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1 2 APRESENTAÇÃO 5 AULA 1: OFERTA E DEMANDA 7 INTRODUÇÃO 7 CONTEÚDO 10 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS A RESPEITO DA ANÁLISE DE MERCADO 10 TEORIA DE MERCADO 12 SISTEMA DE MERCADO: DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO 12 EQUILÍBRIO DE MERCADO 17 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 18 CURVA DE INDIFERENÇA 22 RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA 25 EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR 27 EFEITO PREÇO, EFEITO RENDA E EFEITO SUBSTITUIÇÃO 28 ELASTICIDADE: PRINCÍPIOS 31 TIPOS DE ELASTICIDADES 31 OUTROS TIPOS DE ELASTICIDADES 36 ELASTICIDADE-RENDA (DA DEMANDA) (ERD) 37 ATIVIDADE PROPOSTA 38 REFERÊNCIAS 39 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 40 AULA 2: O QUE ESTÁ POR TRÁS DA CURVA DE OFERTA, ESTRUTURAS DE MERCADO E A IMPORTÂNCIA DA TEORIA DOS JOGOS. 54 INTRODUÇÃO 54 CONTEÚDO 56 O QUE COMPÕE A CURVA DE OFERTA DAS EMPRESAS 56 TEORIA DA PRODUÇÃO 56 ANÁLISE DA PRODUÇÃO EM LONGO PRAZO 57 ANÁLISE DA PRODUÇÃO EM CURTO PRAZO 59 CONCEITOS BÁSICOS DE CUSTOS DE PRODUÇÃO 62 3 CUSTOS DE PRODUÇÃO EM LONGO PRAZO 67 CONCORRÊNCIA PERFEITA 70 MONOPÓLIO 71 CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA E OLIGOPÓLIO 73 TEORIA DOS JOGOS, SUA IMPORTÂNCIA: GERADORA DE ESTRATÉGIAS DAS EMPRESAS OLIGOPOLISTAS 74 ATIVIDADE PROPOSTA 80 REFERÊNCIAS 83 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 84 AULA 3: FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA 105 INTRODUÇÃO 105 CONTEÚDO 109 CRESCIMENTO E EMPREGO 109 O LADO DA OFERTA AGREGADA: ÓTICA DO PRODUTO 112 O LADO DA DEMANDA AGREGADA: ÓTICA DOS GASTOS DA ECONOMIA 116 CONSUMO (DAS FAMÍLIAS E DO GOVERNO) E A POUPANÇA 116 FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO (INVESTIMENTO) 117 A ECONOMIA ABERTA 119 OUTRAS FORMAS DE RACIOCÍNIO PARA MENSURAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO 122 ATIVIDADE PROPOSTA 127 REFERÊNCIAS 129 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 129 AULA 4: CONTEXTOS ECONÔMICOS ATUAIS 144 INTRODUÇÃO 144 CONTEÚDO 148 MOEDA, AGREGADOS MONETÁRIOS E SETOR PÚBLICO 148 BASE MONETÁRIA 152 INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS 154 BALANÇO DE PAGAMENTOS E CÂMBIO 158 ATIVIDADE PROPOSTA 171 REFERÊNCIAS 173 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 174 4 CHAVES DE RESPOSTA 185 AULA 1 185 ATIVIDADE PROPOSTA 185 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 185 AULA 2 189 ATIVIDADE PROPOSTA 189 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 190 AULA 3 196 ATIVIDADE PROPOSTA 196 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 197 AULA 4 201 ATIVIDADE PROPOSTA 201 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 201 CONTEUDISTA 205 5 A realidade econômica das empresas e dos países permeia os mais diferentes aspectos da vida das organizações e das sociedades. A compreensão a respeito dessa realidade é fundamental para o entendimento do mundo globalizado no qual estamos vivendo e que nos ajuda na tomada de decisão no plano profissional. Nesse sentido, o conhecimento das informações a respeito dos elementos que nós iremos apresentar nesse curso de pós-graduação e suas aplicações nos ajudam a responder a uma série de questões com as quais nós, dentro das nossas empresas, nos deparamos continuamente. Entre essas questões, podemos destacar: Por que aos primeiros sinais de elevação da inflação, o Banco Central do Brasil cogita um aumento na taxa selic? Por que e em que condições o preço de um produto aumenta? Por que a carga tributária brasileira é tão elevada? Por que o crescimento da China tem estado tão elevado, apesar da crise econômica que afeta o mundo desde 2007/08? Por que um mercado está mais concentrado (com menor concorrência) do que outros? Profissionalmente, várias áreas de atuação estão utilizando as informações e o emprego da Economia de forma rotineira. É o caso, por exemplo, dos administradores, financistas, advogados, gestores, jornalistas, contadores etc. Nesse contexto, o conhecimento que iremos adquirir em nossas aulas de Economia Empresarial, aliado às aplicações deste conhecimento, não apenas representa um diferencial no mercado de trabalho, mas também é importante, e bastante valioso, para o sucesso nos negócios. 6 Além disso, na medida em que compreendemos a realidade econômica das empresas e das nações, ampliamos, gradativamente, os horizontes do conhecimento sobre o nosso país, os nossos mercados e sobre o mundo de maneira geral. Isso permite, também, exercer melhor e de maneira mais efetiva a cidadania com sustentabilidade para a empresa em que trabalhamos. Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 1. Apresentar os conceitos de oferta, demanda, elasticidades e mercado no qual se esboçam as características principais do chamado equilíbrio de mercado e do comportamento do consumidor; 2. Expor o funcionamento de uma empresa centrado no estudo do mercado como regulador da atividade econômica em que esta empresa está inserida; 3. Tratar dos diferentes tipos de mercados, concluindo com a análise a respeito da teoria dos jogos; 4. Abordar a discussão sobre emprego, renda e crescimento, produto e suas derivadas como consumo, investimento, gastos do governo e exportações líquidas; 5. Analisar o setor público e a intervenção do Estado na dinâmica econômica, salientando a discussão sobre juros, câmbio, inflação, moeda e o setor externo. 7 Introdução Começaremos lendo o artigo a seguir, pois ele será base para entendimento do material desta aula. Em novembro, a demanda cresce e oferta cai no setor aéreo (Veja: 22/12/2012). Dados da Anac mostram queda de 5,7% na oferta na comparação com igual mês de 2011. No mesmo período, a procura aumentou 7,2%. Gabriel Castro, de Brasília. Quem tentou comprar passagens aéreas neste fim de ano encontrou valores mais altos do que a média. Dados divulgados nesta sexta-feira pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ajudam a explicar o que ocorreu: a demanda aumentou, a oferta diminuiu e a lei que rege o mercado empurrou os preços para cima. Em novembro, a agência registrou o maior percentual no índice que mede a ocupação nos voos domésticos desde o início da série histórica, em 2000: 76,2%. O índice é fruto de uma demanda que cresceu 7,2% ante o mesmo mês de 2011, combinada a uma oferta que cedeu 5,7% no mesmo período. Foi o terceiro mês seguido de queda na disponibilização de assentos para venda, o que não ocorria há quase nove anos. Turbulência – Estes números evidenciam a complexa situação das duas maiores companhias aéreas brasileiras, TAM e Gol, que, pressionadas em 2012 por expressivos aumentos de custo (com destaque para o efeito da alta do dólar e o aumento do querosene de aviação), deram início às políticas de corte nas rotas consideradas menos rentáveis, sobretudo para 8 o Norte e Nordeste. Outra razão a enxugar a oferta foi a decisão da Gol de fechar a Webjet. No somatório dos onze primeiros meses de 2012, a demanda cresceu 7,2%. No mesmo período, a oferta não acompanhou o ritmo: o acréscimo foi de apenas 3,7%. O balanço da Anac identificou ainda as movimentações do mercado da aviação civil no país. Entre janeiro e novembro de 2012, a TAM e a Gol mantiveram a polarização no cenário doméstico: a primeira respondeu por 40,5% da participação de mercado; enquanto a segunda abocanhou 33,9%. A TAM obteve crescimento de 5,4% no índice que mede o número de passageiros transportados. No caso da Gol, houve queda de 3,6%. Na comparação com novembro de 2011, quem mais cresceu foi a Avianca, que praticamente dobrou sua participação no mercado. A TAM também consolidou o predomínio nas viagens internacionais. Entre as empresas brasileiras com rotas para o exterior,a companhia ocupou 89,4% do mercado, contra 10,3% da Gol. Trip e Avianca completam a lista. Atrasos – Também nesta sexta-feira, o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, informou que 12% dos voos em dezembro tiveram atraso superior a 30 minutos. O diretor-presidente da Anac, Marcelo Guaranys, considerou o resultado "razoável". A meta é manter o índice abaixo dos 15%. Conforme podemos ver pelo artigo acima da Revista Veja de 22/12/2012, um dos grandes temas atuais da economia empresarial refere-se ao estudo, análise e discussão sobre o comportamento da oferta das empresas em função da massa consumidora existente, e procura, por conseguinte, projetar os passos desta massa consumidora, algo que é de grande interesse para as 9 empresas e corporações, que podem ter a segurança de sempre ter a sua fatia de mercado, mantendo-se ativas por quanto tempo planejarem. Dentro do estudo da economia, a análise da demanda e da oferta é um dos fatores extremamente importantes do mundo atual. Destaca-se como complementação a discussão sobre elasticidades. Este debate é muito importante, porque se refere à explicação a respeito da sensibilidade de uma variável em relação à outra variável qualquer. Essa sensibilidade indica que a mudança de uma variável, como preço, por exemplo, afeta a magnitude de outra variável, como quantidades demandadas ou ofertadas. Nesta aula, portanto, estudaremos sobre oferta, demanda equilíbrio de mercado, comportamento do consumidor e elasticidades. Objetivos: 1. Contextualizar oferta demanda, mercado e equilíbrio de mercado. 2. Analisar e discutir o comportamento do consumidor segundo seus pressupostos básicos de satisfação e de renda e seus respectivos efeitos. 3. Apresentar o conceito de elasticidades e as suas respectivas características. 10 Conteúdo Noções Introdutórias a Respeito da Análise de Mercado A economia empresarial pelo estudo da análise de mercado é o ramo da ciência econômica que se preocupa com a discussão a respeito do comportamento econômico dos consumidores, das famílias e das empresas, por exemplo, na formação dos preços em mercados específicos. Na verdade, nesse aspecto temos um estudo microeconômico, seja no âmbito propriamente dito econômico, mas também da administração e da gestão industrial e de serviços. Ao analisar os mercados específicos, devem ser levadas em consideração, no estudo da microeconomia, determinadas informações que nos fazem entender e compreender melhor do que trata esta divisão da teoria econômica no que se refere ao nosso curso. Melhor dizendo: a) Sobre o mercado, o preço, funções e equilíbrio: O mercado é o local ou contexto no qual compradores e vendedores tendem a comprar e a vender produtos; no caso da microeconomia, tem- se um mercado para cada bem e/ou serviço no sistema econômico; Nos mercados específicos são formados os preços. O preço de um determinado bem e/ou serviço é a sua relação de troca pelo dinheiro, melhor dizendo, a quantidade de reais (R$) necessários para ser transacionada uma unidade da mercadoria (bem e/ou serviço); De acordo com este contexto de mercados específicos, apresentam-se funções que demonstram relações entre compradores e vendedores, ou seja, uma função mostra a relação entre duas ou mais variáveis; indicando como o valor de uma variável (chamada dependente) depende e pode ser 11 calculado pela especificação do valor de uma ou mais variáveis (definidas como variáveis independentes); O equilíbrio é uma condição de um mercado que, uma vez atingido, tende a persistir. O equilíbrio, de acordo com o que veremos nesta aula, resulta do balanceamento das forças do mercado. b) A respeito da hipótese em latim “coeteris paribus” (tudo o mais permanece constante) refere-se ao chamado efeito líquido (ou puro) que cada uma variável tem em relação à outra variável qualquer especificamente. Na microeconomia1, segundo Pindyck & Rubinfeld2, são mais relevantes os preços relativos, isto é, os preços de um bem em relação aos demais, do que os preços absolutos (isolados) das mercadorias. Genericamente, os princípios básicos que decorrem da visão dos consumidores e das empresas são os de que os primeiros desejam maximizar as suas satisfações e os das empresas, maximizarem os seus lucros totais: racionalidade dos consumidores e das empresas. Contudo, o objetivo desta aula é oferecer-lhe uma formação importante, sem renunciar a certa capacidade de análise crítica e sistemática microeconômica. Mas destaca-se que o estudo da microeconomia pelo qual estamos começando a fazer agora, na verdade, estará também discriminado até chegarmos à aula II, que diz respeito à teoria da firma e estruturas de mercado. 1 A análise da teoria microeconômica (ou teoria dos preços) pode ter papel fundamental para poder auxiliar as decisões de planejamento (e administração) das empresas, ou de alguma organização produtiva (tais como na formação da política de preços de uma empresa, nas previsões de custos de produção etc.), por exemplo. 2 PINDYCK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. 12 Entretanto, é importante, como condição complementar ao que estamos tratando, analisarmos melhor abaixo a chamada teoria de mercado. Boa aula para você! Teoria de Mercado Um mercado específico caracteriza-se como sendo um lugar qualquer, onde grupos de pessoas (físicas e jurídicas) se encontram para tentar comprar e vender alguma “coisa” (algum bem e/ou serviço). Com os modernos meios de comunicação, com a internet e com a diversificação do comércio, tais pessoas não precisam estar necessariamente em contato direto. Porém, desde que sejam “conhecedoras” dos preços e das possibilidades de entrega, procede-se o intercâmbio e, a partir daí, caracteriza-se o mercado de trocas. A teoria de mercado (na microeconomia) nos demonstra, então, que um mercado é compreendido como um local (ou uma unidade econômica), ou mesmo uma convergência, onde são encontrados compradores e vendedores no qual se realizam as forças de oferta e demanda (ou procura) por bens e/ou serviços e onde são formados os preços conforme veremos adequadamente na aula posterior. Sistema de Mercado: demanda, oferta e equilíbrio de mercado A Lei da Demanda As trocas são realizadas nos mercados (interno e externo). Nestes, atuam (conjuntamente) as forças da demanda e da oferta por mercadorias (ou produtos – bens e/ou serviços). Como os recursos são escassos, os compradores e os vendedores tendem a entrar em um acordo sobre os preços dos produtos, de tal forma que sejam feitas as transações das 13 quantidades dessas mercadorias por uma determinada quantidade de dinheiro (ou moeda). Nesse contexto, os preços dos produtos (ou das mercadorias) podem ser definidos, na verdade, como a quantidade de reais (R$) necessários, para poder obter em troca uma determinada quantidade de mercadorias. Fixando preços para todos os produtos (bens e serviços e mesmo para os fatores de produção), o mercado permite a coordenação dos compradores e dos vendedores, assegurando a viabilidade de um sistema capitalista por meio do chamado livre jogo da oferta e demanda que é uma peça-chave no funcionamento de toda a economia (de mercado) e onde tende-se a se obter o que definimos como sendo o equilíbriode mercado. Pela visão microeconômica, o funcionamento de um mercado e a formação de preços ocorre devido às relações entre demanda e oferta. A demanda (ou procura) de uma determinada pessoa ou grupo de pessoas por um determinado produto indica o quanto esta pessoa ou grupo de pessoas desejam consumir, a dado preço desse produto, num determinado período de tempo. Como exemplo, tomemos o gráfico a seguir que representa o comportamento da demanda em relação a um produto X. Quando o preço está em um nível elevado, a demanda pelo produto é menor, ou seja, uma boa parte dos consumidores não está disposta a adquirir o produto a este nível de preço. No gráfico, ao preço Px = R$7,00 teremos Qx = 1.000 Kg a serem consumidas. Se o preço está em um nível mais baixo, a demanda pelo produto será maior, pois mais consumidores estarão dispostos a adquirir o produto àquele nível de preço. Nota-se no gráfico que ao preço Px = R$4,00 haverá Qx = 4.000 kg a serem compradas. 14 Fonte: Desenvolvido pelo autor. Cabe destacar que efetivamente a quantidade Qx do produto no mercado não é somente influenciada pelo preço Px. Existe uma série de outras variáveis (ou fatores) que também afetam a demanda deste produto. Desta forma, segundo Vasconcellos 3 , temos que, mais tradicionalmente em termos quantitativos, os fatores mais significativos que acabam afetando também a demanda dos consumidores na sua maioria dos mercados são: Qx = f (Px, Py, Pz, R)/t Em que: Qx = quantidade procurada (demandada) do produto X Px = preço do produto X Py = preço do produto substituto Pz = preço do produto complementar R = renda do consumidor 3 VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. Rio de Janeiro: Atlas. 15 /t = significa num dado período de tempo (dias, meses etc.)4 De acordo com a função acima, coeteris paribus, se houver um aumento da renda e isto fizer com que haja um aumento da demanda, dizemos que o produto (X) é de consumo normal. Porém, se dado um crescimento da renda e acontecer uma queda da demanda, o produto é de consumo inferior5. Ainda no que diz respeito à função (geral) da demanda acima, coeteris paribus, havendo aumento do preço de um bem Y e que irá fazer aumentar a demanda do produto X, diz-se que X e Y são produtos substitutos. Por outro lado, se ocorrer um aumento do preço de um bem Z e que este aumento faz diminuir a demanda pelo produto X, assim, X e Z são produtos complementares6. A Lei da Oferta No que diz respeito à oferta (de uma mercadoria em um determinado mercado), esta é a quantidade de um produto X (Qx) que um produtor ou conjunto de produtores está disposto a vender, a determinado preço, em um período de tempo. Pelo gráfico a seguir, podemos observar o comportamento da quantidade ofertada de um produto X (Qx). Com o nível de preço elevado (Px), os produtores tendem a ofertar uma quantidade maior do produto. Se o preço estiver em Px = R$7,00, a quantidade a ser colocada no mercado será de Qx = 4.000 kg. Mas se o nível 4Cabe destacar que subjetivamente, os hábitos e preferências dos consumidores em um mercado também influenciam a demanda por um produto neste mercado, assim como a publicidade e a propaganda. 5É importante destacar que existe uma categoria que chamamos de bens de consumo superior. Isto quer dizer que se o consumidor fica mais rico, demandará mais produtos de maior qualidade, é o caso do consumo por joias. 6É importante salientar que toda vez que ocorrer: > alteração de Px, haverá uma modificação de Qx e a esta modificação define-se como sendo uma mudança na quantidade demandada (pois toda a mudança será feita ao longo da própria curva de demanda); > alteração de R, Py, Pz, ocorrerá uma modificação de Qx e a esta modificação chama-se como sendo uma mudança na demanda (porque toda esta mudança será gerar um deslocamento da curva de demanda, seja para a direita, seja para a esquerda). 16 de preço cair para Px = R$4,00, muitos produtores deixarão de ofertar a mercadoria a este preço e teremos uma oferta de Qx = 1.000 Kg, ocasionando uma queda na quantidade ofertada. Fonte: Desenvolvido pelo autor. Prezado aluno, podemos perceber pela figura anterior que há uma relação direta entre a quantidade ofertada do produto X e o seu respectivo preço. Mas por que isso tende a acontecer? A resposta a esta questão, coeteris paribus, reflete um procedimento no qual um aumento de Px no mercado irá instigar o aumento das produções das empresas. Devido a isso, novas empresas poderão ser atraídas para a produção deste produto, aumentando, portanto, a quantidade ofertada do produto X. É claro que além do preço do produto X, outros fatores irão influenciar no nível da oferta deste produto no mercado, entre eles destacam-se: os custos com os fatores de produção7, alterações no nível de tecnologia, aumento da 7 Tais como, os custos com os pagamentos de salários, preços das matérias-primas etc. 17 quantidade de empresas no mercado etc. Sendo que qualquer modificação do Px gera o que chamamos de mudanças na quantidade ofertada, isto é, mudanças do nível da oferta ao longo da própria curva; e toda e qualquer variação nos custos dos fatores e no nível tecnológico, por exemplo, coeteris paribus, acabam acarretando um deslocamento da curva de oferta (ou modificações na oferta de mercado). Equilíbrio de Mercado Dadas as curvas de demanda e de oferta já estudadas anteriormente, se fizermos o cruzamento destas curvas irá se determinar o que se chama por equilíbrio de mercado, formando o preço e a quantidade de equilíbrio como está demonstrado pelo diagrama a seguir. Fonte: Desenvolvido pelo autor. 18 Nesta situação, há uma "harmonia" entre oferta e demanda. Teoricamente, neste ponto, o nível de preço não está nem muito alto nem muito baixo, satisfazendo tanto a consumidores quanto a produtores. Mas: se tiver algum preço abaixo do preço de equilíbrio, haverá aí um excesso de demanda (ou uma escassez de oferta); e por outro lado, ocorrendo um preço acima do preço de equilíbrio, surgirá um excesso de oferta (ou uma escassez) de demanda. Também não podemos nos esquecer de que havendo uma modificação da renda dos consumidores e/ou aumento dos custos dos fatores de produção, por exemplo, isto acarretará alteração no ponto de equilíbrio de mercado. Comportamento do Consumidor8 A discussão que empregaremos aqui é de como consumidores racionais que irão realizar as suas demandas distribuem os seus recursos entre os diferentes bens de forma que consigam maximizar os seus níveis de utilidades (ou satisfações). Sob o ponto de vista histórico, o conceito de utilidade empregado era o de utilidade cardinal, ou seja, o de utilidade como uma magnitude que se podia medir. Neste caso, o argumento era o de que aumenta a satisfação (ou utilidade total) do consumidor conforme aumenta a quantidade a ser consumida de um determinado produto9. Atualmente, a economia empresarial leva mais em consideração, na moderna teoria a respeito do comportamento do consumidor, o princípio da utilidade ordinal. Sob este enfoque, examina-se a ordem de preferências pelas 8 Toda a análise a respeito do comportamento do consumidor está calcada na discussão sobre demanda Marshalliana e Hicksiana. 9 A utilidade total, derivada do consumo do bem,cresce à medida que o consumidor aumenta a quantidade a ser consumida ao longo do tempo. Entretanto, cabe destacar que o valor acrescentado à utilidade total por cada uma unidade a mais do bem a ser consumido é chamado de utilidade marginal. Por uma fórmula, a utilidade marginal pode ser calculada da seguinte maneira: UMgx = (∆UT/∆Qx), sendo UMgx = utilidade marginal do produto X; ∆UT = variação da utilidade total; ∆Qx = variação da quantidade a ser consumida do bem X. 19 diferentes cestas de mercadorias 10 que o consumidor vai consumir. Neste princípio, examina-se-se, por exemplo, se a cesta de bens A é preferida à cesta de bens B, se a B é preferida à cesta C, e assim sucessivamente. A partir desta ordem é possível estabelecer formalmente as prioridades gerais na formação de uma curva de indiferença, como podemos perceber, por exemplo, no artigo a seguir do portal G1 que diz respeito às preferências por cestas de mercadorias de produtos orgânicos. Empresas entregam marmitas e cestas de produtos orgânicos Empresárias criaram até feijoada vegetariana. Outra empresa monta e entrega cestas de alimentos orgânicos em SP. A alimentação saudável agora chega à porta de casa. Uma empresária de São Paulo aposta no segmento e entrega uma cesta de produtos sem agrotóxicos. Outro destaque são as marmitas orgânicas, uma opção para quem dá valor à boa alimentação, com direito à feijoada de vegetais no cardápio. No lugar de carne seca e costeleta de porco, beterraba, cenoura, carne de soja, abobrinha e salsão. A feijoada vegetariana é a campeã de vendas na empresa de delivery. São mais de 20 pratos criados pelas empresárias Sofia Dobbin e Cassia Janeiro. Todos os alimentos são orgânicos, cultivados sem agrotóxicos. “É um nicho que eu acho que só tende a estourar de muito bom, porque é exatamente prático e saudável, as pessoas estão preocupadas com isso hoje, com o que você está comendo.” Cássia e Sofia são vegetarianas e sempre gostaram de cozinhar para amigos. Os pedidos aumentaram tanto que, em setembro de 2012, elas decidiram 10 Define-se como sendo uma cesta de mercadorias ao conjunto de uma ou mais mercadorias (ou bens, ou produtos) associado às quantidades consumidas de cada uma dessas mercadorias. 20 cobrar pelos pratos, e abriram uma empresa de entrega de marmitas. O investimento inicial foi de R$ 5 mil para comprar matéria-prima. A empresa funciona na cozinha de casa das empresárias e elas fazem de tudo: compram os ingredientes, preparam os pratos, cuidam do financeiro e até entregam. O negócio ainda é caseiro pequeno, mas está crescendo. Já são 240 pratos por mês, e o segredo está no sabor que elas conseguem dar aos vegetais com uns temperos diferentes e especiais. Em vez de alho e cebola, elas usam tempero indiano, semente de coentro, pimenta de limão e sal rosa tirado das rochas. A feijoada fica pronta em uma hora. Em cima, vão pedacinhos de provolone desidratado. Ela é servida com couve, arroz integral e farofa de aveia. Além da feijoada, elas fazem refeições com charutos de repolho, almôndegas de soja com polenta, tabule, salada de grão de aveia e de chuchu. Os pratos só levam vegetais, leite e derivados. “É a criatividade, né? A gente cria coisas diferentes, com ingredientes diferentes, misturas diferentes e fica muito gostoso”, diz a empresária Cássia. Os pratos pesam em média 450 gamas cada. Eles vão numa embalagem plástica, que pode ir ao micro-ondas. Os alimentos orgânicos são mais caros que os tradicionais, mas as empresárias garantem: o negócio dá um bom lucro. Em média, o custo da matéria-prima para fazer um prato é de R$ 9. E o preço de venda é de R$ 20. “A gente tem convênio com uma empresa e a gente compra diretamente dos produtores, fora isso a gente também evita qualquer tipo de desperdício. A gente reaproveita muitos alimentos, então isso acaba diminuindo o custo”, explica a empresária. 21 O faturamento da empresa de marmitas orgânicas ainda é pequeno – R$ 4,8 mil por mês. Mas as empresárias apostam em crescimento rápido. “A gente hoje tem mais ou menos de 200 a 300 pratos por mês e a minha meta é chegar a 1000.” A empresa tem hoje 40 clientes. Tadeu Freitas vai experimentar pela primeira vez a feijoada vegetariana. “Essa feijoada é uma delícia. É uma feijoada sem gordura, com a couve, sem o tempero como normalmente as pessoas fazem. Então fica com outro sabor”, sugere. Cesta Outra prova de que esse mercado é bom está em outra empresa. Desde 1999, Rachel Soraggi monta e entrega cestas de alimentos orgânicos em São Paulo. “Eu tenho para mim que é uma coisa que vai crescer muito. O consumidor ainda vai se conscientizar de que é a melhor forma de se alimentar”, diz a empresária. São 400 itens. Todos com a certificação de orgânicos. Arroz, café, biscoito, legumes, verduras, frutas, iogurte, queijo e até produtos de limpeza. Rachel compra direto dos produtores, e consegue preços mais baixos. “O segredo é muito trabalho, perseverança, buscar produtos, inovar, sempre a procura de alguma coisa nova, investir em qualidade do produto.” Do total, 70% das vendas de orgânicos são pela Internet. O cliente quer rapidez e praticidade. É só entrar na loja virtual, clicar nos produtos, pagar com cartão de crédito ou na hora da entrega. A rotina da empresa é separar os produtos de acordo com a lista de pedidos e colocar na cesta. O desafio é que o fornecimento de orgânicos é irregular, os produtores são poucos e pequenos. E toda semana falta algum tipo de 22 produto. “Eu procuro outros fornecedores certificados, orgânicos, quando não encontro. O cliente tem que entender que não posso enviar a mercadoria.” Para montar o delivery de orgânicos, a empresária investiu R$ 100 mil. Ela reformou o espaço, montou a loja virtual e reservou capital de giro para compra dos produtos. A divulgação do negócio é feita em feiras, folhetos e boca a boca. A empresa entrega 130 cestas orgânicas por semana. O preço médio do frete é de R$ 9,50, para a capital paulista. Diego Espino é cliente há dois anos. “Eu pedi legumes, verduras e pouca fruta.” De acordo com ele, a encomenda traz comodidade. O negócio já fatura mais de R$ 1 milhão por ano, e só cresce. A opção pelo saudável é uma tendência forte, que veio para ficar - garante Rachel. “Todo mundo hoje tem investido muito em orgânico, tem visto que é um mercado em crescimento mesmo e eu quero abocanhar uma parte desses consumidores que estão preocupados com a saúde e com impactos ambientais na produção.” Portal G1 10/03/2013 07h51 - Atualizado em 10/03/2013 07h51 Mas vamos estudar melhor no próximo item sobre o conceito de curva de indiferença. Curva de Indiferença Neste tópico, iremos descrever como o consumidor deve classificar as diferentes opções de consumo segundo as suas preferências, representadas por meio de diferentes cestas de mercadorias. Neste sentido, definimos como curva de indiferença ao lugar geométrico de todos os pontos, 23 representados por cestas de mercadorias, que geram o mesmo nível de utilidade ao consumidor. Melhor explicando, a curva de indiferença representa graficamente um conjunto de cestas de consumo que são igualmente desejáveis pelo consumidor, por isso que esta curva é chamada de curva de indiferença. Pois, para este consumidor tanto faz,ou seja, ele é indiferente ao escolher a cesta A, ou B, ou C, por exemplo, todas elas proporcionam o mesmo nívelde satisfação, de acordo com o gráfico abaixo. Curvas de Indiferença Fonte: Elaborada pelo autor. No espaço-mercadoria do diagrama (X e Y) tem-se duas curvas de indiferença U1 e U2 negativamente inclinadas, convexas em relação à origem dos dois eixos e que não se interceptam. As curvas são negativamente inclinadas, porque demonstram que o nível de satisfação do consumidor permanece o mesmo. Por exemplo, tendo-se duas cestas A e B com diferentes quantidades de X e Y sobre a curva U1, se o consumidor substituir a cesta B pela cesta A 11, estará aumentando o consumo de X e diminuindo uma certa unidade de consumo de Y, mantendo o mesmo nível de satisfação (ou de utilidade). A inclinação da curva de indiferença recebe o nome de taxa marginal de 11 Tal análise de discussão também se refere à cesta C. 24 substituição (TMgS) e refere-se à taxa de troca da quantidade de um bem pela quantidade de outro, mantendo o mesmo nível de bem-estar ou de satisfação, calculada através da expressão TMgS = │(∆Y/∆X)│12. A convexidade em relação à origem diz respeito à utilidade ser decrescente proprorcionada por um bem. Melhor explicando, a inclinação de uma curva de indiferença aumenta à medida que nos movimentamos para baixo ao longo da curva. A taxa marginal de substituição vai diminuindo à medida que aumenta a quantidade de X a ser consumida e reduzimos a quantidade de Y, como podemos perceber pela tabela abaixo. Quantidades de X Quantidades de Y TMgS 1 10 ----------- 2 5 5 3 3 2 4 2,3 0,7 5 1,7 0,6 6 1,2 0,5 7 0,8 0,4 8 0,5 0,3 9 0,3 0,2 10 0,2 0,1 Fonte: Tabela desenvolvida pelo autor. Cabe destacar que acima são apresentadas apenas duas curvas de indiferença. Entretanto, entre elas existe um grande número de outras curvas de indiferença, em que cada uma representa determinado nível de utilidade, sendo que a este conjunto dessas curvas chamamos de mapa de indiferença. Quanto mais distante está uma curva de indiferença (ou seja, mais para a direita) da origem dos eixos X e Y, maior a satisfação expressa do 12 O resultado desta TMgS está em módulo, pois há uma relação inversa entre a variação de Y com a variação de X. Na medida em que há aumento do consumo de X, há uma queda do consumo de Y, e vice-versa, fazendo com que o resultado desta taxa seja negativo. 25 consumidor, que contém cestas mais desejadas. E quanto mais perto dessa origem (isto é, mais para a esquerda) apresenta-se uma curva de indiferença com cestas menos desejadas. Restrição Orçamentária Com um orçamento (ou rendimento) limitado, o consumidor procura normalmente distribuí-lo entre as diversas mercadorias que deseja comprar. Desta forma, ele deseja alcançar a melhor combinação que tende a lhe gerar o maior nível de satisfação racional possível. Assumindo que um dado consumidor gasta toda a sua renda para comprar diferentes quantidades de dois produtos denominados de bem X e bem Y em um dado mercado, a restrição orçamentária pode ser apresentada através da equação: R = Px.Qx + Py.Qy Em que: R = renda monetária do consumidor; Px = o preço de uma unidade de X; Qx = quantidade de X; Py = o preço de uma unidade de Y; Qy = quantidade de Y. Tendo-se a hipótese de que o consumidor não compra a prazo, assim, ele aloca a sua renda na compra das quantidades de X e Y, tem-se que: > Qy = (R/Py) – [(Px.Qx)/Py] e Qx = (R/Px) – [(Py.Qy)/Px] > Se Qy = 0 → Qx = (R/Px) > Se Qx = 0 → Qy = (R/Py) 26 A tabela a seguir demonstra as diversas possibilidades de consumo pelas quantidades dos bens X e Y. Nela estamos supondo que o consumidor possui uma renda (R) semanal de $ 240,00 para gastar, sendo Px = $ 2,00 e Py = $ 1,00. Existem várias combinações (ou cestas) possíveis discriminadas sob as quais o consumidor poderá escolher, como estão expostas a seguir. Cestas Gasto Total com as Cestas de Mercadorias R Px Qx Px.Qx Py Qy Py.Qy I 2,00 0 0,00 1,00 240 240,00 240,00 II 2,00 20 40,00 1,00 200 200,00 240,00 III 2,00 40 80,00 1,00 160 160,00 240,00 IV 2,00 60 120,00 1,00 120 120,00 240,00 V 2,00 100 200,00 1,00 40 40,00 240,00 VI 2,00 120 240,00 1,00 0 0,00 240,00 Fonte: Tabela elaborada pelo autor. A partir destas informações, traçamos uma linha de restrição orçamentária do consumidor descrevendo as combinações possíveis das quantidades dos bens Y e X que podem ser adquiridas com um dado nível constante de renda semanal para determinados níveis de preços. Fonte: Gráfico elaborado pelo autor. 27 Tendo-se no eixo vertical Qy e no eixo horizontal Qx, essa linha indica quais são as diversas combinações dos bens (X e Y) que o consumidor poderá adquirir de acordo com a sua renda. Ao mesmo tempo, ela demonstra também graficamente qual é o máximo que o consumidor poderá gastar para obter dos dois bens. Cabe explicar que uma elevação da renda amplia a capacidade de consumo. Isto é representado graficamente por meio de um deslocamento paralelo para a direita da linha da restrição orçamentária (LRO). Já uma redução da renda promove o deslocamento para a esquerda da LRO. Paralelo a isso, a inclinação da LRO é dada pela relação dos preços dos bens. Assim, uma modificação em um destes preços irá promover uma alteração da inclinação desta linha. Equilíbrio do Consumidor Neste tópico, juntamos as informações que aprendemos a respeito da curva de indiferença e da restrição orçamentária, permitindo-nos explicar o equilíbrio do consumidor. Do ponto de vista do consumidor, ele sempre prefere estar no nível maior de satisfação com a sua curva de indiferença mais para a direita, ou seja, mais afastada das origens dos eixos. No entanto, este nível não poderá ser alcaçado em função do seu orçamento, pois este acaba delimitando o seu poder de compra. De acordo com o gráfico a seguir, esta delimitação é dada pela linha da restrição orçamentária que tangencia uma dada curva de indiferença gerando uma máxima satisfação, ou chamado (ponto de) equilíbrio do consumidor, em função da renda do consumidor e dos preços dos produtos. Neste ponto, o consumidor distribui a sua renda adequadamente na compra entre os bens de forma a alcançar a combinação que lhe dá a maior satisfação (ou utilidade) possível. 28 Fonte: Gráfico elaborado pelo autor. Efeito Preço, Efeito Renda e Efeito Substituição Dado o tópico C anteriormente estudado, é importante destacar que há alterações da posição de equilíbrio do consumidor e tais alterações são conhecidas como análise dos efeitos (ou das causas) devidos (as) ao preço, à renda e à substituição dos produtos. Para uma análise mais simples, chamaremos q1 a quantidade do bem 1 e de q2 a quantidade do bem 2. O gráfico abaixo apresenta o efeito renda. Este efeito retrata uma modificação na posição de equilíbrio do consumidor, em função de uma variação na renda nominal deste consumidor, na qual os preços dos bens 1 e 2 são mantidos constantes. Se houver, por exemplo, um aumento de sua renda, o consumidor comprará maiores quantidades dos bens 1 e 2 deslocando o ponto de equilíbrio do consumidor para a direita, gerando novos e diferentes níveis de satisfação alcançáveis, por causa da variação da renda. Ao mesmo tempo, observa-se que ao unirmos todos os pontos de equilíbrio do consumidor, forma-se que denominamos de linha ou curva renda- consumo, mostrando a variação do consumo dos bens 1e 2, mantidos constantes os preços destes bens. 29 Fonte: Salvatore. No caso do efeito preço, este é caracterizado como sendo uma modificação da posição do ponto de equilíbrio do consumidor, em razão da alteração nos preços de um dos bens (supondo, do bem 2), mantida a sua renda nominal constante. Nesse caso ocorre um deslocamento desse ponto em consequência de um giro das linhas centradas no intercepto do eixo do bem 1, cujo preço p1 não se modificou. Neste sentido, as sucessivas linhas de preços mantêm-se retas, porém, com inclinações diferentes, demonstrando que à medida que p2 diminui, eleva-se o consumo de q2. A satisfação do consumidor aumenta, tão logo sejam atingidas as curvas que revelam utilidades cada vez maiores do ponto A para B e do B para o ponto C e que ao ligarmos esses pontos de equilíbrio, tem-se uma linha indicadora das modificações da posição de equilíbrio do consumidor, sendo que esta linha é definida como curva de preço-consumo. Cabe destacar que se determinarmos assim a quantidade a ser consumida do bem 2 para cada um de seus possíveis níveis de preços, podemos, portanto, derivar a curva de demanda do consumidor que demonstra uma relação inversa entre as quantidades e os preços. q1 G G”G’ q2 U3 F” F’ F U2 U1 Curva de Renda-consumo 30 Fonte: Salvatores Por último, o efeito substituição acaba sendo uma complementação do efeito preço. Este efeito demonstra como o consumidor realoca o seu consumo em função de quando se modificam os preços relativos dos bens 1 e 2, independentemente de haver uma modificação direta na sua renda nominal. Portanto, retrata como o consumidor tende a comprar mais do bem cujo preço relativo teve quedas, com o objetivo de substituir o outro bem que ficou relativamente mais caro. O efeito substituição caracteriza-se, na verdade, por mera modificação na posição do ponto de equilíbrio ao longo da mesma curva de indiferença (E para E’), tendo esta curva sofrido uma alteração da sua inclinação de acordo com a figura abaixo. Fonte: Salvatore. q1 q2 F G’0 G G” U3 U2 U1 A B C Curva de Preço-consumo 31 Elasticidade: princípios De acordo com as leis da oferta e da demanda estudadas na aula 1, indica-se a direção, ou mesmo o sentido, pela mudança dos preços de um produto (seja ele um bem ou um serviço qualquer) em um determinado mercado. Melhor dizendo, quando o preço deste produto sobe, a demanda tende a diminuir e a oferta (deste mesmo produto) tende a aumentar. Em sentido contrário, o preço caindo, a demanda tende a aumentar e a oferta a cair. Porém, essa lei não informa adequadamente o quantum a mais (ou a menos) os consumidores irão demandar ou os produtores poderão ofertar em função das modificações dos preços do produto em questão. Para isso, o conceito de elasticidade é usado com o objetivo de mensurar a sensibilidade que as pessoas possam ter frente às mudanças em variáveis econômicas. E é em função dessas explicações que ao longo desse capítulo iremos nos deter. Tipos de Elasticidades A Elasticidade-Preço da Demanda ou da Procura (Epd) Define-se como elasticidade-preço da demanda (Epd) ao cálculo relacionado à maneira pela qual são medidas quantitativamente as reações que os consumidores possam ter às mudanças nos preços de determinadas mercadorias por meio da razão entre dois percentuais, isto é, a variação percentual na quantidade demandada (∆%Qd) dividida pela mudança (ou variação) percentual no preço do produto (∆%Pp): Epd = (∆%Qd)/(∆%Pp)13 Cabe destacar que, conforme Pindyck & Rubinfeld, o resultado da Epd é sempre negativo em função da lei da demanda. Ao mesmo tempo, é 13Discriminando adequadamente as condições desta fórmula da elasticidade-preço da demanda, temos: ∆%Qd = [(Qf – Qi)/Qi]*100 ∆Pp = [(Pf – Pi)/Pi]*100 Qf = quantidade demandada final Qi = quantidade demandada inicial Pf = preço final do produto Pi = preço inicial do produto 32 importante fazer a classificação da demanda dos produtos em função da Epd. Neste sentido, ao que se refere à reação dos consumidores, o quadro abaixo (realizado pelo próprio autor) discorre que a demanda por um determinado produto pode ser classificada como elástica, inelástica ou de elasticidade unitária. Para complementar a explicação sobre este tipo de elasticidade, destaca-se um artigo do jornal Valor Econômico que se refere à demanda por minério de ferro. 33 Classificações, Explicações e Análise do Resultado da Elasticidade Preço da Demanda. Classificações Explicações Análise Elástica A demanda por um determinado produto é elástica quando a elasticidade-preço da demanda (Epd) tem um resultado cujo valor é maior que 1,0. Isso significa que a variação percentual na quantidade excede a variação percentual do preço. Os consumidores são bastante sensíveis às variações no preço. Inelástica A demanda por um determinado produto é inelástica quando a elasticidade-preço da demanda (Epd) tem um resultado cujo valor é menor que 1,0. Isso significa que a variação percentual do preço excede a variação percentual na quantidade. Os consumidores são menos sensíveis (ou relativamente insensíveis) às variações no preço. Elasticidade Unitária Se a elasticidade-preço da demanda por um produto for igual a 1,00 diz-se que a sua Os consumidores têm sensibilidade relativa em função das variações do preço. 34 demanda é de elasticidade unitária (ou neutra). Melhor dizendo, a variação percentual na quantidade é igual à variação percentual no preço. Fonte: Elaborada pelo próprio autor. Vale continua otimista com demanda por minério de ferro Por Rafael Rosas (28/11/2011 às 16h:28) VALOR - RIO - A Vale continua otimista com a demanda por minério de ferro no futuro, embora admita a existência de volatilidade no curto prazo. Para o diretor executivo de minério de ferro e estratégia da mineradora, José Carlos Martins, a volatilidade deverá continuar até o Ano Novo chinês, no fim de janeiro. "Estamos otimistas em relação ao futuro dos mercados de commodities e também de minério de ferro. Mas no curto prazo temos alguma volatilidade no mercado e essa volatilidade é causada principalmente pelo aumento do fornecimento por Brasil, Austrália e África do Sul, combinado com um aperto de crédito na China e também com uma demanda mais fraca na Europa e nos Estados Unidos", frisou Martins, que participa do Vale Day, na Bolsa de Nova York. "Essa combinação criou uma situação em que os preços caíram significativamente nos últimos meses", acrescentou. O executivo lembrou que o preço médio da tonelada de minério de ferro no mercado à vista chinês ficou em torno de US$ 175 por cerca de um ano. Nos últimos dois meses, caiu para US$ 116, voltou para US$ 150 e agora gira em torno de US$ 135. Segundo ele, a elasticidade do preço das importações no mercado da China é muito grande e o recuo dos preços contribui para um 35 aumento nas quantidades compradas do exterior, o que "mantém o mercado transoceânico estável, apesar do preço mais baixo". Martins ressaltou que atualmente a Vale temainda uma frota de cerca de 100 navios trabalhando para ela, dos quais 30% são próprios, 40% são contratados por longo prazo e o restante é contratado diariamente, o que contribui para reduzir o valor dos fretes. Durante a crise de 2008, a companhia foi apanhada em um momento em que realizava suas vendas no modelo FOB, no qual navios contratados por clientes embarcavam o minério nos terminais da empresa e faziam o carregamento até os clientes. "Quando o [preço] spot caiu muito, grande parte dos nossos clientes deixou de mandar navios para captar nosso minério. Tivemos que reduzir produção porque não havia para onde embarcar o minério", lembrou Martins. Hoje, segundo ele, há uma proposta mais flexível, na qual o único ponto do qual a empresa não abre mão é de uma precificação que considere as condições de oferta e demanda do mercado. "Desde que usemos o preço de mercado, abrimos para os nossos clientes a possibilidade de o preço ser trimestral, mensal ou diário", disse Martins. "Não queremos impor nenhum tipo de sistema de preços, mas queremos dividir com nossos clientes o que for melhor para os dois lados. E trabalhamos duro nisso", acrescentou, destacando que atualmente 35% das vendas de minério de ferro da Vale são baseadas no uso da frota contratada, com a entrega direta aos clientes. "Hoje, se há qualquer problema e os clientes não mandam navios, estamos aptos a carregar nossos navios e entregar minério para o mercado a preços de mercado", explicou o executivo. "Dada a longa distância entre Brasil e China, é claro que devemos ter uma política de frete mais forte e mais compreensível. Estamos distantes da Ásia, três vezes mais que o nosso 36 principal competidor. A política de frete é muito importante no longo prazo para a Vale". Martins ponderou ainda que, atualmente, cerca de 20% das vendas da mineradora têm como base o sistema trimestral de preços, que considera a média do mercado spot chinês. "O restante está sob negociação", frisou. (Rafael Rosas | Valor) Outros Tipos de Elasticidades Elasticidade-Preço da Oferta (Epo) A elasticidade-preço da oferta (Epo) mensura quantitativamente a reação dos vendedores às mudanças no preço do produto. Essa reação é também calculada pela razão entre dois percentuais: a variação percentual na quantidade ofertada (∆%Qo), dividida pela mudança (variação) percentual no preço do produto (∆%Pp), conforme a fórmula abaixo. Epo = (∆%Qo)/(∆%Pp) É importante salientar que dos determinantes que afetam a Epo, o tempo é significativamente importante, porque, em geral, a elasticidade de curto-prazo será diferente da de longo-prazo. Portanto, quanto maior tende a ser o tempo, as firmas têm a possibilidade de reagir mais intensamente às variações de preços, e a curva de oferta tenderá a se tornar cada vez mais elástica. Pode-se ter as seguintes situações dos resultados da Epo: Epo > 1: produto de oferta elástica; Epo = 1: produto de oferta inelástica; Epo < 1: elasticidade-preço da oferta unitária. 37 Elasticidade-Renda (da Demanda) (Erd) É utilizada para medir a reação dos consumidores às mudanças na renda. Mais formalmente, mede a variação da demanda dos consumidores (∆%Qd) em função das mudanças da renda dos consumidores (∆%R). Erd = (∆%Qd)/(∆%R) Para bens normais, há uma relação positiva entre renda e quantidade demandada, logo a elasticidade renda é positiva. Porém, para bens inferiores, há uma relação negativa entre a quantidade demandada e a renda do consumidor. Elasticidade-Cruzada (da Demanda) (Ecd) Refere-se à medida da variação percentual na quantidade demandada de um produto X (∆%QX), de acordo com a mudança percentual no preço de outro produto qualquer Y (∆%PY). Ecd = (∆%QX)/(∆%PY) Para bens substitutos (ou concorrentes) há uma relação positiva entre quantidade demandada do produto X e variação de preço do substituto Y, logo a elasticidade cruzada (da demanda) dos produtos substitutos tem um resultado positivo. Mas para bens complementares, há uma relação negativa entre quantidade demandada do produto X e a variação do preço do bem complementar Y, logo a elasticidade cruzada (da demanda) dos produtos complementares tem um resultado negativo. 38 Material complementar Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na Internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Além disso, na biblioteca do seu pólo/campus presencial você também pode ler: VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2010. Caps. 2 e 3. VASCONCELLOS, M. A. S. & Garcia, H. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2010. Caps. 4 e 5. MOCHON, Francisco. Princípios de economia. São Paulo: Pearson – Pretice Hall, 2007. Caps. 2 e 3. SALVATORE, D. Microeconomia. São Paulo: McGraw-Hill, 1984. Caps. 4, 5 e 6. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem, seja presencialmente ou através da central de mensagens e/ou participando ativamente do nosso fórum temático. Atividade proposta Um artigo do The New York Times descreveu uma bem-sucedida campanha de marketing da indústria de champanhe francês. O artigo observou que “muitos executivos estão surpresos com os preços estratosféricos do champanhe. Mas, ao mesmo tempo, têm medo de que os fortes aumentos do preço reduzam a demanda, o que provocaria uma diminuição repentina nos 39 preços”. Que erro os executivos estão cometendo em sua análise dessa situação? Referências MOCHON, Francisco. Princípios de economia. São Paulo: Pearson – Pretice Hall, 2007. Caps. 2 e 3. PINDYCK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. SALVATORE, D. Microeconomia. São Paulo: McGraw-Hill, 1984. Caps. 4, 5 e 6. VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2010. Caps. 2 e 3. VASCONCELLOS, M. A. S. & Garcia, H. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2010. Caps. 4 e 5. 40 Exercícios de fixação Questão 1 As curvas de demanda, sejam individuais ou de mercado, inclinam-se para baixo, pois: a) Mostram as quantidades totais de bens demandados pelos consumidores a cada nível de preços, cujas relações são diretas. b) Mostram que quando os preços sobem, por exemplo, as quantidades demandadas se elevam, pois cada consumidor pensa em maximizar a satisfação. c) Apresentam uma relação inversa entre as quantidades demandadas com os diferentes níveis de preços dos bens, dadas todas as necessidades dos consumidores. d) Apresentam uma relação inversa entre as quantidades demandadas com os diferentes níveis de preços dos bens, visto os resultados negativos dos lucros das empresas. e) Mostram efeitos iguais entre quantidades e preços dos produtos, já que a relação entre estas duas variáveis são diretamente proporcionais. 41 Questão 2 As curvas de oferta, sejam individuais ou de mercado, inclinam-se para cima, pois: a) Mostram as quantidades totais de bens ofertados pelos produtores ou vendedores a cada nível de preços, cujas relações são inversas. b) Mostram que quando os preços caem, por exemplo, as quantidades ofertadas se elevam, pois cada produtor pensa em maximizar a sua satisfação.c) Apresentam uma relação direta entre as quantidades ofertadas com os diferentes níveis de preços dos bens, dados os níveis de produções das empresas. d) Apresentam uma relação direta entre as quantidades ofertadas com os diferentes níveis de preços dos bens, visto os resultados negativos dos lucros das empresas. e) Mostram efeitos iguais entre quantidades e preços dos produtos, já que a relação entre estas duas variáveis é inversamente proporcional. 42 Questão 3 Suponha uma situação inicial de equilíbrio no mercado de tratores e a ocorrência de duas alterações simultâneas: um aumento no preço do aço – principal matéria-prima da indústria de tratores – e a oferta de crédito facilitado – juros baixos e prazos longos – para a compra de implementos agrícolas. O efeito combinado disso sobre o mercado de tratores deverá ser: a) O preço de equilíbrio diminui, enquanto a quantidade transacionada pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante. b) O preço de equilíbrio pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante, mas a quantidade transacionada aumenta. c) O preço de equilíbrio pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante, mas a quantidade transacionada diminui. d) O preço de equilíbrio aumenta, enquanto a quantidade transacionada pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante. e) O preço de equilíbrio não se altera, já que não há nenhuma evidência de que a quantidade transacionada não deverá ser alterada. Questão 4 Existem 10.000 consumidores idênticos em dado mercado de um produto X, sendo que cada consumidor possui uma função demanda dada por Qx = 12 – 2Px. Neste mesmo mercado, há 1.000 produtores idênticos vendendo esse produto, em que cada vendedor possui uma função oferta expressa por Qx = 20Px, assim, o preço e a quantidade de equilíbrio são dados, respectivamente, por: a) $ 3,00 e 60.000 b) $ 3,00 e 30.000 c) $ 4,00 e 60.000 d) $ 4,00 e 30.000 e) $ 4,00 e 70.000 43 Questão 5 A empresa XYV apresenta um produto inovador tecnologicamente e extremamente competitivo no eixo Rio-São Paulo. Em virtude de este eixo ser muito importante para esta empresa, a mesma fez uma pesquisa de mercado e, por meio de um programa de computador, chegou as seguintes funções de oferta e demanda do seu produto. Demanda: Q = 40 – 0,4P – 2Pk + 2,0R, sendo Q = quantidade demandada, P = preço do próprio produto, R = renda média dos consumidores = $ 2.000,00 e Pk = preço de outro produto = $ 40,00. Oferta: Q = 1,6P, em que Q = quantidade ofertada e P = preço do próprio produto. Assim, o preço e a quantidade de equilíbrio são, respectivamente: a) $ 1690,00 e 3.000. b) $ 1960,00 e 3.136. c) $ 3136,00 e 4.000. d) $1.500,00 e 4236. e) $ 1691,00 e 5.000. 44 Questão 6 Leia atentamente as considerações a seguir e assinale a alternativa correta a respeito do comportamento do consumidor segundo seus pressupostos básicos de satisfação e de renda e seus respectivos efeitos. I. Curva de indiferença é uma figura geométrica que exprime as várias combinações de dois bens, que proporciona igual satisfação ou utilidade ao consumidor. II. A curva de preço-consumo é o lugar geométrico de pontos do equilíbrio do consumidor, resultante da variação apenas do preço do bem. III. A curva de renda consumo é o lugar geométrico de pontos do equilíbrio do consumidor resultante da variação apenas da renda do consumidor. a) I, II e III são falsas. b) I e II são falsas e III é verdadeira. c) I e III são falsas e II é verdadeira. d) I, II e III são verdadeiras. e) I e II são verdadeiras e III é falsa. 45 Questão 7 A respeito do efeito substituição, leia atentamente as considerações a seguir e assinale a alternativa correta. I. Para um gestor empresarial é importante entender que o efeito substituição acaba sendo uma complementação do efeito preço. II. O efeito substituição demonstra como o consumidor realoca o seu consumo em função de quando se modificam os preços relativos de dois bens, independentemente de haver uma modificação direta na sua renda nominal. III. O efeito substituição retrata como o consumidor tende a comprar mais do bem cujo preço relativo teve quedas, com o objetivo de substituir o outro bem que ficou relativamente mais caro. a) I, II e III são falsas. b) I e II são falsas e III é verdadeira. c) I e III são falsas e II é verdadeira. d) I, II e III são verdadeiras. e) I e II são verdadeiras e III é falsa. 46 Questão 8 Sendo você um gestor empresarial e que analisa o mercado da sua empresa, leia atentamente as considerações abaixo e assinale a alternativa correta. I. Para analisar o consumidor, a teoria da escolha do consumidor baseia- se na premissa de que as pessoas se comportam de modo racional na tentativa de maximizar o grau de satisfação que podem obter por meio da aquisição de uma combinação particular de bens e serviços. II. As preferências do consumidor podem ser completamente descritas por um conjunto de curvas de indiferença conhecido como mapa de indiferença. Esse mapa de indiferença oferece uma classificação ordinal de todas as escolhas que um consumidor pode fazer. III. As linhas de restrição orçamentária representam todas as combinações de mercadorias com as quais os consumidores gastariam toda a renda. As linhas do orçamento deslocam-se para a direita em resposta a uma queda na renda do consumidor e fazem um movimento de rotação em torno de um ponto fixo quando o preço de uma mercadoria é modificado, mas a renda do consumidor e o preço da outra mercadoria permanecem inalterados. a) I, II e III são verdadeiras. b) I e II são verdadeiras e III é falsa. c) I e III são verdadeiras e II é falsa. d) II e III são verdadeiras e I é falsa. e) I, II e III são falsas. 47 Questão 9 Uma academia de ginástica permitia o uso de suas instalações a qualquer pessoa que se mostrasse disposta a pagar determinada taxa por hora. O sucesso foi tão grande que a academia decidiu alterar sua política de preços, passando então a cobrar uma anuidade e um taxa horária mais reduzida. Para os consumidores, esse novo plano de pagamento é melhor ou pior do que o esquema anterior: a) É pior, pois não dá ao consumidor a vantagem de escolher adequadamente o que ele pretende se exercitar na devida academia em função da nova política adotada. b) É melhor, pois o consumidor poderá utilizar todos os aparelhos de ginástica, fazer musculação, fazer natação pagando o mesmo preço devido à nova política adotada. c) Depende das preferências dos frequentadores da academia, em virtude da nova política adotada por esta academia, além das suas restrições orçamentárias. d) Não é bom, nem pior, pois devido à nova política adotada pela academia, há duas tarifas que são de interesse financeiro dos proprietários da academia e que por isso fazem com que os consumidores não ganhem nada realmente. e) A satisfação adicional obtida pelos consumidores da academia não será alterada devido à nova política desta empresa, visto que a satisfação permanece constante para todo e qualquer consumidor. 48 Questão10 Dados vários mercados de um refrigerante ZX, e sabendo-se que para tipo de mercado existem diferentes necessidades e preferências dos consumidores e níveis de renda diferentes destes consumidores, sendo que para consumidor existem pontos de equilíbrio diferentes. Sendo assim, dado cada ponto de equilíbrio do consumidor, quanto: a) Mais para a direita, maior o nível de satisfação, pois menor é o nível de renda dos consumidores. b) Mais para a esquerda, maior o nível de satisfação, pois maior é o nível de renda dos consumidores. c) Mais para a direita, maior o nível de satisfação, pois maior é o nível de renda dos consumidores. d) Mais para a esquerda, menor o nível de satisfação, pois maior é o nível de renda dos consumidores. e) Mais para a esquerda, maiores serão as preferências dos consumidores desse refrigerante. 49 Questão 11 A empresa RTY S/A fez uma pesquisa de mercado e em função desta formalizou uma curva de demanda que se exprime por Q = 50 – 5P, sendo Q = quantidade demandada e P = preço do produto. Destaca-se que com o desenvolvimento do produto, a empresa constatou que o mercado encontra- se em equilíbrio ao preço P = $ 2,00 em um dado período t1. No período seguinte, t2, a empresa elevou o preço para P = $2,50, influenciando a quantidade a ser vendida e demandada pelo seu produto. Dadas essas informações, a elasticidade-preço da demanda é: a) Elástica (cuja variação percentual da quantidade é menor do que a variação percentual do preço). b) Inelástica (cuja variação percentual da quantidade é menor do que a variação percentual do preço). c) Unitária (cuja variação percentual da quantidade é igual à variação percentual do preço). d) Elástica (cuja variação percentual da quantidade é maior do que a variação percentual do preço). e) Inelástica (cuja variação percentual da quantidade é maior do que a variação percentual do preço). 50 Questão 12 Sabendo-se que a receita total (RT) é obtida pela multiplicação entre o preço e a quantidade do produto Y, isto é, RT = Py · Qy, e este produto tem demanda inelástica, se o vendedor diminuir o preço do produto, sua receita total tenderá a: a) Manter-se constante, pois a Δ% Qy = Δ% Py. b) Manter-se constante, pois a Δ% Qy > Δ% Py. c) Manter-se constante, pois a Δ% Qy < Δ% Py. d) Diminuir, porque a Δ% Qy < Δ% Py. e) Aumentar, porque a Δ% Qy > Δ% Py. Questão 13 A elasticidade-preço da demanda de um bem é igual, em módulo, a 0,7. Esta informação permite concluir que uma: a) Elevação do preço deste bem determina uma elevação de sua quantidade demandada em proporção maior que a elevação do seu preço. b) Redução do preço deste bem determina uma elevação de sua quantidade demandada em proporção maior que a redução do seu preço. c) Elevação do preço deste bem ocasiona uma redução de sua quantidade demandada em proporção menor que a elevação do seu preço. d) Uma redução do preço deste bem ocasiona uma redução de sua quantidade demandada em proporção menor que a redução no seu preço. e) Elevação do preço deste bem determina uma redução de sua quantidade demandada em proporção igual à elevação do seu preço. 51 Questão 14 Um produto X que possui elasticidade-preço da demanda, em termos absolutos, igual a 0,5, sua demanda tem como característica ser: a) Elástica. b) Unitária. c) Perfeitamente elástica. d) Perfeitamente inelástica. e) Inelástica. 52 Questão 15 (UNB/2005) Em fins de 2003, a criação de gado americana viu-se atingida por casos da doença da vaca louca. Conquanto tenham sido ocorrências isoladas, comprometeram enormemente a exportação norte-americana de carne bovina. Tendo esse dado como base, leia com atenção os trechos da reportagem abaixo, divulgada no caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo em 04/01/2004, e responda às questões seguintes, utilizando-se do instrumental e conceitos econômicos em suas justificativas. Frango ganha espaço no cardápio Toda vez que a carne bovina é colocada em xeque, cresce o consumo de frango. Essa opção é duplamente favorável ao Brasil. Primeiro, porque o país deve aumentar a participação no mercado externo. Segundo, porque a evolução do consumo de frango nos EUA deve empurrar para cima os preços do milho e do farelo de soja, principais componentes da ração. [...] Cláudio Martins, diretor da Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango), diz que o impacto negativo sobre a carne bovina transfere consumidores para o frango. [...] O Brasil abocanhou grandes fatias do mercado externo desde 1999, quando vários países tiveram problemas com sanidade animal. O crescimento anual está próximo de 20% há cinco anos, enquanto o mundial é de 4%. [...] “o produtor não deve ser tomado por grande euforia”, diz Martins. Um aumento exagerado da produção vai desequilibrar o mercado e reduzir preços [...]”. De acordo com a reportagem, a carne bovina e a carne de frango são consideradas bens: a) Complementares. 53 b) Normais. c) Inferiores. d) Substitutos. e) Elásticos. 54 Introdução Para começar estudar este conteúdo, leia o artigo abaixo. Cade aprova compartilhamento de voos entre Gol e Aerolíneas Argentinas Veja: 22/12/2013 Acordo tem como foco viagens de passageiros entre o Brasil e a Argentina. Gol já havia feito parcerias do tipo com a Air France, a Alitalia e a Iberia (Reinaldo Canato). O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, um acordo de compartilhamento de voos entre a Gol e o Grupo Aerolíneas Argentinas. A decisão foi publicada no Diário Oficial nesta quinta- feira. Segundo documentos do processo no site do Cade, o acordo considera o compartilhamento de voos entre a empresa brasileira e as companhias Aerolíneas Argentinas e Austral Líneas Aéreas, ambas do grupo argentino, com foco no transporte de passageiros entre Brasil e Argentina. A Gol tem feito diversas parcerias com empresas aéreas para compartilhamento de voos, mas com foco principalmente na Europa, tendo feito acordos com companhias como Air France, Alitalia e Ibéria. (com agência Reuters) Descrevemos na aula 1 o equilíbrio de mercado como sendo o momento pelo qual a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada. Assim, o equilíbrio de mercado é a pedra fundamental na análise microeconômica da economia empresarial. 55 Além disso, complementamos o estudo do equilíbrio examinando as bases da demanda e vimos como as decisões de consumo determinam a quantidade de produto a ser consumida pelos consumidores, dados, por exemplo, a renda e os preços dos produtos, em função de uma dada sensibilidade que os consumidores têm a estas variáveis. Nesta aula 2, iremos transferir nossa atenção para o lado da oferta, mais especificamente para quem gera a oferta, ou seja, as empresas, examinando a produção e os rendimentos destas empresas. Logo após isso, passaremos a analisar as diferentes estruturas de mercado e poderemos perceber que existem mercados mais competitivos e outroscom menor concorrência, como no caso do setor aéreo brasileiro, como está no artigo anterior, e discutiremos como esse assunto pode ajudá-los na tomada de decisões das suas empresas. Vamos, portanto, a nossa aula! Objetivos: 1. Entender o que representa a função de produção e dos custos de produção. 2. Destacar os diferentes tipos de rendimentos das firmas. 3. Apresentar as diferentes estruturas de mercado. 4. Compreender o papel da teoria dos jogos dentro das estratégias das empresas. 56 Conteúdo O Que Compõe a Curva de Oferta das Empresas Toda e qualquer curva de oferta é composta, de uma maneira geral, pelas condições da produção e dos custos de produção das empresas. Esta discussão refere-se às peças fundamentais para a análise dos preços e do emprego dos recursos (ou insumos) de produção que são os elementos utilizados pelas empresas para produzir o seu produto final. Desta maneira, define-se como: a) Teoria da produção: as relações entre a quantidade produzida e as quantidades de insumos utilizados. b) Teoria dos custos de produção: as relações entre os preços dos fatores de produção e a quantidade do produto das empresas. Teoria da Produção A produção é uma função da utilização dos fatores (ou recursos) utilizados no processo produtivo. Neste sentido, chamamos de função de produção à função que mostra a relação entre o volume (ou a quantidade) de recursos de produção utilizados no processo produtivo com o volume (ou quantidade) final de produto que pode ser obtido. Uma função de produção em sua forma mais simples, coeteris paribus, pode ser demonstrada da seguinte maneira: qx = f (K, N)/t 14 Em que: qx = quantidade de produção de um determinado produto X qualquer; 14 K = refere-se às máquinas, equipamentos, instalações e edificações, por exemplo, utilizados por uma determinada firma para produzir o seu produto final. N = capital humano, diz respeito à capacidade de trabalho e bem como empresarial que são utilizados pela empresa para gerar a sua produção. 57 f = relação (ou função); K = quantidade do fator de produção capital; N = quantidade do fator de produção trabalho; /t = determinado período (ou fluxo) de tempo (a curto ou longo prazo). Nesse contexto, define-se como sendo: Longo Prazo: ao período de tempo que demonstra quando todos os fatores de produção são variáveis, em função do aumento do tamanho da empresa. Curto Prazo: ao período de tempo em que pelo menos um dos recursos de produção está fixo, ou seja, não varia em função do nível de produção15. Análise da Produção em Longo Prazo Conforme está colocado no quadro anterior, tem-se o longo prazo de uma firma quando todos os fatores de produção são variáveis, isto é, não existem fatores fixos de produção. Desta maneira, há uma questão central que deve ser respondida, qual seja: quando variam ao mesmo tempo as dotações de capital (K) e de trabalho (N), qual o impacto que pode ocorrer sobre o volume (ou quantidade) de produção da empresa? Como o longo prazo é o período de tempo em que todos os insumos podem variar, inclusive o tamanho da empresa, isto dá origem aos conceitos de economias (ou rendimentos) de escala, melhor colocando, diz-se que há: • Economias (ou rendimentos) de escala crescentes quando a variação dos fatores de produção causa uma variação mais que proporcional na quantidade de produção; 15 Nos livros de economia, geralmente, o capital (K) é considerado o fator fixo e o trabalho (N) o fator variável a curto prazo. 58 • Economias (ou rendimentos) de escala constantes se a variação dos fatores de produção gera uma variação na mesma proporção da quantidade de produção (ou do produto); • Economias (ou rendimentos) de escala decrescentes (também chamadas de deseconomias de escala) quando a mudança dos fatores de produção causa uma variação menos que proporcional no produto da empresa. Em função do que está escrito acima, percebe-se que, portanto, há o que podemos conceituar como sendo rendimentos de escala. Tal conceito exprime a forma ou a maneira pela qual a quantidade de produção (ou a quantidade do produto) da empresa aumenta de acordo com a agregação dos fatores de produção quando a empresa aumenta o seu tamanho no longo prazo. Então, graficamente16, os tipos de rendimentos de escala podem ser visualizados pela figura a seguir. Fonte: Elaborado pelo autor. 16 Fonte: Vasconcellos e Garcia. 59 Análise da Produção em Curto Prazo Como foi definido anteriormente, o curto prazo é o período no qual pelo menos um dos fatores de produção é considerado fixo 17 . A partir daí precisamos analisar o que acontece com a produção de uma firma caso se varia a quantidade de um dos fatores de produção enquanto o outro fator permanece fixo. O diagrama abaixo se refere a esta discussão, e o ponto central da mesma é a definição conceitual da lei dos rendimentos (marginais) decrescentes. Esta lei pode ser enunciada imaginando uma empresa produtora, por exemplo, de produtos agrícolas e que serão mais tarde enlatados para a comercialização. A área de produção (K) é uma área de terra ampla e muito grande para ser cultivada, não existindo, inicialmente, trabalhadores (N) para trabalhar nesta área de terra. Entretanto, num primeiro estágio de produção (estágio I), contrata-se um trabalhador para cultivá-la, rendendo certa quantidade de produto para esta empresa. Como a área é ampla, a contratação de outro trabalhador aumentará ainda mais a produção e podemos considerar que este processo tenha uma continuidade, neste sentido, a produção neste primeiro estágio cresce em proporções cada vez maiores. Para um segundo estágio de produção (estágio II), chega-se até certo ponto (momento) em que, dado o limite do fator de produção fixo (a terra), os acréscimos da contratação de novos trabalhadores irão aumentar o nível de produção, mas tal aumento se fará em proporções cada vez menores. Em um terceiro estágio de produção (estágio III), chega-se a um ponto (máximo) de trabalhadores pela área da terra, fazendo com que, pós este ponto, a contratação de mais um trabalhador acabará reduzindo (ou diminuindo) a produção da firma (da empresa). 17 Fator de produção fixo é aquele que a quantidade não é alterada em função do nível de produção. Enquanto o fator variável é aquele cuja quantidade utilizada varia de acordo com o nível de produção. 60 A curva de produção total (q)18 do desenho abaixo reflete esses três estágios de produção. Paralelo a isso, as curvas de produtividade marginal (PMg) e de produtividade média (PMe) são construídas de acordo com a curva da produção total (q). Assim, o formato dessas curvas se deve à lei dos rendimentos (marginais) decrescentes. Cabe destacar que: a) a produtividade média do trabalho (PMe) é a relação entre a produção total (q) e o número de trabalhadores (N) utilizados na produção da empresa, matematicamente, temos: PMe = (q)/N Pelo o que se percebe no gráfico abaixo, a PMe é inicialmente crescente, atinge um máximo no emprego de trabalhadores e depois passa a ser decrescente; b) a produtividade marginal do trabalho (PMg) é a variação da produção (Δq) derivada da variação no emprego do fator trabalho (ΔN), matematicamente, temos: PMg = (Δq / ΔN)