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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA CAMPUS VITÓRIA DA CONQUISTA DANILO RAFAEL SILVA SANTOS AULA PRÁTICA Nº 05 PURIFICAÇÃO DE SÓLIDOS POR RECRISTALIZAÇÃO E SUBLIMAÇÃO VITÓRIA DA CONQUISTA JUNHO/2019 DANILO RAFAEL SILVA SANTOS AULA PRÁTICA Nº 05 PURIFICAÇÃO DE SÓLIDOS POR RECRISTALIZAÇÃO E SUBLIMAÇÃO Relatório apresentado ao componente curricular Química Orgânica Experimental I, no curso de Licenciatura em Química, do Instituto Federal da Bahia – IFBA, campus de Vitória da Conquista, ministrado pelo Professor Dr. Anderson Marques de Oliveira, para fins avaliativos. Experimento realizado nos dias 6, 13 e 20 de maio de 2019. VITÓRIA DA CONQUISTA JUNHO/2019 INTRODUÇÃO Em química, a recristalização é uma técnica usada para purificar substâncias sólidas que consiste, essencialmente, em dissolver o composto, e as suas impurezas, num solvente apropriado, levando à posterior precipitação do composto ou das impurezas, de forma a promover a sua separação. Normalmente procede-se de forma a ser o composto desejado a precipitar, sob a forma de cristais, os quais são depois filtrados e secos. Fundamentalmente a cristalização baseia-se em dois fatos: a diferença de solubilidades, num determinado solvente, da substância a recuperar e as suas impurezas; a variação de solubilidade dos solutos com a temperatura. Existem várias técnicas de se purificar o composto. Recristalização com um único solvente Normalmente, a mistura de um composto A e uma impureza B é dissolvida num solvente, aquecendo até à ebulição. Usa-se uma quantidade mínima de solvente, para se obter uma solução saturada a quente. Por arrefecimento, o composto precipita por diminuição da solubilidade. Quanto mais lento for o arrefecimento, maiores serão os cristais formados. Os cristais formados são depois recolhidos por filtração e o filtrado é descartado. Se o produto de solubilidade das impurezas for excedido, algumas irão co-precipitar. No entanto, dada a concentração das impurezas ser baixa, a sua concentração nos cristais será ainda mais baixa do que a concentração na mistura inicial. Repetindo várias vezes este processo consegue-se obter precipitados cristalinos com graus de pureza mais elevados. A sua pureza é depois verificada, a seguir a cada recristalização, medindo-se o ponto de fusão, uma vez que a presença de impurezas leva a um abaixamento do ponto de fusão. Quando se pretende efetuar uma purificação de um composto sólido usando esta técnica, tem que, em primeiro lugar, se escolher o solvente a usar. Normalmente escolhe-se um solvente que dissolva bem a substância à temperatura de ebulição e mal a frio, que dissolva muito bem (ou muito mal, dependendo do que se pretende cristalizar) as impurezas, que origine cristais bem formados e não gomas, que seja facilmente removível dos cristais por volatilização (baixo ponto de ebulição), e que não reaja quimicamente com os compostos. Após a seleção dos vários solventes, procede-se à escolhe daquele que seja o menos tóxico, que seja o menos inflamável e seja o mais barato. Figura 1: Recristalização através do uso de um único solvente Recristalização com uma mistura de solventes Muitas vezes acontece que não é possível arranjar um solvente único que permita a cristalização. Neste caso tem que se tentar a cristalização por solventes mistos, se dispuser de dois solventes, X e Y, tais que: A dissolva o composto e B não; A é B sejam miscíveis. Para esta técnica é necessário que ambos os componentes da mistura (o composto A é a impureza B) sejam solúveis no primeiro solvente (solvente X). No entanto, apenas um dos dois componentes pode ser solúvel no segundo solvente (solvente Y), havendo a precipitação de apenas um quando se dá a adição do solvente Y. Normalmente, a mistura das substâncias A e B é dissolvida no primeiro solvente, X. De seguida, o segundo solvente, Y, é adicionado lentamente até que um dos componentes da mistura (A ou B) comece a precipitar e cristalizar. Depois a solução é arrefecida, para promover a cristalização do segundo componente. Não é obrigatório aquecer a solução da amostra dissolvida no solvente X, mas pode ser usado. OBJETIVOS • Aprender técnicas utilizadas na purificação de compostos sólidos. PROCEDIMENTOS MATERIAIS E REAGENTES: • Cafeína obtida na aula prática nº 03; • Balança analítica; • Banho-maria; • Metanol; • Recipiente de vidro; • Espátula; • Conta-gotas. PARTE EXPERIMENTAL: 1. Pesou- se a cafeína a ser purificada, obtendo-se 0,0466 g do material. 2. Colocou-se a cafeína em um recipiente de vidro, adicionou-se 3 mL de Metanol, tampou-se e agitou-se a mistura formada. 3. Aqueceu-se a mistura em banho-maria, até a cafeína se dissolver por completo no metanol. 4. Deixou-se a solução resfriar por uma semana na geladeira. 5. Na semana seguinte, retirou-se a água-mãe do cristal formado (figura 2), com o uso de um conta-gotas, observou-se o cristal e deixou-se por mais uma semana em processo de secagem a temperatura ambiente. 6. Na semana seguinte, pesou-se e calculou-se o rendimento do sólido obtido, utilizando a equação 1 abaixo: 𝑹𝒆𝒏𝒅𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒅𝒂 𝒄𝒂𝒇𝒆í𝒏𝒂 𝒐𝒃𝒕𝒊𝒅𝒂 𝒏𝒂 𝒑𝒓á𝒕𝒊𝒄𝒂 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒅𝒂 𝒄𝒂𝒇é𝒊𝒏𝒂 𝒑𝒆𝒔𝒂𝒅𝒂 𝒏𝒂 𝒆𝒕𝒂𝒑𝒂 𝟏 x 100 [1] Figura 2: Cristal formado na solução RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a secagem do cristal formado (figura 3), obteve-se ao pesar o material, uma massa de 0,0177g do cristal de cafeína. Calculando se o rendimento utilizando a equação 1 obteve-se: 𝑹𝒆𝒏𝒅𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 = 𝟎,𝟎𝟏𝟕𝟕 𝒈 𝟎,𝟎𝟒𝟔𝟔 𝒈 x 100 = 0,379 x 100 ≅ 37,98% Sendo assim, obteve-se na recristalização, um rendimento de aproximadamente 37,98% da cafeína inicialmente utilizada. Figura 3: Cristal de cafeína formado no experimento Questionário relacionado ao experimento a) Em que se baseiam os processos de recristalização e sublimação? A recristalização é uma técnica usada para purificar substâncias sólidas que consiste, essencialmente, em dissolver o composto, e as suas impurezas, num solvente apropriado, levando à posterior precipitação do composto ou das impurezas, de forma a promover a sua separação. Normalmente procede-se de forma a ser o composto desejado a precipitar, sob a forma de cristais, os quais são depois filtrados e secos. A sublimação é uma técnica na qual uma substância passa diretamente do estado gasoso para o sólido, ocorrendo quando a pressão a atmosférica é reduzida com o uso de uma bomba de vácuo, fazendo com que a pressão de vapor do sólido se iguale a pressão atmosférica a temperaturas menores, formando os cristais. b) Por que no processo de recristalização a rapidez deve ser evitada? Por que assim, os cristais se formariam de maneira não precipitada, crescendo lentamente, camada por camada, produzindo um produto puro, onde as impurezas ficam na solução. c) Como proceder para escolher um solvente ideal para recristalização? Por que solventes com altos pontos de ebulição e de baixa volatilidade não são recomendados? Solvente ideal para recristalização é aquele que dissolve pouco a frio e muito a quente. O solvente deverá ser quimicamente inerte; não solubilizar o compostoa frio, e sim, à temperatura próxima ao seu ponto de ebulição; dissolver as impurezas a temperatura ambiente; ser facilmente removido após a recristalização. Solventes com altos pontos de ebulição e de baixa volatilidade não são recomendados, pois como dito anteriormente eles devem ter ponto de ebulição próximo ao da substância a solubilizar, e não ter facilidade de passar do estado líquido para o gasoso e prejudicar o processo de recristalização. d) Por que o uso de solventes tóxicos, voláteis e inflamáveis deve ser evitado? Por que por ser um processo realizado a quente ou em ebulição, pode pegar fogo ou liberar gases tóxicos, sendo assim evitado por questões de segurança. e) Por que a filtração a vácuo é preferencial na recristalização? A filtração a vácuo é preferida por ser mais eficaz e mais rápida do que a filtração por gravidade, além de fornecer um sólido com baixo grau de umidade. f) Quais os fatores que interferem no rendimento da substância pura para a recristalização? O Coeficiente de solubilidade dos componentes da mistura, a quantidade de cada um e a habilidade do operador. g) Em cada um dos pares abaixo, indique o produto com ponto de fusão mais alto, justificando sua escolha: i. Um ácido carboxílico e seu respectivo sal. O sal dos ácidos carboxílicos (bases fracas), apresentam P.F mais alto que seu respectivo ácido carboxílico, pois o sal possui ligações iônicas que são mais fortes que as ligações covalentes do ácido carboxílico. ii. Ácido propiônico e álcool n-pentílico. Ácido propiônico, P.F = -21,0 °C; álcool n-pentílico, P.F = -78,5 °C. A atração entre os elementos do ácido propiônico é maior devido à diferença de eletronegatividade, inexistente no álcool n-pentílico. iii. Éter etílico e álcool etílico. Éter etílico, P.F. = -116 °C, álcool etílico, P.F. = 78.4 °c Os álcoois apresentam ponto de fusão e ebulição mais elevados que os éteres, devido a formação de pontes de hidrogênio entre as moléculas do álcool, o que é impossível nos éteres. Os éteres podem formar ligações de hidrogênio com outras moléculas como a água ou mesmo os álcoois. CONCLUSÕES Por meio dos experimentos, pode-se notar que os processos para recristalização de uma substância devem ser previamente pensados com o objetivo de se obter o sólido mais puro, maior rendimento e técnicas seguras, favorecendo assim, o perfeito resultado do experimento, como o apresentado neste relatório. Sendo assim, as técnicas utilizadas favoreceram aos resultados obtidos na recristalização da cafeína. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ENGEL, Randall G. et al. Química Orgânica Experimental. Tradução de Solange Aparecida Visconti. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. RODRIGUES, João. Purificação de uma substância por Recristalização – Laboratório. Disponível em: <https://www.fciencias.com/2013/10/10/purificacao- substancia-recristalizacao-laboratorio-online/ > Acesso em 30 de maio de 2019.
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