Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
II AGLOMERANTES Profa. Andréa Corrêa 1 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL I GNE 276 TURMAS 31A e 31B II SEMESTRE 2019 Conteúdo aglomerantes 1. CAL AÉREA 2. CAL HIDRÁULICA hidráulica, pozolânica e metalúrgica 3. GESSO 4. SAREE ou Cimento Magnesiano ou Sorel ou Magnésia sorel 5. KEENE 2 Cal - introdução história pinturas nas cavernas 1350 a. C. Pirâmides do Egito - assentamento e revestimento 800 a. C. Etruscos – argamassas em túmulos 600 a. C. Romanos Via Ápia 312 a. C. – 300 km CONCRETO ROMANO = CAL + AREIA + CASCALHO (30CM) 228 a. C. Muralha da China CAL + ARGILA + CLARA DE OVO CIMENTO POZOLÂNICO = CAL + MATERIAL VULCÂNICO + CASCALHO + ÁGUA 80 d. C. Coliseu de Roma 1549 Brasil 1ª. Mineração Cal 4 Calcário - do latim calx ou calcariu, “cal” são rochas formadas a partir do mineral calcita é uma rocha sedimentar com minerais compostos de + de 30% de carbonato de cálcio origem do carbonato: conchas ou fósseis e esqueletos origem O Brasil é o 6º. País no planeta com reservas naturais de calcário. CaCO3 Cal 5 aglomerante mineral simples resultante da “calcinação de rochas calcárias” obtenção Cal 6 aplicação Construção Civil em geral Construção de estradas Indústria Siderúrgica e Metalúrgica Indústria Química e Alimentícia Produção de Papel e Celulose Agricultura Preservação do Meio Ambiente Cal 7 fornos fornos de barranco descontínuo contínuo 3-4t/d 10t/d fornos verticais metálicos cuba simples múltiplas e fluxos paralelos 350t/d 500t/d forno rotativo 1000t/d CaCO3 CaO + CO2 100% 56% 44% 770kgCO2/t 8 ciclo da cal 1 3 2 4 900 C o CaCO3 + calor CaO + CO2 CAL VIVA CaO + hidratação Ca(OH)2 + calor CAL HIDRATADA Cal ciclo da cal 9 1.Cal conceitos 10 aglomerante mineral simples elemento “ativo” (reativo) que entra na composição de natas, pastas e argamassas Óxido de cálcio puro - indústria + impurezas (construção) sílicas, argilas, fosfatos, carbonato de magnésio, gipso, glauconita, fluorita, óxidos de ferro e magnésio, sulfetos, siderita, sulfato de ferro dolomita e matéria orgânica, entre outros. cal viva = cal virgem = óxido de cálcio (pedras ~10 a 20cm) aérea: cal hidratada (ordinária) hidráulica: cal hidráulica, cal pozolânica, cal metalúrgica Cal características 11 Composição: óxidos de cálcio e pequenas quantidades de impurezas como óxidos de magnésio, sílica, óxidos de ferro e óxidos de alumínio Processo de fabricação: extração da rocha e queima (calcinação) Produto da “queima”: cal viva ou virgem 1. Cal aérea ~ 850 à 1200 °C 12 Cal hidratada PLASTICIDADE elevada finura de seus grãos (ϕ =0,02mm) fluidez coesão (menor suscetibilidade à fissuração) retenção de água: melhora a qualidade das argamassas permite maiores deformações sem fissuração melhor aderência características 1. Cal aérea 13 hidratada cal gorda composta por no mínimo 75% de óxidos de cálcio (CaO) tem maior capacidade de sustentação da areia reação violenta na extinção ~ 400°C dá origem a misturas mais trabalháveis e “macias” rendimento de pasta > 1,82 cal magra ou dolomítica possui no mínimo 20% de óxidos de magnésio (MgO) reação + lenta na extinção rendimento de pasta < 1,82 1% a 5% de argila ou de outras impurezas 1. Cal aérea 14 cal Cal virgem CaO e MgO (NBR 6453) Cal hidratada Ca(OH)2 (NBR 7175) cal cálcica ≠ magnesiana ~ cal dolomítica MgO livre- resíduo %CaO + % MgO > 95% 1. Cal aérea extinção rápida extinção lenta fissuras 15 virgem e hidratada CV-E cal virgem especial CV-C cal virgem comum CV-P cal virgem em pedra 1. Cal aérea CH-I especial cal hidratada para argamassas de assentamento, reboco, revestimento, mistura asfáltica estabilização de solos, etc. CH-II cal hidratada CH-III cal hidratada A diferença é o grau de pureza. A produção da CH-III é mais econômica que a CH-I e isso reflete no produto, com presença ou não de material não calcinado e impurezas da rocha. NBR 7.175 16 CH I 1. Cal aérea Construção civil de alta definição teores de pureza e exigências superiores à atual Cal Hidratada do tipo III (CHIII), comumente encontrada no mercado. com granulometria micropulverizada e de grau de pureza superior ao exigido pela norma NBR, garante ao produto maior impermeabilidade à massa por ela incorporada. Este produto é recomendado para curtumes, construtoras empreiteiras e argamasseiras que exigem um padrão de qualidade e rendimento acima dos demais tipos de cal comercializados. 17 CH III 1. Cal aérea é uma cal dolomítica de alta qualidade atendendo aos requisitos técnicos da norma ABNT 7175. indicada para a preparação de diversos tipos de argamassas por sua ação como aglomerante e plastificante. além de propiciar plasticidade e liga, como outros aditivos para argamassa, a cal é a única com propriedades aglomerantes, trazendo maior resistência, aderência, elasticidade e economia para a argamassa. Forma de Armazenamento empilhamento máximo 16 sacos armazenar em local seco e arejado armazenar sobre estrados de madeira (paletes) ou lona plástica evitar contato direto com a água 18 cal hidratada produto seco na forma de um pó ou flocos branco de elevada finura embalagem: sacos de 20 Kg vantagens da cal hidratada x cal virgem maior facilidade de manuseio, produto pronto, eliminando a operação de extinção maior facilidade de transporte e armazenamento resistência das argamassas de cal traço 1 : 3 volume aos 28 dias 0,2-0,5 MPa para tração 1-3 MPa para compressão A resistência pode ser aumentada adição cimento portland nas misturas argamassas mistas 1. Cal aérea peso específico da cal hidratada em pó 640 kg/m³ 19 aplicações Argamassa assentamento de alvenarias, revestimentos, etc. Tinta pinturas à base de cal - nata ou caiação ~ 1,3 g/l Tijolos sílico-calcário, cal-escória, concreto celular, solo-cal, compósitos, BTCs, blocos sílico/calcário Estabilizador de Solos base e sub-base de pavimentos rodoviários Aditivo Melhora as propriedades das misturas asfálticas para pavimentação Consumo Médio em pequenas construções: 1,1 sacos de cal/m² de construção 22 kg/m² de área construída (ABPC) Cal hidratada 20 2. Cal hidráulica I. Cal hidráulica CaO* II. Cal pozolânica Ca (OH)2 + cinza vulcânica III. Cal metalúrgica Ca (OH)2 + escória de alto forno 21 2. Cal Hidráulica cal hidráulica composição variadaobtenção: calcinação + materiais argilosos pega lenta não é apropriado para construções sob a água uso em assentamentos de alvenarias Casa da música Secil - cidade do Porto Portugal 22 Cal Hidráulica Natural (NHL) Ca(OH)2 + silicatos de cálcio + aluminatos de cálcio propriedade de ganhar “liga” e endurecer debaixo de água o Ca(OH)2 reage com o CO2 atmosférico e endurece Sequeira, A. C. cristina@secilmartinganca.pt Frade, D dinafrade@secilmartinganca.pt Goncalves, P. paulogoncalves@secilmartinganca.pt 2. Cal hidráulica 23 restauração como ligante de argamassas rebocos argamassas de assentamento enchimentos e acabamentos maior untuosidade e plasticidade redução da fissuração - adesividade e baixa retração maior tempo de trabalho para o operador – pega lenta menor retração e menor resistência que o cimento rendimento muito bom 100 litros de cal 300 litros de cal em pasta aplicação pré-fabricação de artefatos de cimento como ligante complementar usada como filler nos pavimentos betuminosos, melhora a resistência à penetração das águas, a consistência e a resistência à fissuração recente: estabilizador de solos argilosos e úmidos diminui o índice de plasticidade e melhora a compactação maior índice CBR (California Bearing Ratio – índice compacidade de suporte 2. Cal Hidráulica 24 cal pozolânica cal hidratada 25% a 45% + “cinzas” endurece sob a água produto composto de cal hidratada e leucofilito* maior resistência a meios agressivos redução das reações expansivas *não deve ser usada para pintura uso em restauração *O leucofilito é um mineral constituído basicamente por sílica (SIO2) e alumina (Al2O3) que combinado com a cal hidratada Ca(OH)2 na presença de água atua como aglomerante. Suas propriedades características derivam da Sílica Ativa Ensaios e laudos “Estudo comparativo de argamassas mistas e argamassas com cimento e filito alterado” : agosto/1996 – IPT, Escola Politécnica/USP Depto de Engenharia de Construção Civil, ABPC 2. Cal Hidráulica 25 cal pozolânica é uma das substancias químicas mais importantes quando queremos deixar o concreto mais resistente e durável a sílica ativa é um co-produto do silicone* dióxido de silício SiO2 muito fino resistências superiores a 100MPa protege o aço da corrosão uso em locais que requerem altas resistências estruturais e à abrasão *Silicones são compostos quimicamente inertes, inodoros, insípidos e incolores, resistentes à decomposição pelo calor, água ou agentes oxidantes, além de serem bons isolantes elétricos. Podem ser sintetizados em grande variedade de formas com inúmeras aplicações práticas, por exemplo, como agentes de polimento, vedação, proteção, impermeabilizantes, lubrificantes... sílica ativa = microsílica 2. Cal Hidráulica 26 cal metalúrgica cal hidratada 25% a 45% + escória de alto forno* finamente pulverizada 1: 2 a 4 Normalizado na França uso em assentamento de alvenaria não existe no mercado brasileiro material de cor cinza com boas propriedades plásticas e trabalhabilidade resistência de argamassa magra aplicada na produção de argamassa para assentamento e revestimento Benefício: é consumo de rejeito de indústria destinação correta diminui o passivo ambiental das indústrias metalúrgicas não é normalizado no BRASIL predominância do uso do cimento na França ela é normalizada e usada para revestimento interno custo muito baixo * Pozolana artificial 2. Cal Hidráulica 27 3. Gesso conceitos e origem CaSO4 + 2H2O GIPSO aglomerante aéreo simples pó branco de elevada finura Origem: rocha natural gipsita (gipso-sulfato de cálcio dihidratado) No Brasil, o gesso é um material relativamente escasso, sendo pouco empregado como aglomerante e mais utilizado em fins ornamentais. 28 3. Gesso NBRs Gesso para construção – ABNT. NBR 12127 Determinação das propriedades físicas do pó. RJ 1991 NBR 12128 Determinação das propriedades físicas da pasta. RJ 1991 NBR 12129 Determinação das propriedades mecânicas. RJ 1991 29 conceitos e origem CaSO4 + 2H2O GIPSO aglomerante aéreo simples pó branco de elevada finura com estrutura cristalina impurezas até 6% (silica, alumina, óxido de ferro, carbonatos de cálcio e de magnésio) Origem rocha natural gipsita (gipso-sulfato de cálcio dihidratado) No Brasil, o gesso é um material relativamente escasso, sendo pouco empregado como aglomerante e mais utilizado em fins ornamentais. Imagem MEV(5000x) de pasta de gesso 3. Gesso 30 fabricação Etapas extração da rocha processos de trituração queima ou calcinação em 100 a 300ºC feito em fornos rotativos gesso com desprendimento de vapor d’água Pasta: para o amassamento do gesso usa-se 50 a 70% de água resistência da pasta à compressão entre 5 e 15 MPa 3. Gesso 31 fabricação Freitas Jr., J. A. UFP 3. Gesso 32 “pega” tempo de pega rápido 15 a 20 minutos elevação de temperatura reação exotérmica a temperatura da água é aceleradora da pega a maior quantidade de água é retardadora de pega + temperatura da água reação rápida + quantidade de água reações lentas + água + porosidade - resistência 3. Gesso 33 características boa aderência a tijolos, pedra e ferro (risco de corrosão) não possui boa aderência a superfícies de madeira confere considerável resistência ao fogo, porque no caso de incêndio muitas calorias são despendidas em sua desidratação corrosão em chapas de aço Atacado por fungos e bactérias “sulfatófagos” 3. Gesso 34 características pastas endurecidas de gesso tem excelentes propriedades de isolamento térmico e acústico impermeabilidade do ar baixa resistência em presença da água hidrosolúvel e baixa inércia térmica elevada movimentação higrotérmica resistência da pasta à compressão entre 5 e 15 MPa 3. Gesso 35 aplicação vedação em ambientes internos estética em adornos decorativos uso em interiores como recobrimento de paredes e forros gesso acartonado – placas de paredes leves (dry wall) embalagem em sacos: 1kg 20 kg 40 kg 50kg 3. Gesso 36 aplicação dry wall em forros, divisórias, acabamentos em alvenaria bruta ou em mal estado, ou para melhorar os índices de vedações térmicos ou acústicos do ambiente material de acabamento para obtenção de superfícies lisas substitui a massa corrida e a massa fina utilizado puro + água ou em misturas com areias em argamassas 3. Gesso 37 aplicação Dry wall Chapas fabricadas por processo de laminação contínua de uma mistura de gesso, água e aditivos entre duas lâminas de cartão. NBR 14715:2001, NBR 14716:2001 e NBR 14717:2001 3. Gesso 38 4. SAREE Cimento Magnesiano ou Cimento Sorel ou Magnésia Sorel desenvolvido em 1867 pelo francês Stanislas Sorel aglomerante muito resistente obtido pela reação do óxido de magnésio com o cloreto de magnésio a magnésia apresenta-se em sacos e o cloreto em vidros adicionam-se serragem, mármore moído e a magnésia após a solução de cloreto a argamassa endurece em algumashoras resistência mecânica = cimento portland baixa alcalinidade substituição total do cimento Portland na composição do fibrocimento -engenheiro Carlos Gomes, USP atinge resistência final com 40 min de cura processo de fabricação mais limpo e mais rápido 39 aglomerante muito resistente obtido pela reação do óxido de magnésio com o cloreto de magnésio a magnésia apresenta-se em sacos e o cloreto em vidros adicionam-se serragem, mármore moído, etc, e a magnésia, após a solução de cloreto a argamassa endurece em algumas horas tem resistência mecânica = cimento portland 4. SAREE 40 aplicação pisos, paredes e placas de revestimento principais desafios instabilidade em presença de água fissuração produção de pó aumento de volume sem causas bem definidas John Harrison com um bloco de cimento ecológico Fonte:www.recriarcomvoce.com.br resistência mecânica do concreto com cimento sorel resistência à compressão: 22,5 MPa resistência à flexão: 3 a 6 MPa 4. SAREE 41 aplicação pisos, paredes e placas de revestimento principais desvantagens instabilidade em presença de água fissuração produção de pó aumento de volume sem causas bem definidas resistência mecânica do concreto com cimento sorel resistência à compressão: 22,5 MPa resistência à flexão: 3 a 6 MPa 4. SAREE 42 5. Keene gesso de acabamento Fabricação calcinação de gipsita muito pura com imersão em solução de 10% de alúmen* recalcinação e moagem *sulfato duplo de alumínio e potássio KAl(SO4)2
Compartilhar