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BIOQUÍMICA DO SISTEMA DENTAL Estrutura Geral O dente desenvolvido constitui por duas partes a coroa e a raiz, a raiz articula-se com os alvéolos ou ligamentos periodontais, na região da coroa a parece a gengiva onde as fibras aderem ao osso e ao dente na região cervical. A gengiva é constituída por um epitélio pavimentoso poliestratificado, embaixo tecido conjuntivo denso, formando a lâmina própria, e abaixo da lâmina própria a submucosa, constituída por tecido conjuntivo frouxo onde ocorrem tecido adiposo, glândulas, vasos e nervos. Histológicamente, o dente é constituído por: esmalte, dentina. cemento e a polpa. Esmalte Reveste a coroa do dente, de origem ectoderma chamada ameloblastos , o prisma do esmalte formado por 96,0g de minerais. A espessura do esmalte é menor ano nível do colo do dente e das fissuras, o esmalte forma- se de dentro para fora até que o esmalte adquira a sua espessura. Dentina De origem de células mesenquimal, chamados odontoblastos, localiza-se logo abaixo do esmalte na região coronária e logo abaixo do cemento na região radicular, e limita no centro do dente a câmara pulpar onde fica a polpa do dente. A dentina é menos mineralizada que o esmalte contendo 65.0g% de minerais, na forma cristalina. A sensibilidade da dentina e pelas fibrilas de Tomes, que partem da polpa e penetram nos canículos dentinários. Cemento Tecido produzido por células, de origem mesenquimal os cementoblastos, que se alojam em cavidades chamadas cementoplastos. É um tecido duro parecido com o osso, menos permeável que o tecido ósseo, possui 45,0g% de minerais, 35,0%substâncias orgânicas e 20,0% de água. Constitui um tecido que cobre toda a raiz do dente, a sua espessura é maior no ápice, e no colo é mais delgado. A nutrição do cemento se faz por osmose, o cemento não tem vasos nervosos. Polpa dental Tecido conjuntivo frouxo, originado do mesênquima as papila dental, a polpa apresenta por quatro camadas de fora para dentro. Pré – dentina: é a matriz orgânica protéicas elaborada pelos odontoblastos, que calcifica – se e constitui a dentina. Camada Odontoblástica: formada pelos odontoblastos que são células altas, estas células contêm núcleo oval volumoso, abundantes mitocôndrias, ribossomos e sistema de Golgi. Camada Subodontoblastos: situada logo abaixo dos odontoblastos e é acelular, contém o plexo nervoso de Rashkow e fibrilas nervosas amielínicas. Camada central: constituídas por fibras colágenas, fibras reticulares elementos celulares, tecido conjuntivo frouxo. BIOQUÍMICA DO DENTE Consta-se que a taxa de água cresce do esmalte ao cemento. A dentina é mais elástica que esmalte por ter mais água que o esmalte, e é menos elástica que o cemento. Como consequência dessas diferenças de minerais dos tecidos dentários, que o esmalte é muito pouco permeável. Substâncias minerais do dente: o principal composto mineral do dente é o ortofosfato de cálcio. A maior parte dos minerais dentários encontra-se na forma de cristalitos de hidroxiapatita e o restante no estado amorfo em volta dos cristalinos. Substâncias orgânicas do dente: entre os componentes orgânicos do dente, assume importância capital as proteínas que constituem as matrizes dos tecidos duros dos dentes. A taxa de substâncias orgânicas do esmalte é muita pequena, sendo a todo taxa de proteínas da ordem de 0,3% e 96,0% de cálcio, que se dá a dureza do dente. Proteínas da dentina e do esmalte Colágeno é o principal componente protéico das matrizes da dentina e do cemento. Glicoproteína ácidas sulfatas são macromoléculas importantes das matrizes da dentina e do cemento. Composição química da polpa dental é um tecido conjuntivo frouxo, pela grande abundância de água ceca de 90,0%.As substâncias da polpa tem a glicose, o glicogênio, os triglicerídeos, o colesterol, os fosfolipídeos em baixa concentração e as proteínas em concentração mais elevada. METABOLISMO DO DENTE São permeáveis, tanto no sentido da polpa para a superfície, como no sentido inverso. A absorção do esmalte é igualmente inferior à capacidade de absorção da dentina e por sua vez é inferior à capacidade de absorção do cemento. BIOQUÍMICA DO PERIODONTO É a unidade anatômica funcional que serve para proteger o alvéolo, acompanha o dente o dente em todos os seus movimentos através das suas fibras colágenas. Estas fibras são escleroproteínas e apresenta riqueza nos aminoácidos glicina, hidroxiprolina, lisina e hidroxiprolina. Funcionam evitando a reabsorção alveolar. Fibras do grupo I constituem o periodonto de proteção ou gengiva na região cervical do dente. Fibras do grupo II são oblíquas e superficiais e vão da crista alveolar ao cemento, inclinadas para o ápice do dente. Fibras do grupo III horizontais e vão da parede alveolar ao cemento terço médio da raiz. Fibras do grupo IV oblíquas profundas vão da parede alveolar ao cemento, inclinadas para a coroa do dente. Fibras do grupo V verticais contornam o periápice limitando o espaço periapical. A composição química do osso alveolar é muito próxima ao do cemento, 25,0% de água, 35,0% de substâncias orgânicas e 40,0% de minerais, que se apresentam em forma de cristalitos de hidroxiapatita. A função do pericemento é formar, sustentar, sensorial e de sustentação. Quanto os nervos pericementários, surgem um trajeto dos vasos sanguíneos através da parede alveolar. São importante os fibroblastos, os osteoblastos e e os osteoclastos e os epiteliais de Mallassez. Fibroblastos células longas e delgadas do tecido conjuntivo , participam na formação e na manutenção das fibras principais do pericemento. Osteoblastos e osteoclasto células formadoras de osso, os osteoclastos são células que reabsorvem tecido ósseo, o osso está constantemente reabsorvido pelos osteoclastos e reconstruído localmente pelos osteoblastos. Cementoblastos células do tecido conjuntivo encontradas entre as fibras e o cemento. Possuem projeções irregulares que se adaptam ao redor das fibras quando elas se estendem do cemento. Restos epiteliais de Mallassez são células epiteliais originadas da bainha epitelial de Hertwig que forma a raiz do dente. Podem ser reabsorvidos pelo organismo ou ficarem em estado potencial durante a vida. Se estimulados podem dar origem a cistos e tumores odontogênicos. BIOQUÍMICA DA ODONTOGÊNESE Formação do Germe ou do Folículo Dentário No quadragésimo quinto dia de vida uterina, o epitélio recobre os rebordos maxilares, prolifera ativamente invadindo o mesênquima, formando uma lâmina epitelial que volteia todo o maxilar. Como resultado da reação mesênquimal o botão dentário cresce e adquire a forma de um capuz. Que representa o esboço do órgão do esmalte , cresce e fica ligado a lâmina dentária por um cordão epitelial. Os primórdios dos dentes permanentes são vistos como uma lâmina dentária no lado lingual de cada germe dentário. Origem dos molares permanentes Todos os dentes permanentes têm seus antecessores decíduos , exceto os molares permanentes. Primeira teoria os germes dentários dos molares originam-se direto da extensão distal da lâmina dentária. Segunda teoria o primeiro molar permanente origina-se da extensão distal da lâmina dentaria e o segundo molar origina- se do pedículo epitelial do primeiro molar e o terceiro molar origina-se da extensão da lâmina dentaria, e a terceira teoria o primeiro molar permanente origina-se da extensão distal da lâmina dentaria e o segundo molar origina- se do pedículo epitelial do primeiro molar e o terceiro molar origina-se do pedículo do segundo molar. ESTRUTURA DO GERME DENTÁRIO Órgãos do Esmalte Constituída pelo epitélio externo, epitélio interno, pelo estrato intermediário e pelo retículo estrelado. Epitélio externo do órgão do esmalte Formado por uma única fileira de células cúbicas, após a formação a primeira camada de dentina, o epitélio externo, com muitas mesenquimas, de nutrição do órgão do esmalte Depois da deposição da primeira camada de dentina a nutrição dos órgãos do esmalte se processa de fora para dentro, o material nutritivo passando,do saco dentário para o órgão do esmalte através do epitélio externo, aumentando a nutrição através das papilas mesenquimais. Epitélio interno do órgão do esmalte Uma única camada de células altas, primásticas hexagonais, os ameloblastos que limitam – se por todo o amelo – dentinário. Os ameloblastos apresentam núcleo oval e bem volumoso, o citoplasma tem organoides celulares bem desenvolvidos, como retículo endoplasmático, ribossomos, mitocôndrias, centríolos e sistema de Golgi. Células de intenso metabolismo e cumprem a função de produzir esmalte dentário. Estrato intermediário Com várias camadas de células pavimentosas, que ficam logo acima do ameloblastos com papel na formação do esmalte, pode substituir os amenoblastos que degeneram durante a formação do esmalte, produzem as fosfatase alcalinas, possibilitando a calcificação. Retículo estrelado Formado por células estreladas anastomosadas, ligando o epitélio interno e externo do órgão do esmalte. Segregam um líquido gelatinoso funcionando como almofadas amortecedoras das pressões que protege o dente na formação. Papila Dentária Origina-se o tecido conjuntivo frouxo da polpa dentária, com alta taxa de água e de substância fundamental. Essa substância é constituída d mucopolissacarídeos ácidos não sulfatados, como ácido hialurônico e sulfatos. Saco Dentário Tecido conjuntivo mesenquimal que se diferencia ao ponto em que se apresenta constituído de duas camadas distintas. A camada externa que dá origem ao periodonto e a camada interna que origina o cemento dentário. Histogênese Dentária Amelogênese é um processo de formação do esmalte dentário ele desenvolve – se pela formação de matriz do esmalte ou pré – esmalte, calcifica a matriz do esmalte, desidratação, calcificação e formação dos cristalinos de hidroxipatitas. Dentinogênese desenvolve-se conforme a formação da matriz dentinária ou pré- dentina e calcificação da matriz dentinária a maturação. Os dois processos desenvolvem-se simultaneamente, sempre forma primeiro uma camada de dentina sobre a qual se deposita uma camada de dentina. A mineralização da dentina ocorre por fosfatases alcalinas produzidas pelos odontoblastos, que possibilitam a precipitação dos sais de cálcio para a formação dos cristalinos. A calcificação do esmalte se inicia na região incisiva da coroa,e prossegue em direção à região cervical. Rigogênese é o processo de formação da raiz do dente. Cementogênese processo de formação do cemento dentário. Eles desenvolvem-se juntamente com a dentinogênese radicular. FATORES BIOQUÍMICOS DA ODONTOGÊNESE Entre os fatores que influenciam no desenvolvimento dentário: Fatores Dietéticos Minerais Os indispensáveis são o cálcio e o fósforo, que constituem os cristalitos de hidroxiapatita das estruturas dentárias. Mas durante o desenvolvimento dentário, pode haver falhas, tanto na formação da matriz protéica, quanto no processo de calcificação. Proteínas durante o desenvolvimento do dente o organismo provido de alta qualidade, rica em todos os aminoácidos essenciais como valina, leucina, isoleucina, lisina, treonina, metionina, fenilalanina, triptofano, arginina e histidina. Vitaminas A atua diretamente nos ameloblastos e odontoblastos, a avitaminose A determina uma malformação da dentina e provoca a deformação do dente. Vitamina D a hipervitaminose D consiste na hipercalcificação da última pré-dentina. Essa resposta ocorre na fluorose e no hiperparatireoidismo. Vitamina C na avitaminose C os odontoblastos são substituídos por fibroblastos, a dentinogênese cessa e a formação colágena fica escassa, tem como consequência uma pré-dentina malformada. FATORES HORMÔNAIS Hormônios paratireoidismo (paratormônio) Tem alta importância no processo de calcificação dos dentes, traz como consequência uma descalcificação intensa ao nível dos incisivos e menos intensa nos outros dentes. Hormônio hipofisário É muito importante no desenvolvimento do órgão do esmalte, a hiperfunção hipofisária durante a formação do dente, determina gigantismo do dente e a hipofunção determina o nanismo do dente. Hormônios tireoidianos Com o hipotireoidismo a erupção dos dentes decíduos e permanente é retardada, dentes malformados, mal calcificados, com anomalias de posições, e o hipertireoidismo os dentes decíduos erupcionam precocemente e são bem formados e pouco sujeitos a cárie dental. FORMAÇÃO BIOQUÍMICA DA SUPERFÍCIE DO ESMALTE Membrana de Nasmith É uma delgada película queratinizada, trata-se de uma proteína fibrosa produzida pelos amenobastos do epitélio reduzido do órgão do esmalte. Essa membrana é resistente aos ácidos aos álcalis e a digestão pelas enzimas proteolíticas, ela rompe-se com facilidade, quando submetida às forças de atrição. PELÍCULA ADQUIRIDA É uma camada delgada lipomucoprotéica, que se forma na superfície do esmalte a partir das glicoproteínas salivares, é constituído de lipídeos e glicoproteínas neutras, que são macromoléculas. Ela é resistente à hidrólise, aos ácidos, aos álcalis e ás enzimas proteolíticas. PLACA DENTAL OU DENTO-BACTERIANA É uma camada gelatinosa, espessa, de alta viscosidade, quando ela impregna de restos epiteliais da mucosa e de resíduos alimentares, adquire uma consistência cremosa e coloração esbranquiçada, esta matéria alba como é chamada é facilmente removida pela escovação. Mecanismo de Formação da Placa Dental A sacarose com a enzima invertase produz glicose e fructose, depois produz sintetases que polimerizam a glicose mucopolissacarídeo e a fructose e o polissacarídeo . O metabolismo dos lipídeos e das proteínas da placa dental originando a descalcificação o esmalte acaba iniciando assim a cárie.