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POMIAN memória

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Prévia do material em texto

yrv,
í3
II
{o{.'-',G
I
T/LEMOzuA
Atl as, C. oleeçãa*_D ocumento/monumento, Foss il,
Memória, Ruína/r.ìt^G-
Todo 
.o animal é, a panir de um determinado grau d.e organiza-
ção, portador d.e rnuitas memórias. A Eemoria da especie,, que todos
CIs seres vivos possuem; esã) graças à effi d,esdobrada do ;;;t.i -]arur'b
genético em que está inscrita, garanre que a forma inicial r.1" rÇtiãã r?y;,r,,7,:;,
e, por consequência, se reprodutza, a rnenos que uma.ïnutação, origem i)'e..,;.,,:2+,de algo de novo e imprevisto, venha pernrrbar este processo. A memó-. 
,.;_,
,ria representada pelo sistema de defesa imunologica@ f *T
lembrança de como o organismo é ameaçado por vários agenres bnvq atl
'patogénicos, iembrança que permite reagir de maneira adequad.a a *Y@
novos assaltos de inimigos já conhecidos. A memória individ.uai, ,ri^^*^@
entidade, velocidade e acúmen progridem @volvi-
mento e da complexidade do sistema nervoso; esra memória permite
' l{rutar_ certos comportamentos aprendidos quando se apresenta uma
sttuaçao a que estes comporcamentos estão associados. Este último
tipo de memória adquire no homem dimensões e possibilidades novas
pelo facto de ele procurar objectos e (iomunicar com os seus seme-
lhantes e com o mundo não apenas ati'avés dos órgãos dos senddos
mas também através da linguagem.
I rata-se. tanto Írrata-se, tanto-nos animais como no homem, de estados do sistema
nervoso provocadog pelo contacto com seres. obffi
tos, que 
_subsistem ainéa quando o ele{nento que os originou desapa-
receu 
_hL um período 
-de tempo rnais ou menos longo. A narurezadestes estados é desconhecida; segundo algumass e qesconnecloa; segundo algumas hlpoteses, conslstem
ões da esü'utura molecular de células nervosas ou de umarolecular dg células,nervosas ou de uma
hipo'
nerymodificações da estnrtura rr
P0MIAN/ Kr lgÍof' Memória' In:^ Enciçloprádia Einaudí. usboa: ImprensaNacional, casa da Moeda, 2000. v.42 (siste*iti.ã), p. s07_516. Jq loslo+
tt.
I
i
em
içgl"t destas células. Seja como for, porque os caracterescategona qartlqgtqr d.esras células.
adquiridos ao longo da ontogénese não podem ser rransmitidos por
hereditariedade, o conteúdo de uma memória individual desaparece,
tratando-se de um animal, com o indivíduo .rue é seu portador. Para
o homem, as coisas-acontecem de ouüo Dq.'.. ,, porque gs vestígios do
Fassado podem ser uansmitidos sob a forma'd.e criações exteriores ao_
pno mo. ca de uma existência autónoma em relacão a
esteúl t imo.Eocaso dos que passam {e narrador em narrador
MEMOzuA
conservando a sua identi4a4e, à excepção de algumas poucas vanan-
rcs, e e tambem o caso dos SIIIe!, @!9:, guadlos, escllllulAl,
erc. E estes vários tipo s
o oassado que os homens conseryam. *.T-'*Yr RúLírlui xsdo oassado que os homens conseryaff . w&su!&r4ãLwt| D
ffie rermo q.,.r.*õd.rignarMfragmçnto de ur4 1-f.
g.glp1objç,crg,.inaqlffiç**çs.ço..rrio u5na imagem, objectr@ ( üf^Íews
ffi,ç,,.,seç,,uansmitido de individuo para indivíduo, dç geração parat '-l('tívt.üa,Ft+ü'c"lcà*
Wpgã,p* ImaKns e relíquias apresentam-se ambas sob a forma de ( d.,- e'ta (Ãv
coisas. e ambas se encontram nas colec!âneas. nas colec \Tn r,.dna-
recisament. 
" 
.orr.t"çãò obiectiva cla meruória especificamente huma- 
'tr*o<tryl''íEJegiL
na que é a memória colectiva e transseracional.
A capacidade para conseryar sinais e vestígios do que pertence em
si a um passado já rernoto não é uma característica exclusiva dos seres
vivos. Em determinadas circunstâncias, qualquer corpo se revela capaz
de consewar as marcas dos seres que se encgnlgnas proximidades
ou de acolher e proteger os seus restos. Ot hfott.irf descobertos nas
enranhas da Terra e gu€, desde tempos antiquíssimos, são reunidos
nâs colecções, constituern precisamente ess.as rnarcas e esses restos)
imagens e relíquias dos seres vivos desaparecidos, das bactérias até aos
hominídeos. Atribui-se, no entanto, à Terra uma memoria apenas em
sentido metafórico, querendo dizer que conserva os vestígios do Seu
passado. Efectivamente, a memoria é também a capacidadê, 
-e.9!a-slm
exclusiva dos seres vivos - ou de criaçõeq do homelq c_o{rcg_b,idas-,
propositadamente para esse fim-, de reconstruir uma situação mais
ou menos análoga à já verificada no momento em que o ser, ou o
objecto, agora presente sob a forma de residuo, possuía ainda toda a
sua complerude originária. No caso de um animal, é a capacidade
para imitar um comportamento associado a uma siruação que já expe-
rimentou e na qual volta . a encontrar-se.
' lrer os seres, os objectos ou os acontecimentos vistos ou_ ob__servados no 
_ 
I
passa49:
I A ememóriar é, em suma, o que permite a um ser vivo remontart4
I no tempo, Iebgtonar-se, semprg mantendo-se no presente. com o pas-t sado: conforyle os casos, exclus
,4
espécie, coqr. o dos outros indivíduos. No entanto) esta subida no
tempop.*" ' 'u i torestr i t ivas.És.*p ' . indi-^Vl)( f rKDAw
recta; com efeito, entre o presente e o passado interpõern-se sinais , / 
o 
"
vestígios rnediante os quais -e só deste modo- se pode compreen-/ N^_"^ r,.
der o passado; ffata-se de recordações, imagens, relíquias. E s.*pr./ ïV\gp40gt*
irnperfeita, pgr-que o pasl{l-o tão po4e, em circunstânçia alguqla, qçI {Rat)Çg1nnfNrn
s'nplesmente restituido na integra, e toda a reconstmÇão é sempre. : ' i
.L rc44a peta sto verifica-se por maioria de tazã'o $FqgffiSì 
.(.Lil^i
rdações pessoais' @das .lr ï 
-."ï[^,
ffiçry,,la1 @t,@{Fe.$em-es:;qqgterffi:.:.xllffiL-.gp@ç:.gârte de' D(cbÍIf ' .?_Sürc;n F**a#,
508
\
It
íI
I
It
i
7"4"^
W€'a
üraPs
pú
nxnÁnne
4
\é igualmente a capacidade para repetir os comportamentos aprendidos,
lmas também de ressuscitar as impressões ou os sentimentos já vividost -
' ou de os deièièvèi õialmente; é além disso a capacidade para descre-
509 MEMOzuA
fantasia. E, por maioria de razão, é assim quando a reconsrrução d.oÌ , . -^^ ' -" , - ' " t . r " ' , 
r^rsrv laq uv raz4\J) L dòòl l l l qual Ì ( - l ( ) a feCOnStfUçãO dO
' lUhoy* j tpassado se funda em vestígios, imagens ou reiíquias que são os supor-
1".,,.,,|, '2-^!^n,r'sïT:i: ' tacolectivaoutranSgeracional.Í.-ff i ì '*-:tr&,Ë_
' t ' tv i i i /píL 'vt" q- 
- : . t t " ' ìa Sublda no tempo prat icada peia memória e no entanto a unica
' ' i ' a que temos acesso. Em part icular, todos os nossos conheci . ' ,ênÌ^cí . l . { /1 , ; fLAt loJt 
^^^:^^ ;^-^, : 
- ï "" ' ; 
ï 'Hqrqwqral t 
L\ . ,Lr \ r r . uò r IUSsOS COOfÌeCl.rrurrLUb
/v,h t t t; ;: Ì'; * r{ í ã:i' . s;. 5;:ïi",.,,t#ïil,0:'";.'ï JJ" : : : J "ü:ï :;, ffiy'{,u nvnLyrr{,r*, tgdos 
.os coJrhecimentos. em suma, 
-
ua{z".t ve* g& ti", to oo.4g* t.t ob,i€l- *trr"r 
^or 
ifóiiãirl -à a .d"."**r"
monumentos. de todos os
*:*jrn_boq, pqr- assim dizer, recorda_
colectivif tuou, 4t l,ua*, ç rr:,L
I
i
üwv'à4'irv\a;4
lnt) {ryul e
r I l .
f*-rtv YlÁr ,l
.el7wí\"t(-
I
I
I
,
f- IJm acontecimento: urn ser ou um objecto ìóixatii nu-m inãivia-O I
J:"..com ele tenha entrado em contacto uma marca tantCI m"is p.o_ /\- tunda quanro mais o aconrecimenrg, q tçr" qtr q g_bjecto gra ilsojito, {i " ' "* 'e9*d-q- ' . -çgp-agtosoEff i , ïãã*,emboraiesistentes.
' 
esbatem-se. Por isso se inventaragl vários sistemas para conservar as
_^-_, ,1^_:- r ._ _*:_=_*=_*:J:-- .==:*_rLLvi\ravvç-òJ r-{r4-lì,l9ilH9II}9J}-!Ç-,Et9s$lYÇlr 
-8e n1Qêp_A pgQçf tJal}qmili-lasqos outroq, garantindo-lhes assim uma duração perene. Na úaii.",
recorda o mais lon ente
prática,
ível. de r transmiti
gsta arte da memória é uma arte da linguagem: ensina . .o.rr.*-ar as
r^:
Ts*vlW
'Ü ËAL diferente da individual. Mais precisamente, a memória colectiva era | , ".,"'.'-
çgttltttuida por um,a sucgssão de..mçmÉqiqs iBdiylduqis. cada üma delqqituída
rec-ebendo 
-as-rgcordaç9es_ das outras e conservando-as como suas. rttri*,ffiç4_dq indjv!çlgoidqqtificavl-se, íèrri aisso se a"r conra! com os seus^sv^rs4^rvq y q ov, oçl l l t r lòòl j òç (*_*---__- , . .s91
? . *-e 
-!"q*igtntt-e-p*qn"otó rr*"
China antigos, às colecções nos templos ou nos oalácios
Reç:,gvìq$. memoria colectiva e üansgeracionalx, começa a assumir as carac-/.
terísticas particulares com 
" "pà*.iffi-"; da ccqlggçf,o+: conjunto de'
.objectos naturais ou arcificiais afastados d.os circuitos de utilização,
colocados sob uma protecção especial e expostos. A partir desse mo-
iT.".ro, Lnqqqlg:1ê-lolectiva colq:egle=aa-qu_irir ,=g,p_o.è-r_{fergntes dosícérebros dos i"ai"ídüõ: É-ìüGéã=tr.ôã.iãco que as corecções se
- : . . - - - ' - - " '
tnsram não apenas nas relâções entre o aquém e o além mas ainda
nas que unem os mortos aos vivos, o passado ao presente. por outras
palavras, é preciso que sejam expostas não apenas ao olhar dos deuses
e dos demónios mas também dos homens. É, pois, a passagem das
coleções enterradas em sepulturas, por exemplo as do Egipto ou da
' 
porquanto
dotada de meios de transmissão que..a torrÌam comple.'- nente diferen-
te da memória do indivíduo. Porque, a parrir do mom'ehro em que as
--)cglecções são exposta dqç homens, cada obiecto nelas contido
MEMOzuA 510
pode ser comparâdo com outros similares e todos podem ser confron-
tados com os objectos adoptados na vida de todos os dias. 9gg.
1<
.r.
1'"{f i*'!-Iaoos cotn os ou)cuLU5 i4LrupLdLr\_rò r Ì4 v lL la LrL Lvuvo vo urqr. vurÕç - lI
então a possibil idade de perceber a diferenÇa entre os objectos provg- f
{
)
Á,/llv'v/W.' 
-
Enüt))6'}
eslabelecer uma reLação com o passado de que provêm. lgra obter esta I
qualificação, os obiectos devem sair do circuitg. das acrividades utilitári- )
as, se é qúé alguma vez nele estiverarn inseridos, ,ou para passarem a. 4
, ou para serem degradados, para se loma- i
rem restos; neste caso 
. 
são promovidos a obiectos de colecção apos uq '"
munho do seu tempo enquanto concretização de uma recordação.
e qué se atribua a várias categorias de
objectos a qualificação de documentos ou monumentos) ou seja, a qua-
lificação de vestígios, imagens ou relíquias através das quais'é possível
eslabelecer uma reLação com o passado de que provêm. 9ara obter esta
ualificação, os objectos devem sair do circuito das acrividades utilitári-
as, se é qúé alguma vez nele estiveraÍn inseridos, ou
período de @Q!3 fazendo parre de uma co-
ffi so entram nas relações entre o aquém e o além,
como por exemplo acontece quando apreciados numa perspectiva pura-
mente estética, em relação a cânones transcendentes do belo, eles nãg
são alqda documentos ou rla.olrnggllgg S.-O quanao se cqmeça::;;.-'.:--- 
_ 
.. =*
'igr 
.""_çF e g9m os obiectos do mesmo tipo fabriqados no presen_!ç'
o tempo âdquire espessura pouco a pouco e, ao mesmo tempo, Ior-
mam-se, através de uma mesma serie de operações, a +memóriar colec-
tiva e O +dOCumentO/mOnumento+ que se tonfa Seu Supqrte.
lsto é válido quando se fala não apenas de objectos obtidos arti-
ficiafunenté mas ramUénn,aaq".t.t q". t.
os c*,fuseiqç. Desde épocas muito remotas os fósseis chamaram a aten-
çãõì*T"mens. Mas, &;S*qtg muitíssimo tempo, eram considçradqs
mhmrsdo como c dg_lggg:3g, FTam inseri-
dos em colecções e admi o que constituía também uma rnaneira
e o além. Havia que mudar de atitude
, Pelo contrário) como monu-
mentos aravés dos quais pode ser revelado o passado da Terra- Tam-
bém neste caso, comparando os fósseis enüe eles e com os vestígios
deixados pelos animais e as plantas hoje vivas, foi possível estabelecer
pouco.a pouco a sua sucessão e medir os int@
por,or. pest. *odo a *.*ó{iu ie ?
um passado anterior ao aparecimento da ie hurnana, e ao mesmo
bém. de categoria tomando-se, de uma
curiosidade que eram! os suportes da memória, monumentos: vest_:i919!-curiosidade que eram, os scuriosidade que eram, os suportes da memona, monumen-tos: vesugros-
t .
Ate agOra não Se nomeou ainda a escrita, embora tenha uma
importância capital para o que nos interessa. Efecdvamente' ela serve
deiae as origens não apenas para comunicar com os deuses por' meio
da adivinheção ou das inscrições que lhes são dedicadas mas também
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para traní .itir mensa
-r\ . /--mais tardeì
s-homens quer como supomosr viverão
resentâ uma verdadeirainvenção da escrita
vlra de formação da memori :. a partir de
.21
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MEMORTA 512
É
8.lt
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lÌ
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l-r
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i . .
Entre os vários tipos de documentos escritos devemos citar esse
docurnento muito panicular que são as cartas geográficas e as çolec-
ou seja, os atlas.. Fruto cie numerosas via-
f f ieSdeexploração,demedições,deumaquant idade
de estudos destinados a elaborar métodos para projectar numa Super-
ficie plana um sector da superfïcie do glogo tenestre com os seus
vários acidenres, o ratlas+ regista e transmite uma historia plu{4imen-
sional e muito complexa. Conta à sua maneira um passado, o passado
que rerrntna com a realização do atias. Descreve também terras, mui-
tas vezes muito distantes e de dificil acesso. Através do atlas é, pois,
representado também o lado invisível do tempo e do espaço. O ca-
rácter peculiar e o excepcional interesse dos mapas e dos atlas para
uma investigação sobre a memória colectiva devem-se precisamente ao
facto de os documentos deste tipo porem em evidência a dimensão
espâcial das coisas representadas, dimensão que outros documentos
tendem a descurar ou pelo menos a não tornar tão explícita. E isto,
se bem que a memória colectiva e transgeracional, exactêmente corno
a memória individual, coloquê sempre as suas recordações num espaço
determinado e que essa localização seia tão importante como a loca-
lização temporal, sobretudo quando Se trata de proceder a uma re-
construção do passado.
' -Fr rciais senão quando chega a esta lgçlnstruç4gr-ê 1-
. tes do l. do esta ch u ate nos em
estado de ruína; mas o conceito de jnfÍqa/res!êq[o.G_
õrrelativas deve Ser tomado numa acepção muito ampla. De
qualquer vestígio, seia uma imagem ou uma relíquiar^
*g.4o em que é sempre e necessariamente @çry*Wue
este carácter de parcialidade depende, na grande maioria dos. casos, de
cJrçunstânciãSconcomitantes,dependedoacaso.@. ì
ue mostra urn a do resenta. um único
o critérios que as mais das vezes não'pqnto de vista escolhido_ segundo critérios que as mais das vezes nã
são os nossos,
-_v- i
os nossosr - l
ramente obscuros. De resto, ainda que um Ser, um acontecimento ou
um oUieètó sejam representados por muitas imagens, essencialmente
nada muda, porque perrnanecem sempre numerosgs aspectos que Se
,revelam iremediavelmente destruídos.'Quanto às relíquias, fragmentos
|ou pedaços de seres vivos ou i3g po. defini-
'ção parciais. Porque é uma imagem, ou relíquia, ou ambas as coisas
ao mesmo tempo, todo o +documento/monumento. é necessariamente
parcial. É ,r*t ruína, corno de resto toda a recordação. E, sJ tn[eres-
Sa. é porque permite conservar uma relação cqlq-o pgssado e tambÉln
PqQç te remontar no tempo e enleqllal_a da completude
ida.i'Permite
prado deì= modo, o terrno 'reevocação' indica evidentemente
5
C
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U,operações rnuito díspares. Reevocava-se o passado caindo em êxtase
Àtl?r
/ /Ãb^â/4, /z- ]wtzvu,$a' ?^ Núwi^. (u.aLíwt ,.far@
0b pa/rrÀ/t
MEMORiA
agora, oe uma d,u ração seguinte já não se tr?nsmiremapen
5i l
as tradicões or" i r : 
.po. rm ludo, . , po. o
aue, Ìão podem .falar senão l.tambem textos, eros)eeasuaacumula_
€.ao ao lonÊo .do rempo que permite mrrclpr rnrì icntrnenre Tìïa
face ao passado.
*' i-cansnyr:Írg*-t f No mundo da tradição oral, que não conhece a escrita, dá-se
, t
' 0rnl 
, .p$r*t*r, rL lnecessanamente uma identificação enfte aquele que narra uma historia
. ,1t f r f i r | ,v i r l ' , ,y ,oY}n!^d.opassa99' .oautor.dessahistór ia.'1 t"r ' . i | . , i l " , i t , t l t l t * ] . . ,^ . i ** : . , . ' . . :Y. ' -o".Y1Ll 'EbòdI l ' IULuna.ryaprenderahis-
:,"-;-::. , ,1'"ì""i^ ^'- l 'ód",s"btt 
tttl 'a
.gì{1r, . , ; " lW:
' : o ,- 
^-.L' ---,. 
,.. rJ"
- 
i"ns o.T1'*''* 4o jornaq:se impercepdveis,-"sslúii
, I o que retira a este intervalo de tempo toda a espessu;a e leva a
I identificar os seus terÍnos como se o período qu-e eles deiimitam fosse
- | privado de realidade. A idade da narrariva, se é que dela se tem
I consciência, âparece então como urna realidade sem rempo: uma apro-
I ximação do aiem mais do que uma referência cronologica.
I çã9"*4ff-ç9jx"L Durante um longuíssimo #"dõ-ãã ,.-pó ãicolhiam-se
; I materiais ffiicularmente resistentes ao desgaste para servirem de su-
' I P--9-*9**q-o-q -qsçlttgq.. Por isso, ao Tongo ãos anos, estei-ãõffiïõs
t 'l acumulam-S€ no significado mais literal d.o termo; enchem as colecções
: I especializadas na conservação, ou seja, bibliotecas e arquivos. Deste
I modo pieenchem de conteúdo o intervalo de tempo ao longo do qual
| ::o produzidos e concretizam a sua duração, rornam-na visível.
i r I Tomam-na até mensurável se dverem a mínima data ou outra indica-
r 
.l tão cronológica, mesmo sumária 'e dificil de interpretar. Mas aindaI g:ão a"t"aorr o. .a.
" lì 'l 
, 
exactamente como oS omonumentos., de que são afins, e podemI a-- - r - - - - -_) '[ constatar-se as suas variações em funcão do temDo mal se orocede a
: | 
.o*p"t"çõ.s *"i Além.disso, é necessário organizar esras' . l
^|aa*-^-^^i^^^---^- :^r-rrõ-<
' it ïdìsl$trYf iíÌtd3-tr f r\o rnunoo oa traolçao oral) que não conhece a escrita, dá_se
, t
' 0rnl 
, .;,$r*ü* 4L lnecessanamente uma identificação enfte aquele que narra uma historia
. ,1t f r f i r | iv i r ' ' ' , i ' . "J] ]1|" : ï j " : : "o"eoautordessahistór ia.
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. lrou-,*.., rJ' *ï-*' I '"d",S"btt ttt i tl*-"?-Jff"ï; )s para.tudg,. a.st'b-st u.,i*içr@
, ;;;_ Ãe;*, /3ttt. inevitável pelo facto de urna cadeia contínua de intermediários
-':r*:-l ' - 
^'" / l tgar o autor ao último intérprete da sua obra, e.esra conrinuidade não
,y* lf 
*: 
I 
permite perceber quão longo é o intervalo de rempo que os separa: as
- 
L nwd4v,t" d" \ úqr"çõ.s rgrinç?qel q" ttiqq+ gã ry4q1 qlgu?llg lç
,?rra'.,r"rr+{$fu ,%u \ não diroô. õffiIasïom uma
"t1:"at 1/t"",,: F, ï . ' , ' ! f ' * - r loqueseparaopresentedoDaSsa-
s I comparações, o que não é simples. Ter um grande 
"ffi
. I tos escritos ainda não basta para esse Íim, ernbora seja uma condiçãoI 
...1 "ecess,ária. Ao. contrário da tradição oral, na qual a relação enrre o3. I passado e o irresente ê, imediata, porque o segundo é apenas um) 
.'l nrolongamento do primeiro, o que no limite permite a sua idenrifica-
r | Ção' ssibilidade de percebe. as
diferenças enffe passado ef, 
-_l qlrerenças eq!!e passaÕo e presente, supostos à
al
I 
rirru"l*.rt. .rã" réri" *rir o.r *.rro, ro.rg" d. irrr..*.diá.ios' t r,,| - ?,
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5t3 MEMORTA
diante de objectos considerados como tendo pertencido a esse passado
para de novo recitar as cenas que se julgava terem ocorrido no mo-
mento original. E reevocava-se sempre o p?lsado durante ag celmó
,.ligior". qrl. f"" *t"t 
".ò.t..i*..rto,
ocorridos há milhares de anos. Nestes dois casos, evidentemente) esra-
p ..r.",. . 
_e_1rng_4!q!S aqqrm
o sendo, nao se tena ido supor possível uma transposiçã
ou espiritqal_gnge q prilqgirq_e_o_-sezund_o, Neste sentido, seria mais
exacto, a propósito de todas as reevocações lirurgicas do passado, falar
não já de subida no tempo, mas, francamente, de abolição do 1empo.
De facto, tudo acontece como se o intervalo que nos separa dos
acontecimentos de fundo não tivesse realid?4e algj!ryr, 
_oq_ll:lg_g_e_no_!
como se a perdesse no *.9,:!lq1l?nto esta
.é celebrada, o ternpo permanecesse em 
_suspens_o. Aqui 3_ee'rlorrq.
icoleçciva é considerada como sendo-çApgzle transformar, em determi-
inadas condiçõeS, rqnoê-reçgrdaçãg, uma imagera ou uma relíquia. numa
presença real, de efectuar mais
ção do passado.
do que uma reevocação: uma ressurre_i-
Durante muito tempo, também a história se fundou na definição
da 'relação entre presente e passado enquanto relação imediata e na
convicção de que, tratando-se de acontecimentos de que não pudera
ser testemunha ocular, fosse dever do historiador anbtar simplesmente
as relações daqueles que a eles assistiram, assumindo a sua responsa-
bilidade e, portanto, identificando-se com os seus autores. Aqui se
reencontra a atitude face ao passado que era própria da tradição oral,
mas que vigorara durante muitos séculos mesmo no mundo da escrita.
A mesma atinrde fundada na assimilação implícita do passado a um.
além manifesta-se na atribuição de carácter sagrado aos objectos de
colecção, quer' do ponto de vista religioso quer do ponto de vista
estético. O abandono da praxis de uatar os escritos como se perten-
cessem à tradição oral e os objectos de colecção como se fossem
objectos de culto levou a güer com o tempo, a história se tivesse
uansformado, na teoria e na prática, e se houvesse formado a memó-
ria colectiva e transgeracional consciente, que não pode ter relações
com o passado senão através de recordações materializadas: documen-
tos, monumentos, fósseis, ruínas, etc.
O aparecimento do problema do restauro, da reconstrução do es-
tado fisico originário de um objecto, e mais em particular de umâ
obra de arte, faz parte deste mesmo processo, como dele faz parte o
problema de estabelecer o significado original de um texto ou de
qualquer siguificante, e o problema de Íeconstruir, parrindo dos fos-
seis, a estruülra e o aspecto dos seres vivos de que constituem. âs
relíquias. A princípio o restauro limim-se aos textos e às obras dos
Antigos, que se querem assimilar tal como se supõe que fossem na
origem, e isto dá lugar a todo unr--trabalho de comparação:'compa-
ram-se as diferentes cópias do mesmo manuscrito e diversas obras. que
apresentem semelhanças evidentes; vir-se-á assim a perceber pouco a
MEMORI-A 5t4
pouco como certos caracteres varlam) e a lorÏnar as senes de textos ou
de objectos classificados por ordem cronologica. Note-se que se prati-
cam os restauros apenas em objectos provenientes de epocas extrema-
mente valorizadas, ou por outras palavras, objectos que representam
um passâdo que seria born ver reviver. Durante muito tempo conside-
raram-se como dignos de serem restaurados apenas os objectos greco-
-romanos, mas bem depressa se deu em restaurar os manuscritos me-
dievais, importantes para as controvérsias jurídicas, teológicas ou políticas.
Só no século passado se começou a restaurar a vasta escala os
monumentos medievais. E só nos nossos dias se chegou ao ponto de
tirar tod.o o género de conclusões da iddia de que se não pode esta-
belecer uma relação com o passado senão imediata, e do corolário
desta idéia; constituído pela constatação da impossibilidade de conside-
rar como nulo e não. existente o intervalo que separa todo o presente
do seu passado. Procrrra-se, pois, actualmente restaurar os monumen-
to$ respeitando as transformações que sofreram ao longo da sua histó-
ria ou, pelo menos, tentando manter os seus vestígios, em vez de'os
âpagar simplesmente como dantes se fazia. Também assim se procura
. pôr em evidência aspartes restauradas de um objecto para que ressal-
tem das que be conservaram no estado original. Insiste-se deste modo
no carácter imperfeito, lndllgçlg incerto dessa subida no tempo qgq é
toda a obra de restauro.
Vimos a pari passa a evolução dos processos seguidos para restabe-
lecer o significado de um iexto ou de uma obia de arte, e que são em
tudo e para tudo comparáveis aos utilizados para o restauro dos mo-
numèntos, com a simples diferença de que se üata neste caso de
restabelecer uma interpretação que se perdeu e, portanto se lida, não
com objectos materiais, mas com a linguagem. Com o passar do
teinpo, a convicção de que todo o textô tenha um sentido originário,
bern determinado, únicor-que basta descobrir, atenuou-se até ao ponto
de ter desaparecido quase inteiramente nos nossos dias. Tende-se
doravante a ter em conta todos os múltiplos significados que se' justa-
'puseram a uma obra ao longo da sua existência histórica. Privilegia-se,
ponanto, na. mesmg obra o carácler. ?berto, eue p.ermitiu yáriSs lei
ras, cada uma das quais pode ser parcialmente explicada. Adaptam-se
assim as regras da hermenêutica à idéia de uma relação necessariamerÌte
mèdiata com .o passado, à exigência de ter em conta o que se fez em
torno de uma obra no intervalo de tempo que nos separa do momen-
to em que nasceu.
O suporte material da rmemóriao colectiva e Eansgeracional, cons-
tituído pelos documentos, monumeltrtos, obiectos de colecção, livros e
atlas, fósseis e ruínas, enriqueceu-se no século passado com uma gran-
de quantidade de elementos novos. Foram encontrados graças a uma
pesquisa sistemática, eü€ os -lescobriu em lugares por vezes insuspeitados,
por exemplo-"em gnrtaà, ! devem-se a achados casuais algumas das
mais sensacionais revelações do nosso tempo, as quais lançaram nova
luz sobre importantes sectores do passado. Novos elementos foram
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5r5 MEMORIA
também adquiridos graças ao aperfeiçoamento das técnicas, sobretudo as
4" 4^!"çã"r q.r. rransfolmara
qrima nem
coqt i!3s nelLjom ouüa. Terrirelios que, aré há pou
l ,@r.g--ecqaao,yg.do,intqiros engolidos pelo tempo reemergiram à supe4íc_i_e. Mas o facro
mais extraordinário das úirimas décadas e a prodigiosglllilla_çêa de
duração da espécie humana. Q passadg grclq,q-g .qa qç_!qé_rl,e_ ç:o_lectiva é
_do qtç*&l-- a:nlg;lgq-m en re.
Por outro lado, este passado está presente em medida nruito.maior,
E está presente em
sentido absolutamente literal onde se descobrem vesríqios atá entãn
qgterrados, constituindo arqueódromo-s o_g_lq&[:ji! p!oqçgd,qs_g_o_.jare_
rior das própnas cidades, onde se restauram edifícios antigos ou se
cob.nos ã.
ee, grlam n?uqqqq e ss_grultiplilam. as exposições. E está presenre ram-
oem na mectlda em que os restauros, as reconstnrÇões e as rein 
,qÇões, cuio número cresõ-õffiãe
ções. concretizadas nos obieçros, põem de novo em circulaç4o, =ô-:ç_óIrièúàò
da me ia, legitimam cgrtas consequências que erão influenciar
os nossos comportamenros_hrrulq!. A soci %:::::ry--"-em que vlvemos, vrra-
da__pAla o futuro, rnantém no enranto com o do, as
o eram p4" ãr_qqçi=qd_ q".
gl!g. De facto, esras rela-
ções fundam-se, não numa uadição que age de maneira èspontânea,
sem que alguém cuide de perpetuá-la, mas num programa explícito de
conservação dos suportes materiais da memória colectiva e da sua
restauração no seu estado original sempre que possível. por isso a
:nossa rnemória, mais rica do que nunca, é também muito mais vuhJ
| Á a -5 a É- E--Èv svg Àlgvvg ges vvÀa
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'içcturas eqonómicaq, poljligrs e milirares. Feiizmente, difunãe-se cada
- ' - '%." ' "*J
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ryência d.-_qrg, entre as nossas obrigaçõejgeraçoes ocupa um de honra o dever
ue mos em inúmeras col . Pode-
esperar que, se o não-ìê viï-ieduzido dentro em
pouco ao estado de fóssil e a globalidade do seu património ao estado
de ruína, os nossos sucessores enconrrem na sua memória documentos
e monumentos suficientes para formarem ideias muito claras acerca do
nosso presente tornado o seu passado. lrc. p.].
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