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Engenharia de Energias Unidade V EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO PARA REGIME PERMANENTE FENÔMENOS DE TRANSPORTE I Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Instituto de Engenharias e Desenvolvimento Sustentável 1 EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO Seja a segunda lei de Newton da dinâmica : 𝐹 = 𝑚𝑎 = 𝑚 𝑑𝑣 𝑑𝑡 Como a equação acima é estabelecida para um sistema que tem, por definição, massa constante, pode-se escrever: 𝐹 = 𝑑 𝑑𝑡 (𝑚𝑣 ) Quantidade de movimento. Teorema da mecânica: A força resultante, que age no sistema em estudo, é igual à variação com o tempo da quantidade de movimento do sistema. 2 EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO Seja o tubo de corrente: (1) (2) Pelo teorema da quantidade de movimento, a força resultante que age no fluido entre as seções (1) e (2) será: 𝐹 = 𝑑𝑚2𝑣 2 𝑑𝑡 − 𝑑𝑚1𝑣 1 𝑑𝑡 𝐹 = 𝑄𝑚2𝑣 2 − 𝑄𝑚1𝑣 1 𝑄𝑚1 = 𝑄𝑚2 = 𝑄𝑚 𝐹 = 𝑄𝑚 𝑣 2 − 𝑣 1 = 𝑄𝑚∆𝑣 ou Como o regime é permanente, então: e F tem a direção de e o ponto de aplicação fica na interseção das direções de v1 e v2. ∆𝒗 = 𝒗 𝟐 − 𝒗 𝟏 3 (1) (2) Sejam as forças componentes da resultante F: Forças que agem no fluido nas seções (1) e (2), nas quais os sinais negativos se devem à convenção adotada para as normais (sentido positivo para fora do tubo de corrente). Tensão de cisalhamento Força peso Forças de pressão EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO A resultante das pressões pode ser obtida adotando-se em cada ponto uma normal dirigida para fora, conforme a convenção adotada. Assim, a resultante em cada elemento dAlat no entorno de um ponto da superfície lateral será: Logo, a força resultante das pressões e tensões de cisalhamento na superfície lateral é dada por: 𝑑𝐹′ 𝑠 = −𝑝𝑙𝑎𝑡 𝑛 𝑙𝑎𝑡 𝑑𝐴𝑙𝑎𝑡 + 𝜏 𝑑𝐴𝑙𝑎𝑡 𝐹′ 𝑠 = −𝑝𝑙𝑎𝑡 𝑛 𝑙𝑎𝑡 𝑑𝐴𝑙𝑎𝑡 + 𝜏 𝑑𝐴𝑙𝑎𝑡 4 EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO (1) (2) Uma vez definida a resultante das forças, a figura anterior pode ser reduzida a: A força F resultante que age no fluido entre (1) e (2) será a soma das componentes representadas na figura ao lado. Logo: 𝐹 = 𝐹′ 𝑠 + −𝑝1𝐴1𝑛 1 + −𝑝2𝐴2𝑛 2 + 𝐺 𝐹′ 𝑠 − 𝑝1𝐴1𝑛 1 − 𝑝2𝐴2𝑛 2 + 𝐺 = 𝑄𝑚 𝑣 2 − 𝑣 1 𝐹′ 𝑠 = 𝑝1𝐴1𝑛 1 + 𝑝2𝐴2𝑛 2 + 𝑄𝑚 𝑣 2 − 𝑣 1 − 𝐺 Porém , , logo: 𝐹 = 𝑄𝑚 𝑣 2 − 𝑣 1 = 𝑄𝑚∆𝑣 ou Resultante das forças de contato da superfície sólida contra o fluido. 5 EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO Pelo princípio da ação e reação, a força Fs que o fluido aplica na superfície sólida será: 𝐹 𝑠 = −𝐹′ 𝑠 ou 𝐹 𝑠 = − 𝑝1𝐴1𝑛 1 + 𝑝2𝐴2𝑛 2 + 𝑄𝑚 𝑣 2 − 𝑣 1 + 𝐺 Se o peso do fluido for desprezado tem-se: 𝐹 𝑠 = − 𝑝1𝐴1𝑛 1 + 𝑝2𝐴2𝑛 2 + 𝑄𝑚 𝑣 2 − 𝑣 1 6 MÉTODO DE UTILIZAÇÃO DA EQUAÇÃO APLICAÇÃO 1 – Conduto com Redução Gradual da Seção (1) (2) Supondo-se fluido incompressível, propriedades uniformes na seção e regime permanente. O esforço horizontal do fluido sobre o conduto será determinado como segue abaixo. Para o trecho (1) e (2) pode-se escrever: Projetando na direção de x: ou Como nenhum dos vetores da figura tem componentes na direção y, Fsy = 0 (não está se considerando G). VANTAGEM: o estudo é realizado inteiramente nas seções de entrada e saída, sem a preocupação com a distribuição intermediária das forças. 𝐹 𝑠 = − 𝑝1𝐴1𝑛 1 + 𝑝2𝐴2𝑛 2 + 𝑄𝑚 𝑣 2 − 𝑣 1 𝐹𝑠𝑥 = − 𝑝1𝐴1(−1) + 𝑝2𝐴2(+1) + 𝑄𝑚 𝑣2 − 𝑣1 𝐹𝑠𝑥 = 𝑝1𝐴1 − 𝑝2𝐴2 + 𝑣1 − 𝑣2 𝜌𝑄 7 APLICAÇÃO 2 – Redução de Seção e Mudança de Direção (1) (2) Admitindo as mesmas hipóteses anteriores: Projetando segundo x: ou Projetando segundo y: ou A partir daí pode ser obtida a força resultante do fluido sobre o conduto: 𝐹 𝑠 = − 𝑝1𝐴1𝑛 1 + 𝑝2𝐴2𝑛 2 + 𝑄𝑚 𝑣 2 − 𝑣 1 𝐹𝑠𝑥 = − 𝑝1𝐴1(−1) + 𝑝2𝐴2𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑄𝑚 𝑣2𝑐𝑜𝑠𝜃 − 𝑣1 𝐹𝑠𝑥 = 𝑝1𝐴1 − 𝑝2𝐴2𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑄𝑚 𝑣1 − 𝑣2𝑐𝑜𝑠𝜃 𝐹𝑠𝑦 = − 0 + 𝑝2𝐴2𝑠𝑒𝑛𝜃 + 𝑄𝑚 𝑣2𝑠𝑒𝑛𝜃 − 0 𝐹𝑠𝑦 = −𝑝2𝐴2𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝜌𝑄𝑣2𝑠𝑒𝑛𝜃 𝐹𝑠 = 𝐹𝑠𝑥 2 + 𝐹𝑠𝑦 2 MÉTODO DE UTILIZAÇÃO DA EQUAÇÃO 8 MÉTODO DE UTILIZAÇÃO DA EQUAÇÃO APLICAÇÃO 3 – Desviador de Jato Fixo Parte da força Fs é produzida no contato do fluido com o ar. (1) (2) A pressão efetiva é nula, mas o efeito do atrito do ar existe. Se Fs deve ser a resultante da força que o fluido aplica no anteparo, deve-se desprezar o atrito com o ar. Então: O fluido lançado contra o desviador sofre uma deflexão provocada por este. 𝐹 𝑠 = − 𝑝1𝐴1𝑛 1 + 𝑝2𝐴2𝑛 2 + 𝑄𝑚 𝑣 2 − 𝑣 1 Projetando segundo x: Projetando segundo y: Como em (1) e (2) o jato é livre à pressão atmosférica, então p1 = p2 = 0. Logo: 𝐹 𝑠 = 𝑄𝑚 𝑣 1 − 𝑣 2 𝐹𝑠𝑥 = 𝑄𝑚 𝑣1 − 𝑣2𝑐𝑜𝑠𝜃 𝐹𝑠𝑦 = 𝑄𝑚 0 − 𝑣2𝑠𝑒𝑛𝜃 = −𝑄𝑚𝑣2𝑠𝑒𝑛𝜃 9 MÉTODO DE UTILIZAÇÃO DA EQUAÇÃO Desprezando-se o atrito do fluido na superfície sólida e a diferença de cotas entre (1) e (2) tem-se que v1 = v2 = vj (velocidade do jato). Logo: e A composição de Fsx e Fsy dará Fs, cujo ponto de aplicação estará no encontro das direções dos vetores da velocidade. 𝐹𝑠𝑥 = 𝜌𝐴𝑗 𝑣𝑗 2 1 − 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝐹𝑠𝑦 = −𝜌𝐴𝑗 𝑣𝑗 2𝑠𝑒𝑛𝜃 10 MÉTODO DE UTILIZAÇÃO DA EQUAÇÃO APLICAÇÃO 4 – Jato Incidindo numa Placa Plana Supõe-se que jato ao atingir o anteparo é espalhado uniformemente, em todas as direções. A velocidade v2 não terá, portanto, componente segundo x. Como a pressão é atmosférica, obtém-se: (1) (2) (2) 𝐹𝑠𝑥 = 𝜌𝑄𝑣1 11 FORÇAS EM SUPERFÍCIES SÓLIDAS EM MOVIMENTO Seja o desviador de jato em movimento com velocidade vs constante, mostrado na figura abaixo: (1) (2) Da mecânica, tem-se a equação vabs = u + vs, na qual: vabs é a velocidade absoluta, em relação ao sistema inercial; vs é a velocidade de arrastamento ou velocidade da origem do sistema de referência fixo na superfície sólida; u é a velocidade relativa ou velocidade em relação ao sistema de referência móvel. 12 FORÇAS EM SUPERFÍCIES SÓLIDAS EM MOVIMENTO A força do desviador contra o jato de fluido lançado pelo bocal será função da velocidade relativa u. • Se o desviador estiver com uma velocidade maior que o jato de fluido, a força será nula; • Se o desviador tiver velocidade nula, a força será maior que se ele se afastasse com uma certa velocidade do jato; • No caso em que a superfície esteja parada, como já foi visto na aplicação 3, vale o resultado: . 𝐹 𝑠 = 𝑄𝑚 𝑣 1 − 𝑣 2 No caso atual, a vazão do jato lançado pelo bocal é Qm = A1v1, mas a superfície sólida, devido a seu movimento, não é atingida por essa vazão. O que incidirá sobre a superfície sólida será uma vazão aparente, dada por: 𝑄𝑚𝑎𝑝 = 𝜌𝐴1 𝑣𝑎𝑏𝑠1 − 𝑣𝑠 = 𝜌𝐴1𝑢1 13 FORÇAS EM SUPERFÍCIES SÓLIDAS EM MOVIMENTO Logo, para o caso do movimento relativo, tem-se: Com a hipótese do MRU da superfície sólida, todas as expressões continuam válidas, desde que seja utilizada a velocidade relativa vabs = u + vs e Qmap no lugar de Qm. Assim, de uma forma geral: 𝐹 𝑠 = 𝑄𝑚𝑎𝑝 = 𝑢1 − 𝑢2 𝐹 𝑠 = − 𝑝1𝐴1𝑛 1 + 𝑝2𝐴2𝑛 2 + 𝑄𝑚𝑎𝑝 𝑢 2 − 𝑢 1 14 Exemplo 1 – Um desviador de jato move-secom uma velocidade de 9 m/s. Um bocal de 5 cm de diâmetro lança um jato de óleo com uma velocidade de 15 m/s, tal que o jato incide sobre o desviador, conforme indicado na figura mostrada mais abaixo. O ângulo de saída é 60º e o peso específico do óleo é 8.000 N/m3. Calcular a força do jato contra o desviador. FORÇAS EM SUPERFÍCIES SÓLIDAS EM MOVIMENTO (1) (2) 15 FORÇAS EM SUPERFÍCIES SÓLIDAS EM MOVIMENTO 16 FORÇAS EM SUPERFÍCIES SÓLIDAS EM MOVIMENTO Exemplo 2 – Determinar a potência transmitida por um jato de água a uma turbina de ação tipo Pelton. Determinar também o rendimento da transmissão de potência. 17 FORÇAS EM SUPERFÍCIES SÓLIDAS EM MOVIMENTO 18 FORÇAS EM SUPERFÍCIES SÓLIDAS EM MOVIMENTO 19 EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO PARA DIVERSAS ENTRADAS E SAÍDAS EM REGIME PERMANENTE p1e p2e pne (1e) (2e) (ne) v1s v2s vns (1s) (2s) (pns) v1e v2e vne p1s (ns) (p2s) Seja o sistema genérico com diversas entradas e saídas, mostrado na figura abaixo: Nesse caso, basta generalizar a equação , lembrando que se tem uma vazão diferente em cada seção. Logo: 𝐹 𝑠 = − 𝑝1𝐴1𝑛 1 + 𝑝2𝐴2𝑛 2 + 𝑄𝑚 𝑣 2 − 𝑣 1 𝐹 𝑠 = − 𝑝𝑖𝐴𝑖𝑛 𝑖 + 𝑄𝑚 𝑒 𝑣 − 𝑄𝑚 𝑠 𝑣 Entrada Saída 20 Exemplo 3 – O barco da figura tem um sistema de propulsão que consiste de uma bomba que succiona água na proa e a recalca na popa. Todos os tubos têm 5 cm de diâmetro e a vazão de saída é 50 L/s. Calcular a força de propulsão no instante da partida, isto é, com o barco em repouso. Admite-se que a pressão nas entradas e saída seja praticamente atmosférica ( = 1000 kg/m3). (1) (2) EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO PARA DIVERSAS ENTRADAS E SAÍDAS EM REGIME PERMANENTE 21 EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO PARA DIVERSAS ENTRADAS E SAÍDAS EM REGIME PERMANENTE 22 EQUAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO PARA DIVERSAS ENTRADAS E SAÍDAS EM REGIME PERMANENTE Exemplo 4 – Determinar a força de propulsão de um foguete, supondo a pressão de saída dos gases igual à do ambiente.
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