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RESUMO CAPÍTULO 37 – GUYTON VENTILAÇÃO PULMONAR: A respiração tem como função fornecer oxigênio para os tecidos e remover gás carbônico deles. Dessa maneira, ela pode ser dividida em quatro funções principais: 1- ventilação pulmonar 2- Difusão de O₂ e CO₂ entre os alvéolos e o sangue 3- Transporte de O₂ e CO₂ para todo o corpo para ocorrer as trocas gasosas com os tecidos 4- Regulação da ventilação MECÂNICA DAVENTILAÇÃO PULMONAR Músculos que produzem a expansão e contração pulmonares Os pulmões podem expandir e contrair de duas maneiras: Movimentos de subida e descida do diafragma para aumentar ou diminuir a cavidade torácica Elevação/depressão das costelas para aumentar/diminuir o diâmetro anteroposterior da cavidade torácica O primeiro método é o principal responsável pela respiração tranquila normal: Na inspiração, o diafragma contrai e puxa para baixo as superfícies inferiores do pulmão Na expiração, o diafragma relaxa e a retração elástica dos pulmões, da parede torácica e das estruturas abdominais comprimem o pulmão expelindo o ar. Na respiração vigorosa, as forças elásticas são insuficientes para produzir uma expiração rápida; assim, a musculatura abdominal ajuda empurrando o conteúdo do abdômen para cima, contra a parte de baixo do diafragma, comprimindo, assim, os pulmões. Os pulmões, em posição de repouso natural, são envolvidos pelas costelas inclinadas para baixo e o esterno recuado em direção a coluna vertebral. O segundo método, por sua vez, consiste em elevar a caixa torácica para expandir os pulmões, assim, as costelas se projetam diretamente para frente, fazendo o esterno se mover anteriormente afastando da coluna, aumentando o diâmetro do tórax anteroposteriormente em cerca de 20% durante a inspiração máxima, em comparação com a expiração. A musculatura que auxilia no movimento de elevação da caixa torácica são os músculos de inspiração, e os que deprimem a caixa torácica são os músculos da expiração. Músculos da inspiração: Mm. Intercostais externos (elevam a caixa torácica) Mm. Esternocleidomastoideo (elevam o esterno) Mm. Serrateis anteriores (elevam muitas costelas) Mm. Escalenos (elevam as duas primeiras costelas) Músculos da expiração: M. reto abdominal (puxa para baixo as costelas inferiores e com os outros músculos abdominais, comprime o conteudo abdominal para cima, empurrando o diafragma Mm. Intercostais internos (deprimem a caixa torácica) Pressões que causam o movimento e ar para dentro e fora dos pulmões Os pulmões são estruturas elásticas que colapsam e expelem todo o ar pela traqueia quando não existem forças para mante-los inflados. Eles não estão conectados diretamente com a parede torácica, pois flutuam dentro dela cercados por uma fina camada de liquido pleural que lubrifica o movimento dos pulmões na cavidade. A sucção continua do excesso de liquido para os canais linfáticos mantem a leve tração entre a superfície visceral da pleura pulmonar e a superficie parietal da pleura da cavidade torácica, mantendo os pulmões juntos da cavidade torácica, mas tão bem lubrificados que deslizam facilmente quando o tórax contrai e expande. Pressão pleural e suas variações durante a respiração Pressão pleural: é a pressão que o liquido pleural exerce na fina camada entre a pleura visceral e a parietal. A leve sucção descrita anteriormente mantém essa pressão pleural negativa. Na inspiração, a pressão pleural inicial é de -5 para manter os pulmões abertos no seu nível de repouso, e quando ocorre a inspiração pulmonar, elevação da caixa torácica, os pulmões são tracionados com força maior o que diminui ainda mais a pressão pleural, para cerca de -7,5 centímetros de água. Na expiração, os eventos são revertidos. Pressão alveolar É a pressão que o ar exerce dentro dos alvéolos. Sabe-se que para ocorrer influxo de ar para os alvéolos na inspiração, a pressão alveolar deve cair para um valor menor que pressão atmosférica, que é suficiente para inspirar 0,5L de ar para dentro dos pulmões, nos 2 segundos necessários para uma inspiração normal e tranquila. Na expiração, ocorrem pressões contrárias, pois a pressão alveolar sobe e força o 0,5L inspirado anteriormente para fora dos pulmões, durante os 2 a 3 segundos de expiração. Pressão transpulmonar: é a diferença entre a pressão alveolar e a pressão pleural, ou seja, a diferença entre os alvéolos e as superfícies externas dos pulmões, sendo mediadas a partir das forças elásticas do pulmão que tendem a colapsa-lo durante a respiração, que é a pressão de retração. Complacencia pulmonar É o grau de extensão do pulmão por cada unidade de aumento da pressão transpulmonar. No adulto, a complacência total dos pulmões é, em média, 200ml/cm de pressão de água transpulmonar. Isso significa que sempre que a pressão transpulmonar aumentar 1cm de água, o volume pulmonar, após 10 a 20 segundos, se expandirá 200ml. Surfactante, tensão pulmonar e colapso alveolar Princípios da tensão superficial: quando a água forma uma superficie de contato com o ar, as moléculas da superficie tem uma forte atração umas pelas outras. Assim, a superficie da água esta sempre tentando se contrair, o que mantem as gotas unidas, por exemplo. Já na superficie interna do alvéolo, a superficie da água também está tentando se contrari, o que resulta em tentativa de forçar o ar para fora do alvéolo pelos bronquios e, ao fazer isso, induz o colapso alveolar. Este efeito global é o de causar uma força contrátil elástica de todo o pulmão que é referida como força elástica da tensão superficial. O surfactante e seus efeitos na tensão superficial: o surfactante é uma mistura complexa de vários fosfolipideos, proteínas e íons. É um agente ativo da superficie da água, o que significa que ele diminui muito a tensão superfeciail da mesma. Ele é secretado pelas células epiteliasi especiais secretoras de surfactante, as células epiteliais alveolares tipo II, que são cerca de 10% da área de superficie dos alvéolos. São células granulares, com inclusões lipídicas que são secretadas no surfactante dentro dos alvéolos. EFEITOS DA CAIXA TORACICA NA EXPANSIBILIDADE PULMONAR A complacência de todo o sistema pulmonar (pulmões + caixa torácica) é medida durante a expansão dos pulmões de uma pessoa totalmente relaxada ou paralisada. Para realizar essa medida, o ar é forçado para o interior dos pulmões durante um curto intervalo de tempo, enquanto se registram pressões e volumes pulmonares. Para insuflar esse sistema pulmonar total, é requerida quase duas vezes a mesma quantidade de pressão necessária para insuflar os mesmos pulmões após sua remoção da caixa torácica. Portanto, a complacência do sistema pulmão-torax é quase a metade da do pulmão isolado (110ml/cm de pressão de água para o sistema combinado e 220ml/cm de pressão de água para o pulmão isolado). VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES Registro das mudanças no volume pulmonar – espirometria A ventilação pulmonar pode ser estudada a partir do movimento de volume de ar que entra e sai dos pulmões em um método chamado espirometria, com um objeto chamado espirometro. A partir dele pode-se formar um espirograma, que indica as variações de volume pulmonar sob diferentes condições de respiração. Volumes pulmonares: Na figura, estão listados quatro volumes pulmonares, que quando somados, resultam no volume máximo que os pulmões podem expandir: Volume corrente: volume de ar inspirado/expirado em cada respiração normal; é cerca de 500ml no adulto. Volume de reserva inspiratório: volume de ar que pode ser inspirado além do volume corrente normal, quando a pessoa inspira com força total. Geralmente é de 3000ml no adulto. Volume de reserva expiratório: máximo volume de ar que pode ser expirado na expiração forçada, após o final da expiração corrente. É normalmente 1100ml. Volume residual: é o volume de ar que permanece nos pulmões após o volume de reserva expiratório ser expelido. É de cerca de 1200ml Capacidadespulmonares: são dois ou mais volumes combinados usados para descrever o ciclo pulmonar. Capacidade inspiratória: volume corrente + volume de reserva inspiratório. É a quantidade de ar que uma pessoa pode respirar, começando do nível expiratório normal e distendendo o Maximo do pulmão. Capacidade resídua funcional: volume de reserva expiratório + volume residual. Volume de ar que permanece nos pulmões após uma expiração normal Capacidade vital: volume de reserva inspiratório + volume corrente + volume de reserva expiratório. É a quantidade máxima de ar que uma pessoa pode inspirar e expirar. Capacidade pulmonar total: capacidade vital + volume resídua. É o volume Maximo que os pulmões podem ser expandidos com o maior esforço. Abreviações e símbolos usados nos estudos de função pulmonar: CV = VRI + VC + VRE CV = CI + VRE CPT = CV + VR CPT = CI +CRF CRF = VRE + VR A ventilação – minuto é igual a frequência respiratória vezes o volume corrente A ventilação-minuto é a quantidade total de novo ar levado para dentro das vias respiratórias a cada minuto. Então: Ventilação – minuto = VC x FR Normalmente, o volume corrente é de cerca de 500ml e a frequência respiratória é de 12 inspirações por minuto. Portanto, a ventilação-minuto é em média 6l/min. Ventilação alveolar: A importância fundamental da ventilação pulmonar é a de renovar continuamente o ar nas áreas de trocas gasosas dos pulmões, onde o ar está próximo a circulação sanguínea pulmonar. Essas áreas incluem os alvéolos, sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios. A velocidade/intensidade com que o ar novo alcança essas áreas é a ventilação alveolar. Espaço morto e seu efeito na ventilação alveolar: Parte do ar inspirado não chega no local onde ocorrem as trocas gasosas, pois permanecem na traqueia, na laringe ou no nariz. Esse ar é chamado de ar do espaço morto. Quando expiramos, o ar morto é o primeiro a ir para a atmosfera, antes dos gases expiratórios do pulmão. Intensidade da ventilação alveolar: A ventilação alveolar por minuto é o volume total de novo ar que entra nos alvéolos e áreas adjacentes de trocas gasosas a cada minuto. Ventilação alveolar = frequência respiratória x (volume corrente – volume de gás no espaço morto fisiológico) A ventilação alveolar é um dos principais fatores determinantes das concentrações de oxigênio e gás carbônico nos alvéolos.
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