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TCC FAYOL PRECONCEITO LINGUISTICO

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_______________________________________________________
Um jeito diferente de aprender
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E PRECONCEITO LINGUÍTICO
LETRAS - PORTUGUÊS
IBELGMAN GOMES BARBOSA DE CASTRO
_________________________________________________
Uberlândia MG
2018
 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E PRECONCEITO LINGUÍSTICO
 	
 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Fayol, como requisito parcial para a obtenção do diploma / certificado DO CURSO DE Segunda Licenciatura letras - Português
 Orientador: Prof.ª Maria S. Sousa
 
 
 
_________________________________________________
Uberlândia MG
2018
Agradecimento:
Primeiramente a Deus. Agora ao meu esposo Maycon Bruno de Castro, meu incentivador. Obrigada! 
________________________________________________
Uberlândia - MG
2018
Dedicatória
Dedico a meu esposo e meus três filhos, Iasmin, Leonardo e Miguel.
Épígrafe
SUMÁRIO 
Resumo.............................................................................................. 1.Introdução........................................................................................
2.Justificativa.................................................................................... 
3. Linha de Pesquisa........................................................................
4. Objetivos........................................................................................
4.1Objetivos Gerais...........................................................................
4.2 Objetivos Específicos................................................................
5.Desenvolvimento............................................................................
6. Considerações Finais...................................................................
 7.Referências bibliográficas .................................................................... 
Resumo
A preocupação dos estudiosos com os aspectos linguísticos, especialmente dos sociolinguistas da corrente etnográfica, tem levado à produção de importantes pesquisas e propostas acerca do processo educacional, principalmente na área de ensino de língua materna, as quais têm contribuído significativamente nos últimos anos, para o desenvolvimento dessa área, os quais concordam que linguagem, cultura e sociedade, apesar de serem distintas, não podem ser abordadas separadamente, pois há uma imbricação e interdependência entre elas. O que, representa uma continuidade da tradição dos estudos sobre língua e cultura já assinalados por Sapir (1980), no começo do século passado.
 No Brasil, esses estudos, de um modo geral, têm trazido sérias discussões sobre questões que Anais do SIELP. Volume 2, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2012. ISSN 2237-8758 2 envolvem o ensino de língua materna, considerando ainda, o fato de ser um país com grandes desigualdades sociais como o nosso. 
Nesse cenário de preocupação dos estudos linguísticos, em geral, críticas severas têm sido dirigidas aos professores, mais especificamente aos de língua portuguesa, aos quais é delegada a missão de ensinar leitura e escrita. Os pesquisadores anteriormente citados atestam em seus estudos problemas de várias ordens: os professores usam uma variedade de língua que os alunos não compreendem; não consideram as experiências linguísticas que os alunos trazem para a escola, não deixando espaço para a fala dos alunos, portanto só eles têm sempre o direito à palavra sem haver interlocução; e ainda demonstram não conhecer a realidade econômica, social e cultural do grupo social dos alunos.
 Esses aspectos prejudicam gravemente a interação em sala de aula, condição essencial para que os alunos participem efetivamente das situações comunicativas e enriqueçam suas experiências com a língua. Nesse sentido, a efetividade dessas ações, quando ocorrem, revela dificuldade dos professores em conduzir uma prática pedagógica que possa minimizar o preconceito linguístico, e, portanto, privilegiar a interação na sala de aula. Convém ressaltar que na trajetória do educador é fundamental desenvolver pesquisas em áreas de seu interesse como meta de crescimento pessoal, profissional e principalmente, a necessidade da sociedade em avançar na construção do conhecimento.
Em qualquer língua, de qualquer época, desde que em uso, ocorreram mudanças, em todos os estratos, em todos os níveis, o que significa dizer que, naturalmente, qualquer língua manifesta-se num conjunto de diferentes falares que atendem às exigências dos diversos contextos de uso dessa língua (ANTUNES, 2009, p. 22).
Palavras chaves: variação linguística; preconceito linguístico; escola, sociedade, nível socioeconômico.
INTRODUÇÃO
	É necessário entender que a língua tem duas formas distintas de manifestação: uma culta (padrão, formal), determinada pela existência de uma gramática normativa e outra coloquial (informal), que se aproxima da manifestação oral da língua, e não segue uma estrutura convencional, ou seja, tem uma organização própria e vaira de acordo com as situações de comunicação e os falantes nelas envolvidos. Essas diferenças geram variações diversas que serão abordadas no decorrer deste trabalho de concussão do curso de letras – Português. 
	É preciso também saber que no Brasil, um país de território extenso, há uma infinidade de variações linguísticas e que essas variações não podem gerar preconceito, já que não já um modo certo e outro errado no que se refere ao uso da língua, mas sim uma convenção que estabelece normas de conduta linguística. Nesse sentido, é interessante chamar a atenção para o fato que, além do Brasil, há outros países cuja língua nacional ou materna é o Português. Cada um desses, a exemplo do que ocorre em nossa língua, também possui variantes linguísticas e que são características de cada um dos povos. São vários os portugueses, assim como vários são os fatores que influenciaram a evolução a linguística de cada povo. 
2. Justificativa
Reconhecer a existência de variações de uso da língua Portuguesa decorrentes de fatores diversos: geográficos, sociais, profissionais, culturais e situacionais;
Aceitar as variações linguísticas sem nenhum preconceito em relação aos falantes;
Fazer as escolhas linguísticas pertinentes a cada situação, levando em consideração a quem está se dirigindo, por escrito ou oralmente.
3. Tema e Linha de Pesquisa 
Preconceito linguístico: abismo entre a linguagem culta e a linguagem coloquial.
	A linguagem é muito importante, com ela comunicamos com as pessoas ao nosso redor, a língua portuguesa é a que adotamos para manter contatos com as pessoas.
	Tanto a língua oral quanto a escrita é fundamental na vida social de casa cidadão, pois, através dela comunicamos, temos acesso às informações, e transmitimos aquilo que aprendemos.
	Através da linguagem a pessoa transmite sua cultura de acordo com o que se aprendeu, através da pronuncia, do vocabulário adotado, da entonação e o sotaque, conseguimos saber muito sobre quem está falando, sua idade, sexo, profissão, escolaridade, sua origem, nível socioeconômico e até sua atividade profissional.
Percebemos constantemente atitudes de discriminação com as pessoas que falam de forma “errada” e nós NÃO podemos contribuir com isso. 
Objetivos 
Conscientizar o aluno sobre variações linguísticas, e preconceitos linguísticos.
Valorizar a estranheza, a diversidade, e a curiosidade.
Despertar o interesse por uma nova forma de compreender a gramática.
Analisar e entender as diferenças entre a língua falada e a língua escrita.
4.1 Objetivos Gerais:
- combater o preconceito linguístico. 
- Desmistificar a ideia da língua única
- Diminuir a exclusão social causada pelo preconceito sócio linguístico.- Demonstrar que o português não padrão não é uma forma errada de falar , é apenas uma variedade que difere da variedade padrão ou do português dito como padrão e que deve ser respeitada.
4.2 Objetivos Específicos: 
Por se tratar de um tema de fundamental importância, a questão da variação linguística deve ser encarada como uma forma de despertar para desmistificar a questão do uso da língua. 
Desenvolvimento
5.1 A linguística
A linguística é uma ciência que tem como objeto de estudo a linguagem e suas manifestações.
Os estudos da linguística estão divididos em fonética, fonologia, sintaxe, semântica, pragmática e estilística. Há ainda três áreas relacionadas: lexicologia, terminologia e filologia.
No Brasil, existem diversas faculdades de linguística. Os linguistas são as pessoas formadas nessa área que investigam a linguagem verbal, suas manifestações, evoluções e gramática. Além disso, eles estudam as línguas e sua relação com outros idiomas.
A linguística estuda a linguagem verbal humana e, portanto, ela possui métodos de aprofundamento para compreender as manifestações da fala. Como o próprio nome indica, essa área da linguística engloba de maneira geral todas as ferramentas de análise, além dos conceitos que são trabalhados por essa ciência. Assim, sem muito aprofundamento, ela oferece um panorama mais geral da disciplina.
Ferdinand Sausurre foi o precursor dos estudos linguísticos e as aulas que ministrou foram reunidas pelos seus alunos na obra “Curso de Linguística Geral”.
Os principais temas abordados pelo estudioso foram: língua, fala, signo linguístico, significante, significado, sintagma, sincronia e diacronia.
5.2 Linguística Aplicada
Na linguística aplicada o foco de estudo está para solucionar os problemas que surgem em relação ao ensino das diferentes línguas e da tradução de textos. Além disso, ela também propõe resolver alguns distúrbios relacionados com a linguagem.
Obs: Para além dessa categorização, a linguística pode ter um foco de análise sincrônico ou diacrônico.
5.3 Linguística Sincrônica
Também chamada de linguística descritiva, nesse viés metodológico diversas falas são observadas ao mesmo tempo, ou seja, numa determinada fase. Ela está intimamente relacionada com a linguística teórica que oferece modelos teóricos sobre a área.
5.4 Linguística Diacrônica
Também chamada de linguística histórica, nesse foco de análise, as manifestações linguísticas são observadas ao longo do tempo. Assim, ela estuda as mudanças que ocorrem através do tempo.
5.5 Linguística Textual
A linguística textual contempla a análise de textos com foco no processo comunicativo estabelecido entre o escritor e o leitor do texto.
Um dos principais conceitos dessa vertente é a coesão textual. Ela é analisada por diversos fatores de textualidade dos quais merecem destaque: a intertextualidade, a situacionalidade e a informatividade.
5.6 Linguagem Formal e Informal
A linguagem formal e informal representa duas variantes linguísticas, ou seja, são dois tipos de linguagem (visual, oral ou escrita) utilizadas em contextos e/ou situações distintas com o intuito de comunicar.
Assim, enquanto a linguagem formal ou culta está pautada no uso correto das normas gramaticais bem como na boa pronúncia das palavras, a linguagem informal ou coloquial representa a linguagem cotidiana, ou seja, espontânea, regionalista e despreocupada com as normas gramaticais.
Muito importante diferenciar essas duas variantes posto suas utilizações em determinadas situações, ou seja, quando falamos com amigos e familiares utilizamos a linguagem informal, entretanto, se estamos numa reunião na empresa, uma entrevista de emprego ou escrevendo um texto, devemos utilizar a linguagem formal.
A observação é uma das metodologias utilizada para analisar as variações que acontecem, na maior parte, na linguagem oral em diferentes contextos.
Isso porque o linguista pretende compreender o porquê e onde ocorrem essas variações em detrimento da norma culta.
Assim, depois da observação minuciosa da língua e dos aspectos da fala, o linguista coleta, organiza e analisa essas informações. E, por fim, se debruça nas teses de estudiosos sobre o tema.
Para, além disso, a linguística pode se apoiar em outras áreas como a sociologia, psicologia, etnografia, neurologia, etc. Com isso, é possível expandir a área da linguística, por exemplo, em etnolinguística, sociolinguística, psicolinguística, neurolinguística, etc.
Ao considerar o viés metodológico e sua fundamentação teórica podemos considerar algumas caracterizações dessa ciência.
Variedades linguísticas.
É por meio da língua que o homem expressa suas ideias, as ideias de sua geração, as ideias da comunidade a que pertence, as ideias de seu tempo. A todo instante, utiliza-a de acordo com uma tradição que lhe foi transmitida e contribui para sua renovação e constante transformação. Cada falante é, a um tempo, usuário e agente modificador de sua língua, nela imprimindo marcas geradas pelas novas situações com que se depara. Nesse sentido, pode-se afirmar que na língua projeta-se a cultura de um povo, compreendendo-se cultura no seu sentido mais amplo, o conjunto dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais e características de uma sociedade.
 Ao falar, um indivíduo transmite, além da mensagem contida em seu discurso, uma série de dados que permite a um interlocutor identificar o grupo a que pertence.
A entonação, a pronúncia, a escolha vocabular, a preferência por determinadas construções frasais, os mecanismos morfológicos podem servir de índices que identifiquem:
a) o país ou a região de que se origina;
b) o grupo social de que faz parte (o seu grau de instrução, a sua faixa etária, o seu nível socioeconômico, a sua atividade profissional);
c) a situação (formal ou informal) em que se encontra.
As diferentes maneiras de se “usar” uma língua gera uma grande variedade linguística.
Se alguém afirmasse “Esses gajos que estão a esperar o elétrico são uns gandulos”, não se hesitaria em classifica-lo como falante de Língua Portuguesa, em sua variante lusa.
Se por outro lado ouvisse “Se abanquem, se abanquem, tchê!”, ficaria claro que se tratava de um falante de Língua Portuguesa, em sua variante brasileira, natural do Sul do país.
O Brasil, em decorrência do processo de povoamento e colonização a que foi submetido e devido à sua grande extensão, apresenta grandes contrastes regionais e sociais, estes últimos perceptíveis mesmo em grandes centros urbanos, em cuja periferia se concentram comunidades mantidas à margem do progresso.
Um retrato fiel, atual, de nosso país teria de colocar lado a lado: executivos de grandes empresas; técnicos que manipulam, com desenvoltura, o computador; operários de pequenas, médias e grandes indústrias; vaqueiros isolados em latifúndios; cortadores de cana; pescadores; plantadores de mandioca em humildes roças ; pompeiros que comercializam pelo sertão; indígenas.
Nos grandes centros urbanos, as variantes linguísticas geram entre os falantes o preconceito linguístico, e muitas pessoas são discriminadas por sua forma de falar. No entanto, alguns escritores aproveitaram este fato para caracterizar as personagens que criaram, pois perceberam a riqueza presente nas variantes regionais. Jorge Amado e Graciliano Ramos enriqueceram a literatura brasileira com personagens marcantes como Pedro Bala, Gabriela e Alexandre.
5.7 Variações Linguísticas
As variações linguísticas reúnem as variantes da língua, que foram inventadas pelos homens e vem sendo reinventada a cada dia.
Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diversos aspectos históricos, sociais, culturais e geográficos.
No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, por exemplo, a linguagem regional.
Tipos de Variações Linguísticas
Há diversos tipos de variações linguísticas segundo o campo de atuação:
VariaçõesGeográficas: está relacionada com o local em que é desenvolvida, por exemplo, as variações entre o português do Brasil e de Portugal.
Variações Históricas: ela ocorre com o desenvolvimento da história, por exemplo, o português medieval e o atual. Aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Como por exemplo, a palavra “Você”, que antes era vosmecê e que agora, diante da linguagem reduzida no meio eletrônico, é apenas VC. O mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia, agora, farmácia.
Variações Sociais: são percebidas segundo os grupos (ou classes) sociais envolvidos, por exemplo, um orador jurídico e um morador de rua. É aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Neste caso, podemos destacar as gírias, as quais pertencem a grupos de surfistas, tatuadores, entre outros; a linguagem coloquial, usada no dia a dia das pessoas; e a linguagem formal, que é aquela utilizada pelas pessoas de maior prestígio social. Fazendo parte deste grupo estão os jargões, que pertencem a uma classe profissional mais específica, como é o caso dos médicos, profissionais da informática, dentre outros.
Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o qual está inserido, por exemplo, as situações formais e informais.
Variação Regional (os chamados dialetos) - São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região, tomamos como exemplo a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por macaxeira; e abóbora, que é conhecida como jerimum.
Destaca-se também o caso do dialeto caipira, o qual pertence àquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de ter uma educação formal, e em função disso, não conhecem a linguagem “culta”.
Exemplos
Dentre os tipos de variações linguísticas podemos destacar:
Regionalismo: particularidades linguísticas de determinada região.
Dialetos: variações regionais ou sociais de uma língua.
Socioletos: variantes da língua utilizadas por determinado grupo social.
Gírias: expressões populares utilizadas por determinado grupo social.
Expressões chatas e vazias de sentido: os modismos linguísticos são uma tendência na língua portuguesa, provocando assim o empobrecimento vocabular. Você sabia que a linguagem também pode ser uma vítima da moda? Pois é, os modismos não estão restritos à maneira de se vestir e portar, eles podem afetar também nosso comportamento linguístico. E como toda moda está sujeita a sair de cena, os modismos da fala também passam.
A linguagem está sempre em movimento e, embora prescrita nas gramáticas, está viva no cotidiano dos falantes, que a transformam de acordo com suas necessidades. Os modismos linguísticos podem ser um fator que identificam determinada geração e, com o passar do tempo, assim como roupas usuais em uma determinada década, também correm o risco de se tornarem “cafonas”. 
 Algumas expressões cristalizam-se de tal forma que acabam caindo nas graças dos falantes, outras são banidas ou evitadas do uso corrente e, quando alguém decide resgatá-las, logo é tachado como inadequado ou velho. Selecionamos para você algumas expressões que “estão na moda”, mas que, definitivamente, não deveriam estar e, para nossa sorte, em um futuro próximo, será apenas passado. Algumas tornam nossa linguagem chata e pedante, outras são absolutamente inexpressivas e desnecessárias:
A nível de: Talvez seja a expressão mais desagradável de todas. A nível de não significa absolutamente nada e geralmente é utilizado para preencher vazios vocabulares. Há ainda quem utilize a famigerada expressão com a intenção de rebuscar a linguagem, passando assim a equivocada impressão de certo nível de erudição na fala.
Gerundismo: O campeão dos campeões quando o assunto é modismo linguístico. Quem nunca ligou para uma empresa para resolver um problema e recebeu como resposta um sonoro “estaremos resolvendo seu problema”? Brasileiros adoram essa forma verbal que desloca o gerúndio para um tempo futuro, mas que é admitido apenas na língua inglesa. Por que não apenas “resolveremos seu problema”, no lugar de “estaremos resolvendo seu problema”? Se não altera a produção de sentido, não tem razão de existir, não é verdade?
Junto a: Essa expressão, que antigamente nada mais era que um advérbio de lugar, de repente virou moda, especialmente entre os jornalistas. Dizer que “O Brasil ganhou credibilidade junto à comunidade internacional” ou “o funcionário compareceu junto a seus colegas na administração da empresa” tornou-se uma construção frequente, apesar de vazia de significação.
5.8 Preconceito Linguístico 
O preconceito linguístico está intimamente relacionado com as variações linguísticas, uma vez que ele surge para julgar as manifestações linguísticas ditas superiores.
Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, posto que no nosso país, embora o mesmo idioma seja falado em todas as regiões, cada uma delas possui suas peculiaridades que envolvem diversos aspectos históricos e culturais.
Sendo assim, a maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul do país. Isso ocorre porque nos atos comunicativos, os falantes da língua vão determinando expressões, sotaques e entonações de acordo com as necessidades linguísticas.
De tal modo, o preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a variação apontada de maneira pejorativa e estigmatizada.
Quem comete esse tipo de preconceito, geralmente tem a ideia de que sua maneira de falar é correta e ainda, superior a outra.
Entretanto, devemos salientar que todas variações são aceitas e nenhuma delas é superior, ou considerada a mais correta.
O Preconceito Linguístico é aquele gerado pelas diferenças linguísticas existentes dentre de um mesmo idioma. De tal maneira, está associado as diferenças regionais desde dialetos, regionalismo, gírias e sotaques, os quais são desenvolvidos ao longo do tempo e que envolvem os aspectos históricos, sociais e culturais de determinado grupo.
O preconceito linguístico é um dos tipos de preconceito mais empregados na atualidade e pode ser um importante propulsor da exclusão social.
Na obra “Preconceito Linguístico: o que é, como se faz” (1999), dividida em quatro capítulos, o professor, linguista e filólogo Marcos Bagno aborda sobre os diversos aspectos da língua bem como o preconceito linguístico e suas implicações sociais.
Segundo ele não existe uma forma “certa” ou “errada” dos usos da língua e que o preconceito linguístico, gerado pela ideia de que existe uma única língua correta (baseada na gramática normativa), colabora com a prática da exclusão social.
No entanto, devemos lembrar que a língua é mutável e vai se adaptando ao longo do tempo de acordo com ações dos falantes.
Além disso, as regras da língua, determinada pela gramática normativa, não inclui expressões populares e variações linguísticas, por exemplo as gírias, regionalismos, dialetos, dentre outros.
[...] é interessante estimular nas aulas de língua materna um conhecimento cada vez maior e melhor das variedades sociolingüísticas para que o espaço de sala de aula deixe de ser o local para estudo exclusivo das variedades de maior prestígio social e se transforme num laboratório vivo de pesquisa do idioma em sua multiplicidade de formas e usos (BAGNO, 2002, p. 134).
5.9 Preconceito Linguístico no Brasil
O preconceito linguístico no Brasil é algo muito notório, visto que muitos indivíduos consideram sua maneira de falar superior ao de outros grupos.
Isso ocorre, sobretudo entre as regiões do país, por exemplo, um sulista que considera sua maneira de falar superior aos que vivem no norte do país.
Antes de qualquer coisa, devemos salientar que nosso país possui dimensões continentais e embora todos falamos a língua portuguesa, ela apresenta diversas variações e particularidade regionais.
Importante destacar que o preconceito linguístico acontece no teor de deboche e pode gerar diversos tipos de violência (física, verbal, psicológica).
Os indivíduos que sofrem com o preconceitolinguístico muitas vezes adquirem problemas de sociabilidade ou mesmo distúrbios psicológicos.
Os sotaques que se distinguem não somente nas cinco regiões do Brasil, mas também dentro de um próprio estado, são os principais alvo de discriminação. Por exemplo, uma pessoa que nasceu e vive na capital do estado e uma pessoa que vive no interior.
Geralmente, quem está na capital acredita que sua maneira de falar é superior a das pessoas que habitam o interior do estado ou mesmo as áreas rurais.
Nesse caso, muitas palavras pejorativas e depreciativas são utilizadas para determinar algumas dessas pessoas através de um estereótipo associado as variedades linguísticas, por exemplo, o caipira, o baiano, o nordestino, o roceiro, dentre outros.
5.10 O modo de falar do povo brasileiro
Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (variação regional). As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir de três diferentes fenômenos.
Em sociedades complexas convivem variedades linguísticas diferentes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educação formal; note que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada que na língua escrita;
Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com as diferentes situações de uso, sejam situações formais, informais ou de outro tipo;
Há falares específicos para grupos específicos, como profissionais de uma mesma área (médicos, policiais, profissionais de informática, metalúrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. São as gírias e jargões.
Assim, além do português padrão, há outras variedades de usos da língua cujos traços mais comuns podem ser evidenciados abaixo.
Para ser eficaz comunicativamente, não basta, portanto, saber apenas as regras específicas da gramática, das diferentes classes de palavras, suas flexões, suas combinações possíveis, a ordem de sua colocação nas frases, seus casos de concordância, entre outras. Tudo isso é necessário, mas não é suficiente. (ANTUNES, 2007, p. 41)
5.11 Variações regionais: os sotaques
Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal palavra, pois acreditam que há o perigo de evocá-lo, isto é, de que o demônio apareça. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão: Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito característica do sertão centro-oeste do Brasil: Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinhoso, Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, Cramunhão, O Indivíduo.
Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu texto a partir de uma variação linguística relacionada ao vocabulário usado em uma determinada época no Brasil.
"Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."
Como escreveríamos o texto acima em um português de hoje, do século 21? Toda língua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, já transformado, veio o português, que, por sua vez, hoje é muito diferente daquele que era usado na época medieval.
Língua e status
Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no Brasil. Basta lembrar-se de algumas variações usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou regiões, para perceber que há preconceito em relação a elas.
Cacoetes de linguagem
Os cacoetes de linguagem, vícios linguísticos que costumam ser insistentes e desagradáveis, podem ser encontrados na fala e, nos casos mais graves, na escrita.
Atire a primeira pedra quem nunca foi vítima de um cacoete linguístico. Apesar do nome engraçado, a mania nem é muito divertida, podendo tornar-se um vício de linguagem pra lá de desagradável, especialmente para quem ouve.
Mas você sabe exatamente o que são os cacoetes de linguagem? Os cacoetes são uma espécie de muletas do idioma. Eles funcionam mais ou menos assim: são expressões que surgem em uma determinada época e acabam cristalizando-se na fala de alguns indivíduos, que as repetem exaustivamente e de maneira automática. Você pode ser uma vítima de um modismo linguístico e nem se dar conta disso! Mas certamente aqueles que conversam com você já devem ter reparado a constância irritante de alguns vícios em sua fala. Em casos extremos, os cacoetes migram da modalidade oral para a modalidade escrita, e nós sabemos que a escrita não admite erros, não é mesmo?
Os cacoetes não são neologismos, mesmo porque os neologismos não são considerados vícios de linguagem, alguns até mesmo recebem um lugar ao sol no dicionário da língua portuguesa. Essas fórmulas de raciocínio geralmente aparecem fora de contexto e esvaziadas de significação, ou seja, estão ali na frase, mas formalmente não apresentam nenhum valor linguístico. Em outros casos, os cacoetes de linguagem são vistos como uma “trapaça comunicacional”. Isso acontece quando o falante utiliza termos desnecessários apenas para rebuscar o discurso, deixando-o assim mais impactante. Mas, na maioria das vezes, os cacoetes aparecem sem que nos demos conta, servindo até mesmo como um mecanismo de autocorreção do discurso.
5.12 Cacoetes de linguagem mais encontrados na modalidade oral.
 	Certamente você deve conhecer um amigo que faz uso de todos ou de boa parte deles. Também pode ser que você se identifique, nesse caso, esperamos que os exemplos abaixo te ajudem a abandonar esse vício que incomoda muita gente. Vamos lá?
Exemplos de cacoetes de linguagem:
Tipo:
Essa palavrinha tem sido empregada de maneira aleatória em um discurso, perdida entre outras palavras sem nenhum tipo de utilidade. Para quem adora incluir o “tipo” em uma frase, ele pode servir, acreditem, como uma espécie de pontuação na linguagem oral:
“Eu não sei (tipo), acho melhor a gente (tipo) pensar melhor no que vai fazer para depois (tipo) não sofrer com as consequências...”.
Meio que:
De repente você “meio que” se identificou com nossa lista de cacoetes linguísticos? Não se desespere, conhecer os vícios de linguagem é uma ótima maneira para superá-los!
O professor (meio que) pegou os alunos de surpresa com aquela prova!
Tipo assim:
Se você pensou que o “tipo assim” é um vício de linguagem que só acomete os adolescentes, você está muito enganado! O “tipo assim” tornou-se uma espécie de epidemia linguística e, nos casos mais graves, pode ser encontrado até mesmo nos textos escritos. Que tal um antídoto? Formalmente, o “tipo assim” não possui nenhum valor semântico!
Ele ficou (tipo assim) chocado com a notícia que recebeu!
Cara
“Cara”, “tipo assim”, todo mundo conhece alguém que adora se referir às outras pessoas dessa maneira, não é mesmo? E quando o “cara” não serve nem para isso? Pois é, acontece, veja só um exemplo:
(Cara), você perdeu, (cara) o show foi muito bom, só feras (cara)!
É importante ressaltar que diversos aspectos, como as variações linguísticas, a influência do coloquialismo e o dinamismo da comunicação, devem ser observados. A principal função da língua, que é um instrumento dos falantes e para os falantes, é auxiliar nas interações sociais, e fazer-se compreendido é o que realmente importa. Como dizem os linguistas, devemos nos adequar aos  tipos de linguagem  de acordo com o contexto comunicacional e sermos poliglotas em nosso próprio idioma.
 
Considerações finais 
Da mesma forma que a humanidade evolui e se modifica com o passar do tempo, a língua acompanha essa evolução e varia de acordo com os diversos contatos entre os seres pertencentes à comunidade universal. Assim, é consideradaum objeto histórico, sujeita a transformações, que se modifica no tempo e se diversifica no espaço. A norma culta, tida como padrão, que deveria ajudar na formaçao de uma sociedade compacta, em termos linguiístico e consciente da importancia da língua, no entanto no Brasil isso se tornou um problema, pois esta norma que deveria unir acaba exclindo. Apesar disso a gramática deve fazer parte da nossa vida servindo como um meio de orientação e não como uma detentora de todas as verdades. O primeiro passo para se combater o preconceito linguístico no Brasil é admitir a sua existência, pois ao contrário dos outros tipos de preconceito, ele é invisível aos olhos da sociedade, é como se ele nao existisse, já os outros preconceitos são enquadrados dentro dos “politicamente incorretos” e são muitas vezes combatidos.
É NECESSÁRIO acontecer na escola um trabalho mais sistemático em relação à variação linguística, pois este fenômeno está presente na língua e em decorrência de vários fatores: geográficos, sociais e culturais. Também deve fazer parte do cotidiano do professor conscientizar os alunos de que não deve haver discriminação ou preconceito em relação à variedade utilizada pelo outro. Tarefa um tanto difícil quando não se consegue eliminar a presença da noção do erro. 
Considero que a língua não é homogênea e não se pode estigmatizar a fala do aluno, é difícil se libertar do discurso autoritário que ainda prevalece na escola, definindo o que seria o “certo” em relação à língua e estigmatizando as variações que se distanciam daquela considerada padrão que mesmo não sendo tratado pelos livros didáticos, o fenômeno da variação linguística deve ser discutido com os alunos ainda que de forma não sistemática nas aulas de Língua Portuguesa, especialmente, quando surgirem situações em que os alunos demonstrem conceber sua variedade linguística como “errada”, “inferior”, “feia” e “deselegante”. Percebermos o quanto a cultura do erro é disseminada, ainda que ingenuamente, no espaço da escola, nos sons e imagens da mídia. Isso reforça as distorções sobre o fenômeno linguístico e alimenta o preconceito, inclusive entre falantes da mesma variedade. Reafirmando que os alunos aprenderam a ver nas diferenças simplesmente, erros. No entanto, o que se vê é que mesmo com os avanços das pesquisas linguísticas, ainda prevalece na escola um discurso autoritário com o tom de “certo” e “errado”, sendo estigmatizadas as variedades que se distanciam daquela considerada padrão. Uma das mais graves consequências desse discurso se reflete no receio que os alunos tem de falar nas aulas, com medo de não saber se expressar e ser ridicularizado. Eles saem da escola com a certeza de que não sabem falar nem escrever. Acredito que o fazer pedagógico precisa ser repensado de forma que predomine o respeito ao cidadão, independente de sua classe social e modos de falar e assim, contribua para a obtenção plena da cidadania.
Bibliografia
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 http://www.youtube.com/watch?v=EpoOylCsaWw– acesso em 12/06/2018

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