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ATIVIDADE CRISTIANISMO

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ATIVIDADE 2 
A história do cristianismo de caráter positivista, costuma salientar o aspecto heroico dos pais da Igreja e dos Concílios. Contudo, ao problematizarmos as questões que envolvem esse período e personagens, podemos perceber a existência de conflitos no interior do cristianismo dos primeiros séculos que nos oferecem outras explicações para os acontecimentos.
Baseando-se na leitura e nas perspectivas apresentadas nas AULAS TEXTO 2 e 3 e nas VÍDEO-AULAS 2, 3 e 4, redijam um texto contendo, no mínimo, 20 linhas (no padrão ABNT), que responda as seguintes questões:
Quais os principais conflitos que podem ser identificados entre os séculos I e IV, no interior do cristianismo? 
Qual a relação entre as disputas teológicas, surgimento do clero e da hierarquia eclesiástica, definição do Canon com a formação da cristandade?
Como isso ajuda a compreender o cristianismo histórico em sua complexidade?
Resposta:
O cristianismo tornou-se predominante espalhando-se rapidamente entre as comunidades cristas, começando a ultrapassar as fronteiras do império, com isso começaram a surgir conflitos e perseguições contra os cristãos, temos como exemplo as cartas de Inácio de Antioquia que fala sobre sua execução por ser cristão, mais tarde também no século II, temos o martírio em Esmirna, na Ásia do velho Policarpo que teria sido a última testemunha sobrevivente de Jesus. O governador Marco Aurélio durante seu reinado também incentivou perseguições na Gália, sob o comando de seu filho, não há relatos de perseguições durante os primeiros dois séculos. Mas com o crescimento o cristianismo foi afetado por uma perseguição geral incitada pelo imperador Décio, onde foram ordenados a todos os cidadãos do império que sacrificassem aos deuses, alguns foram aprisionados e outros mortos, entre eles estavam o famoso bispo de Cartago Cipriano. Já no comando do imperador Valeriano, o império foi atingido por inimigos estrangeiros e por pestilências, o que novamente passou a ser responsabilidade dos cristãos, onde foram ameaçados de pena de morte, caso frequentassem cultos religiosos ou visitassem a um cemitério. A perseguição mais severa se deu sob o comando do imperador Diocleciano no século IV, que ordenou a destruição dos edifícios da igreja, a queima dos livros sagrados, a remoção dos cristãos dos lugares de honra da sociedade e a escravização dos cristãos que não acatassem sua fé, o aprisionamento dos lideres da igreja e tortura dos que não obedecessem, houvesse ainda um quarto edito emitido por Maximiano que era imperador com Diocleciano, com o objetivo de ampliação das perseguições, estendendo-se desde a Bretanha até a Arábia, onde prosseguiu-se por mais uma década, e durou mais no oriente que na parte ocidental, onde era renovada com frequência.
Com o afastamento do judaísmo surgiu a necessidade de discutir os elementos da fé, oferecendo conteúdos compreensíveis aos pagãos. O Antigo Testamento era a primeira autoridade que mais tarde foi incorporado ao Novo Testamento, na verdade a igreja levou mais de 200 anos para decidir os livros que entrariam no cânon, que são um complexo de doutrinas éticas e dogmáticas tradicionais, que chamou-se o cânon de nossa tradição , todo esse conjunto de testos precisou ser simplificado, criou-se então um credo para ser confessado pelos membros e seu conteúdo girava em torno da cristologia, junto com a questão da trindade, passaram a distinguir as comunidades cristas do judaísmo e do paganismo, foi ai que criou-se o centro das disputas teológicas dos séculos seguintes e dos Concílios.
O embate em torno da autoridade e da sucessão apostólica foi um dos principais fatores que levou a institucionalização do cristianismo, pois a autoridade eclesiástica era decisiva nas questões sobre a constituição da ortodoxia. As primeiras gerações de cristãos tinham consciência da necessidade de união das comunidades de fé, e nessa questão do exercício da autoridade, eles seguiam um certo padrão comum de ofícios e oficiais, contando com diáconos, presbíteros e bispos. Nesse período havia uma diversidade de conformações eclesiásticas, pois a ideia de um clero em meio ao cristianismo, foi um casamento de ideias gregas e judaicas, que na metade do século II já estava consolidada.
A constituição do cânon era uma arma contra as heresias e dessa forma a igreja foi consentindo os 27 livros que formam o Novo Testamento, sua formação deu-se por intermédio de um lento consenso entre líderes da igreja.
Houve um longo processo de transição do cristianismo, principalmente após a cessação das perseguições, que se iniciou no segundo século. O cristianismo se fortaleceu por seu espirito de amor mutuo e caridade, sendo reconhecido como prestador de elementos vistosos para sociedade. Assim o estado foi forcado a aceitá-lo como um aliado em potencial e sua formação institucional progredia rapidamente tornando-se Católico, universal, ecumênico, ordenado, internacional, multirracial e cada vez mais legalista.
Com o avanço do cristianismo passaram a ter, emissão de testamentos a favor da igreja, o domingo cristão foi colocado na mesma posição das festas pagas e os governadores de províncias foram instruídos a respeitar os dias em memorias de mártires e a honrar as festas da igreja.
Então se deu um movimento de inversão, onde a igreja passou de vítima a uma corporação coerciva, se tornando um monopólio religioso e o que possibilitou esse processo foi a existência de uma classe clerical. Em 380 o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano, através de Teodósio, um dos elementos fundamentais nesse processo foram os concílios, responsáveis por definir os dogmas e credos que normatizam a teologia e a pratica da fé. 
Seu principal papel era de dar consistência a catolicidade do cristianismo, tornando-o uma instituição fundada nos pronunciamentos da fé, doutrina e prática. Surge então o monarquismo, que teve um papel determinante no processo de institucionalização do cristianismo, tendo sucesso de diversas formas.

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