Buscar

UMA BREVE HISTORIA DA MAQUIAGEM

Prévia do material em texto

O Surgimento da Maquiagem
No período paleolítico o homem começa a se reunir em grupos, fixando-se na terra, ficando mais sedentário e com isso surgem os primeiros sinais de vaidade. São formadas organizações que geram diferentes hierarquias, os chefes enfeitavam-se com garras e dentes de animais ferozes, os feiticeiros e curandeiros, adornavam o corpo com pinturas. Com a evolução do homem surgem as primeiras pinturas de guerras, mais tarde surge na mesopotâmia produtos de maquiagem a base de carvão para os olhos, hena e outros resíduos elaborados com produtos naturais. 
Os mais antigos indícios achados por arqueólogos datam do Egito Antigo, por volta de 3000 antes de Cristo que foram registrados os primeiros testemunhos do uso de cosméticos. Os faraós tinham nas perucas coloridas formas de distinção social e consideravam a maquilagem dos olhos ponto de destaque fundamental para evitar olhar diretamente para Rá, o deus sol. As misturas de metais pesados davam o tom esverdeado para impregnar e proteger as pálpebras dos nobres. É também com a civilização egípcia que surge a distinção: "Mulher de pele clara" e "Homem de pele escura". Cleópatra bem representou o ideal de beleza daqueles tempos. Carismática e poderosa, Cleópatra imortalizou seu tratamento banhando-se em leite, cobrindo as faces com argila e maquilando seus olhos com pó de khol - um pigmento preto ainda hoje usado como sombra – isto é, para sublinhar o contorno dos olhos e escurecer cílios e sobrancelhas.
Esse e outros antepassados da maquiagem também seriam desenvolvidos milênios mais tarde na Europa, tanto na Grécia como na Roma antigas, onde embelezavam não apenas as mulheres, mas igualmente os homens. Após a queda do Império Romano (no século V d.C.), porém, o uso desses produtos foi praticamente abandonado na maior parte do continente europeu e, durante toda a Idade Média, o pensamento religioso falou mais alto que a vaidade. A maquiagem só ressurgiria com força a partir do século XV, quando a Itália e a França se tornaram os principais fabricantes de produtos de beleza.
Nessa época, o uso de maquiagem era privilégio de reis, cortesãos e aristocratas, que apreciavam principalmente o pó-de-arroz e pomadas coloridas que serviam para pintar os lábios. Somente no século XVIII é que tais artefatos começaram a se popularizar, mesmo não sendo bem aceitos em todos os países. Na Inglaterra, por exemplo, mulheres mais conservadoras evitavam usá-los por considerá-los vulgares e associá-los a costumes pouco respeitáveis. Esse preconceito inglês – compartilhado também pelos americanos – só acabaria no início da década de 1920, que deu o impulso que faltava para a maquiagem se transformar em mania mundial.
A pele clara e translucida era uma obsessão entre as mulheres desde os mais remotos tempos; relatos na história exemplificam a utilização de banhos de leite de jumenta por Pompéia e as romanas abastadas, bem como diversos tipos de máscaras feitas com farinha de favas, miolo de pão diluídos em leite ou misturas de giz, pasta de vinagre e clara de ovos. A deusa Vênus, símbolo máximo da beleza, inspirou as mulheres do período da Renascença italiana a atitudes extremas como maquiar as veias da testa e corpo de azul, utilizar poções e formulações mágicas de um suposto livro de Psyché que indicava o uso do alvaiade (pigmento branco conhecido desde a antiguidade, é um carbonato básico de chumbo de composição indefinida), para aplacar os efeitos, à noite as mulheres nobres utilizavam emplasto de vitelo crú embebido em leite no rosto. 
Aproximadamente em 150AC o físico Galeno criou o primeiro creme facial do mundo, adicionando água à cera de abelha e óleo de oliva. 
A busca pela beleza permeou todas as culturas e acabou atraindo a censura da igreja. Os líderes religiosos expressaram indignação contra o uso de artifícios coloridos; consideram os mesmo como atiçadores da juventude, fomentadores da luxúria e símbolos de uma alma impura. Comparava o uso de cosméticos ao ato de bruxaria. 
A maquiagem facial ou corporal eram indicativos de status e diferenciação entre os povos e suas hierarquias, como os índios que se pintam por diversos motivos: para não serem confundidos na mata com a vegetação, para guerra, para comemorações e homenagens aos seus deuses, não há na história a indicação do período que os índios começaram a utilizar maquiagem/pintura. 
Três dos principais produtos de beleza já existiam na Antiguidade
Sombra
A mais antiga das maquiagens era usada pelos egípcios milênios antes de Cristo, conhecida como kohl. Fragmentos desse pó escuro – uma mistura do mineral malaquita com carvão e cinzas -, que servia para realçar os olhos, foram encontrados em vasos nas tumbas de Menes, faraó da primeira dinastia egípcia, de cerca de 3000 a.C.
Rouge
Pode ter sido na Grécia Antiga que surgiu o primeiro antepassado do rouge. Segundo relatos do dramaturgo Aristófanes, na Atenas do século V a.C. as mulheres já utilizavam matérias-primas como gordura e tinta vermelha para produzir esse tipo de efeito corado nas faces. A tintura era obtida de raízes vegetais
Batom
Também na Roma Antiga, as mulheres misturavam ingredientes como papa de cevada, chifre de veado moído, mel e salitre para produzir pastas à base de gordura que eram aplicadas nos lábios, como um batom primitivo. Mas, nessa época, isso servia mais para proteger os lábios do ressecamento do que para embelezá-los
Minérios, argila e fuligem davam os tons da maquiagem primitiva
Vermelho
Na Antiguidade, maquiagens com esse tom continham óxido de ferro, tirado de rochas moídas
Preto
A cor vinha de compostos contendo elementos básicos, como carvão, cinzas e fuligem
Verde
Era obtido a partir de um minério de cobre chamado malaquita, que tem coloração esverdeada
Amarelo e ocre
A principal matéria-prima usada para produzir esses tons era a argila
Vejamos em ordem cronológica:
• 1920: Surge o batom de bastão; 
• 1930: Olhos marcantes e sobrancelhas finas ou depiladas e desenhadas com o lápis; 
• 1940: Batom vermelho e lábios bem contornados; 
• 1950: Palidez da pele ficava por conta do pó de arroz e se usava boca vermelha; 
• 1960: Pele e olhos apagados chamando a atenção para os olhos marcados pelo delineador; 
• 1970: Sombras coloridas como verde, rosa e azul e cílios longos e separados; 
• 1980: Boca vermelha, uso do blush cor tijolo e sombra azul; 
• 1990: Maquiagem minimalista, neutra, realçando apenas os traços bonitos; 
• 2000: Maquiagem /praticidade este era o lema; 
• 2010... Pele cuidada. Você é livre para escolher a maquiagem que combina com seu estilo, seja ele qual for.
A HISTÓRIA de Max Factor
Maksymilian Faktorowicz (15 de setembro de 1877 - 30 de agosto de 1938) também conhecido como Max Factor , era um empresário polonês , esteticista, empresário e inventor. de ascendência polaco-judaica , nasceu em Zduńska Wola , Congresso da Polónia . 
Factor, por sua vez, entrou para a história como o pai da maquiagem moderna e o criador de produtos indispensáveis na nécessaire de qualquer mulher, como o rímel, a sombra, a base, os cílios postiços, o gloss, o lápis para sobrancelha e a maquiagem à prova d’água. A vida desse polonês de família humilde, que criou uma marca de cosméticos poderosa e deixou seu nome na calçada da fama e no hino oficial de Hollywood. A maquiagem entrou na vida deste polonês aos 9 anos de idade, quando ele se tornou aprendiz de um fabricante de cosméticos. Mais tarde, foi responsável pelas maquiagens da Grande Ópera Imperial Russa e, Factor trabalhou para a família real russa, os Romanovs em seguida, virou cosmetólogo oficial da Corte Imperial, porém, a realeza controlava de tal forma sua vida que ele decidiu fugir para os Estados Unidos com a esposa e os filhos. 
Em 1908, quando o judeu Max Factor chegou a Los Angeles, a maquiagem era algo destinado apenas a mulheres de reputação ruim ou, no máximo, a atores de teatro, para quem ele ofereceu seus préstimos. Nessa época, ocinema começava a se tornar uma realidade. Os closes e as iluminações próprias dos filmes traziam desafios para a maquiagem que só um visionário poderia resolver. A base era uma camada grossa que rachava a qualquer movimento do rosto. O polonês recém-chegado à “Terra das Oportunidades” resolveu o problema em 1914, com a criação de uma base de consistência ultrafina, que imediatamente se tornou item de primeira necessidade. 
Depois disso, a cada desafio lançado pelo cinema, Factor criava um novo produto. O fascínio que as estrelas de cinema passaram a exercer na sociedade ajudou, aos poucos, a quebrar o tabu em torno da maquiagem. No início dos anos 1920, o polonês criou sua linha social. Obviamente, os novos costumes não foram aceitos imediatamente. Um projeto de lei do Kansas chegou a tentar transformar em contravenção o ato de qualquer mulher com menos de 44 anos usar cosméticos “com o intento de criar uma falsa impressão”. 
Por sorte, a genialidade de Factor (1877-1938) na arte de “zelar pela formosura”, como ele dizia, venceu os preconceitos. Sem nenhuma imperfeição na pele, as mulheres de hoje agradecem. De uma pequena produção a uma marca mundial. Com o passar do tempo os negócios cresceram, os filhos se envolveram na empresa do pai e começava a produção em grande escala e desenvolvimento de novos produtos com uma marca própria. 
Forneciam maquiagens para grande parte da indústria cinematográfica e chegou a ser líder de mercado no seguimento. Os filhos  pensavam grande e queriam ver a marca além da indústria do cinema. E com a tela colorida e a criação do famoso PanCake, que escondia imperfeições e tinha um acabamento mais transparente e matificado, a marca foi tomando conta do mundo real, já que as mulheres levavam o do set de filmagens para o uso diário.
Claro que o produto não era tão apropriado para o dia a dia já que sem as luzes dos refletores o efeito não era o mesmo. Dali para frente foram muitos estudos para chegar a fórmulas perfeitas que se adequassem foras das telas e palcos. 
Ele desenvolveu maquiagens para grandes nomes do cinema e transformou mulheres normais em divas maravilhosas. Criava produtos e criava personalidades, já que juntava suas fórmulas inovadoras com sua habilidade de criar looks exclusivos para cada atriz. Suas clientes já celebridades, acabaram virando as próprias modelos da marca, que inseridas nos anúncios, criaram milhares de fã de batons, bases e outros produtos Max Factor.
A marca foi vendida em 1973 e hoje pertence ao grupo P&G - Procter & Gamble
�
A HISTÓRIA de ELIZABETH ARDEN
Florence Nightingale Graham (1878-1966) , nascida na cidade canadense de Woodbridge. Os pais de Elizabeth eram imigrantes britânicos, e sua mãe faleceu quando a empresária ainda era criança. A caçula entre cinco irmãos passou dificuldades no começo da sua vida, chegando a desistir da escola para poder trabalhar e ajudar a família.
A jovem recebeu ajuda financeira de uma tia rica para poder concluir os estudos. Elizabeth chegou a cursar enfermagem no Canadá, e esses estudos influenciaram a carreira da empresária pelo resto da vida. Assim como outros nomes dessa série, Elizabeth aventurava-se na cozinha de sua casa para testar fórmulas de novos cremes. O objetivo inicial da canadense era criar uma pasta que tratasse de queimaduras. Ela utilizada leite e gorduras para fabricar suas fórmulas caseiras. 
Os odores dos experimentos de Elizabeth incomodavam seus vizinhos, que achavam que a família Graham passava algum tipo de necessidade.
Em 1908 a canadense se mudou para Nova York junto com um irmão mais velho, sonhando em começar um império de beleza.
No início ela trabalhou ao lado do irmão como auxiliar em escrita fiscal, na empresa farmacêutica E. R. Squibb Pharmaceuticals Company. Durante esse trabalho, ela pode conhecer ainda mais a indústria de cosméticos e sobre tratamentos de pele. 
Durante um ano ela também trabalhava no salão de beleza de Eleanor Adair, especialista da época em tratamentos de pele. Elizabeth estudou e se especializou em massagem facial e aplicação de tratamentos faciais.
Em 1910, Elizabeth decidiu abrir seu primeiro salão de beleza na 5ª Avenida, em sociedade com Elizabeth Hubbard. A empresária contou com a ajuda de seu irmão mais velho, que lhe emprestou US$ 6.000. 
 Elizabeth mandou instalar uma porta vermelha em frente ao seu negócio, detalhe que se tornou ícone em todos os seus salões ao redor do globo.
A partir daí a empresária criou o conceito de spa, oferecia serviços de manicure, limpeza de pele e massagens faciais com o creme Arden. O seu público-alvo eram mulheres maduras que buscavam tratamentos rejuvenescedores, além de mulheres comuns que queriam se sentir mais belas.
Fabricou o seu primeiro creme de beleza nos anos vinte e revolucionou o mundo da cosmética. O creme Amoretta foi o primeiro de uma longa série de produtos de beleza. Teve, de início sociedade com uma amiga, Elizabeth Hubbard, daí ter adoptado o nome de Elizabeth Arden. O sobrenome Arden foi escolhido por conta do poema “Enoch Arden” de Alfred Tennyson.
Em 1912, Elizabeth criou um batom vermelho como símbolo da independência feminina, reuniu cerca de 15 mil mulheres que marcharam pela 5ª avenida pedindo o direito de voto feminino.
Ainda no mesmo ano, Elizabeth viajou a Paris para estudar as tendências europeias de beleza. Ela notou que as francesas se maquiavam no estilo “total look”, do qual você combina as cores usadas nos olhos, lábios e unhas.
Ela ensinou as mulheres a maquilharem-se sem exageros, dado que antes só se pintavam as actrizes e mulheres de má vida. Abriu institutos de beleza em todo o mundo e tornou-se dona de um empório de cosmética hoje dirigido por uma descendente. Durante a sua vida Elizabeth produziu mais de trezentos produtos de cosmética, de qualidade e acessíveis. 
Casou, em 1915 com um norte-americano, de quem se divorciou e que também estava ligado a cosmética. A grande senhora da cosmética era uma apaixonada por corridas de cavalos. O seu nome consta nas 100 mais famosas personalidades do século XX nos EUA. A sua imagem de marca era usar toilettes sempre cor-de-rosa. Até ao fim da vida foi uma mulher de enorme charme e requinte.

Continue navegando