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71826935-Revolucao-Feminina-as-Conquistas-Da-Mulher-No-Seculo-XX

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Prévia do material em texto

CRISTINA NAVARRO ALTTIMAN 
SIMONE DE GÓES COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVOLUÇÃO FEMININA: 
AS CONQUISTAS DA MULHER NO SÉCULO XX. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE EÇA DE QUEIRÓS 
JANDIRA- SP- 2009 
 
 
 
1
 
 
CRISTINA NAVARRO ALTTIMAN 
SIMONE DE GÓES COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REVOLUÇÃO FEMININA: 
AS CONQUISTAS DA MULHER NO SÉCULO XX. 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao curso de 
Administração de Empresa da Faculdade Eça 
de Queirós, como requisito parcial para 
aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão 
de Curso ministrada pelo prof. Ms. Ariovaldo 
Emídio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FACULDADE EÇA DE QUEIRÓS 
JANDIRA- SP- 2009 
 
 
 
2
 
 
CRISTINA NAVARRO ALTTIMAN 
SIMONE DE GÓES COSTA 
GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada para 
obtenção do Título de bacharel, 
pelo curso de Administração Geral 
da Faculdade Eça de Queirós 
Orientador Prof° Ms. Ariovaldo 
Emídio. 
Data : 30/10/2009 
Resultado: 9,5 
BANCA EXAMINADORA 
Prof. Ms. Ariovaldo Emídio Faculdade Eça de Queirós 
Assinatura _________________________ 
Prof. Ms. Petrônio Pereira da Silva Faculdade Eça de Queirós 
Assinatura _________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
 
 
AGRADECIMENTO 
 
A realização deste trabalho contou com diversas colaborações, sem as quais 
esta tarefa não teria sido concretizada. 
 Primeiramente, agradeço a Deus não só por esse dia, mais sim por todos os 
dias, e por todas as conquistas que tive na minha vida, e por ter colocado pessoas 
boas no meu caminho: pessoas que fazem parte da minha vida, que me apoiaram e 
fizeram à diferença. 
A Simone que me deu a oportunidade de fazer esse trabalho com ela, por ter 
acreditado na minha pessoa, e por ter sido quem me estendeu a mão nas horas 
difíceis, e dando todo seu apoio para que eu pudesse continuar nessa batalha. Ao 
seu esposo Agnaldo, pela sua paciência, dedicação e esforço, que nos acompanhou 
toda essa trajetória, a sua filha, por ter cedido todo seu espaço e suas horas, que 
foram utilizadas para essa conquista. 
A minha mãe por ter me dado uma boa educação, e ensinado o caminho certo 
da vida. 
Ao orientador, professor Ariovaldo, e aos professores Daré e Rogério que 
sempre se mostraram dispostos a nos ajudar e explicar nossas dúvidas o quanto 
fosse necessário, a professora Hani pelas suas sugestões que foram muito úteis 
para o melhoramento do trabalho. 
 A todos da turma de Administração que, muitas vezes sem saber, me 
incentivavam a continuar em frente. Especialmente aos amigos (a) Kátia, Anne, 
Marcelo, Davi, Sidnei, Pedro por esses quatro anos de luta, que estiveram ao meu 
lado, apoiando e me dando bons conselhos, e a todas as pessoas que me ajudaram 
direta e indiretamente. 
 
 
 
Cristina Navarro 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
 
 
 As dificuldades não foram poucas, foram muitos, os obstáculos, muitas vezes, 
pareciam impossíveis. O desânimo quis contagiar, porém, a garra e a persistência 
foram maiores, sobrepondo esse sentimento, fazendo-nos seguir a caminhada, 
apesar da dificuldade do caminho. 
 Agora, ao olharmos para trás, a sensação de dever cumprido se faz presente, 
podemos constatar que as noites de sono em claro, o cansaço dos encontros, os 
longos tempos de leitura, digitação, discussão, a ansiedade em querer fazer e a 
angústia de muitas vezes não o conseguir, não foram em vão. 
 Aqui estamos, como sobreviventes de uma longa batalha, porém, muito mais 
fortes e hábeis, com coragem suficiente para mudar a nossa postura, apesar de 
todos os percalços. 
 Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou nosso caminho durante este 
longo percurso acadêmico. Ao meu esposo, Adnaldo Costa que de forma especial e 
carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades, a 
minha filha Andressa, meus irmãos, minha sogra Dona Idalice e meus pais, Edson e 
Aparecida por estarem participando e torcendo pelo nosso sucesso, e de forma grata 
e grandiosa. E aos grandes amigos Pedro, Sidnei, Shirley e Kátia. 
Também ao orientador professor Ms. Ariovaldo Emídio, em especial a 
professora Dr. Liem Hani de Alcântara, Ms. Rogério de Souza e Geraldo Daré, por 
nos orientar e estimular, com dedicação e paciência, para que pudéssemos 
desenvolver este trabalho. 
 
Simone Góes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5
 
 
RESUMO 
 
 Tudo se inicia com a mulher na linha do tempo, posteriormente sua busca ao 
fortalecimento da essência feminina na sociedade e o conhecimento dos aspectos 
históricos que permearam a evolução. Na origem dos tempos, ela era confundida 
com a Natureza na sua totalidade: deusa, mãe-terra, entretanto, com o advento da 
cristandade deixou de ser cultuada para ser vista como o Outro, inverso do Sujeito-
Homem. 
Muitos séculos se passaram para que ela pudesse na fissura da sociedade 
burguês-capitalista, encontrar uma possibilidade de resgatar a sua condição de 
sujeito. O pós-guerra foi outro fator que a legitimou a ocupar espaço apropriado e 
respeitoso, ou seja, com o seu ingresso no mercado de trabalho em meados do 
século XX, ela passou a gerar renda e tomar frente a sua decisão. 
 Neste mesmo século, mais um ciclo se abriu a favor de melhores condições e 
direito ao voto, o “Dia Internacional da Mulher”. Elas apontaram caminhos, criaram 
novos conceitos e provaram que poderiam ser tão bem-sucedidas quanto os 
homens, ganhando cada vez mais espaço na política, sociedade e no trabalho, com 
o compromisso de manter o equilíbrio sem perder a sua feminilidade, perante uma 
nova forma de viver, pensar e agir. 
 Por fim, há de se constatar que com todo avanço citado no decorrer do 
trabalho, atualmente a ascensão da mulher - mãe, esposa, dona-de-casa, agora 
também trabalhadora profissional, independente financeiramente, lutadora, guerreira, 
demonstra uma identidade que se expande para todos os lados no ambiente 
corporativo brasileiro e angaria um ritmo acelerado de evolução. 
 
 
 
 
Palavras - Chave: Mulher, Homem, Mercado de Trabalho, Sociedade 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
 
 
ABSTRACT 
 
 Everything starts with the woman in the timeline, then your search to 
strengthen the essence of women in society and the knowledge of the historical 
developments that permeated. At the beginning of time, she was confused with 
nature as a whole: goddess, earth mother, however with the advent of Christianity 
was no longer a cult to be seen as the Other, the Subject antithetical-Man. 
 Many centuries have passed so she could in the cleft of the bourgeois-
capitalist society, find a chance to redeem his status as a subject. The postwar period 
was another factor that legitimized take appropriate space and respect, that is, with 
its entrance in the labor market in the mid-twentieth century, it began to generate 
income and take forward its decision. 
 In the same century, another cycle opened in favor of better conditions and the 
right to vote the "International Women's Day." They pointed out paths, created new 
concepts and proved it could be as successful as men, gaining more space, politics 
and society with a commitment to maintain a balance without losing her femininity, is 
a new form of live, think and act. 
 Finally, it would appear that with every advance cited in this work, now the rise 
of women - mother, wife, mistressof the house, now also working professional, 
financially independent, a fighter, fighter-show an identity that expands to all sides in 
the Brazilian corporate environment and raises an accelerated pace of evolution. 
 
 
 
 
 
 
 
Keywords - Key: Male, Labor Market and Society 
 
 
 
7
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando se sonha sozinho, é apenas um sonho. 
Quando sonhamos juntos, é o 
começo da realidade. (D. Quixote). 
 
 
 
8
 
 
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES 
 
Ilustração 1 - Deusa Gaia .......................................................................................... 13 
Ilustração 2 - Deusa Lilith .......................................................................................... 15 
Ilustração 3- Deusa decaída ...................................................................................... 16 
Ilustração 4 - Século XIX ........................................................................................... 19 
Ilustração 5- Força de trabalho França...................................................................... 20 
Ilustração 6- Revolução Industrial ............................................................................. 23 
Ilustração 7- Mulher 1997 .......................................................................................... 27 
Ilustração 8- A mulher moderna ................................................................................ 29 
Ilustração 9- Participação cargos eletivos ................................................................ 31 
Ilustração 10- Mulheres candidatas a vereadora ....................................................... 32 
Ilustração 11- Mulheres candidatas a prefeita ........................................................... 33 
Ilustração 12- Brasil iguladade de gênero ................................................................. 33 
Ilustração 13- Sociedade econômica ........................................................................ 35 
Ilustração 14 - Reprodução do quadro de Jean-Baptiste De Breat ........................... 35 
Ilustração 15- Mulher mercado de trabalho ............................................................... 36 
Ilustração 16- Mulheres chefes de família ................................................................. 37 
Ilustração 17- Mulheres assumem despesas ........................................................... 38 
Ilustração 18- População economicamente ativa ...................................................... 40 
Ilustração 19 - Rendimento Homem / 03 e 08 ........................................................... 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9
 
 
SUMÁRIO 
 
Introdução.................................................................................................................. 10 
1. A mulher na linha do tempo .................................................................................. 11 
1.1. Mulher: Mãe, Deusa, Terra. ................................................................................ 12 
1.2. Mulher: O Outro – Deusa decaída ..................................................................... 16 
2. Ingresso da Mulher no Mercado de Trabalho ........................................................ 17 
2.1. Século XIX: mulher operária e marxismo ........................................................... 18 
2.2 História da reivindicação feminina ...................................................................... 23 
2.3. A figura da mulher emancipada .......................................................................... 27 
3. A Mulher no Mundo Moderno ............................................................................... 29 
3.1. O Dia Internacional da mulher ............................................................................ 29 
3.2 Repercussão dessa Data no Brasil ..................................................................... 30 
3.3 Ascensão da mulher nos dias atuais .................................................................. 33 
3.4 A educação e a ascensão profissional da mulher brasileira ................................ 34 
3.5 Participação da Mulher no Mercado de Trabalho ................................................ 36 
3.6 Desigualdades em decorrência do gênero .......................................................... 44 
Conclusão ................................................................................................................. 52 
Bibliografia ................................................................................................................. 53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10
 
 
Introdução 
 
 O desenvolvimento do tema proposto apresenta-se de forma a demonstrar a 
crescente transformação do papel da mulher na economia, sociedade e liderança 
nas últimas décadas. Dentre os estudos relacionados à inserção da mulher no 
mercado de trabalho, será enfocado o início da reviravolta de sua história em termos 
de liberdade, autonomia e luta pela defesa dos direitos humanos, isto é, uma mulher 
que se dispõe a liderar não apenas em determinada área de sua vida, mas sim nos 
processos coletivos. Sob este prisma serão abordados aspectos sobre o papel e 
função da mulher na sociedade econômica. 
 Como critério quanto à análise da trajetória realizada pela mulher no espaço 
empresarial e sua competência profissional será relevante a questão da melhoria 
educacional, que por sua vez, gera uma mudança de percepção, atitude, estratégia e 
de ação em vista da transformação de sua vida pessoal e social. 
 Nas últimas décadas do século XX, o Brasil passou por transformações, 
transição democrática, cultural e social que tiveram grande impacto sobre o trabalho 
da mulher. A partir de uma nova visão, a atuação dela na liderança vem 
desencadeando influência na transformação cultural das organizações e ampliando 
as possibilidades existentes em conquistas. 
Entretanto, antes de tratarmos de sua participação no mercado propriamente 
dito, faremos uma abordagem histórica da árdua e paulatina inserção da mulher na 
sociedade, e os fatores determinantes que possibilitaram essa conquista. 
 Basicamente, essa elaboração monográfica constitui-se de três capítulos: no 
primeiro, a titulo de contextualização, será realizado, uma breve pesquisa, a mulher e 
sua relação com o Outro; no segundo, seus primeiros e significativos passos à 
transformação e, por fim, sua efetiva colocação no competitivo e discriminativo 
mercado de trabalho no Brasil. 
Este estudo visa desvendar um novo olhar sobre a figura feminina e a sua 
capacidade de transformação, ou seja, converter a insegurança em criatividade, e a 
sensibilidade em produção. 
 
 
 
 
 
 
11
 
 
 
1. A mulher na linha do tempo 
 
 Na busca do fortalecimento da essência feminina na sociedade e no 
conhecimento aos aspectos históricos que permearam a evolução, a mulher, ao 
longo do tempo, vem conferindo na sociedade o modelo criado pelos homens. Já 
que acaba exercendo para si um papel que não escolheu. 
 Os estudos acerca das formas primitivas da sociedade humana são 
terrivelmente contraditórios. Duros trabalhos eram confiados ao público feminino e, 
em particular, carregava os fardos. Remetendo àquele período histórico e claro a 
angústia vivida pela mulher serviçal de uma propriedade rural, vítima de seu corpo 
no período que precedeu o da agricultura. 
 Entretanto, este último fato é isolado,é possível que essa função lhe fosse 
determinada para que, nos comboios, o homem conservasse as mãos livres a fim de 
defenderem-se contra os agressores ocasionais, indivíduos ou animais. Seu papel 
era, portanto, o mais perigoso e o que exigia mais vigor, assim, a mulher submissa e 
inferiorizada pela sua fragilidade e condição fisiológica, atendo uma posição 
marginalizada no que se diz respeito à hierarquia social tendo como principais 
funções: cuidar do lar, trabalhar com a terra tanto em seu cultivo como na coleta de 
produtos agrícolas. 
 
Segundo as narrativas de Heródoto, as descrições 
relativas às amazonas do Dome e muitos outros 
testemunhos antigos e modernos, aconteceu 
mulheres tomarem parte em guerras sangrentas. 
Mostravam nessas ocasiões a mesma coragem e a 
mesma crueldade que os homens. Citam-se 
algumas que mordiam ferozmente o fígado de seus 
inimigos. Apesar de tudo, é provável que, então 
como hoje, os homens tivessem o privilégio da força 
física. (BEAUVOIR, 1980, p.82). 
 
 
 
 
 
12
 
 
 Sendo que tais crenças poderiam não passar de uma estratégia para 
possibilitar aceitação e submissão imposta pelo homem, tornando uma divisão 
ilusória no mundo de forma bipolar, onde em uma região de acesso difícil, o homem 
também se encontra em situação igual sendo afligido a uma posição hierárquica 
marginalizada na sociedade. 
 Quanto às mulheres normais, a gravidez o parto, a menstruação diminuíam 
sua capacidade de trabalho e condenavam-nas a longos períodos de impotência. 
 Deste modo ela não encontra motivo para uma afirmação existencial, já que 
suportava passivamente seu destino biológico. 
 
 
1.1. Mulher: Mãe, Deusa, Terra. 
 
 
 A mãe é evidentemente necessária ao nascimento do filho. É ela que 
conserva e nutre o germe em seu seio, pois, através dela que no mundo visível a 
vida do clã se propaga, desempenha assim, papel de primordial importância. A 
propriedade comunitária transmite-se pelas mulheres, a mulher é assegurada pelos 
membros do clã, dos campos e das colheitas e inversamente, são por suas mães 
que esses são destinados a tal ou qual propriedade. Pode-se, assim, considerar que, 
misticamente, a terra pertence às mulheres. Elas têm o domínio em tempo religioso e 
legal sobre a terra e seus frutos. 
 A Natureza na sua totalidade apresenta-se como divindade força obscura 
sobre a terra. 
 
 
 
13
 
 
 
Ilustração 1 - Deusa Gaia 
(fonte: Portalcot) 
 
 
 A Deusa, Mãe Terra (Gaia) foi à principal divindade primordial para a criação e 
manutenção da vida, reverenciada por seu poder de gerar, criar, nutrir, proteger e 
sustentar todos os seres. A Deusa era a própria Mãe Terra, a energia da vida e a 
morte do planeta, venerada no ciclo das estações, nos fenômenos da Natureza, na 
riqueza e na beleza da terra, do céu, das estrelas, das montanhas, das águas, das 
plantas e dos animais. 
 É, em parte, por essa razão que lhe é confiado o trabalho agrícola, capaz de 
atrair, a seu seio, as larvas dos antepassados, o poder de fazer jorrar dos campos 
semeados os frutos e as espigas. Trata-se, em ambos os casos, não de uma 
operação criadora e sim de uma conjuração mágica. 
 
 
 
 
 
 
14
 
 
 Crenças similares são vivas ainda hoje entre numerosas tribos de índios, da 
Austrália, da Polinésia, e assumem uma importância tanto maior quanto se 
harmonizam com os interesses práticos da coletividade. 
 Esses fatos induzem a supor que existia, nos tempos primitivos, um 
verdadeiro reinado das mulheres. Dizer que a mulher era o outro equivale a dizer 
que não existia entre os sexos uma relação de reciprocidade: Mãe terra, Deusa, era 
para o homem semelhante, e seu domínio se afirmava além do reino humano. 
 Mas é importante ressaltar que mesmo nas épocas em que ainda se sentia 
confundido ante os mistérios da Vida, da Natureza, da Mulher, o homem, nunca 
abdicou seu poder; quando, assustado ante a perigosa magia da mulher, ele a põe 
como o essencial e se realiza, permanece o senhor, como é o senhor da terra fértil; 
ela destina-se a ser dominada, possuída, explorada, como o é também a Natureza, 
cuja magia e a fertilidade ela encarnava. 
 De acordo com certas interpretações da criação humana em Gênesis, no 
Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido fora criada por Deus com a mesma 
matéria prima, Lilith rebelou-se, recusando-se a situação inferior. Na modernidade, 
isso levou a popularização da noção de que Lilith foi à primeira mulher a rebelar-se 
contra o sistema patriarcal. “Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua 
igual”. (NOSPHERATT, 2009, P.1). Quando reclamou de sua condição a Deus, ele 
retrucou que essa era a ordem natural, o domínio do homem sobre ela, dessa forma 
abandonou o Éden. 
 Infelizmente, o monoteísmo judaico-cristão, que adveio da relação de Eva nas 
antigas escritas considerou a mulher a origem do pecado e de todos os males, 
suprimiu os símbolos do poder divino da Deusa, como sendo maléficos ou 
pecaminosos. No livro “O Oráculo da Deusa”, há um belo poema sobre Lilith, que 
expressa bem suas características. (MARASHINSKY, 2009) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15
 
 
 
 
 
 
Eu danço a minha vida para mim mesma 
Sou inteira 
Sou completa 
Digo o que penso 
E penso o que digo 
Eu danço a escuridão e a luz 
O consciente e o inconsciente 
O sadio e o insano 
E falo por mim mesma 
Autenticamente 
Com total convicção 
Sem me importar com as aparências 
Todas as partes de mim 
Fluem para o todo 
Todos os meus aspectos divergentes tornam-se um 
Eu ouço 
O que é preciso ouvir 
Nunca peço desculpas 
Sinto os meus sentimentos 
Eu nunca me escondo 
Vivo a minha sexualidade 
Para agradar a mim mesma 
E agradar aos outros 
Expresso-a como deve ser expressa 
Do âmago do meu ser 
Da totalidade da minha dança 
Eu sou fêmea 
Sou sexual 
Sou o poder 
E era muito temida. 
 
 
 
 
 
Ilustração 2 - Deusa Lilith 
(fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.) 
 
 
 
 
 
16
 
 
1.2. Mulher: O Outro – Deusa decaída 
 
 
Ilustração 3- Deusa decaída 
Fonte: Nuevorden 
 
 Segundo a escritora francesa Simone de Beauvoir (1970), em publicação ao 
livro “O segundo sexo” em análise da condição da mulher e precursora da famosa 
frase: "Não se nasce mulher torna-se mulher. Nas antigas criações do mundo um 
mesmo elemento tem se tornado freqüente, uma encarnação, a um tempo de macho 
e fêmea. Dizer que a mulher era o Outro equivale a dizer que não existia entre os 
sexos uma relação de reciprocidade estava, portanto, fora desse reino. A sociedade 
sempre foi masculina, e o poder político sempre esteve nas mãos dos homens, ou 
seja, a sociedade exaltava a superioridade masculina, o que era refletido na 
educação das moças, já que qualquer ato que fosse de desagrado ou servisse de 
ameaça à paz social era visto por todos com maus olhos. 
O semelhante, o outro, que é também o mesmo, com quem se estabelecem 
relações recíprocas, é sempre para o homem um indivíduo do sexo masculino, desta 
forma ele não partilhava sua maneira de trabalhar e de pensar, assim ela continuava 
escravizada aos mistérios da vida. A mulher sempre esteve destinada a ter 
dependência do homem, e jamais ser seu semelhante. Esta compreensão 
acorrentou culturalmente a mulher, moldando-lhe sua existência conforme estas 
possibilidades apresentadas. Com o advento das propriedades privadas e a idade 
de bronze e do ferro, as pacíficas civilizações matrifocais entraram em declínio, 
 
 
 
17
 
 
 Não basta dizer que a invenção dobronze e do ferro modificou profundamente 
o equilíbrio das forças produtoras e que com isso se verificou a inferioridade da 
mulher; essa inferioridade não é suficiente em si para explicar a opressão que 
suportou. Uma nova civilização baseada em modelos de dominação e autoritarismo 
foi imposta, iniciando-se a perseguição da antiga religião e respectivas 
representantes. 
 Na medida em que ela é considerada o Outro, em qualquer que seja sua 
magia, faz-se precisamente impossível encará-la como sujeito. 
 Simone Beauvoir (1970) relata a mulher e sua relação com o Outro: 
 
 As épocas que encaram a mulher como o Outro são 
as que se recusam mais asperamente a integrá-la 
na sociedade a título de ser humano. Hoje ela só se 
torna outro semelhante perdendo sua aura mística. 
Foi a esse equívoco que sempre se apegaram os 
antifeministas. De bom grado concordam em exaltar 
a mulher como o Outro de maneira a constituir sua 
alteridade como absoluta, irredutível e a recusar-lhe 
acesso ao mistério humano. (BEAUVOIR, 1970, 
p.91). 
 
 
 2. Ingresso da Mulher no Mercado de Trabalho 
 
 O ingresso da mulher no mercado de trabalho teve início apenas na metade 
do século XX, uma vez atingido este objetivo, passou a obter a capacidade de gerar 
renda com o fruto de seu trabalho e de competir no respectivo mercado. A 
necessidade de trabalhar e de colaborar no sustento da família levou a figura 
feminina a enfrentar duras horas desprovidas de qualquer recurso. 
 Em um contexto neoliberal, a mulher em busca de melhores condições 
introduziu-se em padrões vigentes de desigualdade. De acordo com Marx e Engels 
(2000), haveria uma relação fundamental entre a dominação de classe e a 
dominação de gênero, no âmbito da família, de forma que a superação de ambas só 
 
 
 
18
 
 
poderia ocorrer a partir da profunda e radical transformação social, mediante a 
socialização dos meios de produção. 
 
A família individual moderna está baseada na 
escravidão doméstica, transparente ou dissimulada, 
da mulher (...) é o homem que, na maioria dos 
casos, tem de ser o suporte, o sustento da família, 
pelo menos nas classes possuidoras, e isso lhe dá 
uma posição de dominador que não precisa de 
nenhum privilégio legal específico. Na família, o 
homem é o burguês e a mulher representa o 
proletariado. (ENGELS, 2000, p.80.) 
 
2.1. Século XIX: mulher operária e marxismo 
 
 A mulher trabalhadora não tinha tempo para resultados incertos e arriscados, 
o papel dela na sociedade era diferente das demais. O feminismo liberal era visto 
com falta de apreço, porém era recíproco, já que as operárias eram vistas como uma 
decadência moral. O socialismo dizia defender os direitos das operárias e a sua 
igualdade, entretanto citada filosofia não abraçava a causa feminista. Assim, houve 
um confronto entre os idealistas, quando viram que as mulheres estavam ganhando 
espaço e poderiam entrar no mercado de trabalho. 
 O socialismo daria melhores condições de vida a esse público segmentado 
de modo a garantir lugares apropriados e respeitosos. O casamento asseguraria 
melhores condições de vida e aos maridos seriam seguradas facilitações para 
sustentar sua família. As mulheres eram exaltadas como boa mãe e esposa, o que 
tornava a vida do homem mais precioso, uma vez restrita aos seus deveres 
familiares, ficava excluída do trabalho social e da condição de assalariamento. 
 De acordo Alambert (1986), no trecho Marxismo e as Mulheres Cabet, 
defende o coletivismo feminino e lamentava a triste sorte dessas mulheres. A defesa 
da família como modelo de instituição universal fazia parte do feixe de idéias 
patriarcal, o que tornava preciso o combate, já que era importante que houvesse 
emancipação econômica da mulher e direito a igualdade. Ele definia como respeito, 
devoção, proteção dado considerações ao laço da fraternidade significativo para as 
 
 
 
19
 
 
mulheres, ou seja, o homem deve dar condições para que ela possa ser feminina e 
consequentemente feliz, deve-se cultivar o amor entre ambos e assim, um 
completando o outro. 
 Em uma relação ela, busca companheirismo, proteção e um amigo para todos 
os momentos. Estes são os princípios que fizeram a aliança revolucionária. 
 
As mulheres terão iguais direitos legais e igual 
educação. Cada uma escolherá depois uma 
profissão que não seja cansativa, deixando as 
funções exigentes para os homens. Toda moça 
casará, além do mais, no casamento, dado que 
alguém tem a palavra final, será necessário dar ao 
homem o maior peso da autoridade. (ALAMBERT, 
1986, p.52). 
 
Em meados do século XIX, outro tipo de feminismo surgiu à mulher que 
trabalhava em indústrias em geral em serviços braçal, porém como auxiliares dos 
homens com salários reduzidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 4 - Século XIX 
(fonte: redalyc) 
 
 
 
 
20
 
 
A estratégia para que houvesse uma mudança não era legislativo, mas uma 
organização de trabalhadoras. Para destruir estas desigualdades, porém o 
movimento adotado foi decepcionante, já que essas idealistas não foram 
proeminentes nem nos sindicatos nem nos partidos socialistas. 
 “O que distingue as diferentes épocas econômicas não é o que se faz, mas 
como, com que meio de trabalho se faz. Os meios de trabalho servem para medir o 
desenvolvimento da força humana de trabalho e, além disso, indicam as condições 
sociais em que se realiza o trabalho” (MARX, p. 204). 
 Ampliando o significado do trabalho, para Marx a essência do homem está no 
modo em como ele realiza o seu trabalho, quer dizer, o que e como se produz 
caracterizam o próprio homem: a sua natureza e a sua época dependem das 
condições materiais, que determinam a produção. (MILLS, 1976, p. 235). 
Na França em 1900, 34,5% da força de trabalho era feminina, mas apenas 
6,3% dos sindicalistas eram constituídos de mulheres. Ver gráfico abaixo. 
 
 
Ilustração 5- Força de trabalho França 
(fonte – criação própria) 
 
Em 1866, Association Internationale des Travailleurs, condenou o trabalho 
feminino como perda das boas qualidades próprias ou herdadas da raça, afirmando 
que o lugar que lhes cabia era em casa, como mãe zeladora do lar para os homens, 
só desse modo os homens podiam ter ordem e moralidade em suas vidas. 
Em 1875, no Congresso de Gotha, o Partido Socialista Alemão aceitou a 
orientação marxista, a proposta em que a mulher deveria ter os mesmos direitos foi 
negado, pois pressupunham que elas não estavam prontas. 
No ano de 1877, o Congresso Sindical na Inglaterra aprovou uma revolução 
que o homem deveria sustentar sua parceira. Já na França eles eram condicionados 
Trabalho feminino 34, 50% 
Sindicalistas 6, 30%
 
França 1900
 
 
 
21
 
 
a pensar que, caso as mulheres fossem incentivadas a trabalhar, haveria 
desemprego e diminuição de salário, eles passaram a temer. Também temiam que a 
inserção delas no mercado de trabalho rompesse os laços familiares. Porém, em 
1891, o partido Alemão finalmente aceitou os direitos feministas e filiaram-se aos 
partidos com algumas limitações. 
No capitulo Marxismo e as Mulheres do livro Teoria Feminina (1986), Engels 
diz, a sociedade expressa os direitos e deveres de um povo, bem como a sua forma 
de governo, uma espécie que depende da economia, não há opinião, com 
fundamento incerto. O caráter de um indivíduo e sempre pela função social. Nesse 
plano econômico havia um duplo padrão onde o homem está em uma posição 
diferente. Marx e Engels (2000) diziam quea burguesia usava as mulheres como 
uma espécie de propriedade privada. 
A indignação burguesa em cima deste fato era apenas uma falácia, eles viam 
a mulher como propriedade particular. Para Engels (2000), as mulheres deveriam ser 
tratadas com seres humanos e não objeto, “a situação das mulheres é diferente da 
de outros grupos sociais oprimidos elas são a metade da humanidade à mulher é 
oferecido um mundo próprio a família. Exploradas no trabalho, relegadas á casa 
estas duas posição compõem sua opressão”. (MITCHELL, 1971 p. 99). 
O feminismo liberal defendia a reforma legal de igualdade, com vistas à 
libertação de todas elas e sua participação na luta de classes. Deste modo as idéias 
socialistas deveriam penetrar em toda classe da sociedade. Já o marxismo 
propunha algumas estratégias “as feministas podem voltar-se das estreitas 
preocupações com o voto do casamento para a revolução socialista”. 
Nesse contexto, procurou estabelecer uma linguagem predominante na 
esquerda do país, procurando provar como, em cada uma das questões levantadas 
pelos líderes e partidos políticos, era possível também perceber a dimensão 
feminina. Através da linguagem marxista-masculina, as feministas esforçaram-se 
para dar credibilidade às suas reivindicações, para valorizar suas lutas e 
apresentarem-se como um grupo político inciso e digno de confiança. 
Com a revolução socialista, o estado passaria a exercer algumas funções, que 
proporcionaria condições da mulher sair para o trabalho, das crianças obterem 
cuidado diurno (creche), dos idosos e doentes receberem direito a assistência 
médica. O marxismo aplicado a elas contribuiu com a teoria econômica, uma teoria 
 
 
 
22
 
 
de mudança. Os aspectos abrangentes do marxismo representavam um ponto de 
partida coerente com o feminismo e colaborou para a análise econômica. 
Segundo Alambert (1986), no livro Teoria Feminina, Bebel empenhava em 
mostrar que as mulheres deveriam ter plena igualdade entre os homens no estado 
socialista, a luta pelo direito universal e pela extensão dos direitos políticos seria um 
caminho importante para sua educação política e sua adesão ao socialismo. A 
questão do marxista destinado à obtenção econômica era identificar as contradições 
e desestabilizar, a produção capitalista. 
 “No capitalismo a família diminuiu de tamanho à medida que a quantidade de 
trabalhadores na indústria decresceu, com o aumento da Mecanização, a favor de 
uma demanda de poucos trabalhadores qualificados” (MITCHELL, 1971, p. 99). 
 
O capitalista, que compra a força de trabalho e 
meios de produção, busca produzir um valor que 
tenha um valor-de-troca, ou seja, uma mercadoria 
destinada à venda, mas que tenha um valor superior 
ao que foi necessário para produzir inicialmente, 
assim a mulher e sua relação com o outro, 
ocupando parcelas cada vez maiores dos 
mercados em detrimento dos monopolistas 
tradicionais porque, de um lado, oferecia vantagens 
aos consumidores e, de outro, oferecia uma via de 
integração à produção social aos excluídos pelas 
políticas restritivas das classes dominantes” 
(SINGER, 1998, p. 29). 
 
 
 Segundo Singer (1998), os trabalhadores reagiram de três formas distintas 
com o avanço do modo de produção capitalista: 1. Opondo-se a ele devido ao fim do 
domínio dos mestres quanto ao antigo modo de produção, e com os resultados 
negativos dessa resistência, se voltam à luta pela legislação fabril; 2. Unindo-se à 
luta pela democracia, e por fim; 3. Desenvolvendo modos próprios de organização 
social, onde surgem no início do século XIX as primeiras 16 iniciativas da formação 
de complexos cooperativos, buscando uma sociedade baseada na cooperação, 
frente à pobreza gerada no início da Revolução Industrial. Ver imagem abaixo. 
 
 
 
23
 
 
 
Ilustração 6- Revolução Industrial 
Fonte: Flogão 
 
2.2 História da reivindicação feminina 
 Em artigo publicado pelo Conselho Estadual da Mulher Cedim (2005), a 
história de lutas e conquistas de tantas mulheres, muitas delas mártires de seu ideal, 
no decorrer de quase dois séculos, leva a humanidade a iniciar um novo milênio 
diante da constatação de que ela buscou e conquistou seu lugar. Mais que isso, 
assegurou seu direito à cidadania, legitimando seu papel enquanto agente 
transformador. 
 Para darmos ênfase ao papel da mulher na sociedade, faremos uma pequena 
abordagem sobre a evolução e conquista ao longo do século com algumas datas 
marcantes. 
1873 Brasil - Publicado em Campanha da Princesa, MG o jornal O Sexo Feminino. A 
editora, Dona Francisca Senhorinha da Motta Diniz, tentava resgatar uma história 
perdida, a história das mulheres brasileiras. Advogava o sufrágio feminino. 
1879 - Brasil - O Governo Brasileiro abriu as instituições de ensino superior do país 
às mulheres; mas as jovens que seguiam esse caminho eram sujeitas a pressões e à 
desaprovação social. 
1880 - Brasil - As primeiras mulheres graduadas em direito encontram dificuldades 
em exercer a profissão. 
 
 
 
24
 
 
1887 - Brasil - Rita Lobato Velho Lopes tornou-se a primeira mulher a receber o grau 
de médica, no Brasil. As pioneiras encontraram muitas dificuldades para se afirmar 
profissionalmente e três estiveram sujeitas ao ridículo 
1889 - Brasil - Com a Proclamação da República, Francisca Senhorinha da Motta 
Diniz mudou o título do jornal "O sexo feminino" para "O Quinze de Novembro do 
Sexo Feminino". 
1893 - Nova Zelândia - Sufrágio feminino, primeiro país a conceder o direito de voto 
às mulheres. 
1898 - Inglaterra - Inglaterra e Escócia jogam em Londres a primeira partida de 
futebol feminino. 
1899 - Brasil - Uma mulher, Myrthes de Campos, foi admitida no Tribunal de Justiça 
Brasileiro, para defender um cliente. 
1910 - Brasil - A professora Deolinda Daltro funda o Partido Republicano Feminina. 
1917 - Brasil - A professora Deolinda Daltro lidera uma passeata exigindo a extensão 
do voto às mulheres. 
1918 - Brasil - A jovem Bertha Lutz, iniciando a carreira profissional como bióloga, 
publica na "Revista da Semana "uma carta denunciando o tratamento dado ao sexo 
feminino. Propõe a formação de uma associação de mulheres, visando a "canalizar 
todos esses esforços isolados. 
1920 EUA - Sufrágio feminino. 
1932 - Brasil - O Governo de Getúlio Vargas promulgou o novo Código Eleitoral pelo 
Decreto nº 21.076, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres brasileiras. 
1948 - Depois de 12 anos sem a presença feminina, a delegação brasileira às 
Olimpíadas segue para Londres com 11 mulheres e 68 homens. 
 
 
 
25
 
 
1949 - França - A escritora francesa Simone de Beauvoir (1908-86) publica o livro "O 
segundo sexo", uma análise da condição da mulher. É famosa sua frase: "Não se 
nasce mulher: torna-se mulher". 
1951- OIT - Aprovada pela Organização Internacional do Trabalho, a 19 de junho, a 
Convenção de Igualdade de Remuneração entre trabalho masculino e trabalho 
feminino para função igual. 
1960 - Surge o novo feminismo, em paralelo com a luta dos negros norte-americanos 
pelos direitos civis e com os movimentos contra a Guerra do Vietnã. Sri Lank (Antigo 
Ceilão) - Sirimavo Bandaransike (nascida em 1916) torna-se a primeira chefe de 
Estado. 
1963 - EUA - Betty Fridan (nascida em 1921) escreve "A mística feminina" que, 
juntamente com o "Eunuco feminino" -1970 - Germaine Green (nascida em 1939) - 
apresenta uma crítica feminista do papel subordino da mulher na sociedade. 
Mulheres norte-americanas, inglesas, italianas, ganham as ruas difundindo as idéias: 
"o privado é político, nosso corpo nos pertence".1965- Brasil - Regulamentação do Decreto 3199, criado no Estado Novo. 
1970 - Reino Unido - Aprovada a igualdade salarial. 
1971 Brasil - Um grupo de mulheres liderado por Romy Medeiros se reúne no 
Restaurante da Mesbla, no Rio de Janeiro, para estudar uma estratégia visando 
comemorar um dia das mulheres, já que o Governo militar da época proibia a 
comemoração do 8 de março. Sugeriram a criação do dia 30 de abril, data de 
nascimento da pioneira Gerônima Mesquita, mineira de Leopoldina (MG) que chegou 
a servir na 1º Guerra Mundial. A data passou a ser comemorada em 1980. 
1974- Argentina - Izabel Perón nascida em 1931 torna-se a primeira mulher 
presidente da América Latina (Portugal). 
1980 - Brasil - Instituído, pela Lei nº6. 971, de 9 de junho de 1980, o Dia Nacional da 
Mulher: 30 de abril. 
 
 
 
26
 
 
1985 - Brasil - Surge à primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher - 
DEAM, em São Paulo e, rapidamente, várias outras são implantadas em outros 
estados brasileiros. 
1987 Brasil - Criado o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro - 
CEDIM/RJ, a partir da reivindicação dos movimentos de mulheres, com a atribuição 
de assessorar, formular e fomentar políticas públicas voltadas para a valorização e a 
promoção feminina, através do Decreto nº 9906, de 6 de maio de 1987. Atualmente é 
vinculado ao Gabinete Civil da Governadoria. 
1988 - Brasil - Através do Lobby do Batom, as mulheres brasileiras, tendo à frente 
diversas feministas e as 26 deputadas federais constituintes, obtêm importantes e 
significativos avanços, na Constituição Federal, garantindo igualdade a todos os 
brasileiros, perante a lei, sem distinção de qualquer natureza e assegurando que 
"homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações". 
1989 - Brasil - O Governo Collor tira a autonomia financeira e administrativa do 
CNDM, esvaziando o órgão. Brasil - Em resposta ao desmantelamento do CNDM 
pelo Governo Collor, o movimento de mulheres voltou à luta e criou o Fórum 
Nacional de Presidente de Conselhos da Condição e Direitos da Mulher, uma 
instância de articulação política, logo reconhecida e legitimada. 
1990 - Brasil - O Fórum Nacional de Presidente de Conselhos da Condição e Direitos 
da Mulher conseguiu diversos avanços acompanhando as ações do Congresso 
Nacional, estando articulado com os movimentos de mulheres para encaminhamento 
de projetos de lei. Junto aos Ministérios, encaminhou propostas de políticas públicas. 
Mantinha contatos formais com agências especializadas, organismos e fundos das 
Nações Unidas. 
1996 - Brasil - Visando às eleições para prefeitos e vereadores, as mulheres se 
organizam em todo o País e, através do movimento “Mulher Sem Medo do Poder”, 
aumentam o número de vereadoras e prefeitas em todo o território nacional. O 
Congresso Nacional incluiu o sistema de cotas, na Legislação Eleitoral, obrigando os 
partidos políticos a inscreverem, no mínimo 20% de mulheres em suas chapas 
proporcionais (Lei nº 9.100/95 - § 3º, art. 11). 
 
 
 
27
 
 
1997 - Brasil - As mulheres já ocupam 7% das cadeiras da Câmara dos Deputados; 
7,4% do Senado Federal; 6% das prefeituras brasileiras (302). O índice de 
vereadoras eleitas aumentou de 5,5%, em 92, para 12%, em 96. No Estado do Rio 
de Janeiro, as mulheres ocupam 12% das vagas nas Câmaras de Vereadores. Na 
capital, a bancada passou de quatro para cinco vereadoras. Ver gráfico abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 7- Mulher 1997 
(fonte – criação própria) 
2.3. A figura da mulher emancipada 
 
 
 Nos últimos 150 anos, o movimento feminista tem sido responsável por 
diversas conquistas na vida da mulher, no entanto, ainda há busca por melhores 
condições e respostas eficazes. Essa história de luta e conquista, no decorrer de 
quase dois séculos, leva a humanidade a iniciar um novo milênio, acreditando na 
força de trabalho. Mas, assegurando o direito à cidadania, reconhecendo seu papel 
enquanto agente transformador. Livre de todas as teorias econômicas e políticas, a 
mulher emancipada age entre os grupos da raça humana, entre as distinções de 
classe do direito dela e do homem, independente de quem está à frente. Kollontai 
(1972) descobriu e revelou seus traços. 
 
Não é sentimental, mas decidida, não é ciumenta, 
mas um indivíduo, não adora homens, mas espera 
alguma coisa deles, enfrenta a rejeição sem 
sofrimento e humilhação, mas com alívio de que 
pode retornar ao trabalho sem o desvio da paixão. 
7%
7,4%
6%
12%
1997 Mulher X Política
Câmaras de Vereadores RJ
prefeituras brasileiras 
Senado Federal
Câmara dos Deputados
 
 
 
28
 
 
Não é vergonha, mas plena de auto-afirmação. 
(ALAMBERT, 1986, p.68) 
 
 A emancipação permitiu o amor sem fronteiras e o êxtase contido na profunda 
emoção da verdadeira mulher, namorada e mãe. A liberdade teve um significado 
ainda maior para elas e trouxe o direito de amar. 
 De certo modo elas buscam autonomia frente as suas escolhas, algo que seja 
significativo e estável, que proporcione melhoria em seu ambiente de trabalho e 
ligação afetiva para vivencia a sexualidade. Ela está livre e independente, e pode 
provar que sua influência teria um efeito purificador sobre todas as instituições da 
sociedade. 
Poderá haver alguma coisa mais ultrajante que a 
idéia de que uma mulher crescida, saudável, cheia 
de vida e paixão deva dominar sua ânsia mais 
intensa, prejudicar sua saúde e perturbar seu 
espírito, tolher sua visão, abster-se da profundidade 
e glória da experiência sexual até que apareça um 
homem bom para tomá-la para si esposa. 
(ALAMBERT, 1986, p.69). 
 
 
 O homem deve estar atento as necessidades, e assim considerar os desejos 
e aquisições importantes da mulher, levando em conta sua posição, além de oferecer 
apoio. No livro Teoria Feminina, Goldman (1986), diz “deve-se descobrir como 
sermos nós mesmos e ainda achar unidade com outrem, como sentir-se em 
profunda comunicação com todos os seres humanos e conservar intactas as 
qualidades características de cada um”. Hoje, o modo como cada uma se coloca 
frente à sociedade se distância cada vez mais do papel feminino exercido no século 
XIX, graças a sua influência ela vive nos dias atuais frente ao seu tempo, expondo-
se às críticas e lutando para conquistar o espaço quase sempre acirrado.
3. A Mulher no Mundo Moderno 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 8- A mulher moderna 
Fonte: horahnews 
 
 A mulher neste mundo moderno, que antes já era composta mãe, esposa, 
dona-de-casa, agora, também trabalhadora profissional, independente 
financeiramente, lutadora, guerreira, demonstra uma identidade que se expande por 
todo lado. Situa-se nas extensões, apontando para a necessidade de abrirmos o 
imaginário de cada um para algo novo, transformando a idéia de que a identidade 
humana deva ser única, fixa e intolerante. 
 
3.1. O Dia Internacional da mulher 
 
 O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de Março tem origem nas 
manifestações feministas por melhores condições de trabalho e direito ao voto, no 
início do século XX, na Europa e nos Estados Unidos. A data foi adotada pelas 
Nações Unidas em 1975, para lembrar tanto as conquistas sociais, políticas e 
econômicas das mulheres como as discriminações e as violências a que muitas 
delas ainda estão sujeitas em todo o mundo. A idéia da criação dessa data foi 
proposta na virada do século XIX a XX, no contexto da Segunda Revolução 
Industrial, quando ocorre a incorporação em grande escala da mão-de-obra feminina 
na indústria. Muitos outros protestos ocorreram nos anos seguintes,destacando-se o 
de 1908, quando 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de Nova Iorque, 
exigindo a redução de horário, melhores salários e direito ao voto. 
No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado em19 de Março, 
por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. 
 
 
 
30
 
 
Poucos dias depois, em 25 de Março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle 
Shirtwaist mataria 146 trabalhadores a maioria costureiras. O número elevado de 
mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado 
como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. 
 Para Eva Altermam Blay, socióloga e ex-senadora e militante dos direitos 
das mulheres, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle tenha 
incorporado ao imaginário coletivo como sendo o fato que deu origem ao Dia 
Internacional da Mulher. 
Finalmente em 1975, a ONU incluiu o dia 8 de março em seu calendário oficial 
de comemorações, e a data passou a ser reconhecida como marco da luta feminina 
pela defesa dos direitos humanos. 
 
3.2 Repercussão dessa Data no Brasil 
 
O Dia Internacional da Mulher faz pensar sobre o seu papel na sociedade e rever 
conceitos, conquistas pessoais e profissionais. Algumas mulheres no mercado de 
trabalho apontaram caminhos, criaram novos conceitos e provaram que podem ser 
tão bem-sucedidas quanto aos homens. 
No Brasil, a constituição Federal de 1988 simboliza um marco fundamental na 
instituição da cidadania e dos direitos humanos das mulheres. 
Mesmo com todos os avanços ainda ocorrem as desigualdades, seja de salários, 
jornada excessiva de trabalho, de credibilidade e desvantagens na carreira 
profissional, mas muito há para ser modificado nesta história, já que é um longo 
caminho a percorrer. Não obstante as discriminações, os avanços foram sentidos no 
Brasil. Pode-se dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da 
mulher brasileira, portanto nesta data foi instituído o voto feminino. Elas 
conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de 
votar e serem eleitas para cargos no Executivo e Legislativo. Para Daniela Diniz 
editora da revista “Você RH”, ainda é pequena a participação efetiva da mulher na 
política. Segundo dado sobre a situação da mulher da revista Veja (2001), elas 
ocupam 12,7% dos assentos parlamentares no mundo. Esse número aumentou 5% 
desde a conferência mundial, realizada no ano de 1995 em Pequim, caso siga este 
ritmo, a mulher alcançaria uma representatividade equilibrada somente em 75 anos. 
 
 
 
31
 
 
 Entretanto, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) 
no seu último relatório sobre o desenvolvimento humano no mundo, mostrou que 
apenas 9% dos assentos da Câmara e do Senado são ocupados por parlamentares do 
sexo feminino. O Brasil ficou na 142ª colocação no ranking mundial de participação 
feminina em cargos eletivos, ou seja, o Brasil tem a menor representação no 
Congresso e na vida política da América Latina. 
De acordo, com o estudo Ruanda com 53% é o país onde as mulheres têm 
conquistado maior espaço na política, seguido de Suécia (47%), Cuba (43,1%), 
Finlândia (41%) e Argentina (40%). 
 
 
 
Ilustração 9- Participação cargos eletivos 
(fonte – criação própria) 
 
 
As mulheres e os trabalhadores não podem ser 
senão cidadãos de segunda classe enquanto estas 
instituições continuarem a definir e estruturar nossa 
política “Com a pequena representação, na melhor 
das hipóteses, os cidadãos têm a opção de votar ou 
não, mas [nós mulheres] temos um papel pequeno 
na definição ou no consentimento ao regime 
enquanto tal”. (Martha Ackelsberg, pág. 255). 
 53% 
 47 % 43, 1% 40% 41 %
 9% 
 Ruanda Suécia Cuba 
 
Argentina Finlândia Brasil 
Participação feminina em cargos eletivos
 
 
 
32
 
 
De acordo com a pesquisa realizada pelo Ibope (2009), revelou-se que a 
maioria dos brasileiros considera que a presença das mulheres no poder poderia 
melhorar a política. Grande parte dos entrevistados ainda se mostrou dispostos a 
votar em uma mulher para os cargos executivos, como a Presidência e os governos 
estaduais. Veja o percentual de candidatas e de eleitas nas eleições de 2000, 2004 e 
2008. 
Em 2000, as mulheres candidatas à vereadora somaram 70.321, sendo 
eleitas 7.001, o que representa 9,95% das candidatas. Nesse mesmo ano, as 
mulheres candidatas à prefeita somaram 1.139, sendo eleitos 317 que representa 
27,83%. Nas eleições de 2004, as mulheres candidatam as vereadoras somaram 
76.762, sendo eleitas 6.555, o que representa 8,53% das candidatas. 
 
 
 
Ilustração 10- Mulheres candidatas a vereadora 
(fonte – criação própria) 
 
 Nas eleições para prefeita, as mulheres candidatas somaram 1.494, sendo 
eleitas 407, representando 27,24%. Finalmente, nessas eleições de 2008, as 
candidatas a vereadoras somaram 69.341, sendo eleitas 6.512, o que representa 
9,39% das candidatas. Nas eleições para prefeita, elas somaram 1.641, sendo 
eleitas 505, representando 30,77%. Os dados e a avaliação são do Centro 
Feminista de Estudos e Assessoria (2008), organização não-governamental que 
acompanha o desempenho feminino nas eleições desde 2000. 
 
70.321
76.762
69.341
7.001 
6.555
6.512 
9, 95%
8, 53%
9, 39%
Candidatas Eleitas Representa
2000
2004
2008
Mulheres candidatas a vereadora
 
 
 
33
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 11- Mulheres candidatas a prefeita 
(fonte – criação própria) 
3.3 Ascensão da mulher nos dias atuais 
 
 A mulher da atualidade não se parece em nada com a mulher do passado. Ela 
passou a conduzir suas ações e se tornou multifuncional, bem resolvida, primam por 
liberdade e melhores condições de vida, sem deixar de lado sua feminilidade, 
espontaneidade e criatividade. 
 
A mulher do século XXI, vem ganhando cada vez 
mais espaço, no trabalho, na política, na sociedade, 
e na economia com o compromisso, de manter o 
equilíbrio sem perder a sua feminilidade, perante 
uma nova forma de viver, pensar e agir.
 
Ilustração 12- Brasil iguladade de gênero 
(fonte – criação própria) 
 
 
1.139
1.494
1.641
317
407 505
27,83%
27,24%
30,77%
Candidatas
2000
2004
2008
Mulheres candidatas a vereadora
 
 
 
34
 
 
A mulher da atualidade se preocupa com os impactos de sua decisão e 
estabelece um diálogo aberto entre os colegas de trabalho, de modo a encontrar 
diversas maneiras para resolver os problemas e executar ações, mantendo o 
aprendizado continuo e a capacidade de adaptação. A atuação da mulher na 
liderança vem desencadeando influência na transformação cultural das 
organizações, e transformando as possibilidades existentes em conquistas. 
As mulheres têm o perfil característico para o empreendedorismo; elas fazem 
a administração de casa e dos conflitos que lá acontecem, afirma o gerente da 
unidade de atendimento individual do SEBRAE nacional, Enio Duarte pinto. 
“O empreendedor é uma pessoa que cria um novo negócio em face a risco e 
incerteza, com o propósito de conseguir lucro e crescimento, através da identificação 
de oportunidades de mercado e do agrupamento de recursos necessários para 
capitalizar sobre estas oportunidades” (PEREIRA, 1995). 
 
3.4 A educação e a ascensão profissional da mulher brasileira 
 
 Como se constatou, o rumo da mulher na sociedade econômica brasileira vem 
mudando com o passar dos anos, segundo o informe, a ediçãoespecial ”Veja 
Mulher” (2001), ela teve acesso à educação formal há pouco mais de 120 anos. Há 
apenas 77 anos pode votar. E há mais de vinte conseguiu ser reconhecida pela 
Constituição quanto á igualdade plena de seus direitos e deveres em relação aos 
dos homens. É importante avaliar o crescimento dela, não apenas no âmbito 
profissional, mas dentro do contexto de democracia. 
 
 
O que elas reivindicam hoje é serem reconhecidas 
como existentes ao mesmo título que os homens e 
não de sujeitar a existência à vida, o homem à sua 
animalidade. Uma perspectiva existencial permitiu-
nos, pois, compreender como a situação biológica e 
econômica das hordas primitivas devia acarretar a 
supremacia dos machos. (BEAUVOIR, 1970, p.86). 
 
 
 
 
 
35
 
 
A mulher na sociedade econômica 
 
 
Ilustração 13- Sociedade econômica 
(fonte – criação própria) 
 
 A estatística, segundo Jacqueline Pitanguy ex-presidente do Conselho 
Nacional dos Direitos da Mulher prova que, no fim dos anos 70 e início dos anos 80, 
coincidindo com o processo de transição democrática, o movimento levou o debate 
público questões como a reprodução, sexualidade e igualdade de direitos entre 
homens e mulheres. Esse processo de democratização reivindicou e conquistou 
espaço governamental. 
 
 
Ilustração 14 - Reprodução do quadro de Jean-Baptiste De Breat 
(fonte – Reprodução Biblioteca Municipal de SP) 
 
 A Constituição de 1988, na qual os movimentos e Conselhos de Mulheres 
tiveram papel fundamental, estabelece igualdade entre homens e mulheres na 
sociedade. O período pós-1988 é marcado, portanto, pela adesão brasileira aos mais 
importantes Tratados Internacionais de Direitos Humanos. 
Educação formal há 
pouco mais de 120 
anos 
Há apenas 77 anos a 
mulher pode votar. 
Há aprox. 21 anos a 
mulher conseguiu 
igualdade de seus 
direitos e deveres em 
relação ao homem 
 
 
 
 
36
 
 
 Só para se ter idéia da importância das mulheres, basta saber que elas 
representam mais da metade da população brasileira. Conforme Síntese de 
Indicadores Sociais (2007), a população brasileira em 2006 era de 187,2 milhões de 
habitantes, desse total, 96 milhões eram mulheres. O aumento da proporção de 
mulheres em relação a homens é uma tendência demográfica no Brasil, ou seja, a 
cada nova pesquisa, os resultados mostram que a população feminina tem 
aumentado cada vez mais em relação à masculina. 
3.5 Participação da Mulher no Mercado de Trabalho 
 
 A presença da mulher na economia brasileira se deve a confiança para 
assumir sua força e lidar com as diversas situações profissionais a fim de obter 
credibilidade e sucesso na sua vida profissional. Conforme artigo publicado pelo 
Estado de São Paulo (2009), 53% dos postos de liderança nas 10 empresas 
consideradas as melhores para se trabalhar no país são ocupadas por mulheres, 
33% das famílias brasileiras é chefiadas por mulheres, 55% dos matriculados no 
ensino superior são do sexo feminino, 10% dos profissionais de Engenharia no Brasil 
são mulheres. È a única em que não existe diferença salarial entre gêneros, 76% dos 
profissionais de economia do Brasil são mulheres e 32% dos homens ganham a 
mais quando se compara salários dos profissionais de medicina. “As mulheres têm 
apresentado nos últimos anos várias mudanças no seu comportamento social. Ver 
gráfico abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 15- Mulher mercado de trabalho 
(fonte – criação própria) 
 
 76%
 53%
33%
55%
10%
Profissionais
econonomia
As 10
melhores
empresas 
Famílias
chefiadas 
mulher 
Ensino
Superior 
Profissionais
engenharia
 
 
 
37
 
 
 “A redução da fecundidade, a crescente participação no mercado de trabalho, 
a contribuição no rendimento familiar e a elevação da escolaridade são aspectos 
considerados fundamentais para dimensionar seu papel na sociedade brasileira” 
(SABOIA, A. LUCIA, 2008: p 231). O estudo Mulheres do Brasil conduzido pela 
socióloga Oriana White (2004), pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e 
diretora da CPM Research, representou uma virada no mercado em relação ao 
Mapeamento dos desejos da mulher deste século. 
Pelo tratar da caminhada, apesar dos fatores ainda discriminativos, inclusive 
de caráter sexista como se observa do trecho abaixo, que impedem a plenitude da 
igualdade de direitos, no Brasil, as mulheres já são quase a metade da força de 
trabalho. 
Sua participação nos últimas seis décadas tem sido um dos fatos mais 
marcantes ocorridos na sociedade brasileira. Entre os brasileiros que trabalham, as 
mulheres são quase a metade, e são responsáveis pelo sustento de 
aproximadamente 33% das famílias no Brasil. 
 Segundo, o Globo Online (2007) o número de mulheres chefes de família 
cresceu 79% em dez anos, passando de 10,3 milhões, em 1996, para 18,5 milhões 
em 2006. O que mostra a Síntese dos Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE, 
com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 2006 (PNAD). 
Ver gráfico abaixo 
 
Ilustração 16- Mulheres chefes de família 
(fonte – criação própria) 
 
 10, 3%
 18, 5%
 79%
1996 2006 Crescimento 
Mulheres chefes de família 
 
 
 
38
 
 
 De acordo com o instituto, houve um crescimento acentuado no número de 
mulheres casadas que assumem as rédeas da família. Esse percentual saltou de 
9,1% em 1996 para 33% em 13 anos. Ver gráfico abaixo 
 
 
 
 
Ilustração 17- Mulheres assumem despesas 
(fonte – criação própria) 
 
 Porém, os homens, seja na posição de pessoa de referência ou cônjuge, 
ainda têm taxas de ocupação superiores a das mulheres. De acordo com a pesquisa, 
73% das mulheres no papel de cônjuge ganham menos que o marido, sendo que 
37,2% recebem até 50% do total obtido pelo companheiro. Quando a mulher é a 
chefe da família em 70% dos casos o homem também tem rendimento superior. 
 
 
É bom ressaltar que, apesar dos significativos 
avanços obtidos na esfera constitucional e 
internacional, os quais refletem as reivindicações e 
os anseios contemporâneos femininos, ainda 
persistem no imaginário social brasileiro elementos 
sexistas e discriminatórios com relação às 
mulheres, que as impedem de exercer, com plena 
autonomia e dignidade, seus direitos mais 
fundamentais. 
1996
2009
9, 1%
33%
1985
1990
1995
2000
2005
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mulheres que 
 assumem despesas familiares
 
Mulheres que assumem
 despesas familiares, crescimento
 
 
 
39
 
 
(PITANGUY, Jacqueline e MIRANDA, Dayse. O 
Progresso das Mulheres no Brasil, Brasília: Unifem. 
2006 p. 23-297). 
 
 
Sua participação nos últimas seis décadas tem sido um dos fatos mais 
marcantes ocorridos na sociedade brasileira. Entre os brasileiros que trabalham, as 
mulheres são quase a metade, e são responsáveis pelo sustento de 
aproximadamente 33% das famílias no Brasil. 
As estatísticas apontam que no Brasil, no período 1990-1998, a População 
feminina passou de 22,9 milhões para 31,3 milhões. As mulheres são uma parcela 
expressiva da força de trabalho no Brasil: 31 milhões de trabalhadoras, o que 
corresponde a 41% da População Economicamente Ativa. 
Já edição Especial do SENAI (2007), a importância da mulher na força de 
trabalho pode ser medida em crescente participação (PEA), em 2002 ela atingiu 
43%. Em São Paulo, maior centro empregador do País, metade do contingente de 
trabalhadores já era formada por mulheres no início deste século. 
 Em pesquisa realizada pela Fundação Estadual de Análisede Dados e da 
Secretaria de Economia e Planejamento, o nível de ocupação feminino aumentou 
5,6%, em 2008. Embora o movimento tenha sido observado, continuamente, nos 
últimos dez anos, tal variação foi a mais intensa desse período. Para os homens, o 
crescimento de 3,8% foi à maior dos últimos cinco anos, ao contrário do ano anterior. 
 Esse ritmo diferenciado ampliou a participação feminina no total de ocupados 
de 44,7%, em 2007, para 45,1%, em 2008. Ver gráfico abaixo. 
 
 
 
 
40
 
 
 
Ilustração 18- População economicamente ativa 
(fonte – criação própria) 
 
Em recente “Boletim Regional Mulher” 2009, O crescimento da participação da 
mulher no mercado de trabalho provavelmente está relacionado com o aumento da 
importância dada à carreira profissional. Porém vale a pena destacar o crescimento 
da participação da mulher por níveis de instrução, verifica - se uma elevação do nível 
de escolaridade para ambos os sexos na PEA do Estado de São Paulo. 
De acordo a Fundação Seade (2007) a proporção entre mulheres com nível 
de ensino evoluiu de 33% para 41%. Já os homens, o grau de instrução cresceu de 
27% para 33%, entre 1994 e 1998; em 1994, 53% das mulheres tinham concluído 
pelo menos o ensino fundamental, proporção que cresceu 61%, em 1998, entre os 
homens, estes percentuais correspondiam a 46% e 54%. 
 O Ministério da Educação, em levantamento realizado anualmente pelo Inep 
(2005), as mulheres matriculadas no ensino fundamental representam 16.367.401, 
total de 48,80%, já no ano de 2006, 48,66%. No Ensino Médio, a proporção de 
matrículas aumentou nesse período. Em 2005, elas representam 53,99% e, em 
 
 2008
45, 1%
2007 
44, 7%
2002 
 43%
1976 
29%
 
 
 
 
 
 
 
População economicamente ativa 
 
 
 
41
 
 
2006, 54,06%. No ano 2007, do total de 31.733.198 estudantes do Ensino 
Fundamental, ou 48,51% eram mulheres. Sendo que, no Ensino Médio, o percentual 
delas supera o de homens. Representando 54,7% do total de 8.264.816 alunos. 
Veja gráfico abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 19- Nível de Ensino 
(fonte – criação própria) 
 
 De acordo com Folha Online (2003) há mais mulheres graduadas que homens 
nas áreas de educação (598 mil contra 61mil) artes, humanidades e letras (510 mil 
contra 149 mil) ciências, matemática e computação (306 mil contra 240 mil) e saúde 
e bem-estar social (537 mil contra 352 mil). Ver gráfico abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 20- Área de educação 
(fonte – criação própria) 
Nível de Ensino
1985
1990
1995
2000
2005
2010
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Nível de Ensino
Ano
Nível de Ensino
Mulheres
Mulher X Homens na área de educação
510,000598,000
306,000
537,000
61,000 149,000
240,000
352,000
Educação Artes,
humanidades e
letras
Ciências,
matemática
computação
Saúde e bem-
estar social
Homens
Mulher 
 
 
 
42
 
 
 Os homens se destacam em ciências sociais, administração e direito (1,2 
milhões contra 1 milhão); engenharia, produção e construção (461 mil contra 105 
mil); agricultura e veterinária (101 mil contra 24 mil) e Serviços (31 mil contra 23 mil). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 21-OS Homens se destacam 
(fonte – criação própria) 
 
 
 Em estudo especial sobre a Mulher realizado pelo IBGE (2008), para quem 
possui nível superior completo, o rendimento médio habitual foi de R$ 2.291,80 em 
janeiro de 2008; enquanto que para os homens esse valor foi de R$ 3.841,40. 
 Ainda comparando trabalhadores que possui nível superior, o rendimento das 
mulheres é cerca de 60% inferior, indicando que mesmo com grau de escolaridade 
mais elevado as discrepâncias salariais entre homens e mulheres não diminuem. 
Os Homens se destacam em:
12000,000
31,000
461,000 101,000
105,0001000,000 24,000 23,000
Ciências
sociais,
Administração
e Direito
Engenharia,
Produção e
Construção
Agricultura e
Veterinária
Serviços
Mulheres
Homens
 
 
 
43
 
 
 
Ilustração 22-mulheres com nível superior completo 
 
 
 No mesmo estudo verificou que a escolaridade delas permanece alta em 
relação aos homens. Entre elas 51,3% possuíam 11 anos ou mais de estudo em 
janeiro de 2003, contra 59,9% em janeiro de 2008. 
 
 
Ilustração 23-mulheres com nível superior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44
 
 
3.6 Desigualdades em decorrência do gênero 
 
Além dos problemas enfrentados, ainda há a falta de oportunidade no 
mercado de trabalho, salário baixo, informalidade na contratação, extensa jornada de 
trabalho, instabilidade. “É preciso planejamento financeira especificamente para a 
mulher brasileira, para que elas possam se posicionar em relação ao futuro e 
possam vir a desfrutar com plenitude os benefícios trazidos nos novos modelos 
culturais” (Eliana Bussinger, p188). 
 Tais indicadores mostram as diferenças e semelhanças, relação à situação 
do trabalhador do gênero masculino. 
 
A baixa remuneração das mulheres, por exemplo, 
se explicaria, na teoria neoclássica, por sua suposta 
menor produtividade (seja devido a um menor 
investimento em capital humano seja devido à 
característica quase “inata” tais como menor 
compromisso com a empresa, menor expectativa de 
permanência no trabalho devido à primazia da vida 
doméstica e familiar), por uma mobilidade imperfeita 
ou por discriminação que distorcem o processo de 
maximização do lucro. Argumenta-se que o sistema 
econômico não teria nenhum interesse direto 
nessas práticas, e que a sua eliminação melhoraria 
de fato sua eficiência (Humphries e Rubery, 1994: 
pg. 403). 
 
 O rendimento médio real por hora das mulheres ocupadas apresentou 
pequena variação negativa (-0,9%) em relação ao ano anterior, passou a 
corresponder a R$ 5,76, o que equivale a 76,4% do atribuído aos homens 
(R$ 7,53). Para estes, houve ligeiro aumento (1,0%), ampliando a diferença entre os 
sexos. “O trabalho feminino aumenta a cada ano, mas ainda está longe de igualar-
se ao masculino, especialmente nos rendimentos” (William 2003, p.230). 
 Porém estas desigualdades vão além, já que a busca por melhores resultados 
são características dos homens e mulheres em igual proporção. Os dois têm 
maneiras diferentes de encarar situações. A mulher acredita e utiliza a intuição, o 
 
 
 
45
 
 
homem ação. As mulheres tendem a construir suas carreiras etapa por etapa, os 
homens planejam suas carreiras em longo prazo. As mulheres costumam tomar 
decisões, já o homem têm uma maior capacidade de arriscar em novos 
empreendimentos, mesmo que isso lhe custe o emprego em certos casos. 
 
As mulheres têm denunciado o alto custo que elas 
pagam por competir no espaço dos homens: 
Enquanto estes contam, de certo modo, com uma 
infra-estrutura de apoio, seja financeira, sejam 
apenas psicológicas, para competir no mercado de 
trabalho, as mulheres devem provar duas vezes 
mais do que são capazes, além de continuar a 
desempenhar as funções de mãe e de rainha do lar, 
exigidas tanto pelos maridos, quanto pelos filhos e 
familiares”. (Rago, 1996, p.199). 
 
A mulher entra agora numa fase de igualdade crescente. O talento profissional 
e a disciplina são decorrentes na busca cessante de conhecimento e aprimoramento, 
a mulher passou a enxergar o homem não só como concorrente, mas sim como 
aliado nas organizações. Para Kanbour (2009), vice - presidente do Instituto Claro, A 
ela está mudando a atitudee vendo que não precisa competir com o homem, se for 
competente. Segundo uma pesquisa realizada pelo Grupo Catho, empresa de 
recrutamento e seleção de executivos, publicado na revista eletrônica “O Globo” as 
brasileiras estão apontando para uma participação histórica nos níveis hierárquicos 
mais elevados das empresas (presidentes e CEOs): 20,56%, há dez anos elas 
representavam apenas 10,39% dos altos cargos executivos. Ver gráfico abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 24-Crescimento na alta liderança 
Fonte – criação própria 
 
Crescimento na alta direção
20,56%
10,39
 Ano 2000
Ano 2009
 
 
 
46
 
 
 Observou-se que as mulheres conquistam cargos de chefia em média, aos 36 
anos de idade, já os homens por volta dos 40 anos de idade. A última Síntese de 
Indicadores Sociais do IBGE, a maior participação das mulheres no mercado de 
trabalho tem se concentrado em quatro grandes categorias ocupacionais que, juntas, 
compreendem cerca de 70% da mão de obra feminina: serviços em geral (30,7%); 
trabalho agrícola (15%); serviços administrativos (11,8%); e comércio (11,8%). Ver 
gráfico abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 25- Categoria ocupacional 
(fonte – criação própria) 
 
 A revista eletrônica IG destaca que o trabalho tem peso importante em todas 
as classes, mas representa coisas diferentes para cada grupo. Para as mulheres AA, 
trabalho corresponde a desenvolvimento intelectual, além de destaque como 
profissional. Para as entrevistadas da classe AB, o sucesso na carreira está 
relacionado ao desenvolvimento pessoal. Já as mulheres da classe C reconhecem o 
trabalho como ajuda financeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 26- Classe social 
(fonte – criação própria) 
Destaque classe social 
Classe 
AA 
Desenvolvimento intelectual e destaque 
profissional 
Classe 
AB 
Desenvolvimento pessoal 
Classe 
C 
Ajuda financeira 
11,8%11,8%
15%
30,7%
Serviços em
geral
Trabalho
agrícola
Serviços
administrativos
Comércio
Mulher no mercado de trabalho
 
 
 
47
 
 
 De acordo com Seade (2007), Fundação Sistema Estadual de Análise de 
Dados, o nível de ocupação feminina aumentou 4,2%, em 2005, mantendo a 
trajetória de crescimento pelo sétimo ano consecutivo e repetindo o bom 
desempenho de 2004, que foi de 4,1%. Já em 2008, o crescimento apresenta de 
5,6%. 
 
Ilustração 27- Nível de ocupação feminina 
(fonte – criação própria) 
 Entre os homens, o nível ocupacional também se elevou, mas em ritmo 
inferior ao das mulheres (2,6% em 2004, 2,4% 2005 e 3,2% em 2008). 
 
 
 
 
 
Ilustração 28- Entre os homens 
(fonte – criação própria) 
 
 Isso implicou o aumento da participação feminina no total de ocupados de 
44,2% em 2004 para 44,7% 2007. A Secretaria de Economia e Planejamento 
(SEADE) destaca que em 2005, o crescimento do nível ocupacional das mulheres 
0 
2004 
4, 1%
2005
4, 2%
2008 
5, 6%
Nível de ocupação feminina 
 
0
2004
 2,6%
2005
2,4%
2008
3,2%
 Entre os homens
 
 
 
48
 
 
deveu-se ao desempenho positivo da Indústria (8,8%), do Comércio (4,8%), dos 
Serviços (4,0%) e, em menor medida, dos Serviços Domésticos (2,1%). Ver gráfico 
abaixo. 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 29-Nível ocupacional 
(fonte – criação própria) 
 Segundo UOL Economia (2009), o nível de ocupação feminina teve um 
significativo aumento, em praticamente todos os setores de atividades analisados, 
sobretudo nas áreas de comércio e serviços. Devido ao crescimento mais acentuado 
do nível ocupacional, as mulheres ampliaram sua participação no total de 44,7% em 
2007, para 45,1% em 2008. Tendência que vem sendo observada continuamente ao 
longo da série da pesquisa. 
 
Ilustração 30-Nível de ocupação feminina 
(fonte – criação própria) 
Nível de ocupação feminina
2008
 45, 1%
2007
 44, 7%
2004 
44, 2%
 
 
8,8%
4,8%
4,0%
2,1%
Indústria Comércio Serviços Serviços
Domésticos
Crescimento do nível Ocupacional
 
 
 
49
 
 
 Entre os homens, houve acréscimo na Indústria (3,7%), nos Serviços (2,5%), 
no Comércio (1,1%), na Construção Civil (1,9%) e nos Serviços Domésticos (10,3%). 
 
Ilustração 31- Entre os homens 
(fonte – criação própria) 
 O estudo realizado pelo IBGE (2008) demonstra que o rendimento médio 
habitual das mulheres em janeiro de 2008 foi de R$ 956,80, enquanto que o dos 
homens foi de R$ 1.342,70 para o conjunto das seis regiões metropolitanas 
investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego. A partir desses valores, verifica-se 
que as mulheres recebem 71,3% do rendimento dos homens, aproximadamente 
28,7% a menos. Ver gráfico abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 32- Rendimento médio 
(fonte – criação própria) 
3, 7%
2, 5%
1, 1%
1, 9%
10, 3%
Indústria Serviços Comércio Construção 
Civil 
Serviços 
Domésticos
Entre os Homens 
Rendimento médio (salário 2008)
R $ 1.342,00
R $ 956,80
 28,7%
Mulher Homem Mulheres recebem menos
 
 
 
50
 
 
 Na análise de cada região metropolitana, esse percentual foi de 75,9% em 
Recife, 74,2% em Salvador, 65,2% em Belo Horizonte, 75,6% no Rio de Janeiro, 
70,4% em São Paulo e 69,3% em Porto Alegre. Ver gráfico abaixo. 
Análise da região metropolitana
65,20%
69,30%
70,40%
75,60%
74,20%
75,90%
R e
cif
eS a
lva
do
R i
o d
e J
an
e ir
o
B e
lo 
Ho
riz
on
te
P o
rto
 A
leg
re
 S
ã o
 P
au
lo 
 
Ilustração 33- Análise região metropolitana 
(fonte - criação própria) 
 
 
 A partir dos dados da tabela abaixo, observa-se que entre 2003 e 2008, o 
crescimento do rendimento da mulher foi maior no Rio de Janeiro, 16,5% (de R$ 
817,20 para R$ 952,90) e menor em São Paulo, onde houve redução de 2,2% (de 
R$ 1.100,86 para R$ 1076,40). Ver tabela abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 34- Rendimento Mulher / 03 e 08 
(fonte – criação própria) 
 
 
Rendimento médio mulher/Jan03 e 08
2003 647,88 793,54 705,09 817,82 1.100,86 782,73
2008 703 793,9 816,1 952,9 1.076,40 897,2
Recife Salvador Belo Horizonte Rio de Janeiro São Paulo Porto Alegre
 
 
 
51
 
 
 Nota-se, ainda, que na região metropolitana de São Paulo ocorreram os 
maiores rendimentos médios habituais, tanto para os homens quanto para as 
mulheres. Por outro lado, em Recife, ambos têm os menores rendimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilustração 19 - Rendimento Homem / 03 e 08 
(fonte – criação própria) 
 
 
Ilustração 35- Rendimento Homem /03 e 08 
(fonte – criação própria) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rendimento médio homem /Jan03 e 08
2003 834,91 1.199,24 1.102,67 1.088,78 1.529,24 1.100,94
2008 926,2 1.070,40 1.250,80 1.260,90 1.528,80 1.295,10
Recife Salvador Belo Horizonte Rio de Janeiro São Paulo Porto Alegre
 
 
 
52
 
 
Conclusão 
 
 
 Da leitura que se expôs sobre a mulher nesses três singelos capítulos, uma 
idéia pode ser alinhavada nesse tecido histórico: a mulher tornou-se sujeito de si. 
 Entretanto, a mulher era submissa e inferiorizada por sua fragilidade e 
condição fisiológica. Porém, na Idade média ela foi à busca de melhores condições e 
direito a igualdade, já na atualidade passou a conduzir suas ações e tornou-se 
multifuncional, bem resolvida, prima por liberdade e melhores condições de vida, 
sem deixar de lado sua feminilidade, espontaneidade e criatividade. 
 O caminho

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