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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP EAD PROJETO INTEGRADO MULTIDISCIPLINAR CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA RELATÓRIO PIM II MANAUS/2019 Nº. NOME RA 01 Gabriel Nascimento de Souza xxxxxxxx 02 03 04 05 06 Espaço reservado para apresentar e descrever, de forma adequada e objetiva, os aspectos relevantes da pesquisa (teórica/prática). Em caso de citações deverá conter referências bibliográficas baseando-se nas normas da ABNT. Mínimo de sete e máximo de dez páginas. 2 INTRODUÇÃO Escolhida como objeto de estudo, a empresa Renauto Posto Ltda, opera com uma rede de postos de gasolina atuando na venda de combustíveis automotivos, óleos lubrificantes para motores, e produtos para higiene de veículos automotores. A empresa fica localizada na Av. Carvalho Leal, 1169, Cahoeirinha, Manaus – AM. Todas as informações aqui dispostas sobre a empresa foram colhidas de forma presencial, com o apoio do gerente de um dos postos da rede Sr. Antônio Lucas da Fonseca, que com muita simpatia compartilhou um pouco de sua experiência de quase 40 anos no ramo de venda de combustíveis, apresentou a estrutura de um dos postos de gasolina da rede, e contou seus métodos utilizados diariamente para gerenciar as várias situações adversas provenientes do acirrado mercado de venda de combustíveis automotores. Os temas aqui abordados se referem há aspectos micro, e macroeconômicos que afetam a empresa, e como esses aspectos influenciam as tomadas de decisão que se baseiam na demanda, e na oferta dos produtos disponibilizados para a venda, levando em consideração as sazonalidades que em muitos casos trazem à tona a essência do problema econômico. Como gerenciar a escassez de recursos, de capital, e também dos demais fatores de produção? Como o estado atua sob as falhas de mercado, como externalidades, e de que forma esta atuação influência o mercado e as decisões a serem tomadas pela empresa. Esta pesquisa também trata de como é realizada a gestão de recursos materiais e patrimoniais utilizados para a venda do combustível, como é gerenciado o estoque dos produtos, cuidados a serem tomados no armazenamento, as fiscalizações provenientes das legislações que tratam de regular a venda neste mercado, e os principais problemas em que o não cumprimento das mesmas acarreta. Como é pensado o processo de compra de combustível para a revenda, e também dos produtos secundários vendidos na empresa, de forma a otimizar os gastos para diminuir o capital parado. Por fim, analiso as operações matemáticas utilizadas para cálculo dos preços de produtos, lucro e receitas. Espero com este projeto colocar em pratica o que estudei nas matérias do bimestre, refletindo, analisando, e tentando apresentar soluções que me proporcionem maior conhecimento sobre os temas abordados, para assim me tornar um profissional diferenciado no mercado. 3 1. ECONOMIA DE MERCADO O ramo de venda de combustíveis é bem complexo, e o gestor que opera neste setor deve estar atento ás quantidades demandadas, também em todas as mudanças repentinas de legislações, bem como os diferentes posicionamentos do estado diante dos diferentes cenários econômicos. A demanda de combustível varia de acordo com os meses, a quantidade de feriados, e os calendários acadêmicos. Encontrar o ponto de equilíbrio entre a demanda e a oferta dos produtos é a meu ver um dos principais problemas a serem resolvidos, já que a compra de combustível deve acontecer de forma a se enquadrar nas normas e regimentos da ANP (Agencia Nacional do Petróleo), atender as necessidades dos agentes econômicos, claro, sem esquecer da livre concorrência, e também encontrando o ponto que ofereça um preço não tão barato a ponto de causar prejuízos, não tão alto a ponto de sofrer notificações do PROCON sob a denúncia de pratica de preços abusivos, e não tão iguais aos preços da concorrência para não sofrer punições por acusação de cartel. Segundo o gerente, Sr. Antônio Lucas da Fonseca, “[...] O setor financeiro realiza o cálculo de previsão de vendas para as semanas seguintes, depois disso nós podemos colocar um preço que nos gere lucro, e que pague os gastos com funcionários, novos pedidos de combustível, também os gastos com manutenção, e o lucro sobre o litro de combustível vendido varia entre 0,35 e 0,40 centavos [...]”, sendo assim, a atenção nas variações na demanda do combustível é de extrema importância para a sobrevivência do negócio. Sabendo que o preço não é o único fator determinante para o aumento da demanda, e analisando este contexto, penso que as futuras variações no preço dos combustíveis podem ser grandes aliadas para a sobrevivência neste ramo de negócios. Se imaginarmos que o estado anuncia para o próximo mês um aumento no preço dos combustíveis, provavelmente este aumento elevaria as quantidades de combustível demandadas agora, já que os agentes econômicos resolveriam comprar o combustível enquanto o preço ainda não aumentou. O aumento no preço do produto principal, no caso a gasolina, poderia ocasionar também o aumento na demanda por seu produto substituto, o etanol. 4 “A decisão do governo de aumentar tributos sobre a gasolina deverá tornar o etanol mais atrativo para o consumidor, aumentando a demanda pelo biocombustível e levando a uma safra ainda mais alcooleira em detrimento da produção de açúcar, no centro-sul do Brasil [...]”. (Portal G1 Economia, 20/01/2015). Tendo isso em vista, o gestor pode se preparar para fazer um maior pedido de combustíveis, e vender esse produto há um preço mais barato que a concorrência que comprou o combustível já com o aumento de impostos. Claro que o aumento da tributação sobre os combustíveis teria impacto direto na taxa de inflação do país, visto que aumentaria gradativamente e de forma geral os preços dos produtos, inclusive, os preços dos óleos lubrificantes para motores, e os produtos com destino a melhor higienização dos veículos. “ [...] A gasolina segue como vilã da inflação, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de maio, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isoladamente, a gasolina foi o item com maior impacto de alta no índice, com 0,14 ponto porcentual (p.p.), após os preços médios dos combustíveis avançarem 3,29% [...]”. (EM.com.br, caderno de Economia de Minas, 24 de Maio de 2019). Ao mesmo tempo em que se pode aproveitar oportunidades com o aumento da demanda dos produtos, deve-se observar com cautela as variações nos tributos sobre os combustíveis, já que eles terão impacto direto na inflação, e por tanto também influenciarão os preços dos subprodutos ofertados pela empresa. Aproveitando a análise sobre inflação, e a entrada no assunto macroeconomia, podemos observar como o estado atua sobre este mercado ao longo dos anos, e quais foram suas principais diretrizes que afetaram de forma direta o mercado de venda de combustíveis. Segundo Pires (2017), ao longo dos anos o mercado de combustíveis passou por três fases importantes, em que se pôde observar grandes mudanças geradas a partir de decisões do estado sobre este mercado. A primeira fase aconteceu na década de 90, quando um processo de desregulamentação malconduzido desencadeou o surgimento de uma grande quantidade de distribuidoras, e revendedores, onde muitos atuavam de forma irregular praticando adulteração dos 5 produtos, e sonegação de impostos. Depois veio a Lei n.º 9.478/97, que foi o marcoregulatório do setor de combustíveis, e surgiu para corrigir as falhas de mercado. Com a chegada da lei, a fiscalização diminuiu a quantidade de irregularidades, e trouxe mais estabilidade para a concorrência no mercado. A Petrobras manteve seu poder de monopólio, e esse monopólio só se acentuou no governo do PT. A fase atual se iniciou com a necessidade da Petrobras de gerar caixa. Isso trouxe novos contornos ao mercado, e dentre eles, se encontra o aumento da concorrência com a entrada de novas distribuidoras, redes de postos de gasolina, e transportadores. “[...] O mercado, ao longo dos últimos anos, evoluiu em termos de maior competitividade, desenvolvimento de novos agentes e melhoria na aderência à legislação, fundamental para o recolhimento de impostos e atratividade dos investimentos, aliados a uma clara melhoria na qualidade dos produtos e serviços ofertados ao consumidor final. Essas conquistas não podem ser revertidas, trazendo de volta as irregularidades observadas na década de 1990 [...]”. (Adriano Pires, O Estado de S.Paulo, 25 de fevereiro de 2017). 2. RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS A empresa observada opera com 6 bombas de 15.000 litros de combustível, totalizando então 90.000 mil litros de tancagem. Devido ao risco de se trabalhar com combustíveis, visando resguardar a saúde e integridade de quem trabalha, e das pessoas que moram próximas aos reservatórios e estoques de combustíveis, bem como também cuidar da integridade do meio ambiente, o estoque e armazenamento de combustíveis deve seguir à risca as normas e leis que regem o mercado, que vão desde normas de segurança, até leis ambientais, e também o código de defesa do consumidor. Desde a Lei do Petróleo, Lei nº 9.478 de 6 de Agosto de 1997, os regulamentos sobre a estocagem e armazenamento evoluíram, e ainda vem evoluindo ao longo dos anos. Acompanhar de perto essa legislação é de suma importância para o bom gerenciamento do estoque, visto que desde o marco regulatório do setor de combustíveis, a ANP junto a ABNT incluíram 37 novas resoluções, e normas técnicas para regular o setor, isso sem contar as normas e leis 6 estaduais e municipais regulam o transporte e armazenamento de líquidos inflamáveis. Segundo o gerente da empresa observada Sr. Antônio Lucas da Fonseca, os tanques não podem operar abaixo do limite estabelecido pela ANP de forma que não podem esvaziar totalmente, e também é raro o caso em que operam com seu limite máximo de capacidade de estocagem pois isso se tornaria inviável do ponto de vista financeiro, sendo assim, uma das técnicas de estoque que poderia ser utilizada é o Just in Case. Diferente do JIT, o Just in Case opera com o entendimento de que se deve trabalhar com um estoque um pouco acima da quantidade demandada, e por isso é justamente o inverso do JIT. Tendo em vista que não há a possibilidade de realizar uma previsão exata da quantidade demanda por combustível, justamente por conta de todas as sazonalidades e situações adversas que influenciam essa demanda, trabalhar com o estoque um pouco acima da demanda traria algumas vantagens que bem aproveitadas aumentariam as vendas da empresa. Algumas dessas oportunidades são não deixar faltar o produto no estoque para que os clientes confiem e acreditem que naquele posto há combustível, e também, em um eventual aumento de tributos na gasolina, o estoque um pouco acima da demanda traz a oportunidade de oferecer promoções vendendo o combustível há um preço mais barato, assim aumentando as vendas da empresa. Claro que a previsão de vendas, mesmo que imprecisa neste caso, continua se fazendo extremamente necessária para evitar uma eventual compra combustível muito além da capacidade de vendas da empresa, o que traria prejuízos. “O principal objetivo desta técnica é garantir que o nível do estoque esteja sempre alto, para garantir que todos os pedidos sejam atendidos com prontidão. Assim, é mais fácil evitar contratempos, como fatores climáticos, pedidos inesperados e/ou urgentes, preço do combustível (que pode alterar o preço final da mercadoria), problemas com o transporte que faz as entregas, entre outros”. (Equipe Hiper 20 de janeiro, 2015). Deve-se estar atento a gestão de todos os recursos materiais e patrimoniais da organização, levando em conta também os produtos secundários que serão vendidos, como os óleos lubrificantes, e produtos de limpeza. Para realizar a compra destes bens secundários e o estoque de segurança destes produtos, é necessário realizar os 7 cálculos de previsão de vendas mensal destes bens para que não sejam compradas quantidades que ultrapassem a demanda pelos mesmos, fazendo com que o capital investido nesses bens fique parado. Calcular também o estoque de segurança dos bens é essencial para evitar a falta destes bens, e assim satisfazer a demanda destes produtos. Além de todos estes cuidados, o gestor deve cuidar também dos equipamentos e ferramentas utilizadas diariamente para que a organização funcione. Segundo o gerente Sr. Antônio Lucas, o Inmetro exige uma série de rígidas normas para o bom funcionamento dos equipamentos, e realiza periodicamente fiscalizações que visam garantir a segurança, e as boas práticas na venda de combustíveis. “[...] é sabido que muitas vezes o revendedor se vê penalizado por situações de pequeno potencial ofensivo onde bastaria uma notificação prévia para a correção da irregularidade, impedindo a lavratura do auto de infração e consequentemente a aplicação de penalidades [...]”. (Brasil postos, 23 de Outubro de 2018). A portaria nº 486 do Inmetro é recente, e bem criteriosa, mas surgiu com o intuito apresentar uma nova forma de praticar fiscalizações e também de adequações a normas por parte da empresa. “[...] quando uma das irregularidades vinculadas na referida norma for encontrada no posto (ex: comprimento de mangueira inadequado, bomba medidora em mau estado de conservação, filtro prensa sem placa de identificação etc.) este será previamente notificado para a reparação do problema em 15 dias, evitando-se assim a lavratura do auto de infração. Contudo, tal benefício só será aplicado se a empresa não for reincidente e não estiver envolvida em casos de fraude, resistência ou embaraço a ações fiscalizadoras [...]”. (Brasil postos, 23 de Outubro de 2018). 8 3. MATEMÁTICA APLICADA De fato, a matemática é essencial para saúde financeira da organização, mais também se faz importante para o bom gerenciamento dos estoques e para os cálculos de previsão de demanda, margem de lucro, e elasticidade preço de demanda e oferta etc. Como não foi possível ter acesso a as informações financeiras da empresa, as observações que constam neste capitulo são hipóteses de como a matemática auxilia o gestor da empresa Renauto Posto Ltda, a tomar as melhores decisões diminuindo os riscos, e tentando aumentar o faturamento. Segundo o gerente Sr. Antônio Lucas, o posto vende 120.000 litros de combustível por mês, e também segundo ele, o lucro na venda de combustível pode chegar a 0,40 centavos por litro, podendo variar um pouco a mais ou a menos. Levando em consideração que preço da gasolina vendida na empresa no dia da pesquisa é 4,20, podemos chegar a alguns cálculos estudados no livro texto de Matemática aplicada, como o de porcentagem. Sendo que 4,20/100 = 0,42 que multiplicado por 10 seria 0,42 centavos, podemos admitir que o percentual da margem de lucro por litro de gasolina vendida é aproximadamente de 10%. Podemostambém chegar até a receita total, se multiplicarmos a quantidade de litros vendida por mês, pelo preço de venda do produto. RT= 120.000 . 4,20, que seria 504.000. Admitindo que que estes dados apresentados são os únicos disponíveis para este trabalho acadêmico, podemos também realizar o cálculo de custo total. Sendo que o lucro por litro vendido é de 10%, e diminuindo então 0,42 centavos do preço de venda do produto chegamos a 3,78, que seria nesta hipótese o custo por litro de combustível. Se multiplicarmos este valor pela quantidade de litros vendida mensalmente chegaríamos ao custo total de 453.600. A função lucro pode ser alcançada se subtrairmos o custo total, da receita total. L(x)= 504.000 – 453.600. Neste caso o lucro seria 50.400. Os dados aqui apresentados são hipotéticos, levando em consideração apenas as informações obtidas através do gerente entrevistado, mas servem como alguns dos exemplos de como a matemática ajuda no gerenciamento da empresa observada. 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS Analisando as informações obtidas através das observações realizadas na visita, e da entrevista com o gerente Sr. Antônio Lucas da Fonseca, pude observar que são inúmeras as adversidades, e dificuldades de se gerenciar um posto de gasolina. Impressiona o quando as matérias do bimestre se completam e interagem em prol da melhor gestão de escassez de recursos, materiais, e cálculos que são essenciais e indispensáveis para a sobrevivência das organizações. Entender como a micro, e macroeconomia atuam e fazem parte da vida de todos é fundamental para estarmos seguros, e para que assim possamos direcionar a empresa para o caminho mais prospero tomando as decisões corretas muitas vezes embasadas em cálculos matemáticos, sem esquecer de que o processo de gestão de materiais e patrimônio está diretamente ligado ao sucesso da organização. Este projeto me proporcionou um enorme crescimento acadêmico. Observar questões relacionadas a as matérias de Economia e Mercado, Recursos Materiais e Patrimoniais, e Matemática Aplicada usando como objeto de estudo a empresa Renauto Posto Ltda, me fez perceber a verdadeira essência da Gestão Comercial, o que me leva a crer que acertei ao escolher o curso de Gestão Comercial, e me deixa cada vez mais envolvido com os processos de gestão. 10 REFERÊNCIAS GASOLINA VIRA VILÃ DA INFLAÇÃO - Em.com.br - https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2019/05/24/internas_economia,105636 5/gasolina-vila-da-inflacao-com-aumento-de-3-29-no-ipca-15-de-maio.shtml - Acesso em 01 de Junho de 2019. AUMENTO NO PREÇO DOS COMBUSTIVEIS PODE INFLUENCIAR A INFLAÇÃO – Correio Brasiliense - https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/09/08/internas_eco nomia,624315/aumento-no-preco-dos-combustiveis-pode-influenciar-inflacao.shtml - Acesso em 01 de Junho de 2019. A CONCORENCIA NO MERCADO DE COMBUSTIVEIS – O Estado de São Paulo https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,a-concorrencia-no-mercado-de- combustiveis,70001679268 – Acesso em 01 de Julho de 2019. NORMAS E LEGISLAÇÃO ANP – ANP.gov - http://www.anp.gov.br/armazenamento- e-movimentacao-de-produtos-liquidos/terminais-de-petroleo-e-combustiveis- liquidos/normas-e-legislacao - Acesso em 02 de Junho de 2019. CONTROLAR ESTOQUE – Hiper Blog - https://hiper.com.br/blog/just-in-time- controlar-estoque/ Acesso em 02 de Junho de 2019. FISCALIZAÇÃO DE BOMBAS MEDIDORAS EM POSTOS DE COMBUSTIVEIS - Brasil postos - https://www.brasilpostos.com.br/noticias/legislacao-2/inmetro- estabelece-regras-para-fiscalizacao-de-bombas-medidoras-em-postos-de- combustiveis/ Acesso em 02 de Junho de 2019.
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