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CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO AMAZONAS – CETAM NÚCLEO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DE MANACAPURU CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM SAÚDE PÚBLICA: Com enfoque na Saúde do Homem Francinete da Silva Fernandes Paulo César Cardoso Vidal Werlen Marques do Nascimento Manacapuru 2019 Francinete da Silva Fernandes Paulo César Cardoso Vidal Werlen Marques do Nascimento SAÚDE PÚBLICA: Com enfoque na Saúde do Homem Relatório Técnico, apresentado como requisito parcial para aprovação no componente curricular/curso Técnico em Enfermagem. Manacapuru 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1 1.1 OBJETIVO ............................................................................................................................ 1 1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 1 2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................... 2 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................... 5 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 6 1 1 INTRODUÇÃO Existem diferenças importantes entre homens e mulheres quanto ao motivo da procura por serviços de saúde. Nota-se que os serviços de saúde são atribuídos mais ou menos de modo exclusivo para crianças, mulheres e idosos ficando claro a falta pela procura por parte dos homens. Certamente isso é devido à cultura de gênero, algumas explicações podem ocorrer por falta de tempo em relação ao trabalho, desvalorizando à própria saúde. Os homens têm dificuldades em reconhecer as suas necessidades, cultivando o pensamento mágico que rejeita a possibilidade de adoecer. Ainda, os serviços e as estratégias de comunicação privilegiam as ações de saúde para a criança, o adolescente, a mulher e o idoso (BRASIL, 2008). 1.1 OBJETIVO Descrever as dificuldades da população masculina em utilizar os serviços públicos, onde os mesmos são beneficiados pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH). 1.2 JUSTIFICATIVA Geralmente os homens, ao contrário das mulheres não costumam procurar os serviços básicos de saúde e tornam-se cada vez mais vulneráveis aos problemas de seu próprio bem-estar, em virtude disso, este trabalho é de suma importância a literatura, por que relata à baixa acessibilidade aos serviços de atenção primária. Sendo assim, a PNAISH (Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem) orientou à formulação de diretrizes e ações voltadas fundamentalmente para a atenção integral, com vistas à prevenção e à promoção da saúde, à qualidade de vida e à educação, como dispositivos estratégicos de incentivo às mudanças comportamentais. 2 2 DESENVOLVIMENTO Historicamente, o SUS começou na prática, nos anos 1970, por meio de movimentos sociais e políticos contra a ditadura, que lutavam em prol de liberdades democráticas e pela democratização do Estado, ansiando por uma sociedade mais justa e solidária e pela formação de um novo Estado de direito com políticas públicas voltadas para os direitos humanos (BRASIL, 2009). A saúde do homem como tema de estudos no Brasil surgiu a partir da década de 1970, com os primeiros debates a respeito da relação entre o modelo de masculinidade hegemônico na sociedade e os agravos à saúde do homem (GOMES; NASCIMENTO, 2006). Entretanto, na perspectiva da história das políticas de saúde norteada ao “públicos específicos” não se pode dizer que, no período anterior, médicos, sanitaristas e profissionais de saúde tenham esquecido de tratar da saúde do homem. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), constituída em 27 de agosto de 2009, por meio da Portaria GM/MS nº 1944, dirigiu a formulação de diretrizes e ações retornadas fundamentalmente para a atenção integral, tendo em vistas à cuidado e promoção da saúde, à qualidade de vida e à educação, como ferramentas estratégicas de estímulo às modificações comportamentais No Brasil, a PNAISH reconhece a necessidade de identificar os elementos psicossociais que acarretam a vulnerabilidade da população masculina, além de evidenciar os principais fatores de morbimortalidade como uma estratégia de atenção integral à saúde, haja vista que muitos agravos poderiam ser evitados, caso os homens realizassem, com regularidade, as medidas de prevenção primária (BRASIL, 2009). A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem tem como objetivo promover e desenvolver o acesso com qualidade da população masculina às ações e aos serviços de assistência integral à saúde da Rede SUS, através do enfrentamento racional dos fatores de risco e o desempenho nos aspectos socioculturais, sob a expectativa de gênero, colaborando de modo eficaz para a diminuição da morbidade, da mortalidade e a melhoria das qualidades de saúde O Ministério da Saúde vem exercer seu papel ao estabelecer a Política que deve orientar as ações de atenção integral à saúde do homem, ter em vista instigar o 3 autocuidado e, especialmente, a importância de que a saúde é um direito social básico e de cidadania de todos os homens brasileiros. Desse modo, a Política de Atenção Integral à Saúde do Homem se constituiu mediante um corte ardiloso da população masculina na faixa etária de 25 a 59 anos. Isto não necessita configurar uma restrição da população alvo, mas uma tática metodológica. Tática essa que podem ser realizadas através de consultas individuais como por exemplos: consultas médicas, procedimentos de enfermagem, atendimentos odontológicos, entre outros, são ocasiões excepcionais para dialogar com os homens sobre práticas de cuidado e construção conjunta de projetos terapêuticos. Este é um momento no qual o usuário pode dizer o que sente, descrever suas dúvidas e receios. No momento em que se conversa com um homem para ir numa consulta médica, logo as pessoas pensam no exame de próstata que o mesmo tem que realizar. Porém não existe somente o exame de próstata que o homem tem de fazer, há outras doenças que requerem cuidados na hora em que um homem for atrás de um atendimento de saúde. A sociedade masculina também é afetada por violências, acidentes de trânsitos, acidentes de trabalho, doenças causadas pelo alcoolismo, doenças causadas pelo tabagismo, doenças do aparelho cardiorrespiratório, depressão, AVC, doenças sexualmente transmissíveis, entre outros. Uma outra justificativa na qual o homem não procura por atendimentos médicos principalmente em Unidade Básica de Saúde, é que muitos locais de trabalho só justificam a falta por meio de atestado médico, que não é fornecido pelos serviços de saúde no caso de simples marcação de consulta de rotina, participação de grupos, busca de medicamentos e outras atividades vinculadas à prevenção. Nota-se então que os homens costumam ter mais dificuldades na busca por assistência em saúde quando veem as necessidades de cuidado como sendo uma tarefa feminina. Por isso, eles só procuram os serviços de saúde com intercorrênciasgraves ou quando se veem impossibilitados de exercer seu papel de trabalhador, ressaltando também que, segundo a visão dos profissionais de saúde, os homens não buscam os serviços para fins preventivos. Por conta disso, foi elaborado como sendo uma condição fundamental para a implementação da política, que constatou a necessidade da instauração de uma equipe ou um responsável pela nova área, a da Saúde do Homem, uma vez que a 4 alta rotatividade dos profissionais no cargo de gestão foi apontada como um desafio a ser superado. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem é considerada consequência do reconhecimento da importância da descrição epidemiológica dos usuários homens no Brasil, com uma taxa de morbimortalidade assustador, principalmente se for igualado a mesma taxa de mulheres e crianças, o que esclarece a urgência de ações especificas para este segmento da população. Os homens orientados pelo padrão de masculinidade dominante em geral têm dificuldade de expressar sentimentos e necessidades no que diz respeito a cuidados. Alguns homens não reconhecem, de fato, o que precisam em relação à saúde, não encontrando, assim, formas de traduzir necessidades em demandas. Apenas quando os problemas se agravam que essas demandas são identificadas (SCHRAIBER et al., 2010). Sendo assim, a compreensão sobre os cuidados deve ser informada ao usuário como sendo parte característico do ser humano, dar a ele a responsabilidade dessa função. Por mais que exista vários outros motivos que impossibilitam os cuidados com a saúde como a classe econômica insuficiente, difícil acesso entre a sua residência e as unidades de saúde, saneamento precário, baixo nível de escolaridade, entre outros, sendo necessário interferir onde for necessário. São os profissionais quem pode reconhecer as necessidades específicas em saúde de cada um destes homens, a partir de uma matriz complexa que agregue os processos econômicos, tecnológicos, culturais, políticos, incorporando em sua base a perspectiva relacional de gênero, em que lidar com as particularidades, diferenças e semelhanças entre os gêneros envolve lidar com a saúde dos homens e das mulheres, simultaneamente (CARRARA et al., 2009; COUTO; GOMES, 2012; SCHWARZ; MACHADO, 2012). A potencialidade desta articulação pode gerar experiências bem-sucedidas tanto no campo da gestão como no campo da formação dos trabalhadores e profissionais da saúde, desde que a participação social esteja inclusa, colaborando também para a ampliação e qualificação do acesso, o acolhimento humanizado e o vínculo às ações de assistência integral à saúde a partir do reconhecimento dos homens como protagonistas de suas próprias demandas, mediante a pluralidade de contextos, enquanto sujeitos legítimos de necessidades, desejos, cuidados e direitos. 5 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base na pesquisa em relação a Saúde do Homem, percebe-se a ausência do mesmo em busca de atendimento à saúde. Isso por que tradicionalmente o homem é considerado como o sexo forte restringindo a procura dos serviços de saúde para o seu bem-estar. Devido a isso a procura pelos serviços acaba sendo delimitada apenas para os procedimentos de curativos ou quando já se encontrar em um estado agravante de alguma doença, diferentemente das crianças, mulheres e idosos que procuram as unidades básicas também para realizarem prevenção de doenças. Mesmo tendo com o programa Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) que acompanha a homem desde procedimento para agendamento de consulta a realização dos exames sempre orientando o que deve fazer ainda é escassez à procura. Sabe-se que o índice de mortalidade masculino vem crescendo a cada dia devido à falta de promoção e prevenção da saúde. 6 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Brasília:DF, 2018. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/saude-de- a-z-saude-do-homem. Acesso em: 19 abril 2019. Moura, Erly Catarina de et al. Atenção à saúde dos homens no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 19, n. 02, pp. 429- 438. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n2/1413-8123-csc-19-02- 00429.pdf. Acesso em 19 abril 2019.