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Estrógeno e Câncer de Pulmão

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Estrógeno 
O estrógeno, conhecido há muito tempo por seu papel no crescimento 
de cânceres de mama, pode estimular o mesmo processo em casos de 
câncer de pulmão, de acordo com pesquisa apresentada hoje na 
reunião anual da Associação Americana para Pesquisa do Câncer. 
Os resultados são os primeiros a demonstrar aumento do crescimento 
de células não-pequenas de câncer de pulmão na presença de 
estrógeno. Foi encontrado grande número de receptores de estrógeno 
em células cancerosas do pulmão, quando comparadas a células 
normais, sugerindo, fortemente, o papel deste hormônio no processo, 
conforme afirma Jill Siegfried, Ph.D.. Células não-pequenas de câncer 
de pulmão abrangem 80% dos casos da doença. 
Alguns estudos populacionais sugeriram que as mulheres desenvolvem 
a doença mais cedo, com menor número de casos de exposição ao 
tabaco do que os homens. O câncer de pulmão é diferente entre 
homens e mulheres, tanto em relação ao tipo de tumor que se 
desenvolve quanto aos mecanismos moleculares responsáveis pela 
doença. A susceptibilidade da mulher ao câncer pode estar relacionada 
ao nível de estrógeno circulante naturalmente mais elevado. Como no 
câncer de mama, bloquear os efeitos do estrógeno poderia ser uma 
estratégia terapêutica para interromper o progresso da doença ou 
prevenir reincidências. Além disso, o bloqueio de seus receptores 
poderia ser benéfico na prevenção do câncer de pulmão em mulheres 
sob alto risco, como ocorre nos casos de câncer de mama. 
O estudo considerou dois receptores de estrógeno comuns (ER alfa e 
ER beta) em cepas de células de pulmão cancerosas, culturas de 
células deste tipo normais e tecidos com tumor de pacientes com a 
doença. O tecido normal raramente apresentava níveis detectáveis de 
ER alfa, enquanto células com o tumor tinham níveis 
significativamente mais elevados do mesmo. O ER beta foi encontrado 
em células normais e cancerosas. O tratamento das células cancerosas 
com estrógeno acarretou em grande divisão celular, com crescimento 
do tumor. 
Níveis naturais de estrógeno protegem contra o declínio cognitivo 
Mulheres idosas com níveis elevados de estrógeno têm menor 
tendência a sofrer declínio cognitivo, de acordo com um novo estudo 
de pesquisadores da Universidade da Califórnia, São Francisco, e do 
Centro Médico Veteran Affairs. 
Embora estudos anteriores não tenham descoberto tal associação, os 
pesquisadores explicam que o novo estudo mediu o estrógeno livre de 
outras proteínas, forma do hormônio que mais afeta o cérebro. O novo 
estudo sustenta a teoria de que receber estrógeno após a menopausa 
pode ajudar algumas mulheres a evitar a doença de Alzheimer, de 
acordo com Kristine Yaffe, M.D., professora assistente de psiquiatria, 
neurologia e epidemiologia da UCSF. 
Contudo, antes de decidir sobre a terapia de reposição hormonal, as 
mulheres devem considerar outros fatores, tais como a evidência de 
que o estrógeno pode reduzir o risco de osteoporose e aumentar o 
risco de câncer de mama. 
Estudos prévios demonstraram que níveis elevados de estrógeno no 
sangue podem não proteger contra o declínio cognitivo. Porém, a 
maioria das moléculas de estrógeno, avaliadas nesses estudos, teriam 
pouco efeito sobre o cérebro, pois 90% de todo o estrógeno está 
ligado a uma proteína que previne a passagem pela barreira protetora 
entre a corrente sangüínea e o cérebro. 
Este estudo, publicado na última edição de The Lancet, utilizou um 
teste relativamente novo para medir o estrógeno livre e aquele 
frouxamente ligado a proteínas. 
Yaffe e seus colaboradores avaliaram 425 mulheres acima de 65 anos 
de idade. Determinaram os níveis naturais de estrógeno livre e aquele 
ligado a proteínas através de medidas de estradiol, uma molécula 
específica de estrógeno. Os pesquisadores também submeteram-nas a 
testes de avaliação da memória, atenção, linguagem e habilidades de 
cálculo no início do estudo e seis anos mais tarde. 
Aquelas com os níveis mais elevados de estrógeno livre tinham 70% 
menos risco de declínio cognitivo, comparado àquelas com os níveis de 
estrógeno mais reduzidos. 
Se as mulheres com níveis naturalmente reduzidos de estrógeno 
puderem ser identificadas através de um teste, é possível que possam 
receber estrógeno para se precaverem do declínio cognitivo. Todavia, 
testes clínicos seriam a melhor forma de saber se o estrógeno 
realmente seria efetivo.

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