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9º ano volume 1

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9o. ano
Volume 1
ooo
Geografia
Livro
didático Mundo globalizado 21
2
3
Demografia 22
Correntes migratórias 
na Europa, Ásia e 
Oceania 45
©Shutter
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29
1
Mundo globalizado 
“Vivemos em um mundo globalizado”. “Hoje temos o mundo a um clique de distância”. 
 Essas frases são muito comuns e surgem em diferentes contextos. Entre os elementos que facilitaram 
a globalização, estão os meios de comunicação e as redes sociais. Diante disso, responda:
A facilidade de acesso ao conhecimento sobre o mundo pode ajudar a reduzir as barreiras e os 
preconceitos culturais? Por quê?
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2
• Compreender algumas diferenças entre os termos “globalização” e “mundialização”.
• Compreender a integração cultural, econômica e política dos países.
• Analisar a ação das grandes corporações transnacionais no processo de globalização e mun-
dialização.
• Analisar as contradições dada globalização nas relações entre os países e entre os povos.
Objetivos
Pulsar Imagens/Rubens Chaves
É comum em livros e outros materiais escolares que cada área do conhecimento tenha 
um símbolo de referência. Basta pensar nos símbolos que se remetem à Química, à Biologia, 
à Matemática, entre outras ciências. A Geografia, muitas vezes, é representada com a imagem 
do globo terrestre ou de um planisfério do planeta. 
Essa associação do globo à 
Geografia é compreensível, não 
só pela referência à localização ou 
pela ideia do formato do planeta, 
mas também pelo fato de que o 
estudo dessa disciplina implica o 
conhecimento sobre as conexões 
entre os lugares e as sociedades, 
relacionados à globalização. 
Muito se fala em globalização. 
Mas, afinal, o que significa esse 
termo? A globalização pode ser 
entendida como a disseminação 
de hábitos e culturas pelo mun-
do e também como a ampliação 
das relações de interdependên-
cia econômica, comercial e polí-
tica entre os países. 
Neste capítulo, daremos 
ênfase ao estudo sobre o fe-
nômeno da globalização por 
meio de abordagens e análises 
distintas, mostrando, para isso, 
diferentes pontos de vista acer-
ca do tema. Trataremos ainda 
de outros termos análogos a 
esse, como “mundialização”. Es-
tudaremos também os conflitos 
internacionais, o terrorismo e as 
desigualdades entre os níveis de 
desenvolvimento dos países.
• Globo suspenso na sala de entrada do 
Museu do Amanhã, Rio de Janeiro, RJ, 
2017
3
Objetivos
Atividades
Como foi mencionado, a Geografia é geralmente simbolizada com a imagem de um mapa ou de um globo. 
No espaço abaixo, cole ou crie uma imagem diferente das quais está acostumado a ver e que, para você, simbo-
lize a Geografia e a globalização. No espaço apropriado, justifique a escolha da imagem. 
Desde os tempos das Grandes Navegações europeias, que expandiram os domínios de países desse conti-
nente sobre diversas nações do mundo (principalmente entre os séculos XV ao XVIII), muitas culturas, hábitos 
e conhecimentos de povos antes isolados ou que mantinham contato apenas regionalmente foram difundidos 
mundo afora. As culinárias orientais ou árabes, por exemplo, são famosas em países da América e da Europa. 
Inovações africanas também se encontram espalhadas pelos continentes, como o cultivo do café e diversas téc-
nicas agrícolas, além de grande influência sobre estilos musicais – inclusive alguns brasileiros, como o samba, 
o maracatu, entre outros.
A propagação de estilos musicais pelo mundo, aliás, é um exemplo de elementos das culturas de povos 
que rompem as fronteiras dos países. Nesse panorama, por exemplo, é possível encontrar desde aqueles que 
são mais ávidos por experimentar novas tendências até os mais conservadores, quem veem com certo receio 
tamanha difusão. Portanto, é possível perceber diferentes aspectos ligados à globalização: a perspectiva hu-
mana e heterogênea, voltada às pessoas e às sociedades, e o caráter econômico, voltado à relação comercial e 
econômica dos países. Em muitos casos, ambos estão, inclusive, interligados.
TextoImagem
9o. ano – Volume 14
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 transnacional: estrutura empresarial básica do capitalismo dominante nos países altamente industrializados. Caracteriza-se por 
desenvolver uma estratégia internacional a partir de uma base nacional, sob a coordenação de uma direção centralizada. [...] Conhecida também 
pela denominação de empresas internacionais [ou multinacionais], resultam da concentração do capital e da internacionalização da produção 
capitalista. [...]
Fonte: SANDRONI, Paulo. Dicionário de economia do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 580.
• Porto de Xangai, China, o maior do mundo 
em movimentação de contêineres, 2015
Visões sobre a globalização e a mundialização 
O termo “globalização”, palavra de origem inglesa que se refere ao contexto socioeconômico do mun-
do contemporâneo, nem sempre pode ser definido de maneira precisa. Isso acontece em virtude da 
grande variedade de fenômenos sociais, uns de ordem mais cultural e outros de ordem econômica, que 
costumam estar associados a essa denominação. 
Aspectos triviais de nosso cotidiano podem ser entendidos como expressão de um contexto mais 
amplo de globalização no qual estamos inseridos. Por exemplo: a disponibilidade de alimentos perecí-
veis em mercados espalhados a milhares de quilômetros dos locais de produção; ou a difusão, nos mais 
diversos países, de mercadorias produzidas de maneira padronizada por grandes empresas transnacio-
nais; assim como personalidades e produtos simbólicos dessas empresas divulgados nas mais diversas 
mídias, tanto virtuais (sites de internet e redes sociais, por exemplo) quanto as mais tradicionais (tele-
visão, rádio, revistas, jornais, etc.); ou, ainda, os rápidos fluxos financeiros que permitem a circulação de 
capitais financeiros por diferentes países e setores de atividade com grande agilidade. 
Entretanto, há outro termo, este de origem francesa, também muito utilizado, sobretudo por geó-
grafos, sociólogos e economistas daquele país, para designar o contexto socioeconômico contemporâ-
neo, traduzido como mundialização. Para alguns autores, esse termo contempla a análise econômica do 
mundo, sob uma perspectiva mais financeira (crédito bancário, bolsa de valores, etc.) do que simples-
mente a troca de mercadorias (importação e exportação) propriamente dita. Para outros, a padroniza-
ção e cada vez maior difusão de diversos elementos culturais, como certos alimentos, idiomas, artistas 
e estilos musicais, em contraposição à diversificação cultural proporcionada pela miscigenação desses 
elementos com outras expressões de origem local ou regional, é o que seria enfatizado por esse conceito. 
 Geografia 5
Os Jogos Olímpicos foram criados há muitos anos na Grécia, porém desde 1896 são reconhecidos como 
Jogos Olímpicos da Era Moderna ou simplesmente olimpíadas. São realizados a cada quatro anos em 
diferentes cidades pelo mundo. Em 2016, aconteceram pela primeira vez na América do Sul (no Brasil, na 
cidade do Rio de Janeiro). Os Jogos Olímpicos são um bom exemplo de uma celebração que congrega 
povos do mundo todo unidos pelo esporte. Independentemente das disputas, assume um caráter integra-
dor de diferentes culturas. Delegações de Camarões (abaixo, à esquerda) e Qatar (à direita) na cerimônia 
de abertura das olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, RJ.
De modo amplo, as denominações “globalização” e “mundialização” representam significados aproximados 
e, portanto, referem-se, com algumas variações, ao mesmo fenômeno geral, qual seja o contexto socioeconô-
mico e cultural do mundo contemporâneo. Vejamos a seguir, de modo mais específico, como esse contexto 
se insere no sistema capitalista em sua configuração atual, fortemente marcadapela ampliação dos meios de 
comunicação (direta ou indiretamente ligados à expansão no acesso à internet) e pelo aumento significativo 
dos modais de transportes.
Globalização como fase atual do capitalismo
Atualmente, intensificada pela globalização, a atividade econômica global é marcada pela atuação de em-
presas e investidores de diferentes partes do planeta com ampla capacidade de distribuição de seus investi-
mentos nos mais diversificados países e empresas locais. Isso acaba por expor as fragilidades econômicas de 
algumas economias, excessivamente suscetíveis ao fluxo volátil dos investimentos externos. 
Essa situação é fortemente influenciada 
por processos financeiros que ocorrem nas 
bolsas de valores espalhadas pelo mundo, a 
maior parte deles sendo feitos com base em 
comandos virtuais instantâneos realizados a 
longa distância. Esses acontecimentos diá-
rios, que geralmente consistem na compra e 
venda de ações que representam participa-
ção em empresas ou títulos que compõem 
parte da dívida dos governos nacionais, in-
terferem nas economias, moedas, no endivi-
damento dos países e no preço de produtos 
consumidos diariamente pela população. 
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• Negociadores de ações na NYSE (New York Stock Exchange) ou Bolsa de 
Valores de Nova Iorque, 2018.
Trata-se de uma das mais importantes bolsas de valores do mundo. Nela são 
negociadas ações das maiores empresas de diversos países.
 volátil: que muda com facilidade, inconstante, volúvel. 
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9o. ano – Volume 16
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• Os jipes têm sido importante meio de transporte em diversos locais, 
como no deserto de Sharjah, Emirados Árabes, 2007
É importante lembrar também o aumento do número de empresas transnacionais pelo mundo. Durante 
o século XX, principalmente após as Grandes Guerras Mundiais, intensificou-se a difusão de diferentes em-
presas com sedes em diversos países do mundo. Tais empresas se expandiram geograficamente, especial-
mente para os países em desenvolvimento, influenciando o processo de industrialização e também atuando 
nos setores primário e terciário. 
Em alguns casos, a presença do capital transnacional influenciou não apenas o desenvolvimento econômi-
co, mas também os hábitos de consumo da população, pois a intensificação do comércio coloca à disposição 
das pessoas uma infinidade de produtos, muitos deles de origem distante, que atraem a população e se tornam 
itens de consumo habitual. 
Ao oferecer diferentes produtos e ampliar a facilidade de acesso a eles, a globalização também provocou 
mudanças culturais. Um bom exemplo dessas influências global-local foram as mudanças culturais que ocor-
reram com os nômades beduínos que vivem na Arábia Saudita e outros países árabes. Tais povos, que por 
milhares de anos utilizavam os camelos como meio de transporte no deserto, passaram a utilizar automóveis 
para se locomover. Isso provocou uma sensível mudança em seus hábitos e costumes. Atualmente, os came-
los são mais usados para corridas e lazer. 
 1. Pesquise ao menos cinco empresas transnacionais, de diferentes setores, que atuam no Brasil. Em 
seguida, anote o nome e o país de origem ou sede de cada empresa.
Empresa País de origem ou sede
 2. Entre as empresas que você pesquisou, qual delas, em sua opinião, tem maior poder de influência e 
pode gerar mudanças de hábitos ou de consumo na população? Justifique sua resposta. 
 Geografia 7
À medida que o comércio global passou a se expandir aceleradamente, algumas mudanças nos sistemas 
de produção precisaram ser realizadas, o que fez com que a própria indústria se renovasse, desencadeando 
novas “revoluções industriais”. Essas novas revoluções foram influenciadas pela globalização, mas também fo-
ram igualmente responsáveis pela própria evolução da globalização. Ao longo dos anos, houve ao menos três 
revoluções industriais e uma quarta ainda em consolidação. Veja o quadro a seguir. 
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Conexão dos lugares 
A evolução dos meios de transporte e também a rapidez da comunicação são fatores que influenciaram di-
retamente na expansão da globalização. Os meios de transporte reduziram o tempo de deslocamento e acaba-
ram “encurtando” as distâncias, do mesmo modo a rapidez das comunicações aproximou ainda mais as pessoas, 
que podem se conectar rapidamente por meio de smartphones, tablets, computadores, entre outros, tudo isso 
facilitado pelas conexões da rede mundial de internet. 
9o. ano – Volume 18
Conexões
Atualmente a internet é um dos meios de comunicação mais utilizados no mundo. Apesar de ainda existi-
rem regiões com baixíssimo acesso à rede, como mostra o mapa a seguir, a facilidade e rapidez da internet fez 
com que ela se ampliasse rapidamente. 
Porcentagem da população usuária de internet (2016)
Fonte: THE WORLD BANK. Individuals using the Internet (% of population). Disponível em: <https://data.worldbank.org/indicator/IT.NET.USER.
ZS?view=map>. Acesso em: 26 abr. 2018. Adaptação.
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A história de criação da rede mundial de computadores se insere no contexto da Guerra Fria, 
época de rivalidade entre estadunidenses e soviéticos. Nesse período, os desenvolvimentos de 
tecnologias espaciais e também nos setores de comunicação eram de grande importância para 
os países.
Cartografar
Na página 1 do seu material de apoio consta um mapa sobre a inclusão digital no Brasil. Analise-o e 
responda às seguintes questões:
a) Qual a faixa percentual de pessoas com acesso à internet na unidade da federação em que você vive?
b) Qual(is) unidade(s) da federação se encontra(m) na faixa percentual mais elevada?
c) A inclusão digital pode ser usada como um indicador socioeconômico? Justifique sua resposta.
 Geografia 9
Principais sistemas de cabos submarinos de fibra óptica em atividade ou 
planejados e suas estações em terra (até abril 2015)
Fonte: TELEGEOGRAPHY. Submarine cable map. Disponível em: <http://www.submarinecablemap.com/>. Acesso em: 10 abr. 2018. Adaptação.
Apesar dos grandes avanços da internet e das transmissões via satélite, percebe-se que sua difusão não é 
geograficamente bem distribuída, como você pôde observar no mapa da página anterior. Sua expansão depen-
de da utilização de tecnologia de ponta, não sendo plena nem proporcional no mundo, como mostra o mapa a 
seguir, da distribuição dos principais cabos submarinos de fibra óptica de alta capacidade.
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Cartografar
Analise o mapa dos cabos submarinos e, em seguida, resolva as questões. 
a) Cite dois locais de maior concentração de cabos submarinos de internet. 
b) A opção cartográfica em centralizar o mapa no continente americano tem alguma relação com as 
informações do mapa? Justifique sua resposta.
9o. ano – Volume 110
Com a globalização, a conexão entre os lugares foi ampliada principalmente no que se refere às trocas co-
merciais. A China é o exemplo mais claro de como o comércio mundial se conectou e se expandiu.
No século XXI, a China tem despontado como principal motor econômico da globalização em razão de suas 
altas taxas de crescimento. Mesmo que sua economia tenha sofrido uma desaceleração nos últimos anos, ela 
ainda cresce mais de 6% ao ano, ritmo muito superior à média global. Por isso, produtos com a indicação made 
in China (“feito na China”, em português) têm se espalhado pelo mundo, inclusive no Brasil, um dos muitos 
países que têm nos chineses seusprincipais parceiros comerciais.
Em 2017, a China foi o país que mais vendeu e que mais comprou do Brasil, que teve, no ano citado, um 
superávit na relação comercial com a China. Observe o gráfico a seguir.
Fonte: MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS. Comex vis: países parceiros. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/
comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/comex-vis/frame-pais>. Acesso em: 11 abr. 2018.
Balança comercial: Brasil-China, em bilhões de dólares (2007-2017)
US$ 50 Bilhões
US$ 45 Bilhões
US$ 40 Bilhões
US$ 35 Bilhões
US$ 30 Bilhões
US$ 25 Bilhões
US$ 20 Bilhões
US$ 15 Bilhões
US$ 10 Bilhões
US$ 5 Bilhões
US$ 0
2007
US$ -5 Bilhões
2008 2009 2010 2011 2012
Ano
2013 2014 2015 2016 2017
Exportação Importação Saldo
A expansão do comércio internacional fez com que 
despontassem países e empresas com grandes poderes de 
influência, o que interfere em diversos acordos comerciais, 
seja em escala local, seja em escala global. 
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• Adesivo colado em produto 
fabricado na China
c) Quais fatores podem ajudar a explicar a menor concentração de cabos em alguns continentes?
 Geografia 11
Conexões
Glocalização 
Os avanços da globalização fizeram com que uma infinidade de produtos chegasse ao alcance de diferen-
tes pessoas em muitos lugares. Muitos hábitos e culturas foram invadidos por um efeito globalizante que não 
atendia às necessidades de grupos locais. A disseminação de produtos diferentes vindos de diversas partes do 
mundo acabava por não ser assimilada por certas sociedades, não adaptada a certos gostos ou modas. 
Por conta disso, muitas empresas de atuação global passaram a produzir mercadorias voltadas a atender 
demandas locais. Seria esse o efeito contrário à globalização? Ou um efeito do local sobre o global? 
Sabemos que a atuação das grandes empresas em mercados locais não é limitada, mas adaptada. Na reali-
dade, os hábitos locais ditam apenas um perfil mercadológico do consumidor. Esse perfil local é traçado tanto 
por fatores culturais quanto por condições geográficas e climáticas para poder melhor ofertar um produto ou 
serviço. Como exemplo, podemos citar as empresas de cosméticos ou de alimentos que, em muitos casos, 
oferecem produtos específicos para algumas regiões, atendendo aos hábitos e gostos da cultura local. Esse 
fenômeno é denominado por alguns analistas como glocalização. 
Que tal um refrescante picolé de taberebá, umbu ou outras frutas regionais, produzidos por uma grande 
empresa estrangeira? Dependendo da região brasileira em que você está, isso pode ser mais comum ou soar 
bem estranho, mas é um exemplo da glocalização. 
Atividades
 1. Pesquise e faça uma pequena lista com no máximo cinco itens que representem alimentos que são mais 
comuns em sua região.
 2. Entre os itens pesquisados, algum deles se difundiu como produto para outras regiões do Brasil ou do 
mundo? 
 3. A glocalização pode ser interpretada como um fenômeno contrário à globalização? Justifique sua 
resposta.
9o. ano – Volume 112
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Oportunidades e resistências à globalização 
As últimas décadas do século XX e as primeiras do século XXI parecem intensificar a integração global de 
maneira até então não experimentada pela humanidade. As facilidades de cooperação e interação entre pes-
soas distantes, mas com interesses comuns, ampliam as possibilidades de agir no mundo. 
Entretanto, nem sempre a intensificação das relações sociais, culturais e comerciais entre diferentes povos 
e modos de vida ocorre de forma harmônica. Isso tem resultado, em alguns casos, em preconceito, violência e, 
não raro, xenofobia.
Outra contradição inerente ao processo de globalização, que tem sido observada nas últimas décadas, cor-
responde ao aprofundamento das desigualdades socioeconômicas em escala mundial. Ainda que se observem 
melhorias nas condições de vida e nos indicadores sociais da maioria absoluta dos países e regiões do globo 
recentemente, aspectos como a concentração de renda e formação de bolsões de pobreza e exclusão ainda não 
foram enfrentados de maneira satisfatória pelo conjunto dos Estados e organizações internacionais. 
Oportunidades da globalização
Tente imaginar quantas coisas você já usou hoje que são provenientes de outros países, ou cujas empresas 
produtoras são originadas no exterior. Em seu dia a dia, você utiliza diferentes produtos e tem contato com 
mercadorias e marcas variadas, uma das características principais da globalização. Atualmente, temos contato 
com uma infinidade de mercadorias e algumas tecnologias provenientes das mais variadas partes do mundo, 
que tendem a melhorar a vida das pessoas. A própria expansão das trocas comerciais é benéfica ao ampliar a 
oferta de empregos na produção e comércio de mercadorias. A maior difusão das redes sociais, do acesso à 
música, aos hábitos alimentares de diversos povos, à moda e outros aspectos mais simbólicos do que materiais 
também são resultantes da globalização.
 xenofobia: pode ser compreendida como o medo ou aversão aos hábitos, à cultura e mesmo a pessoas estrangeiras que vivem em determinado 
país ou região. Em certos locais, a xenofobia está associada a diversas atitudes violentas praticadas por grupos radicais.
Papa a la huancaína, prato típico da 
culinária peruana globalizada.
As tecnologias permitiram maior acesso 
a às redes sociais e à música. 
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 Geografia 13
Fotoarena/Reuters/Giorgos Moutafis
Resistências e riscos ligados à globalização 
Ao mesmo tempo que a globalização permite trocas comerciais e culturais entre os diversos países, ela 
expõe problemas locais que atingem muitos lugares pelo globo. Isso porque nem todos os países participam 
desse processo da mesma forma e na mesma intensidade ou estão completamente integrados a ele. Dessa 
forma, avançam argumentos contrários à globalização, que questionam até que ponto trata-se, de fato, de um 
fenômeno integrador. Isso tem ocorrido com base em considerações críticas de que esse processo estaria, no 
fundo, voltado essencialmente à integração entre as principais potências econômicas mundiais. 
Barreiras 
Desde o início da Primeira Revolução Industrial, a evolução tecnológica tem sido amplamente assimilada 
nos setores de transportes e comunicação. A energia produzida em máquinas a vapor passou a ser utilizada 
para movimentar veículos e barcos, que conectaram lugares até então considerados distantes e isolados 
entre si. Hoje, mercadorias produzidas em diversas partes do planeta viajam milhares de quilômetros, atra-
vessando os oceanos em busca de mercados consumidores em pontos considerados remotos em meados 
do século passado.
Na obra A volta ao mundo em 
80 dias, do escritor francês Júlio 
Verne, escrita no século XIX, a tra-
vessia do Pacífico entre Yokoha-
ma (Japão) e São Francisco (EUA) 
a bordo de um navio a vapor era 
estimada em 21 dias. Atualmente, 
em um avião a jato, esse trajeto é 
percorrido em cerca de 10 horas. • Navio a vapor deixando o porto de Marselha, 
França, 1880
• Avião comercial decolando 
do aeroporto de Amsterdã, 
Países Baixos, 2016
Algumas pessoas têm viajado atualmente por longas distâncias, em condições muitas vezes 
precárias, deixando definitivamente seus locais de origem. Contudo, fazem isso não apenas em 
busca das vantagens que o mundo globalizado parece prometer, mas, também, para escapar 
de situações de conflitos internos ou ameaças políticas e religiosas. 
Glowimages/imagebroker/BAO ©Shutterstock/verzellenberg
• Barco de resgate presta auxílio a refugiados 
provenientes da Eritreia, na costa da Líbia, Mar 
Mediterrâneo,em 2016
14
Os fluxos migratórios têm levado alguns governos a adotar posturas contrárias à entrada de pessoas vindas 
de outros países, incluindo refugiados, como veremos com maior profundidade no terceiro capítulo. Exemplo 
disso são as diversas restrições para entradas de imigrantes, seja por meio de muros, cercas, seja por controles 
rígidos de entrada, como mostra o mapa a seguir:
Fonte: RADIO FREE EUROPE. Fencing off Europe. Disponível em: <https://www.rferl.org/a/fencing-off-europe/27562610.html>. Acesso em: 27 abr. 
2018. Adaptação.
Barreiras à entrada de imigrantes e refugiados na Europa (2015-início de 2016)
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 Geografia 15
Glowimages/AFP/Ruben SPRICH
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Movimentos antiglobalização 
Muitos dos movimentos que lutam contra o caráter 
seletivo da globalização são descritos como sendo “an-
tiglobalização”, ou seja, contrários a ela. É importante 
ter em mente, contudo, que boa parte dos movimen-
tos não se opõe exatamente ao fenômeno da globa-
lização, ou à maior integração econômica, cultural e 
tecnológica entre os povos, mas, sim, aos seus efeitos 
negativos, como a falta de inclusão ou o aumento da 
desigualdade socioeconômica que predomina em di-
versos países e regiões do globo. 
Em 2016, o total das exportações brasileiras foi 
de, aproximadamente, 186 bilhões de dólares. Cerca 
de 35 bilhões de dólares foram destinados à China, 
ou seja, 18,8% (quase um quinto das exportações). 
Os produtos comercializados com aquele país estão 
na base das nossas principais atividades econômicas. Imagine qual seria o efeito interno no Brasil se a 
China passasse por uma grave crise e reduzisse significativamente as importações brasileiras. Em países de 
economias menores, a dependência econômica ligada a poucos parceiros tem provocado impactos ainda 
maiores.
Mas os riscos e desafios ligados ao processo de globalização não são só econômicos. Como vimos, é 
preciso sempre considerar que, em muitos casos, a propagação de hábitos e culturas enfrenta resistências 
nacionalistas, o que gera tensão entre grupos sociais. Esse tipo de situação está associado, entre outros, ao 
preconceito e à xenofobia, voltados contra imigrantes de países mais pobres, entre outros grupos. 
• Movimentos sociais protestam contra o Fórum Econômico 
Mundial em Davos, também conhecido como Fórum de Da-
vos, na Suíça, em 2018 
• Mulheres protestam contra racismo segurando cartazes contra xenofobia e as políticas da 
União Europeia em relação aos refugiados e imigrantes, em Madri, Espanha. Foto de 2017
9o. ano – Volume 116
©Shutterstock/bmszealand
Terrorismo 
O terrorismo é a promoção de atos de violência com uso ilegítimo da força e que, além de causar vítimas 
fatais, gera um estado de medo na população. 
Essa prática vem sendo recorrente em casos de organizações que buscam diferentes objetivos, com propó-
sitos religiosos, políticos ou separatistas, causando a morte de pessoas que não estão diretamente associadas 
a suas causas. 
Uma das ações terroristas de maior repercussão internacional foram os ataques ocorridos nos Estados Uni-
dos em 11 de setembro de 2001, quando dois aviões de passageiros atingiram as torres gêmeas do World Trade 
Center, famoso complexo de edifícios em Nova Iorque, matando mais de três mil pessoas de diversas naciona-
lidades. No mesmo dia, um terceiro avião atingiu o Pentágono, principal núcleo militar do país, e um quarto 
foi abatido pelas forças armadas enquanto se dirigia, provavelmente, à capital nacional, Washington. O ato foi 
assumido pela organização terrorista Al-Qaeda, grupo fundamentalista religioso.
Além da Al-Qaeda, os principais grupos terroristas em 
atuação nos últimos anos são o ISIS, sigla em inglês para 
Estado Islâmico do Iraque e da Síria, que atua principal-
mente nesses dois países, embora esteja espalhado por 
vários outros na região do Oriente Médio e na África; o Al 
Shabab, que atua na Somália; e o Boko Haram, que atua 
principalmente na Nigéria.
O terrorismo ameaça não só a segurança nacional 
dos Estados, mas também coloca em risco a população. 
Por isso, muitos governos têm adotado ações de restri-
ção a determinadas liberdades individuais e de vigilância 
das pessoas, além de se aparelharem tecnologicamente 
por meio de monitoramento por imagens de satélite, 
telecomunicações, entre outros, para tentar evitar ações 
de grupos terroristas (bem como de indivíduos simpati-
zantes a eles) em seus países. 
Atividades
 1. Considerando o que você aprendeu sobre a globalização, leia os seguintes enunciados e faça o que se 
pede.
a) Mencione alguns aspectos positivos da globalização. 
b) Mencione alguns aspectos negativos da globalização.
• Escola atingida por bomba detonada por terroristas do Boko 
Haram em Kano, Nigéria, 2014. O grupo se opõe radicalmen-
te ao acesso das mulheres à educação 
 Geografia 17
 2. O geógrafo Milton Santos, reconhecido internacionalmente, fez importantes reflexões sobre a globali-
zação. Para ele, com a globalização foi possível o desenvolvimento de técnicas que conciliam diferentes 
conhecimentos, adquiridos ao longo da história, provenientes de diferentes partes. Contudo, quem de-
tém as técnicas mais avançadas no presente acaba exercendo maior influência sobre o outro. Em relação 
a essas reflexões e com base no que você já estudou, marque V para a(s) alternativa(s) verdadeira(s) e F 
para a(s) falsa(s), justificando os itens incorretos.
( ) As técnicas não surgem de modo isolado, elas são fruto de um processo histórico de desenvolvi-
mento da humanidade.
( ) A globalização pode ser considerada a única responsável pela limitação do desenvolvimento so-
cioeconômico.
( ) A globalização colaborou, de certa forma, para a aproximação e a integração de diferentes pessoas 
e saberes. 
( ) A globalização afastou o conhecimento, restringindo o desenvolvimento tecnológico a um único 
local no mundo.
( ) A ampliação do conhecimento também pode ser vista como um dos pontos positivos da globalização. 
 3. Que ações muitos governos estão tomando para combater o terrorismo?
Desafios da globalização 
Entre os diversos desafios que o mundo globalizado enfrenta, podem-se destacar a perda de certas tra-
dições culturais, como as ligadas ao próprio idioma, e a desigualdade socioeconômica, associada a grandes 
disparidades nos níveis de desenvolvimento.
De certa forma, a globalização aproxima as pessoas, seja por meio da comunicação, seja por meio das músi-
cas, dos aplicativos e das redes de relacionamento pessoal. Dessa maneira, culturas geograficamente distantes 
têm estado virtualmente próximas. Essa aproximação favorece a convivência de povos diferentes e expõe o lado 
pluriétnico do fenômeno. 
A globalização favoreceu a ampliação do conhecimento sobre povos e culturas que praticamente desapa-
receram em razão do contato com outras civilizações. Em alguns casos, a expressão “canibalismo cultural” tem 
sido empregada. Nesse sentido, uma cultura assimila a outra e alguns hábitos e costumes acabam desapare-
cendo. Entre as consequências dessa assimilação, está o desaparecimento de idiomas locais. De acordo com 
9o. ano – Volume 118
a Unesco, das mais de 6 000 línguas faladas em todo o mundo, mais de 2 500 correm o risco de desaparecer. 
Observe o mapa a seguir:
Fonte: NEXO. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/grafico/2018/02/05/Em-que-%C3%A1reas-do-mundo-h%C3%A1-l%C3%ADnguas-
amea%C3%A7adas-de-extin%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 27 abr. 2018. Adaptação.
Línguas em risco de extinção
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Das 6 mil línguas existentes no mundo, em breve quase metade poderá estar extinta, estima 
Unesco. Embora globalização seja um dos fatores negativos, internet pode ajudar na preservação. 
Portodo o mundo há idiomas ameaçados de extinção. Seja na Alemanha, onde o baixo-sórbio só 
é falado por 7 mil pessoas; ou na América do Norte, onde só 250 nativos ainda utilizam o cayu-
ga, sua língua materna. Na Austrália, o dalabon é preservado por apenas 11 pessoas – ou talvez 
menos, já que o último censo data de mais de dez anos.
[...]
Os linguistas têm diferentes explicações para o declínio de certos idiomas. “Um fator é, segu-
ramente, a globalização”, afirma Paul Trilsbeek, diretor do Arquivo Multimídia de Idiomas Amea-
çados do Instituto Max Planck de Psicolinguística, em Nimwegen, Holanda.
[...]
O fato de cada vez mais pessoas terem smartphones e acesso à internet se tornou um aliado 
nessa luta, aponta. “Desse modo, há também cada vez mais línguas indígenas online [...]. Isso 
também poderá ajudar a preservar as diferentes línguas.”
Conexões
GROTEFEIS, Sina. O fenômeno do desaparecimento de idiomas e suas explicações. Disponível em: < http://www.dw.com/pt-br/ 
o-fen%C3%B4meno-do-desaparecimento-de-idiomas-e-suas-explica%C3%A7%C3%B5es/a-37657535>. Acesso em: 27 abr. 2018.
 Geografia 19
Níveis de desenvolvimento 
A globalização está as-
sociada a um maior acesso 
da população do planeta 
à informação, tecnologia e 
saúde, entre outros fatores. 
Contudo, a desigualdade 
socioeconômica é um dos 
grandes desafios globais. 
Ela evidencia que países e 
indivíduos se encontram 
em diferentes níveis de 
desenvolvimento, não exa-
tamente adequados para 
que se tenha uma boa qua-
lidade de vida. O mapa ao 
lado mostra como a rique-
za (renda e bens) média da 
população dos países está 
distribuída.
Embora fique claro que os países cuja população possui maior renda tenham, por pressuposto, um melhor 
nível de desenvolvimento socioeconômico, mesmo entre eles um panorama desigual se faz presente. O gráfico 
abaixo (à esquerda) mostra que, entre diversos países desenvolvidos, a parte da renda nacional acumulada pelo 
1% mais rico da população tem aumentado nas últimas décadas.
De fato, uma das maiores preocupações e desafios mundiais é equilibrar a distribuição da riqueza da 
população mundial (abaixo, à direita), que evidencia o fato de que a maior parte da população do mundo 
se encontra no estrato mais baixo da riqueza.
Riqueza média da população (2014)
Fonte: CREDIT SUISSE RESEARCH INSTITUTE. Global wealth report 2014. Disponível em: <https://
publications.credit-suisse.com/tasks/render/file/?fileID=60931FDE-A2D2-F568-B041B58C5EA591A4>. Acesso 
em: 25 abr. 2018. Adaptação. 
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Porcentagem da renda nacional 
acumulada pelo 1% mais rico 
(1975-2015)
Fonte: THE WHITE HOUSE. Economic report of the president. jan. 2017. 
Disponível em: <https://obamawhitehouse.archives.gov/sites/default/
files/docs/2017_economic_report_of_president.pdf>. Acesso em: 25 abr. 
2018.
Pirâmide da disparidade de riqueza 
mundial (2014)
Fonte: CREDIT SUISSE RESEARCH INSTITUTE. Global wealth report 2014. 
Disponível em: <https://publications.credit-suisse.com/tasks/render/
file/?fileID=60931FDE-A2D2-F568-B041B58C5EA591A4>. Acesso em: 25 
abr. 2018. 
2015
5
10
15
20
Estados Unidos Reino Unido
Canadá França
Itália Japão
Alemanha
Porcentagem
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015
Faixa de riqueza 
(renda/bens)
Menos de 
10 000 dólares
Entre 10 000 e 
100 000 dólares
Entre 100 mil e 
1 milhão de dólares
Mais de 
1 milhão de dólares
porcentagem da população mundial
(0,7%)
(7,9%)
(21,5%)
(69,8%)
9o. ano – Volume 120
Hora de estudo
O trecho expõe fatos relacionados à globalização, em especial ligados à questão da expansão geográfica 
das atividades comerciais por empresas. Por que algumas empresas optam por produzir em diferentes 
países?
 4. Observe a charge ao lado, que faz referência 
ao atentado terrorista ocorrido em janeiro 
de 2015 em um periódico francês. Escreva 
sua interpretação do tema que está sendo 
abordado.
 1. Formule uma frase que reúna, de modo adequado, os termos relacionados a seguir:
Globalização – Cultura – Conflito – Comércio – Migrações
 2. O comércio internacional é muito importante para a economia de vários países. Nesse aspecto, mencio-
ne como a globalização pode ajudar e também como ela pode prejudicar a economia deles. 
 3. Analise o fragmento da música Disneylândia, da banda brasileira Titãs, e responda à questão a seguir:
FO
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M
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Disneylândia
Música hindu contrabandeada por ciganos 
Poloneses faz sucesso no interior da Bolívia [...]
Multinacionais japonesas instalam empresas 
Em Hong Kong e produzem com matéria-prima 
Brasileira para competir no mercado americano.
ANTUNES, Arnaldo. Disneylândia. Intérprete: Titãs. In: TITÃS. Titanomaquia. Rio de Janeiro: WEA, 
1993. 1 CD. Faixa 3.
21
2
A cidade de Istambul, na Turquia, encontra-se na divisa entre a Europa e a Ásia. Por sua localização, 
tem forte influência europeia e asiática. Responda à questão a seguir:
1. Fatores demográficos e culturais podem ser um critério para separar diferentes regiões? Justifique sua 
resposta.
Demografia
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A dispersão humana pelo mundo foi a causa da grande diversidade étnica que existe. Ao estudar a demografia, nos 
deparamos com uma enormidade de condições e características populacionais diferentes que se espalham pelo espaço 
geográfico. Algumas são determinantes e podem até ser usadas como parâmetro ou critério para definir diferentes regiões. 
22
geografia
Acabamos de analisar a globalização e suas 
diferentes faces e características. Como você 
deve se lembrar, trata-se de um fenômeno que 
intensificou a difusão de culturas pelo mundo. 
Estas, em muitos casos, são resultado de pro-
cessos históricos de adaptação de um povo ao 
território que lhe cabe e estão ligados a diver-
sos fatores. A demografia estuda a população 
e suas características e também a história de 
formação de um povo ou uma etnia. Tais carac-
terísticas e heranças culturais são decorrentes 
da sensação de pertencimento dos povos em 
relação aos territórios que ocupam, o que re-
mete à manifestação de poder sobre o espaço, 
de alguma forma apropriado por um povo. Para 
muitos povos, as migrações e a miscigenação também foram fatores determinantes para sua formação.
O contato entre diferentes povos foi, na maior parte dos casos, palco de conflitos, isso porque está dire-
tamente ligado à posse sobre um território e também à perda de sua identidade cultural. Desse modo, para 
compreender a integração mundial, é importante analisar fatos e situações peculiares dos diferentes povos.
Neste capítulo, vamos analisar as características das populações de três continentes: Europa, Ásia e 
Oceania. Estudaremos não só os aspectos demográficos relacionados à configuração e estrutura popula-
cionais como também os diferentes grupos étnicos, suas manifestações culturais e situações de tensão e 
conflitos provocados em áreas de fronteiras. Vamos lá!
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Uma das marcas mais curiosas dos antigos povos europeus é Stonehenge. O 
monumento de rochas está localizado em Salisbury, na região sul no Reino 
Unido, e estima-se que tenha mais de 5 000 anos. 
Em alguns casos, é possível perceber que a posse sobre um território geralmente ocorre em meio a con-
flitos, disputas ou ocupação de espaços. Um importante filósofo inglês chamado Thomas Hobbes (1588-
1679) afirmou que o conflito é inerente à própria natureza humana, de modo que a sociedade sempre 
buscaria a guerra por querer ou disputar elementos que, contraditoriamente, seriam necessários para ga-
rantir a vida.
 1. As ideias de Hobbes poderiam ser aplicadasa que tipos de disputas ou conflitos territoriais na atua-
lidade? Justifique sua resposta.
 2. Em sua opinião, que atitudes deveriam ser tomadas pelas sociedades com o intuito colaborar para a 
resolução de conflitos? Justifique sua resposta. 
23
Objetivos
• Compreender as características sociais e demográficas da Europa, Ásia e Oceania.
• Analisar as tensões e os conflitos nas fronteiras europeias, asiáticas e oceânicas.
• Compreender os fatores relacionados à regionalização e à divisão da Europa e da Ásia.
• Analisar o impacto das migrações na formação cultural de diversos grupos. 
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Aspectos demográficos da Europa 
O continente europeu abrange uma área de mais de 10 milhões de km². Embora geologicamente possa ser 
considerado uma península asiática, sua história e seu desenvolvimento socioeconômico o colocam em desta-
que no espaço geográfico mundial.
Europa: político
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32. Adaptação.
A condição atual da população europeia, no que se refere tanto aos laços culturais quanto às condições 
sociais e econômicas, é fruto de um longo processo histórico, mas também de eventos que ocorreram recente-
mente. Vamos estudar a configuração da população europeia, suas características sociais e econômicas.
O continente europeu apresenta a segunda maior densidade demográfica entre os continentes, com 
uma média de aproximadamente 75 habitantes por quilômetro quadrado. A população absoluta ultrapassa 
750 milhões de habitantes. 
Veja na tabela a seguir os países mais populosos e mais povoados do continente:
País População absoluta (milhões de habitantes, 2017) País
População relativa 
(hab./km²)
Alemanha 81 Mônaco 25 969
França 66,2 Vaticano 1 800
Reino Unido 63,7 Malta 1 346
Itália 61,7 San Marino 556
Fonte: UNITED NATIONS. World statistics pocketbook 2017 edition. Disponível em: <https://unstats.un.org/unsd/publications/pocketbook 
/files/world-stats-pocketbook-2017.pdf>. Acesso em: 11 dez. 2017.
9o. ano – Volume 124
Cartografar
 1. Identifique ao menos dois países com elevada densidade demográfica e dois países com baixa densidade 
demográfica no continente europeu.
 2. Compare o mapa de densidade demográfica com um mapa de climas e responda às questões a seguir:
a) Quais são os tipos de clima predominantes nas regiões de menor densidade demográfica do conti-
nente? 
b) É possível afirmar que o clima é um fator que pode interferir na distribuição da população? Justifique 
sua resposta. 
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 71. Adaptação.
Europa: densidade demográfica (2015)
O povoamento do continente apresenta características que podem ser explicadas, em parte, pela influência 
de diferentes elementos, entre eles aspectos naturais. Observe o mapa a seguir e compare-o ao mapa político 
da Europa, na página anterior. Em seguida, responda às questões.
 Geografia 25
Conforme mencionamos anteriormente, o continente europeu apresenta uma elevada população absoluta, 
bem como grande diversidade de idiomas e culturas em um território relativamente pequeno. 
Apesar da grande diversidade de idiomas que existem no continente, podemos destacar a existência de três 
principais grupos linguísticos, a partir dos quais vários idiomas se ramificaram:
• Latim – espanhol, português, francês, italiano e romeno (línguas faladas principalmente nos países do sul e 
oeste do continente).
• Germânico – alemão, holandês (neerlandês), inglês, entre outras (línguas faladas principalmente nos países 
do centro-norte). 
• Eslavo – russo, polonês, búlgaro, entre outros (línguas faladas comumente nos países do leste europeu). 
É possível perceber que existe uma regionalização feita pela própria manifestação e distribuição dos idiomas, 
os quais derivam da história de ocupação e formação dos territórios. Perceba como nós, americanos, em geral, 
manifestamos essa influência linguística em virtude de habitarmos um continente colonizado por europeus.
Alguns países adotam mais que um idioma oficial, como é o caso da Bélgica, que tem o alemão, o francês e 
o neerlandês como idiomas oficiais. Mesmo nesses países existem diferenças regionais e dialetos locais. 
Quando observarmos imagens de culturas locais tradicionais ou manifestações folclóricas dos países, talvez 
seja possível pensar que esse tradicionalismo está presente em todas as partes do mundo. De fato, na atualida-
de, grandes cidades se mostram muito mais pluriétnicas se comparadas com as cidades menores e mais rurais 
do continente, onde, por outro lado, as tradições culturais, em geral, e linguísticas, em particular, se encontram 
mais preservadas
Organize as ideias 
Analise o mapa conceitual a seguir e responda às questões propostas. 
a) Os grupos linguísticos europeus poderiam ser utilizados satisfatoriamente como critérios para a regio-
nalização do continente? Justifique sua resposta. 
b) Os grupos linguísticos podem ser compreendidos como uma herança cultural? Por quê? 
c) Além do idioma, cite ao menos outros dois elementos da cultura imaterial que podem ser considera-
dos como herança cultural.
Grupos 
linguísticos 
da Europa
Latim
Germânico
Eslavo
Sul 
Norte 
Leste
Itália 
Dinamarca
Polônia 
9o. ano – Volume 126
Envelhecimento da população do Velho Continente 
Como você deve imaginar, a população europeia, de modo geral, apresenta bons indicadores sociais e eco-
nômicos. A maior parte dos países apresenta IDH muito elevado, com alta taxa de alfabetização, longa expec-
tativa de vida e baixíssimos índices de mortalidade infantil. Observe a mapa a seguir. Ele mostra a média de 
expectativa de vida da população europeia.
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Fonte: WORLD BANK. Life expectancy at birth, total (years). Disponível em: https://data.worldbank.org/indicator/SP.DYN.LE00.IN?view=chart>. 
Acesso em: 23 abr. 2018. Adaptação.
De acordo com o Atlas Estatístico da Eurosat, a expectativa de vida atual dos europeus é de cerca de 
81 anos. Desde a segunda metade do século XX, a expectativa de vida no continente aumentou cerca de 10 
anos. No entanto, ainda é perceptível o contraste entre algumas regiões, como o leste europeu, que apresenta 
uma situação um pouco menos favorável. 
A melhoria dos indicadores sociais fez com que, gradativamente, a expectativa de vida aumentasse. Por 
outro lado, observa-se na Europa, de maneira geral, uma redução das taxas de natalidade, o que resultou na 
redução do crescimento da população do continente. A combinação desses fatores está diretamente ligada ao 
envelhecimento da população. 
Europa: expectativa de vida (2016)
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• Idosos conversam em parque na 
cidade de Roma, Itália, 2015
 Geografia 27
Europa: pirâmides etárias (1950, 2000 e 2050)
Fonte: UNITED NATIONS. World population ageing: 1950-2050. Disponível em: <http://www.un.org/esa/population/publications/
worldageing19502050/>. Acesso em: 28 abr. 2018.
Observe os gráficos da estrutura etária da Europa, de 1950, 2000 e de estimativa para 2050. Perceba que 
existe uma perceptível redução da população mais jovem (base da pirâmide), enquanto as camadas superiores 
(especialmente a partir de 60 anos) têm crescido proporcionalmente muito mais.
Fonte: COMISSÃO EUROPEIA. 
Agricultura: uma parceria 
entre a EC2 uropa e os 
agricultores. Disponível em: 
<https://publications.europa.
eu/pt/publication-detail/-/
publication/f08f5f20-ef62-
11e6-8a35-01aa75ed71a1>. 
Acesso em: 28 abr. 2018.
Distribuição etária dos agricultores europeus
Id
ad
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Homem80
60
40
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510 0 5 10
Mulher 80
60
40
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510 0 5 10
80
60
40
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5100 5 10
60+
0 - 59
1950 2000 2050
Porcentagem Porcentagem Porcentagem
65 anos ou mais
Entre 55 e 64 anos
Entre 45 e 54 anos
Entre 35 e 44 anos
Menos de 35 anos
31%
24,5%
23,5%
15%
6%
Embora decorra dos bons padões de vida alcançados, o envelhecimento da população europeia também 
tem algumas consequências negativas, como a tendência de redução da população, fato já verificado em alguns 
países. Além disso, o envelhecimento populacional está relacionado à queda da população economicamente 
ativa, o que resulta na falta de mão de obra e no aumento dos gastos dos governos com previdência social. 
O envelhecimento da população europeia vem causando certa preocupação também nas autoridades res-
ponsáveis por desenvolver os planos de desenvolvimento da agricultura. A média de idade dos trabalhadores 
rurais vem aumentando e o percentual de trabalhadores jovens está diminuindo, o que mostra que os mais 
jovens não estão se interessando por atividades voltadas ao espaço rural, mesmo em comunidades mais tradi-
cionais. Isso pode representar um problema no futuro, em razão da falta de produtores rurais. 
28
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Diante de tudo isso, essa tendência de aumento da expecta-
tiva de vida da população europeia fez com que alguns países 
adotassem reformas trabalhistas, com medidas para aumentar 
a idade mínima para aposentadoria, como forma de reduzir os 
gastos do governo com o setor previdenciário. 
Tais medidas, geralmente impopulares, causam revoltas e 
manifestações em diversos países, como as que ocorreram na 
França e na Grécia a partir de 2010.
Fatos semelhantes também desencadearam manifestações 
no Brasil em 2017. 
a) Quais fatores demográficos justificam a iniciativa dos governos de aumentar a idade para a aposenta-
doria? No caso da Grécia, que outros fatores estavam associados a essa iniciativa?
b) Uma situação semelhante a essa também ocorre no Brasil? Justifique sua resposta.
O GLOBO
8 junho 2016
Protestos nas ruas e greves marcaram o dia da 
votação no Parlamento grego, que aprovou um 
pacote de medidas de austeridade — que inclui a 
reforma da Previdência e aumento de impostos — 
em troca de mais recursos da União Europeia e do 
Fundo Monetário Internacional para socorrer o país. 
Manifestantes atiraram bombas contra a polícia, 
que revidou com gás lacrimogêneo. As medidas 
foram aprovadas por 153 votos a favor, frente a 
144 contrários. 
[...]
O projeto aprovado pelos parlamentares ontem 
[7 de junho de 2016] prevê medidas de austeridade 
que somam € 5,4 bilhões ou 3% do Produto Interno 
Bruto (PIB) do país. As mudanças incluem a reforma 
do sistema de aposentadorias e o aumento de 
impostos. As contribuições para a Previdência 
aumentarão consideravelmente, haverá cortes 
de benefícios mais elevados e será instaurada 
uma aposentadoria nacional de € 384 para quem 
trabalhou 20 anos.
EM DIA DE PROTESTOS, GRÉCIA APROVA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
EM DIA DE PROTESTOS, Grécia aprova reforma da Previdência. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/em-dia-de-protestos-grecia-
aprova-reforma-da-previdencia-19258926>. Acesso em: 28 abr. 2018. 
https://oglobo.globo.com/economia/em-dia-de-protestos-grecia-aprova-reforma-da-previdencia-19258926
• Manifestantes franceses protestam contra 
alterações na reforma trabalhista do país, 
na cidade de Nantes, 2016
 Geografia 29
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Aspectos demográficos da Ásia
A Ásia é o maior continente do planeta, com mais de 44,6 milhões de km² de extensão. Tamanha dimensão 
proporcionou grande diversidade de paisagens naturais, etnias e culturas. Como mencionamos na abertura 
deste capítulo, a própria divisão natural ou geológica entre a Europa e a Ásia é relativa; por vezes, ambos os 
continentes são simplesmente denominados Eurásia. 
Ao todo, no continente estão aproxima-
damente 60% de toda a população mundial 
(cerca de 4,4 bilhões de pessoas). Além disso, 
na Ásia estão os dois países mais populosos 
do mundo, China e Índia, que, juntos, têm 
cerca de 35% da população mundial. 
Apesar disso, a distribuição da população 
no território asiático é irregular. Existem no 
continente tanto regiões com elevada densi-
dade demográfica quanto com baixas taxas 
de povoamento. Isso se explica pela história 
de ocupação do território e também por fato-
res naturais, como a presença de montanhas 
e desertos, por exemplo. 
Lu
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32. Adaptação.
• Circulação de veículos e pessoas em Dacca, capital de Bangladesh. 
Foto de 2017
Ásia: político
9o. ano – Volume 130
 1. Analise o mapa de densidade demográfica do continente asiático, a seguir, e compare-o com o mapa 
político da página 30. Em seguida, informe qual região do continente asiático apresenta as mais elevadas 
densidades demográficas. 
 2. Qual fator po de ajudar a explicar a baixa densidade demográfica da Rússia?
 3. Quais países apresentam as maiores densidades demográficas?
 4. A região do Oriente Médio, que envolve a Arábia Saudita e alguns países em seu entorno, tem que faixa 
de densidade predominante?
Cartografar
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Ásia: densidade demográfica (2015)
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 71. Adaptação.
 Geografia 31
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Os obstáculos naturais impõem alguns empecilhos para a ocupação, mas, como sabemos, a humanidade 
desenvolve diversas adaptações para ocupar regiões que, muitas vezes, são desafios para a permanência e o 
povoamento. A Cordilheira do Himalaia, formação com as mais elevadas montanhas do mundo, é um bom 
exemplo disso. Mesmo diante dos desafios naturais para sua ocupação, ainda assim existem povos que, por 
tradição cultural, se adaptam e vivem em meio às grandes montanhas. Além das montanhas, as regiões áridas 
ou mesmo a Sibéria, na Rússia, são exemplos desses desafios para a permanência humana. 
Como é possível perceber nas imagens desta página, a atividade humana ao longo dos anos foi se adaptan-
do às condições naturais. Tais adaptações são um dos fatos que moldam e criam diferentes hábitos e culturas. 
Assim, as diferenças entre povos surgem também da maneira como se apropriam dos espaços geográficos. 
Algumas culturas asiáticas são diferentes em relação aos hábitos ocidentais, seja na forma como ocupam os 
espaços, seja por seus costumes e tradições.
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• Vila no Nepal, 2018
• Imagem aérea de vila pertencente à cidade 
de Noyabrsk, na Sibéria, Rússia, 2017 
• Vila com tendas denominadas Yurt, em estepe 
na Mongólia, 2017
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Diversidade cultural e étnica dos países asiáticos
A riqueza cultural asiática pode ser percebida não apenas nos maiores e mais populosos países, mas tam-
bém em pequenas nações, como o Butão.
Conexões
O Butão é um pequeno país com pouco mais de 38 mil km², 
situado entre a Índia e a China, em meio ao Himalaia. A altitude 
média é de mais de 2 200 m. O ponto mais alto é o Gangkar 
Puensum, com 7 570 metros. Mas o que mais chama a aten-
ção do mundo para esse pequeno país é o modo de vida da 
população.
O país estabeleceu uma política de índice de felicidade da 
população. Um rei praticamente adolescente estabeleceu, ain-
da na década de 1970, que o país e as autoridades deveriam se 
preocupar também com a satisfação e felicidade das pessoas. 
Por isso o Butão ficou conhecidopor algum tempo como o país 
com as pessoas mais felizes do mundo. A ONU achou a ideia 
válida e também incentivou os demais Estados membros a 
considerar o índice de felicidade da população como um com-
ponente dos indicadores sociais populacionais.
Mas como estabelecer um índice para a felicidade? Uma pessoa pode se sentir feliz sem, necessariamente, 
ter acesso a uma série de melhoramentos e avanços tecnológicos ou, até mesmo, certos luxos. O índice de feli-
cidade, contudo, é difícil de ser comparado entre países, porque depende de particularidades sociais e culturais 
de cada povo, como valores, crenças, entre outros. 
A religião budista é predominante no Butão, seguida pelo hinduísmo. No entanto, ao contrário do que se 
possa acreditar, existe muita pobreza, principalmente nas regiões rurais. A escravidão só foi proibida no país em 
meados do século XX. As próprias autoridades butanesas admitem que existem melhorias a fazer, mas afirmam 
que, nos últimos 30 anos, houve significativas melhoras no padrão de vida das pessoas, o que ajuda a explicar o 
índice de satisfação do povo butanês.
• Moradores de Thimphu, capital do Butão, cami-
nham pela cidade, 2017
• Mosteiro de Takshang, 
no Butão, 2015
 Geografia 3333
©Shutterstock/maoyunping
Como foi mencionado, China e Índia são os países mais populosos do mundo. Considerando tamanha im-
portância demográfica, vamos destacar, a seguir, alguns aspectos desses dois gigantes. 
População chinesa
Em 2017, a população chinesa era de 1,409 bilhão de habi-
tantes. Para se ter uma ideia, esse número corresponde a mais 
de seis vezes a população brasileira no mesmo ano. No entanto, 
seus habitantes não se encontram homogeneamente distribuí-
dos. A maior parte se concentra na costa leste, principalmen-
te nas proximidades de dois importantes rios chineses, o Rio 
Amarelo e o Rio Azul. A China é dividida em 22 províncias, algo 
semelhante às unidades da federação brasileiras. 
A província de Guangdong é a mais populosa do país, com 
mais de 100 milhões de habitantes. As principais e maiores cida-
des do país são Xangai, com mais de 23 milhões de habitantes 
e Pequim com população superior a 20 milhões de habitantes.
O governo chinês reconhece a existência de mais de 50 grupos étnicos no país, os quais correspondem a 
cerca de 7% da população. A grande maioria da população chinesa pertence à etnia Han, com 92% da popula-
ção. A segunda etnia chinesa mais numerosa é a Zhuang, com aproximadamente 1% da população. 
Nos últimos anos, políticas de controle da natalidade colaboraram para a redução da taxa de nascimento e, 
consequentemente, para a redução na velocidade de crescimento populacional chinês. A estrutura etária do 
país já mostra uma queda no número de crianças e também projeta queda na população de jovens, bem como 
aumento do número de idosos, como é possível perceber nas pirâmides etárias chinesas. Contudo, alguns ana-
listas afirmam que a política implantada pelo governo chinês tende a trazer mais problemas do que soluções. 
A política de controle da natalidade na China foi cercada de muitas dúvidas e polêmicas sobre como ela 
ocorria e quais seriam suas diversas implicações – não apenas para a demografia e economia da China, mas 
também para as condições de vida de sua própria população.
• Pessoas caminham em área comercial de Pe-
quim, capital da China, 2018
Homens MulheresIdade
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Milhões de habitantes
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China: pirâmides etárias (1982, 2000 e estimativa para 2050)
Fonte: INSTITUT NATIONAL D’ÉTUDES DÉMOGRAPHIQUES. China, a demographic giant with feet of clay. Disponível em: 
<https://www.ined.fr/en/everything_about_population/demographic-facts-sheets/focus-on/china/>. Acesso em: 28 abr. 2018.
9o. ano – Volume 134
©Shutterstock/jianbing Lee
Política do filho único na China
Oficializada em 1979, a política do filho único na China estabelecia que os casais que tivessem apenas um 
filho receberiam vantagens governamentais e até mesmo um certificado de honra. O objetivo do governo era 
frear o crescimento da população, temendo que um grande contingente populacional afetasse a economia. 
Durante alguns anos, tal política acabou estimulando a interrupção da gravidez de muitas mulheres, sob 
pena de perda dos benefícios concedidos pelo Estado. Mas havia exceções: os mais de 50 grupos étnicos mino-
ritários na China não eram obrigados a seguir essa norma, assim como as pessoas que viviam nas áreas rurais, 
principalmente aquelas que tivessem filhas. 
Tal política resultou em desequilíbrios populacionais, aumentou a proporção de homens na população do 
país e também acabou por provocar o envelhecimento da população nas regiões que tiveram pequenas taxas 
de nascimentos. 
Em áreas urbanas plenamente integradas ao capitalismo, mais especificamente em contingentes popula-
cionais mais abastados, a política era ignorada, pois os impactos 
associados à perda de benefícios não eram tão sentidos por esses 
grupos sociais.
Diante das mudanças na configuração populacional, do enve-
lhecimento da população e do crescimento econômico que a Chi-
na vivenciou, o governo optou por flexibilizar a norma. Em 2015, a 
política do filho único foi extinta no país. 
O fim da medida já produziu algumas mudanças. Porém, os 
anos de convivência com a norma, as mudanças de hábitos pro-
movidas pelo meio urbano, bem como uma série de outros fatores 
resultantes das grandes transformações pelas quais a China tem 
passado, ainda não permitem avaliar, com segurança, como será o 
comportamento demográfico do país. 
• Crianças em escola em Xingtai, China, 2016
Olhar geográfico
A regra do filho único na China esteve associada a com teorias demográficas, como as ideias malthusianas e 
principalmente as neomalthusianas.
 1. Faça uma pesquisa e registre quais eram as principais ideias das duas teorias e relacione-as com a política 
chinesa do filho único.
 2. Observe novamente as pirâmides etárias chinesas e, com base na atual projeção da pirâmide para 2050, 
analise benefícios que a China pode obter com o fim da política de filho único. 
 3. Em sua opinião, a implantação de políticas de controle da natalidade é positiva? Justifique sua resposta. 
 Geografia 35
 Índia: pirâmide etária (2016)
População indiana
A população indiana apresenta grande pluralidade cultural. Parte dessa riqueza deve-se, entre outros fatos, 
à diversidade de crenças e à religiosidade do povo indiano. Religiões como o hinduísmo, o budismo, o jainismo, 
o sikhismo são originárias da Índia. Cerca de 80% dos indianos seguem o hinduísmo.
A Índia tem a segunda maior população do mundo. Em 2017, o país apresentava 1,339 bilhão de habitantes, 
sendo superado apenas pela China. No entanto, nas últimas décadas a taxa de crescimento populacional india-
na é superior à taxa de crescimento da população chinesa, o que leva a crer que, em alguns anos, a população 
da Índia superará a população da China. Contudo, algumas regiões já apresentam baixa taxa de fecundidade 
(número de filhos por mulher em idade fértil), como mostra o mapa a seguir:
Fonte: CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY. The world factbook: India. 
Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/resources/
the-world-factbook/geos/in.html>. Acesso em: 28 abr. 2018.
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 Índia: taxa de fecundidade nas principais unidades administrativas (2012)
Fonte: ESTIMATES OF FERTILITY INDICATORS. Disponível 
em: <http://www.censusindia.gov.in/vital_statistics/SRS_
Report_2012/10_Chap_3_2012.pdf>. Acesso em: 28 abr. 2018. 
Adaptação.
Essa tendência fica evidente ao se analisar a 
pirâmide etária do país. Observe a largura da base, 
que mostra alta taxa de natalidade e, consequen-
temente, uma elevada população decrianças. 
Você pôde observar no mapa da página 31 
que a densidade demográfica indiana é elevada. 
As áreas de maior adensamento populacional na 
Índia estão localizadas ao longo do Rio Ganges, 
que atravessa o norte e nordeste do país. 
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Homens Mulheres
IdadeMilhões de habitantes
9o. ano – Volume 136
 1. Observe a tabela a seguir e, utilizando uma calculadora, informe a população relativa dos países 
mencionados.
País População absoluta (2017) Área (km²) População relativa (hab./km²)
China 1 409 517 000 9 600 000
Índia 1 339 180 000 3 287 263
Bangladesh 164 670 000 147 570
Singapura 5 709 000 719
Japão 127 484 000 377 930
Fonte: UNITED NATIONS. World statistics pocketbook 2017 edition. Disponível em: <https://unstats.un.org/unsd/publications/pocketbook/
files/world-stats-pocketbook-2017.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2018.
 2. Com as informações obtidas nos cálculos, elabore um gráfico de colunas da população relativa dos países
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China Índia Bangladesh Singapura Japão
Atividades
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Povos oceânicos
Talvez a grafia do título possa causar certa estra-
nheza, mas não está errada. Os habitantes da Oceania 
são denominados oceânicos e, como o próprio gen-
tílico indica, são povos com forte ligação com o mar, 
reflexo de um continente que apresenta muitas ilhas. 
A Oceania é conhecida como Novíssimo Continen-
te, pois a colonização pelos europeus é recente, con-
forme vamos estudar mais adiante. Assim como em 
outros locais, antes da colonização, as ilhas do conti-
nente – e também a Austrália – já eram habitadas há 
muitos anos por povos nativos. • Picton, cidade litorânea localizada na porção central da Nova 
Zelândia, 2017
O continente é o menos povoado e populoso de todos. Sua população total é de aproximadamente 
40 milhões de habitantes, menor que a população do estado de São Paulo. Os países mais populosos são a 
Austrália (24,4 milhões), a Papua Nova Guiné (8,2 milhões) e a Nova Zelândia (4,7 milhões). 
Mesmo com a maior população absoluta, a Austrália tem uma população relativa baixa, cerca de 3 hab./km². 
Nauru, pequeno país insular, tem cerca de 568 hab./km², a maior do continente, seguido por outro pequeno país 
insular chamado Tuvalu, com 373 hab./km². 
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Oceania: político
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32. Adaptação.
9o. ano – Volume 138
Apesar da importância, sobretudo cultural, dos povos das diversas ilhas da Oceania, sem dúvida Austrália e 
Nova Zelândia são os principais países do continente sob o ponto de vista econômico. Por esse motivo, vamos 
dar ênfase a algumas características demográficas desses dois países.
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Oceania: densidade demográfica (2015)
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 71. Adaptação.
 1. Observando o mapa político, quais seriam os três países de maior extensão da Oceania?
 2. Quais são as faixas de densidade demográfica da Austrália e da Nova Zelândia, respectivamente?
 3. Qual a densidade demográfica da Papua Nova Guiné? Esse país faz fronteira com um país localizado no 
continente asiático. Consulte as páginas 30 e 31 de seu livro e responda que país é esse e qual sua densi-
dade demográfica.
 4. No mapa político da Oceania na página anterior, localize Nauru, Tuvalu, Fiji, Tonga e Samoa. Faça um X 
sobre esses países e, em seguida, escreva os valores aproximados de suas coordenadas de longitude. Em 
seguida, analise os resultados obtidos.
Cartografar
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Aspectos demográficos da Austrália e da Nova Zelândia
A população australiana corresponde a mais da metade da população da Oceania. Tanto a Austrália como a 
Nova Zelândia estão entre os países que apesentam os melhores indicadores sociais do mundo, o que indica o 
excelente padrão de vida da população. Observe a pirâmide etária desses dois países.
• Sydney, Austrália, 2017
Como é possível perceber, a pirâmide etária dos países apresenta aspectos semelhantes, típicos de países 
com elevado desenvolvimento socioeconômico. Ambos têm registrado baixo crescimento populacional e ele-
vada expectativa de vida. 
A cidade de Sydney é o principal centro urbano australiano e tem mais de 5 milhões de habitantes. Camber-
ra é a capital e, em 2017, apresentava 422 mil habitantes.
Na Austrália, a maior parte da população se localiza nas regiões litorâneas do leste, sul e sudeste, mas tam-
bém há núcleos populacionais no sudoeste, na região da cidade de Perth.
Fonte: CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY. The world factbook: New 
Zealand. Disponível em: < https://www.cia.gov/library/publications/
resources/the-world-factbook/geos/nz.html >. Acesso em: 28 abr. 2018.
Austrália: pirâmide etária (2016)
Fonte: CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY. The world factbook: Australia. 
Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/resources/the-
world-factbook/geos/as.html>. Acesso em: 28 abr. 2018.
Nova Zelândia: pirâmide etária (2016)
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Homens Mulheres
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845 676 507 338 169 0 0 169 338 507 676 845
Homens Mulheres
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O interior australiano, chamado de outback, é muito pouco povoado em razão da exis-
tência de um grande deserto. Lá vivem poucos povos tradicionais e nativos aborígenes 
que, em maior ou menor medida, mantêm sua cultura tradicional.
Auckland é o principal centro urbano da Nova Zelândia e tem quase 1,5 milhão de habitantes. Nesse país, 
mais de 75% da população, incluindo os povos nativos maoris, vive na ilha do norte, onde estão as principais e 
maiores cidade (Auckland, Wellington – que é a capital do país e tem 389 mil habitantes – e Hamilton).
 1. Analise os gráficos da estrutura etária (pirâmide etária) da China, da Índia, da Austrália e da Nova Zelândia 
e, em seguida, assinale V para a(s) alternativa(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s), justificando os itens 
incorretos.
( ) A pirâmide da China projetada para 2050 mostra uma base larga, resultante do fim da política de 
filho único.
( ) A principal razão de as pirâmides da Índia e da Austrália serem praticamente idênticas diz respeito 
ao fato de que seus territórios são muito extensos. 
( ) Os gráficos da Austrália e da Nova Zelândia são semelhantes e diferem dos gráficos da China e da 
Índia; isso ocorre porque, entre outros fatores, os primeiros apresentam condições socioeconômi-
cas semelhantes entre si, mas significativamente diferentes das condições chinesa e indiana.
( ) O formato piramidal do gráfico indiano indica que o país ainda está com elevado crescimento na-
tural; já o formato com topo mais alargado da Austrália se remete à elevadaexpectativa de vida de 
sua população. 
Atividades
• Proximidades de Alice Springs, no centro da Austrália • Auckland, Nova Zelândia, 2017
 Geografia 41
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Aborígenes, papuas e maoris
Quando falamos em diferentes povos, logo podemos imaginar diversas formas de sociedades, com hábitos 
e costumes distintos. Como mencionamos antes, muitos desses costumes estão atrelados justamente às condi-
ções e peculiaridades dos locais onde tais sociedades se desenvolvem. Alguns ambientes oferecem condições 
severas, outros são mais propícios. Em ambos, nosso planeta registra marcas de povos com forte identidade e 
vínculo com seus lugares. Entre os povos oceânicos que se desenvolveram e formaram sociedades nas mais 
diversas e adversas situações, podemos destacar os aborígenes australianos, os papuas de Papua Nova Guiné e 
os maoris neozelandeses.
Os povos aborígenes vivem principalmente na Austrália, mas também são encontrados em al-
gumas ilhas próximas. Sua origem se deve, muito possivelmente, a grupos que migraram do con-
tinente asiático há cerca de 40 mil anos. Naquele período, algumas dessas ilhas eram ligadas por 
extensas faixas de terra, tal qual uma ponte entre a Austrália e seus vizinhos. Mas com a inundação 
dessas passagens, acabaram por adquirir características diferentes dos seus ancestrais, em virtude 
do isolamento a que foram submetidos. 
Tanto os papuas como os aborígenes tiveram, portanto, uma origem ancestral em comum. Mas os papuas 
se desenvolveram mais, em termos socioeconômicos, que seus primos vizinhos aborígenes. Uma das explica-
ções para isso está no fato de que os aborígenes se mantiveram por milênios como caçadores e coletores.
Os papuas praticavam a agricultura e a domesticação de animais, como porcos e galinhas, o que colaborou 
para a organização e aprimoramento técnico desses povos. As causas para a diferença no desenvolvimento 
entre os papuas e os aborígenes ainda são imprecisas, pois vários fatores podem ter atuado nessa diferenciação, 
como a variação climática das ilhas em contraposição à aridez predominante na Austrália, ou o tamanho ou 
mesmo as distâncias de outras sociedades da região, o que favorece o comércio, por um lado, e conflitos, por 
outro.
• Papuas em Papua Nova Guiné, 2011
42
 1. Possivelmente você já deve ter ouvido falar sobre bumerangue. 
Faça uma breve pesquisa a respeito desse objeto, que era utili-
zado, originalmente, como instrumento de caça.
 2. Faça um pequeno cartaz com imagens de diferentes tipos de 
bumerangues e algumas informações de sua pesquisa, com 
foco na Austrália e no povo aborígene. 
 3. Com auxílio de seu professor, pesquise sobre vídeos e tutoriais relativos a como fazer um bumerangue 
artesanal com materiais simples (potes plásticos, entre outros).
 4. Caso seja possível, procure uma área aberta no pátio do colégio e, sob orientação do professor, divirta-se 
arremessando seus bumerangues. 
Olhar geográfico
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Os maoris são outro povo de forte influência na Oceania, principalmente na Nova Zelândia. Como ocorre 
com muitos grupos nativos ao redor do planeta, os maoris já sofreram muitas perdas populacionais e territoriais 
e hoje se esforçam para manter suas tradições. Observe o mapa a seguir, que mostra as perdas territoriais desse 
povo. Embora a Nova Zelândia seja um país com grande preservação ambiental, é possível refletir que, com a 
colonização do país e as perdas territoriais maoris, naturalmente aumentaram as pressões sobre o ambiente 
físico-natural neozelandês.
O maori, idioma do povo homônimo, é uma das línguas austronésias. Esse grupo de línguas inclui uma vasta 
região, que abrange desde o sudeste asiático até grande parte das Ilhas da Oceania, seja da Polinésia, Microné-
sia, seja da Melanésia. 
Assim como os papuas, os maoris eram agricultores, habilidosos e com forte propensão à guerra. Em 
muitos casos, assimilaram facilmente povos rivais, como os morioris, que eram basicamente coletores e 
caçadores. 
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Maoris: perdas territoriais na Ilha Norte da Nova Zelândia (1860-2000)
Fonte: MINISTRY FOR CULTURE AND HERITAGE. Maori land loss, 1860-2000. Disponível em: <https://nzhistory.govt.nz/media/interactive/maori-
land-1860-2000>. Acesso em: 24 abr. 2018. Adaptação.
 Geografia 43
Hora de estudo
As imagens de satélite a seguir captaram algumas regiões do mundo à noite, em 2012. Observe-as e 
responda às questões. Caso necessite, consulte os mapas políticos das páginas 24, 30 e 38 de seu livro.
a) Imagens de satélites noturnas mostrando áreas iluminadas nos fornecem que tipo de informação?
b) Nesta imagem da Oceania, fica destacada parte da Austrália. 
Onde estão as áreas de maior luminosidade nesse país?
c) A imagem de satélite a seguir abrange uma considerável área de nosso planeta, com destaque para a 
península arábica, mais à esquerda, e a Índia, mais à direita. Também é possível observar um trecho da 
África, na extremidade esquerda, com uma iluminação que pa-
rece serpentear algo. O que seria isso?
d) Você estudou que Israel é um dos países com mais elevada densidade demográfica da Ásia. Localize-o 
no mapa e circule-o.
e) A Índia apresenta a segunda maior população mundial. Analise sua imagem e escreva sobre as regiões 
do país que apresentam maiores áreas luminosas.
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NASA/Robert Simmon
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3
A imagem mostra um grande grupo entrando na Hungria, com destino à Alemanha. 
a) Que fatores podem levar grandes contingentes a sair temporariamente ou permanentemente de um 
país?
b) Que benefícios uma nação pode obter com a vinda de pessoas de outros países? E que desafios pode 
enfrentar?
O momento internacional atual tem sido marcado por intensos fluxos migratórios. Nesse panorama, a postura dos países 
que recebem os imigrantes é diversa. A Alemanha, por exemplo, tem sido um dos países que mais acolhem imigrantes na 
Europa, embora internamente o governo sofra pressões em relação a essa abertura. 
O momento internacional atual tem sido marcado por intensos fluxos migratórios Nesse panorama a postura dos países
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Correntes 
migratórias na Europa, 
Ásia e Oceania 
• Refugiados com destino à Alemanha 
em estação de trem em Gyékényes, 
Hungria, 2015
45
• Compreender os principais fluxos migratórios mundiais e os locais de destino.
• Entender as diferenças conceituais entre migrantes e refugiados.
• Perceber contextos históricos ligados à questão da fome na dinâmica dos deslocamentos po-
pulacionais. 
• Analisar os deslocamentos populacionais por fronteiras, além das tensões e conflitos que os 
motivaram na Europa, na Ásia e na Oceania.
ObjetivosObjetivos
Atualmente, há uma forte pressão migratória em diversos locais do mundo. Nesse cenário estão inseridas 
situações de tensão entre nacionalistas e imigrantes.
A dificuldade para entrar em determinados países varia. Até mesmo turistas eventualmente passam por 
problemas com a concessão de vistos de entrada. Para os imigrantes e refugiados, os desafios são ainda 
maiores.
Neste capítulo, vamos analisar os principais aspectos referentes aos movimentos migratórios que ocorreram 
na Europa, na Ásia e na Oceania e também alguns dos processos históricos relacionados à colonização dessas 
regiões do planeta. 
Olhar geográfico
A imagem ao lado mostra a entrada do aeroporto de 
Praga, capital da República Tcheca. Uma seta indica a 
fila exclusiva, à direita, para os cidadãos da União Euro-
peia. À esquerda devem se direcionar os cidadãos dos 
demais países.
A concessão de vistos para a entrada em diferentes paí-
ses muda de acordo com os tratados internacionais

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