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CETAC Centro de Ensino e Treinamento em Anatomia e Cirurgia Veterinária Curso de Auxiliar Veterinário CAPÍTULO 15 Rotina Clínica I São Paulo VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Conceito É o caminho pelo qual uma droga é colocada em contato com o organismo. A substânicia deve ser tranportada do ponto de partida até o local onde ela deve fazer efeito. A farmacocinética (absorção, distribução e eliminação) é altamente influenciada pela via de administração. CLASSIFICAÇÃO Tópica Efeito local, aplicação direta no local desejado Enteral Também de efeito sistêmico, a droga entra no organismo pelo sistema digestivo Paraenteral – efeito sistêmico, a droga é recebida por outro local que não o trato digestivo Tópica 1. Epidérmica 2. Otológica 3. Inalável 4. Intranasal Enteral 1. Via oral – administração pela boca como as drogas em forma de comprimido, cápsulas, tabletes e drágeas 2. Tubos gástricos – como os tubos de alimentação ou gastrotomias 3. Via retal – como supositórios e enemas Parenteral 1. Injeção intravenosa (IV) – nas veias e artérias 2. Injeção intramuscular (IM) – nos músculos 3. Injeções intracardíacas – no coração 4. Injeções subcutâneas (SC) – sob a pele 5. Injeções intraósseas – na medula óssea, acesso intravenoso indireto, pois consegue atingir o sistema circulatório, ideal para filhotes. 6. Inalável – através da respiração 7. Intraperitonial – no peritônio, ou seja, diretamente na cavidade abdominal 8. Intratecal – injeção ou infusão diretamente no fluido cerebroespinhal 9. Epidural (peridural) – injeção ou infusão no espaço epidural Abreviações mais importantes e comuns: VO é via oral, ou seja, medicamentos cuja via de administração é a boca, SC é a abreviação de injeção subcutânea, IM é injeção intramuscular e IV é injeção ou infusão intravenosa. Aplicações Paraenterais As aplicações paraenterais incluem as injeções subcutâneas, intramusculares, endovenosas e a colocação de soro. Para esse tipo de procedimento é necessário os seguintes equipamentos: seringas, agulhas hipodérmicas, scalps, cateteres, equipos, bolsas de soro (já muito comentado em outras aulas). Lembrando que todos são descartáveis e nunca devem ser reaproveitados. A administração correta e segura de medicamentos, independentemente da forma, é de responsabilidade da equipe de enfermagem e do médico veterinário, portanto CUIDADO!! Para qualquer tipo de aplicação o uso de algodão embebido em álcool 70º no local da aplicação é essencial. Aplicações Subcutâneas Aplicações de injeções subcutâneas estão relacionadas à administração do medicamento no tecido conjuntivo, abaixo da pele, os locais mais comuns de aplicação são flancos, glúteos e cernelha. O método de aplicação segue uma sequencia que deve ser obedecida. Primeiro deve-se prensar o tecido entre os dedos, utilizar uma agulha longa capaz de ser introduzida através do tecido adiposo na base da prega da pele. O ângulo de introdução pode variar entre 45 e 90º. Após a aplicação o local deve ser massageado (alguns medicamentos não recomendam a massagem após a aplicação). Aplicações Intramusculares Aplicações de injeções intramusculares estão relacionadas à administração do medicamento entre os músculos, nos cães e gatos o local mais usado é no membro posterior, entre os músculos semimembranoso e semitendinoso. O método de aplicação segue uma sequencia que deve ser obedecida. Primeiro deve-segurar firmemente com a mão esquerda (para destros) o membro, sentir com os dedos a divisão entre os músculos, aplicar o algodão embebido em álcool, utilizar uma agulha longa capaz de ser introduzida através do tecido. O ângulo de introdução pode variar entre 45 e 90º. Puxar o êmbolo para verificar se não está vindo sangue e depois injetar a medicação. Após a aplicação o local deve ser massageado (alguns medicamentos não recomendam a massagem após a aplicação). Aplicações Endovenosas Aplicações de injeções endovenosas estão relacionadas à administração do medicamento diretamente nos acessos venosos. São procedimentos que exigem extremo CUIDADO, quando mal feito podem matar!! Os acessos venosos mais usados nos cães e gatos são: jugular, safena e femoral, esses acessos são usados na coleta de sangue, na aplicação de medicamentos endovenosos e nas fluidoterapias. Para a aplicação IV, podemos usar seringas ou scalps, quando as aplicações forem rápidas e únicas, ou usamos cateteres acoplando equipo e bolsa de soro com ou sem medicamentos. Muito cuidado para preencher o equipo com soro, sem bolhas de ar, pois pode matar por embolia!! Para esse procedimento devemos conter bem o animal, usar um garrote (tripa de mico), fazer a limpeza com algodão embebido em álcool, e introduzir a seringa ou cateter diretamente no vaso a 45°, puxar o êmbolo para verificar a presença de sangue e ter certeza que está na veia, soltar o garrote, puxar o sangue no caso de coletas e injetar lentamente no caso de medicamentos. Para prender o cateter ou o scalp, após checar que está mesmo no vaso, deve- se prender com esparadrapo e conectar o equipo já preenchido e sem bolhas, ligando o soro. A velocidade do mesmo depende das condições do paciente, da necessidade e da medicação usada, essas diretrizes devem ser indicadas pelo médico veterinário. Colocação de cateter (Tchoko) Fluidoterapia A técnica de fluidoterapia foi descrita pela primeira por Thomas Latta em 1832 relatando a administração e reanimação de um paciente com cólera. A fluidoterapia ou soroterapia é um tratamento de suporte que tem como objetivos controlar a volemia, corrigir desequilíbrios hidroeletrolíticos e suplementar com calorias e nutrientes. É necessário diagnosticar a doença primária. Fluidoterapia subcutânea in loco Desidratação O corpo é constituído por 70% de água, constituindo plasma, liquido intersticial e intracelular. A desidratação ocorre quando existe a perda de água fazendo com que o corpo não consiga manter suas funções normais. Um indivíduo desidratado apresenta volume sanguíneo menor, fazendo com que o coração aumente seu ritmo cardíaco para manter o padrão normal. A desidratação é classificada de acordo com a tonicidade da pele, o turgor cutâneo. A desidratação deve ser monitorada constantemente. No quadro abaixo vemos as alterações nos diferentes níveis de desidratação. Porcentagem de desidratação Sinais Muito suave - <5% Não detectável – menor ingestão de água Suave – 5-6% Discreta perda do turgor – episódios esporádicos de vômitos e diarréias Moderada – 6-8% Demora evidente do retorno da pele a condição normal, Diminuição do TPC, leve retração do globo ocular, possível ressecamento de mucosas. Inapetência, vômitos e diarréias moderados Severa – 10-12% Forma de “tenda” na pele. Evidente prolongamento do TPC, ressecamento de mucosas, taquicardia, extremidades frias, pulso fraco e rápido. Anorexia, vômitos, diarréias, insuficiência renal crônica Choque 12-15% Sinais de choque, morte eminente. Queimaduras, hemorragias Tipos de Fluidoterapia Ringer lactato Solução fisiológica – Nacl 0,9% Ringer simples Solução glicosada 5% Soluções coloidais Soluções salinas Volume de reidratação (litros/dia) - % de desidratação x peso corporal (kg) Velocidade de administração Equipos macrogotas – 10 a 20 gotas por ml Equipos microgotas – 60 gotas por ml Fórmula – gotas/min = volume total de infusão x gotas/ml Tempo total de infusão
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