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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS HISTÓRIA DA CONTABILIDADE ROSIANE ROCHA DOS SANTOS PROFESSOR MANFREDO RODE DOURADOS/MS AGOSTO/2019 UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS HISTÓRIA DA CONTABILIDADE ROSIANE ROCHA DOS SANTOS DOURADOS/MS AGOSTO/2019 RESUMO A contabilidade, ciência social que registra, expõe e interpreta os fatos patrimoniais, e que possui o seu objeto de estudo o patrimônio, atualmente é uma herança do passado. Compreender o passado da contabilidade é resgatar uma parte da evolução humana, é compreender as necessidades do homem no sentido do controle de bens e acumulação de riquezas. Enfim, entender a historia da contabilidade é resgatar os seus pensadores e as diversas linhas do raciocínio do pensamento contábil, e com isto melhor compreender o futuro da contabilidade. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................................5 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE.................................................................................5 DIVISÃO DA HISTORIA DA CONTABILIDADE...........................................................7 A HISTÓRIA DE LUCA PACIOLI.................................................................................7 A CONTABILIDADE E SUA EVOLUÇÃO HISTORICA................................................8 CONTABILIDADE NO BRASIL....................................................................................9 O SURGIMENTO DAS NORMAS INTERNACIONAIS...............................................11 CONCLUSÃO.............................................................................................................12 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 13 INTRODUÇÃO A Contabilidade surgiu há muitos anos atrás, antes mesmo da civilização, o homem primitivo já praticava uma contabilidade a contar seus rebanhos, instrumentos de pesca e seu alimento, mais foi na mesopotâmia, no atual Iraque que foi encontrado os primeiros registros patrimoniais. No mundo atual, a contabilidade está em uma evolução absurda, em todos os aspectos, econômicos, tecnológicos político e social. A contabilidade é vista como um instrumento de gestão, tanto comercial como financeiro de uma empresa, daí a importância de conciliar os fatores econômicos e sociais que são fundamentais e indispensáveis para que as organizações possam existir e atingir seu objetivo. E para explicar melhor a contabilidade, temos que compreender o seu objetivo, que é estudar, registrar e controlar os patrimônios e as mutações que nele ocorrem, com o intuito de demonstrar o resultado obtido e a situação financeira da empresa. A HISTÓRIA DA CONTABILIDADE A historia da contabilidade começou em meados do milênio IV AC. Na Suméria, na Mesopotâmia, onde foram encontradas as primeiras evidencia da contabilidade, em tabuletas de argila que estavam gravadas com desenhos figurativos, a historia da contabilidade como já dito, é tão antiga quanto a da civilização. A utilização de pedras e fichas de barro de vários formatos representava o controle e porque não dizer uma forma de registro contábil. No caso das pedras estas eram dispostas em recipientes que caracterizavam nascimento de animais ou transferências para pagamento de dívida ou outras razões. As fichas de barro representavam mercadorias utilizadas em transações comercias que podiam ser animais ou mesmo produtos agrícolas cujas movimentações hoje chamamos de entrada, saída, débitos, créditos, ativo e passivo. Já o patrimônio surgiu quando o homem deixou a caça e logo seguiu com a agricultura e do pastoreio assim surgindo à divisão de terras, Assim cada pessoa criava sua riqueza individual. Ao morrer os seus bens não era dissolvida e sim passada como herança aos filhos ou parentes, a herança recebida dos pais foi denominada de patrimônio. Centenas de anos após isso, os egípcio seguiram um caminho semelhante ao dos sumérios, eles dominaram a contabilidade, utilizando o papiro que foi uma espécie de papel, assim sendo mais fácil de manusear do que tabuletas. Mas os escribas foram capazes de mudar as técnicas da contabilidade ao passar do tempo, isto é aqueles que criaram o método de contas para separar colunas. Mais tarde, os egípcios poderiam salvar receitas, rendas e despesas, mais também sabiam falsificar registros para assim poder corrigir algumas situações ruins. Na Grécia também havia uma contabilidade altamente desenvolvida como oferendas aos deuses, que eram gravados em placas de mármore ou calcário, varias construções em que eram utilizadas pedras com mesmo tamanho e altura, que por sinal eram comercializadas. A Civilização Latina por sua vez, foram os primeiros que começaram a mecanizar o cálculo utilizando o ábaco, que consiste em uma tabela que tem sulcos paralelos múltiplos, que contém níveis de valores, em que se podem arrastar pequenas pedras. A queda do Império Romano marcou o início de um período de declínio do comércio. O volume de negócios diminui significativamente, e as empresas entraram em colapso, exigindo ainda mais o uso da contabilidade. DIVISÃO DA HISTÓRIA DA CONTABILIDADE A história da contabilidade pode ser dividida em quatro períodos: História Antiga ou da Contabilidade empírica: O estudo dos registros existia de forma rudimentar, informava a quantia de bens. História Média ou de Sistematização da Contabilidade: Publicação de métodos das partidas dobradas por Luca Pacioli. História Moderna ou da literatura da Contabilidade: Divulgação de livros de processo de registros. História Contemporânea: Estudo do conhecimento. A HISTÓRIA DE LUCA PACIOLI A partir do final do século XIV, estudiosos, intelectuais e matemáticos elaboraram técnicas de Contabilidade, como Luca Pacioli. Luca Pacioli foi um filho de um artesão, colocado em uma loja de vinho muito jovem, onde aprendeu o ofício. Em seguida, prosseguiu no estudo da matemática. Em 1490, ele publicou uma obra importante, a "Summa de Aritmetica Geometria Proportioni et Proprogionalitá." Este livro, que pode ser traduzido como "Tratado de aritmética, geometria, proporções e da proporcionalidade" Na área contábil, Luca Pacioli expõe de forma simples e compreensível, todos os detalhes do "método de Veneza", que segundo ele implicava a utilização de três livros de contabilidade: o memorial, o jornal e a razão. Luca Pacioli, explica a preparação e realização desses livros, como abrir e fechar (de preferência anualmente), como para corrigir os erros, mostrar formas de obter o equilíbrio, gravar o lucro ou o déficit e dicas de como manter os arquivos preservados. Com o passar dos anos, a contabilidade foi sendo mais estudada e mais aperfeiçoada e finalmente, depois dos anos 60,a contabilidade começou a ser informatizada, com computadores. A CONTABILIDADE E SUA EVOLUÇÃO HISTORICA Primeiramente, a contabilidade preocupava-se basicamente com as informações financeiras, visando o atendimento das obrigações fiscais e legais. Com a evolução tecnológica e a ampliação das necessidades sociais, como um todo, houve também a ampliação do leque de usuários potenciais da contabilidade, criando-se a necessidade da empresa evidenciar suas realizações para a sociedade, contrariamente ao que acontecia antigamente, quando a contabilidade tinha por objetivo informar apenas ao dono qual o lucro obtido pela empresa em determinado período. Com o surgimento do mercado globalizado que acirrou a concorrência, a informação contábil tornou-se imprescindível e estratégica para a subsistência e criação de vantagem competitiva para possibilitar que as empresas locais competissem com as grandes corporações transnacionais, e para que estas dispusessem das informações necessárias para poder avançar e expandir mundialmente. A contabilidade evolui com as necessidades e tendências do Mundo, e resume-se em quatro etapas a destacar: A contabilidade no Mundo antigo: surgiu com as primeiras civilizações da era cristã até no ano de 1202. A contabilidade que era praticada pelo homem antigo, o património era o seu objeto e era representado pelos rebanhos e bens quantitativos. A contabilidade no Mundo medieval: neste período desde 1202 da era cristã até 1494, na história do mundo foi importante. A indústria artesanal, com o surgimento de novas técnicas de mineração e metalúrgica, surgiu o livro caixa, onde eram registados os recebimentos e pagamentos em dinheiro, mas que era de forma rudimentar de debito e de crédito. A contabilidade no Mundo moderno: o período de 1494 até 1840, a contabilidade foi considerada como a fase da pré-ciência, que estabeleceu-se com o controle de inúmeras riquezas, que o mundo representava e tornou-se uma necessidade. A introdução da contabilidade nos negócios privados, os empréstimos determinaram o desenvolvimento de escritas especiais assim como os interesses dos credores e investidores e aos comerciantes e sua relação com os consumidores e os empregados, foi um grande contributo dos comerciantes italianos. E com a obra o Tratactus de Computis et Scripturis(contabilidade de partidas dobrada) de Frei Pacioli, a teoria da contabilidade do debito e credito que corresponde os números positivos e negativos que contribuíram no ramo do conhecimento humano. A contabilidade no Mundo científico: finalmente a contabilidade no mundo científico, que se inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. A teoria contabilidade avançou com as novas necessidades que se apresentaram, foi nos EUA evoluiu para a prática. A maioria dos autores da época preocupou-se mais em mostrar como uma ciência, do que comprovar as idéias que surgiam. Era consistida na difusão idealista, sem pesquisas. Muitas das teorias não tinham aplicação e o uso exagerado das partidas dobradas dificultava a flexibilidade necessária. Com a criação de grandes empresas, multinacionais e transnacionais, onde são requeridos capitais e acionistas, foi à causa da utilização das teorias e práticas contabilidade, pois permitiam a correta interpretação das informações de acionista ou interessado, em qualquer parte do mundo. A evolução da contabilidade mostra que deriva quase que inteiramente de outras culturas e é apenas uma consequência da evolução do homem e, sim, o alicerce, foi a partir do sistema de contas, que o homem organizou-se deixando de ser primitivo e passando a raciocinar de maneira organizada. Podendo-se afirmar que a contabilidade não falta na mais rudimentar das organizações. A CONTABILIDADE NO BRASIL A constituição do Tesouro Nacional e Púbico se deu por conta da necessidade de melhoria do aparato fiscal que o aumento dos gastos públicos devido à vinda da Família Real ocasionaria no Brasil. Neste mesmo ano, foi realizada a primeira referência oficial à escrituração e relatórios contábeis, elaborada pelo Príncipe Regente. No Brasil, a contabilidade teve influência tanto da escola italiana quanto da americana, sendo que a primeira foi a que influenciou inicialmente o país, porém foi na segunda que o Brasil baseou-se para formação da Lei das Sociedades por Ações, que ocorreu a partir da Resolução nº 220 e da circular nº 179 do BC e para a implantação do ensino acadêmico. A Escola de Comércio Álvares Penteado, criada em 1902, foi a primeira escola especializada no ensino da contabilidade. Nesta instituição, professores de grandes nomes, como Francisco D’Auria, Frederico Herrmann Júnior, Coriolano Martins, abriram portas para a pesquisa contábil. Segundo Iudícibus (1997), D’Auria teve o mérito de ser o mais “brasileiro” dos autores famosos da época, no sentido de que conseguiu formar o que se poderia chamar de embrião de uma autêntica escola brasileira, mas foi na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP, fundada em 1946, que o Brasil ganhou seu primeiro núcleo efetivo, contribuindo com o surgimento dos escritores da literatura contábil nacional. O SURGIMENTO DAS NORMAS INTERNACIONAIS O Decreto-lei nº 2.627, foi o primeiro Modelo das Sociedades Anônimas foi o que mais se aproximou dos moldes europeus, porem não obtinha tanta preocupação com a transparência contábil e clareza de informações. Visando o modelo da Lei das Sociedades por Ações mais próximas do norte-americano, surgiu a Lei nº 6.404/76, com esta, vários avanços foram observados. A principal característica era o acionista brasileiro e o mercado de capitais no Brasil. A antiga lei 9.285 de 1946, já não contemplava a modernidade necessária para a profissão, com benefícios diretos para as empresas e a sociedade, modernidade esta que a nova legislação da contabilidade traz. Atualmente, surgem, a cada dia, novas imposições de controles contábeis, seja pelo extremo dinamismo da economia globalizada, seja pela evolução da sociedade, que se volta para questões sociais e de manutenção da vida no Planeta, onde a Contabilidade precisa estar presente fazendo registros, controles e fornecendo informações estratégicas para a tomada de decisão. Houve uma necessidade de padronização dos procedimentos e normas contábeis por conta das frequentes evoluções no cenário econômico, principalmente com o aumento do poder de investimento das empresas multinacionais, para proporcionar aos usuários mais transparência e confiabilidade. Assim surge a Lei nº 11.638/07 e, em seguida a Lei nº 11.941/09, onde se visa um modelo de lei societária internacional. Os profissionais de contabilidade das empresas, independente do tipo societário, se depararam com um enorme desafio por conta de suas exigências, já que a mesma exige uma escrituração e elaboração das demonstrações contábeis de acordo com os princípios internacionais. Os EUA e a China foram os primeiros países a firmar acordo com a Junta Internacional de Normas Contábeis (IASB), seguido pelo Brasil. A adesão á padronização das normas, abre o mercado brasileiro aos investidores internacionais, além de tornar o mercado de capitais e o sistema financeiro brasileiro mais transparente. A harmonização das normas contábeis e a divulgação das informações financeiras constituem um processo de extrema importância e altamente necessáriopara uma Economia globalizada, facilitando assim a transmissão das informações contábeis para as empresas que operam em diversos países. Essa nova lei faz com que a contabilidade seja baseada mais em princípios do que em regras. É lógico que vai haver conflitos porque há os aspectos jurídicos e contábeis, mas em relação às mudanças, elas já estão ocorrendo e irão ocorrer ainda mais. Embora alguns digam que as normas são apenas para as empresas de grande porte, a aplicação deve ser feita por todas as empresas, pois as mudanças são necessárias. As novas demonstrações contábeis no Brasil vão estar em condições de serem analisadas, da mesma forma que os países que estão ou já implantaram as normas internacionais. As regulamentações contábeis estão percorrendo caminhos ao redor do mundo, a fim de facilitar o processo de comunicação da contabilidade, trazendo consigo um elenco competente de princípios. A vantagem de buscar uma solução que não beneficie uma única economia, mas que melhor reflita as necessidades do maior número de países. O IASB, responsável pela emissão das normas contábeis, possui uma estrutura multidisciplinar e um processo de emissão de normas, que permite a todos os interessados o poder de participar na definição desse conjunto de normas. Assim, facilitará as relações comerciais e financeiras entre os países, de modo que venha a desenvolver o crescimento dos investimentos estrangeiros e a formação de blocos econômicos viabilizando a comparação das informações. A alta qualidade das normas contábeis serve de base para a divulgação e análise das informações sobre a situação patrimonial e financeira, permitindo a comparação com outras empresas e facilitando o entendimento por parte dos usuários. CONCLUSÃO A globalização e a evolução tecnológica fizeram com que a contabilidade evoluísse ao longo dos séculos desde a antiguidade até os dias atuais saindo da mera quantificação de posse (bens e animais) chegando às normas internacionais nos dias atuais. Com isso abriu o mercado internacional e surgiu a necessidade de algumas reformulações para preparar os profissionais a atuar no mercado cada vez mais competitivo, garantindo um maior nível de confiabilidade e informações disponíveis aos usuários, para que possam ser utilizadas todas as ferramentas no processo decisório. O contabilista precisa estar preparado para adaptar-se a este movimento globalizado deixando de ser um funcionário indireto do governo apenas para cálculos e preenchimentos de guias e formulários para atender o fisco, passando a ser um profissional que assume o papel de fonte gerador de informação, capaz de interpretar, orientar e dar suporte ao processo de tomada de decisão gerando benefício às organizações. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS - ConTexto - Revista do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Contabilidade -UFRGS https://seer.ufrgs.br/ConTexto/article/view/94332/pdf - Revista Ambiente Contábil – UFRN – Natal-RN file:///C:/Users/Silas%20Morais/Downloads/Dialnet- EvolucaoEDesenvolvimentoDaTeoriaDaContabilidade-4029119%20(1).pdf - Revista Contabilidade & Finanças http://www.scielo.br/pdf/rcf/v16n38/v16n38a02.pdf - Santos, osé ui dos Fundamentos da teoria da contabilidade osé ui dos Santos, Paulo Schmidt, Nilson Perinazzo Machado. -- S o aulo: Atlas, 2005. -- (Coleção resumos de contabilidade; v. 6) https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522471256/cfi/4!/4/4@0.00:0.0 0 - Iudícibus, Sérgio de eoria da contabilidade – 11. Ed. – São Paulo: Atlas, 2015. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522496242/cfi/7!/4/4@0.00:0.0 0
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