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Apresentação Microbiologia - Tetraciclina

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TETRACICLINAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DISCIPLINA DE MICROBIOLOGIA
DOCENTE: DRª. GISELE DA SILVA BOTAS CRUZ.
FÁBIO ALFAIA 
KARINNY ALMEIDA
MATHEUS RODRIGUES
MARCUS VINICIUS
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TETRACICLINAS 
As tetraciclinas são antibióticos naturais e semi-sintéticos
 caracterizados pela presença de um anel tetracíclico em sua estrutura química. 
Benjamin Duggar (1945): primeiras tetraciclinas isoladas (Aureomicina), a partir de culturas de Streptomyces rimosus. 
Identificação do núcleo ativo comum a estas substâncias - a tetraciclina base - que deu origem a novos derivados, com espectro de ação e perfil farmacocinético mais favoráveis para uso clínico.
De1950 a 1970, vários membros da família das tetraciclinas haviam sido desenvolvidos, uns como produtos naturais, outros como produtos semissintéticos.
 
 (HUGUES et. al, 1979)
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MEDICAMENTOS
Os medicamentos à base das tetraciclinas possuem diversas aplicações, no tratamento das mais variadas patologias.
 São administrados geralmente por via oral, e em muitos casos, substituem a aplicação da penicilina quando há a contraindicação de uso. 
Como exemplos de fármacos, têm-se a clortetraciclina, oxitetraciclina e a doxiciclina.
(COHEN et. al, 1989)
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DOXICICLINA 
A Doxiciclina é um medicamento utilizado no tratamento de diversas infecções, causadas por agentes sensíveis a essa classe de medicamentos, como:
Febre das Montanhas Rochosas;
Febre tifoide; 
Infecções do trato respiratório;
Infecções da uretra;
Gonorreia;
Entre outros.
(COHEN et. al, 1989)
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DOXICICLINA 
Quando a penicilina é contraindicada, a doxiciclina é um fármaco alternativo no tratamento de:
Actinomicose causada por Actinomyces spp.; 
Infecções causadas por Clostridium spp.; 
Sífilis causada por Treponema pallidum. 
Também pode ser usada como auxiliar no tratamento da infecção aguda por amebas no intestino e no tratamento da acne. 
(COHEN et. al, 1989)
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SÍNTESE OU BIOSSÍNTESE 
Resultado do cultivo de Streptomyces aureofaciens, surgiram as tetraciclias de primeira geração. 
Despois surgiram a oxitetraciclina ou terramicina geradas por Streptomyces rimosus e por tetraciclina propriamente dita, das quais são consideradas tetraciclinas de primeira geração.
As tetraciclinas de segunda e terceira geração (minociclina, doxiciclina, metaciclina e tigeciclina), são tetraciclinas produzidas mediante a modificação química da tetraciclina base geradas biossínteticamente.
 
 Sendo usadas para o controle de enfermidades contra as quais as tetraciclinas de primeira geração não tem efeito significativo (gangrena, a uretrite gonocócica, o linfogranuloma venéreo e as causadas por Helicobacter pylori).
(CANALE et. al, 2012)
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ESPECTRO DE AÇÃO
A Doxiciclina é um medicamento de amplo espectro de atividade.
Atividade contra bactérias gram-positivas e gram-negativas.
Recentemente elas têm demonstrado atividades contra clamídia, micoplasma, e alguns protozoários.
 (SPEER et. al, 1992)
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MECANISMO DE AÇÃO
O mecanismo de ação das tetraciclinas é bem estabelecido 
e há um consenso de que tetraciclinas se ligam a um sítio na 
subunidade 30S do ribossomo bacteriano impedindo a ligação 
do aminoacil-t-RNA no sítio A do ribossomo, a adição de 
aminoácidos e, consequentemente, impedindo a síntese proteica.
O mesmo mecanismo de ação tem sido proposto para a tigeciclina, sendo que as glicilciclinas se ligam cinco vezes mais forte ao ribossomo. E essa ligação mais forte é responsável por contornar um mecanismo de ação de resistência às tetraciclinas que envolve a proteção ribossomal.
 (SPEER et. al, 1992)
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RESISTÊNCIA
 
A crescente resistência às tetraciclinas têm limitado seu uso no tratamento de infecções bacterianas em humanos.
Diferentes mecanismos de resistência às tetraciclinas foram identificados. Os mais relevantes são os do efluxo do medicamento e a proteção ribossomal. 
EFLUXO: 
Há uma diminuição do acesso das tetraciclinas ao ribossomo por redução da concentração intracelular do antibiótico a um nível bem abaixo do necessário para a sua atividade.
Encontrado em bactérias Gram-negativas.
Proteínas transmembranares (Tet A) exportam tetraciclinas para fora da célula, provocando uma menor concentração da droga dentro das células bacterianas.
 (McMURRAY, 2000)
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MECANISMO RIBOSSOMAL
No mecanismo por proteção ribossomal, proteínas citoplasmáticas protegem o ribossomo da ação das tetraciclinas e a síntese proteica prossegue normalmente. 
Em bactérias sensíveis, as tetraciclinas ligam-se ao ribossomo e mudam sua conformação padrão interrompendo a síntese proteica. 
É importante ressaltar que o fenômeno da resistência é algo muito preocupante e que existem cepas resistentes a todos os agentes conhecidos atualmente, até mesmo outras classes de antibióticos com representantes lançados recentemente.
Em consequência, é constante a necessidade de renovação do arsenal de antibióticos, especialmente aqueles com atividade em bactérias Gram-negativas uma vez que essas são menos sensíveis aos antibióticos.
 (SPEER et. al, 1992)
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ESTUDOS DE SENSIBILIDADE E RESISTÊNCIA
As bactérias podem usar três tipos de estratégias para começar a resistência bacteriana: limitando o acesso da tetraciclina ao ribossomo, alterando o ribossomo para evitar seu vinculativo com a tetraciclina e produzindo enzimas que inativam a tetraciclina.
A resistência a tetraciclina ocorre frequentemente devido à aquisição de novos genes. 
Observam-se vinte e três genes de efluxo, que codificam por efluxo energia-dependente de tetraciclina. 
Onze genes de proteção ribossomal, que codificam por uma proteína que protege o ribossomo bacteriano. 
Três genes que codificam pelas enzimas que modificam e inativam a molécula de tetraciclina.
E um gene (tet (U)) que é uma resistência específica por um mecanismo ainda desconhecido.
(ARGAST & BECK, 1985)
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POSOLOGIA
A doxiciclina comprimido solúvel pode ser deglutido diretamente com um pouco de líquido ou pode ser dissolvido em 50 mL de água (1/2 copo) antes da administração.
Recomenda-se a ingestão de quantidades adequadas de líquidos durante a administração para reduzir o risco de irritação esofágica e ulceração.
Cada comprimido solúvel de doxiciclina contém doxiciclina monoidratada equivalente a 100 mg de doxiciclina base. A dose usual e a frequência da administração de doxiciclina diferem da maioria das tetraciclinas.
Doses maiores que as recomendadas podem resultar em um aumento da incidência de reações adversas.
O tratamento deve continuar por pelo menos 24 a 48 horas após o desaparecimento dos sintomas e febre. Quando utilizada em infecções estreptocócicas, o tratamento deve ser mantido durante 10 dias para prevenir o aparecimento de febre reumática e glomerulonefrite.
(ANVISA, 2009)
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USO
Uso oral. Adulto e pediátrico acima de 8 anos.
Utilizado, principalmente, no tratamento de infecções causadas por Rickettsia, Chlamydia e Mycoplasma suscetíveis; 
Alternativa à mefloquina na profilaxia da malária; 
Tratamento da sífilis, infecções não complicadas causadas por Neisseria gonorrhoeae, Listeria, Actinomyces israelli e Clostridium em pacientes alérgicos à penicilina; 
Utilizada para o tratamento de faringite adquirida na comunidade e outras infecções comuns devidas a organismos suscetíveis.
(ANVISA, 2009)
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FORMAS DE APRESENTAÇÃO
Doxiciclina comprimidos solúveis 100 mg. Embalagem contendo 15 comprimidos solúveis.
EFEITOS COLATERAIS/ REAÇÕES ADVERSAS
As seguintes reações adversas foram observadas: 
Anemia hemolítica (anemia devido à destruição de hemácias, células vermelhas do sangue).Trombocitopenia (diminuição do número de plaquetas – células responsáveis pela coagulação). 
Neutropenia (redução do número de neutrófilos – tipo de célula sanguínea de defesa).
Eosinofilia (aumento da taxa de eosinófilos – tipo de célula sanguínea de defesa).
(ANVISA, 2009)
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EFEITOS COLATERAIS/ REAÇÕES ADVERSAS
Reações de hipersensibilidade incluindo choque anafilático (reação alérgica grave).
Anafilaxia (reação alérgica). 
Púrpura anafilactoide (manchas de cor violeta na pele, devido ao sangue que sai dos capilares, vasos sanguíneos muito finos, da pele ou mucosas), entre outros. 
(ANVISA, 2009)
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REFERÊNCIAS
AARESTRUP, F. M. Antimicrobial Resistance in Bacteria of Animal Origin. Washington, USA, Editora ASM Press, 454p., 2005.
ARGAST, M.; C. F. BECK. Tetracycline Uptake by Susceptible Escherichia coli. Cells. Arch. Microbiol. 141:260-265, 1985.
COHEN, S. P.; L. M. McMURRY, D. C. HOOPER, J. S. WOLFSON, S. B. LEVY. Cross-resistance to Fluoroquinolones in Multiple Antibiotic Resistant ( Mar ) Escherichia coli Select by Tetracycline or Chloramphenicol. Antimicrob. Agents Chemother. 33:1318-1325, 1989.
HUGUES, L. J.; J. J. STEZOWSKI; R. E. HUGUES. Chemical and Structural Properties of Tetracicline Derivatives. J. Am. Che. Soc. 101: 7655-7657, 1979.
McMURRAY L. M., LEVY S. B. Tetracycline Resistance in Gram-positive Bacteria. Gram-positive Patogens. Washington D. C.: ASM Press, 660-77. 2000.
SPEER B. S., SHOEMAKER N. B., SALYERS A.A. Bacterial Resistance to Tetracycline: Mechanisms, Transfer, and Clinical Significance. Clinical Microbiol. Rev. 387-399. 1992.
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