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1. INTRODUÇÃO As cinzas de um alimento é um resíduo inorgânico que permanece após a queima da matéria orgânica, que é transformada em dióxido de carbono, água e dióxido de nitrogênio. Elas são constituídas principalmente de: grande quantidade de potássio, sódio, magnésio, cálcio, pequena quantidade de ferro, cobre manganês, zinco, alumínio , traços de iodo, flúor argônio e outros elementos (CECCHI, 2003). A determinação de cinzas de um alimento tem grande importância por várias razões. Por exemplo, nos alimentos como açúcar, gelatina, ácidos de origem vegetal, amidos entre outras, uma quantidade de cinzas elevada não é desejável. Em certos alimentos de origem animal ou vegetal, as cinzas são vistas como ponto de partida para análise de minerais específicos, essas análises são utilizadas paras fins nutricionais /ou para a segurança da saúde ou na indústria (FUJIL, 2015). A análise de cinzas permite observar qual o conteúdo mineral de uma amostra, em termos industriais e possível checar se aquela amostra possui mais ou menos minerais do que era esperado, caso sejam constatadas alterações, essas devem ser investigadas e localizadas, motivos de alterações podem ser a adição de areia a alguns alimentos, o que aumenta o conteúdo de cinzas, acréscimo de água no leite o que levar a um o baixo conteúdo de cinzas, por exemplo. Em termos industriais apenas a determinação de cinzas pode auxiliar a detectar várias fraudes (GAVA, 1984). Esta aula tem por objetivo determinar teor de cinzas totais de diferentes amostras de alimentos por incineração em mufla 550 °C. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Os materiais utilizados no decorrer da prática de umidade foram os seguintes: ● Mufla ● Dessecador com sílica gel ● Cadinho de porcelana ● Balança analítica ● Espátulas e tenaz ● Multiprocessador e liquidificador ● Ralador ● Graal pistilo ● Utensílios diversos para preparo de amostras ● Papel kraft ou alumínio para o quarteamento Preparou-se as amostras de mortadela, biscoito integral e beterraba Identificou-se os cadinhos de porcelana com auxílio da pinça. Calcinou os cadinhos por 1 hora na mufla a 550 °C. Pesou-se o cadinho vazio e anotou-se o peso. Pesou-se aproximadamente 3 g de amostra em duplicata e anotou-se o valor obtido. Carbonizou-se as amostras na chama do bico bunsen até para a liberação de fumaça. levou-se os cadinhos com as amostras carbonizadas até a mufla que começa aquecendo gradualmente até chegar em 550 °C. Manteve-se os cadinhos com a amostra na mufla a 550 °C até obter cinzas claras por em torno de 6 horas. Desligou-se a mufla e aguardou-se a baixa temperatura, e retirou-se o cadinho com auxílio de tenaz e luva para material quente e colocou-se no dessecador para esfriar. Depois de frio, pesou-se os cadinhos com as cinzas e anotou-se o valor da pesagem e procedeu-se aos cálculos. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES A seguir são apresentados 3 tabelas cada uma de um alimentos (mortadela, beterraba e biscoito integral), nas quais foram calculados, % das cinzas, a média, o desvio padrão e o coeficiente de variação. O valor do teor de umidade foi feito na prática anterior. MORTADELA Amostra Mortadela Cadinho (P1) Peso amostra (PA) Cadinho + cinzas (P2) % Cinzas totais 08 42,0571 3,0054 42,2146 5,2406 24 46,1658 3,0029 46,3238 5,2616 Média - - - 5,25 dp - - - 0,01 % CV - - - 0,02 Foi encontrado na mortadela um teor de umidade de 53%. Sendo assim : % cinzas totais em base úmida (b.u) é de (5,23 ± 0,01). Na Tabela Brasileira de composição de alimentos (TACO 2011) foi encontrado um valor de 4,0 % de cinzas. O valor das % cinzas em base seca (b.s) Umidade de 53,46% que foi encontrado na aula prática anterior Sólido totais 46,54 % Consideração ● Base de cálculo de 100 gramas de mortadela 46, 4 g de mortadela 5, g de cinzas{ 5 − 2 {{ Em produtos cárneos, a quantidade de cinzas encontra-se em torno de 0,5% a 6,7% (HECKMANN et al., 2010). De acordo com a literatura a mortadela se adequa aos valores encontrados, como esse alimentos tem um alto teor de gordura, ele pode influenciar no teor de umidade final do produto. De maneira geral, quanto maior o teor de gordura, menor o teor de umidade, evidenciando a influência da gordura na capacidade de retenção de água (LURUEÑA-MARTÍNEZ et al., 2004). BETERRABA Amostra Beterraba Cadinho (P1) Peso amostra (PA) Cadinho + cinzas (P2) % Cinzas totais 14 41,7416 3,0029 41,7813 1,3 27 44,5877 3,0065 44,6292 1,4 Média - - - 1,35 dp - - - 0,05 % CV - - - 0,037 Foi encontrado na beterraba um teor de umidade de 85 %. Sendo assim : % cinzas totais em base úmida (bu) Umidade de 85% Sólido totais 15 % %CINZA = P2 - P1 x 100 PA Para o cadinho 14: % CINZA= 1,3 Para o cadinho 27: % CINZA= 1,4 Em seguida foi feito a média, desvio padrão e o coeficiente de variação. Encontrar % de cinzas da beterraba é de certa forma dificultada na literatura. Segundo a literatura as cinzas de beterraba tem que ter em torno de 1,1 % (TIVELLI et al, 2011). Conforme o comparativo dos dados obtidos e dos dados literários tidos como referência, pode-se dizer que a beterraba ficou muito próxima aos dados literários, o que valida o resultado obtido. BISCOITO INTEGRAL Amostra Biscoito integral Cadinho (P1) Peso amostra (PA) Cadinho + cinzas (P2) % Cinzas totais 06 41,4426 3,0154 41,4938 1,7 28 45,9196 3,0006 45,9712 1,7 Média - - - 1,7 dp - - - 0 % CV - - - 0 Foi encontrado na beterraba um teor de umidade de 3 %. Sendo assim : % cinzas totais em base úmida (bu) Umidade de 97% Sólido totais 3 % %CINZA = P2 - P1 x 100 PA Para o cadinho 06: % CINZA= 1,7 Para o cadinho 28 : % CINZA= 1,7 Em seguida foi feito a média, desvio padrão e o coeficiente de variação. Segundo a legislação brasileira (Portaria 354/96), a farinha de trigo integral pode possuir no máximo entre 2 e 2,5 % de cinzas (% em b.s.), a farinha de trigo comum, no máximo 1,35%. Para biscoito integral encontrou 0,7 a 1,0 % de cinzas. Comparando os dados obtidos e dos dados literários tidos como referência, pode-se dizer que o biscoito integral ficou muito próxima aos dados literários, o que valida o resultado obtido. 4. CONCLUSÕES O experimento foi de grande importância para o aprendizado visando que. as amostras utilizadas neste trabalho a mortadela, a beterraba e o biscoito integral apresentaram resultados dentro da literatura viabilizando os mesmos. 5. REFERÊNCIAS ANVISA. Legislação Brasileira. Portaria (354/96). Disponivel em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/legislacaoalimentos_000fgqfs0fv 02wyiv8020uvkpsom46kk.htm. Acesso em 04 de setembro de 2019 CECHI, H. M.Fundamentos Teóricos e Práticos em Análise de alimentos. 2ª edição.rev, Campinas SP: Editora da UNICAMP, 2003. GAVA, A. J. Princípiosde tecnologia do alimento. Nobel. 1984 . HECKMANN, B. H. et al. Análise bromatológica de salsichas. Pato Branco, 2000. LURUEÑA-MARTÍNEZ, M. A.; VIVAR-QUINTANA, A. M.; REVILLA, I. Effect of locust bean/xanthan gum addition and replacement of pork fat with olive oil on the quality characteristics of low-fat frankfurters. Meat Science, [S.l.] 2004. TIVELLI, S.W. et al. Beterraba: do plantio à comercialização. Boletim Técnico IAC – Instituto Agronômico Campina, 2011
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