há um feixe de relações jurídicas, nas quais não figura responsabilidade solidária no que diz respeito ao preço das ações. 
Isto significa que cada um tem responsabilidade para com suas próprias ações, independentemente da condição do outro sócio. 
Exemplo: tem-se o sócio A e o B e a Sociedade X, vendendo 100 ações. 
A subscreve 99, enquanto B, 1. A, então, realiza 90, enquanto B, 1. Dessa forma, para A faltam 90, enquanto B está em quitação completa com a sociedade. 
b)Contratuais: neste tipo existem relação sócio-sociedade, assim como sócio-sócio, ou seja, os sócios se obrigam solidariamente com o que faltar para a integralização do capital social. 
Exemplo: tem-se o sócio A e o B e a Sociedade X, vendendo 100 ações. A subscreve 99, enquanto B, 1. A, então, realiza 90, enquanto B, 1. Dessa forma, para A faltam 90, assim como para B, pois neste tipo os sócios se obrigam solidariamente a quitar o que falta para o capital social ficar completo.
IMPEDIMENTO A SOCIEDADE CONTRATUAL: Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si (uma sociedade composta apenas entre eles) ou com terceiros (os cônjuges com cota na mesma sociedade), desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens – porque entre eles há um único patrimônio, fácil de ser confundido com o da sociedade -, ou no da separação obrigatória – X<16 ou X>70. Este artigo assegura a proteção do herdeiro e de sua herança, uma vez que antigamente o patrimônio destas pessoas físicas era destinado à sociedade para fins de fraude. 
Quando os cônjuges podem fazer parte da mesma empresa? Quando ela for estatutária; 
Quando cônjuges com regime universal de bens ou separação obrigatória podem figurar em sociedade? Quando aderirem a sociedades diferentes;
Quando cônjuges SEM os respectivos regimes podem aderir a sociedade, inclusive contratual? SEMPRE. 
2) pluralidade de sujeitos.
Exceções a pluralidade:
SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)
SUBSIDIÁRIA INTEGRAL: é a S.A cuja totalidade de ações é de propriedade de outra pessoa jurídica nacional, ou seja, tem apenas um sócio. Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionista sociedade brasileira.
Pessoa jurídica nacional: Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei brasileira (registro no órgão competente – empresária: junta comercial; simples: cartório) e que tenha no País a sede de sua administração (não importa aqui a origem dos sócios bem como do capital social. Apenas é necessário ela ter endereço físico no país.)
Serve para a sociedade empresária ser sócia de criações suas de pessoas jurídicas especializadas. Ex: BRADESCO banco é sócio do BRADESCO seguros. 
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
O sócio remanescente, ou seja, o que restar ou:
Encerra as atividades da sociedade, em no prazo de 180 dias ou
Pode continuar a atividade empresarial:
b.1) como empresário individual;
b.2) restituindo a pluralidade de sujeitos em até 180 dias;
b.3) transformando o registro da sociedade em que é sócio para registro de EIRELI, o que permite a manutenção da fonte de renda da pessoa jurídica. 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas (LTDA) da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI), observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.     
3- os sócios podem contribuir com a sociedade de duas formas:
-esforços: contribui com seu trabalho para o capital social, sendo sócio de indústria. 
Exceção: Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro. (EM S.A) – ações.
Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. § 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços. (EM LTDA). 
4-busca de fins comuns.
5- Partilha do resultado (nulo, lucro, negativo)
No resultado negativo, toda a sociedade responde, porém, limitadamente – ex: há uma pré-fixação em LTDA E S.A de prejuízo (resultado negativo), o qual os sócios não podem se eximir ou, em iminência de falência, tentar recuperar o capital investido, uma vez que já faz parte do capital social. 
SOCIEDADE LEONINA: é a sociedade em que há um sócio ou um grupo de sócios que se apropria de todo o resultado POSITIVO da sociedade e, concomitantemente, a outro sócio ou grupo de imputam-se todos os ônus. - Art. 1.008. É nula a estipulação contratual (e não a sociedade) que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.
CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES: 
QUANTO A RESPONSABILIZAÇÃO DOS SÓCIOS:
-Limitadas: são aquelas sociedades em que há pré-fixação para todos os sócios quanto à participação nos prejuízos da sociedade. Ex: LTDA E S.A
-Ilimitadas: são aquelas nas quais todos os sócios respondem subsidiaria, porém, solidária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. Ex: sociedade em nome coletivo, de fato (aquelas em que o acordo é consensual), em comum (sem registro em órgão competente).
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. – ou seja, caso os bens da sociedade já tenham sido executados e, mesmo assim, existirem dívidas, cada sócio responde com o próprio patrimônio. 
-Mistas: são aquelas em que há um sócio ou um grupo de sócios, o(s) qual (is) responde (m) limitadamente, enquanto, outro sócio ou grupo de sócios responde (m) subsidiária, porém, solidaria e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade. Ex: sociedade em comandita simples; comandita por ações; em conta de participação. 
OBS: na sociedade em comandita, respondem:
Comanditários: limitadamente
Comanditados: ilimitadamente.
QUANTO A ESTRUTURA ECONOMICA: 
-De capital (“intuitu rei”): são aquelas sociedades em que os sócios agremiam-se por um interesse exclusivamente econômico. Ex: S.A, E sociedade em comandita por ações. 
-De pessoas (“affectio societatis”): são aquelas em que os sócios agremia-se por haver fatos subjetivos em comum (ideologias, por exemplo). Ex: as demais.
-HPÍBRIDA (LTDA): a hibridez da sociedade está relacionada à sua instituição (NUNCA UM CONTRATO SERÁ HÍBRIDO), ou seja, na escolha dos sócios entre a estrutura de capital ou de pessoas. Para saber se uma sociedade é híbrida ou não, analisa-se, no caso concreto, suas cláusulas contratuais sobre a CESSÃO DE COTAS. 
Caso haja cessão a estranhos, é de capital. OBS: há controvérsia quanto a isto, pois alguns classificam como de pessoas a que existe a cessão de cotas para descendentes/sucessores, enquanto, para outros, configura como de pessoas. 
QUANDO A PERSONIFICAÇÃO:
-Sem personalidade jurídica: são aquelas que não têm existência jurídica própria diversa da dos sócios (não há distinção entre a sociedade empresária e os sócios). Ex: s. em contra de participação; de fato; em comum. 
-Com personalidade jurídica: são aquelas que têm existência jurídica, patrimônio e capacidade própria, em tudo, distinta de seus sócios. Ex: as demais
EMPRESA INDIVIDUALDE RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI)
-NÃO É SOCIEDADE; É um novo tipo de pessoa jurídica - Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
-Criada em 2011;
-Segue o modelo norte americano, ou seja, são consideradas pessoas jurídicas paralelas à sociedade, que empreendem sozinhas.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. –Aqui, vê-se a limitação para instituição de EIRELI (muito caro).
-NÃO TEM SÓCIOS, MAS instituidor;
-No Brasil, podem ser simples ou empresária, a depender do seu objeto. § 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional.           
Podem ser instituídas de duas formas:
Por delcaração UNILATERAL (direta; primária; originária – cria algo novo) de vontade do instituidor ao órgão de registro competente.
OBS: não existe contrato social, e, por isso, claúsulas, mas artigos. Isto quer dizer que a pessoa, natural ou física, de acordo com sua vontade e seguindo a lei, pode firmar seus próprios artigos. 
Por transformação de registro (indireta, secundária ou derivada – somente transforma algo já existente): 
“O empresário que constituiu sociedade limitada poderá migrar para a empresa individual mediante protocolo de alteração do contrato social registrado na Junta Comercial de sua jurisdição, desde que o capital social da empresa seja superior que cem salários mínimos, conforme exigido pela Lei 12.441/2011.”
ART 1.033, Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV (dissolução de sociedade caso não haja pluralidade de sujeitos) caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código.  
Desta forma, o ultimo sócio que restar em uma sociedade em dissolução pode requerer a transformação desta em EIRELI. 
“A referida migração também será uma alternativa ao dispor do empresário remanescente em sociedade limitada, a quem é conferido o prazo legal de 180 dias para agregar novo sócio.”
Quem pode instituir EIRELI?
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. (não há limitação quanto a pessoa jurídica, porém, a instrução normativa 118/2011 vedava a construção de EIRELI pela mesma – foi revogada por uma de 2017).
Sendo assim, tanto pessoas naturais quanto jurídicas podem instituir, desde que nos padrões impostos pela lei.          
Objeto da EIRELI: não é porque é EIRELI que se considera, automaticamente, empresária (lembrando que não é sociedade, é uma nova modalidade de pessoa jurídica). § 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza(..) Desta forma, caso seu objeto seja intelectual, será simples, mas, caso empresarial, empresária.
Registro da EIRELI: se empresária, na junta comercial. Se simples, no cartório de registro de pessoas jurídicas da comarca em que for instituída.
NOME “EMPRESARIAL”: a EIRELI tanto pode fazer uso de firma quanto de denominação, sempre sucedida ao final da palavra “EIRELI”. 
CAPITAL “SOCIAL” (em parênteses porque não deveria sê-lo, haja vista ser a EIRELI pessoa jurídica e não sociedade): é o capital mínimo de que se necessita para a instituição da mesma (100 salários mínimos), o qual deve ser integralizado em dinheiro, bens ou direitos avaliáveis em dinheiro diversos do trabalho no ato de sua constituição. 
“PPS (Partido Popular Socialista) ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4637) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a parte final do caput do artigo 980-A do Código Civil (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002), que exige um capital social de pelo menos 100 salários mínimos”, por, basicamente, dois motivos:
-seria inconstitucional porque, para que se constitua uma sociedade, não é empregado nenhum critério relacionado a capital mínimo de investidura. CRÍTICA: ora, por mais que a sejam aplicadas, no que couber, regras previstas para sociedade limitadas (parágrafo 6º do artigo 980-A), a EIRELI não é sociedade, mas sim uma nova modalidade de pessoa jurídica.
-seria inconstitucional porque fere o artigo 7º da Cr/88, o qual legisla que o salário mínimo não pode servir como indexador para qualquer fim. CRÍTICA: a vedação diz respeito a contratos, e não leis.
 
O parágrafo 4º do artigo 980 A proibia a desconsideração da personalidade jurídica ( acontece quando a pessoa jurídica que desvia de suas finalidades e utiliza de suas proteções legais para cometer fraudes, prejudicando assim terceiros) da EIRELI, uma vez que ela não é sociedade e não possui sócios, apenas instituidor e, sendo assim, não tem pessoa física – a desconsideração recai sobre a pessoa física.
Entretanto, a presidente Dilma vetou tal artigo, o que significa que, MESMO À EIRELI NÃO TENDO OS REQUISITOS PARA A DESONSIDERAÇÃO, APENAS POSSUINDO PATRIMÔNIO, é possível que ela aconteça, fato que pode alcançar o patrimônio privado do instituidor, o que, por definição de EIRELI, não é possível (ser limitada; ser pessoa jurídica)
NOME EMPRESARIAL
É a expressão pela qual o empresário, pessoa natural ou jurídica, apresenta-se no mercado a fim de contrair obrigações e exercer direitios. Está presente tanto na sociedade simples quanto na empresária, além de ter proteção constitucional (ART 5, XXIX, CR;88).
Ex: Rn Comercio Varejista S.A – é a Ricardo Eletro
De acordo com a Lei 8934/94, é regido por dois princípios:
Novidade: este princípio informa que não se pode existir, na mesma unidade federativa, dois nomes empresariais iguais. É preciso inovar. No entanto, o artigo 33 da referida lei, prescreve que a proteção do nome empresarial não tem nada a ver com o território, mas sim com o atos constitutivos da sociedade ou de suas alterações. A convenção de Paris, adotada pelo Brasil, ainda diz que a proteção do nome empresarial deve ser internacional.
Mesmo com tanta proteção, ainda sim é comum ver casos de nomes empresariais iguais, pois não há uma comunicação eficiente entre as diversas entidades responsáveis pelos registros. Por causa disto, também vê-se a confusão feita entre nome empresarial e marca. O primeiro designa uma pessoa, sendo inalienável (art 1164 CC). A marca identifica um servço ou produto por meio de um sinal visual, APENAS, que pode ser vendida. 
A fim de resolver o problema, o STJ definiu dois critérios de avaliação quando houver conflito de nomeXome ou de nomeXmarca:
Anterioridade: o primeiro a registrar é o dono do nome ou da marca. 
Exceção – artigo 126 da lei 9279/96 – a marca notoriamente conhecida tem proteção especial, independentemente de estar depositada ou registrada no Brasil.
Esta marca NÃO depende de registro no brasil, mas INTERNACIONALMENTE. É aquela conhecida por todos mundialmente.
Ex: o burguer king demorou cerca de 10 anos para entrar no Brasil, pois uma trailer de sanduiches velho tinha o mesmo nome. Em litígio, a multinacional ganhou, pois é conhecida em todo mundo. 
OBS: a proteção aqui versa somente no ramo de atuação. Isto quer dizer que não podem existir dois nomes empresariais de sociedade que tem a mesma empresa. – por isso o impedimento do Burguer King. Entretanto, dois nomes podem sim serem iguais, caso tratem de atividades diferentes. Ex: burguer king que tem como empresa a vendade sanduiche e burguer king que tem tem como empresa a venda de seguros. 
ESPECIFICIDADE: aquela que for específica de um ramo.
É direito do empresário e do consumidor terem as informações necessárias para saber qual é a empresa da sociedade empresária. 
Exceção – artigo 125 da lei 9279/96 – a marca de auto renome registrada no Brasil terá proteção especial, em todos os ramos de atividade. Ou seja, o nome daquela marca que alcançou um grande patamar de reconhecimento e conhecimento geral e que É REGISTRADA NO BRASIL NÃO pode ser utilizado, nem se a empresa da sociedade for diversa.
Quando se tem dois nomes empresariais com empresas diferentes acontece o que se chama de confusão de competências: o consumidor transcende a marca, pois esta está enraizada na sociedade. Então, não pensa duas vezes em comprar um produto da marca X ao invés do da Y.
Ex: não tem o desodorante que você usa e aí você pega o adidas. 
OBS: o que diferencia a marca notoriamente conhecida e a de auto renome é o REGISTRO NO BRASIL. A primeira não possui e, por isso, pode-se ter dois nomes empresariais que tenham como atividade ramos diferentes. Entretanto, a segunda TEM REGISTRO NO BRASIL, o que faz com que ela tenha proteção especial, inclusive em diferentes ramos de atividades. Então, caso a marca notoriamente reconhecida registre-se no Brasil, tornar-se-á de auto renome. 
VERACIDADE OU AUTENTICIDADE: “Este princípio requer que a firma individual contenha o nome do empresário e a social, o nome, Este princípio requer que a firma individual contenha o nome do empresário e a social, o nome, pelo menos de um dos sócios da sociedade empresária, revelando, tanto como firma ou denominação, seus sócios, sua responsabilidade, a atividade prevista no contrato social e a estrutura empresarial; não pode conter dados inverídicos. pelo menos de um dos sócios da sociedade empresária, revelando, tanto como firma ou denominação, seus sócios, sua responsabilidade, a atividade prevista no contrato social e a estrutura empresarial; não pode conter dados inverídicos.” 
Podemos, então, concluir dois fatos deste princípio:
A partir do nome empresarial, extrai-se a modalidade de responsabilidade dos sócios. 
Exemplo: artigo 1158 – LTDA – após o nome empresarial, é OBRIGATÓRIO colocar a expressão Limitada no final, por extenso ou abreviado. Caso não se coloque, os administradores são expostos, de forma que a responsabilidade torna-se limitada. Estes respondem com seu patrimônio pessoal. 
Artigo 1160 – SA – o termo sociedade anônima ou companhia podem ser empregados no início, no meio ou no final do nome empresarial, POR EXTENSO OU ABREVIADO. 
Este artigo derrogou – existe, mas não tem eficácia - o 3 da lei de SA (6404/76), o qual diz que o emprego de “cia” não pode ser utilizado para designar SA ao final do nome empresarial. Por que?
Para que não se confundisse SA (limitada) com uma sociedade com sócios de responsabilidade ILIMITADA. 
ART 1157: a sociedade que tiver sócios de responsabilidade ILIMITADA operará somente por FIRMA (aquela que tem que por no nome empresarial o nome dos sócios). Ou seja, aqueles sócios que tiverem seu nome discriminado no nome empresarial de sociedade que empregue E CIA – de qualquer forma – serão aqueles de responsabilidade ilimitada. 
Ex: renato aragao produções – é uma sociedade comandita por ações na qual somente o renato tem responsabilidade ilimitada. 
Ex: renato aragão produções e companhia: LTDA na qual além do renato responder sem limitação, outros sócios tambem (por causa do E COMPANHIA).
Quando se falar de sociedade em que haja sócio de responsabilização ilimitada (qualquer sociedade), o nome empresarial deve identificar um ou alguns ou todos os sócios que respondam sem limitação.
Então, colou o nome do sócio no nome empresarial pode saber que é ele e somente ele que responde na sociedade com responsabilidade ilimitada. 
ESPÉCIES DE NOME EMPRESARIAL:
-FIRMA ou RAZÃO SOCIAL: nome que identifica os sócios, estes que DEVEM constar no contrato social. Tem a faculdade de mencionar o objeto.
-DENOMINAÇÃO: é um nome empresarial abstrato, o qual não identifica os componentes do quadro societário. Deve sempre indicar o objeto. 
EXCEÇÕES: no caso da sociedade em comandita por ações (1161), é facultado o uso de firma ou denominação enquanto 	que na em conta de participação (1162) é vedada a utilização de firma ou denomaniação.
Já na sociedade limitada, de acordo com o artigo 1158, paragrafos 1 e 2, a distinção entre firma e denominação está na designação do objeto e não na responsabilização dos sócios.
Por isso, a indicação do objeto no nome empresarial de LTDA torna-o denominação, pois, por mais que figure nome de sócio (firma), há uma proteção do conteúdo econômico atribuído ao nome. 
Ex: ana vitória transporte LTDA (tem os dois)
NOME EMPRESARIAL X TÍTULO EMPRESARIAL:
O nome identifica pessoas, enquanto, o título, objeto. O título é o nome do estabelecimento comercial e não necessariamente deve ser o mesmo que o nome empresarial, mas é possível.
O título do estabelecimento é a placa pendurada no estabelecimento. 
Ex: ponto frio/ PUC – título do estabelecimento
CNOVA COMERCIO ELETRONICO S/A / Sociedade Mineira de Cultura. 
Somente a CR/88 protege o título – então, registra-seo título como marca, pois esta, segundo a jurisprudência, tem a mesma proteção do nome empresarial. 
SOCIEDADE LIMITADA (ARTIGOS 1052 A 1087)
Conceito (artigo 1052): sua fração de capital é divida em COTAS, sendo que a responsabilização de cada sócio é solidária caso não haja a integralização do capital 
Social. 
Existem três teorias que interpretam o artigo 1053, o qual versa sobre as omissões do capítulo de sociedade limitada e suas consequências:
 Interpretação gramatical: aplica-se a LTDA o capítulo de LTDA. Sendo omisso, tem-se 3 caminhos possíveis:
Interpreta-se o capítulo de sociedade simples. Caso ainda não seja resolvido o problema,
Interpreta-se o contrato social de forma a analisar se ele autoriza a aplicação da lei de SA no caso de omissões (regra de regencia supletiva). Caso autorize, aplica-se a lei de S.A. Caso não,
Interpreta-se o código civil em geral a fim de resolver, finalmente, o problema.
Autonomia da vontade: é a dominante hoje em dia. Aplica-se a lei de LTDA as sociedades limitadas. Caso esta seja omissa:
Analisa-se o contrato social a fim de ver se ele autoriza a utilização da lei de SA. Caso autorize, utiliza-se a lei de SA. Caso não,
Analisa-se o capitulo da sociedade simples. Caso não solucione,
Codigo civil.
Interpretação lógico sistemática: nesta, o legislador deve conhecer todo o sistema jurídico e ser um ótimo intérprete. Ele propõe que uma analise comparativa entre os artigos da LTDA e da S.A. 
Comparando-os, os capítulos que abrem o título são os que conceituam os tipos societários, 1152 e 1088, LTDA E SA respectivamente. 
O seguinte identifica a fonte primária, que são as normas de regência do tipo societário e a subsidiária – 1053 e 1089, LTDA E SA. 
Desta forma, os artigos da LTDA e a SA tem a mesma técnica legislativa,por mais que versem sobre sociedades diferentes. Então, os caminhos, caso haja omissões, devem ser:
Analisé do contrato social. Se prever SA, aplica-se a lei de sa pois ela tem carater supletivo (de substituição). NÃO É SUBSIDIÁRIO.
Analise da lei de LTDA
Analise da lei de sociedade simples
CC em geral. 
INSTRUMENTO DE CONSTITUIÇÃO: a lei não versa sobre os requisitos do contrato social da LTDA. Por isto, recorre-se ao art 997, requisitos da sociedade simples, com exceção do inciso V (sócio de indústria) – com previsão legal no 1055, paragrafo 2 e o inciso VIII, pois os sócios SEMPRE respondem subsidiariamente (1052). 
COTAS: sua cessão implica na modificação da estrutra da sociedade – contrato social, mas não da pessoa jurídica. Então, o fato de sair um sócio e entrar outro, por exemplo, em nada modifica os direitos e deveres da sociedade.
OBS: COTAS E AÇÕES – SEMELHANÇAS
Representam:
-A forma de divisão do capital social deuma sociedade;
-“Status soci” ou posição, isto é, o poder político de mando dos administradores, que são sócios e NÃO DONOS (não tem como ser dono de uma pessoa);
-A participação nos fundos, pelo sócio, na sociedade. Dá-se de duas maneiras:
a)Participação no acervo: “decorre da contribuição de cada sócio para o patrimônio social. Restando patrimônio após o pagamento de todos os credores, é lógico que a equivalência às contribuições dos sócios devem ser devolvidas” EM DINHEIRO. 
b)Participação nos resultados:
-prejuízo: há prefixação da participação de responsabilização de cada sócio;
-Lucro: pode acontecer por meio de dividendos ou da bonificação. No primeiro caso, a parcela do lucro recebida por cada sócio é líquida, ou seja, eles recebem as quantias já abatidas os impostos.
-Bonificação ou filhote: é a cota ou ação resultante da capitalização dos lucros, a qual é entregue a cada sócio na proporção dos lucros de que fariam jus receber. Isto é, não é um provento em dinheiro, na maioria das vezes, mas uma distribuição gratuita de novas ações ou cotas normalmente por causa de um aumento de capital da sociedade ou incorporação de reservas.
COTAS EM TESOURARIA
É a aquisição de cotas pela própria sociedade. Para a doutrina majoritária, isso pode ocorrer, sendo que somente para o autor Sérgio Campinho não. 
A lei é omissa, porém a doutrina traz seus requistos de válidade:
A transação deve ter no mínimo de dois sócios + a sociedade empresária. 
A sociedade deve ter fundos disponíveis para comprar as cotas
O professor discorda, pois a cessão de cotas pode ser feita a título oneroso ou gratuito;
O capital social da LTDA precisa estar integralizado, pois, se não estiver, a garantia para credores diminui assim como o patrimônio da sociedade. 
CONSEQUÊNCIAS DAS COTAS EM TESOURARIA
Efeito econômico: a quem devem ser pagos os lucros das cotas em tesouraria? A ninguém, senão à própria sociedade, em uma operação estritamente contábil – caso os lucros versem sobre reserva de capital (constituídas com valores recebidos pela empresa e que não transitam pelo resultado, por não se referirem à entrega de bens ou serviços pela empresa.) Respectivas reservas devem refletir, essencialmente, as contribuições feitas pelos cotistas que estejam diretamente relacionadas à formação ou ao incremento do capital social.
(é um crédito) e lucros a distribuir (débito). 
Quem vota pelas cotas em tesouraria? Ninguém; os poderes políticos decorrentes das cotas em tesouraria ficarão suspensos durante o tempo em que elas durarem. 
VALOR DAS COTAS (1055)
O valor das cotas podem ser iguais ou desiguais, assim como o número a ser cedido aos sócios. Por isso, é facultada à sociedade a escolha de ter o valor das cotas iguais ou desiguais assim como quantas serão vendidas a cada um.
Os votos a fim de que se decida sobre os negócios da sociedade serão tomados pela maioria de votos segundo o VALOR das cotas de cada um e não de acordo com a quantidade que possui cada sócio. Em caso de empate, o critério é percapto (quantas pessoas votam sim ou não). Se ainda sim tiver empate, um juiz decide. 
Conclusão: poder de voto - critérios
Valor de cotas para cada sócio
Critério percapto
Juiz decide. 
CESSÃO E DIVISIBILIDADE DE COTAS (1056/1057)
Na omissão do contrato social, o sócio pode ceder sua cota toda ou parte dela (em diferentes valores) a quem seja sócio sem depender de anuência de outros e a terceiros, caso não haja oposição de 2 ou mais sóicios ou tiulares de mais de 25% do capital social. 
PENHORA DE COTAS
É um ato processual o qual permite o bloqueio de um bem de um devedor executado a fim de se pagar a dívida judicialmente cobrada. 
Caso um devedor executado seja sócio de LTDAS, podem suas cotas serem penhoradas?
Caso a LTDA seja de capital, pode-se penhorar.
Caso seja de pessoas, o artigo 5° CR/88 veda. 
Problema: antigamente, tinha-se muita fraude contra credores porque eram só os sócios devedores colocarem seus bens no nome da LTDA de pessoas para que não tivessem que pagar suas dívidas.
 O artigo 5°, XX, da CR/88 veda a associação compulsória e não a dissasociação. Desta forma, no caso de devedor executado de LTDA, o juiz pode decretar a penhora de cotas dissasociando o sócio devedor executado da sociedade. Então, ele passará a ser credor do patrimônio líquido da sociedade, isto é, porque participa no lucro (acervo ou resultado), tendo, então, patrimônio disponível a ser executado e, sendo, assim, passível de penhora. 
Na penhora, caso LTDA seja de capital, o juiz ordena a venda das cotas, enquanto que, na de pessoas, de acordo com o artigo 1026, somente será penhorada caso o devedor executado não possua outro bem passível de execução. 
Na prática, ninguém penhora os lucros, mas a parte que lhe couber na liquidação da sociedade. A liquidação ocorre quando uma pesquisa no mercado diz quanto vale a cota no atual momento. Depois disto, a sociedade abate de seu patrimônio ativo o passivo, a fim de que se saiba quanto resta. Do restante, deduze-se, em DINHEIRO, a parte que cabe ao devedor executado para que ele adimpla a dívida. 
ÓRGÃO DA SOCIEDADE: 
ASSEMBLEIA OU REUNIÃO
É como se fosse um poder legislativo; é um conclave no qual os sócios deliberam questões relativas à sociedade. São convocadas pelos administradores nos casos previstos em lei ou no contrato. 
É um órgão OBRIGATÓRIO de instalação facultativa
LTDA com até 10 sócios possuem a faculdade de escolher entre assembleia ou reunião, o qual deve constar no contrato social e NÃO NA HORA DA CONVOCAÇÃO.
a)assembleia (art 1152): 
-a lei regula, exaurindo o tema – por isso é considerado um ato formalista. Caso esta não seja seguida, o conclave é nulo (1074 caput).
Para sua instalação, a primeira convocação precisa de no mínimo ¾ do capital social. Para seu funcionamento, em uma segunda convocação, é necessário qualquer número de presentes.
b)reunião: a lei preve as regras do contrato social como as que vincularão a reunião, ou seja, a reunião é considerada como um ato de autonomia da vontade. No silêncio do contrato social, utiliza-se as regras da assembleia.
LTDA com mais de 10 sócios não possui esta faculdade, sendo a deliberação feita mediante assembleia. 
Para participar, é necessário que a pessoa seja sócia ou tenha um procurador, o qual, de acordo com o artigo 1074, §1, ou deve ser outro sócio ou um advogado com mandato de atuação específica, devendo o documento ser registrado juntamente com a ata. 
Exceção: as microempresas e empresas de pequeno porte não precisam ter conclave. 
A deliberação para aprovar as matérias (1071) segue os seguintes pressupostos (1076):
Maioria simples (50% + R$0,01 dos presentes no conclave social);
Maioria absoluta (50%+ R$0,001 do capital social)
Maioria qualificada (3/4 do capital social). 
CONSELHO FISCAL
Fuciona como um poder judiciário; para LTDA, é um órgão facultativo – no silêncio do contrato social, ele não existe. Ele examina e da pareceres nas contas dos administradores, velando pela legalidade de seus atos e denunciando ao conclave social os eventuais ilícitos. 
A aprovação destas contas é feitas por deliberação dos sócios, ou seja, o parecer é meramente INDICATIVO, pois o fato de o conselho fiscal aprovar não vincula os sócios. A palavra final sempre é do conclave. 
Quem pode ser membro do Conselho Fiscal? Pessoas que tenham formação universitária, qualquer que seja ela.
Quem não pode ser membro? Os administradores e seus parentes de qualquer jeito (consaguíneos ou afinilidade, linha reta ou colateral, até o 3° grau). 
OBS: não há impedimento entre primos
ADMINISTRADORES
Funciona como um poder executivo; é o orgão de representação da sociedade:
-ativamente: quando ela for autora de um processo judicial;
-passivamente: quando for ré
-judicialmente: credora ou devedora
-extrajudicialmente: nas relações internas e externas.
A ou as pessoas que comporem este órgão devem ser designadas no contrato social ou em qualquer documento apartado – como o termo de posse. Há uma discussãose apenas pessoas naturais podem fazer parte dele ou podem pessoas jurídicas também, a qual não está pacificada na jurisprudência.
No silêncio do contrato social, todos os sócios serão os administradores da LTDA (1013). Porém, este artigo deve ser interpretado lógico-sistematicamente, em consonância com o artigo 1060). Desta forma, o conteúdo de documentos apartados também podem definir quem será/serão os administradores de uma LTDA. 
P. único 1060: caso haja a prescição da atuação da administração tratada no contrato social, novos sócios não figurarão, automaticamente, como adminstradores, pois a relação jurídica que possuem com a sociedade é de mandato, confiança. Por isto e pelo artigo 1011, §2, a inserção imediata de não sócios não é realizada. 
Para que não sócios possam administrar uma sociedade, é preciso um quórum unanime de sócios – caso o capital não esteja integralizado. Se integralizado, quorum de 2/3, no mínimo, dos sócios. 
Há um discussão entre este quorum de 2/3, pois alguns acreditam que deveria ser do valor das cotas e não do número de sócios. Porém, esta é solucionada por fundamentos; um deles é porque o artigo foi revisado em 2010 e mantiveram o seu quorum
Outro entedimento seria a tentativa de harmonização das decisões dos administradores, uma vez que o quorum de destituição de um sócio é 50%+1 enquanto que o de aprovação é de 2/3.
Ex: Numa LTDA de 30 pessoas, A ganhou as cotas de B, que era administrador. O capital estava integralizado. Há uma votação e nesta 20 sócios votam a favor de A virar administrador. Ele tem o quorum preciso? Sim.

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