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Poder Constituinte

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Poder Constituinte
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1. TEORIA DO PODER CONSTITUINTE
1.1. ORIGENS
• É um reflexo da filosofia iluminista (séc. XVIII);
• Literatura: Emmanuel Sieyès “Que és o Terceiro
Estado?”
• O pensamento: existência de um poder distinto
de todos os poderes até então conhecidos, um
poder latente, que sempre existiu e sempre
existirá, capaz de estabelecer e restabelecer a
forma de Estado, a organização e a estrutura da
sociedade política.
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1.2. Conceito
• “O poder constituinte se revela sempre como
uma questão de ‘poder’, de ‘força’ ou de
‘autoridade’ política que está em condições
de, numa determinada situação concreta,
criar, garantir ou eliminar uma Constituição
entendida como lei fundamental da
comunidade política”.
• (CANOTILHO. 7ª ed, p. 65)
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1.3. Natureza Jurídica 
• 1ª CORRENTE: Escola Jusnaturalista - Seria um
PODER DE DIREITO (Direito Natural – base
normativa anterior).
• 2ª CORRENTE: Escola Positivista – Não
reconhece formas de direito anterior ao
direito positivo - Seria um PODER DE FATO.
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• STF sobre o tema
• Posição do Ministro Carlos Ayres Britto:
– “A eficácia das regras jurídicas produzidas pelo
poder constituinte (redundantemente chamado de
‘originário’) não está sujeita a nenhuma limitação
normativa, seja de ordem material, seja formal,
porque provém do exercício de um PODER DE
FATO OU SUPRAPOSITIVO” (ADI 2.356-MC e
ADI2.362-MC, Rel. p/ o ac. Min. Ayres Britto,
julgamento em 25-11-2010, Plenário, DJE de 19-5-
2011).
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1.4. Titularidade
• Doutrina moderna: aponta o povo.
• Sieyès apontava como titular a
nação.
• CF, art. 1.º, o parágrafo único. “todo 
poder emana do povo”.
• Povo – art. 12, da CF.
–Brasileiros natos e naturaizados.
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1.5. Exercício
• 1.5.1.Democrático
– (i) Direto – O povo efetivamente cria a Constituição;
– (ii) Indireto – O povo participa da elaboração da Constituição,
que é elaborada por seus representantes;
– (iii) Misto – Um terceiro, sem indicação popular cria a
constituição e posteriormente submete essa constituição à
aprovação popular;
• 1.5.2. Autocrático
– Produz normas constitucionais sem a efetiva participação
popular.
– Ex.: CF de 1824/1937/1967
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1.5. Hiato Constitucional (Ivo Dantas)
• Seria a REVOLUÇÃO.
– “Verifica-se quando há um choque (ou ‘divórcio’)
entre o conteúdo da Constituição política (uma das
formas do direito legislado) e a realidade social ou
sociedade”. (Lenza)
• Lenza destaca os seguintes fenômenos:
– convocação da Assembleia Nacional Constituinte;
– mutação constitucional;
– reforma constitucional;
– hiato autoritário.
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Tipologia do Poder Constituinte
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Poder 
Constituinte
Difuso
Derivado
Originário
Decorrente
Reformador
Institucionalizador
Reformador
Revisão 
Constitucional
Emenda à 
Constituição
2. Poder Constituinte Originário
• Sinônimos: instituidor, primário, de
primeiro grau, inicial, inaugural, genuíno
ou primevo.
• Conceito: É o poder que instala uma
nova ordem jurídica, rompendo por
completo com a ordem jurídica
precedente, criando um novo Estado,
desvinculado do que então vigorava.
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2.1. Características do PCO
• (i) Inicial
• (ii) Autônomo;
• (iii) Ilimitado juridicamente (ou
autônomo ou onímodo);
• (iv) Incondicionado;
• (v) Permanente (latente);
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2.2. PCO Formal e Material
• A doutrina ainda fala de:
–(ii) PCO material: Diz o que é
constitucional (lado substancial do
poder constituinte originário).
–(i) PCO formal: é a materialização do
PCO material - a “roupagem” com
status constitucional a um “complexo
normativo”;
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2.3. Limites ao PCO
• Como combinar a ideia de que é um poder
ilimitado com a ideia de que possui limites?
• O PCO é completamente ilimitado – no
PLANO JURÍDICO, ou seja, não está sujeita ao
direito preexistente.
• Os LIMITES estão FORA DO PLANO JURÍDICO:
BEM COMUM, do DIREITO NATURAL, da
MORAL, da RAZÃO.
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2.3.1. Limites Extrajurídicos
• (i) Limites ideológicos
–Exemplo: Imagine que em 2017 tivesse que
fazer uma nova Constituição, e nela
estabelecesse um comunismo absoluto.
Seria possível que o Constituinte
estabelecesse tal ideologia?
• (ii) Limites Institucionais
–Exemplo: adotar uma monarquia
absolutista em 2017. Seria possível?
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• (iii) Limites Substanciais
– Advindos de imperativos do DIREITO MATERIAL,
de valores éticos ou da consciência jurídica.
– PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO
• Obs.: Necessidade de CONSENSO NA
SOCIEDADE.
• Divide-se em:
– (a) Limites transcendentes
– (b) Limites Imanentes
– (c) Limites Heterônomos
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• (a) Limites Transcendentes
– Limites impostos pela Dignidade Da Pessoa
Humana - Conquistas humanísticas das
quais não se pode ceder, portanto, não
podemos admitir o retrocesso.
• Exemplo: Tortura. Poderia ser adotada?
• Não pode uma constituição adotar tortura
como mecanismo legítimo para obtenção de
provas.
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• (b) Limites imanentes
–Decorrem da própria ideia de direito.
• Exemplo: Outorga de poderes ditatoriais
ao Presidente da República. Seria
possível?
• Não seria legítima, isso porque
estabelece um modelo contrário à
própria ideia do direito (poder limitado).
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• (c) Limites Heterônomos
–Limites impostos pelas normas de
Direito internacional.
• Exemplo: Seria possível o Brasil elaborar uma
constituição rompendo com todos os tratados
internacionais, adotando um modelo de
isolamento pleno?
• Em tese, isso era possível, mas na prática se
mostra totalmente inviável.
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• VALORES RELIGIOSOS PODEM SER
ENQUADRADOS COMO LIMITES AO PODER
CONSTITUINTE?
• SIM. Religião está relacionada com a cultura.
• Isso não significa que seria legítimo o poder
constituinte adotar uma religião oficial.
Significa que na formação cultural existem
características que são próprias da história de
um povo.
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2.3.3. Formas de Manifestação do Poder 
Constituinte Originário
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PCO
RUPTURA ABRUPTA
- Golpe (outorga)
- Revolução (Assembléia
Nacional Constituinte)
PODER ALIENÍGENA 
(PODER EXÓGENO)
- heteroconstituições.
- Estado alienígena impõe
a constituição.
RUPTURA JURÍDICA
- Passagem pacífica sem
ruptura política.
PODER SUPRANACIONAL
- v.g. União Europeia
2.3.3. PCO e Direito Adquirido
• “A Supremacia Jurídica das normas
inscritas na Carta Federal não permite,
ressalvadas as eventuais exceções
proclamadas no próprio texto
constitucional, que contra ela seja
invocado o direito adquirido” (ADI 248,
Rel. Min. CELSO DE MELLO, julgamento
em 18-11-93, DJ de 8-4-94).
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3. Poder Constituinte Derivado
• Denominações: instituído, constituído,
secundário, de segundo grau,
remanescente.
• É criado e instituído pelo PCOriginário.
• É poder jurídico.
• Conceito: O PCD é o poder responsável
pelas eventuais mudanças formais no
texto constitucional.
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3.1. Características do PCD
• (i) Derivado: É criado e instituído pelo PCO.
• (ii) Juridicamente limitado: Sua atuação deverá
atender às limitações jurídicas estabelecidas,
implícitas e explícitas.
• (iii) Condicionado: Deve se submeter à formas
prefixadas de manifestação.
• (iv) Não inicial: Não inaugura uma ordem
jurídica nova, mas tão somente altera a ordem
constitucional.
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3.2. Espécie de PCD
• 3.2.1. PCD REFORMADOR
– Emendas Constituição
–Reforma Constitucional
• 3.2.2. PCD DECORRENTE
–Institucionalizador
–Reformador
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3.2.1. PCD REFORMADOR
• 3.2.1.1. Conceito
• O PCDR é o poder para alterar o texto
constitucional, através de um processo formal
de alteração da Constituição.
• 3.2.1.2. Manifestação 
• O poder constituinte reformador se manifesta
através da Emenda à Constituição e da Revisão
Constitucional.
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• 3.2.1.3.Emendasà Constituição(art. 60, da CF)
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Art. 60. A Constituição poderá ser
emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da
Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias
Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser
emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado
de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos
dos respectivos membros.
§ 3º - A emenda à Constituição será 
promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o 
respectivo número de ordem. 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e 
periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
§ 5º - A matéria constante de proposta de 
emenda rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de nova 
proposta na mesma sessão legislativa. 
Limites às ECs
• Há três tipos de limites:
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I – Limites 
Procedimentais
II – Limites 
Circunstanciais; 
III – Limites 
Materiais. 
a) Inciativa 
restrita
b) quórum
c) Trâmite
d) Princípio da 
irrepetividade
• (I) LIMITES PROCEDIMENTAIS 
• a) Iniciativa restrita
– Só podem propor PEC os legitimados do art. 60, I, 
II e III, da CF88. 
• b) Quórum:
– é de 3/5, nos termos do artigo 60, § 2º, CF.
• c)Trâmite: dois turnos em cada casa.
• d) Princípio da irrepetividade
– Matéria rejeitada ou prejudicada não poderá ser
proposta na mesma sessão legislativa (Art. 60. § 5º,
da CF).
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Limites às ECs
• (II) LIMITES CIRCUNSTANCIAIS
• “CF88. Art. 60. § 1º A Constituição não poderá
ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de
sítio”.
– a) Estado de Defesa 
– b) Estado de Sítio 
– c) Intervenção Federal 
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Limites às ECs
• (III) LIMITES MATERIAIS 
• (a) Limites Materiais Explícitos (cláusulas 
pétreas)
• (b) Limitações Materiais Implícitas
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Limites às ECs
Art. 60, §4º. Não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – as direitos e garantias fundamentais.
(b.1) TITULARIDADE 
DO PODER: POVO 
(b.3) Limites Explícitos 
ao poder reformador 
(b.2) Vedação a 
DUPLA REFORMA
• APROFUNDANDO O TEMA (Cláusula Pétrea)
• Questão 01: Emenda Constitucional não pode
abolir, mas ela poderia restringir alguma
cláusula pétrea?
• “(...) as limitações materiais ao poder constituinte
de reforma, que o art. 60, § 4º, da Lei Fundamental
enumera, não significam a intangibilidade literal da
respectiva disciplina na Constituição originária, mas
apenas a PROTEÇÃO DO NÚCLEO ESSENCIAL DOS
PRINCÍPIOS E INSTITUTOS CUJA PRESERVAÇÃO
NELAS SE PROTEGE”.
– (ADI 2024/07, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno).
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• Questão 02. É possível que uma emenda
constitucional amplie cláusula pétrea?
• Questão 03. Pode uma emenda à
constituição inserir um novo direito
fundamental?
• Questão 04. O novo direito fundamental
inserido por emenda constitucional
incorpora-se à cláusula pétrea?
• Doutrina diverge. Não há majoritária. STF não se pronunciou.
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• Questão AGU 2009 – O catálogo dos direitos
fundamentais constantes da Carta da
República pode ser ampliado pelo poder
constituinte de reforma desde que os novos
direitos estabelecidos não sejam cláusulas
pétreas, as quais somente podem ser criadas
pelo Poder Constituinte Originário.
• Resposta: GABARITO ANULADO. A doutrina
pode ensejar dupla interpretação a respeito
do tema (Gabarito Preliminar era correto)
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Poder Reformador e direito adquirido 
• 3. A eficácia das regras jurídicas produzidas pelo poder constituinte
(redundantemente chamado de “originário”) não está sujeita a
nenhuma limitação normativa, seja de ordem material, seja
formal, porque provém do exercício de um poder de fato ou
suprapositivo. Já as normas produzidas pelo poder reformador,
essas têm sua validez e eficácia condicionadas à legitimação que
recebam da ordem constitucional. Daí a necessária obediência das
emendas constitucionais às chamadas cláusulas pétreas. (ADI
2356/2010 MC, Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA, Relator(a) p/
Acórdão: Min. AYRES BRITTO).
• Conclusão: o Poder Reformador não pode
violar o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito e a coisa julgada.
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3.2.1.4. PCDR - Revisão constitucional 
• Procedimento simplificado pata a alteração do
texto constitucional.
• Verdadeira competência para “atualizar” e
adequar a Constituição às realidades que a
sociedade apontasse como necessárias.
• O Texto constitucional previu uma única
revisão.
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“ADCT. Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da
promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional, em sessão unicameral”.
3.2.1.4.1. Limites à Revisão Constitucional
• Art. 4.º, § 3.º, da Resolução n. 1-RCF vedou a
apresentação de propostas revisionais que:
– incidam na proibição constante do § 4.º do art. 60
da Constituição;
– substituam integralmente a Constituição;
– digam respeito a mais de um dispositivo, a não ser
que se trate de modificações correlatas;
– contrariem a forma republicana de Estado e o
sistema presidencialista de governo.
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Quem poderia propor RC?
• RESOLUÇÃO N. 1-RCF (art. 4.º, I e II, e §§ 4.º e
5.º)
– por qualquer congressista;
– por representação partidária com assento no
Congresso Nacional, por meio de líder;
– pelas Assembleias Legislativas de 3 ou mais
Unidades da Federação, manifestando-se, cada
uma delas, pela maioria de seus membros;
– pela apresentação de proposta revisional
popular.
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• ESTA A "REVISÃO" PREVISTA NO ART. 3. DO ADCT DE 1988 SUJEITA
AOS LIMITES ESTABELECIDOS NO PARAGRAFO 4. E SEUS INCISOS, DO
ART. 60, DA CONSTITUIÇÃO. O RESULTADO DO PLEBISCITO DE 21 DE
ABRIL DE 1993 NÃO TORNOU SEM OBJETO A REVISÃO A QUE SE
REFERE O ART. 3. DO ADCT. APÓS 5 DE OUTUBRO DE 1993, CABIA AO
CONGRESSO NACIONAL DELIBERAR NO SENTIDO DA
OPORTUNIDADE OU NECESSIDADE DE PROCEDER A ALUDIDA
REVISÃO CONSTITUCIONAL, A SER FEITA "UMA SÓ VEZ". AS
MUDANCAS NA CONSTITUIÇÃO, DECORRENTES DA "REVISÃO" DO
ART. 3. DO ADCT, ESTAO SUJEITAS AO CONTROLE JUDICIAL, DIANTE
DAS "CLAUSULAS PETREAS" CONSIGNADAS NO ART. 60, PAR. 4. E
SEUS INCISOS, DA LEI MAGNA DE 1988. (ADI 981 MC, Relator(a): Min.
NÉRI DA SILVEIRA, Tribunal Pleno, julgado em 17/12/1993, DJ 05-08-
1994 PP-19299 EMENT VOL-01752-01 PP-00030)
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3.2.2. PC Derivado Decorrente 
3.2.2.1. Introdução 
• O Poder Constituinte decorrente É aquele que
ELABORA a CONSTITUIÇÃO do ESTADO.
• Surge o PRINCÍPIO DA SIMETRIA.
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CF. ADCT Art. 11. Cada Assembleia
Legislativa, com poderes constituintes,
elaborará a Constituição do Estado, no prazo
de um ano, contado da promulgação da
Constituição Federal, obedecidos os
PRINCÍPIOS desta.
“CF. Art. 25. Os Estados
organizam-se e regem-se
pelas Constituições e leis que
adotarem, observados os
PRINCÍPIOS desta
Constituição”.
3.2.2.2. Modalidade do PC Derivado 
Decorrente
• (i) poder constituinte decorrente inicial
(“instituidor”ou “institucionalizador”):
– Responsável pela elaboração da Constituição
estadual.
• (ii) poder constituinte decorrente de revisão
estadual (“poder decorrente de segundo
grau”):
– tem a finalidade de modificar o texto da
Constituição estadual,
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3.2.2.3.Limites ao PCDecorrente: 
• São os “PRINCÍPIOS desta Constituição”: 
• (i) Princípios Constitucionais Sensíveis 
• Também denominados princípios
apontados ou enumerados.
• Art. 34, VII, “a” a “e”, da CF.
• Sanção: intervenção federal.
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Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)
• (ii) Princípios Constitucionais Extensíveis
• São os princípios impostos à Constituição da
República à União, mas que, por simetria,
também vale para os Estados.
• Exemplo: 
– forma de investidura em cargos eletivos (art. 77), 
– o processo legislativo (arts. 59 e s.), 
– os orçamentos (arts. 165 e s.), 
– os preceitos ligados à Administração Pública (arts. 
37).
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• (iii) Princípios Constitucionais Estabelecidos
(Organizatórios)
• São os princípios que a CF estabelece
diretamente para os estados membros.
– a) limites explícitos vedatórios
• V.g. arts. 19, 35, 150, 152,
– b) limites inerentes
• Devem legislar sobre assuntos de sua competência.
– c) limites decorrentes (limitações expressas)
• Dignidade da pessoa humana, igualdade, legalidade, 
moralidade (art. 37)
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Manifestação do PCD Decorrente nos Municípios?
• Os Municípios possuem LEI ORGÂNICA.
• Pergunta-se: os Municípios exerceriam
PCDDecorrente?
• Os Municípios não dispõe de poder
constituinte decorrente.
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LOMCECF
1º nível 
PCDDecorrete
2º nível
Manifestação do PCD Decorrente no DF e 
Territórios Federais?
• O DF possui LEI ORGÂNICA.
• Pergunta-se: o DF exerceria PCDDecorrente? 
• !!!CUIDADO!!! STF - a lei orgânica do DF é decorrente
do poder constituinte derivado. (AD1167)
– Oh nooo
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DF – Acumula competências legislativas
reservadas aos ESTADOS e Municípios (art. 32, §
1.º) - vinculação será direta com a CF.
TERRITÓRIOS FEDERAIS – art. 18, § 2.º, da CF - integram a
União, não se falando em autonomia federativa – NÃO HÁ
MANIFESTAÇÃO DO PCD DECORRENTE NO DF.
Conceito conclusivo de PCD Decorrente
• “O poder que os Estados-Membros, por meio
das Assembleias Legislativas, têm de elaborar
e modificar as suas Constituições Estaduais,
bem como o Distrito Federal, por meio da
Câmara Legislativa, de elaborar e modificar a
sua Lei Orgânica, devendo, ambas, obedecer
aos limites impostos pela Constituição
Federal, nos exatos termos dos arts. 25, caput,
e 32, caput, da CF”.
48
4. Poder Constituinte Difuso
• 4.1. Conceito
–É o poder que atua na realização das
mutações constitucionais.
–Altera o sentido e o significado da norma
constitucional sem alteração de seu texto.
• 4.2. Natureza Jurídica
–É um poder de fato por força do estado de
latência em que se encontra. Surge do fato
social, político e econômico.
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4.3. Características
• (i) Latência 
• (ii) Permanência 
• (iii) Informalidade: O Poder Constituinte
difuso não é exercido por apenas um órgão,
mas sim por toda a sociedade.
• É o STF pode reconhecer a existência da
modificação de sentido do texto
constitucional.
• (iv) continuidade 
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4.4. Formas que se opera a MC
• A mutação constitucional é um processo
lento, em que não há “deformações
maliciosas nem subversões traumatizantes”.
• (a) Costumes
– Muito na Inglaterra (Constituição não escritas)
• V.g.: Lei do veto que está em vigor há 300 anos, mas 
sua utilização seria inconstitucional.
• (b) Interpretação Judicial Evolutiva
– Principal veículo da MC no Brasil.
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Limites da Mutação
• Não se aceitará a mutação gerada por uma
realidade constitucional inconstitucional.
• Pergunta-se: A mutação constitucional
encontra limites nas cláusulas pétreas?
• A doutrina vem entendendo que NÃO.
Entendem que as cláusulas pétreas
também podem sofrer mutação
constitucional.
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Normas Constitucionais Inconstitucionais
• Tese criada por OTTO BACHOF.
• Funda-se na possibilidade de existirem
normas formalmente constitucionais
(porque integram os documentos
solenes), mas materialmente
inconstitucionais (porque violam os
preceitos de composição e
funcionamento da ordem politica).
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• No Brasil Poderia haver controle de
constitucionalidade de preceitos
constitucionais?
• Somente se admite a inconstitucionalidade
de NORMAS CONSTITUCIONAIS
DERIVADAS.
• Não se admite a tese de
inconstitucionalidade de normas
constitucionais provenientes do poder
constituinte ORIGINÁRIO.
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• Exemplo: Aconteceu na atual
Constituição com relação ao Sistema
Tributário Nacional.
–ADCT Art. 34. O sistema tributário nacional
entrará em vigor a partir do primeiro dia do
quinto mês seguinte ao da promulgação da
Constituição, mantido, até então, o da
Constituição de 1967, com a redação dada
pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas
posteriores.
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• 2015. AGU – Advogado da União. CESPE.
• Diferentemente do poder constituinte
derivado, que tem natureza jurídica, o poder
constituinte originário constitui-se como um
poder, de fato, inicial, que instaura uma nova
ordem jurídica, mas que, apesar de ser
ilimitado juridicamente, encontra limites nos
valores que informam a sociedade.
• CORRETO.
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Questão Concurso sobre o tema
• Procurador do BACEN 2009
• QUESTÃO 1 - Assinale a opção correta acerca de
constituição, hermenêutica constitucional e poder
constituinte originário e derivado, no ordenamento
jurídico brasileiro.
• (C) De acordo com entendimento do STF, as
normas constitucionais provenientes da
manifestação do poder constituinte originário têm,
via de regra, retroatividade máxima.
• ERRADO 
57
58
Sales
1st Qtr
2nd Qtr
3rd Qtr
4th Qtr
0
2
4
6
Series 1
Series 2
Series 3
Sales
1st Qtr
2nd Qtr
3rd Qtr
4th Qtr
0% 50% 100%
Catego…
Catego…
Catego…
Catego…
Series 1
Series 2
Series 3
Obrigado!

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