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Inlays e Onlays Cerâmicos em Restaurações Dentárias

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ALBANO LUIS NOVAES BUENO 	 CBtj: 
INLAYS E ONLAYS CERÂMICOS 
FLORIANÓPOLIS 
2002 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTISTICA RESTAURADORA 
INLAYS E ONLAYS CERÂMICOS 
Albano Luis Novaes Bueno 
Monografia apresentada ao Curso de 
Especialização da Universidade 
Federal de Santa Catarina para a 
obtenção do Titulo de Especialista 
em Dentistica Restauradora. 
Orientador: Prof. Dr. Luiz Narciso 
Baratieri 
FLORIANÓPOLIS 
2002 
À minha esposa, pelos momentos 
em que estive ausente durante o 
CLICSO. 
Aos meus pais pelo apoio 
incondicional em todos os 
momentos. 
À Dona Dulce pelo auxilio dado. 
AGRADECIMENTOS 
Aos professores do Curso de Especialização em Dentistica 
Restauradora da Universidade Federal de Santa Catarina: 
Prof. Luiz Narciso Baratieri (meu orientador) 
Prof. Sylvio Monteiro Junior 
Prof. Mauro Amaral Caldeira de Andrada 
Prof. Luiz Clovis Cardoso Vieira 
Prof. Luis Antônio Felippe. 
Aos professores do Departamento de Estomatologia, de outras 
diciplinas, que contribuíram com o curso. 
Aos professores de outras Universidades, que vieram de longe para 
dar sua colaboração. 
A Dona Lea e ao Richard, por serem tão prestativos sempre que 
precisamos deles. 
Ao acadêmico e futuro colega Eduardo Monteiro, que me auxiliou nas 
atividades clinicas. 
RESUMO 
A crescente busca por materiais restauradores estéticos 
 tem 
incentivado avanços tecnológicos na ciência dos materiais dentários criando 
alternativas as restaurações metálicas. Na aplicação destes materiais 
estéticos destaca-se o Inlay e Onlay cerâmico. que surgem como alternativa 
ao uso do amálgama e outros metais em restaurações classe I e II extensas. 
0 estado atual dos Inlays e Onlays cerâmicos adesivos combinam 
estética, resistência , biocompatibilidade e, o mais importante, a abordagem 
conservadora das estruturas dentais remanescentes. Desta forma torna-se 
uma excelente opção estética para restaurações posteriores extensas. 
0 presente trabalho tem por objetivo oferecer ao cirurgião dentista 
informações que irão auxilia-lo na decisão de quando e como utilizar os 
sistemas cerâmicos como alternativa para restaurações 
 estéticas 
posteriores. Para tal, abordamos o assunto dando destaque para os atuais 
sistemas cerâmicos disponíveis para a confecção destas restaurações 
apontando suas vantagens e desvantagens, a seleção de caso, 
apresentando indicações e contra-indicações, e a descrição dos passos 
clínicos para a sua confecção e manutenção. 
IV 
ABSTRACT 
The growing search for aesthetic restoring materials has motivated 
huge technological progresses in the science of the Dental Materials and 
creating alternatives to metallic restorations. As a result of this process. Onlay 
Potter has been recognized an alternative to the use of metals such as 
amalgam in extensive Class I and Class II restorations. 
The current state of Inlay and Onlay Adhesive Potters combine 
aesthetics, resistance, biocompatibility and, most important of all, the 
conservative manipulation of the remaining dental structures. It has become 
an excellent aesthetic option for external posterior restorations. 
The objective of this work if to offer to the dentist surgeon information 
that will aid in the decision of whether or not use ceramic systems as 
alternative for posterior aesthetic restorations. In order to do so we analyzed 
the subject, highlighting the current available ceramic systems in use in these 
restorations, exposing its advantages and disadvantages by means of case 
selections and presenting indications and contraindications and the 
description of the clinical steps for the creation and maintenance. 
V 
SUMARIO 
RESUMO 
	
IV 
ABSTRACT 	 V 
SUMARIO 	 VI 
INTRODUÇÃO 
	
VIII 
1. REVISÃO DA LITERATURA 	 1 
1.1 Perspectiva Histórica 	 2 
1.2 Características dos Inlays e Onlays cerâmicos 	 5 
1.3 Princípios de uso da porcelana como um material para inlays e 
onlays 	 9 
2. DEFINIÇÕES 	 15 
2.1 Materiais Cerâmicos 	 18 
2.2 Tipos de Sistemas Cerâmicos 	 19 
2.2.1 Porcelana Feldspática Tradicional 	 19 
2.2.2 Porcelana Feldspática Reforçada por Leucita 	 20 
2.2.3 Porcelanas Feldspáticas Reforçadas por Leucitas Prensáveis 	 21 
2.2.4 Porcelanas Aluminizadas 	 26 
2.2.5 Porcelanas Processadas por Computador 	 28 
2.2.6 Inlays Pré-fabricados de Porcelana 	 30 
3. PASSOS OPERATÓRIOS 	 32 
3.1 Seleção do caso clinico 	 33 
3.2 Indicação para os casos 	 35 
3.3 Características dos Preparos 	 37 
3.3.1 Característica dos Núcleos de Preenchimento 	 41 
3.4 Moldagem 	 42 
3.5 Provisório 	 45 
3.6 Prova da Pega Cerâmica e ajustes iniciais 	 47 
V I 
3.7 Cimentação Adesiva 	 49 
3.7.1 Passos Clinicos para Cimentação 	 52 
3.7.2 Potencial de adesão 	 56 
3.8 Acabamento e Polimento 	 57 
3.9 Ajuste oclusal 	 59 
3.10 Manutenção 	 60 
4. VANTAGENS E DESVANTAGENS 	 62 
5. CONCLUSÃO 	 65 
6. BIBLIOGRAFIA 	 68 
VII 
INTRODUÇÃO 
VIII 
INTRODUÇÃO 
Por mais de cem anos o amálgama dental foi o material de escolha 
para as restaurações classe I e II . Seu uso e indices de sucesso são muito 
bem documentados. Porém, apesar de seu excelente desempenho clinico, o 
uso do amálgama tem se tornado cada vez mais controverso (ROULET, 
1997). 
0 crescente interesse da população em geral pelas restaurações 
estéticas (ZUELLING-SINGER e BRYANT, 1998), na clinica privada, fez com 
que o amálgama começasse a se restringir. 0 sinônimo de aparência 
"saudável", estimulou os avanços tecnológicos dos materiais restauradores 
estéticos. 
A partir da descoberta do condicionamento ácido do esmalte, em 1955, 
por Micheael Buonacore, e da chamada resina de BIS-GMA por Raphael 
Bowen, em 1963, a odontologia entrou em uma nova fase, chamada de "era 
adesiva". 0 estágio atual em que se encontra a resina direta para uso 
posterior ainda não permite a sua indicação em cavidades extensas de 
dentes posteriores e, a constante infiltração em áres cervicais cuja margem 
se situa em cemento fez com que surgissem alternativas, como a resina 
indireta e as cerâmicas. 
Em preparos amplos, Inlays e Onlays são alternativas superiores ao 
uso de restaurações em resina composta direta ( ZUELLING-SINGER, 1998. 
IX 
ROULET, 1997, RITTER E BARATIERI, 1999), mas dentro destas 
alternativas as cerâmicas estão se tornando cada vez mais populares 
(RITTER e BARRATIERI, 1999). 
De acordo com MacLean o material restaurador mais efetivo é o 
próprio esmalte humano, sendo possível a prevenção e tratamentos precoces 
de cáries, permitindo a remineralização de pequenos defeitos (MACLEAN, 
1998). Mas como nem sempre é possível preservar, as cerâmicas dentais 
são, há bastante tempo, reconhecidas por sua semelhança ao esmalte 
dental, sendo capazes de reproduzir mais perfeitamente o dente natural em 
suas cores e textura (FREEDMAN, 1998). 
Segundo relatos na literatura, a primeira descrição do uso de 
porcelana em Inlays foi em 1889 (BRUNTON et al., 1999). A técnica havia 
sido abandonada até a última década devido a problemas como fraturas e 
falhas na cimentação determinando desadaptações na interface dente-
restaurações. Com a " era adesiva" e o avanço dos materiais, melhorias nas 
propriedades físicas e mecânicas das cerâmicas e dos cimentos, aumentou a 
longevidade destas restaurações (RITTER e BARATIERI, 1999), dando mais 
confiabilidade e possibilidade de uso. 
0 presente trabalho objetiva revisar a literatura, oferecendo ao 
cirurgião dentista opções de sistemas cerâmicos e como utilizá-los em 
alternativas restauradoras estéticas.X 
1. REVISÃO DA LITERATURA 
1. REVISÃO DA LITERATURA 
1.1 Perspectiva Histórica 
Durante séculos os dentistas têm mostrado uma tendência para dividir o 
tratamento odontológico em restaurações de dentes anteriores e de dentes 
posteriores (BLACKMAN, 1988). Nos dentes posteriores nós temos 
controvérsias, quanto a melhor abordagem para satisfazer as necessidades 
estéticas e funcionais dos pacientes, para mater suas dentições em ótima 
condição. Grande parte desta controvérsia gira em torno de qual é o melhor 
material para restaurar os dentes posteriores (DAVID e RONALD, 1996). 
Há muitas técnicas abordando restaurações em dentes posteriores, mas 
atualmente as técnicas estéticas é que estão em maior evidência. A utilização 
de vidro e cerâmica em dentistica foi iniciada no século XIX. Em 1882. 
Herbst, introduziu o primeiro Inlay de vidro e em 1886, Land, descreveu a 
técnica de esmaltamento do dente usando cerâmica fundida sobre uma folha 
de platina num forno patenteado, dando origem a numerosos artigos e livros 
de inlays e onlays cerâmicos no norte dos Estados Unidos ( JONES, 1985 e 
LAND, 1896). Muitos desses inlays e onlays falharam devido, principalmente, 
â falta de agente de união silano, cimentos resinosos e â ausência de 
conhecimento dos tratamentos de superficie, tais como condicionamento 
ácido de cerâmica e dentina; sendo insatisfatório o sucesso. Cimentadas com 
fosfato de zinco, causavam facilmente deslocamento e quebras. Desta forma, 
atingir restaurações estéticas com sucesso a longo prazo, tornou-se um 
2 
desafio clinico. Apenas após as primeiras cerâmicas falharem e seguindo as 
descobertas da técnica da cera perdida, para defeitos médios e grandes. os 
dentitas realmente começaram 
 a usar ligas fundidas que davam resultado. 
mas não estética ( TAGGART, 1907). 
No final da década de 80, cerâmicas de vidro fundidas e cerâmicas 
prensadas reforçadas com leucita foram introdJzidas com as vantagens da 
recém introduzida técnica da cera perdida, que permitiram excelente 
precisão marginal. Por todo o mundo, um sistema cerâmico em particular 
(IPS Empress. lvoclar, Amherst, NY) foi estab&ecido como uma das opções 
restauradoras preferidas para uma variedade de restaurações ( TOUATI. 
1996). 0 sistema oferece uma seleção de coloração superficial (onde a 
estética não é um requisito principal) e capacidade de estratificação. 
advento das cerâmicas de baixa fusão ( LFC, Duceram, Degussa, South 
Plainfield, NJ), com um limiar de 660°C, permitiram aos técnicos de 
laboratório a vantagem adicional de acabamento das margens diretamente 
na troquei mestre, desse modo aumentando a precisão marginal e lisura de 
superficie (TOUATI, 1996). 
No inicio dos anos 90, inlays processados em laboratório , melhorados 
com propriedades mecânicas superiores das cerâmicas, se tornaram o 
material "estado da arte" para restaurações posteriores indiretas. As inlays 
cerâmicas CAD — CAM (Cerec 2. Siemens Peltron & Crane. Charlotte. NC) -
entretanto, não tinham a precisão marginal e características ótimas 
requeridas ( MORMANN 1992). 
Nos artigos encontrou-se uma taxa de falha de aproximadamente 5 % 
para inlays e aproximadamente 6 % para onlays, após 5 anos de uso, em 
casos cerâmicos bem selecionados. Restaurações de cerâmica requerem 
desenho adequado de preparo e condições oclusais favoráveis para atuarem 
com sucesso, uma vez que o material é frágil. As cerâmicas também estão 
sujeitas à fratura quando não estão em um estado de compressão. Cristas 
proximais e sobrecontornos são áreas de microfendas e fraturas, devido ao 
estresse flexural desenvolvido durante a função, particularmente quando a 
parafunção está presente. 0 material cerâmico é duro, contudo não é 
resiliente. Durante a mastigação, os dentes naturais estão sujeitos a 
numerosas distorções, que criam abfrações e erosões. Como resultado, as 
restaurações estão sujeitas a vários micromovimentos no istmo das inlays 
cerâmicas, como zona critica de fratura e a interface dente/restauração, são 
sujeitas às forças de tensão. A forma do preparo deve permitir largura 
adequada e evitar ângulos e margens excessivamente festonadas. Quando 
exposta à saliva e estresse funcional, ou quando as margens estão expostas 
a esforços oclusais repetidos, a microestrutura do material cerâmico 
desenvolve porosidades, e as microfendas levam à fadiga e finalmente. 
fratura (TOUATI, 1985). No presente, seria apropriado afirmar que materiais 
cerâmicos não encontraram inteiramente os critérios para o material 
restaurador definitivo para restaurações posteriores indiretas. Entretanto, as 
cerâmicas atuais são adequadas quando as condições favoráveis a seguir 
existirem: um preparo bem balanceado sem ângulos agudos; um istmo largo, 
com uma espessura minima de 1,5 a 2 milimetros; nenhuma zona geradora 
4 
de esforços flexurais (tais como sobrecontornos ou qualquer área de material 
sem suporte que seja mais larga que 1 mm); ausência de parafunção, 
conseqüentemente, uma inlay bem justaposta retida por tecido sadio ou uma 
base forte ( TOUATI, 1995). 
1.2 Características dos Inlays e Onlays cerâmicos 
A busca por uma restauração posterior estética que seja ao mesmo tempo 
conservadora e previsível, tem afligindo a odontologia por muitos anos. 
Recentemente, a combinação de várias facetas diferentes da dentistica 
operatória resultou numa solução muito efetiva: a restauração de porcelana 
adesiva. 
0 recente desenvolvimento de sistemas de reforço para a porcelana, 
contudo, acoplado com a habilidade para condicionar com ácido e unir a 
porcelana á estrutura dental condicionada subjacente, permitiu que estes 
tipos de restaurações se tornassem parte do nosso armamentário operatório 
diário (DAVID e RONALD, 1996). 
A resistência do material restaurador melhora, da mesma forma que o 
esmalte frágil é suportado pela dentina ( YOSHIHARU, 2000). 0 esmalte é 
unido na junção dentina-esmalte a este núcleo subjacente de dentina, de tal 
modo que as forças aplicadas sobre qualquer aspecto isolado são 
dissipadas, via esta junção, ao sistema de apoio subjacente, a dentina 
(BURKE, 2000). 
5 
A dentina é menos calcificada e mais maleável, e tende , por conseguinte, 
a distribuir efetivamente e a absorver as forças aplicadas a superfície do 
esmalte. 0 adendo dos adesivos dentinários mais fortes e mais previsíveis 
permite-nos o seu uso, de modo que o núcleo de dentina suporte a 
porcelana, em oposição ao esmalte ( DAVID e RONALD, 1996). 
Pesquisas recentes demonstraram que dentes comprometidos. 
restaurados com restaurações de porcelana fixadas adesivamente. 
desenvolvem rigidez nas cúpides e resistência igual e, em alguns casos. 
superior a de dentes higidos não-restaurados ( DAVID e RONALD, 1996 ). 
0 inlay de porcelana oferece 3 vantagens distintas sobre outras 
restaurações: é mais estético, restaura a resistência do dente (em vários 
casos), e é altamente conservador (WILLIAM 2000). 
Os inlays podem ser usados em situações onde se quer restaurar uma 
arcada inteira em poucos passos, em lesões cariosas pequenas e 
moderadas onde se requer alta estética (YOSHIHARU, 2000). Lesões 
cariosas grandes ou lesões traumáticas com esmalte solapado a tal ponto 
que se torna necessário normalmente uma restauração metálica fundida ou 
uma coroa total, são bem indicadas para onlays fixados por sistemas 
resinosos que ligarão a estrutura dental, agregando-a numa massa 
homogênea. 
Uma modalidade alternativa torna-se necessária quando há alergia ao 
metal, sendo indicada a porcelana, e em situações onde dentes do arco 
oposto já possuam porcelana, também há a indicação destas restaurações 
(DAVID e RONALD,1996).Outra boa indicação para os onlays e inlays cerâmicos são os dentes de 
difícil 
 desenvolvimento de forma de retenção sendo cimentadas 
adesiva mente. 
Onde se possui as maiores contra-indicações dos inlays e onlays de 
porcelana são a evidência de hábitos parafunc n onais e o desgaste agressivo 
da dentição. Além disso, embora a sensibilidade à técnica não seja em si 
uma contra-indicação, os problemas de se manter um compo seco e de obter 
restaurações fabricadas com precisão, com atenção aos detalhes da fixação, 
podem tornar esta contra indicação uma realidade (AZER. 2001). 
As vantagens dos inlays e onlays cerâmicos como substituidores para as 
restaurações não-estética por razões como a estabilidade de cor pois os 
sistemas usam técnicas bem estabelecidas igualando aos dentes naturais. 
saúde periodontal, pois acumula menos placa que outros sistemas 
restauradores, resistência à abrasão, pois a resistência ao desgaste e a 
abrasão é alta, porém desgastam o arco oposto , e radiopacidade semelhante 
ao dente higido, facilitando acesso radiográfico a áreas ocultas por 
restaurações radiopacas (DAVID e RONALD, 1996 ). 
Restaurações cerâmicas oferecem opções de cor , estabilidade de cor e 
resistência à descolorações. A integridade marginal, quando as restaurações 
em cerâmica são fixadas com agentes de união resinosos , é excelente, e 
como resultado a microinfiltração fica reduzida a um minimo onde o paciente 
é controlado. 
Como desvantagens tem-se a qualidade de tempo e de atenção aos 
detalhes , requerida quando estas restaurações são fabricadas e cimentadas, 
7 
principalmente no controle da contaminação por umidade na fixação. A 
resistência da restauração quando não fixada ou fixada não adesivamente, 
principalmente na prova e ajuste oclusal da peça não cimentada. 0 potencial 
de desgaste dos dentes antagonistas é alto, por isso também é contra-
indicado em pacientes com hábitos parafuncionais, e ajustes oclusais após a 
confecção originam microfraturas que enfraquecem a restauração e outra 
contra-indicação é o ajuste após a cimentação. A integridade marginal pode 
exceder os padrões aceitáveis em onlays mal preparados. Outra grande 
contra-indicação é o alto custo (BRIAN, 2001). 
Com a crescente e continuada conscientização dos pacientes, e sua 
procura por restaurações estéticas que se estendem até as regiões 
posteriores da boca (M HAYASHI, 2000), o único tratamento conservador 
comparável é a resina composta em posterior, com as inerentes 
inconveniências da microinfiltração, contração de polimerização, problemas 
de desgaste. As restaurações indiretas em porcelana possuem o potencial 
para não apenas restaurar a estética, mas também a resistência de dentes 
comprometidos e minimizar os outros problemas (GARBER e GOLDSTEIN, 
1996). 
8 
1.3 Princípios 
 de uso da porcelana como um material para inlays 
e onlays 
Tradicionalmente o ouro tem sido visto como o materiaol ideal para inlay. 
Como um material relativamente macio e dúctil, ele pode ser modi fi cado 
ainda mais, clinicamente, por meio de brunidura, para fi car contido nas 
margens do preparo (Dan Nathanson, 1996). 
A porcelana, por outro lado, é um material friável. Uma das principais 
caracteristicas de um material friável é a falta de comportamento plástico e a 
incapacidade para suportar deformação plástica sob estresse. Em outras 
palavras, a deformação de um pedaço de porcelana além do seu limite 
elástico (isto 6, além do ponto em que ela age como uma mola) seria fatal, e 
a porcelana quebraria. Assim, quando um estresse de compressão é aplicado 
a porcelana suportada, de tal modo que não possa ocorrer vergamento. tal 
esforço pode ser suportado ate elevada magnitude sem que ocorra falha 
(RUSSELL, 2000). 
Quando a porcelana dental é usada para a construção de uma prótese 
parcial fixa, uma infra estrutura metálica é normalmente empregada para 
impedir que a porcelana se frature sob o esforço oclusal. gerado pelos dentes 
antagonistas. Sem urna infra-estrutura de me .:al, uma fratura da porcelana 
iria, muito provavelmente, ocorrer na área pontica, seja nos conectores seja 
através do próprio pontico (DAN NATHANSON 1986). 
A infra-estrutura metálica não pode mudar as propriedades mecânicas da 
porcelana e não lhe dá um modulo elástico nem resistência à compressão 
9 
diferentes. Em contrapartida, caso desenhada apropriadamente, a infra-
estrutura de metal, com dimensões de secção transversal apropriadas. 
fornece rigidez e resistência ao vergamento que, por sua vez, irão eliminar 
estresses á porcelana. Sendo esta a razão para o sucesso da estrutura rígida 
 
(DÉRAND, 2000)., 
As porcelanas quando puras ou reforçadas 
 por metais finos possuem um 
risco real à fratura principalmente na prova na cavidade bucal (GOREL, 
2001). Contudo, a união adesiva destas restaurações aos dentes, produz 
resistência adequada para sustentar funções e estresses dentro do ambiente 
bucal. Sem a união, mesmo os leves estresses oclusais dos dentes 
antagonistas poderiam induzir fraturas (GARBER e GOLDSTEIN. 1996). 
Da mesma forma que a estrutura metálica que reforça a porcelana deve 
ser unida (fundida) à porcelana, uma restauração de porcelana em dentes 
posteriores deve ser unida com o dente para que a porcelana seja suportada. 
A união da porcelana ao esmalte do dente e á dentina garante a estabilidade 
e a integridade que permitem á estrutura cental oferecer apoio total 
restaurações que 6, a não ser assim, frágil (GARBEL e GOLDSTEIN, 1996). 
A restauração fixada adesivamente é protegida contra o deslocamento e a 
deflexão, tornando-se resistente a forças oclusais (GOREL, 2001). 
Um suporte uniforme e uma camada atenuadora de estresse é necessária 
e a resina composta sob a restauração de porcelana fixada adesivamente 
fornece uma sólida camada de suporte, de espessura e rigidez uniforme. 
Esta camada equaliza a variação em elasticidade entre diferentes estruturas 
dentais (entre esmalte e dentina) e auxilia, tornando o suporte subjacente 
10 
uniforme e continuo. Preenche rachaduras minúsculas e fornece uma zona 
adequada para o alivio de estresses potenciais entre a porcelana e a 
estrutura dental subjacente (GARBEL e GOLDSTEIN, 1996). 
Materiais cerâmicos usualmente fracassam onde pequenos defeitos estão 
presentes no material (GIORDANO, 2000). Esses defeitos, inerentes a 
porcelana, são causadas principalmente por estressamento interno da 
cerâmica durante o processo (contração durante o resfriamento) e são, 
freqüentemente, de tamanho apenas microscópico. Em nível molecular, 
contudo, estes defeitos ou rachaduras representam enormes fendas, onde as 
moléculas em um lado da fenda se acham significantemente distantes das 
moléculas do outro lado (TINSCHERT, 2001). 
A maior distância intermolecular através da fenda reduz a atração 
intermolecular a um ponto tal que estresses podem causar maior abertura da 
fenda, este fenômeno pode enfraquecer grandemente um material cerâmico 
(BRIAN, 2001). 
As fendas podem ocorrer de um modo agudo, quando estresse suficiente 
se acha disponível para induzir falha através do material, ou de uma maneira 
crônica, em que forças de fadiga (forças repetitivas) causam uma lenta 
progressão de propagação da rachadura ( GARBER e GOLDSTEIN, 1996). 
Uma restauração cerâmica bem fixada, que adere fortemente à estrutura 
dental, forma, efetivamente, uma camada que é uma parte integral do dente, 
similar à camada de esmalte. 0 esmalte em si 6, também, uma estrutura 
friável, mas a sua união quase que inseparável à dentina protege-o, pela 
I' 
transferência de forças externas completamente para dentro da dentina 
(HAYAASHI, 2000).Um inlay ou onlay de porcelana bem fixado é uma parte integral do dente. 
Forças aplicadas são transferidas através da porcelana para a dentina, e 
teoricamente não causarão falha da porcelana. Contudo se a união entre a 
porcelana e o dente não for adequada, o estresse não será transferido e a 
porcelana tenderá a fratura-se (GARBER e GOLDSTEIN, 1996). 
Como com outras restaurações intracoronárias, os parâmetros de 
desenho de inlays e onlays cerâmicos devem levar em conta os requisitos de 
resistência, retenção e propriedades dos materiais restauradores (BROWN, 
1998). 
As diferentes propriedades da cerâmica 
 ditam diferentes requisitos de 
espessura. A resistência da cerâmica é proporcional 6. espessura de sua 
secção transversa, somente até um certo ponto (FREEDMAN, 1998). 
0 aumento da espessura poderá não acrescentar resistência e irá, em 
última análise, reduzir esta resistência. O considerável para as espessuras 
oclusais destas restaurações de porcelana para dentes posteriores deve ser 
de 2mm e uniformemente distribuída pela cavidade (preparo) (ROULET, 
1997). 
Para um bom prognóstico, restaurações de porcelana devem ser bem 
ajustadas aos dentes preparados. A disponibilidade de uma faixa 
circunferencial de esmalte no dente preparado seria muito mais benéfica para 
propósitos de retenção. Um ajuste muito apertado, especialmente nas 
paredes vestibular e lingual/palatal pode induzir uma fratura da restauração 
12 
cerâmica durante o procedimento de prova. Estas paredes devem ter 
divergência de 6 a 10 graus (MANHART, 2001). 
A cerâmica é friável e margens finas em ponta de faca podem fraturar-se 
facilmente. 0 desenho, por conseguinte, deveria incluir chanfro profundo ou 
margens com ombros arredondados, para fornecer uma espessura segura e 
tomar mais fácil ao protético lidar com as restaurações. Um chanfro profundo 
mantém o beneficio de espessura adequada e, ainda assim, permite adesão 
apropriada com uma superfície maior de margens de esmalte condicionadas 
(GARBER e GOLDSTEIN, 1996). 
Fazer um bizel na margem cavossuperficial oclusal em preparos para 
inlay de cerâmica não é geralmente indicado, porque o bisel cerâmico fino 
resultante pode ser vulnerável a forças oclusais e fraturar a 
restauração(RATCLIFF, 2001). 
A integração de todos estes parâmetros deve ajudar ao clinico a tomar as 
decisões, mas não há regras definidas e exatas para determinar os contornos 
e a geometria final da cavidade em relação a inúmeras situações 
encontradas, a experiência clinica é talvez a principal referência (DIETSCHI e 
SPREAFICO, 1997). 
Apesar do crescente número de materiais estéticos e técnicas, o sistema 
ideal que abranja todas as indicações clinicas ainda não existe e 
provavelmente nunca existirá (HASELTON, 2000). 
0 essencial é que haja conhecimento de materiais atuais e procedimentos 
clínicos relacionados para selecionar o sistema restaurador apropriado para 
cada situação clinica. Não se pode mais considerar pertinente confeccionar 
13 
restaurações cerâmicas para cavidades únicas ou pequenas, nem realizar 
reabilitações de toda a arcada com restaurações de resina composta direta. 
Acima dessa avaliação está a filosofia que considera o bem-estar do paciente 
como prioridade e promove a busca de melhores combinações de qualidade, 
longevidade e custo das restaurações (DIETSCHI e SPREAFICO, 1997). 
14 
2. DEFINIÇÕES 
15 
2. DEFINIÇÕES 
Porcelana convencional é extremamente friável e possui grande potencial 
para fraturar-se durante a função, em virtude de defeitos microscópicos, 
inerentes dela, capazes de ocorrer sob carga. A adesão da cerâmica a uma 
infra-estrutura metálica alivia este problema, mas tende a comprometer a 
estética (GARBER e GLODSTEIN, 1996). Uma solução alternativa ao usar 
uma restauração em cerâmica total é incorporar vários sistemas 
fibrorreforçadores para diminuir o potencial de fratura (HAYASHI, 2000). A 
microcristalização controlada de um sistema vidro-cerâmico de dupla fase 
produz um aumento significante da resistência â fratura do material cerâmico, 
tomando as cerâmicas de vidro uma alternativa atraente (GARBER e 
GLODSTEIN, 1996). 
Várias são as propriedades positivas das porcelanas como material 
restaurador em odontologia: excelente estética, biocompatibilidade, baixa 
condutividade térmica e elétrica, resistência mecânica e resistência â ação de 
agentes químicos (exceto flúor acidulado, amônio bifluorido e ácido 
fluoridrico). Entre os materiáis restauradores é o mais bem tolerado, 
apresentando baixa toxicidade e potencial alergênico aceitável. No entanto, 
apresentam dois aspectos negativos significativos: friabilidade e potencial de 
desgaste do dente antagonista (VIEIRA e AGRA in FELLER e GORAB, 
2000). 
Desta maneira, é recomendada a cimentação adesiva de restaurações 
cerâmicas do tipo Inlay ou Onlay diretamente na estrutura dental, já que as 
16 
cargas indicadas sobre a restauração são dissipadas e transferidas ao dente. 
Desta forma, restauração e dente, comportam-se como uma s6 estrutura, 
aumentando a resistência de ambos (FREEDMAN, 1998). 
0 potencial de desgaste está relacionado â ocorrência de ruptura na lisura 
de superficie da porcelana, o caráter, o tamanho e a forma destas rupturas 
são dependentes da composição, resistência á fratura e dureza da porcelana. 
Assim, caso a execução de ajustes seja necessária, deve ser seguida de um 
correto polimento, passo essencial para o controle do desgaste sobre as 
superfícies oclusais dos dentes antagonistas (AL-WAHADI, 1998 e ROULET, 
1997). 
Com o intuito de superar estas dificuldades há várias opções de 
cerâmicas oferecidas aos profissionais, tais corno as porcelanas feldspaticas, 
porcelanas aluminizadas, porcelanas aluminizadas infiltradas de vidro, vidros 
ceramizados e sistemas computadorizados CAD/CAM, cada qual 
apresentando características especificas, com vantagens e desvantagens, 
permitindo a seleção que melhor se adapte â situação clinica (LEINFELDER, 
2000). 
Existem alguns parâmetros a serem considerados quando se seleciona 
um sistema de cerâmica. Para o clinico, os mais importantes são a 
resistência e a estética das restaurações finais. A precisão dos inlays e 
onlays de cerâmica não dependem essencialmente da habilidade do técnico, 
embora alguns sistemas, que consistem de numerosos passos, certamente 
requeiram mais empenho para ajustá-las (DIETSCHI e SPREAFICO, 1997). 
17 
Um bom preparo e moldagem, além de informações especi ficas devem ser 
repassadas ao técnico. 
Atualmente, não existe cerâmica que preencha todos os requisitos de um 
material restaurador ideal, mas para uma boa escolha deve-se analisar a 
situação clinica que o paciente possui (DIETSCHI e SPREAFICO, 1997). 
2.1 Materiais Cerâmicos 
A porcelana odontológica convencional é uma cerâmica vítrea que possui 
como principais componentes químicos 
 minerais cristalinos, tais como o 
feldspato, quatzo, alumina (óxido de aluminio) e, eventualmente, caolin em 
uma matriz vítrea. 
 As proporções de cada produto variam conforme o tipo 
particular de cada porcelana (alta, média ou baixa fusão) (BOTTINO et al. in 
FELLER e GORAB, 2000). 
As cerâmicas dentárias para uso em dentistica adesiva podem ser 
processadas de várias maneiras: 
• queima 
• pressão 
• fundição 
• reprodução através de aparelhos 
Is 
2.2 Tipos de Sistemas Cerâmicos 
2.2.1 Porcelana Feldspática Tradicional 
A porcelana feldspática é conhecida como porcelana tradicional. É a 
preferida pelos técnicos de prótese dentária, pois pode ser fabricada 
utilizando-se os fornos convencionais para porcelana (ROULET, 1997). 
Sua estrutura vítrea é compostabasicamente por dois minerais: o 
feldspato e o quartzo. 0 feldpato é fundido a óxido metálicos, formando a 
base vítrea da porcelana, enquanto o quartoz compõe sua fase cristalina 
(BOTTINI et al. in FELLER e GORAB, 2000). 
Até meados dos anos 60 era o único material cerâmico disponível. Apesar 
da boa estética, freqüentemente fraturavam, muitas vezes durante a 
colocação por ser extremamente friável ( BROVVN, 1998) 
Os novos materiais cerâmicos para Inlay e onlay são extremamente 
atrativos por sua adaptação marginal, resistência a fratura e principalmente 
pela aparência estética. 
Estas restaurações são fundidas em réplicas refratárias do modelo 
mestre. Isto é possível, pois as cerâmicas modernas têm baixa temperatura 
de sinterização, sendo possível combinar a expansão térmica do 
revestimento refratário com expansão térmica do material cerâmico. 
Entretanto, readaptar a restauração fundida ao modelo mestre requer 
paciência e habilidade do técnico de prótese dentária. Porém, os resultados 
estéticos são excelentes pois pode-se utilizar camadas de cerâmica com 
19 
diferentes opacidades, translucidez e cores, copiando os efeitos de cor do 
dente natural (ROULET, 1997). 
A associação de copins cerâmicos de alta resistência â porcelana 
fedspática seria o ideal para a estética. Em muitos casos isto já é realizado, 
mas não com pleno sucesso. 
Novos materiais restauradores e sistemas de cimentação têm 
rapidamente surgido no mercado odontológico nos últimos anos. Muitos são 
modificados pelos fabricantes para se adaptarem às necessidades 
apresentadas pelos consumidores.( BOTTINO et al. in FELLER e GORAB, 
2000). 
Como marca pode-se apresentar a IPS-Corum da lvoclar. 
2.2.2 Porcelana Feldspatica Reforçada por Leucita 
É uma porcelana feldspática reforçada por leucita que é condensada e 
sinterizada como uma porcelana aluminizada e feldspática tradicional. 
Contém aproximadamente 55% de cristais ce leucita (K20-A1203-4Sio2) 
numa matriz de vidro, tornando-a mais resistente do que as porcelanas 
feldspáticas convencionais. 0 tamanho destes cristais variam de 0,8 a 
27,2pm. Tamanhos menores melhoram a distribuição de carga e aumentam a 
resistência da porcelana. 
Suas principais vantagens são: boa translucidez, moderada resistência a 
flexão e capacidade de ser utilizado sem equipamento especial de 
laboratório, reduzindo o custo. 
20 
Como desvantagem apresenta a falta de precisão marginal devido a 
contração durante a queima ocasionada pela sinterização do material. 
O jateamento interno é geralmente recomendado para se obter melhor 
adesão aos cimentos resinosos (BOTTINO et al. in FELLER e GORAB, 
2000). 
A técnica do modelo refratário apresenta suas vantagens e desvantagens 
quando comparada a outras técnicas de confecção de restaurações 
cerâmicas livres de metal. Em contraste com as restaurações geradas por 
CAD-CAM, a técnica do modelo refratário não necessita de equipamentos ou 
materiais so fisticados, o que a torna viável a um maior número de dentistas e 
pacientes. 0 controle total que o ceramista possui o torna hábil a criar 
restaurações semelhantes ao dente natural, proporcionando uma variedade 
de cores, pigmentos, tintas e opalecentes. São fatos decisivos ao resultado 
final o cuidado e a habilidade do ceramista.( RITTER e BARATIERI, 1999). 
Como representantes deste grupo pode-se citar Mirage da Chameleon 
Dental Products e o Optec HSP da Jeneric/Pentron. 
2.2.3 Porcelanas Feldspaticas Reforçadas por Leucitas Prensáveis 
São porcelanas prensáveis com alto conteúdo de leucita. 
0 procedimento laboratorial consiste na realização de ceroplastia 
convencional das restaurações ( técnica da cera perdida), o que facilita o 
trabalho do protético, facilitando a escultura e o ajuste oclusal (DERAND, 
2000). 
21 
Os padrões de cera são incluídos 
 em revestimento refrátario especial. 
num anel conformador de papel. Os moldes de cera são queimados em forno 
convencional. Pastilhas pré-fabricadas são colocadas no interior do molde e 
levadas a um forno especial que injeta a cerâmica no interior do molde. sob 
calor e pressão. Os moldes, então, são rapidamente resfriados à temperatura 
ambiente. Neste processo, cristais de leucita crescem na cerâmica. 
proporcionando maior resistência (BROWN, 1998). 
Após este resfriamento o ducto de alimentação é recortado e a 
desinclusão é realizada através do uso de jato de esferas de vidro. As 
restaurações são adaptadas aos modelos de trabalho, caracterizadas com 
corantes e então glazeadas. 
Para melhorar a estética e adaptação podem ser aplicadas porcelanas de 
corpo e incisal para completar as restaurações. 
Estas restaurações apresentam boa adaptação marginal e translucidez, 
pelo fato da confecção (HEYDECKE. et al, 2001). 
Durante a cimentação devem ser previamente silanizadas. pois o ácido 
condiciona mas expõe matriz (MANHART. et al 2001). 
Materiais cerâmicos prensados proporcionam excelentes propriedades 
físicas, comparáveis as restaurações geradas por computador. Como 
conseqüência, são mais resistentes à fratura do que as cerâmicas fundidas 
(RITTER e BARATIERI, 1999). 
IPS EMPRESS 
É um material mais recente do tipo cerâmica total ou estrati fi cada, sendo 
o IFS Empress II , o qual não é fundido, é injetado. É uma prensagem em alta 
temperatura de uma cerâmica pré-ceramizada com pressão hidrostática. em 
uma máquina de vácuo. 0 inlay ou onlay é modelado em cera em um troquei 
convencional. 0 padrão de cera recebe então esprus e é revestido com 
material especial para permitir a moldagem por injeção da cerâmica de vidro 
(HAYASHI, 2000). 
0 anel é colocado frio em um forno para queima da cera, e aquecido 
progressivamente até 850°C e mantido nesta temperatura por 90 minutos 
para queima da cera e saturação térmica. Então o anel vai para o forno de 
prensagem, a 700°C elevando-se até 1100°C sob vácuo. Um émbulo 
pneumático injeta cerâmica na forma da restauração encerada (GARBER e 
Goldstein, 1996). 
Cerâmica prensada IFS é fabricada a parti - de dois vidros básicos, que 
são transformados em vidro amorfo originando uma cerâmica de vidro 
heterogênea, com microcristais mais densamente dispersos. Devido 
diferença nos coeficientes de expansão térmica da matriz de vidro e dos 
microcristais, a cerâmica toda é mantida em um estado de compressão, o 
que resulta em um aumento significante da resistência (RAIGRODSKI e 
CHICHE, 2001). 
Os lingotes têm cor lvoclar para melhor aproximar-se da tonalidade 
desejada. 
23 
A cerâmica prensada é translúcida, de modo que a cor da estrutura dental 
subjacente pode ser transmitida através dela, por isso que há sete 
tonalidades de troquei. 
A restauração pode então ser completada por uma das duas técnicas: 
Técnica de coloração de superficie é usada mais na região posterior 
para inlays, onlays e algumas coroas. E caracterizada com uma porcelana 
tonalizada especificamente desenvolvida. 0 ciclo é de apenas 2 minutos a 
8500 0, usando-se vácuo. A tonalidade pode requerer entre 2 a 4 cozimentos 
para que venha a se desenvolver a caracterização intrínseca final (GARBER 
e GOLDSTEIN, 1996). 
Técnica de estrati ficação 	 Uma técnica alternativa para otimizar a 
estética de coroas ou inlays pode requerer estratificação de um revestimento 
sobre um coping cerâmico prensável. A restauração não é feita em cera 
perdida, apenas o coping, deixando um espaço suficiente para estratificação 
das camadas translúcidas de incisal e outras massas. 
Como vantagem, o sistema de cerâmica prensada envolve procedimentos 
de processamento relativamente simples que reproduzem acuradamente o 
padrão de cera. A porcelana pré-ceramizadapossui um elevado grau de 
resistência tênsil â flexão (excedendo 200 Mpa) (GARBER e GOLDSTEIN, 
1996). 
A versatilidade do processo permite o desenvolvimento de restaurações 
muito estéticas que variam desde inlays e onlays até coroas totais e facetas 
de até 1mm, e no caso do IPS Empress II também pontes de até 3 elementos 
24 
com vinte milimetros quadrados de espaço de conexão entre os elementos, 
mas com indicação até pré-molares (SEGAL, 2001). 
A técnica da cera perdida e a injeção de cerâmica permitem um ajuste 
exato. Os lingotes pré-tonalizados com duas técnicas diferentes de 
caracterização permitem que se obtenha excelentes harmonia e 
homogenização com os dentes adjacentes. 
VITAPRESS (VITA) 
É um sistema que utiliza o principio da cera perdida com os equipamentos 
convencionais de laboratório pala elaboração de próteses metalo-cerâmicas 
e porcelana feldspática: VITA OMEGA 900 e VITADUR ALPHA. 
Após a obtenção de modelos de trabalho em gesso e confecção de 
padrões de cera convencionais, estes padrões de cera são incluídos em um 
cilindro para duplicação com massa de revestimento. Isto é feito através do 
principio de mufla e contra-mufla. 
Após a eliminação da cera é possível a apl cação da porcelana de forma 
incremental com caracterização cromática das camadas de dentina e 
esmalte, o que proporciona ótima estética. 
Depois deste passo, o conjunto é levado ao forno convencional de 
porcelana e a temperatura elevada. No inicio do resfriamento o conjunto é 
mantido em posição com auxilio de uma prensa móvel especifica do sistema, 
o que mantém sua estabilidade dimensional. Posteriormente, é promovida a 
25 
remoção do revestimento e limpeza da peça com uso de jatos de esferas de 
vidro. 
DICOR 
No sistema Dicor o ceramista pode usar a técnica da cera perdida para 
fabricar estas restaurações a partir de linguetas de vidro (HAYASHI, 2000). 
Em uma segunda etapa a restauração é recristalizada para formar a 
cerâmica vitrificada. Durante este processo térmico, cristais de mica crescem 
no vidro dando resistência â cerâmica Dicor. 
Com uma boa moldagem, precisa e sem distorções, o técnico pode 
calcular com precisão o tempo necessário para produzir uma restauração 
com boa adaptação. Entretanto, devido ao alto custo dos equipamentos e a 
reduzida aplicação do sistema ( Inlays e casquetes), limitou-se seu uso, já 
que poucos protéticos oferecem este material (ROULET, 1997). 
2.2.4 Porcelanas Aluminizadas 
IN-CERAM ALUMINA 
É uma porcelana com cristais de alumina fundidos. É mais opaca, sendo 
indicada principalmente para casquetes ou opacos em facetas. 
As partículas de alumínio impedem que as linhas de fissuras internas se 
propaguem. São fundidas a matriz vitrea da porcelana (BROWN, 1998). 
26 
Usa o processo denominado splis casting, 
 através 
 do qual o pó cerâmico 
de fi nas partículas, com alto conteúdo de alumina é misturado com um liquido 
especial e aplicada uma camada sobre o modelo duplicado sob ação de 
capilaridade. A umidade é absorvida aglomerando as 
 partículas sobre o 
modelo formando então uma estrutura firme e densa. 
Essa estrutura é esculpida e sinterizada em um forno especial a uma 
temperatura de 1.140 00 em um ciclo de 11 horas. Obtém-se urna estrutura 
cristalina organizada, de aspecto branco-opaco, com baixa resistência. 
Mediante uma segunda cocção a 1100 °C, por 3 ou 5 horas a estrutura de 
óxido de alumínio é sinterizada e infiltrada corn vidro fundido. obtendo unia 
elevada resistência, tornando-o tranlucente. 
Com a confecção da estrutura interna, que dá a resistência, é so aplicar a 
porcelana indicada sobre a estrutura reforçada para dar a forma, função e 
estética (HEYDECKE, 2001). 
IN-CERAM SPINEL 
Utiliza uma mistura de alumínio e magnésio e deve ser sinterizada em um 
ambiente a vácuo. 
Possui uma boa translucidez porque o incice de refração de sua fase 
cristalina é próximo ao do vidro e a infiltração a vácuo permite menor 
porosidade. É indicado onde se deseja o máximo de translucidez da 
estrutura. Possui resistência flexural ao redor de 150Mpa, sendo indicada 
somente para coroas unitárias anteriores e Inlays e Onlays. 
27 
O condicionamento convencional com ácido fluoridrico não é possível 
com o In-Ceram devido a minima fase vitrea apresentada por estes materiais. 
Os cimentos de fosfato de zinco e o ion6mero de vidro são indicados pelo 
fabricante, podendo-se usar cimentos resinosos acompanhados por 
tratamentos específicos e silanização da superf í cie interna das restaurações 
(BOTTINO et al in FELLER e GORAB, 2000). 
IN-CERAN ZIRCON 10 
Existe o In Ceran Zirconio que faz parte deste grupo, mas não é indicado 
para os inlays e onlays e facetas, por este fato não será comentado 
2.2.5 Porcelanas Processadas por Computador 
São blocos de cerâmica esculpidos até o formato correto. Atualmente 
existem 2 sistemas disponíveis: CEREC e CELAY. 
0 sistema CEREC utiliza a técnica CAD/CAM para produzir a 
restauração. Após o preparo ser coberto por uma fina camada de oxido de 
titâneo para eliminar os reflexos da luz, uma micro câmera é utilizada para 
obter-se uma foto do preparo cavitário (desenho). Então o dentista produz a 
restauração com uma máquina esculpidora computadorizada em 5 ou 10 
minutos (DIETSCHI e SPREAFICO, 1997). 
Devido aos limites tecnológicos, a 
 superfície oclusal não é esculpida 
corretamente neste processo, e o formato da restauração é limitado forçando 
o dentista a adaptar o formato do preparo ás limitações da máquina. 
De acordo com o fabricante (SIEMENS) o novo CEREC 2 eliminou estas 
deficiências utilizando 2 ferramentas de escultura em 6 eixos de desgaste. 
0 contorno e o refinamento oclusal devem ser executados em boca com 
pontas diamantadas. 
São utilizados pelo sistema, blocos cerâmicos industrializados pré- 
fabricados VITA MKII (Vita Cerec Block) e Dicor MGC (Dicor Cerec Block). 
Com o lançamento do CEREC 3 já há a possibilidade de uma escultura 
razoável oclusal, pois o aparelho já possui 11 eixos de desgaste. 
CELAY 
0 fabricante do CELAY descartou as dificuldades da tecnologia CAD/CAM 
e desenhou uma máquina de escultura de alta precisão. 
Uma restauração removível de um compósito azul escuro é realizada 
diretamente na boca do paciente ou indiretamente, no laboratório dental. Esta 
restauração é coberta com revestimento branco fino. 
Na máquina do CELAY, uma agulha vai contornando toda a restauração 
removendo o revestimento branco, deixando resina azul escura visível. Esta 
agulha está ligada a uma turbina que esculpe a restauração em um bloco 
cerâmico, desta maneira orientando a forma da restauração. Se for bem 
manipulado, o sistema pode produzir restaurações de alta fidelidade. Devido 
29 
a fi nas pontas diamantadas é possível 
 conseguir-se formas complexas e 
detalhadas, especialmente na superfície oclusal. 
Ambos os sistemas CEREC e CELAY esculpem a cerâmica com pontas 
diamantadas, produzindo inicialmente restaurações com superfícies rugosas. 
É da responsabilidade do dentista dar acabamento a estas superfícies com 
discos flexíveis de óxido de alumínio( Soflex) e discos de feltro impregnados 
com partículas de diamantes (pastas diamantadas) a fim de evitar que a 
restauração cerâmica desgaste o dente antagonista (BURKE, 2000). 
As propriedades físicas dos Inlays e Onlays gerados por computador são 
potencialmente superiores àqueles gerados pela técnica do modelo refratário. 
As restaurações CAD-CAM são esculpidas a partir de um bloco cerâmico, 
oferecendo um grau ideal de "homogeneidade" e uma reduzida probabilidade 
de defeitos (RITTER e BARATIERI, 1999). 
2.2.6 Inlays Pré-fabricadosde Porcelana 
CERANA 
0 sistema CERANA é baseado em cones de cerâmica pré-fabricados. 
Estes cones são feitos de porcelana feldspática reforçada por leucita, similar 
ao IFS Empress. É um material translúcido semelhante ao esmalte, com alta 
resistência ao desgaste e de alto polimento. 
30 
Está disponível em apenas uma cor, Al da escala de cores Lumin 
Vaccum, e em três tamanhos: pequeno, médio e grande. 
Este material é indicado principalmente para cavidades classe I e classe II 
tipo túnel. 
A técnica dispensa moldagem prévia. 
0 tecido cariado é removido e toda a cavidade preenchida por lon6mero 
de Vidro ou Resina Composta. 0 preenchimento será fotopolimerizado 
 após 
ser condensado com um cone especifico. Esi:e cone condensador tem o 
mesmo diâmetro e forma do Inlay pré-fabricado, porém 0.5mm maior. 
Faz-se o acabamento do preparo com pontas diamantadas, seguem-se os 
passos da cimentação adesiva e então são adaptados e cimentados os 
cones cerâmicos pré-fabricados. 
Nos casos de pequenas perdas de estrutura dentais o preparo é feito com 
brocas especiais que possuem o mesmo formato do cone, porém 0.5mm 
maior, para depois cimentar-se os cones de acordo com o protocolo de 
cimentação adesiva, utilizando-se, preferencialmente, cimento resinoso dual. 
A anatomia, acabamento e polimento oclusais são de responsabilidade do 
dentista, que utiliza o material de acabamento e polimento de restaurações 
cerâmicas. 
31 
3. PASSOS OPERATÓRIOS 
3 2 
3. PASSOS OPERATÓRIOS 
3.1 Seleção 
 do caso clinico 
Segundo Ritter e Baratieri a seleção do caso é o primeiro e mais 
importante passo clinico (RITTER e BARATIERI, 1999). 
É de fundamental importância que durante o exame clinico inicial de 
cada paciente e previamente a execução de algum tratamento cirúrgico 
restaurador se faça o diagnóstico correto da presença ou ausência de 
atividade cariosa e doença periodontal (BRATTHALL, 1994). 
A observação e discussão de seus hábitos, bem como a utilização de 
alguns testes (microflora oral e fluxo salivar) já há algum tempo disponíveis 
ajudam a determinar, de maneira clara e objetiva a real situação de cada 
paciente. Somente após análise desses dados e o controle do paciente (se 
for o caso) é que o profi ssional da área estética poderá inclinar-se pela 
alternativa restauradora escolhida (EDGAR, 1990). 
As restaurações cerâmicas são indicadas onde restaurações estéticas e 
adesivas são necessárias e quando o tamanho do preparo exceder os limites 
para o uso de resinas compostas (RITTER e BARATIERI, 1999). 
Restaurações cerâmicas só podem ser realizadas depois que o paciente 
recebeu orientações sobre controle dos fatores etiológicos da cárie e doença 
periodontal. A intensidade desta fase de controle vai depender do risco a 
cárie e/ou doença periodontal que o paciente apresenta. 
33 
O paciente que vai receber restaurações cerâmicas deve estar 
altamente motivado e com excelente higiene oral (ROULET, 1997). 
Restaurações cerâmicas são indicadas onde estética e restaurações 
adesivas são necessárias, assim como já foi dito acima , por isso as 
indicações incluem : 
• dentes com restaurações falhas 
• dentes posteriores fraturados 
• Síndrome do dente fissurado 
• erosão severa com significativa perda de estrutura dental 
(RITTER e BARATIERI, 1999). 
Outra indicação é a recuperação da dimensão vertical de oclusão, que 
ocorre em todos os dentes posteriores, também chamada de mordida aberta 
posterior (FREEDMAN, 1998 e YATANI et al. 1998). 
Esta perda pode ser causada por artrite reumatoide, osteoartrite. fratura 
óssea, desgaste funcional ou outras condições (YATANI et al. 1998). 
Uma contra indicação ao uso de restaurações cerâmicas é a existência 
de restaurações de compósitos ou em resina acrilica no dente antagonista. A 
cerâmica apresenta alta abrasividade. o que provocaria desgaste da 
restauração antagonista com rápida perda de contorno. Uma sugestão é a 
substituição das restaurações de resina por cerâmica ou o uso de um 
material mais compativel (por exemplo resina composta indireta) para a 
requerida restauração (RITTER e BARATIERI, 1999). 
Pacientes com bruxismo ou hábitos parafuncionais não devem receber 
restaurações cerâmicas sem antes eliminar ou controlar estes fatores. Nestes 
34 
casos, restaurações metálicas indiretas são mais apropriadas, porém não 
muito bem aceitas pelo paciente. Uma alternativa é a confecção de uma 
placa protetora para ser usada após a instalação das restaurações 
cerâmicas. Deste modo a placa protegeria tanto as restaurações quanto os 
antagonistas. 
3.2 Indicação para os casos 
Decidir entre Onlay ou coroa cerâmica ( pura ou fundida ao metal ) 
normalmente é difícil. 
Optar pelo tipo de sistema cerâmico também é dificil. Deve-se analisar 
parâmetros locais e gerais. 
Como parâmetros gerais deve-se analisar os hábitos parafuncionais do 
paciente, como o que se deseja da restauração, resistência, estética, rapidez, 
etc. Com relação aos parâmetros locais para a escolha do sistema cerâmico 
a ser usado, é de primordial importância, analisar a técnica e o material a ser 
usado dos sistemas. Analisar o tamanho e o número das restaurações, pois 
cada sistema é indicado para cada formato e tamanho já pré-indicados por 
cada sistema. Outro fator é a localização das margens, em casos 
subgengivais os sistemas CAD-CAN não têm boas adaptações. A localização 
do dente na arcada dentária deve ser considerado quando a estética 
primordial, e talvez um dos fatores mais importantes a ser analisado é o 
antagonista e a resistência dentária, cada material possui abrasividade ao 
esmalte.0 IFS Empress II é o material cerâmico que possui o menor 
35 
desgaste da estrutura dental, vindo logo 
 após o 
 IFS Empress de cobertura: e 
como o de maior desgaste tem-se a Vita Alpha (SORENSEN ET AL 1998). 
Outro fator de análise é a resistência dentária vendo no sistema a 
resistência 
 flexural, sendo as maiores a do sistema In Ceran Spinnel com 
350, o IFS Empress H com 400 e o In Ceram Alumina com 700 (KAPPERT. 
1998). 
De uma maneira geral, se o dente apresenta estrutura dental suficiente 
(em quantidade e qualidade) que dispensa retenção intra radicular, opta-se 
pelo Onlay. Esta regra cobre a maioria dos dentes vitais que foram 
restaurados com amálgama ou compósito, assim como nos casos de fratura 
parcial da coroa associada a restauração presente. 
Dentes não vitais com coroa parcialrnente preservada pode ser 
conservadoramente restaurado com cerâmica. Entretanto, se o 
remanescente apresenta alteração de cor clue comprometa a estetica , o 
preparo deve envolver a area escurecida. Nestes casos uma coroa metalo-
cerâmica com margens em cerâmica ou uma coroa de cerâmica pura são as 
opções mais adequadas. 
0 preparo para o Onlay é mais conservador que o para coroa , uma 
vez que não necessita extensão gengival das margens. Com a técnica do 
Onlay a adesão entre cerâmica condicionada e estrutura dental promove 
retenção para a restauração, minimizando falhas marginais e protegendo o 
dente, além de dispensar um desgaste adicional que proporcione forma de 
retenção. 
:3 6 
3.3 Caracteristicas dos Preparos 
Como foi demonstrado por Buonocore em 1955, a adesão ideal pode ser 
obtida por meio de retenção micromecânice. aos prismas de esmalte , 
condicionados por ácido perpendicular a seus longos eixos. 
O biselamento das margens de esmalte, portanto, é um pré-requisito 
para qualquer técnica adesiva direta, que nunca consegue compensar 
completamente a contração de polimerização da resina composta. Esse 
conceito básico permanece válido para as novas técnicas restauradoras.A 
extensão do preparo proximo da junção cimento-esmalte. que foi considerada 
uma contra-indicação forte para as técnicas adesivas em dentes posteriores, 
ainda é um desafio. Hoje, está provado que a espessura e o formato do 
preparo desse frágil esmalte residual pode influenciar a adaptação e o 
selamento da restauração (DIETSCHI et al, 1995). 
0 preparo para uma restauração cerâmica deve atender alguns 
requisitos básicos: 
• proporcionar uma espessura adequada para a restauração 
• criar um padrão de inserção passiva 
• reforçar o remanescente dental 
No caso de substituição de uma restauração defeituosa por uma 
restauração cerâmica, é necessário que antes do preparo seja removida toda 
a restauração a ser substituida assim como todo tecido cariado. 
Normalmente é necessário também uma reconstrução do dente candidato a 
restauração cerâmica. 
37 
Quando o dente a ser restaurado apresenta fratura, o defeito deve ser 
incluído ao preparo de forma conservadora, reforgando e prolongando o 
trabalho restaurador (AZER, et al, 2001). 
Nos dentes destruidos por cárie deve-se limitar a remover o tecido 
cariado. A forma de conveniência do preparo será dada por preenchimento 
interno, assim como quando da substituição de restaurações cuja forma da 
cavidade apresenta retenções. Estas retenções internas devem ser 
preenchidas com materiais indicados. 
0 preparo deve proporcionar uma espessura uniforme de 2 mm de 
cerâmica para a futura restauração. 
Alguns autores indicam espessura de cerâmica de pelo menos 1.5 mm 
para pré-molares e 2 mm para molares (YATANI, 1998). 
ETEMADI et al (1999) recomendam que a redução oclusal das 
cúspides e parede pulpar proporcionem 1.5-2.0 mm de espessura para a 
cerâmica. E a redução axial promova 1.0-1.5 mm de espessura para a 
cerâmica. 
Nos casos de recuperação de dimensão vertical o preparo se limitará a 
proporcionar os 2 mm necessários para a cerâmica. Portanto se a alteração 
da dimensão vertical é de 1.5mm, a remoção de estrutura dental será de 
0.5mm. Se a alteração for maior que 2 mm nenhum desgaste de estrutura 
dental será necessário (FREEDMAN, 1998). 
0 plano oclusal é uma referência importante na redução do dente 
durante o preparo. Quando a arcada antagonista apresenta cúspides que 
extrapolam o plano oclusal, deve-se fazer o ajuste para evitar interferências 
38 
na futura restauração. Fissuras profundas a serem reproduzidas na 
restauração cerâmica que necessitem de redução adicional , so serão 
realizadas se esta redução puder ser feita no material do preenchimento 
interno, sem envolver tecido dental sadio (RITTER e BARATIERI, 1999). 
As margens oclusais da restauração não devem ficar localizadas em 
áreas de função oclusal. 
Os contatos proximais não devem ser reduzidos, a menos que haja 
cárie ou contato interproximal pobre. 
As margens gengivais só devem ser estendidas por motivo de cárie ou 
restauração preexistente. É desejável que as margens fiquem localizadas em 
esmalte integro, preferencialmente supragengival, o que minimiza as falhas 
marginais após a cimentação (YATANI, 1998). 
Esses términos em dentina cervical, possuem algumas questões no 
potencial de adesão dos agentes de união atuais nessa área em particular 
(CAGIDIACO e FERRARI, 1995). Estudos sugerem que a dentina externa 
tem estrutura irregular e proporciona substrato menos poroso após o 
condicionamento. A contribuição do cimento à adesão também é 
insignificante. Um último ponto a se considerar são as diferentes orientações 
dos túbulos encontradas nas várias superfícies dos preparos classe II 
(GABEROGLIO, 1994). A sua possível influência sobre o embricamento 
micromecânico entre os "tags" de resina e a dentina intratubular 
desmineralizada (WATANABE, 1996). 
39 
Este é um desafio a ser observado que requer pesquisas laboratoriais 
e clinicas posteriores para determinar qual o tratamento ideal para essa 
dentina em particular ( DIETSCHI e SPREAFICO, 1997). 
A parede gengival deve ser reta, com ângulo cavossuperficial no 
término gengival de 90 graus (ETEMADI et al, 1999). 
Os ângulos internos devem ser arredondados e o ângulo 
cavossuperficial não deve ter bisel. As paredes internas devem apresentar de 
10 a 12 graus de divergência e o ângulo cavossuperficial deve ter idealmente, 
90 graus. 
RITTER e BARATIERI, (1999) indicam o Sistema Brasseler 
lnlay/Onlay Preparation Kit n 2500 Diamonts ( Brasseler USA , Savannah. 
Georgia ) para fazer o preparo. Estes instrumentos proporcionam a 
divergência adequada e arredondam os ângulos internos. Para evitar danos 
aos dentes vizinhos, uma ponta diamantada longa e fina deve ser usada para 
"abrir" os pontos de contato. Outra vantagem deste Kit é a possibilidade de se 
usar pontas diamantadas com formato idêntico nas diferentes abrasividades. 
facilitando o acabamento do preparo. 
0 preparo pode ser realizado com isolamento relativo, porem o mais 
indicado é o isolamento absoluto , uma vez que cria o ambiente ideal para os 
procedimentos de adesão do preenchimento interno, promovendo um campo 
limpo e seco sem obstrução de visão. 
0 isolamento absoluto deve ser removido antes da moldagem para 
que se avalie a oclusão e as areas criticas. 
40 
3.3.1 Característica 
 dos Núcleos de Preenchimento 
E recomendado que este preenchimento Interno seja realizado com 
um material adesivo, estético e biocompativel, indicando o uso dos 
Compõmeros ou das Resinas Compostas uma vez que são fáceis de usar. 
estéticos e radiopacos, o que é bastante importante (RITTER e BARATIERI, 
1999). Já outro autor sugere lonômero de Vidro ou Resina Composta para tal 
(YATANI. 1998). 
0 material para preenchimento interno deve ser aplicado na cavidade 
após o condicionamento acido e a aplicação do agente adesivo. 
Neste estágio dos procedimentos, duas diferentes abordagens podem 
ser adotadas. Pode-se fazer a moldagem do yeparo após o preenchimento 
interno que eliminou as retenções mecânicas e proporcionou um contorno 
interno adequado que elimina a necessidade de preparo adicional Desta 
maneira. economiza-se tempo e material, além de diminuir a contração uma 
vez que a quantidade de material para o preenchimento é minima. 
Por outro lado, se por algum motivo, houver a necessidade de se fazer 
a moldagem em outra sessão, o preenchimento deve ser estendido de forma 
que preencha completamente a cavidade, como uma restauração. Isto 
necessário para que se mantenham os contatos proximais e oclusais e 
também evitar problemas nas margens gengivais. 
41 
3.4 Moldagem 
Inlays e onlays de porcelana adesiva são geralmente fabricados em 
alguma forma de modelo-mestre. Estes modelos de trabalho devem ser uma 
reprodução exata do preparo, e o material de moldagem é selecionado entre 
aquele comumente usado para técnica de comas e pontes. Estes incluem 
todos os materiais elastômeros de moldagem, tais como polissulfetos, 
poliésteres, siliconas de condensação e vinil-polissiloxanos (silicona de 
adição) (UNO et al, 2000). 
O hidrocolóide é um material de moldagem um pouco mais complexo, 
no sentido de que tende a se romper nas áreas retentivas não-preparadas, 
entre ou abaixo das áreas de contato, e porque um gesso refratário para 
troquel não pode ser vazado diretamente dentro dele. Esta situação exigiria 
então que uma moldagem elastomérica secundária fosse feita do primeiro 
modelo vazado do hidrocolóide, no laboratório. Desta forma, o modelo mestre 
seria um modelo de segunda geração, o que aumentaria as possibilidades de 
erros. 0 hidrocolóide pode também ser inconveniente devido à necessidade 
de se vazar a moldagem imediatamente, no consultório (GARBER e 
GOLDSTEIN, 1996).For isso, os materiais de moldagem mais apropriados são o Silicone 
de adição ou polivinilsiloxanos (PVS) , poliéteres ou hidrocolóides (YATANI, 
1998). Eles oferecem estabilidade dimensional e fidelidade, podem ser 
desinfeccionados logo após a impressão , toleram certo nivel de umidade no 
caso do PVS, podem ser vazados dias depois. Outra vantagem é o fato de 
42 
poderem ser vazados mais de uma vez, o que é benéfi co para algumas 
técnicas laboratoriais. Polieteres estão disponíveis em sistemas de 
automistura, o que os torna clinicamente práticos. 
Se a moldagem for realizada na primeira sessão, depois do 
preenchimento interno e preparo, deve ser feita após a remoção do 
isolamento absoluto. A area que foi isolada deve ser enxaguada 
insistentemente com agua a fim de remover qualquer resíduo de latex, uma 
vez que este pode interferir no material de moldagem ( siliconas de adição). 
Idealmente uma moldagem total deve ser realizada com uma moldeira 
descartável, deve ser desinfetada, selada em embalagem plástica para ser 
enviada ao ceramista. 
Quando apenas um dente for preparado, pode ser usada uma moldeira 
para quadrante, desde que os modelos possam ser montados em articulador. 
Moldagens funcionais podem ser realizadas com a vantagem de 
registrar o dente preparado os dentes antagonistas e a relação oclusal em 
apenas um passo clinico. 
Se for feita a moldagem total, a arcada oposta é registrada 	 em 
alginato e a oclusão com um PVS especi fi co ou poliéter, e também deve ser 
enviada ao laboratório. 
Para moldagens exatas, é essencial que se lide com os tecidos 
através de eletrocicurgia, ou que eles sejam afastados com fios, que também 
podem ser impregnados com adstringentes. 
Dois fios para afastamento gengival devem ser colocados no sulco 
gengival sempre que o preparo envolver margens intra-suculares, 
43 
controlando assim a umidade natural do sulco e facilitando uma impressão 
marginal mais acurada. 
 O diâmetro destes fi os retratares deve ser compatível 
com a profundidade do sulco. Geralmente o primeiro fio é mais fi no do que o 
segundo, e deve ser mantido no sulco para garantir a abertura do mesmo 
durante o procedimento de moldagem permitindo a penetração do material 
(RITTER e BARATIERI. 1998). 
Quando for empregado fi o retratar, ele deverá permanecer em posição 
por cerca de 7 minutos. 0 fio deve ser umedecido com agua antes de ser 
removido, para evitar rasgar o tênue epitélio juncional, o que causaria 
hemorragia (GARBER e GOLDSTEIN, 1996). 
Instruções sobre cor, formato, textura de superfície e detalhes devem 
ser mandados por escrito pelo clinico para o ceramista. Se possivel. o clinico 
deve enviar ao ceramista a imagem do dente ou dentes ( fotogra fi a 
convencional ou digital, ou slides), antes e deoois do preparo. assim como 
dos dentes não preparados do mesmo paciente. Isto pode ser feito com uma 
camera digital intraoral ou por fotografia intrao -al convencional. Uma escala 
de cores pode ser colocada junto a boca durante a realização das fotografias 
para auxiliar o ceramista. (RITER e BARATIERI, 1999 e YATANI. 1998). 
44 
3.5 Provisório 
0 objetivo principal do provisório é manter o dente ou dentes 
preparados nas mesmas condições do momento em que foi realizada a 
moldagem, protegendo-os até que seja instalada a restauração definitiva. 
Assim a restauração provisória tem a função de evitar interferências e 
movimentos que possam prejudicar o assentamento da restauração final. 
Ajuda também a proteger o complexo dentino-pulpar de estímulos 
termomecãnicos e de infiltração bacteriana, além de manter as relações 
oclusais e proximais do dente preparado. 
Estas restaurações provisórias podem ser feitas com materiais 
compósitos de Bis-Acryl (lsotemp), que são materiais flexíveis, podem ser 
facilmente removidos do preparo, quando necessário. Resinas restauradoras 
convencionais (composta ou acrílica ) também podem ser usadas. 
Quando múltiplos preparos forem realizados em dentes adjacentes ao 
mesmo tempo, as restaurações provisórias devem ser unidas, promovendo 
assim maior retenção e facilitando a confecção do provisório. (RITTER e 
BARATIERI, 1999). 
0 material utilizado nas restaurações provisórias deve evitar 
interferências oclusais e proximais, não deve causar problemas periodontais 
e deve proporcionar um bom selamento marginal evitando sensibilidade e 
comprometimento pulpar. 
45 
O tipo de restauração provisória 
 que deveria ser usado irá depender 
do número de dentes sendo preparados e do tamanho do preparo Ha três 
sistemas básicos para a fabricação de restaurações provisórias: 
• método direto 
• método indireto 
• método combinado direto-indireto 
Tanto a resina acrilica autopolimerizavel, como a resina composta 
fotoativada podem ser usadas; cada uma possui suas vantagens relativas. 
bem como suas indicações e contra-indicações. 
A cimentação destes provisórios deve se realizada com cimentos 
temporários mais retentivos, uma vez que os preparos para Inlay e Onlay 
adesivos implicam em paredes axiais mais divergentes do que os preparos 
tradicionais para técnicas não adesivas. 
De uma maneira geral o policarboxilato de zinco é o material de 
escolha, porém o fosfato de zinco pode ser utilizado quando uma retenção 
extra é necessária. 
Como estas restaurações raramente são recimentadas. elas podem 
ser cortadas e removidas facilmente para a colocação da restauração 
definitiva. 
46 
3.6 Prova da Pega Cerâmica e ajustes iniciais 
Na sessão de instalação da restauração cerâmica, deve ser feita a 
prova da peça e os ajustes necessários. Para tal, a restauração 
 provisória 
deve ser removida e o preparo completamente limpo, a fim de evitar qualquer 
obstáculo para a adaptação adequada da peça (YATANI et al, 1998). Esta 
limpeza pode ser feita com o sistema de "microetching" intraoral (RITTER e 
BARATIERI, 1999). 
Após a limpeza do preparo e remoção do cimento provisório deve-se 
fazer o isolamento absoluto e a verificação da adaptação da peça e seu 
condicionamento interno. 
De uma maneira geral, a peça 	 vem do laboratório com o 
condicionamento da superfície interna já realizado. A superfície condicionada 
apresenta um aspecto branco-opaco e bem limpa (YATANI et al, 1998). 
Para verificar se a cerâmica foi devidamente condicionada com Acido 
Fluoridrico 8% a 12%, o clinico deve aplicar uma gota de água na superfície 
condicionada. Se a água for imediatamente absorvida pela cerâmica, significa 
que o condicionamento foi adequado (alta energia de superfície livre), caso 
contrário, deve ser recondicionado (RITTER e BARATIERI, 1999). 
Sendo a cerâmica bastante friável, a adaptação da peça deve ser 
testada com extremo cuidado. Caso se perceba alguma resistência, o clinico 
deve identificar o problema e corrigi-lo. Mais comumente as interferências 
ocorrem nas áreas de contato interproximal. Estas interferências podem ser 
checadas colocando-se um papel articulador entre a restauração e o dente 
47 
vizinho (YATANI et ai, 1998). Se o dente vizinho apresenta uma restauração 
e a interferência encontra-se nesta restauração, ela pode ser desgastada, 
levando-se em conta que o Inlay ou Onlay não apresenta sobre contorno. 
Se a interferência ocorre no preparo, pode ser identificada com a 
utilização de produtos específicos 
 como Fit Checker (CG America Corp., 
Alsip. Illinois) ou Occlude (Pascal Co, Bellevue, VVashington). 0 ajuste é feito 
com ponta diamantada tanto no preparo quanto na parte interna da 
restauração, até um ajuste mais preciso da pega no preparo, permitindo a 
cimentação. 
Uma sonda exploradora deveria passar sobre a junçãoporcelana-
troquei de modo relativamente imperceptive!, e deveria permanecer no 
mesmo plano ao cruzar do troquel (representativo da superfície dental) para a 
restauração de porcelana. As margens da restauração deveriam ser todas 
veri fi cadas para assegurar-se de sua lisura e contiguidade, e que não 
possuam excessos ou fraturas (TINSCHERT, 2001). 
Caso sejam restaurações múltiplas devem ser assentadas juntas no 
modelo mestre, e examinadas quanto a relacionamentos de contato 
interproximal tanto nas dimensões vestíbulo-linguais como oclusoapical. A 
forma de cada superficie interproximal de porcelana deveria ser uma imagem 
de espelho do dente adjacente, e o contato deveria ser justo o bastante para 
impedir que o fio dental passe com demasiada facilidade (SEGAL 2001). 
Se forem necessários ajustes na área externa da restauração. estas 
regiões devem ser repolidas antes da cimentacão. 
48 
O polimento da cerâmica pode ser feito com discos flexíveis de óxido 
de alumínio para acabamento, pontas diamantadas fina e extrafina , pontas e 
taças de borracha e silicone, pastas diamantadas para polimento. Usando-se 
em ordem decrescente de abrasividade (RITTER e BARATIERI 1999). 
A oclusão so pode ser checada após a cirnentação da pega Cerâmica 
livre de metal apresenta baixa resistência á compressão sendo altamente 
friável (YATANI et al, 1998). Quando não está suportada por uma 
infraestrutura como metal de uma coroa metalo-cerâmica ou o agente 
cimentante ou estrutura dental em Inlay ou Onlay. Após a cimentação a 
restauração apresentará uma maior resistência (RITTER e BARATIERI. 
1999). 
3.7 Cimentação Adesiva 
Os inlays e onlays de ouro tradicionais são mantidos principalmente 
Por meio de retenção e fricção macromecânica proporcionada pelo cimento: 
as restaurações estéticas indiretas são mantidas pela adesão 
micromecanica ou química entre o cimento adesivo, os tecidos dentários e o 
material restaurador. Isso faz com que a adesão seja um estágio de enorme 
importância no tratamento. 
Anteriormente, o ponto fraco da restauração cerâmica era o cimento 
utilizado para fixá-la ao dente preparado. Fosfato de zinco e outros agentes 
cimentantes eram aplicados com a intenção de simplesmente preencher o 
espaço inadvertidamente criado entre o dente e a restauração durante sua 
49 
fabricação. Estes materiais não proporcionavam qualquer integração fisica ou 
química 
 à restauração (FREEDMAN. 1998). 
Mais recentemente os cimentos resinosos não só preenchem o espaço 
entre a restauração e o preparo. mas também promovem uma integração 
micromecânica e química do dente e restauração de forma que estes passam 
a se comportar como uma estrutura única (FREEDMAN, 1998). 
De acordo com ROULET (1997), o uso de técnicas adesivas requer: 
• preparo cavitario que garanta ampla superfície de esmalte para a adesão 
• deve respeitar os vetores de contração do material 
• isolamento absoluto, já que as técnicas adesivas requerem ambiente 
seco Nenhuma técnica adesiva funciona bem na presença de saliva. 
sangue ou fluido gengival. 
• os materiais devem ser usados cuidadosamente de acordo com as 
recomendações do fabricante 
• o polimento e acabamento das margens devem ser feitos com cuidado 
para não provocar danos à restauração. 
Os Inlays cerâmicos (independentemente do sistema utilizado) 
mostram bons resultados clínicos desde que a técnica adesiva tenha sido 
aplicada corretamente. Inlays inseridos com técnica adesiva sempre 
apresentam excelente comportamento marginal, com ausência de aberturas 
marginais (ROULET, 1997). 
0 sucesso clinico dos Inlays estéticos está aparentemente relacionado 
com o suporte à compressão proporcionado pelo agente cimentante e a 
50 
apropriada adesão entre o Inlay, o agente cimentante (compósito), e o 
esmalte/dentina. 
Recentemente, os avanços na técnica do condicionamento ácido, 
combinados com o desenvolvimento dos cimentos adesivos resinosos, 
aumentaram os indices de sucesso de Inlays , Onlays e laminados cerâmicos 
(YATANI et al, 1998). 
Uma adesão confiável só é alcançada se houver o embricamento da 
resina, criando a camada híbrida, o que requer técnicas complexas, como o 
condicionamento superficial da dentina. Hoje, isto já é possível com os 
agentes adesivos dentinários. Porém são técnicas ainda bastante sensíveis 
(ROULET, 1997). 
VAN DIJKEN et al (1998), acompanharam clinicamente por seis anos 
Inlays cerâmicos, cimentados com cimento resinoso dual ou com cimento de 
lonômero de Vidro. Concluíram que: quando estas restaurações são 
cimentadas com lonômero de Vidro, em um ano apresentam alta incidência 
de falhas e a freqüência continua aumentando no decorrer do período. A 
cimentação com cimento resinoso apresenta resultados significativamente 
menores (falhas), porém ainda relativamente altos, apresentando media de 
falhas de 12% após 6 anos. 
Já HAYASHI (1998) em seu acompanhamento clinico de seis anos de 
Inlays cerâmicos concluiu que estas restaurações apresentam longevidade 
de 92% e aponta como principais falhas, descoloração marginal e fratura 
marginal. 
51 
A falha marginal ocorre pela resina composta de cimentação que sofre 
maior desgaste que as resinas compostas restauradoras (SUZUKI et al. 
1995). Por isso é importânte reduzir o gap de cimentação. pelo menos 
oclusalmente, para minimizar falhas. 
3.7.1 Passos Clinicos para Cimentacão 
Estes passos clinicos seguem os preceitos básicos de RITTER e 
BARATIERI 1999 
Condicionamento da face interna da restauração cerâmica com acido 
fluoridrico 8 ou 12% por 2 a 5 mm. não tenha sido feito no 
laboratório, ou a peça não apresente condicionamento adequado). Dave-
se ter cuidado para evitar que o ácido entre em contato com a superfície 
externa da restauração a fim de evitar danos a esta. Lavar com spray ar-
água da seringa tríplice. 
Devido a estrutura não homogênea da cerâmica (cristais em matriz) é 
possível criar adequada retenção através de condicionamento com ácido 
fluoridrico (ROULET, 1997 e BROWN, 1998). Este condicionamento 
aprimora a retenção micromecânica entre a cerâmica do Onlay ou Inlay e 
o agente cimentante resinoso, além de remover contaminantes da 
superfície de aderência (YATANI et al, 1998). 
2. Aplicar silano na superfície condicionada, segundo as recomendações do 
fabricante. 
Silanização da superfície condicionada promove o umedecimento desta 
pela resina do sistema adesivo. 
Com estes procedimentos é possível criar uma retenção micromecânica 
estável e minimizar a infiltração marginal (ROULET, 1997 e BROWN, 
1998). 
3. Condicionamento do preparo (esmalte, dentina e preenchimento interno) 
com ácido fosfórico 30 ou 40% por 15 Seg. Lavar com spray ar-água da 
seringa tríplice. A superfície deve ficar ligeiramente úmida após a 
remoção do ácido a fim de propiciar melhor interação entre a resina 
adesiva e o dente, principalmente quando há dentina envolvida 
(PERDIGÃO e LOPES 1999). 
4. Aplicar o agente adesivo na parte interna da restauração e no preparo 
(desde que ambos estejam bem condicionados). 0 agente adesivo pode 
ser fotopolimerizável ou de polimerização dual, desde que seja compativel 
com a resina da cimentação e fino o suficiente a fim de não prejudicar o 
assentamento da peça. Não deve ser polimerizado antes da colocação do 
cimento e do acentamento da restauração. 
Enquanto a adesão ao esmalte é confiável, a adesão à dentina é mais 
complicada pelo fato de ter maior conteúdo orgânico, lama dentinária, 
53 
estrutura tubular, diferentes graus de mineralização e a presença de fluido 
dentinário nos titulos (PERDIGÃO e LOPES, 1999). 
5. Aplicar

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