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Epidemiologia 3 e 4a

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20/08/2015
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Epidemiologia moderna
 A demonstração de que vários fatores contribuem 
para a determinação da doença expandiu o 
interesse da Epidemiologia para as doenças crônicas.
 A Epidemiologia das doenças transmissíveis
ainda é da maior importância nos países em 
desenvolvimento, que ainda convivem com doenças 
tais como Sarampo, Rubéola, Malária, Dengue e 
Toxinfecções alimentares, entre outras.
 Nos países desenvolvidos tornou-se novamente 
importante devido à emergência de viroses tais como 
Doença dos legionários e Síndrome de 
imunodeficiência adquirida (AIDS).
Doença dos Legionários 
 É uma pneumonia, causada por bactérias do gênero 
Legionella, que raramente é diagnosticada
AIDS CAUSALIDADE...
“tudo o que determina a natureza e as características do
objeto.”
O estabelecimento de associações resulta em construção de 
REDE DE CAUSAS MÚLTIPLAS, cujo emaranhado leva ao efeito 
final = agravo à saúde.
fumo
Gases de veículos a motor fumo
Exposição ocupacional a asbetos
Bronquite crônica fumo
Neoplasias do ap. resp. 
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MODELO EPIDEMIOLÓGICO:
Amplia-se o modelo clássico, aumentando a importância dos fatores
ambientais e reduzindo a importância dos agentes infecciosos.
A epidemiologia busca os fatores determinantes extrínsecos das doenças –
uma interpretação estrutural
MODELO DE MULTICAUSALIDADE:
A saúde é considerada como sendo determinada por um conjunto de 
fatores agrupados, em quatro grandes categorias: 
1 – ESTILO DE VIDA
2 – AMBIENTE
3 – ORGANIZAÇÃO DOS CUIDADOS
4 – BIOLOGIA HUMANA 
Os determinantes de saúde mudam ao longo do tempo:
1 – ênfase no agente para explicar a doença
2 – amplia o enfoque e inclui o meio ambiente
3 – maior ampliação e inclui um conjunto de fatores como estilo de vida, 
ambiente, biologia humana e organização dos serviços de assistência à 
saúde. 
A organização dos serviços de saúde recebem as 
influências das mudanças nestes modelos 
MODELO DE SISTEMA DE SAÚDE
Os fatores apresentados no modelo anterior se relacionam entre si, 
influenciando-se mutuamente num circulo abrangente que inclui:
•População
•Sistemas culturais 
•Recursos
* Neste modelo os serviços de saúde tem uma influencia menor, mas 
sofrem a influencia da relação dos fatores. 
Causa múltipla = efeito múltiplo
Seu maior marco é a investigação por igual do estilo de vida, 
elementos ambientais e biológicos, assim como de fatores 
relacionados à organização dos serviços. 
Ambiente Estilo de vida
Biologia Serviços
população
Sistemas culturais 
Recursos 
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Doenças Infecciosas e não-infecciosas.
Modelo Biomédico
Doença infecciosa – é uma doença do 
homem ou dos animais que resulta de 
uma infecção (OMS, 1992)
O modelo biomédico foi desenvolvido
privilegiando-se as doenças
infecciosas. Neste modelo, as doenças
não-infecciosas são definidas por
exclusão.
Doença infecciosa
Infecção - a penetração e o desenvolvimento
ou multiplicação de um patógeno no organismo
de uma pessoa ou animal.
Infestação – alojamento, desenvolvimento
e reprodução de artrópodes na superfície do
corpo ou nas vestes de pessoas, sem
penetração no meio interno do organismo.
(OPAS/OMS, 1993)
Doença infecciosa
Doença Transmissível – qualquer doença
causada por agente infecciosos específico, ou seus
produtos tóxicos, que se manifesta pela
transmissão desse agente ou de seus produtos, de
uma pessoa ou animal infectado ou de um
reservatório a um hospedeiro suscetível, direta ou
indiretamente por meio de um hospedeiro
intermediário, de natureza vegetal ou animal, de
um vetor ou do meio-ambiente inanimado.
- trata-se de uma doença cujo agente etiológico é vivo e 
transmissível.
Doença infecciosa
Toda doença 
CONTAGIOSA é 
INFECCIOSA, mas nem 
toda doença 
INFECCIOSA é 
CONTAGIOSA.
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Classificação de doenças quanto à 
duração e à etiologia
Infecciosas Tétano, raiva, 
sarampo, gripe.
Tuberculose,ca-
lazar,hanseníase.
Não-
Infecciosas
Envenenamento
por picada de
cobras,
acidentes.
Diabetes,
doença
coronariana,
cirrose hepática.
ETIOLOGIA Agudas Crônicas
DURAÇÃO
No modelo BIOMÉDICO de doença infecciosa, as
propriedades dos patógenos que mais importantes
são aquelas que regem sua relação com o hospedeiro e
as que contribuem para o aparecimento de doença como
produto dessa relação (OMS, 1992).
 INFECTIVIDADE
PATOGENICIDADE
VIRULÊNCIA
PODER INVASIVO
PODER IMUNOGÊNICO
INFECTIVIDADE – é o nome que se dá ao conjunto de
qualidades específicas do agente, que lhe permite vencer
barreiras externas e penetrar em outro organismo vivo, aí
multiplicando-se com maior ou menos facilidade.
PATOGENICIDADE – é a capacidade do agente infeccioso,
uma vez instalado no organismo do homem ou de outros
animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção
dentre os hospedeiros infectados.
Doença infecciosa
VIRULÊNCIA – é a capacidade de um bioagente produzir
casos graves ou fatais. Relaciona-se com a produção de
toxinas e à sua capacidade de multiplicação no organismo
parasitado.
IMUNOGENICIDADE - também chamado poder
imunogênico, é a capacidade que o bioreagente tem de
induzir imunidade no hospedeiro.
Doença infecciosa
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Doença Não-infecciosa
- é aquela que, no estado atual do
conhecimento clínico e fisiopatológico, não se
relaciona com uma invasão do organismo por
outros seres vivos parasitários.
 Acidentes.
 Intoxicações, 
 Mortes violentas.
Conceito de Risco
Na maioria das doenças não-infecciosas é 
impossível afirmar-se claramente sua 
associação a um agente causal. 
O termo RISCO é usado, neste sentido,
para indicar probabilidade da doença
ocorrer
Fatores Etiológicos - Fatores de risco, 
Multicausalidade
Não existe apenas um fator, mas vários fatores ou
múltiplas causas na determinação desse grupo de
patologias. São muito importantes os fatores de risco,
quer exógenos, quer endógenos . Porém, ainda mais
importantes são os fatores socioeconômico-culturais,
que desempenham papel fundamental, seja
isoladamente ou em interação (aditiva ou sinérgica)
com aqueles fatores de risco no processo de produção
das doenças.
Doença Não-infecciosa
Baixa patogenicidade constitui uma das
características marcantes das doenças não-
infecciosas, em comparação com doenças
decorrentes da exposição a agentes
infecciosos.
FATORES DE RISCO
SUSCEPTIBILIDADE INDIVIDUAL
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Doença Não-infecciosa
A ação necessária para produzir perturbações
bioquímicas primárias em nível celular pode
ser resultante de um dos seguintes tipos de
exposição.
 Exposição aguda
 Exposição reiterada e intermitente
 Exposição múltipla
Doença Não-infecciosa
Exposição aguda – a fator de risco que se apresenta 
em alta concentração.
E Perturbações na bioquímica celular DOENÇA
Doença Não-infecciosa
Exposição reiterada e intermitente – ao fator de 
risco durante algum tempo.
Perturbações na 
bioquímica celular DOENÇA
E E E
Doença Não-infecciosa
Perturbações na 
bioquímica celular DOENÇA
E E E
E E E
Exposição múltipla – a fatores de risco que atuam 
sinergicamente.
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Modelo Processual
A noção de prevenção tem como fundamento um 
modelo processual dos fenômenos patológicos 
História Natural das Doenças
 o conjunto de processos interativos que cria o
estímulo patológico no meio ambiente, ou em
qualquer outro lugar, passando pela resposta do
homem ao estímulo, até às alterações que levam a um
defeito, invalidez, recuperação ou morte.
O modelo HND – Dois Domínios
Meio Externo – onde interatuam determinantes e agentes.
Desenvolvem-se todas as etapas necessárias à implantação da
doença.
Fatores de natureza física, biológicae socio-política-cultural
Meio Interno – locus onde se processaria, de forma
progressiva, uma série de modificações bioquímicas,
fisiológicas e histológicas, próprias de uma determinada
enfermidade.
Pré-patogênese
Compreende a evolução das inter-relações dinâmicas entre 
condicionantes ecológicos e socioeconômicos-culturais e 
condições intrínsecas do sujeito, até o estabelecimento de uma 
configuração de fatores propícios à instalação da doença
Natureza física, química, biológica, 
nutricional ou genética
 Determinantes Econômicos
 Determinantes Culturais
 Determinantes Ecológicos
 Determinantes Biológicos
 Determinantes Psicossociais
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Patogênese
Este modelo considera quatro níveis de evolução da doença 
no período de patogênese:
 Interação agente-sujeito.
 Alterações bioquímicas, histológicas e 
fisiológicas.
 Sinais e Sintomas.
 Cronicidade.
Modelo Sistêmico
Sistema – um conjunto de elementos, de tal forma 
relacionados, que uma mudança no estado de qualquer elemento 
provoca mudanças no estado dos demais elementos.
Ecossistema – quando inclui seres vivos e 
seres inanimados em interação dinâmica.
Sistema Epidemiológico
- entende-se o conjunto formado por agente
suscetível e pelo ambiente, dotado de uma
organização interna que regula as interações
determinantes da produção da doença,
juntamente com os fatores vinculados a cada um
dos elementos do sistema.
Sistema Epidemiológico-social –
formado pelo ambiente, população, 
economia e cultura (San Martin, 1981).
Diarréia Desnutrição
Agentes Patogênicos
Bioagentes, F.Nutricionais, F.Congênitos
Fatores Ambientais 
Moscas, Lixo, Solo Fecal, Alimentos 
Contaminados, Falta de Esgoto, Água 
Contaminada.
Fatores Culturais -
Crendices, Ignorância, Uso 
abusivo de Medicamentos, 
Desmame Precoce, Falta de 
Higiene.
Fatores Políticos e Sócio-econômios
Escassez de Alimentos, Falta de Escolas, Pobreza, Desemprego e subemprego, Falta de 
estímulo agrícola, Habitação insalubre, baixo poder aquisitivo, Latifúndio.
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2 abordagens de estudo
Examina a distribuição da doença
na população, observando o 
seu perfil básico de distribuição 
por tempo, lugar 
e pessoa
Como?
Através dos clássicos inquéritos 
(levantamentos) epidemiológicos 
(seccionais, descritivos, transversais)
Testa uma hipótese específica 
sobre a relação entre a doença 
e uma possível causa, através 
do estudo do relacionamento 
epidemiológico entre uma 
exposição de interesse e a
doença de interesse
Como?
Através de estudos de coorte e 
de caso-controle
EPIDEMIOLOGIA DESCRITIV A EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA
O tripé da epidemiologia descritiva
• TEMPO
• LUGAR
• PESSOA
DOENÇA EM RELAÇÃO AO TEMPO
• Varia ou é estável no decorrer do tempo?
• Relação com as estações do ano?
• É de duração fugaz ou propagada?
• Surge por conglomerado (epidemia) ou mantém-se
de forma sustentável (endemia)
DOENÇA EM RELAÇÃO AO LUGAR
• Distribuição geográfica restrita ou disseminada 
(pandemia)?
• Relação com a água ou alimentos?
• Acomete de forma individual ou por 
aglomerados populacionais?
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DOENÇA EM RELAÇÃO À PESSOA
• Idade 
• Status sócio-econômico
• Gênero
• Raça
• Comportamento
O tripé da epidemiologia analítica
Hospedeiro
AmbienteAgente
 Nutrientes
Venenos
Alergenos
 Radiação
 Trauma físico
 Microorganismos
AGENTES
Exposição
• Características genéticas
• Status imunológico
• Idade
• Comportamento individual
FATORES DO HOSPEDEIRO
Exposição
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AMBIENTE
Aglomeração
Atmosfera 
 Modos de comunicação (o ambiente facilita o 
contato entre hospedeiros e agentes) 
- Vetores
- Veículos
- Reservatório

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