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Mastocitoma cutâneo canino - Revisão Canine mast cells tumor – Review Heloisa Einloft Palma – Graduanda do Curso de Medicina Veterinária (CMV), Departamento de Clínica de Pequenos Animais (DCPA), Centro de Ciências Rurais (CCR), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil Danieli Brolo Martins – Pós-graduanda do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (PPGMV), DCPA, CCR, UFSM, Santa Maria, RS. E-mail: paula.basso@bol.com.br Paula Cristina Basso – Pós-graduanda do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (PPGMV), DCPA, CCR, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil. Anne Santos do Amaral – Professora do CMV, DCPA, CCR, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil Luciele Varaschini Teixeira – Residente do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Santa Maria (HVUFSM), DCPA, CCR, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil Sônia Terezinha dos Anjos Lopes – Professora do CMV, DCPA, CCR, UFSM, Santa Maria, RS, Brasil Palma HE, Martins DB, Basso PC, Amaral AS, Teixeira LV, Lopes STA. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2009; 7(23); 523-528. Resumo O mastocitoma é um dos tumores cutâneos mais corriqueiros na clínica de pequenos animais. Caracte- riza-se por transformações neoplásicas e proliferação anormal de mastócitos. Ainda que possa atingir cães de qualquer raça e idade, as raças braquiocefálicas e os de meia idade a idosos parecem estar mais predispostos. Acomete frequentemente o tronco e as regiões perineal, genital e inguinal, também podem atingir extremidade de membros, cabeça e pescoço. O diagnóstico baseia-se nos achados de citologia aspirativa, no entanto o exame histopatológico torna-se necessário para classificar o grau de malignidade. O tratamento constitui-se de abordagem cirúrgica acompanhada, ou não de quimiotera- pia e radioterapia. Este artigo destaca os aspectos clínicos, diagnóstico e terapêuticos do mastocitoma canino. Palavras-chave: Mastócito, síndrome paraneoplásica, citologia aspirativa, dermatopatia, neoplasia, cão Abstract Mast cell tumor is one of the most common skin tumors in small animal clinics. It is characterized by neoplastic transformation and abnormal mast cell proliferation. Although it may affect dogs of any breed or age, brachiocephalic breeds and middle-age to older dogs appear to be at high risk for the development of mast cell tumor. It is usually located in the trunk, perineum, genital and inguinal regions, but it also can occur in the lower limbs, head and neck. Diagnosis is based in fine-needle aspi- ration cytology; however, histopathology is necessary to evaluate the malignancy grade of the tumor. The treatment can be done by either surgery or radiotherapy or chemotherapy. This article reviews the clinical, diagnostic and aspects of canine mast cell tumor. Keywords: Mast cell, paraneoplastic syndrome, fine-needle aspiration cytology, dermatopathy, neoplasy, dog Revisão de literatura 523 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2009;7(23);523-528. Mastocitoma cutâneo canino - Revisão Introdução Atualmente a dermatologia e oncologia destacam-se den- tre as especialidades veterinárias (1). A variedade de doenças de pele descrita em cães é bastante ampla, no entanto, dentre tais desordens, as neoplasias atingem grande significância, haja vista que um estudo realizado em 17 hospitais veteriná- rios estadunidenses, os tumores cutâneos foram à segunda condição dermatológica mais diagnosticada (2). O mastocitoma caracteriza-se por transformações neoplá- sicas e proliferação anormal de mastócitos, podendo ser de origem cutânea ou visceral (3). Pertence a um grupo de neo- plasias conhecido como tumores de células redondas (4), jun- tamente com linfoma, histiocitomas e tumor venéreo trans- missível (5). Essa neoplasia foi relatada em seres humanos e em muitas espécies domésticas (6), dentre as quais é mais prevalente em caninos e felinos (7). Representa entre 7 a 21% dos tumores de pele dos caninos e de 11 a 27% de todas as neoplasias malignas cutâneas dos cães (8,9,10). A quantidade de tumores de pele diagnosticados, espe- cialmente de mastocitomas, aumentou de forma gradativa nos últimos anos, o que parece ser fruto de mudanças na mentalidade de proprietários e clínicos veterinários (11). Des- sa forma, considera-se oportuno, revisar os aspectos clínicos, o diagnóstico e tratamento do mastocitoma canino, auxilian- do a conduta do médico veterinário frente a essa doença tão rotineira. Mastócitos Os mastócitos são células de núcleo central arredondado e numerosos grânulos. Essas células são encontradas na pele, trato respiratório, trato gastrintestinal, baço, linfonodos e fí- gado (12). No animal hígido, essas células são residentes do tecido conjuntivo, de origem hematopoética, que mantêm a capacidade de proliferar após a maturação (13), relacionan- do-se aos processos inflamatórios e respostas imunes, bem como, aos mecanismos de regulação homeostáticos teciduais em geral (14). O achado característico de mastócitos maduros é a presen- ça de grânulos citoplasmáticos que contêm substâncias bio- logicamente ativas, como histamina, heparina (15), fator qui- miotático para eosinófilos, fator quimiotático para neutrófilos e enzimas proteolíticas (triptases, quimases, carboxipeptida- ses, β-glicuronidase, quimiogenases, peroxidases e superóxi- do dismutase), os quais desempenham importantes papeis na fisiopatogenia do mastocitoma (16). A quantidade de hista- mina nos mastócitos neoplásicos também é elevada, podendo conter de 25 a 50 vezes mais que mastócitos normais (17). Predisposição e etiologia Raças braquiocefálicas, como Boxer, Boston terrier, Bull- mastiff e Bulldog inglês (18), e a faixa etária por volta dos oito anos, são os fatores que mais predispõem essa neoplasia (19,20,21), apesar do mastocitoma cutâneo já ter sido relatado em todas as raças de cães (22) e em idades que variam de um mês a 17 anos (23). Além disso, não há variação na incidência quanto ao sexo, nessa espécie (9). Cães da raça Boxer apre- sentam elevada incidência de mastocitomas que tendem a ser bem diferenciados, apresentando, portanto, melhor prognós- tico (24). Embora possam ser benignos, esses tumores sempre devem ser considerados potencialmente malignos, indepen- dentemente da raça (25). Na rotina clínica do hospital veterinário dos autores, de cada 20 animais atendidos com essa neoplasia cerca de 75% não possuem raça definida (SRD), provavelmente isso se deva ao número expressivo de exemplares SRD na população cani- na da região. O Fila Brasileiro e o Boxer são algumas das raças com maior número de exames citológicos compatíveis com mastócitos neoplásicos nos laudos do Laboratório de Análi- ses Clínicas do Hospital Veterinário da UFSM (HV-UFSM), entre março de 2005 a março de 2006. A maior parte desses cães apresentava idade de seis anos ou mais, e verificava-se equivalente proporção entre machos e fêmeas. A etiopatogenia do mastocitoma canino e a razão para sua elevada incidência são desconhecidas (21,26), mas possivel- mente seja multifatorial (7). Entretanto, a maior incidência do mastocitoma em certas raças caninas sugere uma possível causa de base genética (26). Em 1999, foram identificadas cinco mutações diferentes no gene c-kit em casos de mastocitoma canino, mostrando inclusive que essas mutações estavam presentes nas células primárias do tumor. Durante algum tempo, investigou-se a participação de um agente viral no desenvolvimento desse tumor, todavia, não encontraram evidência da presença de vírus. A transmissão dessa neoplasia em animais através de ultrafiltrado livre de células também se mostrou ineficiente. Outro possível fator desencadeante seria exposições repe- tidas a agentes carcinogênicos, o que poderia explicarpor- que o mastocitoma algumas vezes se desenvolve em áreas de dermatite crônica, bem como elucidar o comportamento maligno de alguns mastocitomas que, inicialmente, são mais diferenciados (grau I) (27, 28). Fisiopatologia e sinais clínicos Em termos clínicos, o mastocitoma se apresenta, na forma cutânea, como nodulações avermelhadas na derme, não en- capsulados e com tamanho variando de 1 a 30 cm de diâme- tro. Esses nódulos podem ser múltiplos (10 a 15% dos casos) ou solitários, de consistência firme ou flutuante, elevados, pe- dunculares ou vegetantes, bem ou mal circunscritos, eritema- tosos ou ulcerados e muitas vezes infiltrados no subcutâneo e na musculatura (1,16). Alguns casos confirmados de masto- citoma na rotina clínica dos autores, inicialmente dividiram a suspeita clínica com lipomas, tumores mamários, osteos- sarcomas ou abscesso, tornando-se imprescindível, o auxílio laboratorial para a identificação do processo, como a citologia aspirativa por agulha fina (CAAF) que é capaz de demonstrar a presença dos mastócitos neoplásicos na área suspeita, além de outros exames que auxiliam na aferição do estado geral do animal como o hemograma e o perfil bioquímico sérico renal e hepático. Os aumentos de volume aparecem com mais frequência nos membros pélvicos, abdômen, tórax e membros toráci- cos (16). Aproximadamente 50% dos mastocitomas cutâneos localizam-se no tronco e nas regiões perineal, genital e ingui- nal, 40% nos membros e 10% na cabeça e no pescoço (9,29,30). Dentre os pacientes atendidos no hospital veterinário da ins- 524 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2009;7(23); 524-528. Mastocitoma cutâneo canino - Revisão tituição dos autores, 35% apresentavam nódulos solitários de tamanho variável nos membros, tanto torácicos quanto pél- vicos. Nos arquivos do Laboratório de Patologia Veterinária (LPV) dessa mesma instituição, a neoplasia dos mastócitos foi encontrada comumente em áreas como cabeça, pescoço, tórax, abdômen, membros, dorso e escroto (11). Foram relatadas ocorrências infrequentes de mastocito- ma em outros locais, incluindo conjuntiva, glândula salivar, nasofaringe, laringe, cavidade oral (31), cavidade nasal (32), traqueia, mediastino e linfonodos hepatopancreáticos (33). Mastócitos normais são encontrados em abundância nos pul- mões e trato gastrintestinal, embora esses locais apresentem baixas taxas de prevalência de desenvolvimento de mastoci- toma (31). Muitos pacientes com tumor de mastócitos da pele são trazidos após certo tempo, quando começam a apresentar si- nais clínicos, como náuseas, vômitos, apatia ou mesmo hema- toquezia. Essas alterações são decorrentes da degranulação das células neoplásicas nas quais ocorre liberação maciça das substâncias ativas presentes nos grânulos citoplasmáticos causando graves efeitos sistêmicos, que caracteriza a síndro- me paraneoplásica do mastocitoma (29,34). Os mastócitos presentes na mucosa liberam fisiologica- mente histamina, ativando as células parietais do estômago a produzir ácido clorídrico (35) assim, o mastocitoma está re- lacionado com liberação excessiva de histamina que estimula receptores H2 gástricos, levando a abundante secreção ácida gástrica (36). Essa situação poderá resultar em ulceração gas- trintestinal manifestada clinicamente por anorexia, vômito e fezes pastosas e escuras (37). As úlceras gastrintestinais são observadas em 80% dos cães acometidos por mastocitoma, usualmente são múltiplas e com maior ocorrência no estôma- go e menos frequentemente no duodeno (38,39). A histamina também causa danos ao endotélio vascular de arteríolas e vênulas, levando a liberação de fibrolisina. Supõe-se que tal evento possa danificar os vasos sanguíneos da submucosa gástrica pela dilatação de vênulas e capilares, aumento da permeabilidade endotelial e, consequentemente, trombose intravascular e necrose isquêmica da mucosa. Des- sa maneira, a patogênese da ulceração gastrintestinal asso- ciada ao mastocitoma canino parece decorrer da combinação de dano vascular, aumento da produção de ácido gástrico e hipermotilidade (8,16,27). A liberação de grande quantidade de histamina pelos mastócitos neoplásicos pode levar, ainda, a um quadro de arritmia cardíaca e, mais raramente, choque hipotensivo (28,30,40,41). Entretanto, os níveis sanguíneos de histamina em cães com mastocitoma não se correlacionam com o esta- diamento clínico, a classificação histológica ou o tamanho do tumor (37). A cicatrização retardada, após a excisão de um mastoci- toma, não é incomum e tem sido atribuída aos efeitos locais de enzimas proteolíticas e aminas vasoativas liberadas pelos mastócitos (16). Dessa forma, sabendo que se trata desse tipo de tumoração, a equipe cirúrgica deverá realizar o mínimo manuseio possível da massa a ser excisada, e remover o tu- mor com margem de segurança adequada, a fim de assegurar ausência de complicações pós-operatórias. A agressiva palpa- ção da neoplasia pode causar uma degranulação mastocitária e liberar alta quantidade de histamina e outros mediadores inflamatórios, podendo provocar edema, eritema e prurido local, processo denominado de sinal de Darier (28,30). Con- tudo, há autores que citam que o eritema difuso, imediato e simétrico de grandes áreas cutâneas é raramente observado em cães com mastocitoma (1). A tendência à hemorragia local é frequentemente observa- da durante a excisão cirúrgica ou após biópsia, manipulação excessiva da neoplasia e aspiração com agulha fina (16,27). As anormalidades de coagulação podem estar associadas à liberação de heparina pelos mastócitos neoplásicos (8,9,29). Diagnóstico É necessário realizar o diagnóstico pré-operatório do mastocitoma, pois protocolos cirúrgicos e quimioterápicos podem ser alterados com base nessas informações (9,29). A palpação abdominal e os exames radiográficos e ultrassono- gráficos devem ser realizados para detectar linfadenomega- lia, hepatomegalia e esplenomegalia (30). Os exames labora- toriais devem ser incluídos, rotineiramente, na avaliação de qualquer animal com suspeita de neoplasia, previamente à seleção de terapia específica (8,25). O diagnóstico do masto- citoma é baseado na CAAF e/ou exame histopatológico das lesões (8). A citologia por aspirado de agulha fina (CAAF) é prova- velmente o método mais simples para o diagnóstico do mas- tocitoma canino (25,42), constituindo um acurado método auxiliar, sendo que alguns mastocitomas são mais facilmente reconhecidos por citologia que por exame histopatológico (43). A citologia é eficiente para se estabelecer o diagnóstico e a histopatologia é mais indicada para se classificar o grau de malignidade e estudar a morfologia dessas células (44). Com base na citologia, os mastocitomas são agrupados na categoria de neoplasias de células redondas juntamente com o linfoma, o plasmocitoma, o histiocitoma, o melanoma ame- lanótico e o tumor venéreo transmissível, os quais devem ser considerados no diagnóstico diferencial (25). Os mastócitos normais apresentam-se como células de identidade morfológica nítida, são redondas, seu núcleo vai de redondo a oval, localizado centralmente e dificilmente identificado face à presença dos grânulos citoplasmáticos (25). Tais células apresentam tamanho variado e, geralmente, excêntrico, que também pode ser ocultado por grânulos cito- plasmáticos. Grânulos livres podem ser observados devido à ruptura de células (8). Pode-se verificar ainda eosinófilos juntamente com as células neoplásicas (20). A citologia e a histopatologia são métodos importantes a serem usados no diagnóstico do mastocitoma canino (8). Em um estudo retrospectivo, de 64 casos de tumores de células redondas, 60 apresentaram o mesmo diagnóstico tanto na ci- tologia quanto na histologia,confirmando confiabilidade da CAAF como método diagnóstico para esse grupo de tumo- res. Em alguns casos, as características citológicas foram mais conclusivas comparadas ao padrão histológico (45). Embora o diagnóstico de mastocitoma por meio de CAAF seja factí- vel, faz-se necessário o exame histopatológico da massa após 525Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2009;7(23); 525-528. Mastocitoma cutâneo canino - Revisão a exérese, a fim de graduar a neoplasia e avaliar a margem cirúrgica, definindo a quantidade e o tipo dos grânulos cito- plasmáticos, avaliando o grau de infiltração do tumor abaixo da derme, o grau de pleomorfismo celular e o índice mitó- tico (25,29,34). Para os autores deste trabalho, desde que a CAAF foi implantada na rotina, tal exame tem auxiliado de sobremaneira o clínico de pequenos animais na elucidação do caso, excluindo, muitas vezes, outras suspeitas clínicas, prin- cipalmente por se tratar de um método diagnóstico prático e rápido. Esses acreditam que tal procedimento é fundamental nessa enfermidade, haja vista que o mastocitoma é uma das doenças de melhor caracterização citológica, com exceção da- queles tipos pobremente diferenciados. A imuno-histoquímica é outro recurso que pode ser usa- do no diagnóstico dos tumores de mastócitos. Os recentes avanços na área de patologia veterinária permitem o uso frequente de anticorpos que apresentem reatividade cruzada entre antígenos humanos e animais Os anticorpos CD117 e c-kit têm demonstrado valiosa utilidade nos casos de difícil diagnóstico (46). Os mastocitomas podem ser infiltrados por eosinófilos face à liberação de substância quimiotáxica eosinofílica. Por- tanto, quando a presença de grande número de eosinófilos associada a mastócitos encontrarem-se de permeio a uma grande quantidade de células inflamatórias (neutrófilos, lin- fócitos e macrófagos), é bem possível que não se trate de mas- tocitoma, já que a presença de tais células pode decorrer de uma resposta inflamatória qualquer (8,9,45). Nas amostras de CAAF, quando bem puncionadas, geralmente há ausência ou um número pequeno de leucócitos nessa neoplasia. Entretan- to, o patologista deve estar atento ao estado da massa analisa- da, já que algumas vezes pode haver ulcerações ou lacerações do nódulo predispondo-o a contaminação. As anormalidades hematológicas que podem ser obser- vadas são leucocitose com eosinofilia periférica, basofilia e mastocitemia (8,9). Na prática do Laboratório de Análises Clínicas do HV/UFSM, entre agosto de 2006 a agosto de 2008, de 20 cães com mastocitoma cutâneo analisados, não se observou nenhuma amostra sanguínea apresentando basofi- lia ou mesmo mastocitemia, e o número de eosinófilos nem sempre se encontrou acima do normal. A anemia microcítica hipocrômica pode ocorrer por perda crônica de sangue pelas úlceras gastrintestinais (3,9,28). O esfregaço de papa de leucócitos é realizado e examina- do quanto à presença de mastócitos (8,47). Para Stockham et al (48), o achado de mais de dois ou três mastócitos evidencia o processo de disseminação sistêmica da doença. Todavia, McManus (47) discorda, destacando que a detecção de mas- tócitos em esfregaços leucocitários não é diagnóstico definiti- vo de mastocitoma, já que diversas afecções podem suscitar a presença de mastócitos. O esfregaço da papa de leucócitos é um método mais satisfatório comparado ao simples exame de esfregaço do sangue periférico, porque concentra as célu- las nucleadas do sangue, elevando as chances de se detecta- rem mastócitos (8). O achado de mastócitos circulantes em um paciente com essa tumoração justifica uma investigação mais detalhada (25). Em cães com mastocitoma, a punção aspirativa da medula óssea permite avaliar o envolvimento sistêmico (8). Todo cão com células aberrantes deve ser cuidadosamen- te examinado a fim de identificar linfoadenopatia em áreas de drenagem da neoplasia primária. A realização do exame citológico de linfonodos aumentados caracteriza o padrão re- ativo ou metastático. (8). Uma vez que esses locais com me- tástases podem apresentar tamanhos normais, há quem re- comende a CAAF dos gânglios linfáticos regionais acessíveis (25). Os linfonodos devem ser examinados quanto a presença de mastócitos que, quando observados, evidenciam a expan- são do processo tumoral. A grande quantidade dessas, asso- ciadas ou não aos eosinófilos, indica que a terapia deve ser mais agressiva do que a excisão cirúrgica como único método terapêutico (8). Tratamento O tratamento dos mastocitomas caninos inclui excisão ci- rúrgica ampla, radioterapia e quimioterapia, individualmen- te ou em várias combinações (16,20), além da criocirurgia (8). Em geral, o tempo médio para a recorrência do mastocitoma canino é de quatro meses, variando de acordo com o trata- mento instituído e a resposta individual à terapia (30). A excisão cirúrgica é indicada se o tumor é solitário e con- siste no tratamento de escolha para mastocitomas de grau I e II (49). Mastocitomas de grau III apresentam maiores riscos de sofrerem excisão incompleta durante o processo de remo- ção cirúrgica se comparado aos graus I e II (4). Considera- ções cirúrgicas incluem margens amplas e profundas com remoção se possível, de pelo menos três centímetros de área aparentemente normal ao redor do tumor. Essa orientação pode ser inviável quando o tumor está localizado na face, ex- tremidade dos membros ou região inguinal (5), nesses casos é imprescindível a realização de quimioterapia prévia como tentativa de reduzir as dimensões da massa tumoral (50). Quimioterapia com glicocorticoide resulta frequente- mente em remissões parcial ou completa de mastocitomas caninos (5), presumivelmente como resultado dos efeitos anti-inflamatórios em conjunto com a inibição de células neo- plásicas (4). O efeito dos glicocorticoides é reduzir marcada- mente o número de mastócitos na massa tumoral. Receptores de glicocorticoides foram encontrados recentemente no cito- plasma de mastocitomas caninos (5). A resistência do tumor à quimioterapia pode ser causada pelo surgimento de mastó- citos com menos ou inefetivos receptores de glicocorticoides. O glicocorticoide mais utilizado é a prednisona na dose de 0,5mg/kg via oral administrada uma vez ao dia (5). O tipo de glicocorticoide administrado parece não ter importância, mas foi sugerido que corticosteroide intralesional possa ser mais efetivo que a terapia sistêmica para doença local (5). De acordo com o protocolo de tratamento recomendado por Couto (18), um cão com mastocitoma avançado deve ser tratado inicialmente com prednisona (50mg/m2, VO, SID, na primeira semana, passando para a dose de 20-25mg/m2, VO, SID, nas outras semanas). Se não for observada resposta den- tro de uma ou duas semanas, deve ser iniciada quimioterapia com lomustina (80-90mg/m2, via oral, a cada 3 semanas). Se esse tratamento falhar, pode-se utilizar ciclofosfamida 526 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2009;7(23); 526-528. Mastocitoma cutâneo canino - Revisão (50mg/m2, VO, SID), prednisona e vimblastina (2-3mg/m2, IV, uma vez por semana) (18). Davies et al (51) relataram o uso da vimblastina e pred- nisolona como agentes quimioterápicos nos casos em que a excisão cirúrgica do mastocitoma não for completa. Vinte cães foram reavaliados um ano após o tratamento terapêu- tico, sendo que um paciente apresentou recorrência local do tumor, quatro cães tiveram novos tumores cutâneos, um teve ambos os eventos e quatorze caninos restantes não apresen- taram evidências de recidivas até o momento. O uso de soluções hipotônicas é controverso (4). Grier et al (52) relataram que o uso de injeções de água destilada na ferida cirúrgica comoum agente de oncólise hipo-osmótico para pre- venção da recorrência de mastocitoma pode ser considerado um adjuvante à cirurgia de mastocitoma canino, enquanto que ou- tro estudo feito por Jaffe et al (53) demonstrou que a água deio- nizada aparentemente não apresenta benefícios em prolongar o período de sobrevida ou tempo de recorrência desse tumor. A terapia com radiação tem papel importante no tratamen- to de mastocitomas (4). O uso da radioterapia é um tanto cara e confinada a centros de referência. Mastocitomas em linfo- nodos regionais e medula óssea parecem ser mais resistentes aos efeitos da radioterapia do que aqueles limitados à pele (5). Terapias sintomáticas, tais como bloqueadores H2, sucral- fato e reidratação podem auxiliar no combate às síndromes pa- raneoplásicas associadas à úlcera gastroduodenal (36). A cime- tidina reduz o ácido gástrico por inibição competitiva da ação da histamina nos receptores H2 das células parietais gástricas. Entretanto, cães com evidência de ulceração gastrintestinal e sangramento devem ser tratados também com sucralfato (5). Prognóstico Em cães, o prognóstico do tumor das células mastocitá- rias é variável (20). Mastocitomas caninos podem apresen- tar vários comportamentos biológicos, desde o benigno até o extremamente agressivo, levando a metástases e, eventu- almente, ao óbito (25). O fator prognóstico mais importante é o grau histológico da neoplasia. Extirpação cirúrgica total de tumor grau I (bem diferenciado) normalmente promove a cura, enquanto cães com tumor grau III (pouco diferencia- do) frequentemente se complicam em virtude das recidivas ou metástase em poucos meses. A localização da neoplasia também é importante na previsão do prognóstico: tumores na região inguinal e perineal (20), no focinho (52) e nas cavi- dades oral e nasal geralmente ocasionam metástase (20). No entanto a profundidade do tumor não apresentou significado prognóstico para cães com mastocitoma cutâneo em estudos realizados por Kiupel et al. (54). Conclusões O mastocitoma é até o momento, uma das desordens oncodermatológicas de maior relevância clínica. Além das manifestações cutâneas, esse tumor está associado com nu- merosas complicações relativas à síndrome paraneoplásicas. Esforços devem ser medidos para a obtenção do diagnóstico precoce, baseando-se nos sinais clínicos e achados de citolo- gia aspirativa. O sucesso no tratamento pode ser alcançado com excisão cirúrgica, quimioterapia e radioterapia, ou ainda a associação de todas essas medidas, dependendo do grau das lesões histopatológicas. Referências 1. Scott, DW; Miller, W.H.; Griffin, CE. 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