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Líquido penetrante - básico VALER - EDUCAÇÃO VALE Trilha técnica: Pelotização | Manutenção | Mecânica - Execução Fonte: Banco de imagens Vale COLABORADORES VALER - EDUCAÇÃO VALE Líquido penetrante - básico Trilha técnica: Pelotização | Manutenção | Mecânica - Execução Gabriela Vidal Heberson Bello Jackson Oliveira M en sagem V aler Caro colaborador, Você está participando da ação de desenvolvimento de sua Trilha Técnica denominada: “Líquido penetrante - básico”. A Valer Educação construiu esta Trilha em conjunto com profissionais técnicos da sua área com o objetivo de desenvolver as competências essenciais para o melhor desempenho de sua função e o aperfeiçoamento da condução de suas atividades diárias. Todos os treinamentos contidos na Trilha Técnica contribuem para o seu desenvolvimento profissional e reforçam os valores saúde e segurança, que são indispensáveis para sua atuação em conformidade com os padrões de excelência exigidos pela Vale. Agora é com você. Siga o seu caminho e cresça com a Vale. Vamos Trilhar! Su m ário Introdução 5 1. Ensaio por líquidos penetrantes 6 1.1 O método 7 1.2 Vantagens em comparação com outros métodos 13 1.3 Limitações 13 2. Propriedades dos produtos e princípios físicos 15 2.1 Propriedades do penetrante 16 2.2 Propriedades do revelador 20 2.3 Exemplo de produtos 21 3. Procedimento para ensaio 23 3.1 Preparação da superfície 24 3.2 Aplicação do penetrante 25 3.3 Revelação 27 3.4 Identificação e correção de deficiências do ensaio 28 4. Avaliação e aparência das indicações 30 4.1 Fatores que afetam as indicações 31 5. Critérios de aceitação 34 5.1 Avaliação técnica 35 6. Segurança e Proteção 39 6.1 Limpeza 40 6.2 Toxidade, aspiração exagerada, ventilação, manuseio 40 7. Referências 42 In trodu ção Em conjunto com a Valer Educação esta Trilha foi construída com o objetivo de desenvolver as competências essenciais para o melhor desempenho da função e o aperfeiçoamento da condução das atividades diárias de cada colaborador. É imprescindível que cada profissional esteja corretamente capacitado para realização de atividades com a precisão requerida. Nesse material veremos sobre o líquido penetrante básico que é considerado um dos melhores métodos de teste para a detecção de descontinuidades superficiais de materiais não porosos. No primeiro capítulo conheceremos o que são os líquidos penetrantes e quais suas principais etapas. Em seguida, no segundo capitulo, veremos as propriedades do líquido penetrante e do revelador. Já no capítulo três abordaremos as etapas básicas do ensaio e como deve ser feito o registro dos resultados. No capítulo quatro apresentaremos os fatores que afetam as indicações e no capítulo cinco quais os critérios de aceitação. Por último, no capítulo seis veremos as questões de segurança e proteção envolvendo o uso dos líquidos penetrantes. En saio p or líqu idos p en etran tes 1 Neste capítulo apresentaremos o ensaio por líquido penetrante. Espera-se que ao final seja possível: •• Entender o método e qual suas etapas; •• Conhecer as vantagens e limitações de uso do método. 7 1.1 O método Este método teve início antes da primeira guerra mundial, utilizado principalmente pela indústria ferroviária na inspeção de eixos. Porém, tomou impulso quando em 1942, nos EUA, foi desenvolvido o método de penetrantes fluorescentes. Nesta época, o ensaio foi adotado pelas indústrias aeronáuticas, que trabalhando com ligas não ferrosas, necessitavam um método de detecção de defeitos superficiais diferentes do ensaio por partículas magnéticas (não aplicável a materiais não magnéticos). Ensaio por líquidos pEnEtrantEs Foi desenvolvido para a detecção de descontinuidades essencialmente superficiais, e que estejam acessíveis na superfície do material. É muito usado em materiais não magnéticos como alumínio, magnésio e aços inoxidáveis, além dos materiais magnéticos. Também é aplicado em cerâmica vitrificada, vidro e plásticos. Borrachas não são normalmente testadas com líquido penetrante, pois sua superfície porosa torna difícil a detecção de descontinuidades. A partir da segunda guerra mundial, o método ganhou impulso, por meio da pesquisa e o aprimoramento de novos produtos utilizados no ensaio, até seu estágio atual. O ensaio por líquidos penetrantes detecta descontinuidades que sejam abertas na superfície, tais como trincas, poros, dobras, entre outros, podendo ser aplicado em todos os materiais sólidos e que não sejam porosos ou com superfície muito grosseira. Líquido penetrante - básico 8 As etapas principais no ensaio são: 1. Preparação da superfície - Limpeza inicial Antes do início do ensaio, a superfície deve ser limpa e seca. Não deve existir água, óleo ou outro contaminante. Contaminantes ou excesso de rugosidade, ferrugem, entre outros, tornam o ensaio não confiável. Figura 1.1 – Superfície a ser preparada. Figura 1.2 – Solda em carcaça de redutor a ser testada com líquido penetrante. Líquido penetrante - básico 9 2. Aplicação do Penetrante É aplicado um líquido chamado penetrante, geralmente de cor vermelha, de tal maneira que forme um filme sobre a superfície a ser testada, e que por ação do fenômeno chamado capilaridade penetre na descontinuidade. Deve ser dado tempo suficiente para que a penetração se complete. A maioria dos penetrantes requer um tempo de 5 minutos para preencher as descontinuidades. Figura 1.3 – Penetração do líquido na descontinuidade. Figura 1.4 – Aplicação do penetrante. Figura 1.5 – Penetrante aplicado. Líquido penetrante - básico 10 3. Remoção do excesso de penetrante É removido o excesso do penetrante da superfície, por meio de produtos adequados, de acordo com o tipo de líquido penetrante aplicado, devendo a superfície ficar isenta de qualquer resíduo. Figura 1.6 – Excesso de líquido da superfície removido. Figura 1.7 – Remoção do excesso de penetrante. Figura 1.8 – Aplicação do removedor para retirada do excesso de penetrante. Figura 1.9 – Limpeza após aplicação do removedor. Líquido penetrante - básico 11 4. Revelação É aplicado um filme uniforme de revelador sobre a superfície. O revelador é usualmente um pó fino (talco) branco. Pode ser aplicado seco ou em suspensão, em algum líquido. O revelador age absorvendo o penetrante das descontinuidades e revelando-as. Deve-se aguardar um determinado tempo de revelação para um ensaio correto. Figura 1.10 – Aplicação do revelador e observação da indicação. Figura 1.11 – Aplicação do revelador. Figura 1.12 – Revelador aplicado. Líquido penetrante - básico 12 5. Avaliação e Inspeção Após a aplicação do revelador, as indicações começam a ser observadas, por meio da mancha causada pela absorção do penetrante contido nas aberturas, e que serão avaliadas. A inspeção deve ser feita em boas condições de luminosidade, se o penetrante é do tipo visível (cor contrastante com o revelador) ou com luz negra, em área escurecida, caso o penetrante seja fluorescente. A interpretação dos resultados deve ser baseada no código de fabricação da peça ou norma aplicável ou ainda na especificação técnica do cliente. Nesta etapa deve ser preparado um relatório escrito que mostre as condições do ensaio, tipo e identificação da peça ensaiada, resultado da inspeção e condição de aprovação ou rejeição da peça. Em geral a etapa de registro das indicações é bastante demorada e complexa, quando a peça mostra muitos defeitos. Portanto, o reparo imediato das indicações rejeitadas com novo teste posterior é mais recomendável. 6. Limpeza pós ensaio A última etapa é a limpeza de todos os resíduos deprodutos, que podem prejudicar uma etapa posterior de trabalho da peça (soldagem, usinagem, etc.). Figura 1.13 – Líquido absorvido de dentro da abertura pelo revelador. Figura 1.14 – Resultado do teste - Manchas indicativas de porosidade. Líquido penetrante - básico 13 1.2 Vantagens em comparação com outros métodos 1.3 Limitações Poderíamos dizer que a principal vantagem do método é a sua simplicidade. É fácil de fazer e de interpretar os resultados. O aprendizado é simples, requer pouco tempo de treinamento do inspetor. Como a indicação assemelha-se a uma fotografia do defeito, é muito fácil de avaliar os resultados. Em contrapartida o inspetor deve estar ciente dos cuidados básicos a serem tomados (limpeza, tempo de penetração, entre outros), pois a simplicidade pode se tornar um problema se não forem tomados os cuidados indicados. Não há limitação para o tamanho e forma das peças a ensaiar, nem tipo de material. Por outro lado, as peças devem ser susceptíveis à limpeza e sua superfície não pode ser muito rugosa e nem porosa. Além disso, a superfície do material não pode ser porosa ou absorvente já que não haveria possibilidade de remover totalmente o excesso de penetrante, causando mascaramento dos resultados. Algumas aplicações das peças em inspeção fazem com que a limpeza seja efetuada da maneira mais completa possível após o ensaio (caso de maquinaria para indústria alimentícia, material a ser soldado posteriormente, entre outros). Este fato pode tornar-se limitativo ao exame, especialmente quando esta limpeza for difícil de fazer. O método pode revelar descontinuidades (trincas) extremamente finas (da ordem de 0,001 mm de abertura). A limitação desse método é a de só detectar descontinuidades abertas para a superfície, já que o penetrante tem que entrar na descontinuidade para ser posteriormente revelado. Por esta razão, a descontinuidade não deve estar preenchida com material contaminante (óleo, graxa, areia, minério de ferro etc.). Importante A aplicação do penetrante deve ser feita em uma determinada faixa de temperatura. Superfícies muito frias (abaixo de 10 ºC ) ou muito quentes (acima de 52 ºC) não são recomendáveis ao ensaio. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 Figura 1.15 – Junta soldada contendo trinca visual. Líquido penetrante - básico 14 Relembrando Neste capítulo vimos o que é o método de ensaio por líquido penetrante. Vimos quais as etapas que devemos seguir para aplicá-lo. Por último nos foi apresentado quais as vantagens de utilizar esse método em comparação com outros e quais as limitações dele. Pergunta Rápida 1. O ensaio por líquidos penetrantes detecta descontinuidades que sejam abertas na superfície, tais como trincas, poros, dobras, entre outros. Sobre esse método assinale a(s) alternativa(s) correta(s): 1 ( ) É aplicado em vidro e plásticos além dos materiais magnéticos. 2 ( ) É um método muito utilizado em materiais de borrachas. 3 ( ) Só é necessário fazer a limpeza no inicio do ensaio, ao final não é preciso limpar a peça. 4 ( ) É necessário aguardar um tempo antes de avaliar o ensaio. Está(ão) correta(s) a(s) alternativa(s): a) 1, 2, 3, 4 b) 1, 3, 4 c) 2 d) 1, 4 e) 3 2. Como qualquer método, o ensaio por líquido penetrante possui vantagens e limitações. A principal vantagem é a sua simplicidade de fazer e interpretar os resultados. Sobre as limitações assinale a alternativa que apresenta as palavras na sequência correta. A superfície do material não pode ser porosa ou ______ já que não haveria possibilidade de _____ totalmente o excesso de penetrante, causando _______ dos resultados. a) lisa; remover; erro. b) aderente; observar; dúvida. c) absorvente; remover; mascaramento. d) rugosa; observar; mascaramento. e) absorvente; observar; perda. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 ?? Líquido penetrante - básico Prop ried ades dos p rodu tos e p rin cíp ios físicos 2 Neste capítulo veremos as propriedades dos penetrantes e dos reveladores. Espera-se que ao final seja possível: •• Conhecer os penetrantes e suas propriedades; •• Conhecer os reveladores e como são classificados. 16 2.1 Propriedades do penetrante Um produto penetrante com boas características deve: •• Ter habilidade para rapidamente penetrar em aberturas finas; •• Ter habilidade de permanecer em aberturas relativamente grandes; •• Não evaporar ou secar rapidamente; •• Ser facilmente limpo da superfície onde for aplicado; •• Em pouco tempo, quando aplicado o revelador, sair das descontinuidades onde tinha penetrado; •• Ter habilidade em espalhar-se nas superfícies, formando camadas finas; •• Ter um forte brilho (cor ou fluorescente); •• A cor ou a fluorescência deve permanecer quando exposto ao calor, luz ou luz negra; •• Não reagir com sua embalagem nem com o material a ser testado; •• Não ser facilmente inflamável; •• Ser estável quando estocado ou em uso; •• Não ser demasiadamente tóxico; •• Ter baixo custo. Para que o penetrante tenha as qualidades acima, é necessário que certas propriedades estejam presentes. Dentre elas destacam-se: Viscosidade Esta propriedade por si só não define um bom ou mau penetrante (quanto à habilidade em penetrar nas descontinuidades). O senso comum nos diz que um líquido menos viscoso seria melhor penetrante que um mais viscoso. Isto nem sempre é verdadeiro, pois a água que tem baixa viscosidade não é um bom penetrante. Porém, a viscosidade tem efeito em alguns aspectos práticos do uso do penetrante. Ele é importante na velocidade com que o penetrante entra em um defeito. Penetrantes mais viscosos demoram mais a penetrar nas descontinuidades. Penetrantes pouco viscosos têm a tendência de não permanecerem muito tempo sobre a superfície da peça, o que pode ocasionar tempo insuficiente para penetração. O nome “penetrante” vem da propriedade essencial que este produto deve ter, ou seja, sua habilidade de penetrar em aberturas finas. Importante Líquidos de alta viscosidade têm a tendência de serem retirados dos defeitos quando se executa a limpeza do excesso. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 Líquido penetrante - básico 17 Tensão superficial É o resultado das forças de coesão entre as moléculas que formam a superfície do líquido. Observem a figura a seguir, o líquido 1 possui menor tensão superficial que os outros dois, e o líquido 3 é o que possui a mais alta tensão superficial, parecida com a que encontramos no mercúrio. Molhabilidade É a propriedade que um líquido tem em se espalhar por toda a superfície, não se juntando em porções ou gotas. Quanto melhor a molhabilidade, melhor o penetrante. Volatilidade Como regra geral, um penetrante não deve ser volátil. Porém, devemos considerar que para derivados de petróleo, quanto maior a volatilidade, maior a viscosidade. Como é desejável uma viscosidade média, os penetrantes são mediamente voláteis. A desvantagem é que quanto mais volátil o penetrante, menos tempo de penetração pode ser dado. Por outro lado, ele tende a se volatilizar quando no interior do defeito. Ponto de fulgor É a temperatura na qual há uma quantidade tal de vapor na superfície do líquido que a presença de uma chama pode inflamá-lo. Um penetrante bom deve ter um alto ponto de fulgor (acima de 200°C). A tabela 2.2 mostra os pontos de fulgor de alguns líquidos, para comparação. Esta propriedade é importante quando considerações sobre a segurança estão relacionadas à utilização do produto. Um líquido com baixa tensão superficial é melhor penetrante, pois ele tem a habilidadede penetrar nas descontinuidades. Líquido 1 Líquido 2 Líquido 3 Figura 2.1 - Comparação entre 3 líquidos com propriedades de tensão superficial diferentes. Líquido Viscosidade (centistoke) Tensão Superficial (Dina/cm) água 1,0 72,8 éter 0,3 17,0 nafta 0,6 21,8 querosene 1,6 23,0 óleo lubrificante 112,3 31,0 álcool etílico 1,5 23,0 Tabela 2.1 - Características de alguns líquidos à 20 °C. Líquido Ponto de Fulgor Acetona -18ºC Nafta -1º C Álcool metílico 12º C Álcool etílico 14º C Glicerina 160º C Tabela 2.2 – Pontos de fulgor de alguns líquidos. Líquido penetrante - básico 18 Penetrabilidade Está intimamente ligada às forças de atração capilar - capilaridade. Estas forças são aquelas que fazem um líquido penetrar espontaneamente em um tubo de pequeno diâmetro. Observem a figura a seguir, o líquido 1 consegue penetrar até uma altura h1 no tubo capilar, enquanto que o líquido 2 consegue penetrar a uma altura h2, menor que h1 , no mesmo tubo capilar. Assim, o líquido 1 possuirá melhor características de penetrabilidade nas descontinuidades, que o líquido 2 , uma vez que as finas aberturas se comportam como o tubo capilar. Sensibilidade do penetrante É sua capacidade de detectar descontinuidades. Podemos dizer que um penetrante é mais sensível que outro quando, para aquelas descontinuidades em particular, o primeiro detecta melhor os defeitos que o segundo. Os fatores que afetam a sensibilidade são: Algumas normas técnicas classificam os líquidos penetrantes quanto à visibilidade e tipo de remoção, conforme Tabela 2.3, a seguir: A capilaridade é função da tensão superficial do líquido e de sua molhabilidade. A abertura da descontinuidade afetará a força capilar - menor a abertura (mais fina uma trinca) maior a força. Comparação entre dois líquidos com propriedade de capilaridade diferentes. Líquido 1 h1 Líquido 2 Tubo capilar h2 Figura 2.2 – Exemplo de líquidos com capilaridades diferentes. • Capacidade de penetrar na descontinuidade; • Capacidade de ser removido da superfície, mas não da descontinuidade; • Capacidade de ser absorvido pelo revelador; • Capacidade de ser visualizado quando absorvido pelo revelador, mesmo em pequenas quantidades. TIPOS quanto à visibilidade Métodos Água Pós-Emulsificável Solvente "TIPO I" (Fluorescente) A B (hidrofílico) D (lipofílico) C "TIPO II" (Luz normal) A - C OBS.: Classificação conforme Código ASME Sec.V - SE-165 ou ASTM E-165 Tabela 2.3 - Classificação do penetrante quanto à visibilidade. Líquido penetrante - básico 19 Remoção do penetrante Quanto ao tipo de remoção do excesso, os penetrantes podem ser: •• Laváveis em água Os líquidos penetrantes deste tipo são elaborados de tal maneira que permitem a remoção do excesso com água. Esta operação deve ser cuidadosa, pois se for demorada ou se for empregado jato de água, o líquido pode ser removido do interior das descontinuidades. •• Laváveis em água após emulsão Neste caso, os líquidos penetrantes são fabricados de maneira a serem insolúveis em água. A remoção do excesso é facilitada pela adição de um emulsificador, aplicado em separado, depois do tempo de penetração ter terminado. Este se combina com o excesso de penetrante, formando uma mistura lavável com água. •• Removíveis por solventes Estes tipos de líquido penetrante são fabricados de forma a permitir que o excesso seja removido com um pano seco, papel-toalha, ou qualquer outro material absorvente que não solte fiapo, até que reste uma pequena quantidade de líquido na superfície de ensaio. Esta então deve ser removida com um solvente removedor apropriado. Saiba Mais Emulsificador é um composto químico complexo que, uma vez misturado ao líquido penetrante à base de óleo, faz com que o penetrante seja lavável pela água. Ele é utilizado na fase de remoção do excesso. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 Líquido penetrante - básico 20 2.2 Propriedades do revelador Um revelador com boas características deve: •• Ter ação de absorver o penetrante da descontinuidade; •• Servir com uma base por onde o penetrante se espalhe - granulação fina; •• Servir para cobrir a superfície evitando confusão com a imagem do defeito formando uma camada fina e uniforme; •• Deve ser facilmente removível; •• Não deve conter elementos prejudiciais ao operador e ao material que esteja sendo inspecionado. ManchaMEnto O termo usado para descrever a ação do revelador na absorção do penetrante de dentro da descontinuidade e que causa maior afloramento do penetrante para alimentar o contraste. Os reveladores se classificam em pós secos, suspensão aquosa de pós, solução aquosa e suspensão pós solvente. Veremos a seguir cada uma delas. Pós secos Foram os primeiros e continuam a ser usados com penetrantes fluorescentes. Os primeiros usados compunham-se de talco ou giz. Os melhores reveladores consistem de uma combinação cuidadosamente selecionada de pós. Os pós devem ser leves e fofos. Devem aderir em superfícies metálicas em uma camada fina, mas, não devem aderir em excesso, já que seriam de difícil remoção. Por outro lado, não podem flutuar no ar, formando uma poeira. Devem ser tomados cuidados para proteger o operador. Quando é utilizado esse tipo de revelador, deve-se utilizar proteção respiratória. A falta de confiabilidade deste tipo de revelador torna o seu uso muito restrito. Suspensão aquosa de pós Geralmente usado em inspeção pelo método fluorescente. A suspensão aumenta a velocidade de aplicação quando pelo tamanho da peça pode-se mergulha-la na suspensão. Após aplicação a peça é seca em estufa, o que diminui o tempo de secagem. A suspensão deve conter agentes dispersantes, inibidores de corrosão, agentes que facilitam a remoção posterior. Solução aquosa A solução elimina os problemas que eventualmente possam existir com a suspensão (dispersão, entre outros). Porém, materiais solúveis em água geralmente não são bons reveladores. Deve ser adicionado à solução inibidor de corrosão e a concentração deve ser controlada, pois há evaporação. Sua aplicação deve ser feita através de pulverização. Líquido penetrante - básico 21 Suspensão do pó revelador em solvente É um método muito efetivo para se conseguir uma camada adequada (fina e uniforme) sobre a superfície. Como os solventes volatilizam rapidamente, existe pouca possibilidade de escorrimento do revelador até em superfícies em posição vertical. Sua aplicação deve ser feita por meio de pulverização. Os solventes devem evaporar rapidamente e ajudar a retirar o penetrante das descontinuidades dando mais mobilidade a ele. Exemplos de solventes são: álcool e solventes clorados (não inflamáveis). O pó tem normalmente as mesmas características do método de pó seco. Os reveladores devem ser analisados quanto aos teores de contaminantes, tais como: enxofre, flúor e cloro, quando sua aplicação for efetuada em materiais inoxidáveis, titânio e ligas a base de níquel. O procedimento e os limites aceitáveis para estas análises devem ser de acordo com a norma aplicável de inspeção do material ensaiado (Código ASME Sec. V Artigo 6 ). Figura 2.3 - Resultado do ensaio por líquidos penetrantes de uma peça fundida. Figura 2.4 - Líquido penetrante, removedor e revelador. Figura 2.5 - Líquido penetrante. Figura 2.6 - Líquido penetrante, removedor e revelador. Figura 2.6 - Líquido penetrante, removedor e revelador. 2.3 Exemplo de produtos Abaixo temos exemplos de produtos utilizados em um teste com líquido penetrante na Oficina Mecânica da Pelotização. Todos os aerossóis são biodegradáveis e não afetam a camada de ozônio. Líquido penetrante - básico 22 Relembrando Neste capítulovimos às propriedades dos penetrantes e reveladores. Conhecemos as suas propriedades e classificações para que sejam considerados de boa qualidade para o uso nos ensaios. Pergunta rápida 1. Os líquidos penetrantes para ser considerado bom têm algumas características importantes como não ser facilmente inflamáveis. Para que sejam de qualidade algumas propriedades devem estar presentes. Assinale verdadeiro (V) ou falso (F). ( ) O resultado das forças de coesão entre as moléculas que formam a superfície do líquido se chama volatilidade. ( ) Os líquidos penetrantes removíveis por solventes são fabricados de forma a permitir que o excesso seja removido com água emulsificada. ( ) Líquidos de alta viscosidade têm a tendência de serem retirados dos defeitos quando se executa a limpeza do excesso. ( ) A propriedade que um líquido tem em se espalhar por toda a superfície se chama penetrabilidade. Assinale a alternativa que possui a sequência correta: a) V, F, F, V. b) F, V, V, V. c) V, V, V, F. d) F, F, F, V. e) F, F, V, F. 2. Manchamento é o nome dado para descrever a ação do revelador na absorção do penetrante de dentro da descontinuidade e que causa maior afloramento do penetrante para alimentar o contraste. Sobre as propriedades dos reveladores assinale a alternativa correta: a) Materiais solúveis em água são excelentes reveladores. b) Uma boa característica é não ser facilmente removível, para facilitar a ensaio. c) Os pós secos foram os primeiros a ser usados com penetrantes fluorescentes. d) A suspensão do pó revelador em solvente não é o melhor método para conseguir uma camada fina sobre a superfície. e) A suspensão aquosa de pós não pode ser utilizada na inspeção automática. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 ?? Líquido penetrante - básico Proced im en to para en saio 3 Neste capítulo veremos as etapas básicas do ensaio, a influência da temperatura, as correções de deficiências de execução e a maneira de registrar os dados. Espera-se que ao final seja possível: •• Conhecer o método de preparação da superfície; •• Entender como funciona a aplicação do penetrante; •• Saber como deve funcionar a revelação. 24 3.1 Preparação da superfície 3.1.1 Métodos de limpeza da superfície A primeira etapa a ser seguida na realização do ensaio é verificação das condições superficiais da peça. Deverá estar isenta de resíduos, sujeiras, óleo, graxa e qualquer outro contaminante que possa obstruir as aberturas a serem detectadas. Caso a superfície seja lisa, a preparação prévia será facilitada. É o caso de peças usinadas, lixadas, entre outras. Este fator é inerente ao processo de fabricação. Superfícies excessivamente rugosas requerem uma preparação prévia mais eficaz, pois as irregularidades superficiais certamente prejudicarão a perfeita aplicação do penetrante, a remoção do excesso e, portanto, o resultado final. As irregularidades irão dificultar a remoção, principalmente no método manual. Além do mascaramento dos resultados, há a possibilidade de que partes dos produtos de limpeza fiquem aderidas à peça (fiapos de pano). Em uma operação de esmerilhamento, um cuidado adicional deve estar presente. Deve- se evitar causar, por exemplo, sulcos na peça, um erro muito comum na preparação de soldas. O sucesso do método depende dos defeitos estarem abertos à superfície. A limpeza, portanto, é de fundamental importância. Todo produto de corrosão, escória, pinturas, óleo, graxa, entre outros, deve estar removido da superfície. Pode-se utilizar o solvente que faz parte dos “kits” de ensaio ou solventes disponíveis no mercado, tal como o thinner, ou ainda outro produto qualificado. Neste caso, deve-se dar suficiente tempo para que o solvente utilizado evapore-se das descontinuidades, pois sua presença pode prejudicar o teste. Dependendo da temperatura ambiente e do método utilizado, este tempo pode variar. Pode-se utilizar o desengraxamento por vapor, para remoção de óleo, graxa, ou ainda limpeza química, solução ácida ou alcalina, escovamento manual ou rotativo, removedores de pintura, ultra-som, detergentes. Peças limpas com produtos a base de água, a secagem posterior é muito importante. Cuidados também são importantes para evitar corrosão das superfícies. Jato de areia, lixamento e esmerilhamento, devem ser evitados, pois tais processos podem bloquear as aberturas da superfície e impedir a penetração do produto penetrante. Entretanto, tais métodos de limpeza podem em alguns processos de fabricação do material a ensaiar, serem inevitáveis e inerentes a estes processos. Atenção Devemos fazer uma criteriosa inspeção nos pátios ao menos 1 vez a cada turno, visando verificar e retirar qualquer contaminante que esteja dentro do pátio. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 Esta etapa é muito importante e o executante deve ter consciência de que o material na área de interesse esteja aparente, sem óxidos ou qualquer sujeira que possa mascarar a observação da descontinuidade. Líquido penetrante - básico 25 3.1.2 Temperatura da superfície e do líquido penetrante 3.2.1 Tempo de penetração 3.2 Aplicação do penetrante A temperatura ótima de aplicação do penetrante é por volta de 20 °C e as superfícies não devem estar abaixo de 10 °C, pois o penetrante poderia se tornar altamente viscoso e isso tornaria o teste de difícil execução. Temperaturas ambientes mais altas (acima de 52 °C) aumentam a evaporação dos constituintes voláteis do penetrante, tornando-o insuficiente. Acima de certo valor (> 100° C) há o risco de inflamar. A observação e controle da temperatura é um fator de grande importância, que deve estar claramente mencionado no procedimento de ensaio. É o tempo necessário para que o penetrante entre dentro das descontinuidades. Este tempo varia em função do tipo do penetrante, material a ser ensaiado, temperatura, e deve estar de acordo com a norma aplicável de inspeção do produto a ser ensaiado. A condição superficial do material em teste pode afetar a velocidade e o grau de penetração do líquido penetrante. Além disso, diferentes tipos de descontinuidades requerem diferentes tempos de penetração. Em geral, trincas estreitas bastante compactas requerem tempo de penetração maior do que o requerido para descontinuidades largas e rasas. O penetrante pode ser aplicado por pulverização, por pincelamento, derramando-se o penetrante sobre a peça ou mergulhando-se as peças em tanques. Este último processo é válido para peças pequenas. Neste caso elas são colocadas em cestos, e o tempo de permanência da peça no banho deve ser apenas o suficiente para que a sua superfície seja coberta com o penetrante. Deve-se escolher um processo de aplicação do penetrante, condizente com as dimensões das peças e com o meio ambiente em que será aplicado o ensaio. Por exemplo: peças grandes e ambientes fechados, em que o inspetor escolha o método de aplicação do penetrante por pulverização, certamente isto será um transtorno tanto para as pessoas que trabalhem próximo ao local, assim como para o próprio inspetor. Neste caso, deve-se mudar as condições do ambiente (aberto) ou o método de aplicação (pincelamento). Figura 3.1 - Aplicação do penetrante com pincel. Líquido penetrante - básico 26 3.2.2 Remoção do excesso de penetrante Os penetrantes não laváveis em água são quase sempre utilizados para inspeções locais e estes são melhor removidos com panos secos ou umedecidos com solvente. Papel seco ou pano seco é satisfatório para superfícies lisas. A superfície deve estar completamente livre de penetrante, senão haverá mascaramento dos resultados. Geralmente uma limpeza grosseira com pano epapel levemente embebido em solvente, seguido de uma limpeza feita com pano ou papel seco ou com pouco de solvente é satisfatória. Quando as peças são inteiramente umedecidas com solvente a limpeza manual é demorada e difícil. Neste caso pode-se mergulhar a peça em banho de solvente, com o inconveniente de que algum penetrante pode ser removido das descontinuidades. Este método só deve ser usado com muito cuidado e levando-se em conta esta limitação. A remoção com água após emulsão é o tipo mais comum de remoção de excesso de penetrante. Quando se usa o tipo lavável em água, a lavagem com jato de água é satisfatória. O jato deve ser grosso para aumentar sua eficiência ou por spray. Após lavagem com água, a peça deve ser seca com, por exemplo, ar comprimido. A remoção usando solvente a secagem pode ser feita por evaporação natural. Deve-se tomar o cuidado para não usar solvente em excesso, já que isto pode causar a retirada do penetrante das descontinuidades. Figura 3.2 - Remoção do penetrante com pano. Figura 3.3 - Remoção com spray de água. Líquido penetrante - básico 27 3.3 Revelação 3.3.1 Secagem e inspeção 3.3.2 Iluminação Deve ser dado um tempo suficiente para que a peça esteja seca antes de efetuar a inspeção. Logo após o início da secagem, deve-se acompanhar a evolução das indicações no sentido de definir e caracterizar o tipo de descontinuidade e diferenciá-las entre linear ou arredondadas. O tempo de revelação é variável de acordo com o tipo da peça, tipo de defeito a ser detectado e temperatura ambiente. As descontinuidades finas e rasas demoram mais tempo para serem observadas, ao contrário daquelas maiores e que rapidamente mancham o revelador. O tamanho da indicação a ser avaliada, é o tamanho da mancha observada no revelador, após o tempo máximo de avaliação permitida pelo procedimento. Em geral tempos de avaliação entre 7 a 60 minutos são recomendados. Como todos os exames dependem da avaliação visual do operador, o grau de iluminação utilizada é extremamente importante. Iluminação errada pode induzir a erro na interpretação. Além disso, uma iluminação adequada diminui a fadiga do inspetor. a) Iluminação com luz natural (branca): A luz branca utilizada é a convencional. Sua fonte pode ser: luz do sol, lâmpada de filamento, lâmpada fluorescente ou lâmpada a vapor. Dirigindo a luz para a área de inspeção com o eixo da lâmpada formando aproximadamente 90° em relação a ela é a melhor alternativa. O fundo branco da camada de revelador faz com que a indicação se torne escurecida. b) Iluminação com Luz ultravioleta (“luz negra”): Podemos definir a luz “negra” como aquela que tem comprimento de onda menor do que o menor comprimento de onda da luz visível. Ela tem a propriedade de causar em certas substâncias o fenômeno da fluorescência. O material fluorescente contido no penetrante tem a propriedade de em absorvendo a luz “negra” emitir energia em comprimentos de onda maiores, na região de luz visível. São usados filtros que eliminam os comprimentos de onda desfavoráveis (luz visível e luz ultravioleta) permitindo somente aqueles de comprimento de onda de 3500 a 4000 Å. A intensidade de luz ultravioleta que se deve ter para uma boa inspeção é de 1000 mW/cm2. A camada de revelador deve ser fina e uniforme. Pode ser aplicada com spray, no caso de inspeção manual. Peças que foram totalmente revestidas com penetrante são mais difíceis de manter uma camada uniforme de revelador. O melhor método neste caso é o spray. Figura 3.4 - Aplicação do revelador com spray. 3.3.3 Limpeza final Depois de completado o exame, é necessário na maioria dos casos executar uma limpeza final na peça, já que os resíduos de teste podem prejudicar o desempenho das peças. Uma limpeza final com solvente geralmente é satisfatória. Para peças pequenas a imersão delas em banho de detergente solvente, ou agentes químicos, geralmente é satisfatório. Líquido penetrante - básico 28 3.4 Identificação e correção de deficiências do ensaio 3.4.1 Registro de resultados Alguns problemas de deficiência de técnicas de ensaio estão indicados a seguir: Ensaios de peças críticas devem ter seu resultado, além dos dados do teste registrados em relatório, a fim de que haja uma rastreabilidade. Este registro deve ser executado durante o ensaio ou imediatamente depois de concluí-lo. O relatório deve conter (em geral): a) descrição da peça, desenho, posição, etc., e estágio de fabricação; b) variáveis do teste; marca dos produtos, número do lote, temperatura de aplicação, tempo de penetração e avaliação; c) resultados do ensaio; d) laudo / disposição; e) assinatura do inspetor responsável e data. O inspetor experiente deve, fase por fase, avaliar seu trabalho e detectar as deficiências cujos exemplos são apontados acima. Após detectá-las estas devem ser imediatamente corrigidas. Observa-se que a deficiência mais comum consiste na remoção incompleta do excesso, especialmente em ensaio manual. Esta é uma fase que deve ser executada com o devido cuidado, especialmente se a superfície é bruta, ou caso de soldas. •• Preparação inicial inadequada da peça; •• Limpeza inicial inadequada; •• Cobertura incompleta da peça com penetrante; •• Remoção de excesso inadequada, causando mascaramento dos resultados; •• Escorrimento do revelador; •• Camada não uniforme do revelador; •• Revelador não devidamente agitado; •• Cobertura incompleta de revelador. rEsuMo da sEquência do Ensaio •• Preparação inicial da superfície conforme o procedimento; •• Tempo para secagem dos produtos de limpeza; •• Aplicação do penetrante conforme instruções do procedimento; •• Tempo de penetração, conforme requerido no procedimento; •• Remoção do excesso de penetrante, conforme instruções; •• Tempo para secagem dos produtos de limpeza; •• Aplicação do revelador; •• Tempo de avaliação das indicações; •• Laudo final e registros; •• Limpeza final, se requerido. Líquido penetrante - básico 29 Relembrando Neste capítulo abordamos os procedimentos para o ensaio. Vimos como é o método de preparação de superfície, como limpar e os cuidados com a temperatura. Entendemos também o funcionamento ao aplicar o líquido penetrante e a forma de removê-lo. Descobrimos como deve funcionar a revelação e os cuidados em cada etapa. Por último aprendemos como devem ser registrados os dados do ensaio. Pergunta rápida 1. Dentro das etapas da preparação do ensaio está a limpeza da superfície que deverá estar isenta de resíduos, e qualquer outro contaminante obstrua as aberturas a serem detectadas. Sobre essa etapa assinale a alternativa correta: a) Na operação de esmerilhamento não é preciso ter nenhum cuidado especial, já que essa operação não causa nenhum problema à peça relacionado à limpeza. b) Peças limpas com produtos a base de agua podem ser usadas imediatamente, sem se preocupar com a secagem. c) Processos de jateamento ou lixamento precisam de um cuidado especial para que esses processos não bloqueiem as aberturas da superfície e impeçam a penetração do líquido. d) Mesmo as peças muito rugosas não precisam de uma preparação especial uma limpeza simples já é o suficiente. e) Na limpeza não devemos usar thinner, pois pode prejudicar a posterior analise dos resultados. 2. Manchamento é o nome dado para descrever a ação do revelador na absorção do penetrante de dentro da descontinuidade e que causa maior afloramento do penetrante para alimentar o contraste. Sobre as propriedades dos reveladores assinale a alternativa correta: 1 ( ) Quando formos aplicar o penetrante devemos ter atenção com o tamanho da peça e o ambiente que faremos a aplicação. 2 ( ) Em superfícies lisas podemos utilizar para a remoção do penetrante não lavável emágua papel ou pano seco. 3 ( ) Quando utilizamos o penetrante que é lavável em agua é importante secar a peça. 4 () A temperatura ambiente, o tipo de peça e o tipo de defeito influenciam no tempo de revelação. Está(ão) corretas a(s) alternativa(s): a) 1, 2, 3, 4. b) 1, 4. c) 1, 3. d) 2, 3. e) 4. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 ?? Líquido penetrante - básico A valiação e aparên cia d as in d icações 4 Neste capítulo veremos que fatores afetam a aparência das indicações. Espera que ao final do capítulo seja possível: •• Entender os fatores que afetam as indicações; •• Saber os defeitos que podem ocorrer nos principais processos de fabricação. 31 4.1 Fatores que afetam as indicações Vários são os fatores que podem afetar a aparência das indicações tornar o ensaio não confiável. A fonte mais comum de indicações falsas é a remoção inadequada do excesso de penetrante, o que causa na maioria das vezes impossibilidade de avaliação. No caso dos métodos laváveis com água, a lavagem é de fundamental importância. No método de lavagem com água após emulsão, deve-se respeitar o tempo de emulsão, pois se este for excessivo, pode mascarar as descontinuidades superficiais. O uso da luz ultravioleta durante o processo de lavagem é recomendado. Após lavagem, existem fontes que podem contaminar novamente a peça, tais como: •• Penetrante nas mãos do inspetor; •• Penetrante que sai das descontinuidades de uma peça e passa para as áreas boas de outra peça (caso de peças pequenas); •• Penetrante na bancada de inspeção. O cuidado no manuseio das peças e principalmente limpeza são necessários para que o ensaio dê o resultado correto. Independente das indicações falsas, existem as indicações não relevantes, que o inspetor deve reconhecer. São indicações de que realmente existe algo no sentido de que elas são causadas por descontinuidades da superfície da peça. A maioria delas é fácil de reconhecer, porque provém diretamente do processo de fabricação. Apesar de facilmente reconhecíveis, estas indicações podem interferir ou mascarar um defeito. É necessário o cuidado ao verificá-las antes de aprová-las. A seguir veremos dois quadros, um mostrando as categorias de indicações verdadeiras e o outro com os tipos e aparências das indicações por processo de fabricação. Importante A descontinuidade deve ser analisada à luz de algum padrão de aceitação, caso seja reprovável ela se constituirá em um defeito. Ao se analisar a peça o executante deve ter consciência de que o ensaio foi executado corretamente e as descontinuidades foram verificadas de acordo com o padrão de aceitação pré- estabelecido. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 ExEMplos dEstas indicaçõEs são: •• Pequenas inclusões de areia em fundidos; •• Marcas de esmerilhamento; •• Depressões superficiais; •• Imperfeições de matéria prima. Líquido penetrante - básico 32 INDICAÇÕES DESCRIÇÃO Indicações em linha contínua Podem ser causadas por trincas, dobras, riscos, dupla laminação ou marcas de ferramentas. Trincas geralmente aparecerem como linhas sinuosas. Dobras de forjamento tem a aparência de linha rugosa. Linha intermitente Podem ser causadas pelas mesmas descontinuidades acima. Quando a peça é retrabalhada por esmerilhamento, martelamento, forjamento, usinagem etc., porções das descontinuidades abertas à superfície podem ficar fechadas. Arredondadas Causadas por porosidade ou por trinca muito profunda, resultante da grande quantidade de penetrante que é absorvida pelo revelador. Interrompidas finas e pequenas Causadas pela natureza porosa da peça ou por grãos excessivamente grosseiros de um produto fundido. Indefinidas Normalmente torna-se necessário fazer novo ensaio na peça. Às vezes provém de porosidade superficial. Podem ser causadas por lavagem insuficiente (falsas). Quadro 4.1 - Categorias de indicações verdadeiras. TIPOS DEFEITOS Fundidos » trincas de solidificação; » micro trincas; » gorosidade; » gota fria; » inclusão de areia na superfície; » bolhas de gás. Forjados » dobras; » rupturas; » fenda; » delaminação. Laminados » delaminações; » dobras de laminação; » fenda. Roscados » trincas. Materiais não metálicos (cerâmicos) » trincas; » porosidade. Soldas » trincas superficiais; » porosidade superficial; » falta de penetração; » mordeduras. Quadro 4.2 - Tipos e aparências das indicações por processo de fabricação. Líquido penetrante - básico 33 Relembrando Neste capítulo vimos os fatores que afetam as indicações, quais as categorias das indicações verdadeiras e saber que defeitos podem ocorrer em alguns processos de fabricação. Pergunta Rápida 1. A fonte mais comum de indicações falsas é a remoção inadequada do excesso de penetrante, o que causa, às vezes, até impossibilidade de avaliação. Sobre as categorias de indicações verdadeiras assinale a alternativa correta. a) Linha intermitente é causada pela porosidade ou por trica profunda. b) Causadas por trincas as indicações defeituosas ocorrem por lavagem insuficiente. c) Quando a peça é porosa podemos ter indicações arredondadas. d) Quando a peça é retrabalhada por martelamento podem ocorrer indicações de linha intermitente. e) As indicações arredondadas ocorrem por causa da grande quantidade de penetrante absorvida pelo revelador. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 ?? Líquido penetrante - básico C ritérios de aceitação 5 Neste capítulo veremos os critérios de aceitação de descontinuidade. Espera-se que ao final desse capitulo: •• Conheça a avaliação das indicações e os critérios de aceitação. 35 5.1 Avaliação técnica O critério de aceitação de descontinuidades deve seguir a norma ou especificação aplicável ao produto ou componente fabricado e inspecionado. A título de exemplo, o critério de aceitação que segue a seguir o: ASME Sec. VIII Div. 2 Art. 9-2 par. 9-230, é aplicável para soldas e componentes inspecionadas por líquidos penetrantes, Avaliação das indicações Uma indicação é uma evidência de uma imperfeição mecânica. Somente indicações com dimensões maiores que 1/16 pol. (1,6 mm) deve ser considerada como relevante. (a) Uma indicação linear é aquela tendo um comprimento maior que três vezes a largura. (b) Uma indicação arredondada é aquela na forma circular ou elíptica com comprimento igual ou menor que três vezes a largura. (c) Qualquer indicação questionável ou duvidosa deve ser inspecionada novamente para determinar se indicações relevantes estão ou não presentes. Critério de Aceitação Todas as superfícies devem estar livres de: (a) indicações relevantes lineares; (b) indicações relevantes arredondadas maiores que 3/16 pol. (4,8 mm); (c) quatro ou mais indicações relevantes arredondadas em linha separadas por 1/16 pol. (1,6 mm) ou menos (de borda a borda); ≤1,6 (d) uma indicação de uma imperfeição pode ser maior que a imperfeição; entretanto, o tamanho da indicação é a base para a avaliação da aceitação. Especificação técnica para Líquidos Penetrantes - CCH-70 / PT 70-2 Esta norma é geralmente utilizada na inspeção de fundidos para aplicação em componentes hidráulicos, na condição acabado, ou ainda para inspeção de áreas abertas para reparos. Líquido penetrante - básico 36 Avaliação das indicações Indicações isoladas abaixo de 1,5 mm não devem ser consideradas para efeito de avaliação. Indicações Lineares: Indições com comprimento maior ou igual a três vezes a largura será considerada como linear. a ba ≥ 3.b Indicações Arredondadas Indicações comcomprimento menor que três vezes a largura será considerada arredondada. a b a < 3.b Indicações alinhadas São indicações agregadas em L com dimensões acima de 1,5 mm arredondadas, separadas entre si de 2 mm ou menos. d L d ≤ 2 mm Critério de Aceitação A área inspecionada será avaliada e classificada por comparação com cinco classes de qualidade numeradas de 1 a 5, em ordem decrescente de qualidade. A área de referência para avaliação é de 1 dm2 (100 cm2) na forma quadrada ou retangular com lado não superior a 250 mm. A seguir apresentamos um quadro com a classe e sua descrição. Líquido penetrante - básico 37 Classe 1 de Qualidade » 1. Nenhuma indicação arredondada com dimensão a > 3 mm; » 2. Nenhuma indicação linear; » 3. Nenhuma indicação alinhada; » 4. A superfície total de indicações menor ou igual a 10 mm2 / dm2. Classe 2 de Qualidade » 1. Nenhuma indicação arredondada com dimensão a > 4 mm; » 2. Nenhuma indicação linear; » 3. Nenhuma indicação alinhada; » 4. A superfície total de indicações menor ou igual a 20 mm2 / dm2. Classe 3 de Qualidade » 1. Nenhuma indicação arredondada com dimensão a > 5 mm; » 2. Nenhuma indicação linear; » 3. Nenhuma indicação alinhada; » 4. A superfície total de indicações menor ou igual a 50 mm2 / dm2. Classe 4 de Qualidade » 1. Nenhuma indicação arredondada com dimensão a > 6 mm; » 2. Nenhuma indicação linear; » 3. Nenhuma indicação alinhada com L > 10 mm; » 4. A superfície total de indicações menor ou igual a 125 mm2 / dm2. Classe 5 de Qualidade » 1. Nenhuma indicação arredondada com dimensão a > 8 mm; » 2. Nenhuma indicação linear com a > 7 mm; » 3. Nenhuma indicação alinhada com L > 10 mm; » 4. A superfície total de indicações menor ou igual a 250 mm2 / dm2. Quadro 5.1 – Classes de qualidade. Líquido penetrante - básico 38 Relembrando Neste capítulo vimos quais os critérios de aceitação de descontinuidade conforme algumas normas utilizadas para exemplificar. Pergunta Rápida 1. A área inspecionada é avaliada e classificada por comparação com cinco classes de qualidade numeradas de 1 a 5 , em ordem decrescente de qualidade. Sobre essas classes assinale qual possui a superfície total de indicações menor ou igual a 125 mm2 / dm2. a) Classe 1 b) Classe 2 c) Classe 3 d) Classe 4 e) Classe 5 Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 ?? Líquido penetrante - básico Segu ran ça e Proteção 6 Neste capítulo veremos os cuidados com a segurança ao se trabalhar com os líquidos penetrantes. Espera que ao final do capítulo seja possível: •• Saber as medidas de proteção pessoal. 40 6.1 Limpeza 6.2 Toxidade, aspiração exagerada, ventilação, manuseio As medidas de proteção pessoal contra eventuais problemas de saúde causados por produtos utilizados no ensaio por líquido penetrante iniciam-se com: •• conhecimento do inspetor a respeito do procedimento de ensaio; •• organização pessoal e em decorrência da limpeza da área de trabalho. Manter a área de trabalho limpa e organizada é fundamental não só para a proteção pessoal como para o sucesso do ensaio. Toxidade é a propriedade de causar dano no corpo humano ou em um material. Praticamente todos os materiais para ensaio com líquidos penetrantes atualmente disponíveis não apresentam grandes problemas de toxidade, mas certas precauções são necessárias. Uma aspiração exagerada dos produtos voláteis pode causar náusea e certas dermatoses podem ocorrer quando há contato muito prolongado dos produtos com a pele. Uma precaução básica é manter uma boa ventilação do local de trabalho. Nestas condições é evitada a aspiração exagerada e elimina-se o problema de uma eventual inflamação dos gases gerados (ver ponto de fulgor). Como os materiais utilizados no ensaio apresentam propriedades detergentes, eles tendem a dissolver óleos e gorduras. Portanto, o contato exagerado pode causar rugosidade e vermelhão na pele. Isto pode causar uma infecção causando irritações mais fortes. Deve-se tomar o cuidado de lavar as mãos com bastante água corrente e sabão. O uso de luvas em contatos prolongados é recomendável. Se houver início de irritação, deve-se usar sobre o local atingido um creme ou loção à base de gordura animal (lanolina). Os seguintes EPIs são os mínimos necessários para qualquer atividade na área de Manutenção: •• Capacete de segurança com cinta jugular; •• Protetor Auricular tipo concha ou tipo plugue (permitido para soldadores); •• Óculos de Segurança; •• Luvas de segurança adequadas à atividade; •• Botina de Segurança com biqueira de compósito. A lista completa de EPIs deve ser avaliada de acordo com a particularidade de cada atividade a ser realizada. Líquido penetrante - básico 41 Relembrando Neste capítulo vimos os principais cuidados com segurança em relação à limpeza, a toxidade, aspiração exagerada, ventilação, manuseio, além dos EPI necessarios para executar os ensaios referentes aos liquidos penetrantes. Pergunta Rápida 1. Leia a frase abaixo. Uma precaução básica é manter uma boa _________ do local de trabalho. Nestas condições é evitada a ______exagerada e elimina-se o problema de uma eventual inflamação dos _______ gerados (ver ponto de fulgor). Assinale a alternativa que apresenta as palavras na sequência correta para completar a frase: a) Iluminação; escuridão; gases; b) Aspirção; contaminação; gases; c) ventilação; aspiração; gases; d) aparência; sujeira; resultados; e) gases; aspiração; ventilação. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 ?? Líquido penetrante - básico R eferên cias 7 •• SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Soldagem. São Paulo: SENAI, 1997. •• SAKAMOTO, A. Ensaio por Líquidos Penetrantes. São Paulo: ABENDE,