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#RP_ROIDZ e #RP_WOMAN - Testosterona na Mulher - Hamilton Rocha

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‪#‎RP_ROIDZWOMAN‬
Na foto: Carla Peixoto
Testosterona na Mulher - Hamilton Rocha
Consegui recuperar algumas coisas minhas. Pois bem, algumas coisas que devem se observar em mulheres que queiram usar roidz. Como sabem, eu prego que cada mulher que queira usar roidz também deve realizar exames pre ciclo e fazer uma preparação (priming). Pois bem, com um exame pré ciclo é possível ver os níveis de testosterona nas mulheres e isso pode ser um belo norte para otimizar o ciclo ou minimizar colaterais. Lógico que tem outros exames que são tão importantes quanto. Outra coisa: esquece anticoncepcional durante o ciclo!
Antes da menopausa a testosterona nas mulheres é produzida pelos:
• Ovários (25%) que são estimulados pelo LH (hormônio da hipófise),
• Supra- renais ou adrenais (25%)
• Conversão periférica a partir da androstenodiona e da DHEA (50%)
Após a menopausa a produção total de testosterona cai drasticamente, mas continua sendo produzida em menor quantidade pelas adrenais.
A deficiência de testosterona pode ter consequências sérias, tanto físicas como mentais, prejudicando a saúde e libido da mulher. Os sinais e sintomas variam dependendo da etapa da vida na qual a deficiência de testosterona ocorre.
Causas da diminuição
• Menopausa
• Uso (atual ou prévio) de anticoncepcionais hormonais, principalmente pela via oral
• Insuficiência adrenal ( supra-renal )
• Uso excessivo de álcool
• Retirada dos ovários – ooforectomia
• Insuficiência parcial dos ovários em produzir testosterona
• Medicamentos como alguns antidepressivos e estatinas para diminuir o colesterol
• Estresse excessivo – o cortisol (hormônio do estresse) bloqueia a testosterona e pode diminuir seu níveis também.
Anticoncepcionais:
Em mulheres jovens, usuárias de anticoncepcionais hormonais, podem ser encontrados níveis baixíssimos deste hormônio o que pode acarretar diminuição importante da libido, além de cansaço e dificuldade para emagrecer ou ganhar massa magra.
Além disso, o anticoncepcional diminui a quantidade de testosterona livre já que estimula a produção pelo fígado de uma proteína chamada de Globulina Ligadora de Hormônio Sexual (SHBG). Esta proteína se liga de forma muito intensa à testosterona total diminuindo sua forma ativa, a forma livre.
Os níveis de SHBG em usuárias de pílulas costumam ser tão altos que o laboratório precisa fazer duas vezes o mesmo exame para chegar num resultado. Caso use pílula, peça este exame ao seu médico e notará um nível bem acima do valor de referência com a seguinte mensagem no laudo do laboratório:” exame repetido e confirmado com diluição da amostra”.
Este aumento de SHBG, acontece na maioria das vezes, em mulheres que fazem uso de anticoncepcionais hormonais administrados pela via oral (pela boca). Além disso, a forma oral aumenta a chance de eventos tromboembólicos já que ocorre a chamada “primeira passagem hepática“, logo depois que a pilula é absorvida pelo trato gastrintestinal. E é exatamente esta passagem pelo fígado que também aumenta a SHBG. Desta forma, as outras vias de administração, como intra vaginal, DIU com hormônio, injetável e em forma de adesivo, seriam melhores que a pílula. Eu disse “melhores” mas não isentas de interferência nos níveis hormonais. A vantagem é que não aumentam demasiadamente esta SHBG.
Ovário micropolicístico é totalmente diferente de Síndome dos Ovários Policísticos(SOP). Nesta segunda situação é aceitável o uso de pílulas. 
Na Síndrome dos Ovários Policísticos, que ocorre em 6 a 10% das mulheres em idade reprodutiva , nem sempre temos ovários polícisticos , mas em geral temos:
• Aumento de insulina – resistência à insulina;
• Excesso de pelos , acne e queda de cabelo;
• Sobrepeso e obesidade em pelo menos 50% das pacientes;
• Alterações menstruais e/ou ovários policísticos;
• Histórico familiar em grande parte dos casos, mas não em todos;
• Possível dificuldade para engravidar.
Nestes casos é de suma importância o emagrecimento para o controle da insulina. É este hormônio o grande culpado por esta síndrome. Para isto fuja de alimentos de alto índice glicêmico, use muitas fibras e faça exercícios
Sintomas / sinais de testosterona baixa:
• Diminuição ou perda do desejo sexual – diminuição da libido; 
• Dificuldade para atingir o orgasmo ou diminuição da sua intensidade;
• Diminuição de massa muscular esquelética ou dificuldade de ganhar massa muscular;
• Diminuição da autoestima e da autoconfiança;
• Falta de iniciativa e de vontade se cuidar;
• Aumento de gordura corpórea;
• Diminuição de massa óssea;
• Menor tônus muscular;
• Fraqueza/Cansaço.
Alterações laboratoriais
• Aumento da Globulina Ligadora de Hormônio Sexual (SHBG) caso tome anticoncepcionais orais ou terapia de reposição hormonal na menopausa por via oral;
• Diminuição da testosterona total;
• Diminuição da testosterona livre;
• Aumento do FSH e LH;
• Supressão (diminuição ) do FSH E LH em usuárias de pílulas;
• Diminuição de DHEA e aumento de cortisol;
• Possível diminuição de IGF – 1 (marcador da produção de hormônio do crescimento).
Como tratar?
1. Reposição hormonal com testosterona e outros hormônios caso necessário;
2. Suspensão do anticoncepcional hormonal tomado pela via oral, se for esse o motivo;
Doses acima do recomendado e efeitos colaterais?
Tudo em excesso não é bom e esta afirmação também é válida para hormônios. Quando temos níveis suprafisiológicos de testosterona, em geral maior que 100 ng/dl, podemos perceber o aparecimento gradual de acne e pelos.
Efeitos colaterais como aumento do gogó, do clitóris, masculinização da face, crescimento excessivo de pelos e acne, aumento demasiado de massa muscular, alterações da voz e alterações menstruais são vistos em mulheres que fazem uso indiscriminado de derivados deste hormônio, de forma não criteriosa e apenas para fins estéticos. Exemplo: nandrolona, testosterona, estanazolol e oxandrolona.
Outros hormônios envolvidos na libido feminina:
• DHEA – pré-hormônio da testosterona - regula humor e energia também.
• Hormônios tireoidianos - comandam todo o metabolismo e são importantíssimos na regulação da libido.
• Hormônio do crescimento e somatomedina C - atuam em conjunto com a testosterona.
• Oxitocina – hormônio do prazer e do orgasmo.
• Progesterona - hormônio “feel good” (bem-estar) – notem que a progesterona é diferente de qualquer progestogênio contido nos anticoncepcionais. Tem papel importantíssimo no bem-estar.
• Estradiol – o déficit leva à falta de libido como ocorre na menopausa – o excesso pode suprimir a progesterona, aumentando a chance de TPM.
• Estriol – importante na lubrificação vaginal.
• Prolactina – o excesso, como na amamentação, bloqueia a ação da testosterona e do estradiol/progesterona.
• Melanotrofina – hormônio que dá cor à pele e também está envolvido na libido.
• Di-hidrotestosterona - metabólito da testosterona e 4 vezes mais potente que ela.
• Cortisol - gera energia ao longo do dia, ou seja, é importantíssimo ter níveis ideais para se sentir com disposição na hora do ato do sexual.
• Insulina - níveis altos deste hormônio podem aumentar a quantidade de testosterona livre na mulher, portanto, mulheres obesas podem ter libido aumentada por ter mais testosterona livre.
Referência Bibliográficas:
1. Tarlatzis BC, Zepiridis L, Grimbizis G, Bontis J. Clinical management of low ovarian response to stimulation for IVF: a systematic review. Hum Reprod Update 2003; 1:61–76.
2. Bosdou JK, Venetis CA, Kolibianakis EM, Toulis KA, Goulis DG, Zepiridis L, Tarlatzis BC. The use of androgens or androgen-modulating agents in poor responders undergoing in vitro fertilization: a systematic review and meta-analysis.HumReprod Update. 2012 Mar;18(2):127-45. Epub 2012 Feb 3.
3. Balasch J, Fabregues F, Penarrubia J, Carmona F, Casamitjana R, Creus M, Manau D, Casals G, Vanrell JA. Pretreatment with transdermal testosterone may improve ovarian response to gonadotrophins in poor-responder IVF patients with normalbasal concentrations of FSH. Hum Reprod 2006; 7:1884–1893.
4. Kim CH, Howles CM, Lee HA. The effect of transdermal testosterone gel pretreatment on controlled ovarian stimulation and IVF outcome in low responders. FertilSteril 2011;2:679–683.
5. Kyrou D, Kolibianakis EM, Venetis CA, Papanikolaou EG, Bontis J, TarlatzisBC.Howtoimprove the probability of pregnancy in poor responders undergoing in vitro fertilization: a systematic review and meta-analysis. FertilSteril 2009;3:749–766.
6. Weil S, Vendola K, Zhou J, Bondy CA. Androgen and follicle-stimulating hormone interactions in primate ovarian follicle development. J ClinEndocrinolMetab 1999;8:2951–2956.
7. Hugues JN, Durnerin IC. Impact of androgens on fertility – physiological, clinical and therapeutic aspects. Reprod Biomed Online 2005;5:570–580.
8. Frattarelli JL, Peterson EH. Effect of androgen levels on in vitro fertilization cycles. FertilSteril2004;6:1713–1714.
9. Fabregues F, Penarrubia J, Creus M, Manau D, Casals G, Carmona F, Balasch J. Transdermaltestosteronemay improve ovarian response togonadotrophins in low-responder IVF patients: a randomized, clinicaltrial. Hum Reprod 2009; 2:349–359.
10. C. A.Venetis, J. Bosdou, E. Kolibianakis, K. Toulis, D. Goulis, BC Tarlatzis. Unidade para os Direitos Humanos Reprodução, 1 Departamento de Escola de Medicina de OB / Gyn, Universidade Aristóteles de Salónica, N. Efkarpia, Thessaloniki, Grécia
Outras leituras:
1- Estudo publicado no renomado THE JOURNAL OF CLINICAL ENDOCRINOLOGY & METABOLISM de abril de 2011, diz que altos níveis de testosterona aumentam a massa óssea, massa magra e diminuem gordura em mulheres mais velhas.
http://jcem.endojournals.org/content/96/4/989.abstract?sid=1cb1685d-41f6-4e10-bde2-264de7aae6c2
2- Estudo mostra que testosterona melhora a libido em mulheres.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15889125
3- Estudo mostra que deficiência de testosterona em mulheres é sugerida pela diminuição do bem-estar, cansaço persistente e inexplicável, diminuição do desejo e da receptividade sexual. Além disso o tratamento traz poucos efeitos adversos que podem ser totalmente manipulados se os níveis sanguíneos deste hormônio forem controlados.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16800391
4-Estudo publicado no renomado THE JOURNAL OF CLINICAL ENDOCRINOLOGY & METABOLISM mostra que o uso de estrogênios pela boca (via oral) aumenta a SHBG e diminui a testosterona livre, o que diminui massa muscular e óssea em mulheres.
http://jcem.endojournals.org/content/85/12/4476.abstract?sid=5854c16d-8f99-46b9-aaa0-3c65ab043c04
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0004-2730&lng=en&nrm=iso
6- Projeto Diretrizes da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina:
http://www.projetodiretrizes.org.br/diretrizes11/terapeutica_androgenica_feminina.pdf
7 – Reposição de testosterona melhora o desejo sexual e diminui a angústia.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17627745
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17394595
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18783534
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19487090
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23647457
8 - Excelente artigo de revisão sobre diminuição do desejo sexual em mulheres.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3349920/
9 - Revisão sobre a reposição de testosterona na mulher.
http://www.nature.com/ijir/journal/v17/n5/full/3901334a.html
10 – Reposição de testosterona diminui o colesterol total , o ruim ( LDL) e aumenta o bom (HDL).
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22115702
11- Associação entre testosterona e status de relacionamento entre homens e mulheres.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21645516
12- O desejo e excitação sexual e as diferenças hormonais em mulheres holandesas e dos EUA na pré-menopausa, com ou sem desejo sexual.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21514299
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