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ESTUDO DE CASO - ALGUMAS DESCOBERTAS PRELIMINARES DAS PRÁTICAS DE COMPRAS NO JAPÃO E NOS ESTADOS UNIDOS

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO DE OPERAÇÕES, PRODUÇÃO E SERVIÇOS 
Resenha Crítica de Caso 
Jhuliane da Silva Cunha
Trabalho da disciplina Gestão Estratégica de Compras e Fornecedores
Tutor: Prof. Marilia de Sant Anna Faria
Teresópolis - RJ 
2019
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ALGUMAS DESCOBERTAS PRELIMINARES DAS PRÁTICAS DE COMPRAS NO JAPÃO E NOS ESTADOS UNIDOS
Referência: 
James R. Freeland e Harold Lee Ashby - Algumas descobertas preliminares das práticas de compras no Japão e nos Estados Unidos - University of Virginia Darden School Foundation, Charlottesville, VA – 1989, 1-16. Acesso em 20/06/2019.
O estudo de caso reporta os resultados de uma pesquisa realizada com cinco empresas japonesas e cinco empresas americanas sobre as suas práticas de compras e o relacionamento fornecedor/comprador dando destaque para o JIT (just-in-time) aplicado na área de compras. Para a realização deste estudo foram entrevistados os gerentes de compras de cada empresa, permitindo que cada empresa definisse se utilizava ou não o modelo de JIT na sua rotina.
Quando se imagina uma empresa que opera com um JIT perfeito, se imagina uma fábrica operando em conjunto com suas compras e recebimento de materiais, onde as peças compradas são entregues precisamente para a utilização no processo produtivo, igualando a frequência da entrega a taxa de consumo, tornando o fornecedor uma outra estação de trabalho impulsionando o processo de fabricação e assim atingindo a meta de inventário zero. Porém, este modelo de JIT perfeito acaba se tornando desvantajoso uma vez que as entregas seriam feitas uma unidade por vez elevando os custos com transporte, manuseio e excedendo os benefícios alcançados com o inventário zero. 
Embora exista diversos estudos sobre as experiências das empresas que implementaram o Just-in-Time, ainda não existe um critério padrão que defina se uma empresa está trabalhando com as práticas Just-in-Time ou não. Desta forma a melhor maneira de saber se a empresa está ou não operando em JIT é comparando as práticas de compras em JIT com as práticas de compras convencionais. Porém, esta comparação tende a ser simplista demais, uma vez que a abordagem de compras do JIT depende de como são os ambientes de negócio e as operações de fabricação.
Dentro do grupo de empresas japonesas estudado somente três empresas declararam a utilização do JIT, sendo elas: Toyota, Roland e Hino Motors. Este resultado causou uma certa surpresa, visto que na literatura as empresas japonesas utilizam o Just-in-Time para todas as compras de peças. Dentre as empresas que utilizam o JIT, a frequência de entrega das peças compradas variou de acordo com os custos de armazenamento relativo do item comprado. 
 Já no grupo das empresas americanas estudadas quatro declararam a utilização do JIT (Apple Computer, IBM, Hewlett-Packard e General Electric), porém estas empresas não se diferenciaram muito em alguns aspectos das empresas japonesas, visto que o JIT não é totalmente aplicado no processo de compras de peças. Os gerentes de compras tanto das empresas americanas como das empresas japonesas estabelecem critérios para as entregas das peças em JIT, primeiro de acordo com o tamanho físico, onde quanto maior o item maior seu custo de armazenamento e transporte, em segundo de acordo com o custo do item comprado, ou seja, quanto maior o custo da peça mais caro é o seu seguro, seus impostos e seu armazenamento. O terceiro critério seria a proximidade geográfica, porém este só é aplicado para as empresas americanas, o Japão não leva este critério em consideração devido ao seu tamanho geográfico. 
Durante a pesquisa notou-se uma outra diferença entre as empresas estudadas, os gerentes americanos entrevistados apoiavam o menor número possível de fornecedores, ou seja, uma fonte única de fornecedores. Estes informaram que essa metodologia facilita a implementação do JIT na empresa e que trabalhar com um menor número de fornecedores tem alcançado um alto nível de satisfação. Destacaram que com o fornecedor único se tem mais poder de negociação de descontos de volume, nível de qualidade e facilita a fabricação em caso de peças personalizadas. 
Por outro lado, os gerentes das empresas japonesas optam por um número grande fornecedores, múltiplas fontes de fornecimento de materiais, os mesmo até desencorajam as práticas utilizadas pelas empresas que optam por fonte única. Estes afirmam que o uso de fontes múltiplas lhes permite garantir os preços competitivos e os níveis de qualidade além disso a demanda dos fabricantes iria provavelmente exceder a capacidade de produção de um único fornecedor, e o uso de fontes múltiplas também garantiria um fornecimento reserva em caso do recebimento de um lote com defeito.
Estas diferenças ocorrem por que os fabricantes americanos projetam seus produtos utilizando componentes com design personalizado o que requer um fornecedor que faça investimentos para projetar a peça solicitada, já os fabricantes japoneses produzem seus produtos com peças prontas para uso existentes, peças padronizadas, podendo depender de diversas fontes de fornecimento. Os americanos também se utilizam de novas tecnologias na produção, por outro lado os japoneses são conhecidos pela sua capacidade de produzir produtos baseados em tecnologia já existentes, porém com níveis superiores de eficiência.
O processo de escolha dos fornecedores apresenta semelhanças para ambos fabricantes americanos e japoneses que utilizavam JIT e os que não utilizavam. A escolha consistia em quatro fatores: o primeiro tendo importância crucial para o fabricante seria avaliar os procedimentos de qualidade do fornecedor, onde o objetivo seria receber 100 por cento de entregas livres de defeitos. O segundo seria avaliar a capacidade do fornecedor em cumprir o cronograma de entrega da empresa, as entregas para um fabricante JIT não podem de maneira alguma sofrer atraso. Em terceiro seria a avaliação do comprometimento do fornecedor para cortar custos, refletindo em uma redução de custo de compra dos produtos; e em quarto seria a revisão da situação financeira do fornecedor para que este possa continuar garantindo o fornecimento para o fabricante.
O acordo de compras também possuía semelhanças entre ambas empresas japonesas e americanas, este acordo era feito tipicamente a curto prazo (três a dezoito meses) e informal (uma a três páginas), porém isso não excluía a possibilidade de estabelecer relacionamentos com o fornecedor a longo prazo. A principal motivação para os contratos serem de curto prazo seria a flexibilidade de negociação dos preços, este curto espaço de tempo entre o contrato do fornecedor era direcionado a tornar o relacionamento mais flexível e não menos sólido.
 Em relação a formulação dos contratos os japoneses eram os mais contrários a contratos legalmente detalhados, que poderiam prejudicar a flexibilidade do relacionamento. De fato, que às vezes não havia nem contrato escrito. Os americanos por sua vez destacam que nenhum contrato é mais importante que o bom relacionamento com o fornecedor. Para os contratos escritos existiam alguns termos que eram considerados de suma importância, como procedimentos de controle de qualidade, redução de custo e frequência de entrega, sendo que o restante era feito de forma verbal com apertos de mão ou reverências. 
Os gerentes entrevistados consideraram as trocas de informações de grande importância para o relacionamento entre comprador/fornecedor, ressaltando que a prática de compra em JIT requer um controle de qualidade estrito e uma adesão precisa ao cronograma de entrega. Todos os gerentes de compras estavam bem satisfeitos com os seus programas de Just-in-Time. Nas empresas com o JIT implementado houve uma redução substancial no inventário de peças compradas, melhorias na qualidade, melhoramento do relacionamento com o cliente e fornecedor e maior produtividade. 
Embora haja uma variedade de estudos sobre a implementação das práticas do Just-in-Timee os benefícios proporcionados por ele, este modelo não se aplica a todas as empresas sob todos os ambientes de negócios, algumas empresas encontram diversas dificuldades ao fazer uso deste modelo. Pois o JIT necessita de um fluxo tranquilo de fabricação e uma linha de produto padronizada, desta forma a empresa que opta por trabalhar com o JIT precisa se adequar as características exigidas ou como ocorre em algumas empresas passará a trabalhar com um JIT inferior a cem por cento nas peças produzidas.
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