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INTRODUÇÃO Charles louis secondant, o barão de Montesquieu foi um dos mais importantes iluministas, este foi nascido em uma família aristocrática francesa, o qual defendeu a razão como guia das descobertas, fazendo criticas a monarquia vigente em seu país. Em suas pesquisas Montesquieu estudou e definiu três tipos de governo, os quais abordaremos dos mesmo a seguir. Uma das características de O Espírito das Leis é a ampla diversidade dos temas Tratados. Montesquieu escreve a obra com a pretensão de analisar as dimensões histórica, social e política das leis, investigando-as da forma mais ampla possível, tentando incorporar a obra as mais diferentes expressões das leis, dos usos e dos costumes dos povos da terra. Com isso o autor considera que a variedade das leis segundo os costumes diversificados dos povos não representa um problema, antes traduz a própria natureza dos costumes. Essa variedade pode ser explicada, considerando-se que as leis próprias de cada sociedade são causalmente determinadas. Sendo assim, caberia ao analista identificar as causas particulares das leis. A primeira parte da obra está onstituída pelos livros de I ao XIII - nela o autor constrói a sua análise acerca dos três tipos de governo. Essa parte é também traduzida como a sua teoria política. Três modalidades do governo As três modalidades de governo A república = democracia ou aristocracia Republica ( Democracia e Aristocracia) A monarquia O despotismo Sendo que o governo e feito por homens estas formas de governo seriam caracterizadas por um sentimento humano. Com isso sendo o Estado um ser juridicamente construído) correspondente ao tipo de governo; no caso da República seria a VIRTUDE; na Monarquia a HONRA e no Despotismo o MEDO. Capítulo II: Governo Republicano Democrático O autor considera Democrática Quando todo o povo, em uma república tem poder. Nela o povo e suas vontades (sufrágio) prevalecem por isso às vontades são tão importantes neste tipo de Governo. Quando apenas uma parte do povo tem o poder, é chamado Aristocracia. Na Democracia, o povo é sob muitos aspectos o Monarca, já que com os sufrágios, o povo expressa suas vontades, portanto , é importante estabelecer quem tem o direito de sufrágio. O exercício da democracia, ou seja, a atuação do povo como monarca passa pelos sufrágios, por meio dos quais a vontade do popular se expressa. Uma vez que na democracia, a vontade do soberano é o próprio soberano, as leis que estabelecem o direito de sufrágio são fundamentais (Livro II, cap. I, p.31). O patriotismo é a força que alimenta o regime democrático. Este torna a maior das ambições, o desejo de prestar á pátria serviços maiores que os outros cidadãos. Nas palavras do autor, ao nascer, o indivíduo contrai uma dívida com a pátria, a qual jamais poderá pagar (Livro V, cap.I, p.62 O povo que possui o poder soberano deve fazer por si mesmo tudo o que for capaz, e para o que não for, deve fazer por intermédio de seus ministros . É uma máxima fundamental da democracia que o povo nomeie seus ministros , isto é, seus magistrados. Assim como na monarquia, o povo tem a necessidade de ser guiado, ou conduzido, no caso da espécie de governo onde dentre os quais deve haver uma relação de confiança. É uma lei fundamental na democracia que só o povo institua as leis. Como não poderia ser diferente, um poder social tem seu centro de autoridade relacionado ao estabelecimento e á imposição das leis Capítulo III: O governo republicano aristocrático Aristocracia é uma forma de governo na qual o poder político é exercido por nobres, pessoas de confiança dos Monarcas, ou seja, esta forma de governo o poder se nos mais ricos, os quais segundo Montesquieu este demostra um sentimento de virtude o qual também não é absolutamente requerida. A virtude é tão necessária no governo popular quanto na aristocracia; muito embora, nesta ela não seja tão absolutamente requerida (Livro III, cap. IV, p.43). Dois dilemas são colocados no que concerne a comparação da aristocracia outra forma de república: a Primeiramente: a) aristocracia é possuidora de uma força que a democracia não tem: Os nobres formam um corpo que, por sua prerrogativa e interesse particular, reprime o povo: basta que existam leis para que, a esse respeito, sejam executadas (Livro III, cap. I, p.43). b) Depois, o corpo aristocrático experimenta um dilema quando as ocasiões requerem que os aristocratas reprimam a si mesmos. O lugar e o papel do povo na aristocracia é situado por Montesquieu como estado de prostração, ou seja, Estado de abatimento extremo, físico e psíquico, que se traduz por imobilidade total e ausência de reações às solicitações exteriores. Quando os nobres são muito numerosos é necessário um senado que regulamente os negócios que o corpo de nobres não poderia resolver e que prepare os quais ele resolve. Neste caso, podemos dizer que a existe democracia no corpo de nobres e que o povo nada é (Livro II, cap. III, p.34). Na aristocracia, muito mais que na democracia, pode haver a abertura para a concentração de poder nas mãos de um cidadão (nobre). Isto constituiria uma monarquia ou mais que uma monarquia, pois naquela a constituição limita o poder do monarca; já na república esse poder exorbitante leva a um abuso maior, pois as leis que não o proveram nada fizeram para limitá-lo (Livro II, cap. III, p. 34). A melhor e a pior aristocracia: Portanto, as famílias aristocráticas, na medida do possível, devem fazer parte do povo. Quanto mais uma aristocracia aproximar-se da democracia, tanto mais perfeita será ela; tornar-se-á menos perfeita á medida que se aproximar da monarquia (Livro II, cap. III, p.35). A mais imperfeita de todas é aquela em que a parte do povo que obedece permanece na escravidão civil dos que comandam, como na aristocracia da Polônia, em que os camponeses são escravos da nobreza ( Livro II, cap. III, p.35). A moderação é na aristocracia a virtude equivalente ao patriotismo na democracia: A moderação é, portanto a alma desses governos. Refiro-me á que se baseia sobre a virtude e não á que decorre de uma covardia e preguiça da alma ( Livro II, cap. III, p.43). O governo monárquico Capítulo IV: Governo Monárquico Monarquia é uma forma de governo em que um monarca (tal como um rei ou imperador) exerce a função chefe de Estado e mantém-se em tal cargo até a sua morte ou abdicação ou seja, ato jurídico pelo qual um soberano abandona o poder, esta forma de governação e regida pelo principio da honra de seus descendentes. Na monarquia não há espaço para o exercício plural do poder: o príncipe é a fonte de todo o poder político e civil (Livro II, cap.IV, p. 35). No entanto mesmo concentrando em si todo o poder político e civil, a monarquia não concede á pessoa que governa o direito de impor sua vontade sem o respaldo de leis previamente fixadas. Essa forma de governo deve ser exercida de acordo com as leis fundamentais (Livro II, cap.IV, p. 35). O poder monárquico, a despeito de exercido unilateralmente por um só governante, não poderá concretizar a administração política sem o apoio de forças auxiliares, aos quais Montesquieu denomina poderes intermediários, subordinados e dependentes. Entre os poderes intermediários possíveis, o mais natural e certamente o mais importante é o da nobreza (magistrados, conselheiros). Ela é parte da essência da monarquia: sem monarquia não há nobreza, sem nobreza não há monarca(Livro II, cap.IV, p. 35). Diferentemente do governo republicano, a monarquia falta-lhe virtude e sobra- lhe honra: Nas monarquias, a política manda fazer as grandes coisas com o mínimo de virtude possível (...) O Estado subsiste independentemente de amor pela pátria, do desejo da verdadeira glória, da renúncia a si mesmo, o sacrifício aos interesses mais caros e de todas estas virtudes heróicas que encontramos nos antigos e das quais ap enas ouvimos falar (Livro III, cap. V, p.43). A honra enquanto o sentimento político dominante no governo monárquico se explica pela própria natureza deste tipo de governo. A monarquia é um regime que supõe preeminências, categorias, distinções. Ela só sobrevive na medida em que consegue manter essas diferenciações. Capítulo V Governo despótico Despotismo é uma forma de governo na qual uma única entidade governa com poder absoluto. O poder se estabelece sempre a uma entidade individual. A principal característica do governo despótico é a administração política sem o amparo de leis constituídas e fundamentais. A vontade do governante déspota consiste na própria lei de maneira que a conduta política dos cidadãos converter-se-ia em submissão aos caprichos da vontade pessoal daquele que governa. Montesquieu caracteriza a natureza do exercício do poder despótico: Da natureza do poder despótico resulta que o único homem que o exerce. O faça também exercer por um só. Um homem cujos cinco sentidos dizem incessantemente que ele é tudo e os outros nada são, é naturalmente preguiçoso, ignorante e voluptuoso (Livro II, cap.V, p. 36). A instauração do despotismo está vinculada a anula-mento de todas as leis. Não havendo leis, não há garantias de direitos nem normas fundamentais da conduta dos indivíduos. A insegurança se torna um sentimento dominante, em razão da ausência de leis; (Livro III, cap.VIII, p. 45). Em um governo despótico todos os homens são iguais não porque sejam livres, mas porque todos são escravos. Por esta razão: A honra não constitui o princípio dos Estados despóticos; sendo todos os homens iguais não se podem antepor uns aos outros; sendo todos os homens escravos, ninguém pode antepor-se a coisa alguma (Livro III, cap.VIII, p. 45). A associação do despotismo com o medo: O medo é necessário num g overno despótico e o seu papel consiste em aniquilar qualquer probabilidade de revolução. O governante usa arbitrariamente o seu poder desregrado com a finalidade de inibir a coragem e extinguir o menor sentimento de ambição (Livro III, cap.VIII, pp. 45,46). Um outro aspecto, relacionado a associação do medo com o despotismo é a instrumentalização daquele para instauração da tranqüilidade. No entanto a paz aí buscada restringe-se ao silêncio (Livro III, cap.VIII, p. 45). Despotismo e religião. Sempre parece ter havido uma tendência da religião acomodar-se ou emprestar estatuto sagrado ao poder político dominante. No entanto para Montesquieu, nos Estados despóticos, a religião tem mais influência do que em qualquer outro: é um temor adicionado ao temor (Livro V, cap.XIV, p.72). Elaborado pelo: III grupo UEM/departamento de letras e ciências sociais: Maputo, agosto de 2019
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