Buscar

resumo psicologia socio-interacionista

Prévia do material em texto

Materialismo dialético: a natureza modifica os animais e o homem e eles modificam a natureza. A matéria está em uma relação dialética com o psicológico e social. O ser social determina a consciência do homem.
Natureza: todo articulado, único, onde fenômenos de interdependem e condicionam mutuamente. Um fenômeno só pode ser compreendido se examinado em um todo, com o que o cerca. Está em constante movimento e mudança, nasce, desenvolve, morre e caduca.
Espistemológico da dialética: somos resultado das nossas relações com a realidade e não produto de predeterminações (biológico). Sua cultura, meio te forma homem, o biológico sustenta. O psiquismo (conjunto de características psicológicas de um indivíduo, ou o conjunto de fenômenos psíquicos e processos da evolução mental de um indivíduo) tem origem socio histórica, não sendo o cérebro sua origem, mas oferece materialidade, sendo assim, o biológico não determina quem somos, mas não somos sem o biológico, deve ser estudado em sua formação e transformação. Os fenômenos psíquicos devem ser investigados como processos em mudança, exposição dinâmica dos pontos que constituem a historia desses processos. A analise deve ser explicativa e não descritiva.
Metodológico: investigação através de pesquisas e experimentação, além de observações em espaços clínicos, escolas ou outros espaços pedagógicos. Experimento formativo, para Vygotsky método genético-casual ou experimental, estuda a mudança no desenvolvimento do psiquismo por meio da influência do pesquisador, da sua interferência, comparando o comportamento quando ele não interfere com quando ele interfere, ganhando impulso com a sistematização do conceito de zona de desenvolvimento proximal, aquilo que a criança consegue fazer com o auxilio, o que ela já está preparada para fazer mas precisa de uma ajuda externa. (método de dupla dissociação ou patológico experimental- analise de lesões cerebrais Wallon guerra). Wallon, observação é o instrumento adequado para a apreensão dos fenômenos psicológicos, porque permite verificação, registro e analise. 
Desenvolvimental: cada período ou estádio é caracterizado pelo caráter ontológico socio histórico, formações orgânicas e psíquicas idiossincráticas (própria de cada um, maneira de ver, sentir, reagir, conjunto de elementos cuja combinação dá o temperamento e o caráter individual, particularidade psíquica) aqueles anos de vida, e são essenciais para o desenvolvimento, que esta vinculado a apropriação, pelos indivíduos, dos conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade. 
Vygotsky: três ideias centrais
- Funções psicológicas tem suporte biológico pois são produtos da atividade cerebral
- O funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações socias entre o individuo e o mundo exterior, as quais se desenvolvem em um processo histórico.
- A relação homem-mundo é uma relação mediada por sistemas simbólicos, os signos. (a linguagem, a escrita e o sistema de números). 
O cérebro é um sistema aberto, de grande plasticidade, cuja a estrutura e modos de funcionamento são moldados ao longo da história da espécie e do desenvolvimento individual. O biológico de adapta as mudanças. O cérebro pode servir a novas funções criadas na história do homem, sem que sejam necessárias transformações no órgão físico (plasticidade).
O homem é muito mais um ser histórico do que biológico. O desenvolvimento psicológico está sempre dentro de um contexto, ambiente, o que nos torna humanos. O homem transforma-se de biológico em sócio-histórico, num processo em que a cultura é parte essencial da constituição da natureza humana.
Desenvolvimento psicológico baseado nos modos culturalmente construídos de ordenar o real.
Relação homem-mundo sempre mediada por sistemas simbólicos. 
Influencia Marxista: mudanças na historia e na sociedade produzem mudança na natureza humana (consciência e comportamento).
Processos mentais superiores ou funções psicológicas superiores: mecanismos psicológicos mais complexos, típicos do ser humano: controle consciente de comportamento, ação intencional e a liberdade do individuo em relação a características do momento e do espaço presentes. O ser humano pode pensar em objetos ausentes, imaginar eventos nunca vividos, planejar ações que serçao realizadas posteriormente.
Toda relação homem-meio nunca é direta, é mediada por algo. Instrumentos e signos. 
Os instrumentos e o signos são criados pela sociedade ao longo da história humana e mudam a forma social e o nível de seu desenvolvimento cultural
Mediação: relação deixa de ser direta, o processo estímulo-resposta é substituído por um ato complexo, mediado. Ex: direta – colocar a mão na vela a primeira vez e tirar por causa do calor. Mediada – a lembrança da dor, ou aviso de outra pessoa, pois a linguagem está mediando. Impulso direto é inibido e é incorporado um estimulo auxiliar que facilita a complementação da ação por meios indiretos. Ao longo do desenvolvimento do individuo as relações mediadas passam a predominar as relações diretas. 
Instrumentos: trabalho é a base que marca o homem como espécie diferenciada, é pela ação dele sobre a natureza, que é o trabalho, que ele se une á ela e cria a cultura e a história humana. Está posto entre o homem trabalhador e o objeto de seu trabalho ampliando as possibilidades de transformação da natureza. Ex: Machado, é usado e criado pelo homem para modificar a natureza, ampliando as possibilidades, pois o machado é mais eficiente do que só a mão do homem. 
Signos: análoga (semelhante) aos instrumentos, mas foram criados para solucionar problemas psicológicos (lembrar, comparar, relatar...), são abstratos, orientados para dentro do sujeito, controle das ações psicológicas no próprio individuo ou outras pessoas, representações da realidade e podem referir-se a elementos ausentes. Memória media por signos é mais poderosa que a não mediada. A mediação é essencial para tornar possíveis atividades psicológicas voluntarias, intencionais, controladas pelo sujeito. Ao longo do desenvolvimento dos seres humanos as marcas externas vão se internalizando, e os signos se organizando em estruturas complexas e articuladas. A mediação passa a ocorrer internamento, o sujeito cria formas de mediação sem necessitar de signos externos. Signos se transformam em conceitos que são aceitos e entendidos pelas pessoas que tem acesso a eles, são representações da realidade construídos socialmente. O grupo cultural onde o individuo se desenvolve que lhe fornece formas de perceber e organizar o real, os quais vão constituir os instrumentos. Deixa de necessitar de marcas externas e passa a utilizar signos internos, representações mentais que substituem os objetos do mundo real. As origens das funções psicologias superiores devem ser buscadas nas relações sociais entre o indivíduo e os outros homens. O funcionamento psicológico tem seu fundamento no social e é portanto, histórico. Essa capacidade do homem de lidar com representações que substituem o próprio real é que o possibilita libertar-se do espaço e do tempo presentes, imaginar, fazer planos, ter intenções... Os signos tem que ter sentido social, ser entendido pelas pessoas, o objeto vai ser signo dependendo da situação. Ex: Agenda. Instrumento, mas as anotações são signos. Usar laço no dedo para lembrar de algo. 
Instrumento: panelas, fogão, mediador na relação entre o individuo e seu trabalho, ampliando suas possibilidades de transformação na natureza. 
Signos: colheres usadas para lembrar, indicam diferentes ingredientes, auxiliam no processo psicológico e não nas ações concretas, representação de um pensamento que requer uma interpretação. 
Processos mentais superiores são processados por sistemas simbólicos, a linguagem é o básico, e a questão do desenvolvimento da mesma com o pensamento ocupa lugar central na obra de Vygotsky.
Funções básicas da linguagem: intercambio social e pensamento generalizante.
Intercambio social: comunicação, necessidade que impulsiona o desenvolvimento, para que ocorra de forma sofisticadaé necessária a utilização de signos que sejam compreensíveis para outras pessoas, precisa ter um padrão, que traduzam ideias, sentimentos, vontades de forma precisa. Primordial para o homem e a história da humanidade. 
Pensamento generalizante: forma como vejo as palavras, entendo, categorizo, essa função torna a linguagem um instrumento de pensamento. Agrupar todas as ocorrências de uma mesma classe de objetos, eventos, situações, sob uma mesma categoria conceitual. 
Desenvolvimento do pensamento e da linguagem: pré-linguistica do pensamento e pré-intelectual da linguagem.
Pré-linguistica do pensamento: antes de dominar a linguagem a criança demonstra a capacidade de se comunicar, muito rudimentar, para resolver problemas práticos, de utilizar instrumentos e meios indiretos para conseguir determinados objetivos. Não consegue se comunicar efetivamente, assim como alguns animais. Inteligencia pratica. Pensa, mas limitadamente, não consegue prever coisas, imaginar, elaborar, resolve só coisas do momento, não pensa no futuro.
Quando a criança encontra-se com a linguagem, inicia-se a fala intelectual com função simbólica, generalizante e o pensamento torna-se verbal mediados por significados dados pela linguagem, aprende a falar, consegue entender que as palavras representam conceitos e consegue domina-las e usalas ela começa a pensar. Alívio emocional e função social. Pensar sem precisar do concreto.
Significado é componente essencial da palavra e um ato de generalização, se unem duas funções, o intercambio social e o pensamento generalizante. Representa uma ligação estreita entre pensamento e linguagem que fica difícil dizer se se trata de pensamento ou fala. São construídos ao longo do desenvolvimento do homem, são mudados ao longo do tempo, acontece individualmente e na sociedade, a palavra pode ter o significado propriamente dito e o sentido da palavra. Ex: nuvem, pode ser a do ceu ou a de armazenar dados, que anos atrás nem se imaginaria. 
Utilizando a linguagem somos capazes de pensar generalizando e abstraindo. O percurso do pensamento e da linguagem é da atividade social, interpsiquica, para a atividade individualizada, intrapsíquica. Primeiro a criança usa a fala para socializar-se, depois como instrumento de pensamento. 
O pensamento gera um discurso interior, fala egocêntrica, dirigida ao próprio sujeito, com função auxiliar nas operações psicológicas, quando montamos estratégias, ordenamos ideias, mas sem muito rigor, não é sofisticado porque não preciso que a outra pessoa entenda, há significado para mim, como montar um percurso mentalmente. Aparece como procedimento de transição na passagem dos processos externos para os internos. Percurso da atividade social, interpsiquica, para a atividade individual, intrapsíquica. Usa pra falar depois pra pensar. 
Nível de desenvolvimento real: o que a criança sabe fazer sozinha. Processos de desenvolvimento já consolidados. 
Nível de desenvolvimento potencial: capacidade de desempenhar tarefas com a ajuda do outro. Não é qualquer indivíduo que pode, a partir da ajuda do outro, realizar qualquer tarefa. Não se ensina um bebe de 5 meses a andar. Interação social no processo de construção das funções psicológicas humanas é de extrema importância. 
A partir dos dois níveis se define a zona de desenvolvimento proximal ou eminente. Distancia entre ambos. 
Para Vygotsky o individuo não se desenvolve plenamente sem o suporte do outro. Na zona de desenvolvimento proximal que a intervenção do outro é mais transformadora. A escola deve conhecer o nível do aluno, dirigir o ensino para estágios do desenvolvimento ainda não incorporados, funcionando como um motor de novas conquistas. Deve partir do desenvolvimento real da criança. O professor deve interferir na zdp, provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente. 
Imitação: reconstrução daquilo que é observado nos outros, trabalha na zdp, ideia de reconstrução, do individuo dos significados que lhes são transmitidos pelo grupo social. 
Interação entre os alunos, grupos heterogêneos referente a conhecimento, outra criança pode ser mediadora. Estruturada, sistematizada e organizada. 
Brinquedo cria um zdp, brincadeira do faz de conta tem lugar relevante.
Crianças pequenas as situações são concretas, fala o que ve, o real, não consegue abstrair, mas no faz de conta entra em um mundo imaginário, abstri, sai do tempo, lugar, consegue se relacionar com o significado.
Além de imaginário é guiado por regras, o brinquedo, para brincar conforme as regras a criança tem que exibir um comportamento semelhando ao real que está representando. Tanto pela situação de imaginária, quanto pela definição de regras, o brinquedo cria uma Zona de Desenvolvimento Iminente. A criação de situações imaginárias tem nítida função pedagógica.
Pré historia da linguagem escrita: a criança tem hipóteses a respeito do uso da linguagem escrita pois tem contato com a escrita diariamente. Para compreender o funcionamento da linguagem escrita as crianças precisam compreender que a língua é um sistemas de signos. 
Inicialmente: rabiscos mecanimos, sem nenhuma função instrumental, apenas imitação. 
Marcas topográficas: distribuição do registro no espaço do papel.
Passa a dar sentido, frases curtas-desenhos menores, se preocupa em fazer referencia. Depois, se preocupa com características concretas, marcas pretas de lápis para registro de fumaça preta, marcas diferentes para situações diferentes, usa desenho como símbolo mediador. Representação pictográfica. 
Logo após, passa para escrita simbólica, em uma cultura letrada, assimila mecanismos de escrita simbólica da sua cultura. É um processo social pois envolve os usos da língua escrita de determinada cultura.
Percepção: condições fisiológicas. Ao longo do desenvolvimento torna-se mais complexa e sera mediada pelos conceitos e significados culturalmente desenvolvidos. Conseguimos perceber coisas além do frio, calor. Como o pauzinho no arroz que significa morte na cultura japonesa. Relação perceptual se dá pela linguagem e categorias da cultura, significados das coisas na nossa cultura. 
Atenção: inicialmente está baseada em mecanismos neurológicos inatos, como sons bruscos, barulho, com o desenvolvimento a atenção é voltada para coisas mais especificas, com controle voluntario em grande parte mediados pela função simbólica,

Continue navegando